b) Pedimos que as crianças escrevam em seus cadernos as palavras e expressões que produziram os diferentes estilos, para começarem a destacar os advérbios e as locuções por sua função textual. c) Ao copiar as palavras a que se referiam, ligamos advérbios a verbos. d) O que os advérbios modificam? Nesse momento destacamos que eles modificam os verbos, pois a idéia mais fácil de ser observada é a de circunstância. As crianças costumam dizer que os advérbios são como adjetivos dos verbos. É correto enquanto modificador, e por observarem essa função comum entre os dois é que se torna imprescindível que elas estejam atentas a que termo o advérbio se refere. Questão 2: Nesse momento retiramos os advérbios e as locuções adverbiais do texto. A cena continua a mesma como fato, mas sem que o leitor possa ter uma idéia das circunstâncias, de como as coisas aconteceram. Acreditamos que essa ausência vá reforçar a importância da presença deles. Freqüentemente, é a ausência de advérbios e locuções adverbiais que compromete a clareza das respostas ou dos textos que as crianças escrevem. Questão 3: Depois que os alunos construíram o conceito de advérbio internamente, fornecemos o conhecimento social (o nome dado pela Gramática) e pedimos que expliquem com suas palavras o que seriam, então, advérbios e locuções adverbiais. As crianças vão dizendo para o professor; e a classe toda, num trabalho de redação coletiva, redige o conceito. As mesmas investigações que foram feitas em relação aos outros conceitos das classes gramaticais devem ser feitas aqui. Esperamos que os alunos cheguem a conclusões mais ou menos assim: “Advérbio é uma palavra invariável que informa como, quando e onde as coisas aconteceram. Ele está sempre se referindo a um verbo ou transformando-o.” Gostaríamos de enfatizar novamente que é importante o professor escrever o conceito usando as palavras das crianças. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia dem ajudar nas idéias, no vestuário, na elaboração de um pequeno cenário improvisado, etc. Caso haja necessidade, o professor pode “inventar” mais um estilo e pedir às crianças que o dramatizem. É fundamental que o professor proponha aos alunos que eles imaginem como seria o movimento e a expressão das personagens, a forma como as ações acontecem em cada estilo. “Como varre alguém que varre distraidamente? E como varre alguém que varre apressadamente? Como é esse movimento de varrer? Como está a expressão de seu rosto? Qual a forma como segura a vassoura? Como é o temperamento dessa pessoa? Como ela fala, com que ritmo, voz, velocidade?” Deixe claro para as crianças que elas podem e devem criar novos detalhes, mas que é importante manter a coerência do estilo. É de uma boa preparação para a dramatização que depende o sucesso da atividade! Na aula seguinte, o professor assume o papel de diretor e pede que a primeira equipe se apresente. O grupo representa e quando o médico chega, o professor-diretor interrompe escandalosamente a dramatização, dizendo que daquele jeito... (pede ao restante da classe que diga qual o estilo daquela apresentação, nomeando-o, por exemplo, de estilo dramático, estilo raivoso, estilo alegre, feliz, etc.) não dá! Diz algo mais ou menos assim: Não, não, não! Desse jeito está muito dramático! Vamos ver outra equipe! E o professor-diretor pede que aquela equipe vá se sentar e outra assume a representação, que também será interrompida e então virá outra e mais outra apresentação, até que todas as equipes tenham representado. Após a apresentação de todas as equipes, converse com a classe sobre as diferenças entre as dramatizações e o que as tornou tão diferentes, pois o fato narrado é sempre o mesmo. Em seguida, as crianças continuam a responder às questões propostas no livro. Questão 1: a) Dar um nome ao estilo significa destacar a emoção traduzida na representação, marcada pelos advérbios e pelas locuções. 69 Questão 4: Depois de tantas situações já vividas pelos alunos acreditamos que não terão dificuldade em perceber que o advérbio é só uma palavra e a locução adverbial são duas ou mais palavras que modificam o verbo. Sabemos que os advérbios de intensidade modificam também adjetivos e outros advérbios. Essa expansão do conceito será feita posteriormente. Respostas Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 70 1. a) Sugestão de nomes: Versão 1 – estilo: calmo, “desencanado”, tranqüilo. Versão 2 – estilo: apressadinho, afobado, estressado, agitado, nervoso. Versão 3 – estilo: dramático, desesperado. Versão 4 – estilo: feliz, expansivo, alto-astral, cômico, engraçado. Versão 5 – estilo: nervoso, irritado, tenso, exaltado. b) e c) Versão 1 – distraidamente – varrendo tranqüilamente – entra com displicência – mostra mais tarde – telefona calmamente – falando Versão 2 – apressadamente – varrendo afobadamente – entra com aflição – mostra rapidamente – olha às pressas – telefona nervosamente – falando Versão 3 – aos prantos – varrendo chorosamente – entra sofridamente – mostra com desespero – olha ansiosamente – telefona piedosamente – falando Versão 4 – alegremente – varrendo ruidosamente – entra às gargalhadas – mostra com atenção – olha animadamente – telefona alto – falando Versão 5 – irritadamente – varrendo raivosamente – entra aos xingos – mostra com mau humor – olha asperamente – telefona com desprezo – falando d) A classe gramatical das palavras modificadas é verbo. 2. a) Não, porque essa versão não detalha como cada personagem fez os seus gestos. b) É como se essas palavras dessem colorido às cenas; elas mudam o estilo das representações, fazem a gente entender como as personagens agem, não só o que elas fazem. 3. Advérbios são palavras invariáveis que têm a função de completar, transformar os verbos dizendo as circunstâncias, como as coisas aconteceram. 4. Um advérbio é uma única palavra que transforma o verbo; uma locução é composta de duas ou mais palavras que têm a mesma função do advérbio e também indicam as circunstâncias da ação. COMPLETE COM RAPIDEZ, RAPIDAMENTE (p. 99) Objetivos: • ampliar o número de advérbios e locuções adverbiais que as crianças conhecem; • desafiar as crianças a buscarem termos menos usuais, mais interessantes e elaborados. Objetivo do jogo: As crianças devem escrever o maior número de advérbios e locuções adverbiais em cada um dos espaços propostos. Como jogar: É um jogo de STOP, portanto velho conhecido das crianças. As regras são as de sempre: 1. Reúna a classe em equipes e explique todas as regras antes do início do jogo. 2. Depois das explicações, peça que as crianças preencham os campos abaixo das colunas com advérbios (coluna 1) e com as locuções adverbiais (coluna 2). 3. Os alunos deverão preencher as colunas com o maior número possível de palavras, de acordo com o pedido. 4. O tempo de preenchimento da tabela deve ser previamente combinado. Sugerimos um 5. Para fazer a correção, um aluno de cada equipe vai para a lousa e escreve todos os advérbios que usaram para completar a 1ª coluna do verbo cair. O professor confronta as respostas e, marca os pontos; em seguida, outro aluno de cada equipe vai para a lousa e escreve as locuções adverbiais usadas para completar a 2ª coluna do verbo cair. Vão procedendo assim, sucessivamente, até que toda a tabela esteja corrigida. No momento da correção é importante que o professor vá retomando, juntamente com as crianças, os conceitos ainda confusos sobre os advérbios. É possível que as crianças escrevam adjetivos em vez de advérbios. Sugerimos ao professor que discuta com elas a que o termo se refere. Se for a um substantivo, não poderá ser advérbio. Resposta Sugestões de palavras para preenchimento: Cair – vagarosamente, de novo, em silêncio, vertiginosamente, repentinamente, depressa, devagar, para fora, debaixo, sempre, nunca, lentamente, etc. Ficar – para sempre, eternamente, em pé, em cima, distante, além, defronte, embaixo, detrás, junto, ali, adiante, bem, mal, ao acaso. Correr – rapidamente, lentamente, amanhã, levemente, velozmente, aqui, bastante, pra sempre, de lado, para trás, em linha reta, ansiosamente. A RODA DE OLEIRO (p. 100) Objetivos: • levar a criança a sistematizar os conceitos de advérbio e locução adverbial, ampliando-os: os de intensidade referem-se também a adjetivos; • permitir que o aluno perceba algumas das circunstâncias expressas pelos advérbios: modo, tempo, lugar e intensidade; • propiciar situações em que a criança verifique a modificação na precisão da informação oferecida pelo texto com o acréscimo de advérbios. Estratégia: leia e discuta com as crianças o conteúdo do texto. Questão 1: Destacando com perfeição e muito e pedindo para as crianças localizarem o termo a que se referem, enfatizamos a existência de advérbios modificando verbos e adjetivos, ampliando o conceito que elas estão construindo sobre o assunto. Sugerimos que as crianças procurem em outros textos e tragam, como lição de casa, mais uma ou duas situações nas quais um advérbio modifique um verbo ou um adjetivo. Questão 2: Nessa questão pedimos apenas o reconhecimento das expressões como advérbios e locuções adverbiais. Caso algum aluno os confunda com adjetivos e locuções adjetivas, peça que observe a que os termos se referem e poderão constatar que não se referem a substantivos; portanto, não podem ser adjetivos nem locuções adjetivas. Como a ligação dos advérbios com o termo a que se referem é difícil porque há vários que estão distanciados de seus termos referentes, sugerimos que o professor a realize como uma atividade coletiva: a união faz a força! Questão 3: Reconhecer as principais circunstâncias expressas pelos advérbios é importante não só para saber identificá-los, mas para que se perceba que são responsáveis pelo detalhe, pelo enriquecimento da informação fornecida pelo texto. Discuta com os alunos essas idéias e retome situações textuais nas quais os advérbios são fundamentais. Sugerimos retomar o segundo parágrafo do texto O que é um menino, da Parte l (Textos), p. 22 do livro do aluno, observando os tipos e a função discursiva dos advérbios naquela situação. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia tempo de 10 a 15 minutos. Ao sinal dado pelo professor, todos devem parar de escrever. 71 Questão 4: Oferecemos um novo texto, lacunado, para que os alunos possam ampliar seu sentido pelo acréscimo de advérbios. Terão de interpretar e pensar pela lógica das relações entre as informações para poderem descobrir qual o termo mais conveniente para cada lacuna. No momento da correção, o professor deve ter uma postura de sensibilidade e abertura para ouvir os alunos e compreender como estavam pensando para chegar àquela conclusão, que não é necessariamente a do texto original. Além disso, sua maior preocupação deve ser se o termo é ou não um advérbio de intensidade, modo, lugar ou tempo. Respostas 1. a) e b) com perfeição > realizar (verbo) muito > bonita (adjetivo) c) Muito acrescenta uma idéia de intensidade, do quanto é bonita. d) Eles também modificam adjetivos. 2 e 3. a) São advérbios. b) no centro > colocava (lugar) em alguns minutos > realizar (tempo) à mão > feita (modo) perfeitamente > ficava (modo) muito > importante (intensidade) Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 72 no Egito > lugares (lugar) 4. Texto original e outras possibilidades: “Os povos da Antiguidade fizeram cerâmicas muito (bastante, meio, um pouco) diferentes. Essa diferença vinha do material utilizado, das técnicas de cozimento, das características de sua cultura e de sua arte. As primeiras cerâmicas das aldeias eram modeladas à mão (em grupo, isoladamente, artesanalmente, primitivamente) e cozidas sobre brasas (em forno, em fogueiras). Já os gregos das primeiras cidades usavam a roda de oleiro e coziam suas cerâmicas em fornos (em fogueiras), a altas temperaturas. Cerâmicas vitrificadas, isto é, revestidas com uma camadinha de vidro, foram encontradas em lugares onde hoje estão a Turquia, o Iraque, a China e o Egito. A cerâmica chinesa foi a mais refinada e a mais importante na Antiguidade (naquele tempo, na época). Muito tempo depois, há uns 400 anos, ela influenciou a cerâmica européia.” ACIDENTALMENTE (p. 103) Objetivos: • levar o aluno a usar em textos o conhecimento adquirido até então; • orientar o aluno a perceber o quanto a escolha de um ou outro advérbio vai modificar a imagem que o leitor forma dos fatos narrados. Estratégia: a atividade deve ser feita em duplas. O professor conversa primeiramente com as crianças e explica que cada dupla escreverá uma reportagem, que depois será lida para as outras duplas. Os alunos poderão montar um jornal mural expondo seus textos ou outras situações que forneçam uma função para a sua escrita. Depois de prontas, o professor confronta duas reportagens com a mesma manchete e conversa com os alunos, mostrando como o fato fica transformado pelas escolhas das circunstâncias. Pode-se, por exemplo, desenhar como imaginaram uma e outra reportagem e depois discutir que elementos do texto produziram imagens tão diferentes. Além das situações já propostas, sugerimos que o professor esteja atento à presença e à importância dos advérbios, para explorá-los nas situações informais e criar outras atividades. Módulo V – Verbos (p. 104 a 121) Algumas considerações Substantivos e verbos são núcleos de qualquer informação. Nessa medida, atuam como carros-chefe em relação às outras classes de palavras, que se alteram quando substantivos e verbos se alteram a fim de manter a concordância entre os elementos. Os verbos flexionam-se em tempo, pessoa, número e modo. Dependendo do tipo de flexão do verbo, outras classes serão alteradas também. Objetivos: Esperamos que os alunos sejam capazes de: • perceber quando um verbo se encontra no presente, no passado e no futuro; • fazer a concordância entre verbos e outras classes gramaticais; • fazer a concordância dos tempos dos verbos entre si dentro de um texto; • trabalhar alguns erros de grafia ligados a conjugações verbais. Sugerimos que o trabalho seja iniciado pela idéia de tempo. Foi por ela que as crianças descobriram o conceito de verbo no livro da 3a série. Perceber o tempo é uma tarefa muito simples para nós, adultos, mas isso não é verdadeiro para as crianças. Assim sendo, nossa primeira proposta é voltada para esse aspecto. QUESTÃO DE TEMPO (p. 104) Objetivos: • ajudar a criança a levantar uma série de frases significativas para ela em diferentes tempos, pessoas e números verbais; • levar a criança a reconhecer a pessoa, o número e o tempo em que os verbos estão. Estratégia: o professor distribui para cada criança um dos verbos que estão espalhados na página correspondente a essa atividade, no livro do aluno. A distribuição pode ser por sorteio, por correspondência com o número de chamada ou outro critério que o professor achar conveniente. Depois que cada criança estiver com um dos verbos, deve escrever uma frase interessante utilizando-o. É importante o professor frisar que escrevemos para dizer algo para o outro, para transmitir um pensamento, uma informação, um sentimento e, portanto, as frases devem dizer algo que faça sentido para o outro, e não ser apenas um conjunto de palavras. Enquanto as crianças escrevem, o professor vai circulando pela classe e ajudando-as a perceber seus erros. Depois de concluída a atividade, as crianças entregam suas frases para o professor, com o verbo sorteado sublinhado. O professor deve escrever todas as frases em uma folha, fazer cópias e distribuí-las aos alunos. É importante que antes disso o professor leia cada frase com bastante atenção, anote em uma folha à parte os erros que porventura tenha observado e depois corrija as frases. As crianças não podem tirar boas conclusões a partir de dados errados da língua. De posse da folha com todas as frases, as crianças reúnem-se em equipes e o professor pede que escrevam ao lado de cada uma se o verbo está no passado, no presente ou no futuro, e qual a pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles). A partir daí começa a gincana. A GINCANA O professor sorteia uma das frases e um dos elementos da equipe deve dizer a pessoa (eu, tu, ele, nós, vós ou eles) e o tempo (passado, presente ou futuro) em que o verbo está. É importante que o professor esteja ciente de que queremos que as crianças pensem na resposta a partir da idéia que têm do assunto e não que façam o reconhecimento de tempo verbal. Ao pensarem, surgem problemas como o uso do tempo presente do verbo em uma definição. Quando dizemos “O Sol é uma estrela de Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Compreender todas as relações entre esses elementos e saber usá-los adequadamente é um desafio para qualquer escritor. Por essa razão, são freqüentes os erros de concordância ligados ao verbo cometidos pelas crianças. O uso adequado do verbo na escrita implica uma série de conhecimentos: • Compreender a idéia de tempo que ele encerra, reconhecendo passado, presente e futuro de cada modo. • Saber flexioná-lo em número, tempo e pessoa. • Perceber as classes que se modificam ao flexionarmos o verbo. • Compreender a relação verbo-pronome, como colocar os pronomes, quando vêm hifenizados ou não, e outros aspectos. • Saber escolher os tempos dentro de um texto; quais tempos são compatíveis entre si e quais não são. Não temos a menor intenção de esgotar o assunto “verbos”; pelo contrário, nos circunscreveremos a apenas quatro objetivos. 73 Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 74 5a grandeza” não estamos nos referindo a algo presente aqui e agora (que é como as crianças costumam entender a idéia de presente), mas em algo atemporal: o Sol era, é e vai continuar sendo uma estrela de 5a grandeza. Caso esse tipo de dúvida apareça em sua classe, discuta com as crianças a necessidade de abrir um novo grupo de classificação: o dos verbos que indicam algo sem tempo, que é passado, presente e futuro ao mesmo tempo. Depois, quando o aluno for aprender conjugação verbal, poderá compreender que essa idéia de atemporalidade é marcada pelo presente (é como se fosse eternamente presente; é algo que se diz que vale sempre como presente). Caso algum aluno erre a resposta da frase na gincana, alguém da equipe seguinte tenta responder; se também não conseguir, o professor responde e sorteia nova frase. Cada resposta é pontuada da seguinte maneira: • 1 ponto pela pessoa verbal correta; • 1 ponto pela idéia de tempo correta. Cada equipe pode, assim, ganhar 0 (caso tudo esteja errado), 1 ou 2 pontos por frase. Vence a equipe que obtiver o maior número de pontos. Concluído o jogo, o professor pode pedir, como lição de casa, que as crianças passem para o plural ou para o singular algumas das frases que foram usadas na gincana. Ao corrigi-las, pede que os alunos observem quais classes gramaticais foram transformadas juntamente com o verbo. Ao observarem isso, poderão constatar que quando mudamos o verbo do singular para o plural, dependendo do sentido da frase, as outras palavras do enunciado poderão variar junto ou não. Quanto às classes gramaticais das palavras que variam junto com o verbo, elas podem ser substantivos, artigos, adjetivos, numerais e pronomes. O professor pode, posteriormente, pedir que os alunos encontrem todas as frases que estão no passado, por exemplo, e também que reescrevam todas ou algumas delas no presente. Depois de concluída a mudança de tempo, ajude as crianças a observarem que quando mudamos o tempo nenhuma outra classe se altera, apenas o verbo. Este pensamento só não é válido para advérbios de tempo, que geralmente devem ser alterados também. As conclusões tiradas pelas crianças devem ser registradas no caderno. Em seguida, propomos algumas atividades de sistematização e geração de conhecimento sobre novos aspectos verbais. CUIDADO! CÃO BRAVO! (p. 105) Objetivos: • levar ao aluno a visualizar, por desenhos, as mudanças de sentido ao colocarmos um ou outro elemento da frase no plural; • desenvolver a sensibilidade das crianças para cada informação fornecida pelas palavras, aumentando sua capacidade de interpretação; • mostrar que as palavras ajudam o leitor a construir imagens mentais e, portanto, é importante escolhê-las com cuidado. Estratégia: essa atividade é para ser feita individualmente, como lição de casa. O professor não deve ler as instruções nem explicar o que o aluno deve desenhar em cada frase. Na aula seguinte, os alunos abrem seus livros e comparam como cada um desenhou a frase sugerida. Em caso de discordância entre um desenho e outro, os dois alunos explicam o que observaram na frase, para chegarem a uma conclusão sobre como foi feita a escolha das imagens para a elaboração do desenho. O professor vai prestando atenção e organizando as observações, de modo a torná-las produtivas. Pode ajudar os alunos a observarem que o desenho sobre a primeira frase deve mostrar apenas uma pessoa, um cachorro e um pé mordido, porque os três elementos estão no singular; já na segunda frase, como o pé foi substituído por os pés, é preciso aparecer uma pessoa, um cachorro, mas os dois pés devem estar mordidos. O professor, discutindo dessa forma, poderá ajudá-los a perceber que todas as informações estão dadas na frase e, também, a importância do S como mar- Se a atividade tiver se mostrado interessante para as crianças, o professor pode pedir que cada aluno invente uma nova frase e escreva-a de três ou quatro formas diferentes (variando o número de cada palavra, como fizemos). Em seguida, as crianças trocam os cadernos com os amigos, e um ilustra as frases do outro. A VACA DO MINEIRINHO – 1ª PARTE (p. 106) Objetivos: • proporcionar o reconhecimento dos tempos verbais, se os verbos estão no passado, no presente ou no futuro; • levar o aluno a observar que o narrador fala no passado e a personagem fala no presente. Estratégia: peça aos alunos que leiam a piada, apostem qual vai ser o final e depois, individualmente, respondam às questões. Questão 1: Pedimos que escrevam com canetas de cores diferentes os verbos que indicam uma idéia de passado, presente e futuro, para que fiquem evidenciadas as diferenças. Chamamos a atenção para a idéia de tempo traduzida pelo verbo, pois ela é o nosso objetivo, e não o reconhecimento puro e simples de terminações de tempos verbais. Questão 2: Pedimos que as crianças destaquem com as mesmas cores narrador/passado e personagem/ presente para que fique visualmente evidente a relação entre eles. Questão 3: Nessa questão fechamos a relação entre o tempo verbal e as falas do narrador e personagem. Escrevê-la é tornar consciente essa relação. Sugerimos ao professor que discuta com as crianças o caráter de atualização do discurso di- reto em contraposição com o caráter narrativo e, portanto, de passado, do narrador. Questão 4: Pedimos a inversão passado/presente e presente/futuro/passado. A fala do narrador pode ser escrita no presente sem que haja ruptura do sentido. A fala da personagem, nesse caso pelo menos, rompe o sentido se for escrita no passado. A partir dessa observação, o professor conversa com as crianças sobre a escolha do tempo verbal e da relação entre um tempo e outro no texto. Essa escolha vai determinar o que é possível ou não escrever. Questão 5: Nessa questão as crianças podem verbalizar suas conclusões. Novamente, nosso objetivo é a tomada de consciência e o registro das conclusões tiradas. É um bom momento também para se destacar a propriedade do discurso direto na atualização dos fatos, ficando, por isso mesmo, impossível transformá-los no tempo sem outras implicações de sentido. Respostas 1. e 2. futuro — vai agüentar (personagem) presente — dá, amarro, güenta, manda (personagem) passado — estava sentado, passou, pediu, resolveu, respondeu, foram (narrador) 3. As falas do narrador estão no passado e as da personagem estão no presente. 4. “Mineirinho está sentado à beira de uma estrada, tendo ao lado sua vaca. Passa um ricaço muito do gozador, dirigindo seu carrão. Mineirinho, ao vê-lo passar, pede carona. O dono do Porsche resolve parar. — Deu uma caroninha, moço? E o ricão: — Mas, e a vaca? — Eu amarrei ela no pára-choque — responde Mineirinho. — Mas ela não agüentou, meu chapa! — Güentou, sim. — Tá bom. Você mandou! E lá se vão eles, com a vaca amarrada no pára-choque traseiro do carro.” Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia ca de plural, dizendo-lhes:“Se você esqueceu um S, mudou a imagem, você disse outra coisa. Portanto, cuidado! Cada letra é fundamental…” 75 5. Nas falas do narrador não houve problema em mudar o tempo verbal, mas nas falas das personagens essa mudança prejudicou o sentido. A VACA DO MINEIRINHO – 2ª PARTE (p. 108) Objetivos: Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 76 • levar o aluno a perceber como os tempos verbais podem combinar-se entre si dentro de um texto; • levar o aluno a perceber a “estranheza” que se instala no leitor quando a concordância dos tempos verbais não é respeitada dentro de um texto. Esse é um erro muito comum entre as crianças. Estratégia: Questão 1: Reescrevemos o mesmo período várias vezes. A cada vez apresentamos um conjunto possível ou um conjunto impossível de verbos conjugados. As crianças devem, em grupos, descobrir quais estão corretos, quais estão errados e corrigir os erros quando houver. Acreditamos que a maior riqueza da atividade está no momento da correção. O professor deve manter uma postura aberta, ouvir as soluções das crianças, pedir que expliquem como pensaram para chegar àquela conclusão. Muito mais importante do que simplesmente saber qual a solução certa é o que se aprende a partir dessa discussão. Versão 1 a: Está errada; falava-se do ricão, portanto não seria correto dizer fiquei, pois isso significa mudar a pessoa. Esse é um erro comum entre as crianças, pois elas se identificam com as personagens e mudam o foco narrativo ao se tornarem os heróis da história. Mais adiante encontramos um erro de tempo verbal. Na seqüência chegou, olha e viu há um encadeamento de ações temporais e, portanto, não poderia haver uma no presente no meio da seqüência no passado. Versão 1 b: Temos novamente uma seqüência de ações que se sucedem no tempo. Olhar, ver a vaca, não acreditar e pisar mais são ações consecutivas; portanto, não é possível uma delas, no meio, estar em tempo diferente. O mesmo pensamento vale para acelera; ele primeiro ficou cabreiro, depois acelerou, portanto, não pode ficar no presente. Versão 1 c: Nessa solução temos coerentemente o presente. Ela está toda correta. Versão 1 d: Novamente a questão do tempo. Os comentários feitos para as soluções 1 a e 1 b valem também para essa. Versão 1 e: Nessa solução o início e o final do parágrafo estão coerentemente na terceira pessoa, mas o meio dele está incoerentemente redigido na primeira. Questão 2: O objetivo é que as crianças constatem que o texto do Mineirinho está predominantemente no passado, e isso já as prepara para a pesquisa que será sugerida a seguir. Questões 3 e 4: Concluída a análise dos tempos nesse texto, propomos uma pesquisa interessante. Existe relação entre o tempo verbal e o tipo de texto? Cada equipe vai procurar uma modalidade de texto, observar a freqüência e tirar suas conclusões. Acreditamos que as crianças possam observar características como as que encontramos: • Nos textos literários o uso do tempo no passado costuma ser mais comum. • Nas reportagens o uso do presente é mais comum. • Nos textos informativos de História, Arqueologia, etc., o uso do passado é mais comum, mas nos textos informativos de outros conteúdos, o presente é mais corrente. • Nas manchetes de jornal, o uso do presente é mais comum; nos textos jornalísticos, todos os tempos aparecem. Naturalmente, como o professor estará trabalhando com os textos que as crianças trarão, é possível que encontrem outras relações. Nesse Respostas 1. a) – Fiquei cabreiro: deveria concordar com ele (o ricão). O certo seria: – Ficou cabreiro. ... ele olha o espelho e viu... Deveria ser: ... ele olhou o espelho e viu..., concordando com chegou. b) Acredita e acelera deveriam estar no passado, assim como os verbos anteriores que indicam as ações do ricão. c) Solução correta. Toda a seqüência de verbos está coerentemente no presente. d) Olha e acelera devem ficar no passado, assim como o restante do texto. e) Os verbos olhei, acreditei, pisei, fiquei, acelerei deveriam estar na 3a pessoa do singular: olhou, acreditou, pisou, ficou, acelerou, pois indicam ações do ricão (ele). 