as interações verbais em redes sociais na internet: a

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Práticas Interacionais em Rede
Salvador - 10 e 11 de outubro de 2012
AS INTERAÇÕES VERBAIS EM REDES SOCIAIS NA INTERNET: A
IMPORTÂNCIA DAS PIADAS E DOS COMENTÁRIOS ANEDÓTICOS NA
MANUTENÇÃO DE RELAÇÕES DE AMIZADE NO FACEBOOK.
Fabricio de Souza1
Josenei Silva
Patrícia Nascimento Timóteo
Filipe Buranelli Fonseca2
Resumo: Os avanços tecnológicos e os aparatos digitais produzem mudanças sociais muito
sensíveis nos dias atuais. Dentre essas transformações está a possibilidade de comunicação
mediada pela tecnologia digital. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo a
investigação do emprego de comportamentos operantes verbais nas interações entre
adolescentes e jovens adultos na rede social do Facebook. Também buscou discutir a
importância dos comportamentos de tato, intraverbais e autoclíticos na manutenção das
relações de amizade na rede.
Palavras-chave: 1) Análise do Comportamento e relações mediadas pela tecnologia, 2)
Operantes verbais e redes sociais da internet, 3) Amizade e redes sociais da internet.
Abstract: Technological advances and digital devices produce social changes too sensitive
these days. Among these changes is the possibility of communication mediated by digital
technology. In this context, the present study aimed to investigate the use of verbal operant
behavior in interactions between adolescents and young adults in the social network
Facebook. It also sought to discuss the importance of the behaviors of tact, intraverbal and
autoclitics and maintenance of friendly relations on the internet.
Keywords: 1) Behavior Analysis and relationships mediated by technology, 2) Verbal
operants and social networks of the internet, 3) Friendship and social networks of the internet.
Os avanços tecnológicos e o consequente desenvolvimento de aparatos digitais, que se
constituíram numa nova mídia interativa, produzem transformações sociais muito sensíveis
nos dias atuais fazendo com que as ações das pessoas sejam marcadas pela realidade de culto
ao novo, de renovação e de rupturas com algumas estruturas sociais vigentes. Julga-se, então,
1
2
Professor adjunto do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia.
Estudantes do curso de Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade federal da Bahia.
bastante oportuno estudar os efeitos dessa transformação tecnológica sobre as interações dos
sujeitos para que se possa entender melhor sua adaptação às tecnologias digitais e sua
utilização no estabelecimento e na manutenção de vínculos sociais.
É sabido que a linguagem é uma habilidade humana que evoluiu em contexto social e
se transformou em ferramenta essencial no estabelecimento e manutenção das relações
sociais. Nos grupos humanos o indivíduo pode atualizar os vínculos sociais nas conversas e se
comunicar à distância através de mensagens escritas ou demais meios disponíveis. Com o
livro Verbal Behavior, B. F. Skinner apresentou o mais vasto e sistemático tratamento à
linguagem já produzido no contexto da psicologia e assumiu que o comportamento verbal é
um conjunto de práticas de uma comunidade linguística (NALINI e OLIVEIRA-CASTRO
NETO, 2003). Essas práticas são circunstanciadas por contingências de reforço responsáveis
por formas e funções do comportamento verbal, assim denominado por Skinner, característico
dos membros da comunidade. É no efeito sobre a vida do grupo que se deve buscar as razões
da modelagem e da manutenção do comportamento verbal (SKINNER, 1957).
O comportamento verbal foi definido por Skinner (1957) como aquele que age
indiretamente no ambiente pela mediação de um ouvinte treinado pela comunidade verbal e
que tem capacidade de reforçar o comportamento do falante. Dessa forma o comportamento
verbal é comportamento operante por permitir ao sujeito interferir no ambiente e transformálo, sofrendo também o efeito dessas transformações. Porém, o tratamento dado por Skinner a
este comportamento enfatiza o estudo de sua funcionalidade, ou seja, devemos estudar quais
são as condições ambientais que mantêm os indivíduos comportando-se verbalmente.
A principal peculiaridade do comportamento verbal é a necessidade de um ouvinte
treinado previamente e que esteja apto a servir como fonte de reforço para o falante.