2. Nesse texto aparece mais o passado. 3. Solução diferente para cada equipe, dependendo do texto escolhido. 4. Sim, costuma existir relação entre o tempo verbal e o tipo de texto. • Nos literários, por exemplo, o tempo verbal mais freqüentemente usado é o passado. • Em alguns tipos de textos informativos, é o presente. • Nas reportagens, é o presente. Leve em consideração os dados encontrados pelas crianças. MINHA TERRA, MINHA CASA E MINHA GENTE – 1ª, 2ª, 3ª E 4ª PARTE (p. 111) Objetivos: • propiciar às crianças oportunidades para trabalhar a concordância entre o verbo e a pessoa verbal; • permitir que o aluno vivencie a função de revisor de texto. Estratégia: é uma atividade que pode ser feita como lição de casa, cada parte em um dia diferente. 1ª parte – Oferecemos as alternativas e pedimos que os alunos descubram a que seria possível. Mais do que descobrir qual é a resposta certa, eles deverão pensar por que as outras estão erradas. É assim que se produzirá o conhecimento; por isso sugerimos que o professor discuta todas as alternativas com a classe, sem dar a solução certa como resposta. 2ª parte – É uma atividade simples, de concordância de tempo verbal. Novamente a discussão no momento da correção é o mais importante. 3ª parte – Nesse trecho do texto deixamos lacunas para os alunos conjugarem o verbo no tempo e na pessoa adequados. As crianças sabem completar o texto como falantes da língua, mas depois, no momento da discussão, a necessidade de concordar pessoa e tempo deve ser abordada para que tomem consciência dela. O professor deve orientar as crianças a não se prenderem à indicação do verbo que está abaixo da lacuna. Por exemplo, na frase “Se houvesse uma desordem...”, as crianças, como falantes da língua, conhecem e falam havia, mas se ficarem pensando “Como é o verbo haver?”, acharão algo estranho na forma do verbo. Por isso, devem completar as lacunas primeiro como falantes e depois conferir. Não evitamos um texto que tivesse esses verbos irregulares, pois eles são extremamente comuns, encontrados em textos com freqüência e geralmente grafados com erro pelas crianças. Sugerimos ao professor que destaque a presença do H no verbo haver. Se levarmos em consideração a parte 3 como continuidade das partes 1 e 2, apenas o passado pode ser empregado; mas se considerarmos separadamente cada parte como um trecho, em um exercício individual como é, o uso do presente também se torna possível. Sugeri- Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia caso, deve-se considerar a solução das crianças e não a nossa. Retirados os dados, o professor e a classe podem tirar conclusões interessantes, como, por exemplo, que textos informativos costumam estar no presente para transmitir ao leitor a sensação de uma coisa verdadeira e atemporal, que vale sempre. Essa idéia é o tempo presente que traduz. 77 mos ao professor que considere correto tanto o passado quanto o presente. 4ª parte – Damos os verbos e o texto. A tarefa consiste em completar as lacunas utilizando-os. Pode ser feita como lição de casa. Respostas 1ª parte – 1. A alternativa que completa corretamente o texto é a C (nasci, era, Ficava, tinham, Criava, Parecia, formavam, matava, era, tinha, mandava). 2ª parte – 2. Os verbos corretos são: era, chamavam, éramos, tinha, vinham. 3. Os verbos ficariam: é, Chamam, somos, tem, vêm. 3ª parte – 4. Não havia/ há/ tinha/ tem no lugarejo ninguém mais importante do que meu pai. Era/ É tudo: autoridade policial, juiz, conselheiro, até médico. A sua figura inspirava/ inspira respeito; a sua presença serenava/ serena discórdias. Se havia/ há uma desordem, mal ele chegava/ chega a desordem acabava/ acaba. Bastava/ Basta que desse/ dê razão a uma pessoa, para que todo mundo afirmasse/ afirme que essa pessoa é que estava/ está com a razão. Os seus conselhos faziam/ fazem marido e mulher, desunidos, voltarem a viver juntos. Ninguém tomava/ toma um remédio sem lhe perguntar que remédio devia/ deve tomar. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 78 4ª parte – 5. Meus pais eram padrinhos de quase toda a meninada dos arredores e o maior prazer de minha mãe era criar. Se uma de suas comadres morria, deixando filhos pequeninos, ela, a pretexto de que as madrinhas devem ser segundas mães, ia buscá-los para que não morressem de abandono e de fome. Às vezes, pela porta adentro, nos entravam verdadeiras braçadas de fedelhos, enchendo os quartos de alaridos e de berros. E minha mãe os criava com os mesmos cuidados e o mesmo carinho com que criava os filhos. TRINA (p. 115) Objetivos: • propiciar oportunidades em que a criança trabalhe com grafias de verbos; • proporcionar a revisão de algumas classes gramaticais e sua significação. Estratégia: trata-se do já conhecido jogo-davelha. Sugerimos que as crianças tentem descobrir a solução sem o uso do dicionário. Só consultá-lo para confirmar a resposta. Trabalhamos com palavras homófonas (mesmo som, mas grafia diferente), pois esses verbos, substantivos e pronomes são freqüentemente confundidos. Depois que os alunos encontrarem a solução correta do jogo, sugerimos que o professor trabalhe as relações presentes em cada quadro. Por exemplo, no primeiro, a solução é: sede é um substantivo e significa a necessidade de beber algo. No quadro temos sede, também como substantivo, mas significando o local onde fica uma administração central; e cede, que é a 3a pessoa do singular do verbo ceder, que significa renunciar, desistir, não resistir. Ao proceder dessa forma, o professor poderá otimizar a possibilidade de conhecimento proposta no jogo. Ele pode propor a descoberta das outras trinas de cada quadro, pedindo que as crianças escrevam no caderno cada uma delas com uma cor diferente ou registrando as seqüências como fizemos aqui. Como lição de casa, propomos que as crianças encontrem outras palavras que, à semelhança das do jogo, sejam pronunciadas da mesma forma, escritas de maneira diferente e signifiquem coisas diferentes. Depois, podem montar trinas e trocar entre si. Respostas 1 local onde fica uma administração central cede necessidade de beber algo verbo substantivo sede sede 3a pessoa do singular de ceder verbo objeto que segura sinto as calças na cintura verbo sinto substantivo substantivo sensação de sentir pedido de desculpas cinto 3 verbo dar desce (Ex.: Se ele me outra chance...) verbo nesse indicação de qual lugar é pronome a combinação em + esse 3 pessoa do singular de descer desse 4 poço verbo verbo posso a cavidade funda 1 pessoa do aberta na terra singular de para obter poder água 1a pessoa do singular de posar poso substantivo 5 cela verbo aposento de presos assento sobre o qual monta o cavaleiro sela cela substantivo põe selos adjetivo A SUJEIRA NOSSA DE CADA DIA (p. 117) Objetivo: • propiciar situações em que o aluno trabalhe com as terminações AM/ÃO. Estratégia: desde o livro da 2a série temos trabalhado com essa questão. Naquele volume apontamos a tonicidade como elemento de decisão entre AM e ÃO: quando a palavra terminar em AM é paroxítona; quando terminar em ÃO é oxítona. No livro da 3a série voltamos a tratar da terminação, mas dessa vez ligando-a ao tempo verbal: AM é terminação de presente e passado; ÃO é terminação de futuro. Neste livro da 4a série voltamos mais uma vez a essa questão. Procuraremos agora trabalhar com a tonicidade e a noção de tempo simultaneamente. Como se trata de uma atividade de manutenção sobre um conhecimento já gerado e sistematizado, pode ser feita como lição de casa. Questão 1: As crianças devem preencher as lacunas com os verbos nos tempos definidos nos quadrinhos. Questão 2: Depois de preenchidas as lacunas, pedimos que organizem os verbos pela terminação para que possam observá-los melhor. Questão 3: Observando os verbos de cada coluna, os alunos poderão concluir que: 1. Verbos terminados em ÃO: estão todos no futuro, 3a pessoa do plural; são todos oxítonos. 2. Verbos terminados em AM: estão todos na 3a pessoa do plural do presente ou do passado; são todos paroxítonos. Depois que as crianças tiverem inferido as regras, o professor pode pedir que observem os verbos estão e são, que se encontram no trecho c. Eles terminam em ÃO, mas estão no presente. Apresente-os como exceções que não invalidam a regra. Questão 4: Sugerimos que as crianças escrevam como pensam ser esse processo de reciclagem para que tomem consciência do próprio pensamento. Caso o professor tenha interesse em discutir com elas, temos nessa atividade todo o material necessário para um excelente trabalho de conscientização ecológica, permitindo a formação de conceitos de cidadania. É importante o professor criar um espaço de troca dos textos redigidos Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 2 79 serem compostos de areia, sódio, cal e vários aditivos, os microorganismos não conseguem comêlos. Um recipiente de vidro demoraria 4 000 anos para se desintegrar pela erosão e ação de agentes químicos.” j) “Estima-se que o Brasil produz uma montanha de mais de 80 000 toneladas de lixo por dia. É uma pena que, em São Paulo, das 12 000 toneladas diárias de lixo, apenas 0,8% seja reciclada. Otimistas acreditam que se um trabalho sério de conscientização for feito com a população, nos próximos anos muito mais toneladas de lixo serão recicladas.” pelas crianças, dando um sentido de comunicação ao texto delas a partir da socialização do conhecimento com a classe. Respostas Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 80 1. a) “Bactérias, fungos, leveduras e outros micróbios se alimentam da matéria orgânica do lixo, transformando-a em compostos mais simples, que são devolvidos ao meio ambiente.” b) “O trabalho de decomposição do lixo pode demorar um século ou mais. O tempo depende de vários fatores. O calor e a umidade do solo, por exemplo, estimulam o crescimento e a atividade dos microorganismos aeróbicos.” c) “Quanto mais quente e úmido for o local onde os dejetos estão, mais rápida será a sua decomposição. Por outro lado, as águas e terrenos ácidos são muito prejudiciais ao meio ambiente, pois limitam a capacidade de desenvolvimento dos microorganismos.” d) “Os ácidos, metais pesados e substâncias tóxicas prejudicam as bactérias e podem até matá-las.” e) “Se o lugar for úmido, as folhas de papel levarão três meses para sumir, ou mais do que isso, se o local for seco. Além disso, papéis absorventes durarão vários meses. Jornais permanecerão intactos por décadas.” f) “Os microorganismos, insetos e outros seres invertebrados geralmente transformam a matéria orgânica de forma eficaz. No entanto, restos de frutas, que se decompõem em uns 6 meses em clima quente, podem conservar-se por um ano num lugar mais ameno. Isso porque o frio e o orvalho dificultam a proliferação dos micróbios e diminuem sua capacidade devoradora.” g) “Na Idade Média as pessoas não sabiam dos riscos que os detritos poderiam representar e por isso não se preocupavam em enterrá-los ou incinerálos.” h) “Há poucos anos, os cientistas descobriram que os gases que emanam da decomposição do lixo podem ser utilizados como fonte alternativa de energia.” i) “Os vidros não se biodegradarão jamais. Sua resistência é tamanha que arqueólogos encontraram utensílios de vidro do ano 2000 a.C. Por 2. Verbos terminados em ÃO levarão, durarão, permanecerão, biodegradarão, serão Verbos terminados em AM alimentam, estimulam, limitam, prejudicam, transformam, sabiam, preocupavam, descobriram, emanam, encontraram, acreditam 3. • Todos os verbos terminados em ÃO estão no futuro e são oxítonos. • Já os verbos terminados em AM estão no passado e são paroxítonos. 4. Resposta pessoal. NO MUNDO DA LUA (p. 121) Objetivos: • ajudar os alunos a encontrar soluções que os auxiliem a decidir quando usar O ou U em verbos terminados por encontro vocálico; • apresentar mais um pouco de informação sobre esse assunto apaixonante que é o espaço. Estratégia: mais uma vez sugerimos uma atividade de preenchimento de lacunas. É uma estrutura que permite o trabalho com um texto longo sem exaurir as crianças na reescrita do texto todo. Misturamos trechos de reportagem com textos escritos por nós para criar um contexto. Respostas A sonda Magalhães, lançada pela NASA em 1989, chegou a Vênus um ano depois e cobriu 98% da superfície do planeta, fazendo as imagens das montanhas e vales mais nítidas já conseguidas até hoje distinguiu crateras vulcânicas das criadas por meteoros. Desta forma, ela abriu novas perspectivas de compreensão de como é verdadeiramente a superfície daquele planeta. Desconfio que essa sonda não está mais em órbita. Preciso pesquisar mais sobre este assunto, pois essas informações foram-me dadas por um colega e quando guio-me por informações pouco científicas sinto-me inseguro. No dia 11 de outubro de 1994, a sonda Magalhães atraiu a atenção dos cientistas da NASA, interrompeu sua comunicação com a Terra e espatifou-se num vôo suicida na superfície do planeta Vênus. Encerrou, assim, sua missão de exploração por meio de radar daquele planeta irmão da Terra: Vênus. É absolutamente incrível. Creio que isso possa ter causado uma grande explosão. Imagino a sonda em mil pedaços incandescentes e fico estarrecido quando avalio o prejuízo para a ciência que um desastre desses provoca! Ela foi a que conseguiu realizar o mais completo retrato de Vênus dentre todas as vinte e seis sondas que a NASA lançou até aquela data. Mas, descoberta interessante mesmo foi a que aconteceu nos idos de 1650, quando o astrônomo e matemático holandês Christiaan Huygens, que viveu de 1629 a 1695, montou um poderoso telescópio, que revelou que Saturno parecia mudar de forma. Aprecio esses astrônomos e suas invenções maravilhosas. Em sonho aproprio-me de algumas delas, crio muitas fantasias, fingindo que são minhas. Creio que algum dia também vou inventar algo e sentir que propicio um pouco de evolução para a humanidade. Huygens relatou que o planeta era cercado por um anel largo e fino. Pela primeira vez identificava-se como anel a estranha formação que circundava o planeta. Huygens descobriu também a maior lua de Saturno, Titã, bem como a nebulosa de Órion. A comunidade científica européia escolheu o nome desse astrônomo para batizar a sonda espacial que enviou a Saturno. 1. verbos última letra dos verbos tempo pessoa número trechos com anotações pessoais trechos com informações o u presente 1a pessoa singular passado 3a pessoa singular 2. Escrevemos com O quando forem verbos no presente e na 1a pessoa do singular; escrevemos com U quando forem verbos no passado e na 3ª pessoa do singular. 3. a) O – I – B – T – S – C – I – O b) Biscoito O assunto verbos é quase interminável. Atingimos o limite do trabalho que desenvolveremos com ele por esgotamento do tempo disponível para o professor em sala de aula. Maior aprofundamento ou ampliação de conceito produziria exaustão. Assim sendo, terminamos por aqui. Módulo VI – Interpretação de perguntas e elaboração de respostas (p. 124 a 138) Algumas considerações De todas as modalidades textuais, o texto de instruções é o mais freqüente na vida escolar. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Os trechos do diário que são pensamentos do Ludovico estão diferenciados dos da reportagem para podermos refletir sobre eles. Questão 1: Ao preencher a tabela, as crianças organizarão os dados básicos para as conclusões que serão pedidas a seguir. Questão 2: Poderão concluir que: • O é usado no presente, 1a pessoa do singular (eu). • U é usado no passado, 3a pessoa do singular (ele). Questão 3: Ao retirarem a segunda letra dos verbos destacados e descobrirem a charada, encontrarão a palavra biscoito. Que tal, gostou?! 81 Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 82 Os alunos necessitam diariamente interpretar perguntas, instruções de atividades, experiências. Ler com eficiência esse tipo de informação implica, dessa forma, melhor desempenho na vida estudantil, principal atividade dos nossos jovens nesse momento de vida. Apesar do freqüente contato com esse tipo de texto, um grande número de alunos de todos os níveis de escolaridade fracassa nessa tarefa. Por que será? Preocupados com isso, temos colhido informações com professores, pais e alunos na busca de compreender o problema para pensarmos em uma solução. Os adultos costumam atribuir o problema ao aluno: são preguiçosos e lêem apenas parte da pergunta ou nem pensam sobre ela e já dizem não entendi, o que é para fazer aqui? Dizem ainda que os alunos são distraídos. Desconfiamos dessas explicações, pois quando um aluno erra as questões tem de se deparar apenas com conseqüências desagradáveis: refazer o trabalho, tirar nota baixa, etc. Sabe-se, ainda, quantos problemas isso acarreta. Por exemplo, o medo de perder a estima e o respeito dos professores e pais por “decepcioná-los”; o sentimento de insegurança, burrice, etc. Será que um número tão grande de jovens é masoquista a ponto de desejar coisas tão difíceis e ruins de serem vividas para si? Que interesse os alunos teriam em ser desatentos e preguiçosos, se as conquistas são tão negativas? Em busca de outra compreensão, começamos a analisar as perguntas e respostas de alunos de várias séries e escolas diferentes para observar o que era recorrente. A partir dessa análise, concluímos que há várias razões para que isso aconteça. 1. Muitas vezes as questões são mal formuladas: são vagas, dúbias, ou pedem em sua formulação menos do que na verdade se deseja como resposta. Acreditamos que isso aconteça porque elaborar questões é uma tarefa difícil; às vezes a pessoa pensa a resposta desejada e elabora a pergunta. Isso lhe dá a sensação de que aquela pergunta leva exclusivamente àquela resposta, o que nem sempre é verdade. Quan- do o aluno lê parte da pergunta e se vê diante de várias possibilidades de resposta, sente-se inseguro porque não sabe o que se espera dele. 2. Nas perguntas feitas nos livros didáticos são utilizados termos que nem sempre são explicados aos alunos; cada professor compreende as questões de uma maneira, e os alunos ficam sem saber o que significam. Os termos mais comuns são: explique, justifique, por quê?, descreva, relacione, compare, analise, o que você compreendeu (sobre o assunto X). Quais os limites de cada termo utilizado? Explique é a mesma coisa que justifique ou são diferentes? Por que significa o mesmo que os outros dois termos ou é outra coisa? Uma comparação tem em si embutida uma descrição. Qual a diferença entre as duas? E uma relação tem em si uma comparação implícita. Quais os limites e diferenças de cada uma? Pedir que analise é o mesmo que pedir uma descrição? Perguntamos a vários professores como compreendiam cada termo, e eles puderam perceber que havia diferenças de compreensão entre eles: alguns achavam que explique, justifique e por quê? eram a mesma coisa, e outros que tinham sentidos diferentes, e assim por diante. Ficamos com duas indagações: a) Se esses termos não são claros para os professores, como podem ser claros para os alunos? b) Se os termos não são claros para os alunos, como podem saber o que se espera deles? Em seguida, procuramos investigar se em algum colégio havia um trabalho para explicar esses termos aos alunos. Entre os pesquisados, não encontramos nenhum que fizesse isso. 3. As chaves de significação em perguntas estão centradas em algumas classes gramaticais: pronomes interrogativos, advérbios, preposições e adjetivos. Enquanto em outras modalidades textuais, inferências e conhecimentos prévios de várias naturezas são elementos que complementam a interpretação, tornando mais ampla a significação, o mesmo não se dá na leitura de enunciados e questões. para os alunos. Esta parte refere-se mais à metodologia das matérias. c) Há uma dificuldade por parte dos alunos em localizar suas dúvidas. Quando não entendem algo, sentem a não-compreensão como algo global, indiferenciado. Muitas vezes não compreenderam apenas um detalhe, ou parte da questão, mas sentem como se não estivessem entendendo nada. d) Há uma insegurança muito grande por parte dos alunos em relação a sua capacidade de interpretar. Essa insegurança é ampliada pelo fato de os professores lerem a pergunta em voz alta e explicarem o que é para fazer. Quando se deparam sozinhas diante dessa tarefa, as crianças não acreditam que podem entender, ou que o que entenderam é bom, necessitando da confirmação do adulto. A mesma dificuldade encontrada na interpretação das perguntas encontramos na elaboração das respostas. Professores de todas as áreas, de todos os níveis e de diferentes regiões são unânimes em dizer que os alunos não sabem responder, que suas respostas não são claras, são mal escritas, que eles não sabem Português, são analfabetos, não sabem se comunicar, etc. Ao perguntarmos por que achavam que os alunos respondiam dessa forma, as respostas foram as mesmas: porque têm preguiça de escrever, fazem de qualquer jeito, não são interessados. E voltamos a nos perguntar: quando respondem dessa forma, só conquistam coisas desagradáveis, difíceis de serem vividas. Será que são simplesmente preguiçosos? Analisando as respostas, vimos que há problemas em dois campos diferentes: a) no conteúdo das respostas, ou seja, as informações estão incompletas, ou há informações inadequadas, ou pouco pertinentes (chamadas de “enrolação”); b) as informações não estão redigidas de forma clara, articulada. O aspecto a) diz respeito à necessidade de as respostas serem completas; o b) se refere à clareza. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Explicamos melhor: se o leitor não souber o significado de muitas palavras em um texto literário, pode inferir o significado delas pelo contexto e compreender o texto sem maiores prejuízos. Em textos de instruções não. As instruções são textos econômicos, nos quais cada palavra tem um conteúdo preciso a informar. Nessa medida, uma única palavra mal interpretada pode levar o leitor a caminhos não desejados. Por exemplo: Escreva as letras destacadas...; Escreva uma das letras destacadas... são ordens diferentes, apesar de haver uma única palavra diferente. Ora, isso significa que a leitura de instruções, perguntas, etc. exige uma precisão de interpretação maior do que outras modalidades textuais, sendo, a nosso ver, o tipo de texto mais difícil de ser compreendido pelos alunos. Essa dificuldade inerente ao objeto exige todo um trabalho de aprendizagem que não costuma ser realizado. Nesta coleção tem sido desenvolvida desde a primeira série uma preocupação em relação à clareza na elaboração das questões e orientações sobre a postura do professor, para facilitar a aprendizagem da leitura de enunciados. É por essa razão que orientamos o professor a não ler nem explicar as instruções para as crianças. Para que elas se tornem autônomas como intérpretes, o professor deve pedir que leiam silenciosamente as perguntas, sozinhas ou em duplas, e depois expliquem em voz alta o que é para ser feito. Quando dois alunos compreendem de maneiras diferentes o mesmo comando, o professor pede que cada um mostre o que observou na pergunta para achar que era daquela forma. Nesse momento fica evidenciado que palavras estão sendo mal interpretadas ou que deixaram de ser lidas. Ao conseguir localizar sua dúvida, o aluno pode resolvê-la e saber onde estão os pontos-chave de significação em novas situações. No entanto, é preciso que o professor esteja também atento para outros aspectos: a) É preciso discutir com os alunos o sentido dos termos usados nas perguntas e o tipo de resposta que cada uma exige. b) Há aspectos ligados à compreensão de conceitos que nem sempre estão claros 83 Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 84 Distinguir esses dois aspectos é fundamental. O primeiro deles é da competência de cada área, ou seja, o professor em cada área precisa discutir com os alunos como pensar para decidir quais seriam as informações necessárias e pertinentes para aquela resposta ser completa, e isso varia de conteúdo para conteúdo, de área para área. O segundo aspecto está relacionado à forma como o aluno redige a resposta, e acreditamos que isso seja de nossa competência, da área de Português. Analisando os problemas concernentes à forma como os alunos redigem as respostas, observamos alguns aspectos: às vezes as informações estão presentes, mas não são articuladas, estando escritas de forma justaposta, o que compromete a compreensão; outras vezes o problema está na forma como eles redigem, por não compreenderem os termos citados anteriormente (compare, justifique, etc.). Por exemplo: o professor pede que o aluno compare X com Y. Na resposta, ele descreve X e descreve Y. Na cabeça dele, ao deixar evidenciadas as diferenças entre X e Y na descrição, já está feita a comparação, o que não é considerado pelo professor. Notamos também uma insegurança por parte dos alunos em relação ao que é igual e ao que é diferente nas respostas. Como saber quando eu disse a mesma coisa com palavras diferentes e quando eu mudei apenas uma ou duas palavras e disse outra coisa? Isto gera uma insegurança muito grande nos alunos, e em conseqüência eles sentem a necessidade de pedir a confirmação de tudo o que escrevem, gerando a necessidade de ler em voz alta ou mostrar cada resposta escrita para se sentirem seguros. Por todas essas razões (e outras mais que não detalharemos por não ser esse o espaço para aprofundamentos), sentimos a necessidade de abrir um módulo para começar a discutir essas questões em sala de aula. Dissemos começar a discutir porque não pretendemos esgotar o assunto, deixando claro que seria necessário continuá-lo e ter a redação de respostas como uma modalidade textual a ser trabalhada exaustivamente em sala de aula, dada sua importância e dificuldade. Neste volume abriremos as seguintes frentes de trabalho: a) Conceito de “resposta completa” como aquela que informa o leitor suficientemente para que ele possa resgatar a pergunta na resposta. Nosso conceito não é de que resposta completa é aquela que repete a pergunta, mas aquela que permite a compreensão da própria pergunta na resposta. Além disso, levamos em conta o contexto no qual a pergunta se encerra como integrante da significação, e, portanto, fazendo parte dela. b) Discutiremos alguns elementos para que o aluno perceba onde está a noção de completude na resposta. c) Discutiremos alguns elementos para que os alunos possam decidir quando estamos dizendo a mesma coisa com outras palavras e quando estamos dizendo outra coisa. A execução das atividades desse módulo está muito centrada em discussões entre os alunos e o professor, sendo nossas propostas apenas desencadeadoras dessas discussões. Sugerimos, por isso, que o professor faça as atividades antes de desenvolvê-las em classe e, se possível, junto com outros colegas, para que a discussão entre eles abra portas sobre as questões que podem ser trazidas pelos alunos. A postura de ouvi-los, de pensar “o que eles estão querendo dizer com isso” deve ser constante no professor. Há sempre dois ângulos que são buscados: de um lado, o de o professor conseguir entender o que se passa na cabeça do aluno; de outro, o de ensiná-los como pensar e decidir ao escrever. Ou seja, buscamos um diálogo entre alunos e professores no qual o aluno possa dizer ao professor o que pensa e evidenciar suas dúvidas, e em que o professor possa dizer o que pensa e espera dos alunos. Acreditamos que dessa comunicação e clareza só possa nascer uma maior compreensão! RESPONDER, SIM. MAS COMO?! (p. 124) Objetivos: • colocar o aluno na posição do professor que lê respostas muito diferentes a uma mesma pergunta e precisa avaliar essas respostas; • discutir que informações seriam necessárias para uma resposta ser considerada completa; • desenvolver o pensamento por dedução e inferência. Estratégia: essa atividade foi elaborada a partir da análise das respostas dadas por alunos de 5a série na prova de História, de um colégio particular de São Paulo. Reproduzimos literalmente aqui algumas das respostas dadas pelos alunos. Para a execução da atividade sugerimos que o professor converse com a classe sobre os objetivos do trabalho e depois reúna os alunos em equipes para fazerem as questões. Elas devem ser necessariamente realizadas em classe e em equipes para favorecer a troca de pontos de vista. Questão 1: a) Sugerimos que redijam a pergunta que acham que teria sido feita, analisando a resposta, para que possam observar que em algumas respostas a pergunta seria a mesma e em outras respostas a pergunta seria outra. Este procedimento poderá ajudá-los a perceber dois aspectos: diferenciar resposta incompleta de resposta errada e começar a pensar quais informações são importantes e pertinentes a uma pergunta. Acreditamos que a pergunta formulada para as 6 primeiras respostas seria: “O que havia no planalto de Piratininga, hoje São Paulo, na época do descobrimento, quando os portugueses chegaram nele?”. A 7a resposta indica duas perguntas possíveis: a mesma formulada para as 6 primeiras respostas ou “Como eram as tribos e os índios que os portugueses encontraram no planalto de Piratininga quando chegaram na época do descobrimento?”. Observem que alguns alunos destacaram apenas aspectos geográficos; outros, aspectos geográficos e humanos (índios) e o último, apenas aspectos humanos (os índios e suas características). O que nos leva a imaginar que, na pergunta, o professor não orientou se queria aspectos geográficos ou humanos. Esta imprecisão gera incerteza na resposta, revelada pelos alunos. A partir da média de respostas, acreditamos que o professor deva ter perguntado O que havia... b) A partir da média de respostas, imagina-se a pergunta e começa-se a discriminar quais seriam as informações necessárias para a resposta ser completa: bastavam os aspectos geográficos ou seria necessário explicitar os aspectos humanos também? Ou seja, falar dos índios e das tribos era ou não necessário para haver completude? c) Sugerimos que os alunos tentem responder de forma completa durante o trabalho de equipe e que, depois, abra-se a discussão no grupão, para que seja redigida uma resposta coletiva juntamente com o professor. Os alunos poderão, a partir daí, observar o que ainda está incorreto em suas respostas ou se foi apenas redigido de forma diferente. d) Tendo agora um critério de pensamento, os alunos poderão decidir quais respostas seriam incompletas e quais seriam erradas em relação à pergunta feita. Acreditamos que as respostas 6 e 7 estejam erradas: a 6a porque não havia menos peixes e lagos naquela época, e a 7a porque falar que os índios andavam nus e não eram católicos não é a resposta mais adequada à pergunta sobre o que havia no planalto naquela época. Em relação à completude das outras respostas, gostaríamos de evidenciar que não é claro para as crianças quantos ou quais aspectos seria relevante destacar: basta um, dois, o maior número possível deles? Essa também é uma dis- Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Para desenvolver essas idéias preparamos as atividades a seguir. 85 cussão a ser feita e que deveria estar presente na formulação da pergunta. Questão 2: Sugerimos que esta parte da atividade seja realizada em outro dia, para que não se torne muito cansativa. O objetivo dessa questão é fazer com que os alunos diferenciem os pronomes interrogativos. Muitas vezes o professor pergunta onde, o aluno responde qual. Outras vezes a pergunta é o que, e a resposta começa por quando... Discutir a relação entre os pronomes e a redação das respostas é nosso alvo nesse momento. Procuramos para isso fazer perguntas objetivas, em que o conteúdo da resposta não oferecesse problemas para não desfocar nosso objetivo. Algumas respostas permitem mais de uma pergunta, outras exigem apenas uma pergunta, outras ainda exigem o mesmo pronome interrogativo, mas o restante da formulação tem mais de uma possibilidade. Ao fazer a correção, o professor não deve se esquecer de propiciar todas essas discussões. Procuraremos aqui antecipar algumas situações que poderão surgir, mas é fundamental que o professor esteja atento às situações específicas que sua classe poderá propor. Nesse caso, analise na hora a solução com eles e ajude-os a encontrar uma resposta... Questões: Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 86 1. A pergunta exige a presença de quem. O restante pode variar. Perguntas: Quem foi o maior jogador de futebol dos últimos tempos? Ou Quem foi o primeiro jogador de futebol a fazer mil gols? Ou Quem foi o ministro de Esportes de 199... a 199...? Ou Quem foi o atleta do século? 2. A pergunta exige a presença de qual. O restante não deve variar. Pergunta: Qual a primeira capital que o Brasil teve? E qual é a atual? 3. A pergunta exige a presença de onde. Pergunta: Onde moravam os índios em tal época? Destaque que a presença do verbo no passado vai exigir a localização da pergunta no mesmo tempo: Onde moravam os índios na época do descobrimento? Ou... em tal momento da história? 4. A pergunta exige a presença de por que. Não há possibilidade de variações na pergunta. Pergunta: Por que sorvetes devem ser tomados rapidamente? 5. Esta é uma pergunta que exige quando ou como. O restante dela pode ter pequenas variações. Perguntas: Quando devemos tirar do fogo a panela de pipocas? Ou Como sabemos que a pipoca que há dentro da panela está pronta? 6. Esta pergunta exige a presença de quantos. O restante dela não permite variações. Pergunta: Quantos alunos participaram do jogo de vôlei? 7. Esta pergunta também exige a presença de quantos. O restante da pergunta pode ser muito variado. Perguntas possíveis: Quantos anos seu irmão tinha quando você nasceu? Ou Quantas unidades tem uma dúzia? Ou Quantos alunos trouxeram a lição de Matemática feita?, etc. Há uma infinidade de perguntas que poderiam ser formuladas para uma resposta como essa. Fizemos as perguntas 6 e 7 intencionalmente. As duas exigem quantos na formulação, mas uma resposta deixa a pergunta precisa, e a outra não. Exploraremos esse aspecto na questão 3. 8. Esta pergunta exige a presença de descreva ou como é. O restante dela não permite variações. Pergunta: Descreva como é uma xícara. Ou Como é uma xícara? Ou Como é este objeto que está sobre a mesa? 9. Esta pergunta exige a presença de compare. O restante também não permite variações. Pergunta: Compare as características físicas do burro e do cavalo. Destacamos aqui a importância de delimitar o que comparar dos dois elementos, pois simplesmente compare permite a comparação de vários aspectos: físico, comportamental, função social, valor no mercado, etc. Este é um erro freqüente na formulação de questões por parte dos professores. 10. Esta pergunta exige a presença de o que. O restante da pergunta pode variar. Pergunta: O que ela fez depois que brigou com o pai? Ou O que ela fez quando percebeu que os pais haviam chegado?, etc. Respostas 1. a) As perguntas possíveis já estão na explicação dos objetivos de cada pergunta. b) A pergunta seria: O que havia no planalto de Piratininga, hoje São Paulo, na época do descobrimento, quando os portugueses chegaram? c) A resposta seria: Naquela época, havia muito mato, árvores, rios, um morro cercado de montanhas e uma clareira onde havia tribos de índios. d) Consideramos as respostas 1 a 5 incompletas e a 6 e a 7 erradas. A 6 está errada porque as informações não são verdadeiras e a 7 porque as informações são verdadeiras, mas respondem a outra pergunta. 2. As perguntas possíveis estão destacadas nas explicações dos objetivos. 3. a) Não. b) Para a resposta 7 foram formuladas muitas perguntas. c) Nós consideramos a resposta 6 mais completa e clara porque ela conduz a uma única pergunta. 4. As palavras a serem destacadas são: quem, qual, onde, por que, quando, como, quantos, descreva, como é, compare, o que, quais as conseqüências. QUAL DELAS É A MELHOR? (p. 127) Objetivos: • desenvolver no aluno a habilidade de interpretar textos informativos, selecionando informações; • desenvolver a habilidade de leitura de textos de instrução; • levar o aluno a perceber quando as justificativas e as afirmações são coerentes; • desenvolver a habilidade de comparar e tirar conclusões. Estratégia: peça aos alunos que leiam o texto juntos e conversem entre si sobre ele. Antes que o jogo comece, o professor deve ficar à disposição para responder às perguntas que os alunos fizerem. Depois de iniciado o jogo, as crianças não poderão mais fazer perguntas ao professor; por isso, a discussão geral deve ser feita no início e o professor não deve explicar o texto, apenas responder ao que perguntarem. Terminada a fase de leitura, as equipes devem começar a jogar entre si. As regras estão descritas no livro do aluno, e o professor só deve ajudar a compreendê-las se necessário, sempre usando a estratégia de pedir que os alunos expliquem o que é para fazer e chamando a atenção para as palavras-chave quando necessário. Todas as questões têm sutilezas que devem ser exploradas na discussão final, no momento da correção do jogo. Durante o jogo o professor não deve dar a solução correta, deixando para as equipes essa decisão. Nós colocaremos a seguir nossos argumentos, mas o professor deve levar Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 11. Esta pergunta exige a presença de o que ou quais as conseqüências. O restante da pergunta não permite variações. Perguntas: O que acontecerá se eu desobedecer às regras do jogo? Ou Se eu não obedecer às regras do jogo, quais serão as conseqüências? 12. Esta resposta exige a presença de duas perguntas: uma de opinião e outra com por que. O restante da pergunta pode variar. Perguntas: Você gostou de nossa gincana? Por quê? Ou Você escalaria o monte Everest? Por quê?, etc. Questão 3: Nosso objetivo é que os alunos percebam a imprecisão da resposta 7 em contraposição à precisão da resposta 6. Isto indicaria que, para decidir se uma resposta está completa, devemos observar se ela é precisa em relação à pergunta, ou seja, se ela poderia ser a resposta de apenas uma pergunta ou de muitas. Questão 4: Nosso objetivo nessa questão é que os alunos percebam a relação entre os termos da pergunta e os termos da resposta, ou seja, começamos a indicar como responder. Discuta com eles como deveria ser redigida a resposta. Se a pergunta é Do que você mais gostou na gincana?, a resposta deveria ser De ter ganhado, ou Do que eu mais gostei foi ter ganhado e não “Foi quando…”. 87 Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 88 em consideração os argumentos levantados pela classe e trabalhar principalmente com eles. Questão 1: Seu objetivo é ajudá-los a tirar conclusões adequadas a partir dos dados, bem como conclusões que não são dedutíveis pela lógica do texto. a) Ela é incompleta porque é vaga. Conhecedor de que época, da de antigamente ou da atual? Além disso, não responde ao que o aluno observou para chegar à conclusão. b) Esta resposta levanta duas informações corretas: o texto conta que os índios eram escravos e Munduruku é realmente um nome indígena, mas isso não leva à conclusão de que Munduruku era escravo. c) Esta é a mais completa e clara. d) Pode-se até imaginar que ele é um historiador brasileiro, mas esta conclusão deveria ser fruto de conhecimentos extratexto, porque no texto não há dados claros que possam levar a essa conclusão. e) Há aqui uma afirmação correta: o autor do texto compreende o modo de os índios pensarem, mas essa é uma conclusão incorreta, porque isso não significa que ele tenha vivido naquela época, ou que só seja possível conhecer algo se você viveu o fato. Questão 2: Um texto traz um conjunto de informações e planos de interpretação. Nosso objetivo é que os alunos percebam que se deve buscar vários planos para poder decidir qual deles é o melhor, ou o mais abrangente. Esta questão é bastante difícil e acreditamos que levantará muitas polêmicas entre as crianças. Nosso objetivo é justamente a discussão, o debate de pontos de vista acima de qualquer resposta certa. a) Esta resposta seria incompleta porque serviria para qualquer texto que falasse qualquer coisa de índios. Falta uma explicitação sobre o que ela fala dos índios. b) A razão é a mesma. A questão fala da colonização, mas de que aspectos dela? Além disso, também fala de outras coisas que não estão incluídas nessa resposta. Ela é vaga demais e, portanto, incompleta. c) Esta seria, a nosso ver, a melhor resposta. Ela fala em índios e brancos e de que modo o texto relaciona os dois. d) Novamente a resposta é incompleta porque o texto fala que os índios foram escravizados, mas fala de muito mais coisas além disso. e) O texto também denuncia a violência do colonizador, mas não como objetivo principal, pois se fosse esse seu objetivo, teria sido mais intenso, explicaria melhor como a violência se dava, etc. Ele só cita a denúncia para explicar a idéia do homem branco de que índio é preguiçoso. Questão 3: Nosso objetivo nessa questão é os alunos perceberem que os dados da resposta devem ser pertinentes para provarem o que se quer, e não simplesmente que sejam verdadeiros. Muitas vezes eles colocam nas respostas dados que estão no texto, que são verdadeiros nesse sentido, mas que não são os dados que provam o que se pede. Queremos que consigam fazer essa distinção. a) Esta é, a nosso ver, a resposta correta quanto ao conteúdo e à forma. Ao conteúdo porque era essa a justificativa que davam, e à forma porque a uma pergunta como não se deve responder porque, como aparece nas respostas b, d, e. b) Está incorreta por duas razões: na forma, porque começa com por que e no conteúdo porque ela explica o motivo de os índios desobedecerem, mas não é a justificativa dos portugueses para escravizá-los. c) Está correta na forma, mas essa é a explicação do ponto de vista dos índios, e não dos portugueses. d) É verdadeiro que os índios gostavam de ser livres e fugiam, mas não é a justificativa dada pelos portugueses. e) Novamente temos por que no início, o que implica erro de forma, e uma afirmação verdadeira, mas que não é a justificativa pedida na pergunta. Questão 6: Colocamos várias afirmativas que aparecem no texto, mas misturadas com outras incorretas, de tal forma que gerem um todo falso. Que as crianças percebam isso é o nosso objetivo. a) Falsa. Essa é a finalidade do trabalho para o homem branco. b) Esta é a correta no conteúdo e na forma. c) Falsa. Generosidade e poder não são sinônimos. d) Falsa no conteúdo. e) Índios não têm dinheiro como valor, esse é um valor de branco. Questão 7: Nosso objetivo é trabalhar com uma relativização de afirmações feitas no último parágrafo. Ela implica perceber que há duas afirmações, e que uma relativiza a outra. a) Esta é a resposta correta a nosso ver. b) Os trabalhos de homens e mulheres são diferentes; por isso não dá para afirmar que dividem igualmente o trabalho. c) Todos os homens fazem as mesmas coisas e todas as mulheres também, mas todos os índios não fazem as mesmas coisas. d) Todos sabem fazer tudo o que é concernente ao seu sexo, mas não tudo que se refere ao trabalho da tribo. e) É correto dizer que todo índio sabe fazer de tudo, não havendo um que saiba mais do que o outro, mas não é correto dizer que não existe divisão de trabalho porque ela existe entre homens e mulheres. Questão 8: Nesse grupo de respostas trabalhamos com a argumentação. Queremos que os alunos percebam se o argumento usado para explicar a primeira afirmativa é válido, se explica verdadeiramente o que foi afirmado. a) A afirmativa é falsa, o que por si só já invalida a resposta. b) A afirmativa é verdadeira, mas a justificativa está incompleta. c) A afirmativa é verdadeira, mas a justificativa não tem peso, não é a mais importante. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Questão 4: Temos uma série de afirmativas corretas, retiradas do texto, mas não são a prova do que se pede. Perceber isso, para poder selecionar os dados na hora de responder, é o objetivo dessa questão. a) Temos duas afirmativas corretas: o homem branco acumula bens e riquezas; o índio não acumula bens e riqueza; mas há uma conclusão incorreta: isto não faz do homem branco mais trabalhador. b) Esta seria a resposta correta a nosso ver. c) Temos uma afirmativa verdadeira: o índio divide o que planta com os outros, mas é uma conclusão falsa, pois isso não nos permite concluir que por isso ele trabalha mais do que o branco. d) Temos duas afirmações, uma correta e uma incorreta. Está correto afirmar que para o índio riqueza significa sustentar todos os que estão sob sua responsabilidade, mas riqueza não significa generosidade para o homem branco. Isto invalida a resposta. e) Temos novamente duas afirmações, uma correta e uma incorreta. É correto que para o homem branco riqueza significa acúmulo de bens e dinheiro, mas para o índio riqueza não significa trabalhar pouco. Questão 5: Temos aqui uma sutileza na leitura da pergunta. Nosso objetivo é que os alunos percebam que perguntar o que é trabalho é diferente de perguntar qual é a finalidade do trabalho. Essa diferença estará marcada nas respostas, especialmente na forma como foram redigidas. a) Essa resposta estaria errada pela forma como está redigida. O acúmulo de riquezas é a finalidade e não o trabalho. b) Essa resposta está errada pela forma: não podemos responder é quando. c) Essa seria a resposta correta no conteúdo e na forma. d) Essa é a resposta para o que é trabalho e não para qual é sua finalidade. e) Essa resposta está errada no conteúdo. Essa é a finalidade para o índio e não para o homem branco. 89 d) A afirmativa é verdadeira, mas a justificativa é falsa. e) Esta é a melhor resposta a nosso ver. IGUAL OU DIFERENTE? (p. 133) Objetivos: Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 90 • promover a discussão de respostas redigidas de formas diferentes; • desenvolver a clareza na redação de respostas. Estratégia: demos um mesmo texto para uma classe de alunos de 4a série responderem a quatro questões e transcrevemos na atividade algumas das respostas escritas por eles. Nessas respostas pudemos constatar a leitura que as crianças dessa faixa etária fazem do texto, a partir das características do desenvolvimento moral que lhes são próprias e também a redação que é típica de alunos desse nível de escolaridade. Por essa razão nos abstivemos de perguntar o que é certo e errado, o que implicaria juízos de valor, o que não desejamos nessa tarefa. Com essa estratégia pretendemos duas coisas: primeiro, não imprimir nossa compreensão das questões, que é diferente da dos alunos, facilitando com isso que analisem o conteúdo das respostas; em segundo lugar, esperamos que percebam que a forma como costumam redigir não é sempre muito clara, o que dificulta a compreensão do que pretendiam dizer. Para que possam analisar melhor as respostas dos outros, pedimos em primeiro lugar que redijam suas próprias respostas. Sugerimos que o professor aproveite as respostas de seus alunos para confrontar depois quem escreveu a mesma coisa com outras palavras e quem respondeu outra coisa, como nós fizemos. É um exercício importante, que deve ser realizado periodicamente a partir de questões de qualquer matéria. Ele permitirá que as crianças possam crescer nessa arte difícil de redigir respostas. Questão 1: As crianças não conseguem levar em consideração o fato de que uma criança de 1 ano e dois meses não compreenda o que estava acontecendo. A garotinha fazia simplesmente o que queria, sem compreender que desobedecia a uma regra. Por essa razão, as diferenças de intencionalidade ou não da atitude da menina não devem ser levadas em consideração para que a resposta seja considerada como dizendo a mesma coisa. Com base nessa premissa, acreditamos que as crianças consideraram como querendo dizer a mesma coisa as respostas a, c, d. A resposta b diz outra coisa, pois o fato de ela não gostar de brincar no cimento não é suficiente para traduzir a situação da história. Questão 2: Também nessa questão temos um limite de compreensão dado pela faixa etária. As crianças conferem à garotinha da história uma relação consciente, como se estivesse realmente compreendendo o que estava acontecendo e, por isso, considerarão as respostas a, b, d, e, f como dizendo a mesma coisa. A resposta c traz uma justificativa que não tem sentido, e as crianças perceberão que está dizendo outra coisa. Questão 3: Nesta questão, a compreensão das crianças é mais efetiva. Perceberão que em a, d, e, f o pai não concordou com o guarda e a justificativa refere-se ao pensamento do pai. A justificativa de c não é boa; a razão de ele não ter concordado não é porque a garotinha não estava nem aí com a grama. Acreditamos que poderá haver divergência entre os alunos; alguns acharão que ela diz a mesma coisa e outros que não. Aproveite a ocasião para discutir com as crianças a relação entre uma afirmativa e sua justificativa. Acreditamos que a resposta b não gerará dúvida. Questão 4: Mais uma vez o pensamento moral, característico das crianças dessa faixa etária, aparece nas respostas dadas por elas. Por essa razão pedimos que organizem as respostas em dois grupos: das que concordam com o pai e das que discordam dele. É interessante notar a diversidade de razões que deram para justificar sua concordância ou discordância. ESCREVER PARA SOBREVIVER (p. 138) Objetivos: • sistematizar as descobertas feitas até agora sobre a redação de respostas claras e completas; • desenvolver a interpretação de textos. Estratégia: escolhemos um texto longo, mas que não traz maiores problemas conceituais, para facilitar o trabalho de redação das respostas por parte dos alunos. As perguntas são objetivas e as respostas também. Sugerimos ao professor que comece a atividade provocando a curiosidade das crianças com perguntas. Pergunte-lhes como imaginam que os homens faziam antigamente para estocar os alimentos, reconstitua a época das cavernas com elas e a importância da estocagem dos alimentos para a sobrevivência; pergunte-lhes como imaginam que se fazia nas guerras, como se fazia antigamente quando não havia geladeira, quando tudo era longe, sem estradas, sem carros, etc. Depois de aguçar bastante a curiosidade dos alunos e de ouvir como imaginaram que era, peça que leiam o texto como lição de casa e descubram se estão imaginando corretamente ou não. O que conseguiram acertar e o que era diferente do que haviam imaginado? Depois, peça que respondam individualmente às questões da atividade em uma folha de papel, para entregar a você. Isto também pode ser feito como lição de casa ou em classe, como o professor preferir. Depois que todos os alunos tiverem respondido e entregado as respostas, copie-as em uma folha e tire uma cópia para distribuí-la a eles, do modo como fizemos na primeira atividade do módulo Responder sim, mas como? (p. 124 do livro do aluno). Use as respostas dos alunos para correção e discussão de qual ou quais respostas estariam corretas, dizendo a mesma coisa com palavras diferentes, e quais estariam dizendo outras coisas; quais seriam completas e claras e quais estariam incompletas ou mal redigidas. O sucesso da atividade e deles como estudantes está acima de tudo em suas mãos. Boa discussão! Respostas 1. Porque havia dias em que o tempo não favorecia a caça ou ainda regiões com pouca oferta de alimentos. Estocar alimentos era, dessa forma, um modo de resolver esses problemas. 2. A necessidade de estocar alimentos para garantir a subsistência em épocas de caça ou de clima difícil, em longas viagens, em guerras, para ter o alimento mesmo quando este ficava escasso. 3. Cozimento Pré-história assar os alimentos. Defumação homens pré-históricos deixar o alimento pendurado perto do fogo até desidratar. Enterrar em regiões mais frias enterrar no gelo. Combinação de técnicas egípcias e fenícias secavam, defumavam e salgavam. Fermentação fenícios e egípcios conservação de frutas e cereais. Imersão índios brasileiros imersão e cozimento na própria gordura. Conservantes naturais índios brasileiros uso da pimenta. Engarrafamento 1810 Peter Durand esterilização e colocação em um recipiente sem presença de ar. Enlatados 1908 Nicolas Appert esterilização e colocação em um recipiente sem presença de ar. Esterilização em autoclaves americanos Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Gostaríamos de aproveitar para alertar os professores do quanto somos, muitas vezes, insensíveis para compreender a perspectiva a partir da qual a criança olha o mundo e o seu processo de construção moral, impondo como respostas leituras de mundo que são estranhas às possibilidades de uma determinada faixa etária. No momento de corrigirmos questões e interpretações de texto, não podemos nos esquecer de que os alunos não são adultos em miniatura. Ao fazer a análise e correção das respostas, aproveite para construir com as crianças o que seria a resposta mais clara e completa para cada questão. Esse é um exercício fundamental a ser realizado muitas vezes em sala de aula. 91 panelas de pressão que atingem altas temperaturas. Envernizamento interno das latas, pasteurização, uso do alumínio, do plástico e do vidro usado atualmente. 4. Pela utilização de autoclaves, envernizamento interno das latas, pasteurização, latas de alumínio, plástico ou vidro descartável. 5. A conservação dos alimentos é fundamental para evitar o desperdício, garantir a estocagem do alimento em lugares de clima quente, em épocas em que há escassez do alimento, para possibilitar seu uso em viagens longas (como as viagens espaciais ou marítimas), para garantir o acesso do alimento a lugares distantes ou de difícil acesso, etc. Repita periodicamente este tipo de atividade usando perguntas e respostas de todas as áreas, de tal forma que os alunos possam gradativamente conquistar aptidão para a leitura e a escrita dessa modalidade textual. Módulo VII – Como fazer resumo (p. 143 a 156) Algumas considerações Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 92 O resumo é um tipo de texto muito importante. Ele permite principalmente duas coisas: converter uma grande massa de informações em unidades centrais menores, o que é econômico, pois possibilita um armazenamento maior de dados com um esforço menor; ajudar a transformar a palavra do outro na própria palavra, convertendo informações alheias em algo dominado pelo autor do resumo. Para que o resumo cumpra essas duas funções é preciso, em primeiro lugar, que as informações nele contidas estejam bem articuladas, pois só assim ele estará armazenando conhecimento e não fatos isolados. Essa articulação das informações aumenta a capacidade de compreensão e retenção das principais idéias do texto pelo leitor do resumo. Em segundo lugar, é preciso que haja uma transformação da linguagem: a do autor do texto para a do autor do resumo. Os professores têm dado pouca atenção a essa modalidade textual e, quando o fazem, usam-na com uma função textual questionável. Explicaremos melhor. Quando se trabalha com resumos, costuma-se pedir que eles sejam feitos a partir de textos literários: solicita-se que os alunos resumam livros. Ora, geralmente não há função real em se saber resumir textos literários, inclusive porque, ao fazê-lo, perde-se o estilo, a linguagem do autor, que é o grande diferencial dos textos literários. Um grande livro de suspense vira uma historinha; um texto de humor fica sem graça, transforma-se em uma história boba; um texto de amor perde sua poesia. Ou seja, não há utilidade em resumir textos literários. No entanto, saber resumir textos informativos, que têm a informação e não a linguagem como sua base, é importantíssimo. O estudante depara-se diariamente com uma gama enorme de informações que lhe vêm de todas as áreas, e poder resumi-las para apropriar-se delas com maior facilidade é função fundamental na tarefa de ser estudante. Resumir é uma forma fantástica de estudar. Defendemos, portanto, que devemos ensinar nossos alunos a resumir, mas não textos literários, e sim textos informativos. Acreditamos que o importante é que eles não apenas saibam resumir, mas que aprendam a usar resumos para cumprir seu papel de estudantes com maior facilidade e eficiência. Mas resumir é algo muito difícil, pois exige: esforço de análise e de síntese; a seleção das informações mais importantes (o que nem sempre é fácil de se fazer); a articulação dessas informações e, portanto, sua compreensão de maneira efetiva. Logo, para que o resumo cumpra seu papel é necessário que o aluno conheça uma boa técnica para elaborá-lo, o que nem sempre acontece. Muitos professores que ensinam a resumir fazem isso pedindo que o aluno sublinhe ou destaque a frase que contém a informação principal de cada parágrafo e que depois vá organizando as frases sublinhadas. Essa técnica leva freqüentemente a uma justaposição das informações. Saber reconhecer onde está a informação principal não significa saber coordenar POLUIÇÃO... DE INFORMAÇÕES?! – 1ª PARTE (p. 143) Objetivos: • orientar o aluno a destacar os elementos mais importantes na estrutura de textos narrativos: o que, quem, onde, quando, qual, por que, em conseqüência; • ensinar o aluno a fazer esquemas antes de transformar os textos em resumos. Estratégia: peça que leiam em duplas o texto Poluição – impacto ocorre todos os dias. Promova um espaço de discussão livre entre a classe tendo você, professor, como mediador da discussão. Depois, peça que respondam às questões propostas no livro do aluno. Ao término da tarefa, faça na lousa com eles esse primeiro esquema. Para fazê-lo, vá mostrando que o esquema tem uma estrutura livre, desde que deixe visualmente marcadas as relações (isto é muito importante!). Se puder, use inclusive cores diferentes para indicar relações diferentes. Mostre aos alunos que um esquema pode ser organizado com chaves, números, flechas. Ele deve conter as palavras-chave que remetam àquela informação e os recursos visuais que mostrem de que modo elas se articulam. Feitos os esquemas, peça que leiam uma última vez o texto, fechem o livro e escrevam o resumo em duplas.Trabalhar em duplas é importante para que possam discutir o que escrever e como escrever. Terminada a tarefa, seria interessante que alguns alunos lessem seus resumos em voz alta para o grupo poder conhecer algumas soluções. Como essa é a primeira experiência com esse tipo de tarefa, cuidado com as análises críticas que a classe ou você possam fazer. Criticidade nesse momento pode inibir em vez de estimular a produção. Como esse exercício é livre, daremos como resposta uma possibilidade de solução, mas a solução das crianças deve prevalecer sobre a nossa. Respostas 1ª parte 1. a) Significa algo que absorve, que consome, que recolhe em si. b) Significa que o mar não absorve, não recolhe em si, não consome a poluição. c) Significa que antes pensava-se e atualmente não se pensa mais da mesma forma. 