Diferentemente dos comportamentos não-verbais, este requer a mediação do ouvinte para que
haja o processo de reforçamento e consequente manutenção das contingências contextuais. O
ouvinte deve ter sido anteriormente exposto às contingências que possibilitem que sua
resposta possa mediar o reforço do comportamento do falante (BANDINI e DE ROSE, 2006).
Para Skinner (1957), o comportamento verbal não dever ser entendido como
possuindo em si uma função comunicativa, representativa ou expressiva, mas sim como um
comportamento que engendra uma função adaptativa. Ou seja, o comportamento verbal é
selecionado segundo as consequências que traz para os membros da comunidade verbal que
fazem seu uso. Cada comunidade específica irá modelar em seus membros um repertório
verbal condizente com suas práticas e isso nos permite afirmar que o significado de uma ação
2
verbal não é uma propriedade intrínseca da ação, mas uma propriedade das contingências de
reforço que selecionam e modelam a ação verbal (BANDINI e DE ROSE, 2006).
Nesse sentido, o comportamento verbal não é fruto de estados internos do indivíduo.
Para que ele seja estabelecido são necessárias condições que proporcionem contingências
específicas de seleção. Estas contingências estão submetidas aos três níveis de seleção por
consequências: filogênese, ontogênese e cultura.
O nível filogenético, da história da evolução da espécie humana pela via da seleção
natural que propiciou ao homem um organismo apto para emitir comportamentos verbais e
sensibilidade para ser reforçado por este.
O segundo nível, ontogenético, seleciona o comportamento verbal através do
condicionamento operante. Ele permite ao organismo se adaptar a características menos
estáveis do ambiente pelo mecanismo de condicionamento operante. Em suas experiências
particulares o indivíduo aprende a reconhecer quais comportamentos verbais serão reforçados
ou punidos. Porém, quem define o que é desejado ou não é a comunidade verbal a qual o
indivíduo pertence. Passamos então para o último nível de seleção, o cultural.
Do ponto de vista da cultura, a comunidade verbal seleciona, através de contingências
de reforço e punição, os operantes verbais que devem ser aprendidos pelos seus membros
através de suas experiências pessoais, com o fim de torná-los mais aptos a interagir e
contribuir com o próprio grupo social (PASSOS, 2003).
O comportamento verbal é fruto do entrelaçamento destes três sistemas de seleção.
Teorizando acerca das interações do falante com o ambiente e com os ouvintes, Skinner
(1957) apresentou a seguinte classificação de relações verbais elementares que se constituem
unidades de análise do comportamento verbal: mando, tato, intraverbal, textual, ecoico,
transcritivo e autoclítico. Para os fins do presente artigo, abordaremos apenas os operantes de
tato, intraverbal e autoclítico3.
O tato permite que a comunidade verbal conheça o ambiente em que vive, ou outro
qualquer, através das descrições que seus falantes fazem dele (PASSOS, 2003). É através do
tato que se nomeiam as coisas e se conhece o mundo. Dentre os operantes verbais este é o
mais importante (SKINNER, 1957). Sua aquisição acontece desde cedo, quando a criança
começa a tatear seu ambiente, ainda que não possua total domínio sobre o comportamento
verbal local, na maioria das vezes emitindo apenas imitações, sendo reforçada pelas pessoas
que cuidam dela.
Para uma análise mais detalhada dos demais operantes verbais, ver Borloti (2004) e Bandini e De
Rose (2006).
3
3
O intraverbal é um comportamento emitido a partir de estímulos verbais, orais ou
escritos, sem que haja uma correspondência formal ponto-a-ponto entre os estímulos e o
comportamento. Segundo Passos (2009), “a comunidade verbal instala no falante respostas
verbais conectadas entre si, correspondendo a conexões que aquela cultura particular faz entre
os fenômenos físicos e/ou culturais (p. 204)”. Dessa forma aprendemos a maioria das coisas
em nossa história escolar. Por exemplo, respondemos “Pedro Álvares Cabral” à pergunta
“Quem descobriu o Brasil?”, à sequência “1, 2, 3” podemos responder “4”. Como nos mostra
Bandini e De Rose (2006), muitas de nossas aquisições verbais são respostas desse tipo, como
regras, definições, declamações de poesia sem auxílio de estimulação textual, máximas,
ditados populares, etc.
Os comportamentos autoclíticos apresentam-se sempre junto com outro operante
verbal emitido anteriormente, simultaneamente ou concorrentemente, e tem a função de tornar
o comportamento do falante mais efetivo por indicar uma propriedade da resposta do falante
ou uma propriedade do contexto onde a resposta do falante é emitida. Dito de outra forma, as
partículas autoclíticas modificam a função de comportamentos verbais emitidos anteriormente
(MATOS, 1991). Os autoclíticos são muito úteis em situações onde as expressões comumente
conhecidas como não verbais no senso comum, como expressões faciais e postura corporal,
por exemplo, não estão presentes ou não podem ser vistas. Dar uma risada ou falar numa
entonação de voz mais suave pode atenuar o efeito aversivo de uma mensagem mais dura que
precisa ser dita, assim o riso funcionaria como uma partícula autoclítica. O efeito da resposta
autoclítica modifica a ação do ouvinte ou de outro operante verbal, daí a necessidade de sua
apresentação conjunta com outro operante verbal (BANDINI e DE ROSE, 2006).
A análise das relações entre os operantes verbais acima descritos permite-nos afirmar,
de acordo com Hübner, Miguel e Michael (2005), que uma das possibilidades proporcionadas
pelo comportamento verbal é a criação de estratégias verbais que levem a efeitos humorísticos
como piadas e trocadilhos. E para que tais efeitos sejam compreendidos, a audiência possui
um papel muito significativo.
Comportamentos de humor, como piadas, acontecem frequentemente na presença de
ouvintes que possuem o histórico de reforçar a resposta do falante porque foram
especialmente treinados pela comunidade verbal para operar como tais (BARROS, 2003).
Dessa forma, em episódios humorísticos, o ouvinte desempenha duas funções: servir como
fonte de reforçamento para o falante e como estímulo discriminativo indicativo de que uma
piada se for emitida, provavelmente será reforçada. Esta segunda função de servir como
4
estímulo discriminativo é chamada de controle pela audiência (HÜBNER, MIGUEL e
MICHAEL, 2005).
É esta audiência que, funcionando como estímulo discriminativo, controla o conteúdo
do comportamento verbal e a sua forma de ocorrência, exercendo um tipo de censura e
determinando quais piadas e trocadilhos são considerados engraçados ou não (HÜBNER,
MIGUEL e MICHAEL, 2005). Assim, sabemos com quais amigos podemos fazer
determinada brincadeira, e qual conteúdo tem a probabilidade de ser reforçado ou não. Certas
piadas adequam-se mais a um grupo que a outro e o que pode ser considerado engraçado por
uma pessoa pode gerar um inconveniente grave com outra. É muito comum, por exemplo,
encontrarmos determinados amigos que são alvos preferencias para as piadas.
Uma característica típica da sociedade brasileira (não exclusivamente dela, é claro) é a
de reforçar piadas com risos e/ou gargalhadas, aumentando a probabilidade de
comportamentos verbais semelhantes serem emitidos pelo falante (HÜBNER, MIGUEL e
MICHAEL, 2005). Assim, quando alguém expressa sorriso, ainda que de forma escrita como
acontece nas redes sociais na internet sob a forma das expressões “rs”, “kkk”, “ahuahuahu”,
“hahahaha” e outras variações, após uma piada ser contada, reforça este comportamento
aumentando, consequentemente, a probabilidade de mais piadas serem contadas, não só pelo
falante inicial, mas por todos daquele contexto específico. Isso pode gerar uma cadeia de
comportamentos verbais que funcionam como piadas. Porém para que um dado
comportamento verbal produza no ouvinte um efeito humorístico, tal qual uma piada, uma
brincadeira com um colega ou trocadilho, sua estrutura deve conter elementos específicos tais
como causar surpresa ou embaraço, possuir alguma forma verbal atípica como dialetos ou
sotaques e até vulgarizações, como é muito comum nas piadas brasileiras de duplo sentido.
Estas características nos remetem ao inusitado e à surpresa e nos fazem rir (SKINNER, 1957).