2. Essa reportagem fala da poluição do mar, afirmando que ele não é uma esponja que absorve o lixo que nele é jogado diariamente, como se pensava há um tempo. 3. A população costeira e os turistas. 4. Jogam o lixo no mar. 5. Os oceanos recebem anualmente 14 bilhões de quilos de lixo. 6. A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. 7. Segundo os dados dessas pesquisas 77% dos poluentes se concentram na região costeira. 8. Significa que essa região costeira é a mais frágil, pois é nela que nascem, crescem, alimentam-se e se reproduzem muitas espécies marinhas. 9. Significa que, uma vez no mar, os poluentes não “desaparecem”, ficam depositados no fundo causando prejuízos para as pessoas e para as espécies marinhas. 10. Qual é o assunto .... poluição do mar Quem ................ população costeira, turistas Como ................ jogam lixo Quanto ............. 14 bilhões de quilos Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia essas informações entre si. Ao proceder dessa forma, o resumo torna-se inviável como suporte para o estudo, para o aprendizado, porque não contém a interpretação dos fatos, não articulando necessariamente as informações resumidas. Assim sendo, apresentaremos neste módulo uma proposta para ensinar a fazer resumos que se baseia nas seguintes premissas: resumir com a função de aprender, como estratégia de estudo; portanto, serão usados textos informativos; elaborar o resumo como modo de compreender, de articular o texto, transformando-o com as próprias palavras. Para tal preparamos as atividades a seguir. 93 Quem ................ Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos Onde região costeira (ou no fundo do mar) Significa região frágil 11. Resposta pessoal. As crianças deverão fazer um pequeno resumo. POLUIÇÃO... DE INFORMAÇÕES?! – 2ª PARTE (p. 146) Objetivos: • ampliar o conhecimento sobre os tipos de esquema que podem ser feitos; • evidenciar a importância dos esquemas como etapa inicial de um resumo. Estratégia: apresentamos duas formas diferentes de fazer esquemas: com setas e com hierarquia de números, letras e itens. Sugerimos que as crianças leiam a 2ª parte do texto e depois analisem os dois esquemas em conjunto. Nessa análise, evidencie a importância da visualização dos itens e subitens que permitem uma imediata compreensão das relações entre as informações. Peça depois que redijam os resumos em duplas. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 94 Concluída a tarefa, peça que alguns alunos leiam seus resumos em voz alta para a classe, discutindo se as informações e explicações necessárias estão presentes e se há clareza na forma como a dupla escreveu. Aproveite para destacar os momentos em que houve sabedoria na execução, juntamente com sugestões de aprimoramento. É fundamental que os alunos sejam convidados a fazer esquemas e resumos de textos das outras matérias. Isso, além de ajudá-los a aprimorar a técnica, a estudar, vai deixar bem evidenciada a função real dessa modalidade textual. TUDO ISSO NÃO!!! (p. 149) Objetivos: • evidenciar o poder facilitador do resumo; • permitir que o aluno sistematize o que foi descoberto sobre esquemas e resumos nas atividades anteriores. Estratégia: escolhemos intencionalmente um texto muito longo, que provavelmente provocará desânimo nas crianças só de imaginar que terão de ler e trabalhar com ele. Dissemos que foi intencional porque essa situação de enfrentar textos longos para estudar é freqüente na vida escolar e os alunos precisam aprender estratégias para lidar com isso. Esse texto, apesar de muito longo, quando resumido fica simples e pequeno, por isso o escolhemos. Os alunos poderão experimentar assim a mágica do resumo! Questão 1: Para estimulá-los a ler o texto, converse informalmente com eles sobre a seca, ajudando-os a lembrar o que sabem sobre ela; o que falam as músicas brasileiras; o que ouviram contar; o que viram; o que os jornais, rádio e televisão divulgam. Sensibilize-os para o problema, suas implicações na vida dos nordestinos e na vida do brasileiro em geral; afinal, o problema da seca afeta todos nós, direta ou indiretamente. Só depois dessa conversa, peça que leiam o texto do livro. Essa tarefa pode ser feita como lição de casa. Em classe, reúna os alunos em equipes e peça que respondam juntos às questões. Essas respostas devem ser curtas, objetivas, pois serão a base dos esquemas. Questão 2: Nosso objetivo é que os alunos selecionem as informações principais do texto lido. O critério “de principal” desenvolvido aqui refere-se a como responderão às questões colocadas pela estrutura básica do texto: o que, quem, onde, quando, por que, como, conseqüências. Questão 3: Nosso objetivo é a transformação dessa análise do texto em um esquema que marque as relações entre as informações e ajude o aluno a se desvencilhar das palavras do texto para poder descobrir suas próprias palavras, seu modo de dizer o que aprendeu. Lembre os alunos da importância do esquema: guardar visualmente as relações. Questão 4: Pedimos finalmente o resumo. Este momento é individual porque já é hora de os alunos enfrentarem a tarefa sozinhos para saber do que dão Respostas 2. a) Fala sobre as causas e conseqüências da seca no sertão do Brasil. b) É a região Nordeste. c) A seca atinge 11 milhões de pessoas e nove estados brasileiros. d) Os fatores determinantes da seca são: • tipo de relevo. O planalto da Borborema, que impede que as chuvas avancem para o interior nordestino; • solo pouco profundo, que não retém água; • as temperaturas elevadas que provocam evaporação rápida; • as chuvas irregulares concentradas entre janeiro e abril; • o efeito do El Niño, que afasta a umidade da região, acentuando a seca. e) Como conseqüências da seca temos a migração dos habitantes para outros lugares; falta de comida para pessoas e gado; miséria da população, sempre flagelada. f) Por meio da irrigação artificial. g) Em meio à caatinga estão surgindo lavouras e pomares muito férteis, cujos produtos chegam a ser exportados devido à qualidade que atingem. h) Concentram-se nos vales do rio Açu, no Rio Grande do Norte, e do rio São Francisco, na Bahia e em Pernambuco. i) Além da água, é necessário criar estradas, energia elétrica, saneamento básico, tecnologia agrícola, acesso à saúde e educação, toda uma infra-estrutura que permita que a população se mantenha nessas regiões. 3. Essa resposta é pessoal, mas esperamos que as crianças destaquem palavras e expressões como fizemos nos itens acima. Em seguida devem fazer um esquema com as palavras que destacarem. No exemplo de esquema a seguir (A seca no Brasil), trabalhamos com itens e subitens, numerando-os, para dar a idéia de subordinação. Dependendo do nível de sua turma, você poderá utilizar outro critério, como letras, chaves, etc. O que importa é que os alunos entendam a relação entre os diversos elementos. 4. Depois do esquema em grupo, farão o resumo individualmente. A SECA NO BRASIL 1. Região Nordeste: 1.1. 11 milhões de pessoas atingidas 1.2. 9 estados 2. Fatores determinantes: 2.1. relevo 2.2. solo pouco profundo 2.3. temperatura elevada 2.4. chuvas irregulares 2.5. El Niño 3. Conseqüências: 3.1. migração para outros locais 3.2. falta de comida 3.3. miséria 4. Soluções: 4.1. irrigação artificial 4.1.1. vale do rio São Francisco 4.1.2. vale do rio Açu 4.2. criação de infra-estrutura 4.2.1. estradas 4.2.2. energia elétrica 4.2.3. saúde 4.2.4. educação 4.2.5. saneamento básico 5. Resultados: 5.1. criação de lavouras e pomares 5.2. exportação dos produtos agrícolas 5.3. fixação dos habitantes na região TROCANDO EM MIÚDOS (p. 156) Objetivos: • sistematizar a escrita de resumos; • perceber que o resumo de textos literários anula o estilo. Estratégia: leia em voz alta o texto Trocando em miúdos, de Luís Fernando Veríssimo, com bastante ênfase e vida. Riam e divirtam-se; depois, peça aos alunos que façam o resumo. Acreditamos que não terão muito problema para Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia conta e o que precisam rever. Esperamos que possam viver a mágica de transformar um texto enorme em poucas palavras, garantindo a compreensão. Bom trabalho! 95 fazê-lo depois de tanto resumir textos longos! Texto resumido, como sempre, às perguntas! As respostas dessas questões são em parte pessoais. Nós sentimos que o resumo tira o humor do texto, passa a ser apenas uma história. Aproveite a situação para trabalhar com eles a importância da linguagem na construção do texto literário, a beleza da escolha das palavras, dos elementos. É nesse tipo de oposição que eles podem ter clareza do cuidado necessário ao escrever textos literários. Respostas 1. a) Acreditamos que respondam que o resumo não fica engraçado como o original. b) Não é mais um texto de humor, com diálogos. Torna-se um relato. 2. a) Provavelmente responderão que o resumo sobre a seca é facilmente compreendido pelos leitores. b) Nesse caso, não há mudança nas características do tipo de texto. Ele continua sendo informativo mesmo depois de tornar-se um resumo; a intenção de transmitir informações se mantém. 3. Os alunos vão ler e discutir coletivamente as afirmações feitas na questão. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 96 Nos textos literários o autor tem a intenção de produzir emoção nos leitores. É por isso que a forma como ele escolhe tratar um determinado assunto se torna, por vezes, mais importante até que o próprio assunto. Nos textos informativos a intenção, como o próprio nome desse tipo de texto diz, é transmitir informações. O mais importante na abordagem de um determinado assunto é ser fiel aos fatos reais, transmitindo-os objetivamente. É por isso que um texto literário “perde a graça” ao ser resumido, e um texto informativo, não. Ortografia Módulo VIII – Confrontando C/Ç/S/Z/SS/SC/SÇ/X/XC (p. 159 a 185) Algumas considerações A análise de nossa amostra de erros de grafia de alunos em início de 4a série indicou-nos um grande número de erros ligados ao fonema /S/. Com freqüência as crianças utilizavam S ou SS no lugar de C ou Ç, ou o inverso: quando a palavra deveria ser escrita com S ou SS, a criança escolhia C ou Ç. Procedemos como sempre, levantando uma grande amostra de palavras com C e Ç, e analisamos as regularidades para verificar como o sistema se comportaria. O S é uma letra extremamente complexa, e a análise se multiplicou em tantas ramificações que consideramos inadequado aplicar, nesse caso, o procedimento que temos utilizado usualmente como método de pesquisa. Assim, no caso das letras C e Ç, apontaremos descobertas parciais de casos relevantes para solucionar dúvidas ortográficas. Outro procedimento que se revelou importante foi o confronto entre as letras S e SS diretamente, a fim de tornar mais claro o sistema. Os finais de palavras em ICE/ISSE/ÍCIE Uma vez que a troca S/C mostrou-se freqüente nas terminações ICE/ISSE/ÍCIE, procedemos a uma pesquisa e descobrimos algumas propriedades do sistema ortográfico que podem ser relevantes para a tomada de decisão nos momentos de dúvida em relação à grafia de palavras com essas letras. Para ajudar as crianças a fazerem essas descobertas, criamos as atividades descritas a seguir. Prepare seus alunos e… boas descobertas! LABIRINTO (p. 159) Objetivos: • focalizar as terminações ÍCIE, ICE, ISSE, que costumam ser confundidas pelas crianças; • oferecer um instrumento de decisão sobre como escrever palavras com essas terminações. Estratégia: esta é uma atividade de geração de novos conhecimentos, e por isso a discussão posterior é fundamental. O preenchimento do labirinto exige que os alunos trabalhem com escolhas de caminhos, eleição de critérios e reconhecimento da necessidade de refazer um percurso a partir da análise do erro. Depois, é necessário voltar para refletir sobre os dados. Sugerimos a ampliação do universo desses pares como lição de casa. O mesmo pensamento por tonicidade pode ajudar a decidir entre atice ou atiçasse. Em atice a tônica é o ti; em atiçasse é o ça. No par pois/pôs, destacar que pôs é verbo e pois não; que em seguida ao pois vem uma explicação, e em seguida ao pôs, não. Que o pôs pode ser substituído por colocar, o que não ocorre no caso do pois. Enfim, como já dissemos outras vezes, nosso objetivo é a reflexão sobre as propriedades da língua e não a simples resolução correta do exercício. Respostas Saída do labirinto: vestisse, visse, existisse, consumisse, poluísse, mentisse, sorrisse, cuspisse, assistisse, saísse, fugisse, proibisse, abrisse, partisse, ferisse, permitisse, subisse, contribuísse, colorisse. 1. Terminação isse/ísse ice ície Classe gramatical verbo substantivo substantivo 2. Se forem verbos terminam com ISSE. Se forem substantivos são escritos com C (ÍCIE ou ICE). 3. atice, trabalhasse, mais, pois, atiçasse. Feita a sistematização dessas terminações, sugerimos que o professor faça uma análise dos textos produzidos pelas crianças, selecione os erros mais freqüentes com essas terminações e crie mais atividades para sua classe. As seqüências de letras vogal + NS ou vogal + NÇ Fizemos, como sempre, um exaustivo levantamento de palavras com essas terminações, em livros, jornais e revistas. Procuramos controlar as vogais anteriores e posteriores às seqüências NS e NÇ para verificar se havia algo relevante. As palavras foram catalogadas em: ANS + vogal ou ANÇ + vogal; ENS + vogal ou ENÇ + vogal; Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Questão 1: Nosso objetivo ao pedir que escrevam as três terminações e a classe gramatical de cada uma delas é tornar visíveis os dados do labirinto para serem analisados. Questão 2: Atingimos nosso objetivo nessa atividade: que os alunos percebam que, se as palavras forem verbos, serão escritas com SS; se forem substantivos, serão escritas com C. Lembrete: É importante que o professor saiba que há exceções que não invalidam a regra. São os verbos terminados em IÇAR: enguice, atice, etc. Gostaríamos de alertar o professor de que existem verbos no presente do subjuntivo terminados em ICE/ICIE: Que ele acaricie, noticie, etc. Como é um modo e um tempo pouco freqüente e as crianças desse nível de escolaridade não têm condições de trabalhar com a idéia de subjuntivo, nós os omitiremos. De qualquer forma, é possível generalizar que: a) os substantivos jamais serão com SS; b) mesmo os verbos terminados em IÇAR, quando no pretérito do subjuntivo, são com SS, e no presente do subjuntivo, com C. Questão 3: Nessa questão, procuramos confrontar algumas palavras que as crianças costumam confundir. É importante que o professor aproveite a atividade para discutir as diferenças entre elas, levantando o que cada aluno poderia pensar para decidir quando utilizar uma ou outra palavra. Sugerimos que se destaque a possibilidade de oposição mais/menos (Ela é a mais estudiosa da classe./Ela é a menos estudiosa da classe.) e a idéia de “algo inesperado” introduzida pelo mas (Ela estudou muito, mas foi mal na prova.). Se ela estudou muito, o esperado era que fosse bem na prova! Quanto ao par trabalhasse/trabalha-se, pode-se destacar a tônica no lha em trabalhasse e no ba de trabalha-se. Esse mesmo pensamento pode ser aplicado a qualquer par SSE/-SE (comesse/come-se; falasse/fala-se; etc.). 97 INS + vogal ou INÇ + vogal; ONS + vogal ou ONÇ + vogal; UNS + vogal ou UNÇ + vogal. As conclusões que obtivemos dessa análise foram: 1. Há muitas palavras com ANÇA (dança, vizinhança, etc.) e pouquíssimas com ANSA (cansa, mansa, gansa). 2. Há muitas palavras com ENÇ (presença) e também muitas com ENS (recompensa), mas o grupo com S é mais numeroso. 3. Com INS há muitas palavras; com INÇ, bem poucas (inçar, pinça, pinçado, rinçagem, extinção, distinção e painço). Portanto, escolha INS. 4. Com ONS/ONÇ e UNS/UNÇ, encontramos poucas palavras dos dois grupos. 5. A seqüência ANÇA aparece mais no final das palavras (vizinhança, esperança, etc.), enquanto a seqüência INSA aparece mais no início das palavras (insatisfeito, insaciável, etc.). Como são muitas descobertas, com vários detalhes, elas foram separadas em atividades considerando a vogal anterior ao NS ou NÇ, a fim de facilitar para as crianças a visualização do sistema. Com o objetivo de facilitar um levantamento de palavras com ANSA/ANÇA que permita generalizações, preparamos uma atividade com a função de gerar conhecimento: Cadê a infância?. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 98 CADÊ A INFÂNCIA? (p. 161) Objetivos: • estimular a realização de pesquisa que pudesse ajudar o aluno a descobrir como escrever palavras terminadas em ANÇA/ ANSA; • propiciar um momento de reflexão e discussão sobre a criança que trabalha. Estratégia: peça que os alunos leiam o texto Cadê a infância?. Discuta seu conteúdo com eles e solicite que façam a 1a e a 2a questões. Ao observar a lista de nossas palavras poderão verificar que há mais palavras terminadas em ANÇA. Começa aqui a pesquisa, como está explicado no livro do aluno. Uma vez que há um pequeno número de palavras com essa seqüência de letras, sugerimos que o professor peça aos alunos que façam essa pesquisa como lição de casa. Na aula seguinte, é fundamental que seja feita uma correção coletiva. Durante a correção, o professor vai escrevendo na lousa todas as palavras encontradas pela classe. As crianças terão, dessa forma, a oportunidade de ampliar esse vocabulário até os limites dos termos conhecidos. Isso é importante para a realização do que será pedido na próxima questão. Ao realizar a pesquisa e ampliar o repertório vocabular, os alunos poderão generalizar a descoberta: com ANSA há apenas doze palavras, entre elas cansa, gansa e mansa. Todas as outras palavras são com ANÇA. Respostas 1. Com ANÇA: criança, lança, esperança, dança, vizinhança, trança, segurança, alcança. 2. Com ANSA: escreve-se apenas cansa, gansa e mansa e outras pouco conhecidas. As outras palavras são escritas com ANÇA. 3 e 4. Respostas pessoais. POR QUE SIM, POR QUE NÃO? (p. 164) Objetivos: • sistematizar as descobertas feitas com ança/ansa na atividade anterior; • sistematizar os conceitos gramaticais já estudados; • trabalhar com a busca de semelhanças e diferenças entre objetos. Perceber que esses dois aspectos estão simultaneamente presentes nas relações é um pensamento importante a ser desenvolvido pelas crianças, pois é ao mesmo tempo diferenciador e integrador. Estratégia: procuramos variar os critérios de semelhanças e diferenças a fim de rever, por meio deles, todas as propriedades das palavras já estudadas pelas crianças. Ao fazer a correção da atividade, o professor pode ajudá-las a observar que as palavras podem ser agrupadas por diferentes critérios. Essa Respostas 1. • Todas as palavras são verbos. • Todos os verbos são da 1a conjugação (terminam em ar). • Todas as palavras são dissílabas. • Todas são oxítonas. • Todas começam por consoante. • A primeira sílaba de todas as palavras termina em AN. • Todas têm uma das sílabas formada por 3 letras. • A palavra “intrusa” é cansar, porque é escrita com S e não Ç, ou a palavra “intrusa” é trançar, pois é a única com 7 letras ou porque é a única que tem uma das sílabas formada por 4 letras. 2. • Todas as palavras são escritas com S. • Todas as palavras são adjetivos. • Todas as palavras são paroxítonas. • Todas são do gênero feminino. • Todas as palavras terminam em NSA. • A palavra “intrusa” é mansa, porque é a única dissílaba ou porque é a única com ANSA. Ou a palavra “intrusa” é propensa, pois é a única que tem 2 sílabas de 3 letras. 3. • Todas as palavras são trissílabas. • Todas são paroxítonas. • Todas as palavras começam por consoante. • Todas as palavras terminam por vogal. • A palavra “intrusa” é descansa, porque é verbo e é escrita com S. Ou a palavra intrusa é “descrença”, pois é a única terminada em ENÇA. QUESTÃO DE VIDA OU MORTE (p. 165) Objetivos: • sistematizar a grafia de palavras com NS e NÇ; • propiciar oportunidades para que o aluno trabalhe com a imagem dessas palavras; • favorecer o desenvolvimento da atenção das crianças para a grafia dessas palavras. Estratégia: peça que os alunos completem a lista em casa. Quem não fizer essa lição… morre! No momento do jogo, se possível vá para o pátio, ou, caso não seja possível, afaste as carteiras para todos poderem se divertir. Objetivos do jogo: 1. utilizar todo o conhecimento adquirido para preencher as lacunas; 2. favorecer a memorização da grafia de palavras para as quais não encontramos um instrumento de decisão em caso de dúvida quanto à ortografia; 3. aprender a controlar o ímpeto, conciliando a necessidade de ter de pensar na grafia da palavra e a necessidade de rapidez de decisão durante o jogo; 4. ter o conhecimento ortográfico como meio de atingir outro objetivo, e não como um fim em si mesmo. As regras do jogo já estão dadas no livro do aluno. Sugerimos que a primeira parte seja feita individualmente, como lição de casa, e que o professor peça às crianças que estudem para o jogo. Depois, bem... depois, desejamos boas gargalhadas a todos! Caso o professor ache necessário, deve criar outras atividades para seu grupo-classe. Sugerimos o Soletrando (descrito no final do livro, no Apêndice, sob o título Sugestões de jogos ortográficos para sistematização) e outras de sua criação. Resposta 1. pança 2. compreensão 3. canção 4. sensacional 5. cansado 6. cobrança 7. dimensão 8. diferença 9. pançudo 10. atenção 11. aliança 12. mensagem 13. onça 14. ensaboar 15. festança 16. imprensa 17. dança 18. consoante 19. responsável 20. bagunça 21. criança 22. ganso 23. invenção 24. pensamento 25. doença 26. avançou 27. insuperável 28. ensaio 29. esperança 30. ensurdecer 31. insatisfeito 32. imensa 33. consultório 34. insolúvel 35. mudança 36. insaciável 37. sensível 38. mansa 39. pinça 40. semelhança 41. mensal 42. balanço Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia propriedade das palavras e das coisas em geral faz com que as crianças possam olhar para o mundo dialeticamente. 99 Os finais de palavra SÃO, SSÃO e ÇÃO Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 100 Fizemos um levantamento de palavras terminadas por SÃO, SSÃO ou ÇÃO, analisamos os casos e chegamos às seguintes conclusões: 1. Há mais palavras com ÇÃO do que com SÃO ou SSÃO. 2. Todas as palavras encontradas são substantivos. 3. Todas as vogais são possíveis antes de ÇÃO. 4. Só encontramos as vogais E, I, U antes de SSÃO, portanto, depois de A e O use apenas Ç. 5. Com ESSÃO e EÇÃO tome cuidado: há muitas palavras com as duas terminações. 6. Com exceção das terminações MISSÃO, FISSÃO e CUSSÃO, use Ç depois das vogais I e U. Observação: Existem algumas poucas palavras terminadas por CUÇÃO: locução, consecução, execução, interlocução e outras, o que não chega a invalidar a nossa conclusão. 7. Depois de C e P use ÇÃO (exemplos: opção, confecção, infecção, etc.). 8. Depois de L (com exceção da palavra calção), use SÃO. 9. Depois de N e R, tome cuidado: há muitas palavras com as duas terminações. Como são muitos os detalhes a serem observados e dificilmente um levantamento de uma amostra de palavras incluiria todas as possibilidades existentes na Língua Portuguesa, optamos por criar atividades geradoras de conhecimento que possibilitassem às crianças descobrir essas regras gradativamente. São elas: GINCAN... STOP!!! (p. 167) Dada a dificuldade de se encontrarem palavras terminadas por SÃO/SSÃO, optamos por uma estrutura de gincana na qual as crianças poderão armazenar um volume suficiente de palavras para a reflexão que será pedida a seguir. O professor precisará estar atento ao longo da atividade, pois há muitas variáveis a serem controladas. 1ª etapa Sugerimos que palavras com a terminação em Ç valham 1 ponto e as terminadas em S/SS va- lham 2 pontos cada uma, porque, dessa forma, as crianças estarão mais atentas às palavras com S/SS, que são mais difíceis de ser encontradas. 2ª etapa Após a contagem, o professor confronta os pontos de todos, determina os primeiros vencedores e pede que façam as duas primeiras questões. As crianças poderão observar em suas amostras que a terminação ÇÃO é a mais freqüente, e que todas as palavras encontradas são substantivos. 3ª etapa Novamente como lição de casa os alunos devem pintar as letras de acordo com as instruções do livro. Essa é uma fase de preparação do material para a análise e retirada de conclusões para a quarta etapa. Avise os alunos de que estar com a lição feita é fundamental para participar da gincana na aula seguinte. 4ª etapa Peça às crianças que se reúnam em equipes para que, juntando suas palavras, tenham uma amostragem maior e assim possam fazer as generalizações pedidas nas frases. Elas envolvem um exercício de atenção à leitura e capacidade de trabalhar com afirmações e negações, aspectos fundamentais a serem desenvolvidos pelas crianças nesse nível de escolaridade. No momento da correção, sugerimos que um aluno de cada equipe troque de lugar com o de outra, exercendo a função de fiscal. Esse procedimento evita problemas entre as crianças! Caso algum grupo tenha encontrado palavras que levem a conclusões diferentes, verifique se as grafaram corretamente e, caso estejam corretas, relativize a conclusão. Respostas 1ª etapa 1. Pesquisa a ser feita como lição de casa para que as crianças encontrem palavras com as terminações ÇÃO, SÃO e SSÃO. 2. Contagem dos pontos na hora da correção. 2ª etapa 1. São substantivos. 2. Há mais palavras terminadas por ÇÃO. a) b) c) Seguir as instruções para pintar as terminações e as letras que aparecem imediatamente antes delas. 