Assim, para terem graça, as piadas, os trocadilhos e os comentários anedóticos precisam fazer
alguma sátira aos fatos reais com combinações que, de fato, são improváveis de acontecer e
estão distantes do nosso cotidiano.
Uma segunda maneira pela qual o comportamento verbal sofre controle múltiplo de
variáveis, podendo exercer função humorística, é “quando operantes verbais que são
estabelecidos separadamente combinam-se em uma ocasião específica” (HÜBNER, MIGUEL
e MICHAEL, 2005, p. 9). Os autores citam como exemplo a expressão “É a mãe!”, que pode
ser um tato se estiver sobre controle de um estímulo não verbal referente à pessoa da mãe, ou
um intraverbal, se tiver sob controle de uma resposta verbal emitida anteriormente, com o
qual não mantenha uma correspondência ponto a ponto. “É a mãe!” emitida como resposta ao
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tato “Você é barbeiro no volante.” numa situação de trânsito seria um exemplo de intraverbal
de xingamento. Nesse caso o controle múltiplo acontece porque uma mesma resposta, “É a
mãe!”, pode estar sob controle de duas variáveis diferentes, um tato e um intraverbal.
Mas também pode acontecer de uma variável afetar mais de um tipo de resposta. Um
exemplo seria a emissão dos tactos “cão”, “au au” ou “cachorro” na presença de um cachorro.
Essa relação estabelece que a mesma coisa pode ser dita de várias maneiras, o que favorece a
ocasião para criação de várias piadas (HÜBNER, MIGUEL e MICHAEL, 2005). Os autores
exemplificam com o episódio da morte de Ayrton Senna, que cria ocasião para homenagens
póstumas, mas também cria a possibilidade da piada “O que é um pontinho amarelo no céu?”,
fazendo referência ao chapéu amarelo que Senna usava. Dessa forma, o controle múltiplo
explica como se dá o processo criativo de várias piadas através da interação de
comportamentos verbais e sua interação com os diferentes ouvintes.
Vale a pena dizer que as piadas também só funcionam se este controle múltiplo for
reconhecido pelo ouvinte e se ele se der conta que se trata de uma piada. Assim ele tem que
conhecer os diferentes elementos presentes nos comportamentos verbais emitidos e estar
treinado juntamente com todos os envolvidos no episódio verbal. Em outras palavras, “o
humor ocorre, portanto, quando o controle múltiplo é identificado pelo ouvinte. Alguém que
“não entende a piada” é aquele que não identificou as diferentes variáveis de controle da
resposta verbal presentes ao mesmo tempo” (HÜBNER, MIGUEL e MICHAEL, 2005, p. 13).
Por isso tendemos a fazer piadas ou comentários anedóticos principalmente na presença de
nossos amigos, ou pessoas próximas, pois são os mais capazes de reconhecer todas essas
estruturas e nos reforçar com seus risos e gargalhadas, ou seja, acharem graça.
É muito comum encontrar registros de piadas ou comentários anedóticos nas
interações em redes sociais na internet. Em várias situações, as piadinhas envolvendo os
colegas são caracterizadas por expressões que pretendem significar o riso, tais como
“uahauhauahuahuahauhauhauahua” e “hehehe”. Bussab (2000) afirma que fazer piadas com
alguém requer que esse alguém seja conhecido e com ele haja uma relação de proximidade. E
para que as piadas não tenham seu lado de zombaria e “zuação” interpretado como agressivo,
as expressões mencionadas serviriam para evitar possíveis conflitos que pudessem surgir. É
possível ressaltar, dessa forma, que além das propriedades verbais que uma expressão requer
para ser reconhecida como piada ou um comentário anedótico, é importante uma relação de
proximidade, de amizade estabelecida entre os sujeitos que se utilizam desse recurso verbal.
Segundo Albertassi et al (2005), o interesse pela pesquisa das relações de amizade na
psicologia é recente e a pouca produção científica nacional refere-se, principalmente, aos
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dados obtidos com crianças. De acordo com Eibl-Eibesfeldt (1989) a amizade envolve a
descoberta de pontos em comum com o outro, tais como valores, interesses, padrões de
comportamento avaliação positiva mútua e sentimento de satisfação como contato, confiança,
compatibilidade e complementaridade de papéis necessidades e concordâncias.