4ª etapa 1. FALSO: todas as vogais 9. FALSO aparecem antes de ÇÃO. 10. FALSO 2. VERDADEIRO 11. VERDADEIRO 3. VERDADEIRO 12. VERDADEIRO 4. VERDADEIRO 13. VERDADEIRO 5. VERDADEIRO 14. FALSO 6. FALSO 15. VERDADEIRO 7. VERDADEIRO 16. FALSO 8. VERDADEIRO 5ª etapa Copiar as frases de números 2, 3, 4, 5, 7, 8, 11, 12, 13 e 15. MELHOR DE TRÊS (p. 170) Objetivo: sistematizar as descobertas feitas no Gincan... stop. Estratégia: escolhemos uma atividade de múltipla escolha para que os alunos possam perceber como é gostosa a sensação de responder tendo um instrumento de decisão ortográfica. A partir das descobertas anteriores poderão decidir com certeza quando usar SÃO, SSÃO, ÇÃO; portanto, não é permitido usar o dicionário. Resposta (1)expulsão (2) atração (3) reposição (4) transmissão (5) discussão (6) avaliação (7) diversão (8) inversão (9) ilustração (10) infecção (11) seleção (12) bênção (13) compreensão (14) locomoção (15) confissão (16) proibição (17) promoção (18) permissão (19) condução (20) opção (21) resolução (22) intromissão (23) pressão KUMOGÔ — A VELHA TAGARELA (p. 172) Este jogo, além de delicioso de ser jogado, exige dos participantes um nível de raciocínio fantástico: cada um tem de pensar simultaneamente em atacar e se defender, em montar sua seqüência sem perder de vista a necessidade de impedir o outro de montá-la primeiro. Para realizar isso é fundamental antecipar as jogadas, as próprias e as do adversário, e pensar em diversas variáveis simultâneas, sem perder de vista a ortografia das palavras, é claro! Esperamos que as crianças possam beneficiar-se com essa oportunidade de conhecer e jogar o Kumogô. Resposta abolição detenção instrução repressão animação excursão locação sucessão constituição extração possessão demissão instalação reposição agressão emissão inversão subversão expulsão extinção posição transgressão inflação regressão aflição diversão intuição sedução computação condução permissão tradução curtição redação admissão dispersão intromissão repulsão comissão expressão opressão torção conversão impressão admiração discussão intercessão reprodução assombração exposição nutrição supressão contradição fração propulsão Caso o professor ache necessário, além das atividades propostas por nós, aproveite o universo de interesse de seu grupo-classe e crie outras atividades. CE/CI x S/SS no meio da palavra Encontramos um grande número de erros com essas letras. Procuramos analisá-los para compreender melhor o que se passava no pensamento das crianças ao cometê-los. O resultado encontrado por nós foi o seguinte: 1. A situação mais freqüente é o uso de S no lugar de Ç (“acontesa” no lugar de aconteça). Isso nos surpreendeu, porque o S entre duas vogais tem o som /Z/, não podendo ser uma Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 3ª etapa 101 Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 102 escolha plausível nesse contexto. No entanto, apresentou-se como a situação mais freqüente em nossa amostra! 2. Ocupando o segundo lugar quanto à freqüência estavam duas formas de erro: um S no lugar de SS (“asim” no lugar de assim) e um S no lugar de C (“esqueser” no lugar de esquecer). Também nessas duas situações, a escolha de um S não fazia sentido, pois o som seria /Z/! 3. Em terceiro lugar, encontramos o uso de C no lugar de SS (“acertace” no lugar de acertasse) e Ç no lugar de S (“cançado” no lugar de cansado). 4. Havia também trocas de SS por Ç (“profições” no lugar de profissões); S por C (“conceguiam” no lugar de conseguiam); SC por S (“desida” no lugar de descida); S por SS (“ressultado” no lugar de resultado); CE por Ç (“voçê” no lugar de você). Um grande número desses erros poderia ser evitado se as crianças observassem verdadeiramente o contexto no qual a letra estava inserida, relacionando-a com o som. Apesar de todas as crianças já terem ouvido inúmeras vezes que um S entre duas vogais tem som de Z, na prática isso não fazia sentido para elas. Assim sendo, nossa primeira preocupação foi que percebessem o quanto o contexto, a presença ou a ausência de cada letra é fundamental. Conscientes disso, analisaremos os diferentes contextos e letras presentes para a produção de som /S/. CRUZADILHA (p. 175) Objetivos: • ajudar a criança a perceber a importância de observar cada letra da palavra escrita: se houve troca ou esquecimento de uma letra, escreveu-se outra palavra. Achamos importante estabelecer esse objetivo porque muitas vezes as crianças escrevem as palavras com erros de grafia e dizem: Mas eu só esqueci uma letra! ou Mas eu só troquei uma letra!; • convidar a criança a escrever definições e a associar o significado com a grafia. Para tanto, escolhemos a forma de palavras cruzadas com uma parte completa e uma parte por completar. Estratégia: é importante que o professor, na hora da correção, discuta com as crianças em duas direções: a) estabelecer qual é a melhor forma, por ser mais precisa, mais clara, de explicar ou definir a palavra; b) compreender que é possível explicar de várias formas, por mais de um caminho. Essas duas buscas, a da precisão e a da variedade, são fundamentais para a execução de todas as atividades, tanto escolares quanto da vida. Nas respostas, colocamos alguma(s) solução(ões) que pode(m) ser dada(s) pelas crianças. Procuramos imaginar como elas responderiam, e não como seria a maneira adulta de definir cada palavra. Questão 1: Buscamos trabalhar diretamente a omissão de uma letra. Em nossa análise a omissão do S ou do C em palavras com os dígrafos SS ou SC é bastante freqüente. Essa questão vai marcar a importância da presença de cada letra da palavra em geral e especialmente nesses casos. Sugerimos ao professor que peça aos alunos, como lição de casa, que encontrem outras palavras das quais, retirando-se uma letra, formam outra palavra. Depois, pode-se fazer um jogo de adivinhação em que um aluno procura descobrir as palavras do outro. Pode-se também fazer o inverso: descobrir palavras em que, acrescentando-se uma letra, outra(s) palavra(s) seja(m) formada(s). Questão 2: Tudo o que foi dito na questão anterior vale para essa. Questão 3: Ao pedirmos que escrevam as mudanças produzidas pela troca ou omissão das letras, obrigamos as crianças a tomar consciência dessas mudanças, deixando-as alertas para a importância da escolha de cada uma das letras das palavras que escrevem. 5. Fruto da macieira; fruta verde ou vermelha que nasce na macieira. É MOLE?! (p. 178) 6. O oposto de sobe. Objetivos: 7. Determinada medida que se usa para controlar ou medir uma certa quantidade de líquido. Quando tomamos remédios, precisamos tomar a ... certa para sararmos. • sintetizar e organizar todas as descobertas feitas sobre o som /S/; • desenvolver a capacidade de análise e o pensamento por dedução. Estratégia: ao longo das séries fomos analisando várias formas de representação do som /S/ e cada um dos contextos em que elas ocorreram. Mas, como essas análises foram feitas uma a uma, resolvemos organizar todos esses contextos possíveis e suas formas de representação em um conjunto único, que os confrontasse e sintetizasse. Como há oito formas de representação do som /S/ e vários contextos em que cada uma se realiza, seria exaustivo pedir às crianças que pesquisassem e analisassem todas as ocorrências possíveis. Assim sendo, optamos pela estrutura do É mole?!, que cumpria essa tarefa. Sugerimos ao professor que ajude as crianças nessa análise e vá, à medida do possível, relembrando com elas as descobertas já feitas anteriormente. Esta atividade pode ser feita individualmente ou em duplas. 1. rosca 2. poço 3. maca 8. Nome que se dá ao pedaço ou lasca pequena de vidro depois que ele se quebra. 9. Nome que se dá à quantidade de quilos que pesamos. 10. ascender 11. Verbo poder na 1ª pessoa do presente. Eu... Vertical 12. Verbo caçar na 1ª pessoa do presente. Eu... 13. O inverso de salgado. 14. Ligar algo; a luz, por exemplo. Antônimo de apagar. 15. poso 16. roca 17. peço 18. caso 19. desse 20. Terreno de pequena lavoura onde geralmente se plantam milho, mandioca e feijão; plantação, lugar onde se plantam alimentos; lugar onde mora a personagem de quadrinhos Chico Bento. 21. massa Respostas 1. Só estão coloridos os espaços em que a letra ou letras destacada(s) tem(êm) o som /S/. 22. peco 2. Resposta pessoal. 23. rosa 3. As crianças poderão concluir que: 1. rosca – roca casco – caco 2. poço – poso maca – maçã desse – desce caco – caço – caso posso – poso ascender – acender dose – doce roca – rosa – roça peso – peco – peço a) O som /S/ pode ser representado por S, SS, C, Ç, SC, SÇ, X, XC. b) Ç e SS só representam o som /S/, nenhum outro. c) O C só representa o som /S/ quando está seguido de E ou I. d) O S só representa o som /S/ quando tem pelo menos uma consoante antes ou depois dele (aspargo, inseguro e transporte). Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 4. Nome da parte de cima do corpo da tartaruga que serve para protegê-la. 3. A troca ou a omissão de uma letra muda o som e o sentido da palavra; portanto, você diz outra coisa. 4. a) ambulância g) compreensão n) ensaio b) repetência h) excursão o) justificação c) produzisse i) coração p) embarcação d) imundície j) assustado q) constância e) aparência l) violência r) ressurgiu f) balança m) sentença s) admissão Respostas Horizontal 103 e) O X só representa o som /S/ quando está antecedido pela vogal E e seguido pelas consoantes P, T, C (explicação, extrair, exceção). f) SC só tem o som /S/ quando é seguido de E ou I. g) O SÇ só aparece seguido de A/O e sempre tem o som /S/. h) O XC só tem o som /S/ quando depois dele aparece E/I. COLUNÁVEIS (p. 180) Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 104 Objetivo: sistematizar as palavras grafadas com o som /S/ e que não pertencem a nenhuma das regras estudadas. Estratégia: como não é possível levantar regras estáveis em relação a todas as representações do som /S/, essa atividade procura sistematizar algumas palavras com esse som a fim de fixá-las. Questão 1: Sugerimos os seguintes passos para a realização da atividade: 1. Cada criança deve fazer em seu caderno 8 colunas com diferentes representações do som /S/ e aguardar que o professor dite as palavras. 2. Cada palavra deve ser escrita na coluna correspondente. 3. O professor só deve voltar a repeti-las no final, depois de terminado o ditado. 4. Na correção, o professor vai ordenando as palavras na lousa e verificando a ortografia. Sugestão de palavras para o ditado: C Ç S SS você lingüiça desfazer assadura pertence emoção inseguro assombração facilidade açude transparente disse parcial torção astuto assim decidir faço respeito interessante força curso ingresso palhaço restituir possuir caçada SC SÇ piscina renasço floresce floresça disciplina cresço renascer adolescência X exterminar explodir exterior excluir XC excitado excelente exceto Questão 2: Peça que as crianças elaborem uma atividade usando as palavras do ditado. Pode ser realizada individualmente, em duplas ou em equipes. Além de observar como as palavras são escritas, precisarão usar os conhecimentos das estruturas de jogos e atividades que já realizaram. É interessante o professor notar o que escolheram fazer e perguntar o porquê da escolha: “É porque era mais fácil de realizar? É porque é mais gostosa? É por outra razão?” Dessa forma, conhecerá mais de seus alunos e também saberá que tipo de atividade escolher quando for criar novas situações para eles. TÔMBOLA (p. 181) Objetivo: oferecer um instrumento de decisão para a grafia de palavras terminadas por ÂNCIA/ÊNCIA. Estratégia: as crianças escrevem freqüentemente as terminações ÊNCIA e ÂNCIA com S. Por exemplo, escrevem “freqüênsia”, “elegansia”. Fizemos uma exaustiva pesquisa com essas terminações e não encontramos nenhuma palavra com ÂNCIA ou ÊNCIA, exceto a própria palavra ânsia e a palavra hortênsia. Caso encontrem alguma com S, o professor deve relativizar a regra, escrevendo: Excetuando-se ......, as outras palavras são com C. Além de nossa pesquisa, estamos nos apoiando no fato de a Gramática apontar ÂNCIA e ÊNCIA como sufixos, mas não fazer nenhuma referência a ÂNSIA e ÊNSIA. Nosso objetivo nessa atividade é, portanto, que os alunos percebam que essas terminações não existem com S. A escolha da Tômbola, uma estrutura que implica um ditado de palavras, foi intencional, para que os alunos tivessem dúvidas na hora de escrever as palavras, e a ansiedade decorrente disso gerasse a necessidade de se buscar algo que pudesse ajudá-los a decidir como escrever. Ao fazer o ditado de tantas palavras, também possibilitamos o contato com um grande número delas, o que favorece a generalização. Nossa tabela já está organizada por colunas, mas o professor deve ditar as palavras aleatoriamente. Lista das palavras da Tômbola: ENSIA/ÊNSIA – hortênsia ANSIA/ÂNSIA – ânsia ENCIA/ÊNCIA experiência vivência transparência ciência influência preferência saliência providência obediência agência correspondência violência existência inteligência evidência residência freqüência reverência dependência consciência ANCIA/ÂNCIA ambulância ganância tolerância distância substância vigilância constância elegância fragrância arrogância discordância abundância alternância importância reentrância estância concordância relevância Questão 2: Arrumadas as palavras em colunas, a descoberta saltará aos olhos das crianças. À exceção de hortênsia e ânsia, todas as outras palavras são com C. Questão 3: Ao pedir que observem o que as palavras da lista têm em comum, destacamos a presença do acento + a tonicidade e a classe gramatical. Lembramos que estas são as palavras que a Gramática considera possíveis de serem classificadas como paroxítonas ou proparoxítonas. Questão 4: Freqüentemente as crianças deixam de colocar os acentos nas palavras. Ao pedir que encontrem as oito palavras que, sem acento, mudam de classe gramatical e de tonicidade, destacamos a importância do acento. Portanto, deixar de colocá-lo é alterar a tonicidade, a classe gramatical e o significado da palavra. Sugerimos que o professor peça às crianças que leiam em voz alta as palavras das duas colunas, para que fique bem evidenciada a diferença de pronúncia. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Na correção, organizando as palavras por colunas, fica evidenciado que existem apenas as terminações com C. As crianças poderão, assim, fazer a generalização com facilidade. Regras do jogo: 1. Antes de começar a ditar, o professor explica aos alunos que vai ditar 40 palavras e cada um vai escolher apenas 20 para escrever em sua tabela. 2. Quando todos os alunos estiverem com a cartela completa, o professor começa o sorteio e os alunos vão marcando as palavras sorteadas, caso as tenham em sua tabela, é claro! 3. Quando algum aluno tiver todas as palavras da sua tabela sorteadas, avisa e mostra para o professor, que verificará se todas as palavras já foram efetivamente sorteadas e se estão grafadas corretamente. Se não houver nenhum erro, aquele aluno é o vencedor do jogo. 4. Se houver erro de grafia na tabela apresentada pelo aluno, o professor diz que há erro, mas não avisa em que palavra. O aluno volta para sua carteira e ainda tem uma chance de corrigi-la e reapresentar a tabela. Se na segunda oportunidade ela estiver totalmente correta, ele vence o jogo. Se ainda apresentar algum erro, ele é desclassificado e o jogo continua até surgir um novo vencedor. Enquanto o aluno que apresentou a tabela faz a verificação e a correção, o professor continua o sorteio. 5. Se algum outro aluno completar a tabela corretamente antes daquele que está tentando fazer a correção, será o vencedor; o outro, quando conseguir terminar a correção, ficará em segundo lugar. Sugerimos que o professor vá sorteando palavras até encontrar o 5o, o 7o ou até o 10o colocado. Questão 1: A correção do jogo deve ser coletiva. O professor escreve as 40 palavras na lousa, organizando-as nas quatro colunas, de acordo com as terminações. Em seguida, encaminha a discussão na busca da descoberta e do levantamento de regras possíveis. 105 Como lição de casa, as crianças podem procurar outras palavras que também tenham acento e que mudem de significado sem esse acento. Como pele e Pelé, círculo e circulo, etc. Respostas 1. (Ver na lista de palavras organizada por terminação na p. 105.) 2. Em palavras com a terminação ÊNCIA ou ÂNCIA, devemos usar a letra C e não a letra S, pois não existem palavras escritas com ÊNSIA/ÂNSIA no final (com exceção das palavras ânsia e hortênsia). 3. Todas as palavras da lista são substantivos, têm acento e são proparoxítonas ou paroxítonas. 4. As palavras são: Palavras Classe Palavras Classe com acento gramatical sem acento gramatical experiência substantivo experiencia verbo agência agencia vivência vivencia influência influencia evidência evidencia reverência reverencia distância distancia providência providencia TUDO EM FAMÍLIA (p. 183) Objetivo: um pensamento econômico é utilizar o conhecimento de derivação para deduzir a grafia de algumas palavras. Se casa é com S, casarão também deve ser. Desenvolver esse tipo de raciocínio é o nosso objetivo aqui. Estratégia: sugerimos que essa atividade seja realizada em pequenas equipes, sob a supervisão do professor. Aconselhamos o professor a procurar encontrar o máximo de palavras com as crianças e a ajudá-las a fugir das falsas generalizações que possivelmente surgirão. Como lição de casa, pode-se pedir que façam um campeonato: Quem descobre a palavra que tem a maior família de palavras? Quem encontrará? É comum as crianças desse nível de escolaridade acharem que qualquer palavra que tenha uma parte comum com outra seja da mesma família, como mesa e mesada, que têm algo em comum (mesa), mas não são da mesma família. A próxima atividade, intitulada Detetive, tem o objetivo de trabalhar esse pensamento; portanto, o professor não deve se preocupar com os erros que possam surgir nesse momento. Respostas As letras S/Z Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 106 S/Z no meio de palavras Temos procurado cercar todos os aspectos relativos à letra S que costumam trazer dificuldade de grafia para as crianças. No livro da 3a série confrontamos S e Z em vários contextos e S e X em situações que podem confundir. Neste volume estamos nos defrontando com outras questões sobre S/Z, que ainda não haviam sido analisadas. Entramos na parte mais complexa da Ortografia e não temos encontrado regularidades no sistema que possam constituir regras em um momento de dúvida ortográfica. É o que acontece com o S entre duas vogais, que é pronunciado com o som /Z/ e por isso confundido com a letra Z na hora de escrever. Uma vez que não foi possível levantar regras, preparamos algumas atividades de sistematização, com o objetivo de ajudar os alunos a fixarem a grafia dessas palavras. Camisa descamisado camiseta camiseiro camisaria camisola Cruz cruzeiro cruzador encruzilhada cruzar cruzamento cruzada descruzar Rosa rosada roseira rosinha roseirinha roseiral róseo roseta rosário Uso usado desuso usual usável usufruir usuário usa DETETIVE (p. 184) Objetivos: • continuar o trabalho com famílias de palavras; • deixar claro para as crianças que nem toda palavra que possui a mesma seqüência de letras que outra pertence à mesma família; é preciso que haja também semelhança de sentido. Resposta peso contrapeso pesado despesa pesadelo pesagem riso sorriso risoto risada risonho casada casariam descasado casaco casamento acasalar visão revisão divisão visível televisão visual caso descaso acaso casual casualmente cascudo ENCONTRANDO O MICO... (p. 185) Objetivos: • retomar a aplicação de vários conceitos gramaticais já estudados; • utilizar regras de ortografia que já descobriram; • aguçar a capacidade de observação para descobrir os atributos que as palavras ditadas têm em comum; • desenvolver a flexibilidade de pensamento por meio da observação e classificação de palavras, usando critérios de negação e afirmação de alguns atributos; • levar os alunos a saber controlar seus impulsos ao longo da dinâmica da atividade. Estratégia: Como jogar: O professor deverá ditar 35 palavras e cada aluno irá escrevê-las em seu caderno. É importante que as palavras sejam ditadas de cinco em cinco para que os alunos as organizem adequadamente nos diferentes grupos. Em seguida, reunidos em equipes, os alunos comparam as palavras de cada grupo para descobrir o mico escondido entre elas. As regras do jogo estão dadas no livro do aluno. Para quem conseguir encontrar o mico, parabéns!!! Não há contagem de pontos, apenas a busca da solução. Descreveremos a seguir nossos objetivos ao agruparmos as palavras e escolhermos o mico. Caso as crianças encontrem outros micos por observarem outros critérios, o professor deve verificar se são lógicos. Se forem, a resposta também deve ser considerada correta. Lista de palavras para o Jogo do Mico: colocamos vários grupos de palavras para que o professor possa escolher entre elas quais vai ditar, ou para que possa repetir a atividade mais de uma vez. 1o grupo (classe gramatical): assassino, assunto, passarinho, assaltou, professor. Nossos critérios ao escolher essas palavras foram a semelhança entre elas pela presença do SS e a diferença de classe gramatical (são 4 substantivos e 1 verbo). Outros critérios levantados pelas crianças também devem ser aceitos, apesar de não fazerem parte do nosso objetivo. Por Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Estratégia: é interessante que os alunos façam essa atividade em duplas, pois as divergências entre eles enriquecerão muito os objetivos. No momento da correção, pergunte sempre quem chegou a outra conclusão e peça que explique como pensou para chegar a essa conclusão. Ao ouvir seus alunos, veja se está havendo alguma confusão de pensamento e ajude-os a perceber qual caminho devem percorrer. Questão 1: Reconhecer o radical de uma palavra nem sempre é simples. Escolhemos algumas palavras que pareciam ter um radical mais evidente para tornar viável a atividade para as crianças. Questão 2: Para saber se uma palavra é ou não é da mesma família de outra, é preciso pensar simultaneamente em dois aspectos: ter uma parte comum (radical) e ter significado comum. Se um dos dois aspectos não se cumprir, as palavras não são da mesma família.Trabalhar com esse pensamento é importante para que fique claro que nem todas as palavras que parecem ser da mesma família efetivamente são. Optamos por colocar duas palavras com CAS (casar e caso), para que fique bem evidente a importância da verificação do significado para perceber se as palavras pertencem ou não à mesma família. Sugerimos ao professor que dê atenção especial a esse aspecto no momento da correção. 107 Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 108 exemplo, se indicarem a palavra professor como o mico porque é a única que termina em consoante, o professor deve observar se há coerência ou não. Se houver, a resposta é válida. 2o grupo (ortografia/flexão): resultado, música, assobio, desenho, casamento. A escolha desse conjunto de palavras deu-se pelo fato de um dos erros mais freqüentes entre as crianças ser o de colocarem um só S no lugar de SS. Apesar de os professores repetirem muitas vezes que um S entre duas vogais tem o som de Z, as crianças insistem em escrever com um S só muitas palavras. Gostaríamos que o professor aproveitasse a ocasião para reforçar com elas esse aspecto. 3o grupo (letra final): cresceu, começou, nascia, passou, pensou. Nosso objetivo ao escolher essas palavras foi apresentar as diferentes formas de grafar o som /S/ (SC, Ç, SS, S entre consoante e vogal), deixando o mico para a letra final. Acreditamos que muitas crianças dirão que o mico é a palavra começou, por ser a única trissílaba. Caso isso aconteça, sugerimos que o professor peça que os alunos releiam as regras. Lá está escrito que os critérios número de sílabas e tonicidade não valem. Como procedimento, o professor pode ir perguntando que critérios podem ser levantados. A cada sugestão fazem a verificação e observam se o critério aponta ou não o mico. É interessante o professor aproveitar a situação para discutir a divisão silábica dessas palavras: SC e SS ficam em sílabas separadas; encontros vocálicos terminados em U, as duas vogais ficam juntas; encontros terminados por A, as duas ficam separadas. 4o grupo (ortografia e/ou tempo verbal): amanhece, acontece, comesse, comece, empobrece. Nosso objetivo ao escolher essas palavras foi opor verbos com as duas terminações (ESSE – ECE). A presença das duas terminações permite ao professor retomar o que foi descoberto no livro da 3a série. Nele as crianças puderam verificar que as duas terminações de verbos existem, mas que: • quando a palavra é escrita com C o som é aberto; quando escrita com S, o som é fechado; • a forma ECE aparece, com freqüência, em palavras com som de SS. Exemplos: acontece/acontecesse; empobrece/empobrecesse; amanhece/amanhecesse, etc. Acreditamos que a justificativa mais comum será dada pela ortografia: comesse é a única palavra escrita com SS. Mesmo assim, o professor pode perguntar por que ela é escrita com SS e trazer à tona toda a reflexão exposta anteriormente. 5o grupo (ortografia/flexão): alcança, criança, cansa, danças, vingança. Agrupamos essas cinco palavras com o objetivo de retomar as terminações ANÇA/ANSA e escolhemos a palavra cansa como mico porque ela é exceção no jogo e também na língua! Ao fazer a atividade, o professor pode retomar a regra geral: há muitas palavras terminadas em ANÇA e poucas terminadas em ANSA. As crianças podem também concluir que o mico é a palavra danças, por ser a única no plural. A possibilidade de flexionar os substantivos em número tem sido um dos aspectos destacados neste livro de 4a série. 6o grupo (classe gramatical/ortografia): marquesa, azeda, fantasia, desenhista, mesada. Nesse grupo de palavras desejamos trabalhar com a possibilidade de o som /Z/ ser representado pela letra Z e pela letra S entre vogais. O mico é justamente a palavra azeda, para que o professor possa retomar com os alunos uma descoberta feita no livro da 3a série, quando propusemos uma pesquisa sobre a letra S: há poucas palavras iniciadas por AS + vogal (asiático, asilo, asa são as mais usuais) e muitas iniciadas por AZ + vogal. A descoberta do que é mais provável dentro do sistema pode ajudá-los a tomar uma decisão ortográfica em momentos de dúvida. 7o grupo (o S tem som /Z/ ou o S está entre duas vogais): descobrimento, escada, pesada, construção, insolação. Nosso objetivo ao escolher essas palavras foi destacar mais uma vez que o S entre consoante e vogal tem o som /S/. Escolhemos a palavra pesada como mico porque é a única em que o S está entre vogais, e, portanto, tem o som /Z/. Respostas 1. Grupo 1 – O mico é a palavra assaltou porque é verbo e as outras palavras são substantivos. Ou: O mico é a palavra assassino porque é a única em que o SS se repete. Ou: O mico é a palavra professor porque é a única que termina em consoante. Grupo 2 – O mico é a palavra assobio porque é a única escrita com SS; ou porque é a única com o som /S/. Ou: O mico é a palavra música porque é a única feminina. Grupo 3 – O mico é a palavra nascia porque na separação silábica é a única em que as duas últimas vogais ficam separadas; ou porque é a única que pode indicar a 1a pessoa; ou porque é a única que não termina em U. Grupo 4 – O mico é a palavra comesse porque está em tempo verbal diferente, é escrita com SS e é a única em que o e da penúltima sílaba tem o som fechado. Grupo 5 – O mico é a palavra cansa porque se escreve com S. Ou: O mico é a palavra danças porque é a única que está no plural. Grupo 6 – O mico é a palavra azeda porque é a única que se escreve com Z; ou porque é adjetivo; ou porque começa por vogal; ou porque não tem a letra S. Ou: O mico é a palavra fantasia porque é a única que não tem a letra e. Grupo 7 – O mico é a palavra pesada porque é a única que tem S com o som /Z/, ou porque é a única que é adjetivo. Caso o professor ache necessário, poderá criar atividades para sistematizar essas dificuldades encontradas pelos alunos na grafia de palavras da Língua Portuguesa. 2 e 3. Respostas pessoais. Módulo IX – Confrontando as letras L e U em final de sílaba (p. 186 a 197) Algumas considerações Em nossa amostra dos erros de grafia cometidos pelas crianças, a troca entre L e U em final de sílaba, e em diferentes posições na palavra, foi largamente encontrada. Escrevem “aufinete”,“auma”, “voutar”, “papeu”, “altomóvel”, “oltro”, “percorrel”, “assauto”, “planauto”, etc. Ao analisarmos os erros observamos que: 1. A troca mais freqüente é colocar o U no lugar do L, e não o inverso. 