Pinker (1998) entende que a evolução do sentimento de amizade deve ser entendida a
partir do conceito de altruísmo recíproco segundo o qual um indivíduo se dispõe a emitir um
comportamento que beneficia quem o recebe. Este comportamento tem custos para o emitente
e tais custos só serão compensados no futuro. Gestos baseados no altruísmo recíproco tornam
uma pessoa mais valiosa para o outro e quanto mais valiosa uma pessoa se torna para esse
outro, mais ela o valoriza. Nas palavras do autor,
“(…) se você perguntar às pessoas porque são amigas, a tendência é responderem:
Gostamos das mesmas coisas e sabemos que sempre podemos contar um com o
outro. (…) Os tempos difíceis nos mostram quem são nossos verdadeiros amigos.
Isso ocorre porque a finalidade da amizade, em termos evolutivos, é salvar você em
tempos difíceis, quando para ninguém mais vale a pena fazê-lo” (PINKER, 1998, p.
534).
Nesse sentido é possível interpretar, como o faz Silva (2005), que as relações de
amizade envolvem um conjunto complexo de atos de reciprocidade, no qual os autores
participam trocando falas, gestos, olhares, silêncios, enfim, todo tipo de mensagem que se
possa permitir a construção e a manutenção dos vínculos sociais estabelecidos na rede social
da internet ou fora dela. Decorrente disso, amizade é tida como uma categoria que designa a
capacidade dos sujeitos de estabelecerem laços sociais que exprimem seus interesses, gostos,
opiniões, segredos, etc., e consequentemente, uma rede de sociabilidade (SILVA, 2005).
Nas redes sociais o sujeito adquire sua identidade e sua relação com os outros vai, aos
poucos, tornando-se um todo coeso que representa a rede (TOMAÉL, ALCARÁ e DI
CHIARA, 2005). Com os recursos tecnológicos dos dias atuais, por exemplo a internet, é
dada às pessoas a possibilidade de interagir e formar redes de sociabilidade de uma maneira
completamente nova e diferente das formas usualmente utilizadas até o final do século XX.
Escreve Recuero (2005) que o advento da comunicação mediada pelo computador
favoreceu a amplificação da capacidade dos indivíduos de estabelecerem conexões e isso
permitiu que fossem criadas redes de sociabilidade também mediadas pelo computador. A
partir desta constatação a autora discute o papel que as redes sociais na internet estão
assumindo na modificação dos processos sociais e informacionais da nossa sociedade
(RECUERO, 2009).
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Estudar a interação nas redes sociais na internet implica, necessariamente, no
envolvimento com o problema de como as estruturas sociais surgem, de que tipo são, como
são formadas através da comunicação mediada pelo computador e como as interações
mediadas são capazes de gerar fluxos de informações e trocas sociais que impactam essas
estruturas. Estudar os elementos constituintes e os processos dinâmicos característicos dessa
interação é fundamental para que se compreenda a dinâmica nas redes sociais na internet
(RECUERO, 2009).
A partir das informações apresentadas, o presente trabalho objetivou a investigação do
uso de comportamentos operantes verbais nas mensagens contendo piadas e comentários
anedóticos publicados nos perfis adolescentes e jovens adultos na rede social do Facebook.
Foram selecionadas aquelas mensagens cujo conteúdo era composto por piadas, comentários
anedóticos ou expressões simbolizando sorrisos e que estivessem dirigidas a si ou a seus
contatos na rede. O interesse nesse tipo investigação se dá pelo fato de que, de acordo com
Bussab (2000), fazer piadas e comentários anedóticos com alguém requer que esse alguém
seja conhecido e com ele haja uma relação de proximidade e/ou amizade. E para que as piadas
e comentários não tenham seu lado de zombaria e “zuação” interpretado como agressivo, as
expressões que funcionalmente semelhantes a sorrisos serviriam para evitar possíveis
conflitos que pudessem surgir.
O pressuposto subjacente na presente investigação é que o manejo dos operantes
verbais na interação on-line em redes sociais atua como um fator importante nos processos de
manutenção e/ou estabelecimentos dessas interações.
Método
De acordo com Dias e La Taille (2006), é importante a investigação dos efeitos que a
transformação tecnológica tem sobre a adolescência porque o adolescente é visto como sendo
sensível às mudanças sociais e, também, como sua geradora. Estudar, então, como os
adolescentes lidam com toda essa transformação tecnológica ajuda a compreender como os
sujeitos dessa faixa etária estão aglutinando as novas habilidades, exigidas pela tecnologia
digital, às mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, presentes nessa fase da vida
e que são elementos importantes na construção da identidade.
Ressaltamos a carência de pesquisas que investiguem a interação social entre os
adolescentes e jovens adultos, especialmente a interação on-line. Além do mais, também são
8
escassos os trabalhos a respeito do uso dos operantes verbais na manutenção das relações de
amizade nas redes sociais na internet.
O presente trabalho baseou-se no estudo exploratório de perfis de adolescentes e
jovens adultos na rede social do Facebook moradores da Região Metropolitana de Salvador /
Ba – Brasil. Foram objetos de investigação os conteúdos escritos postados tanto pelos donos
dos perfis quanto pelos seus leitores.
Uma das exigências para que a pessoa tenha um perfil no Facebook é ter 18 anos de
idade, ou mais. Entretanto, é público e notório que muitos adolescentes constroem seus perfis
na rede com informações não condizentes com suas datas de nascimento. Em alguns casos os
perfis também não contêm informações precisas sobre o local de moradia dos usuários. Para
garantir o acesso a perfis de adolescentes, diante das informações imprecisas sobre sua idade e
residência, foi solicitado aos estudantes pesquisadores nesta investigação que buscassem na
lista de contatos nos seus perfis próprios aqueles que eram mantidos por adolescentes, de 12 a
18 anos, e por jovens adultos, de até 21 anos.
A primeira análise dos perfis deu-se no sentido de verificar as seguintes condições: a
exposição de uma foto publicada, que serviria como um elemento a mais no controle da
variável idade e, consequentemente, para ajudar na constatação de que o perfil poderia ser
fonte de dados; e o mínimo de cinco comentários deixados pelos leitores.
Foram selecionados para análise 20 perfis, 10 de rapazes e 10 de moças, residentes na
Região Metropolitana de Salvador / Ba. Os comentários publicados foram submetidos à
análise de conteúdo e posteriormente foram selecionados aqueles contendo piadas,
comentários anedóticos e expressões de sorriso que fossem dirigidos a algum colega em
comum ou a si próprio.
A partir da leitura e análise preliminares dos dados obtidos nos perfis e tomando como
base as leituras de Bardin (1977) e Bauer (2002), foi estabelecida a definição do que seria
considerado fazer piadas: “fazer algum tipo de comentário anedótico e brincar com
determinadas características da pessoa, de algum contato ou do próprio perfil”.
Resultados e Discussão
No conjunto de dados obtidos nesta investigação, foram identificados 469 comentários
anedóticos e piadinhas e 450 expressões significando sorrisos e gargalhadas, conforme a
figura 1. O trabalho de análise de dados ainda está em fase inicial, mas já é possível observar
algumas relações interessantes para a discussão proposta neste trabalho.
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A ampla maioria das piadas foi feita pelos rapazes, no total de 68,1% das ocorrências
observadas. Consequentemente, os 31,9% restantes foram exibidos pelas moças. Esses dados
apontam para a existência de relações marcadas pelas diferenças de gênero, o que nos permite
supor que nossa sociedade também valoriza uma forma de interação que se adeque mais ao
que é esperado para rapazes e moças nesse aspecto. Parece-nos que, assim como socialmente
é permitido às moças uma maior liberdade para a expressão de seus afetos, no que tange à
utilização de piadas, essa maior liberdade parece ser dada aos rapazes.
Figura 1 - Total geral de ocorrências
A análise inicial dos comentários anedóticos mostrou o uso intenso de tatos e
comportamentos intraverbais, tanto pelas moças quanto pelos rapazes. Na transcrição do
diálogo abaixo é possível observar a ocorrência dessas classes de comportamentos4:
MOÇA 1: Eu lembro muito do dia que ele tava trás de vc Maria,kkkkkkkk
MOÇA 2: Manoelzinhoooo
MOÇA 1: Nem venha viu dona Maria, vc encantou o meninos deppois tivemos que sair correndo no meio da
rua, por causa da grande insistência dele de lhe conhecer (sic).