2. A troca aparece com maior freqüência na primeira sílaba da palavra. 3. A troca L/U em final de palavras é pouco freqüente e aparece mais em final de substantivos e adjetivos (“pardau”, “impossíveu”), rara em final de verbos (“acontecel”). Como a troca em final de palavras já foi investigada no livro da 2ª série, optamos por intensificar o trabalho com a troca no início e no meio de palavras. Fizemos, como sempre, uma pesquisa sobre essa questão específica, em busca de regularidades que nos permitissem oferecer um instrumento de decisão para as crianças, ao escreverem palavras com essas letras. Controlamos todas as vogais que poderiam anteceder essas letras ou consoantes que poderiam segui-las. Apresentaremos primeiramente nossas conclusões. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Esperamos que, depois de tanto insistir, as crianças não escrevam mais palavras que são com SS apenas com um S. A palavra pesada pode também ser considerada como um mico, por ser o único adjetivo do grupo (as outras palavras são substantivos). Caso as crianças encontrem outro mico por terem observado as palavras segundo outro critério, analise se é procedente. Se for, considere correto, como já foi dito anteriormente. 8o grupo: peça aos alunos que, como lição de casa, inventem um ou dois grupos de palavras em que uma delas seja o mico, à semelhança do que foi feito em classe. Levante com eles aspectos que podem ser considerados na hora de organizar as palavras, pois, além dos que nós usamos, podem considerar outros, como acentuação, família de palavras, etc. Feito isso, na aula seguinte trocam tabelas com uma palavra de mico entre si; e essa é a nova lição de casa. 109 Conclusões da Pesquisa I – AL + consoante e AU + consoante no início de palavras 1. Há mais palavras iniciadas por AL do que por AU. (São 72 colunas de AL e 16 colunas de AU no Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.) 2. Há muitas palavras iniciadas por AL + B, C, D, F, G, M, P, Q, T, V. Exemplos: álbum, alça, álcool, aldeia, alface, algema, almoço, alpinista, alquimia, altura, alvejar. 3. Não há palavras iniciadas por AL + Z. Com AL + J, L, N, R, S, X, há uma ou duas e, em geral, pouco conhecidas. Exemplos: aljôfar, allanita, alna, alrotar, alsaciano, alxaima. 4. Com AU + B, J, P, V, Z, não existe nenhuma palavra. 5. Há poucas palavras iniciadas por AU + C, F, G, N, Q e, em geral, pouco conhecidas pelas crianças. Exemplos: auçá, auferir, augusto, aunar, auquinipterídeo. 6. Há poucas palavras iniciadas por AU + L, M, X, mas são conhecidas pelas crianças: aula, aumentar, auxiliar + derivadas. 7. Há muitas palavras com AU + D, R, S,T. Exemplos: áudio (+ derivadas), aurora, ausente, autorização. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 110 Observando esses dados, as crianças poderão aprender as seguintes regras: 1. Escolha sempre ALB, pois não há AUB. 2. Escolha sempre ALC, pois só existe auçá com AUC. 3. Com ALD há aldeia, aldrava e aldagrante (mais derivadas). As outras são grafadas com AUD. 4. Se não for a palavra auferir, escolha ALF. 5. Se não for augúrio, auge, augusto (+ derivadas), escolha ALG. 6. Escolha sempre ALH. Não existe AUH. 7. Escolha ALJ. Nenhuma palavra é escrita com AUJ. 8. Escolha sempre AUL. Não há palavras com ALL, a não ser allanita. 9. Se não for aumentar (+ derivadas), escolha ALM. 10. Com ALN ou AUN só há alna e aunar. 11. Escolha ALP, pois não há palavras com AUP. 12. Se não for auquinipterídeo e outras três palavras desconhecidas, escolha sempre ALQ. 13. Se não for alrotar ou outras palavras também desconhecidas, escolha sempre AUR. 14. Escolha sempre AUS, pois com ALS só existe alsaciano. 15. Com T, tome cuidado, pois há muitas palavras, tanto com L quanto com U. 16. Escolha sempre ALV, pois não há palavras com AUV. 17. Escolha sempre AUX, pois só existe alxaima com ALX. Todas essas descobertas devem ser registradas pelas crianças no caderno e depois resumidas da seguinte forma: 1. Escolha AU antes de D, R, S, X. Com as outras consoantes escolha AL. 2. Com T, tome cuidado, pois pode ser L ou U. Para orientá-las nessas descobertas, preparamos a atividade seguinte. PESQUISA I – AL + consoante e AU + consoante (p. 186) Objetivos: • ajudar a criança a descobrir uma forma de decisão para escrever palavras iniciadas por AL + consoante ou AU + consoante; • desenvolver o espírito de investigação, de análise de dados e de conclusão. Estratégia: para realizar a atividade Pesquisa I – AL + consoante e AU + consoante no início de palavras, fizemos um levantamento no dicionário de todas as palavras que aparecem, organizando-as em uma tabela. Depois que a tabela estava completa, pintamos com uma cor os retângulos que indicam que se deve escolher L antes daquela consoante e com outra cor os retângulos que indicam que se deve escolher U. Essa visualização facilitará as conclusões que serão pedidas abaixo. Como os dados já estão apresentados para agilizar a pesquisa, sugerimos que os alunos sejam organizados em duplas, tirem as conclusões pedidas e registrem as descobertas de maneira bem destacada no caderno, para posterior consulta, em caso de dúvida. E/I/O/U + L + consoante ou E/I/O + U + consoante no início de palavras Converse com eles sobre essa função do dicionário: além de informar como são grafadas as palavras, seu sentido, sua formação, classe gramatical, o dicionário é uma fonte de consulta para a organização do sistema ortográfico, uso em geral pouco comum. PESQUISA II – E/I/O/U + L e U + consoante (p. 190) 1. Devo escolher U, antes das letras D, L, R, S, X. 2. Antes de outras consoantes coloco L. 3. Antes da consoante T, devo tomar cuidado, pois pode ser L ou U. Concluído o registro das descobertas, sugerimos que seja realizada a atividade Palavras secretas como sistematização. PALAVRAS SECRETAS (p. 188) Objetivos: • utilizar as descobertas feitas; • desenvolver a capacidade de interpretar ordens; • encontrar no próprio vocabulário a palavra que cumpre o que se pede. Estratégia: apesar de simples, a atividade exigirá dos alunos conhecimento e inteligência! Procuramos garantir a presença de palavras com AU ou AL + todas as consoantes possíveis. É importante que o professor peça aos alunos que utilizem o registro do caderno para a realização da atividade e que não usem o dicionário. Resposta Resumindo: Depois de U escolho L; depois de E, I, O escolho U. Resposta Conclusões: 1. Entre EL e EU, devo usar U (com exceção de elmo, eldorado, elfo). 2. Entre IL e IU, devo usar U. 3. Entre OL e OU, devo usar U (com exceção de olfato e olhar + derivadas). 4. Entre UL e UU, devo usar L porque não existem palavras com UU. Resumindo: Depois de U escolho L; depois de E, I, O escolho U. QUANTO MAIS, MELHOR... (p. 192) 1. almoço (l) 7. aumentar (f) 13. alteza (a) 2. autêntico (n) 8. alvorecer (d) 14. audição (b) 3. algodão (m) 9. auxiliar (h) 15. auréola (q) 4. alpinista (i) 10. alfinete (g) 16. alquimista (r) 5. álbum (c) 11. alcatéia (e) 17. aula (p) 6. ausência (j) 12. aldeia (o) Objetivos: • sistematizar as descobertas feitas na pesquisa vogal + U/L + consoante; • retomar os conteúdos gramaticais estudados; • vivenciar a função de revisor; • apresentar e discutir com os alunos uma atuação social que deu certo, ampliando a consciência de cidadania. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Respostas Na segunda etapa da pesquisa, que envolve a investigação de palavras iniciadas por EL/EU, IL/ IU, OL/OU, UL/UU, procedemos da mesma forma que na primeira parte, organizando as palavras do dicionário em uma tabela, a fim de facilitar a investigação. Ao analisar nossa tabela, os alunos poderão colher os seguintes dados: 1. Com EL só encontramos elmo, eldorado, elfo e elfa. Com EU há muitas palavras conhecidas. Exemplos: euforia, eucaristia, etc. 2. Há somente palavras pouco conhecidas iniciadas por IL. Escolha sempre IU. Exemplos: iugoslavo + palavras desconhecidas. 3. Há poucas palavras iniciadas por OL, e todas derivadas de olfato e olhar, enquanto com OU há várias. Exemplos: ouro, outono, outro, etc. 4. Só existe UL. Exemplo: último. 111 Estratégia: proponha aos alunos que leiam Gente que faz, p. 193 do livro do aluno, e discuta o conteúdo do texto com eles. Peça que dêem opinião, que relatem outras experiências e a importância de uma ação social. Depois, jogue Stop com eles (não precisa ser no mesmo dia). As instruções do jogo já estão descritas, e as letras a serem ditadas são: 1. U; 2. L; 3. U; 4. L; 5. L; 6. L; 7. U. Boa partida!!! Resposta 1. seu 5. envolveram 2. últimos 6. Brasil 3. criou 7. restauração 4. colonial L ou U em final de sílaba e no meio de palavras Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 112 Investigamos exaustivamente essa questão e não conseguimos descobrir nada que fosse suficientemente regular para servir de decisão ortográfica em um momento de dúvida. Por essa razão, não propusemos nenhuma estratégia de investigação ou atividade de geração de conhecimento. Procuramos aproveitar a ocasião para criar jogos que propiciam o contato com essas palavras e exigem estratégias de solução inteligentes, a fim de que as crianças possam desenvolver o próprio pensamento. Procuramos aproveitar o recurso à noção de família de palavras como possibilidade de otimização da memorização desse tipo de palavra. ENQUADRANDO (p. 194) Objetivos: • sistematizar a grafia de palavras com L ou U em final de sílaba e no meio de palavras. • desenvolver estratégias para a solução de problemas. Estratégia: é um jogo montado em cima do já conhecido Ligue os pontos. Para vencer, os jogadores devem aliar duas características: montar boas estratégias de jogo e dominar a grafia das palavras com L ou U em final de sílaba. Conhecimento e inteligência são os ingredientes fundamentais! As regras do Enquadrando já estão descritas no livro do aluno, mas o professor deve ir circulando pela classe para garantir que todos estejam aplicando as regras certas. Alerte-os de que os dois jogadores devem usar palavras das seis listas da p. 195 do livro do aluno. Resposta açougue balbuciar balneário bolsa caule centauro couber couro dinossauro esmeralda filtro galpão louco maldade palmada qualquer rouquidão sauna silvestre solvente touca vassoura analfabeto balconista baunilha calçada cautela choupana colcha couve doutor finalzinho flauta guelra louro naufragar pouco reumatismo saudades salsinha souber talco toucinho astronauta balde beldade caldo calvície cláusula colméia desfalque esmalte feltro fraude laudo lousa ouvindo poltrona reunião salgado selvagem soldado talvez tourada É PAR OU ÍMPAR?? (p. 197) Objetivos: • desenvolver o raciocínio de controle de duas variáveis simultâneas; • sistematizar palavras com L/U como última letra de sílaba interna da palavra. Estratégia: pensar simultaneamente em mais de uma variável (ortografia e classe gramatical) exige um esforço de integração e clareza de conceitos. Todas as matérias pedem essa qualidade de pensamento para a compreensão de seus conteúdos, o que torna a atividade valiosa. As regras do É par ou ímpar? já estão descritas no livro do aluno, o que torna desnecessárias outras explicações de nossa parte.Vale a pena o professor não explicar as regras. Deixe que leiam, discutam e tentem jogar. Toda interferência deve ser feita visando aprimorar a capacidade de leitu- Resposta Lista 1 roupa – substantivo autêntico – adjetivo maldoso – adjetivo algema – substantivo roubaram – verbo resolvi – verbo saudoso – adjetivo flauta – substantivo paulista – adjetivo voltei – verbo calmo – adjetivo golpe – substantivo colméia – substantivo golfinho – substantivo auxiliou – verbo cálculo – substantivo touca – substantivo saltar – verbo neurótico – adjetivo causamos – verbo Lista 2 culpei – verbo filmamos – verbo pouparei – verbo pousarão – verbo trouxe – verbo folgado – adjetivo falso – adjetivo fauna – substantivo caudaloso – adjetivo traumatizar – verbo restaurante – substantivo revoltado – adjetivo rouco – adjetivo paulada – substantivo alteramos – verbo salsicha – substantivo cauteloso – adjetivo folclore – substantivo envolver – verbo assaltou – verbo Lista 3 ousado – adjetivo balde – substantivo euforia – substantivo loucura – substantivo calcanhar – substantivo exausto – adjetivo cultura – substantivo molde – substantivo algema – substantivo algarismo – substantivo pouso – substantivo infalivelmente – advérbio reumatismo – substantivo pautado – adjetivo crueldade – substantivo filme – substantivo náufrago – substantivo austríaco – adjetivo salvador – adjetivo jaula – substantivo Caso ache conveniente, o professor deve criar outras situações de sistematização das letras L/U em final de sílaba, aproveitando a estrutura dos jogos propostos e utilizando as palavras do vocabulário do seu grupo-classe, além de outros jogos e atividades de sua escolha. Jogos como Soletrando, Bingo e Stop, já descritos nas outras séries e constantes do Apêndice deste volume, são sugestões interessantes para essa sistematização. Módulo X – Confrontando as letras E e I em início, meio e final de palavras (p. 200 a 208) Algumas considerações Outro erro bastante freqüente nos textos das crianças é a troca de E/I em diferentes posições da palavra. Colecionamos um grande número de erros de grafia envolvendo essas duas letras e verificamos o seguinte: 1. O erro que mais aparece é a troca de E/I como primeira letra da palavra (“inforcar”/enforcar; “istar“/estar). 2. O segundo grupo de erros mais numerosos é a troca de E/I na primeira sílaba da palavra (“piqueno”/pequeno; “bisouro”/besouro). 3. A troca das letras E/I em final de palavras é rara neste nível de escolaridade e mais específica de algumas crianças. 4. As crianças costumam colocar a letra I no lugar da letra E e poucas vezes ocorre o inverso. Tudo nos leva a crer que erram por transcrever a fala. Assim sendo, fizemos um exaustivo levantamento de palavras em que provavelmente fariam essa confusão. Observamos que a troca E/I se dava mais freqüentemente antes de M, N ou S + consoante. Analisamos todas as variáveis que pudemos (som, série de letras, tonicidade, classe gramatical, etc.) e descobrimos apenas uma regularidade: há muito mais palavras iniciadas por ES do que por IS. Com IS encontramos Israel, islâmico, isca e isqueiro e outras pouco conhecidas. Como os alunos já haviam descoberto nas pesquisas sugeridas no livro da 3a série, esse som Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia ra das crianças e não dar a solução pronta para elas. É também nesse sentido que o jogo é um grande mestre de interpretação de texto! Durante o jogo, o professor deve circular pela classe e verificar o andamento da atividade. É uma boa ocasião para observar o que precisa ser revisto com os alunos. Por exemplo, se os alunos encontram dificuldade em reconhecer classes gramaticais, anote para, em situação posterior, já saber que interferência fazer. 113 /ES/ em início de palavra será sempre representado por E + S ou E + X. Como depois de EX só aparecem as letras P, T, C, a dúvida entre S ou X fica restrita a um grupo menor de palavras. Considerando a dificuldade de encontrar algo que os ajudasse a decidir em caso de dúvida, resolvemos apresentar atividades de sistematização que ajudassem os alunos a fixar algumas dessas palavras que costumam errar. Atividades de sistematização CUIDADO! O TEMPO VAI SE ESGOTAR! (p. 200) Optamos por trabalhar com E/I em final de palavra para retomar a acentuação e sistematizar, uma descoberta já feita no livro da 2ª- série, quando trabalharam com tonicidade. Qualquer dúvida que o professor tenha em relação ao sistema de tonicidade, sugerimos que pesquise naquele volume da coleção, na parte de Gramática e Ortografia. Objetivos: Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 114 1. levantar com as crianças um universo de palavras terminadas em E/I; 2. relembrar que as palavras terminadas em E, sem acento, são paroxítonas; e as terminadas em I, sem acento, são oxítonas; 3. retomar algumas descobertas de acentuação feitas na série anterior. Estratégia: voltamos ao velho conhecido Jogo do Stop. Sugerimos ao professor que dê 10 ou 15 minutos para que os alunos, em grupos, respondam às quatro solicitações. Quem conseguir escrever o maior número de palavras que cumpram as exigências tem mais chance de ganhar. O professor explica as regras comuns de jogos de Stop e pede aos alunos que completem as colunas da esquerda com palavras terminadas em I e as da direita com palavras terminadas em E. Começa, então, a contagem de tempo. Para realizar a correção, sugerimos que um representante de cada equipe vá à lousa e escreva as palavras de seu grupo. O professor confronta as palavras e faz a pontuação. A contagem de pontos é a tradicional: • 0 ponto se a palavra tiver erro. • 1 ponto para palavras corretas e repetidas em mais de um grupo. • 2 pontos para palavras corretas que não forem repetidas. Concluída a correção, o professor terá na lousa uma boa amostra de palavras com essas terminações. É o momento ideal para ajudá-los a retomar conhecimentos antigos. Peça que observem cada grupo de palavras para descobrir as regularidades. Caso não digam espontaneamente, vá fazendo perguntas que dirijam o olhar das crianças para as propriedades de cada conjunto. Poderão descobrir que: 1. Todas as palavras sem acento, terminadas em E, são paroxítonas. Exemplos: pele, permanece. 2. Todas as palavras sem acento, terminadas em E em sílaba nasal, são oxítonas. Exemplos: repõe, mamãe. 3. Todas as palavras sem acentos, terminadas em I, são oxítonas. Exemplos: juriti, gibi, parti, consegui. 4. A maior parte das palavras terminadas em I são verbos no passado, caso haja na amostragem dos alunos. 5. Entre as palavras com acento terminadas em E, há palavras oxítonas e proparoxítonas. Exemplos: café, você, cálice, vértice. 6. Só há palavras paroxítonas com acento terminadas em I. Exemplos: júri, cáqui. 7. Nenhuma proparoxítona termina em I (com exceção de álibi e álcali). Gostaríamos de alertar o professor que optamos por trabalhar com uma atividade aberta que permitisse aos alunos trazer seu próprio universo vocabular e, ao mesmo tempo, possibilitasse levantar um grande número de palavras pertinentes ao assunto estudado. No entanto, essa postura abre a possibilidade de que eles incluam em sua lista, além das palavras que fazem parte da regra geral de acentuação (“Acentuam-se as oxítonas terminadas em E/ES” e “Acentuam-se as paroxítonas terminadas em I/IS”), palavras incluídas nos “casos particulares”, como atraí, constrói, contribuí, saúde, etc. Respostas Palavras sem acento terminadas em I: explorei, proibi, samurai, gibi, contribui, saci, juriti, parti, aqui, ali, caqui, etc. Palavras sem acento terminadas em E: atinge, acompanhe, diferencie, parede, inteligente, lente, brinde, ele, mamãe, compõe, etc. Palavras com acento terminadas em I: júri, cáqui, táxi, beribéri, jóquei, jérsei, etc. Palavras com acento terminadas em E: árabe, cálice, árvore, índice, café, você, até, Tietê, etc. Descobertas: 1. As palavras sem acento, terminadas em I, são oxítonas. As palavras sem acento, terminadas em E, são paroxítonas (com exceção das palavras terminadas em ÕE, ÃE). Portanto, em palavras oxítonas, sem acento, use I, e em palavras paroxítonas, sem acento, use E. 2. As palavras acentuadas, que terminam em I, são paroxítonas, e as palavras acentuadas, que terminam em E, são oxítonas. 3. Não há proparoxítonas terminadas em I (exceção: álibi e álcali, pouco conhecidas), portanto, use E no final das proparoxítonas. Continuando nossa investigação, verificamos que há muito mais palavras iniciadas por ES + consoante do que iniciadas por IS + consoante. Criamos a atividade Ler para crer… com o objetivo de propiciar um contexto que mobilize a investigação e depois uma forma inteligente de sistematizá-la. LER PARA CRER… (p. 201 e 202) Objetivos: • descobrir uma propriedade da língua que possa ajudá-los em um momento de dúvida ortográfica; • desenvolver o pensamento operatório na descoberta de palavras no Torto. Estratégia: Questões 1 e 2: A descoberta da frase proposta dessa forma é apenas uma brincadeira com segmentação de palavras para introduzir a regra. Questão 3: Como já foi feito anteriormente, as crianças devem confrontar os dizeres da frase com os dados do dicionário. É importante que elas desenvolvam essa postura de pesquisa. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Caso isso aconteça, é interessante que o professor mostre aos alunos que há três tipos de acento: 1. Acentos cuja função é mudar a posição da sílaba tônica. Exemplos: caqui (oxítona), cáqui (paroxítona). 2. Acentos cuja função é alterar o timbre da vogal. Exemplos: chapéu x camafeu, constróis x depois. As palavras terminadas em U e I, sem acento, são oxítonas. A presença do acento é para avisar que as palavras devem ser pronunciadas com timbre aberto. O mesmo é válido para os monossílabos: réu x meu, rói x boi, etc. 3. Acentos cuja função é avisar que, naquele caso, o encontro vocálico que deveria ser um ditongo é um hiato. Exemplo: sa-ú-de x sau-dade. Essa questão não será discutida neste volume. Caso palavras desse tipo sejam citadas, sugerimos ao professor que dê uma explicação rápida, mas não se aprofunde no assunto, que será objeto de estudo na 5a série. Neste volume solicitamos com maior freqüência que as crianças criem atividades umas para as outras. Esse convite para que sejam produtoras, e não solucionadoras, exige que pensem em vários aspectos da língua e do jogo ao mesmo tempo e também que se coloquem sob duas perspectivas (a de quem propõe e a de quem resolve) para garantir que se obtenha a solução adequada. É também uma boa oportunidade para o professor perceber quais são as atividades mais envolventes na opinião dos alunos. Geralmente são as mais reproduzidas. Na aula seguinte é fundamental que todos troquem seus cadernos e um resolva a atividade do outro. Se isso não acontecer, fica uma sensação de vazio, e os alunos podem questionar por que tiveram de criar se nada foi feito com o que produziram… 115 Questão 4: As crianças já puderam brincar com o Torto outras vezes, o que não significa que o interesse diminua. Um bom jogador deve exercitar muito até compreender a estrutura e desenvolver boas estratégias de jogo. Respostas 1. e 2. “Você sabia que há muito mais palavras iniciadas por ES do que por IS mais consoante?” 3. As crianças verificarão que essa afirmação é verdadeira. 4. Palavras do Torto: ES/IS no início de palavras Palavras iniciadas por ES espera escorre espalho espirra estria esperta escoa espelho escape estira escorrega espiga estaca espreita estepe espeta esta estar estrada esteira IMB escora espirro escale escoar estão ES/IS no meio de palavras ES no meio de palavras Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 116 emprestara pesco pesca pescada despe despi despira respira respire cresci IS no meio de palavras disco pisco riscar discar arrisca corista risco pisca acresci cesta teste testa gesta respeita desacato mestre destaco disca pista arrisca pires meses chalés agires arrases ages ES/IS no final de palavras ES no final de palavras cores coalhes corres artes mês cortes restes pises gires três cortês catres IS no final de palavras cais reis tocareis acateis arreais ágeis sais seis correis IMP EMB EMP estará espigar espada escada escorri Palavras iniciadas por IS isca isco iscar descase descasca resta empresta resta Tendo como objetivo que os alunos descubram essa propriedade do sistema ortográfico, criamos o jogo Gincana do EM/IM, descrito a seguir. Gincana do EM/IM O professor divide a classe em equipes e organiza-as em fileiras. Depois de combinar um sinal para todos iniciarem o jogo ao mesmo tempo e quanto deve durar a gincana, o professor explica as regras e entrega para o primeiro de cada fileira uma folha com a tabela abaixo. arrais Investigando as letras E/I + consoante Procuramos analisar como E e I se comportam quando aparecem seguidas de consoante, e verificamos que há poucas palavras iniciadas por I seguido de M. Regras da gincana: 1. Ao sinal de iniciar, os alunos que estão com as folhas escolhem uma das colunas e escrevem apenas uma palavra iniciada pela seqüência de letras indicada. Eles podem escolher qualquer uma das quatro colunas para completar. 2. Feito isso, o aluno passa a folha rapidamente para o colega de trás, que procede da mesma forma e passa para o seguinte, e assim sucessivamente até que o tempo estipulado se esgote. 3. Caso a folha chegue ao último aluno da fileira e ainda haja tempo, ele se levanta e leva a folha até o primeiro, que continua completando as colunas. 4. Não vale escrever a mesma palavra apenas flexionada em gênero, número, grau, pessoa ou tempo. Nosso objetivo é evitar que escrevam, por exemplo, empada, empadinha, empadão; importei, importamos, etc. 5. Ao se esgotar o tempo, o professor recolhe as folhas com as tabelas e faz a correção. Depois conta quantas palavras estão escritas corretamente. As palavras com erro de grafia são anuladas. 6. Ganha o jogo a equipe que escrever o maior número de palavras corretamente. ALISTANDO (p. 203) Objetivos: • perceber que um grande número de palavras inicia-se pelos prefixos EN e IN. A partir dessa constatação e observando o sentido desses prefixos, perceber que têm um instrumento de decisão em relação à letra inicial dessas palavras; • observar que nem sempre o EM/IM inicial é um prefixo. • perceber que depois de EM/IM não aparecem Ç nem SS, só S. Questão 1: Nosso objetivo é que os alunos percebam que IN/EN nem sempre são prefixos. É natural que as crianças tenham dúvidas e classifiquem algumas palavras indevidamente. Nesses momentos o professor deve ajudá-las a lembrar que, quando IN/EN são prefixos, existe uma palavra da mesma família sem esse prefixo, como satisfeito/insatisfeito. Caso não exista a palavra da mesma família sem esse prefixo é porque, naquela palavra, essa seqüência não é um prefixo (ensaio, ensino, etc.). É interessante que o professor peça às crianças que observem no dicionário se há mais palavras iniciadas por ENS ou por INS. Elas poderão observar que o número de palavras iniciadas por INS é maior e esse é mais um dado para a compreensão do sistema ortográfico. Questão 2: Ao pedir que observem que nessas palavras o S sempre aparece depois de EN/IN, estamos preparando-os para a questão 3. Questão 3: Depois dos prefixos IN/EN jamais apareceria SS, pois SS só é possível entre vogais. O Ç aparece apenas em inçar, inço e ençampar, três palavras pouco conhecidas. Com essa descoberta, os alunos já têm como pensar ao escrever palavras iniciadas por INS/ENS. Não se esqueça de pedir para que destaquem a conclusão no caderno com lápis ou caneta colorida. Questão 4: Com as palavras organizadas nas colunas indicadas, o sentido acrescentado pelos prefixos fica mais evidente: IN – idéia de negação EN – idéia de muito, cheio de Questão 5: a) Ao pedirmos mais palavras iniciadas por esses prefixos + qualquer consoante, os alunos poderão ampliar o universo de palavras para tirar novas conclusões e fugir de falsas generalizações como, por exemplo, achar que só o S aparece depois desses prefixos. b) Ao pedirmos que observem o sentido do IN e do EN, estamos preparando-os para a conclusão que será pedida na questão 6, e ampliamos o sentido do EN como “movimento para dentro”, como em ensacar. O prefixo EN também pode exprimir uma idéia de negação. Verificamos no dicionário que EN tem esse sentido em poucas palavras, a maioria de uso pouco comum, por isso optamos por omitir esse sentido, deixando que os alunos o descubram em séries posteriores. O mesmo se dá com o prefixo IN, que também pode significar “movimento para dentro”, mas que tem esse sentido em poucas palavras, sendo assim um sentido possível, mas pouco provável. Questão 6: Atingimos nosso objetivo principal nessa atividade: que os alunos descubram que, quando Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Após a correção e a contagem de pontos, o professor discute com os alunos quais foram as colunas mais fáceis de completar. Poderão observar que foram as colunas IMP/EMP e EMB. A coluna do IMB estará preenchida com poucas palavras. Pergunta, então, se é possível aprender algo com esse dado. Poderão observar que há poucas palavras iniciadas por IMB (imbecil, imberbe, imbatível, imbicar, imbuia, imbuir e outras desconhecidas). As demais são grafadas com EMB. O professor pede, em seguida, que abram o dicionário e verifiquem se a conclusão é verdadeira. Constatarão que é verdadeira e poderão registrá-la no caderno, dando bastante destaque para facilitar consultas posteriores. 