MOÇA 1: Maria pode falar a verdade....o romance de vcs só não durou pq vc foi embora de M. Calmon (sic).
MOÇA 2: Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk e num é, tive que vim embora e
larguei o namorado de minha amiga lá sozinho.....pelo menos Joana ele dirige bem!!! Hehehe (sic).
4
Os nomes próprios que aparecem substituem aqueles que constam nos dados obtidos.
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O comportamento de tatear pode ser claramente verificado na fala na moça 1 quando
ela descreve uma situação envolvendo a amiga; “o romance de vcs só não durou pq vc foi
embora de M. Calmon”. É possível perceber que nesse episódio a descrição acontece baseada
nos eventos presentes no momento em que os fatos aconteceram, o que caracteriza o
comportamento de tatear.
A importância deste tipo de comportamento pode ser observada quando as pessoas
aprendem a dizer aquilo que viram, a descrever algum objeto e também quando expressam
seus sentimentos. O comportamento de tatear sentimentos e afetos assume uma importância
significativa pelo fato de, segundo Pinker (1998), o início e a manutenção de relações
interpessoais são fortemente influenciados pela expressão de sentimentos e afetos dos
indivíduos entre si.
Um exemplo de comportamento intraverbal pode ser identificado na fala da moça 1;
“Nem venha viu dona Maria”. Este comportamento caracteriza-se como intraverbal por ter
como estímulo antecedente o comportamento verbal escrito da moça 2 e por constituir-se em
uma resposta que não apresenta uma correspondência formal ponto-a-ponto com a resposta da
moça 2. Ou seja, o comentário da moça 1 não está repetindo o que a moça 2 disse (o que
caracteriza a ausência de correspondência ponto-a-ponto) e também produz um relato verbal
que faz com que a interação seja mantida de acordo com o que a colega escreveu, e não se
preocupando em fazer uma descrição de uma situação, objeto ou sentimento. De acordo com
Borloti (2004), uma parte da fala da moça 1 serve de estímulo para a fala que se segue da
moça 2.
Dentre muito do que pode ser dito do intraverbal, um aspecto que merece destaque é o
papel que ele cumpre no estabelecimento das falas dos indivíduos e a maneira como isso se
procede é fundamental na manutenção da interação. Quando uma pessoa dá continuidade a
uma conversa emitindo intraverbais que indicam ao outro um entendimento do que foi
anteriormente dito, a probabilidade de continuidade da interação é aumentada. É nesse
momento que aqueles envolvidos na conversa conseguem perceber se estão compartilhando
os mesmos significados de sentimentos, regras ou valores que, por ventura, estejam
envolvidos na fala.
O significado da conversa deve ser entendido aqui como o efeito que o
comportamento verbal do falante produz no ouvinte. Se um colega da rede demonstra
entendimento acerca do que o outro expressou é porque foi possível inferir ou constatar as
variáveis que proporcionaram a emissão do comportamento verbal do outro (SKINNER,
1957).
11
O significado do que se quer transmitir é função tanto das circunstâncias presentes que
controlam a resposta verbal do falante, quanto da história de exposição do falante a
contingências semelhantes ocorridas no passado (BORLOTI, 2004). Isso é particularmente
importante na manutenção das interações porque é justamente quando o ouvinte percebe o
significado do comportamento verbal do falante que este se sente compreendido. Sentir-se, ou
não, compreendido pelo ouvinte é um fator de suma importância para a emissão de
comportamentos que reforcem, ou não, a interação. Essa mesma afirmação ajuda na
percepção da existência de valores e regras compartilhados pelos indivíduos e, igualmente,
esta percepção pode favorecer ou enfraquecer a interação.
A afirmação de Silva (2005), a respeito do estabelecimento de laços sociais a partir do
compartilhamento de interesses, gostos e opiniões comuns, não seria possível caso os sujeitos
não fossem capazes de emitir comportamentos intraverbais que favorecessem a compreensão
do significado dos comportamentos envolvidos na interação.