117 for um prefixo com sentido de negação, a palavra é escrita com I, se o sentido for de “muito” ou “cheio de”, escreve-se com E. Respostas Questão 1: Prefixo IN insondável insatisfeito insaciável insustentável Prefixo EN ensaboar ensolarado insuficiente insônia insubstituível insanidade insuspeitável insubordinado ensangüentado ensopado IN/EN não são prefixos insultar insulina ensaio enseada ensino Questão 2: A letra S. Questão 3: Depois de IN/EN jamais viria SS porque só aparecem entre vogais. O Ç aparece nas palavras inço, inçar e ençampar, mas não é prefixo em nenhuma delas. Questão 4: O prefixo IN dá a idéia de negação. O prefixo EN exprime a idéia de intensidade ou abundância (grande quantidade, muito, cheio, etc.). Questão 5: Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 118 a) Apresentamos algumas sugestões. O professor deve aceitar as palavras sugeridas pelas crianças, verificando sempre se o IN e o EN são prefixos. IN intocável indecifrável indiscreto insolúvel incorreto incerto IM impuro impassível impiedoso impossível imbatível impróprio EN encaixotar ensopar enforcar entortar encadernar encanador EM embalar embelezar embebedar empilhar empalhar empacotar b) O sentido dos prefixos permanece e descobrimos que o EN/EM também pode significar “movimento para dentro”. Exemplos: embalar, encaixotar. Questão 6: Quando o prefixo traduzir a idéia de negação, escrevemos com IN/IM; quando traduzir a idéia de intensidade ou movimento para dentro, escrevemos com EN/EM. EU AFIRMO! (p. 205) Objetivos: • fixar a grafia de algumas palavras iniciadas por EM/EN e por IM/IN, já que em nossa análise as crianças mostraram errar com maior freqüência palavras escritas com essas letras iniciais; • fazer a revisão de conceitos gramaticais e ampliar o vocabulário; • desenvolver estratégias de busca e coordenação de variáveis (classe gramatical, números sorteados). Estratégia: o ditado de dicas tem como objetivo levantar um universo de palavras com E/I para utilizá-las no jogo. A escolha de um ditado para o levantamento dessas palavras deu-se pelo fato de que, por transcrever a palavra como é falada, as crianças erram sua grafia, sendo importante ter de lidar com essa variável. Dicas para a primeira parte da atividade: 1. André comeu o bolo… (o mesmo que todo, completo). 2. Coletivo de abelha. 3. Ato de imobilizar com gesso um osso fraturado. 4. Suspender pelo pescoço em lugar alto, asfixiar. 5. Ataque do coração. 6. O mesmo que inundação. 7. Ele saiu com o tênis... (o mesmo que sujo). 8. O contrário de puxar. 9. Antônimo de emagrecer. 10. O mesmo que secar. 11. O que não é possível. 12. O mesmo que introduzir, colocar em um fio ou em um orifício. 13. O que acontece no jogo quando os dois adversários têm o mesmo número de pontos. 14. O mesmo que perder peso. 15. Cobri algo com terra. 16. Quando tomamos medicamento por meio de agulha e seringa, tomamos uma… 17. Sinônimo de imenso. 18. O mesmo que adorno, ornamento. 19. Instrumento para capinar ou revolver a terra. Respostas 1. inteiro 9. engordar 17. enorme 2. enxame 10. enxugar 18. enfeite 3. engessar 11. impossível 19. enxada 4. enforcar 12. enfiar 20. encolher 5. enfarte 13. empate 21. infeliz 6. enchente 14. emagrecer 22. externo 7. encardido 15. enterrei 23. embarcação 8. empurrar 16. injeção 24. explosão DIAGONAL MISTERIOSA (p. 208) Objetivos: • sistematizar a grafia de palavras com E/I; • permitir que o aluno desenvolva o raciocínio por compensação; • levar o aluno a fazer o cruzamento de variáveis simultâneas (número de letras, posição da letra no quadro e na palavra, a mesma letra em todas as palavras do quadro). Além disso, a criança terá a necessidade de pensar em palavras com as letras E/I em todas as posições. Estratégia: as regras do jogo já estão explicitadas no livro do aluno. Aconselhamos que a atividade seja realizada em duplas ou trios para que os alunos possam enfrentar juntos o desafio. No momento da correção o professor deve estar atento ao fato de que há mais de uma res- posta possível para várias linhas. Não se esqueça de perguntar quem colocou outra palavra e de considerá-la, caso seja possível. Respostas o 1 quadro 1a linha e e e e s s n n p p t t e a u a l l l l h h h h o o o o 2a linha p p r s m e e e e e r n s n n e e p t t i i i i i r r r r r a a a a a 3a linha p c a o i r r n e e e e d m n r o o o o s s s s a a a a 4a linha n n n n n u u u u u m m m m m e e e e e r r r r r e a o a o i l u r s 5a linha r r r r r e e e e e c c c c c h r h h r e e e e e i i a i a o o r e r 6a linha p p p p p a a a a a r r r r r e q e e a c u d c r e e e e e r s s m s 7a linha e e e e e e n n n n n n c c c c c c a o a o i a n s l l l r t t h h h t e e e e e e Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 20. Antônimo de esticar. 21. Antônimo de feliz. 22. Oposto de interno. 23. Qualquer meio de transporte utilizado em mares, rios e lagos. 24. Depois que se detona uma bomba, acontece uma… As regras do jogo estão descritas no livro do aluno, mas é importante que o professor peça às crianças que leiam as regras e tirem as dúvidas antes do início da partida. Não explique a eles como jogar, deixe que leiam as regras e expliquem para você, pois o exercício de ler textos de instruções é fundamental para que possam sair-se bem na tarefa de estudantes. 119 2o quadro 1a linha e s e s e s e s e s e s t t t t t t a u u a e i r d d l n m e e a e d e i i i i i i 2a linha r r r r r r r r e e e e e e e e p p p p p p p p u e e e o e e d l l l r t t i i i i i i i a a s r a r u e t i a 3 linha d d d d d d d d e e e e e e e e s s s s s s s s v c p t t t t d i i i i i i i i a d d n n l l t r a a a o a o a 4a linha m h e e d c v v a u m n e e i a t m p c d d r s i i i i i i i i l l l l l l l l h h h h h h h h a a a a a a a a 5a linha c a f a r l a f i i i i a a a a n n n n ç ç ç ç a a a a 6a linha p d c v l b i i i i i i c t t r g c a a a a a a v v v v v v a a a a a a m m m m m m a Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 120 f g m t i i i i c r m r a a a a v v v v a a a a m m m m 7a linha i i i i n n n m s v j p i i u o s s s s t t t t a a a a Caso o professor ache necessário, deve criar para a sua classe outras atividades para sistematizar o uso das letras E/I, utilizando, de preferência, vocabulário colhido das produções das crianças. Módulo XI – “Mix” ortográfico: LHA/LIA; ERA/EIRA; OA/OUA; EM/EIM (p. 210 a 224) Algumas considerações As seqüências de letras LHA/LIA Outro erro freqüente encontrado em nossa amostra é a troca de LHA/LIA. A maior parte das palavras que apresentavam esse erro terminavam no encontro vocálico instável IA e eram acentuadas, como em família, que os alunos costumam escrever “famílha”. Outro erro comum é a troca do LHA por LIA, como em folha que eles escrevem “folia”. Analisamos palavras com essas duas seqüências de letras e descobrimos que: 1. É possível decidir se a palavra é escrita com LHA ou LIA quando ela não tem acento, se pensarmos em tonicidade: folha termina em A e, portanto, é paroxítona, tendo o FO como tônica; se for escrito folia, teremos fo-li-a, também paroxítona, mas a tônica passa a ser LI, mudando a pronúncia e o significado da palavra. 2. Quando a palavra termina em LIA e é acentuada, como no caso de família, não conseguimos encontrar nada que pudesse auxiliar na tomada de decisão. Restou-nos, como em outros capítulos deste volume, apenas criar situações de sistematização. Para sistematizar esses dois pensamentos expostos acima, criamos duas atividades descritas a seguir. E AGORA? (p. 210) Objetivos: • tomar consciência das diversas possibilidades de se grafar este mesmo som e da inexistência de mais de uma grafia para essas palavras; • articular o conhecimento de ortografia, divisão silábica e tonicidade em uma situação única e integradora para perceberem a relação interna entre todos esses aspectos da língua; • criar uma situação de desequilíbrio, que abra uma possibilidade para o professor refletir sobre o assunto com as crianças, em busca de uma solução. Estratégia: optamos por apresentar para as crianças as diversas maneiras de escrita para uma mesma palavra, encontradas nos cadernos dos próprios alunos, para que eles, defrontando-se com todas essas possibilidades, tomem consciência da existência delas e da impossibilidade de grafar uma mesma palavra de diferentes maneiras. O professor deve ditar, a cada vez, uma palavra de cada quadro, e os alunos, em duplas, devem descobrir qual das formas grafadas é a que corresponde à palavra ditada. O erro pode estar na ortografia ou na tonicidade, sempre havendo apenas uma forma correta. Em alguns quadros há duas palavras corretas, mas como apenas uma estará sendo ditada, a outra é automaticamente eliminada. O professor deve tomar cuidado ao ditar para não dar a “dica” de qual das formas é a correta por meio da pronúncia. É importante que a palavra seja ditada como é falada naturalmente. Além disso, deve-se introduzir a palavra num contexto de frase para eliminar dúvidas quanto a seu significado. Dessa forma, cabe aos alunos analisar somente a tonicidade e a grafia das palavras. 1o ditado: 1. óleo 2. folha 3. alho 4. filha 5. valha 6. falha 7. talha 8. Emílio 9. milho 10. malha 11. família 12. Itália 13. coelha 14. velha Depois que as palavras foram ditadas, o professor propõe que as crianças mudem a cor do lápis e continua o ditado iniciando novamente no quadro número 1. O aluno marcará a palavra com cor diferente para destacá-la das palavras do primeiro ditado. 2o ditado: 1. Eu olho 2. folia 3. alio (do verbo aliar, juntar, ligar) 4. filia (de filiar, associar-se, adotar como filho) 5. valia (passado do verbo valer: ele valia) 6. falia (passado do verbo falir: ele falia quando fui socorrê-lo) Depois que todas as palavras forem ditadas, aconselhamos o professor a fazer a correção na lousa e discutir com a classe por que as outras grafias não são corretas, justificando. Por exemplo, observando o quadro 1 – no 1o ditado – podemos dizer que: • o-le-o – a palavra lida não poderia ser escrita desta forma porque a palavra sem acento terminada em O é paroxítona, portanto teria de ser lida oleo. • o-lho – não poderia ser escrita assim porque o primeiro O é fechado e em óleo o primeiro O é aberto. • ólho – não poderia ser acentuada porque a palavra terminada em O é naturalmente paroxítona, portanto não haveria razão para a presença do acento. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia Atividades de sistematização 121 • eu olho – a pronúncia, a divisão silábica e a tonicidade dessa forma estão corretas, mas o sentido não corresponde à palavra lida pelo professor. Ao fazerem a justificativa, as crianças estarão aplicando todo o conhecimento de Ortografia e Gramática adquirido até então. Observando o quadro 4 – no 1o ditado – poderemos dizer que: • fi-lhi-a – não poderia ser esta forma porque a tônica seria o lhi (palavras terminadas em A são paroxítonas), o que mudaria a pronúncia. • fi-li-a – também nesta forma a tônica seria o li, pois as palavras sem acento terminadas por A são paroxítonas. Nesse caso temos uma palavra que existe, mas tem outro significado diferente de filha. • fí-lha – não seria correta porque as palavras terminadas em A são paroxítonas, não precisam ser acentuadas. Sugerimos o mesmo procedimento com os outros quadros. O professor pode pedir que cada equipe justifique o conteúdo de um deles. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 122 Ao escrever as palavras corretas na lousa, aconselhamos o professor a organizá-las em dois grupos — com LH e com L + vogal — e depois pedir que marquem a sílaba tônica de cada uma. Concluída a marcação, o professor deverá analisar as palavras com os alunos e ajudá-los a concluir que: 1. Se a palavra sem acento termina em LHA, a tônica é a sílaba anterior ao LHA. 2. Se for escrita com LIA, sem acento, a tônica será o LI, o que a diferencia do LHA. 3. Se terminar em LIA, com acento, a pronúncia é semelhante e por isso gera confusão. 4. Se terminar em LHA nunca terá acento, ou seja, ou é LIA com acento, ou LHA sem acento. Depois que todas as palavras tiverem sido discutidas, sugerimos que, como lição de casa, seja pedida a atividade Poemilha. POEMILHA (p. 211) Objetivos: • sistematizar a grafia de palavras terminadas nas seqüências de letras LHA, LHO, LEA, LIA, LIO. • escrever poemas de vários estilos. Estratégia: ao longo dos anos as crianças têm lido e escrito poesias. Um poema que utilize a rima possível de ser produzida pelos sons LIA/LIO, LHA/LHO é uma forma de integrar os conhecimentos vistos até então. Depois, o professor deve proporcionar um espaço de troca das produções: cada aluno deverá ler seu poema para os outros, fixar as poesias no quadro mural, enviá-las para que sejam lidas pelas crianças de outra classe... enfim, deve-se propiciar a partilha da criação dos alunos com outras pessoas. Caso o professor ache necessário, deve criar novas atividades para a sistematização dessa dificuldade com as crianças. É sempre interessante, nesses casos, levar em conta o interesse específico e os erros cometidos por elas, criandose atividades que respondam à necessidade da turma. Os finais de palavras ERA/EIRA/ERO/EIRO Um erro bastante freqüente entre as crianças é acrescentar uma vogal a um encontro vocálico (exemplos: “boua”; “pessoua”) ou omitir uma vogal de um encontro vocálico (exemplos: “enceradera”; “faxinera”). Esse erro comum pode ser resolvido pela análise dessas terminações e foi com essa finalidade que criamos as atividades a seguir. DITADEIRA (p. 212) Objetivo: oferecer ao aluno um instrumento de decisão em dúvidas quanto à grafia de palavras terminadas em ERA/EIRA. Estratégia: optamos por um ditado para o levantamento de palavras, para que fique evidenciada a dificuldade de se grafar palavras com essas terminações. Feito o levantamento, segue a análise em busca de um instrumento de decisão de como escrevê-las. as crianças poderão constatar a relação existente entre Gramática e Ortografia. Questão 3: Nosso desejo é que os alunos percebam os diferentes sentidos que esse sufixo dá às palavras. Reconhecer os sentidos que um sufixo pode trazer às palavras é poder lidar de forma mais eficiente com os sentidos das palavras e poder compreender a teia de relações que compõe a língua de maneira mais profunda. É provável que as crianças tenham dúvida se formigueiro é “idéia de coletivo” ou “idéia de lugar”. Aconselhamos o professor a aceitar as duas posições, pois a discussão seria muito profunda para esse nível de escolaridade. Se pensarem pelo espaço (casa das formigas) é lugar; se pensarem considerando os seres (conjunto de formigas) é coletivo. No Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa encontramos as duas alternativas. Consideramos mais lógico pensar como lugar, pois o formigueiro existe e é chamado assim mesmo quando vazio, ou seja, sem formigas. Questão 4: Ao pedirmos às crianças que encontrem palavras com ERO/ERA, pretendemos criar um universo de palavras que elas possam usar como referência na busca de uma descoberta que venha ajudá-las a saber quando usar EIRO/EIRA ou ERO/ERA. O professor pode aproveitar a ocasião para destacar que as terminações ERO/ERA não têm acento no E, com exceção de pêra. Questão 5: Enquanto EIRO/EIRA formam substantivos, ERA/ERO são, na maioria das palavras, terminação verbal. Quando em final de substantivos, nunca são sufixos, apenas final de palavra. É importante também chamar a atenção das crianças para o aspecto quantitativo: há muito mais verbos com essas terminações. Questão 6: Como as crianças sabem que o sufixo traz os sentidos estudados na questão 3 e são acrescentados a uma palavra que existe sem eles (galinha/galinheiro), perceberão que ERO/ERA nunca são sufixos. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia As perguntas a serem feitas na Ditadeira são: Qual é o nome que damos à(ao): 1. Profissional que trabalha em um açougue? 2. Árvore que dá goiabas? 3. Uma grande quantidade de formigas? 4. Grande quantidade de partículas sólidas; pó? 5. Lugar nas gaiolas onde as aves pousam e dormem e que se parece com uma pequena vara. 6. Lugar onde vivem as galinhas? 7. Árvore frutífera que dá limão? 8. Profissão de quem trabalha na construção de casas levantando paredes? 9. Objeto que serve para peneirar? 10. Objeto que serve para caçar ratos? 11. Nome que se dá à planta que produz tomates? 12. Muitos berros dados ao mesmo tempo? 13. Profissão de quem trabalha consertando os pneus furados dos automóveis? 14. Compositora ou cantora de rock? 15. Árvore frutífera que dá jabuticabas? 16. Profissão da mulher que trabalha cortando e penteando cabelos? 17. Profissão de quem trabalha preparando a comida de casas e restaurantes (feminino)? 18. Objeto colocado no pescoço dos cachorros? 19. Lugar onde se toma banho de imersão? 20. Roubo muito grande; roubar várias vezes? 21. Objeto que usamos no pulso como enfeite? Corrigido o ditado, reúna-os em equipes pequenas, pois começa a parte de geração de novos conhecimentos. Procuraremos articular variáveis como classe gramatical e sufixo para a decisão ortográfica. Questões 1 e 2: Os alunos poderão dizer algo recorrente: todas as palavras são substantivos terminados em EIRA. O sufixo EIRA é formador de substantivos, portanto, todas as palavras formadas por ele pertencem à classe dos substantivos. Mais uma vez, 123 Questão 7: As crianças poderão aprender que: 1. O sufixo EIRA/EIRO é formador de substantivos e traz uma idéia de objeto de uso, intensidade ou coletivo, profissão, árvore frutífera ou lugar. Na maior parte das palavras o E é pronunciado fechado. 2. Não existem os sufixos ERA/ERO. 3. Deve-se usar ERO/ERA quando for final de verbo ou não for sufixo do substantivo. Na maior parte das palavras o E é pronunciado de forma aberta. Respostas para as perguntas do ditado: 8. pedreiro 9. peneira 10. ratoeira 11. tomateiro 12. berreiro 13. borracheiro 14. roqueira 15. jabuticabeira 16. cabeleireira 17. cozinheira 18. coleira 19. banheira 20. roubalheira 21. pulseira 1. Todas as palavras são substantivos. 2. Todas as palavras terminam em EIRA ou EIRO. 3. Nomes de profissão: açougueiro, pedreiro, borracheiro, roqueira, cabeleireira, cozinheira. Nomes de árvores frutíferas: goiabeira, limoeiro, tomateiro, jabuticabeira. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 124 7. Conclusões: a) Se a palavra for um substantivo terminado por um sufixo que traz idéia de coletivo, profissão, lugar ou intensidade, use EIRA/EIRO. b) Se a palavra for um verbo ou adjetivo, use ERA/ERO. c) Se for uma terminação do próprio substantivo, tome cuidado: pode ser escrita das duas formas. As seqüências de letras OA/OUA Respostas 1. açougueiro 2. goiabeira 3. formigueiro 4. poeira 5. poleiro 6. galinheiro 7. limoeiro 6. Em todas as palavras encontradas que não são verbos o ERO/ERA; EIRO/EIRA faz parte da palavra. Não é uma terminação que foi acrescentada a ela. Nos verbos trata-se da própria terminação verbal. Nomes de lugar: poleiro, galinheiro, banheira, formigueiro. Nomes de objeto de uso: peneira, ratoeira, coleira, pulseira. Nomes que dão idéia de intensidade e de coletivo: formigueiro, poeira, berreiro, roubalheira. 4. Provavelmente encontrarão várias: ÊRA/ERA: pêra, áspera, bebera, correra, espera, tempera, quisera, quimera, fera, tapera, etc. ÊRO/ERO: gênero, exagero, mísero, austero, lidero, considero, etc. (Não há palavras terminadas em ÊRO.) EIRA/EIRO: feira, freira, dinheiro, inteiro, cordeiro, esteira, etc. 5. As palavras encontradas com ERA/ERO são na maioria verbos ou adjetivos. Algumas poucas são substantivos. As encontradas com EIRA/EIRO são todas substantivos. U U U U U…! ( p. 214) Objetivos: • possibilitar ao aluno que descubra um instrumento de pensamento para decidir como escrever palavras terminadas em OA; • levar a criança a tomar consciência de que costuma omitir o U dos encontros vocálicos OU. Estratégia: além de omitir o I do sufixo EIRA/EIRO, as crianças omitem também o U de encontros vocálicos que têm o U como segunda letra. Escrevem “açogue” no lugar de açougue; “vassora” no lugar de vassoura; etc. e, às vezes, acrescentam o U em palavras terminadas pelo encontro vocálico OA, como em pessoa, que os alunos comumente escrevem “pessoua”. Atentas a isso, preparamos essa atividade. Questão 1: Apresentamos palavras com a omissão da letra U, de forma que todas são passíveis de confusão pelas crianças. Descobrir em que palavras o U está faltando já é um exercício de identificação. A aposta tem como objetivo aguçar a curiosidade do grupo para a resolução da atividade. Questão 2: Ao separar as palavras, as crianças poderão observar que OA aparece sempre no final das palavras, enquanto o U omitido sempre compõe sílabas internas. Questão 3: Não conseguirão achar. Não existem palavras terminadas em OUA. Procuramos exaustivamente e não achamos nenhuma. Caso algum aluno Respostas 1. São 9 palavras. 2. Palavras que estavam sem u: açougue louco tesoura vassoura outro roubar trouxe dourado cenoura Palavras sem u: boa pessoa abotoa ensaboa magoa garoa lagoa enjoa canoa 3. As crianças não encontrarão palavras terminadas em OUA. 4. Escolha sempre OA, pois não existe palavra terminada em OUA. HEIN…?!?! (p. 216) Objetivos: • levar o aluno a observar que as palavras podem terminar por EM, ÉM, ÊM; • permitir que a criança construa um instrumento de decisão sobre quando usar cada uma dessas terminações; • ajudar a criança a descobrir que não existem palavras terminadas por EIM. Estratégia: é uma atividade para ser feita individualmente e que pode ser pedida como lição de casa. Apresentamos a seguir algumas sugestões para o momento da correção, que deve ser coletiva. Questão 1: Faça a correção na lousa, organizando as palavras em colunas, cada coluna com uma das terminações. Ao proceder dessa forma, as palavras já estarão preparadas para a análise que será pedida a seguir. Nosso objetivo ao deixar as palavras lacunadas é permitir que as crianças que acreditam que exista a terminação EIM usem-na e isso gere dúvida em relação a algumas palavras. Essa dúvida vai ser a motivação para a busca de uma solução. Questão 2: Ao pedir que os alunos observem as terminações e as palavras que completaram, pretendemos dirigir o olhar deles para alguns elementos significativos, pois talvez não tenham consciência desses elementos ao completar as palavras. O professor deve proceder como um desencadeador, fazendo perguntas do tipo: São semelhantes quanto à tonicidade? Quanto à classe gramatical? Quanto ao gênero?. Dessa forma ajudará as crianças a encontrarem nas próprias palavras a solução que permitirá uma tomada de decisão ortográfica. Observada a característica comum, é importante que as crianças formulem a regra.“Se a palavra for…, então devo escrever…” Essa consciência é que vai levá-las a uma superação dos erros de grafia e à compreensão do sistema ortográfico como uma teia. Questão 3: Destacamos neste momento os verbos vir e ter, que têm as 3as pessoas do singular e do plural diferenciadas apenas pelo acento. Aproveite a ocasião para retomar as pessoas e a importância do acento como elemento diferenciador. Respostas 1. Terminação EM quem item vem fuligem dormem bem cem bobagem trem amarguem chamem Terminação ÉM Terminação ÊM vintém vêm ninguém têm alguém refém também porém amém acém além convém aquém Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia encontre, trabalhe com a idéia de que aquela palavra é com OUA, as outras são com OA. Questão 4: Como não existem palavras terminadas por OUA, será sempre com OA. Poderão ter certeza de que se escreve leitoa, Lisboa, patroa, voa, coa, apregoa, etc. Quanto ao grupo de palavras que são escritas com o encontro vocálico OU, não conseguimos descobrir nenhuma forma de pensamento que pudesse servir como instrumento de decisão em um momento de dúvida ortográfica. 125 sem miragem amem tomem ferrugem sobem origem sabem imagem assem tem homenagem aluguem homem comem recém 2. As palavras terminadas em: EM: são paroxítonas; ÉM: são oxítonas; ÊM: são verbos e estão no plural; EIM: não existem palavras com essa terminação. 3. Os verbos vir e ter, quando estão na 3a pessoa do singular (ele), são escritos com EM (sem acento), e quando estão na 3a pessoa do plural (eles) são escritos com ÊM (com acento). FORMIGANDO (p. 218) Questão 3: Aqui as crianças responderão com suas palavras que tipo de erros foram cometidos. Para responder terão de tomar consciência das trocas que fazem na escrita das palavras. Por exemplo, que o M foi usado no lugar do N, etc. Questão 4: Para ajudar os alunos a não errarem, pode-se mostrar-lhes aspectos do sistema ortográfico que não foram vistos quando erraram: • Em um dos grupos pode-se dizer à criança que só se escreve M antes de P e B. Antes das outras consoantes é preciso escrever N. • No outro grupo pode-se explicar que falamos EIM, mas escrevemos sempre EM. Não existe nenhuma palavra com EIM. • Para o terceiro grupo pode-se explicar que um S entre duas vogais tem som /Z/, portanto nenhuma dessas palavras poderia ser escrita com um S. Respostas 1. e 2. tambéim teim esa capasidade teim relasão masa asim exenplo levamtar eim iso Objetivos: Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 126 • permitir que o aluno reveja algumas regras ortográficas para sedimentar o seu uso; • levar a criança a desempenhar a função de revisor para que possa rever seus próprios textos. Estratégia: escrevemos o texto duas vezes para que os alunos pudessem fazer o confronto entre as duas grafias. Como a leitura se dá pelo significado, eles costumam não observar a forma como as palavras estão grafadas. Essa atividade busca chamar a atenção das crianças para isso. Questão 1: Começamos pedindo às crianças que, como revisores, localizem os erros e os organizem em duas colunas para preparar a análise, que será feita a seguir. Questão 2: Pedimos que os alunos pintem os erros e os acertos para classificar as palavras pelo tipo de erro, a fim de analisar a natureza deles. Esse é o nosso objetivo nesse momento. – também – – – – – – – – – – – têm essa capacidade tem relação massa assim exemplo levantar em isso 3. GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 O tipo de erro deste grupo é M/N exemplo levantar O tipo de erro deste grupo é S/SS/C capacidade relação massa assim isso essa O tipo de erro deste grupo é EIM/EM têm também em VIDA DE BACANA (p. 221) Objetivos: • trabalhar alguns erros comuns entre as crianças: omissão das vogais I/U em alguns encontros vocálicos; acréscimo de I/U em algumas palavras; troca de U/L no meio e no final de palavras; • permitir situações em que o aluno desempenhe a função de revisor para que possa rever seus próprios textos. Estratégia: sugerimos que o professor peça que o aluno encontre sozinho os erros, mas lhe dê espaço para discutir com o colega do lado em momentos de dúvida. Questão 1: Encontrar as 17 palavras escritas incorretamente é um exercício fantástico de revisão. Depois, ao classificá-las nas colunas, facilita-se a observação do que há em comum em cada tipo de erro. Atenção ao fato de o primeiro erro estar na apresentação do texto. Escolhemos colocar um erro aí porque muitas vezes os alunos erram o título da redação. Questão 2: Escrever corretamente as palavras exige a consciência de como deveriam ser grafadas. Não pediremos as regras, pois já foram suficientemente trabalhadas. Questão 3: A montagem da cruzadinha exige um trabalho de antecipação e regulação das ações escolhidas, importante de ser realizado pelas crianças, principalmente se aliado à revisão dos conteúdos gramaticais estudados por elas. Questão 4: A montagem de uma cruzadinha com as regras sugeridas no livro exige dos alunos que pensem por compensação, trabalhem com a revisão de conteúdos gramaticais e escrevam textos de instruções, uma modalidade difícil mas necessária de ser aprendida. Na aula seguinte, trocam-se as cruzadinhas e um colega resolve a do outro. Respostas 1. e 2. Classificação das palavras pelo tipo de erro: Vogal a mais paiz – paz boua – boa veiz – vez pessouas – pessoas beim – bem Troca de vogal pela consoante reau – real entortol – entortou finaumente – finalmente cobril – cobriu principau – principal goufinho – golfinho mudol – mudou tornol – tornou Vogal a menos abaxo – abaixo engordo – engordou balea – baleia cativero – cativeiro 3. Resposta pessoal. PÁSSARO FUJÃO (p. 224) Objetivos: • permitir que o aluno entre em contato com a música “Passaredo” é levá-lo a refletir sobre um tema importante na formação do conceito de cidadania no que concerne à importância da preservação da natureza; • levar o aluno a retomar os conceitos de substantivo simples e composto e classificação silábica; • desenvolver a capacidade de trabalhar o pensamento a partir da idéia de negação. Estratégia: se possível, ouça a música com seus alunos, cantem juntos e saboreiem essa obra magistral de Chico Buarque e Francis Hime. Converse sobre a letra, peça que leiam a música retirando os nomes de pássaros: o alerta sobre a matança dos pássaros fica mais evidenciado ainda. Depois de discutirem esse importante tema, peça que respondam às questões. Questão 1: Se o professor puder levar a música de Chico Buarque e Francis Hime para as crianças ouvirem e cantarem juntas, melhor. Converse infor- Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 4. a) grupo 1: use M somente antes de P e B; antes das outras consoantes use N. b) grupo 2: o som /S/ entre vogais pode ser representado por C, SS, Ç, mas nunca por S, pois nessa posição ele tem som de Z. c) grupo 3: não existem palavras terminadas em EIM, por isso escreva sempre a terminação EM. 127 malmente com eles sobre a letra da música, retome os textos sobre o Pantanal ou a baleia Keiko, que já apareceram neste volume, e peça que escrevam na questão 1 a mensagem da letra. Questão 2: Os nomes de pássaros estão todos sublinhados. Pedimos que leiam a letra sem os substantivos para que percebam que: a) Sobram verbos e interjeições. b) A mensagem da música não se altera, ao contrário, fica até mais evidente. Questão 3: Criamos uma situação para um jogo de Resta um, que retoma muitos conceitos já vistos. Esse jogo é velho conhecido das crianças, portanto dispensa maiores explicações. 2. a) Sobraram interjeições e verbos. b) Não, a mensagem não muda, porque os verbos e as interjeições conservam a mensagem da música. 3. a) pintassilgo, pintarroxo, melro, chega-e-vira, engolevento, inhambu, asa-branca, patativa, tordo, tuju, colibri, macuco, tico-tico, anum, pardal, chapim, pescador-martim, rolinha, andorinha, bem-te-vi, bicudo, sanhaço, juriti. b) pintassilgo, pintarroxo, melro, inhambu, patativa, tordo, tuju, colibri, macuco, anum, pardal, chapim, rolinha, andorinha, bicudo, sanhaço, juriti. c) melro, inhambu, tordo, tuju, colibri, macuco, anum, pardal, chapim, rolinha, bicudo, sanhaço, juriti. d) inhambu, tuju, colibri, anum, pardal, chapim, juriti. Respostas 1. Mensagem: o homem está destruindo a natureza; em conseqüência, algumas espécies de animais estão em perigo de extinção. Objetivos e orientações específicas – gramática e ortografia 128 e) anum, pardal, chapim. f) anum Resposta: anum. Apêndice A busca da significação no dicionário envolve alguns problemas bastante conhecidos dos professores: Usando o dicionário 1. Diante de vários sentidos, os alunos costumam não saber qual deles é o que interessa ao contexto. 1. Saber que as palavras devem ser procuradas pela 1a, 2a, 3a letra, e assim sucessivamente. 2. Ter certa rapidez para encontrar as palavras (caso contrário, o dicionário torna-se um problema e não uma solução). 3. Saber que determinadas palavras que o aluno encontra no texto não estão da mesma forma no dicionário. Por exemplo: palavras femininas usadas no texto encontram-se no masculino no dicionário; palavras do texto usadas no plural e que, no dicionário, estão no singular; palavras no aumentativo ou diminutivo no texto que estão no grau normal no dicionário; verbos conjugados no texto, que estão no infinitivo no dicionário. 4. Conseguir identificar, diante de várias possibilidades de significados de uma mesma palavra, qual é o que interessa no texto. 5. Aprender a utilizar o dicionário de forma plena, descobrindo a significação das outras informações nele contidas, como, por exemplo: abreviaturas que informam classes gramaticais e as que informam origem e formação de palavras; expressões que aparecem em negrito; diferentes tipos de letras que indicam diferentes informações; etc. 1a Na série o trabalho com dicionário esteve voltado para a conquista da ordem alfabética, da rapidez na busca e do uso do dicionário como um recurso de decisão ortográfica. Na 2a série manteremos esses objetivos, mas ampliaremos o trabalho com a descoberta das palavras no plural, feminino, etc. e a utilização do dicionário como recurso de descoberta de significado. 2. A explicação do dicionário é complicada para a criança. 3. Há um sinônimo da palavra que também é desconhecido para eles. 4. A palavra é utilizada dentro de uma expressão, mas o dicionário só a apresenta isolada e não define o sentido da expressão tal qual está no texto. Sugestões de como lidar com a dificuldade de compreensão da explicação dada no dicionário Essas questões só serão ultrapassadas gradativamente, e nossa postura diante delas pode ajudá-los a enfrentá-las com maior ou menor dificuldade. Antes de mais nada, é preciso pensar que uma das razões de terem dificuldades com a significação é que eles trabalham na ilusão de que o dicionário vai responder por eles ao problema da significação. Pensar dessa forma faz com que o aluno se coloque em uma postura passiva diante do dicionário, como se o trabalho de compreensão fosse o de receber e não o de trocar. Com uma atitude passiva é difícil haver compreensão. Uma possibilidade de atuação do professor diante desse problema é a de, antes de o aluno consultar o dicionário, fazer um trabalho de dedução de sentido a partir do contexto no qual a palavra se encontra. Trabalha-se dessa forma com o raciocínio dedutivo, e o aluno, quando for procurar a palavra no dicionário, já terá uma ou mais hipóteses de significação, ou mais condições de interpretar a explicação do Apêndice O trabalho com o dicionário envolve diversos momentos e vários níveis de dificuldades: 129 termo dada por ele. Esse recurso não anula a dificuldade, uma vez que o conhecimento prévio do mundo e da cultura são também essenciais, mas, sem dúvida, favorece o trabalho e modifica a postura do aluno diante do conhecimento. Para que ele enfrente as possibilidades de sentido, há também na coleção uma proposta de trabalho com polissemia no decorrer de todo o livro. Sugestões de como lidar com a dificuldade de encontrar palavras que estão no plural feminino ou grau aumentativo ou no diminutivo Para a ampliação do trabalho de busca de palavras que não são encontradas da mesma forma que aparecem no texto, peça aos alunos que procurem no dicionário uma palavra no feminino retirada do texto que estiver sendo lido. Diante da dificuldade em encontrar a palavra, lance o desafio “quem acha primeiro”, e, quando encontrada, peça ao aluno que explique como a encontrou. Levantada a possibilidade de que as palavras no feminino sejam encontradas no masculino, dar outras palavras para que possam conferir. Apêndice 130 Quando a palavra, no texto, está no feminino, no dicionário às vezes é encontrada no masculino, às vezes no feminino. Peça às crianças que listem as palavras que aparecem só no masculino e as que aparecem no masculino e no feminino, procurando descobrir qual o critério para saberem em que gênero a palavra aparece no dicionário. Análise feita, poderão descobrir que quando o feminino é regular, ou seja, masculino O/A, o feminino não aparece; se fugir da regra principal, aparece. Assim sendo, não aparece “gata” no dicionário, só “gato”; no entanto, aparecem “boi” e “vaca”. Proceda da mesma forma em relação ao singular e ao plural. Descobertas feitas, registre-as no Caderno de Descobertas e faça jogos de sistematização. Por exemplo, faça um jogo de velocidade, pedindo aos alunos que encontrem a palavra “x”, de tal forma que tenham de decidir com rapidez como ela aparecerá no dicionário e usar boas estratégias de busca. Porém, o mais importante agora é que saibam encontrar palavras dos textos que lêem, o que acontecerá naturalmente no transcorrer do trabalho de textos. Em relação aos verbos conjugados, o problema de busca fica mais difícil de ser resolvido, uma vez que as crianças de 2a série não trabalham ainda com classes gramaticais e não têm o conceito, nem de verbo nem de infinitivo. Para abordar esse tópico, propomos que esperem a 3a série, quando trabalharão com palavras variáveis. Ao constatarem que existem palavras que variam em tempo, sugira que descubram como esse tipo de palavra é encontrado no dicionário. Caso não descubram, dê-lhes a solução. Sugestões de como lidar com a dificuldade de compreender expressões encontradas no texto Quando o que está em jogo é o sentido de uma expressão, a dedução de sentido pelo contexto costuma ser uma estratégia muito eficiente. Nos grandes dicionários, aparecem várias expressões, que poderão ser motivo de investigação para os alunos. Os pequenos dicionários de bolso já não as têm da mesma forma. Se, ao longo da 2a série, os alunos puderem ampliar o uso do dicionário por meio do trabalho de investigação de sentidos e estratégias de busca, propostos na coleção, acreditamos que irão atingir o nível esperado para a faixa. 1. Jogos de Stop Os jogos de Stop são altamente lúdicos, costumam mobilizar muito as crianças e caracterizam-se por pedirem uma tarefa que deverá ser cumprida em um prazo curto. Cada um dos tipos de Stop propicia uma forma própria de atuação e tem um objetivo específico. Assim, o professor poderá escolher o jogo adequando-o aos conteúdos a serem trabalhados. Stop ortográfico Objetivos pedagógicos: 1. Sistematizar dificuldades ortográficas que o professor considerar relevantes. 2. Trabalhar com a imagem mental das palavras. 3. Acionar o vocabulário ativo e passivo dos alunos. 4. Revisar conteúdos gramaticais (tonicidade, classes gramaticais e outros). 5. Utilizar as descobertas e regras que os alunos tenham feito sobre Ortografia e/ou Gramática. Como jogar: Cada aluno ou equipe deve ter uma folha com um quadriculado grande, que pode variar de tamanho dependendo da faixa etária que estiver jogando. Por exemplo: Jogo com 16 palavras 1. Pedir aos alunos que façam uma tabela de 4 ⫻ 4 quadrinhos, que deve ser preenchida da seguinte forma: a) na 1a linha superior, colocam-se as dificuldades a serem trabalhadas. É importante notar que o objetivo do jogo é encontrar palavras que tenham essa(s) letra(s) ou dificuldades, e não palavras que comecem com elas; b) na 1a coluna da esquerda, completar os espaços indicando o campo semântico a que as palavras pertencem, e que podem variar segundo os interesses das crianças. Os alunos gostam de universos vocabulares tais como CEP (cidade, estado ou país), marcas de carros, frutas, animais, partes do corpo humano, objetos de uma casa ou de um escritório ou, ainda, palavras oxítonas, paroxítonas, proparoxítonas, substantivos, verbos, adjetivos, etc. 2. A um sinal do professor, as equipes devem preencher os quadrados, de acordo com o que é pedido na 1a linha e na 1a coluna. 3. Não vale escrever mais de uma palavra por quadrinho. 4. A primeira equipe que terminar de preencher a tabela deve dizer: “Stop”, e todas as outras param imediatamente de escrever. Exemplo de tabela: CH Ç SS S X CIDADES ESTADOS PAÍSES ANIMAIS CARROS Correção e contagem dos pontos Para a correção, fazer colunas na lousa, de acordo com o número de equipes. Os alunos devem permanecer organizados em equipes, e um aluno de cada equipe se levanta e vai escrever a palavra na lousa, na coluna correspondente à de seu grupo. A cada novo pedido, pode-se solicitar um outro aluno da equipe para escrever na lousa, de tal forma que todos possam ir até ela. Conforme os alunos vão escrevendo suas palavras, o professor já vai anotando os pontos de cada grupo. Vence o grupo que obtiver o maior número de pontos na tabela. Para a contagem dos pontos, devem-se observar os seguintes critérios: • Se dois ou mais grupos escreveram a mesma palavra, três pontos para cada grupo. • Se um único grupo escreveu aquela palavra, cinco pontos para esse grupo. • Se um único grupo conseguiu preencher aquele quadrinho e os outros deixaram em branco, esse grupo recebe dez pontos. Apêndice Sugestões de jogos ortográficos para sistematização 131 • Se o quadrinho ficou em branco ou a palavra escrita apresentava algum erro na grafia, nenhum ponto. Stop no texto Objetivo pedagógico: O objetivo desse jogo é desenvolver a postura do revisor nos alunos, para que possam exercê-la na revisão de seus próprios textos. Para desenvolvê-la, é preciso aprender a olhar o texto pela forma e não pelo conteúdo. Apêndice 132 É um jogo que pode ser realizado nos minutos finais da aula, de improviso. É importante que seja repetido com certa freqüência, para que atinja os objetivos pedagógicos estabelecidos. Como jogar: O professor pode aproveitar o texto que está sendo lido na classe para interpretação, por exemplo, e pedir que encontrem nesse texto um número X de palavras com uma determinada letra. Por exemplo, com a letra H em qualquer posição. Todas as palavras devem ser escritas no caderno. Vence o aluno que conseguir encontrar as palavras primeiro. Caso haja na classe alguns alunos que sejam rápidos demais e nunca deixam os outros chegarem próximos do fim, vá até o 5o ou o 6o colocado. É um jogo rápido, que anima muito a classe e desenvolve o papel do revisor nas crianças. As palavras obtidas podem servir de universo para outras atividades, jogos de dicas, palavras cruzadas, soletrando, caça-palavras, etc. Stop em colunas Objetivos pedagógicos: Essa modalidade de Stop é mais uma forma de sistematização interessante para ser desenvolvida depois de atividades de descobertas sobre o sistema ortográfico. Jamais deve ser jogado como ponto de partida ou sem que tenha sido feita a análise do sistema anteriormente. O Stop em colunas propicia uma nova descoberta sobre a série de palavras em que se encontra uma determinada letra, aguçando o olhar da criança para esse tipo de propriedade do sistema ortográfico. É muito bom para desenvolver a postura do revisor na criança. Como jogar: Providenciar uma folha de papel sulfite com uma lista de palavras que devem ser organizadas em colunas, de acordo com as dificuldades indicadas. O procedimento do jogo é simples. 1. Uma vez distribuídas as folhas, o professor fala “Já!”, e todos arrumam as palavras nas colunas. O professor pode, também, determinar um tempo. Por exemplo: “Vocês têm 2 minutos (ou 5 minutos) para preencher a tabela”. Especialmente com crianças menores, essa variante tem se mostrado mais eficiente. 2. Quem terminar primeiro e corretamente vence. É importante verificar se o aluno preencheu criteriosamente, pois há crianças que, no desespero de ganhar, fazem qualquer coisa só para terminar primeiro e impedem que todos possam pensar e aprender. 3. O momento da correção deve ser utilizado para observar e trabalhar os “erros” dos alunos, e não dizer simplesmente “certo” ou “errado”. 4. A correção ocorre na lousa e não há contagem de pontos. Exemplo de uma tabela de Stop em colunas com a letra R: rapaz ricaço ruína acordei selar perto artigo certeza topar enviar ordem drama agressivo empurrado arrastou arranha aranha parado Araraquara 1a coluna: R + vogal 2a coluna: vogal + R 3a coluna: consoante + R + vogal 4a coluna: RR entre vogais 5a coluna: R entre vogais Stop de descoberta Essa variação de Stop é uma atividade muito rica, que permite o trabalho com uma variedade muito grande de palavras. O número de palavras propostas deve variar de acordo com a série do aluno. 1. Trabalhar com a imagem mental da palavra. 2. Acionar o vocabulário passivo do aluno. 3. Desenvolver estratégias de pensamento. 4. Desenvolver estratégias de decisão sobre a ortografia da palavra. 5. Sistematizar um determinado aspecto ortográfico. Objetivos do jogo 1. Completar a tabela com a maior rapidez possível. 2. Obter o maior número de pontos ao completar a tabela. Vence o aluno que obtiver o maior total de pontos e não o que terminou primeiro. Caso a tabela seja semelhante a essa, não se esquecer de avisar aos alunos que quando o R aparece em séries como TOR, deve ser a última letra da sílaba. Por exemplo: não vale palavra como tora, vale torneira. Explicar também que o espaço marcado na tabela não tem a ver com o número de letras ou sílabas que a palavra deve ter. Valem, por exemplo, torneira, torpedo, torpedinho, torta. 2. Bingo ortográfico Objetivos pedagógicos: 1. Sistematizar a grafia de determinadas palavras. 2. Construir regras ortográficas a partir da observação de elementos lingüísticos. 1. Os alunos podem jogar individualmente ou em equipes (não mais que quatro crianças). Como jogar: Durante o sorteio das palavras pelo professor, o objetivo é ser o primeiro a completar uma linha ou coluna de palavras sorteadas e grafadas corretamente. 2. Cada aluno ou equipe deve encontrar uma palavra que satisfaça as características dadas pela tabela. 1. Distribuir uma folha com uma tabela ou pedir aos alunos que façam uma tabela com 16 ou 25 quadrados (4 ⫻ 4 ou 5 ⫻ 5). 3. Quando algum aluno ou equipe termina, fala: “Stop!”, e todos devem parar de escrever. Procede-se, então, à correção na lousa, com a análise dos pontos obtidos. 2. Selecionar as 16 ou 25 palavras (depende da tabela que estiver utilizando), ditas uma a uma, e escrever cada uma em um pedaço de papel cortado. Fechar cada papel e jogar dentro de um saco plástico, para o sorteio. Como jogar 4. Após a contagem, indicar o(s) vencedor(es). Contagem dos pontos • Se mais de um aluno completou com a mesma palavra, três pontos para cada um. • Se só um aluno (ou grupo) escreveu aquela palavra, cinco pontos para ele. • Se só um aluno (ou grupo) preencheu o espaço e mais ninguém descobriu uma palavra para aquela lacuna, dez pontos para ele. • Palavra com erro de grafia, nenhum ponto. Não permitir o uso do dicionário ao longo do jogo, para levar os alunos a acionarem as regras de ortografia que tiverem construído. Veja exemplo de tabela do Stop de descoberta no livro do aluno, atividade DESCOBRINDO (página 175, volume da 1ª série). 3. Cada aluno irá escrever a palavra ditada em algum lugar da tabela, de tal forma que, ao final, cada um terá uma tabela organizada de forma diferente. 4. Tabelas preenchidas, o professor começa a sortear as palavras e os alunos vão assinalando em suas tabelas as que saíram. Quando alguém preencher uma linha, coluna ou diagonal passando pelo centro, levanta a mão e mostra para o professor. Se todas as palavras da linha completada estiverem corretas, o aluno vence. Se alguma apresentar grafia incorreta, o professor avisa que há erro, mas não indica onde, e o aluno continua participando com outra linha ou coluna. Apêndice Objetivos pedagógicos: 133 5. Como a intenção é aprender e jogar, vencer se torna menos relevante. Portanto, o professor continua o sorteio de palavras até quando achar conveniente para sua classe, não importando quantos vencedores houver. Correção A correção deve ser feita na lousa e aproveitada como um momento para discussão e reflexão sobre algum aspecto ortográfico. Por exemplo, se o objetivo do Bingo for a descoberta de diferenças entre AM e ÃO, ditar no Bingo apenas palavras com essas duas terminações e que não tenham acento. No momento da correção, perguntar aos alunos: “O que há de comum entre as palavras que foram ditadas?” Os alunos costumam responder que todas terminam em AM ou ÃO. Fazer uma divisão na lousa e corrigir de forma que cada terminação fique em uma coluna. Ao terminar de colocar as palavras na lousa, perguntar para os alunos: “O que todas essas palavras têm em comum além do fato de terminarem em AM?” (A mesma pergunta é feita para a outra coluna.) Os alunos poderão constatar que as palavras terminadas em AM são paroxítonas, e as terminadas em ÃO são oxítonas, se não tiverem acento (depois da 2a série, quando já tiverem visto tonicidade). A descoberta é registrada no caderno, e as palavras do Bingo, copiadas no caderno. 3. Jogo das dicas Objetivos pedagógicos: 1. Revisar conteúdos já trabalhados, aplicados a uma situação ortográfica. 2. Aprender a ouvir ordens, estando atento aos detalhes do enunciado. Como jogar: O objetivo do jogo é descobrir qual é a palavra que está sendo ditada, a partir de dicas dadas pelo professor. Apêndice 134 por para a classe que, em vez de falar a palavra, você dará dicas e cada aluno deverá escrever a palavra que imaginou em seu caderno. 3. Utilizar critérios variados para dar as dicas e aproveitar para trabalhar conceitos de todas as áreas. Exemplos de dicas: a) “A palavra na qual estou pensando tem (número) letras e (número) sílabas e é sinônimo de...” b) “É o nome que se dá ao processo de nascimento e crescimento de uma semente.” c) “É um substantivo trissílabo que dá nome a um sentimento que temos quando...” d) “É um adjetivo que é antônimo de...”, etc. Esse jogo é muito bom para trabalhar com palavras homófonas (que são pronunciadas da mesma forma, mas grafadas de forma diferente), tais como chá e xá, auto e alto, acender e ascender, etc. Ao utilizá-lo dessa forma, estaremos reforçando para as crianças a concepção de que ortografia e significado estão relacionados. Contagem de pontos • Palavra certa no sentido e na ortografia, dois pontos. • Palavra certa no sentido e errada na ortografia, um ponto. • Palavra errada nos dois, nenhum ponto. 4. Palavras cruzadas Objetivos pedagógicos: 1. Descobrir regras ortográficas. 2. Utilizar conceitos já trabalhados. Como jogar: O jogo de palavras cruzadas já é conhecido de todos. Podemos utilizá-lo para trabalhar ortografia e os conceitos que quisermos — basta selecionar as palavras mais interessantes para o assunto a ser tratado. 1. É para ser jogado individualmente, com a classe toda. Para tal, é importante ter em mente que o objetivo do jogo não é simplesmente ser divertido, mas que por meio dele conteúdos lingüísticos e psicológicos serão trabalhados. 2. Selecionar um número X de palavras com a dificuldade que se pretende trabalhar e pro- Pode ser também indicado, como lição de casa, que o aluno monte palavras cruzadas com A montagem dos jogos exige raciocínio e capacidade de definição, dois elementos importantes de serem trabalhados. É interessante que, na primeira vez, essa atividade seja realizada em sala de aula, para que o professor possa auxiliar os alunos nessa descoberta. pede que o jogador 3 soletre a palavra, e o ponto será dele (do número 3), caso acerte. 5. O jogo termina após terem sido ditadas todas as palavras selecionadas, ou após um tempo determinado pelo professor ou combinado com a classe. 6. Jogo dos animais 2. Distinguir as noções de letra e nome da letra. Objetivos pedagógicos: 1. Utilizar os conhecimentos gerados nas atividades de reflexão sobre uma determinada letra. 2. Trabalhar com a imagem mental das palavras. 3. Utilizar os processos mentais de classificação e seriação a uma situação ortográfica. Como jogar: O objetivo do jogo é conseguir soletrar a palavra corretamente. 1. Pedir aos alunos que pesquisem, em casa, palavras com uma determinada dificuldade ortográfica e tragam para o jogo em classe. Por exemplo, palavras que tenham R, ou que tenham X, CH. 2. No dia seguinte, a classe deve ser dividida em equipes de três ou quatro crianças, que serão, daí por diante, chamadas de aluno número 1, 2, 3, 4, em cada equipe. 3. O jogador número 1 escolhe uma de suas palavras e pede que o jogador número 2 a soletre, isto é, deve escrever a palavra na cabeça e soletrá-la letra a letra, na seqüência certa. Enquanto isso, o jogador número 1 (o que ditou a palavra) vai escrevendo cada letra ditada. 4. Quando o jogador número 2 terminar de soletrar, o número 1 diz se ele acertou ou errou. Se o jogador 2 acertou, ganha um ponto e dita uma palavra para o jogador 3. Se o jogador 2 errou, o número 1 avisa que está errado e Como jogar: O objetivo do jogo é que o aluno descubra como deve organizar letras móveis para formar as palavras que foram sugeridas pelas dicas da tabela. 1. Dividir a classe em grupos de quatro alunos e entregar para cada grupo uma tabela junto com um montinho de letras coloridas já selecionadas para formar as palavras. Esse jogo pode ser feito com cartolina e canetinha hidrocor. 2. Organizada a classe, dar as dicas do jogo. Exemplo: “Com essas letras vocês conseguem montar nove palavras. Todas elas são nomes de animais.Todos os nomes têm a letra H”. 3. Dadas as dicas, pedir aos alunos que descubram e organizem as palavras na tabela, encontrando o lugar certo de cada uma. Vence(m) o(s) grupo(s) que conseguir(em) organizar a tabela corretamente. Veja um exemplo, no livro do aluno, atividade CAÇA-PALAVRAS COM L (página 181, exercício 3 do volume da 1ª série). 5. Soletrando Objetivos pedagógicos: 1. Trabalhar com a imagem mental da palavra. Apêndice determinada dificuldade ortográfica para que os colegas respondam. No dia seguinte, todos trocam de jogos e um responde o do outro. 135 Sugestões de leituras complementares / Bibliografia para pesquisa teórica 136 Sugestões de leituras complementares Bibliografia para pesquisa teórica O catador de pensamentos, de Mônika Feth e Antoni Boratynski. Editora Brinque-Book. Os navegantes, de Robert Snedden. Editora Brinque-Book. Série Barba Suja, de Joel Maviael Monteiro. Editora Ática. Um barril de risadas e um vale de lágrimas, de Jules Feiffer. Editora Cia. das Letras. O empinador de estrela, de Lourenço Diaféria. Editora Moderna. A mina de ouro, de Maria José Dupré. Editora Ática. Coleção Um passo à frente. Editora Ática. Contos populares para crianças. Editora Ática. O gênio do crime, de João Carlos Marinho. Editora Global. Sangue fresco, de João Carlos Marinho. Editora Global. A bolsa amarela, de Lygia Bojunga. Editora Agir. Viagem ao céu, de Monteiro Lobato. Editora Brasiliense. Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato. Editora Brasiliense. Coleção Sete faces, de Marcia Kupstas. Editora Moderna. Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne. Editora Ática. O guia dos curiosos, de Marcelo Duarte. Editora Cia. das Letras. Coleção Viramundo, de Samuel Murgel Branco. Editora Moderna. Coleção Vamos Explorar Ciências, de David Evans e Claudette Williams. Editora Ática. Coleção Pequenos Bichos, de Roberto Muylaert Tinoco. Editora Moderna. Histórias de bichos, de Rubem Alves. Editora Loyola. Os colegas, de Lygia Bojunga. Editora José Olympio. O menino do dedo verde, de Maurice Druon. Editora José Olympio. Bastos, Lúcia Kopschitz. Coesão e coerência em narrativas escolares. São Paulo, Martins Fontes, 1994. Ferreiro, Emilia. Alfabetização em processo. São Paulo, Cortez, 1986. . O texto: escrita e leitura. Organização e revisão técnica da tradução: Charlotte Galves, Eni Pulcinelli Orlandi, Paulo Otoni. Campinas, Pontes, 1988. & Teberosky, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre, Artes Médicas, 1985. Garcia, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1973. Kleiman, Angela. Texto e leitor: Aspectos cognitivos da leitura. Campinas, Pontes, 1989. Koch, Ingedore Villaça. A coesão textual. São Paulo, Contexto, 1991. Macedo, Lino de. Ensaios construtivistas. São Paulo, Casa do Psicólogo, 1994. Orlandi, Eni Pulcinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. Campinas, Pontes, 1987. . Discurso e leitura. São Paulo, Cortez, 1988. Piaget, Jean. A tomada de consciência.Tradução de Edson Braga de Souza. São Paulo, Melhoramentos/Edusp, 1977. . Fazer e compreender. Tradução de Cristina Larroudé de Paula Leite. São Paulo, Melhoramentos/Edusp, 1978. & Inhelder, Barbel. A psicologia da criança. Tradução de Otávio Mendes Campos. São Paulo, Difel, 1980.