Muitas expressões anedóticas foram acompanhadas de partículas que funcionavam
como expressão de sorrisos e/ou gargalhadas. Essas expressões verbais desempenharam um
papel importante na modificação dos comportamentos verbais do falante e do ouvinte.
Vejamos a seguinte transcrição:
MOÇA: Sua cara meu DEUS ...!!! ela confesou que é doida kkkk (sic)
RAPAZ: Sempre soube de sua loucura!!! (sic)
MOÇA: os l oucos se entende e se reconhecem não é Marcinho? (sic)
A moça emite o tato “ela confessou que é doida” e digitou as letras “kkkk” em
seguida. Para ver o quanto esta partícula modifica a fala do rapaz, certamente ele teria um
comportamento verbal diferente caso a expressão “kkkk” não estivesse presente. Eis a função
desta expressão: fazer com que o rapaz tenha a certeza de que a pessoa de quem a moça fala
não está sob uma condição de sofrimento psíquico. Quando a expressão em “kkkk” é utilizada
(ou qualquer outra semelhante com a mesma função), o rapaz compreende o caráter anedótico
do contexto e emite sua resposta verbal condizente com este contexto. Na ausência da
expressão, e ele poderia considerar outras intenções da moça e não especificamente a de fazer
anedota com outra pessoa. É por isso que a expressão em questão é um comportamento
autoclítico.
As partículas identificadas como autoclíticas são, de acordo com Borloti (2004),
comportamentos autoclíticos qualificadores. A justificativa para esta classificação se dá
12
porque essas expressões de riso qualificam como piadas os operantes básicos que elas
acompanham. No caso da transcrição acima, “ela confessou que é doida” é o operante básico
e o autoclítico “kkkk” o qualifica de forma a fazer com que o ouvinte, o rapaz, emita um
comportamento verbal consonante com o autoclítico.
Borloti (2004) nos mostra uma classificação das unidades autoclíticas que incluem
autoclíticos descritivos e qualificadores. Os primeiros representam um comportamento verbal
que ressalta o comportamento do falante. Na expressão “Vejo que vai chover”, o uso de
“vejo” indica ao ouvinte que o falante percebe determinados eventos e conclui uma
determinada ocorrência. Já os autoclíticos qualificadores acompanham um operante básico e
fazem com que o comportamento do ouvinte, frente a este operante básico, seja modificado
em termos de direção e intensidade. Foi exatamente essa característica qualificadora que
observamos nos dados obtidos nessa investigação.
Assim como o intraverbal, o comportamento autoclítico está associado à compreensão
do significado das falas, o que também o torna importante na manutenção da interação verbal.
Ao se comportar tendo percebido as sutilezas dadas pelos autoclíticos, o ouvinte torna-se
capaz de conduzir a interação verbal na direção de sua manutenção ou de seu
enfraquecimento.
Na transcrição acima, a pessoa sobre quem a moça e o rapaz conversam é uma pessoa
com quem ambos possuem uma certa relação de proximidade, ainda que proximidade aqui
possa não necessariamente significar uma amizade. O sentido anedótico das falas
apresentadas constrói-se, entre outros aspectos, caracterizado por essa relação que falante e
ouvinte possuem com a pessoa sobre a qual constroem o comentário anedótico. Nas palavras
de Dunbar (1997), uma piada envolvendo pessoas e/ou situações completamente
desconhecidas do ouvinte não se torna engraçada. Desconhecendo a pessoa e/ou a situação
com que se brinca, é grande a possibilidade do ouvinte não conseguir reforçar o
comportamento do falante (HÜBNER, MIGUEL E MICHAEL, 2005).
É inegável que a qualificação dada pelos autoclíticos qualificadores, na transcrição
apresentada, faz com que os comportamentos do falante não sejam interpretados pelo ouvinte
como agressão. Essa condição é recorrente no conjunto de dados que fundamentaram o
presente trabalho. Representando o elemento sorriso, os autoclíticos “hahaha”, “hehehe”,
“rsrsrs”, “kkkkkk”, assumem a função de estimular e, principalmente, marcar a presença do
sorriso na interação verbal mediada pela internet. Isso é particularmente importante pelo fato
do sorriso ser um elemento evolutivo fundamental na manutenção das interações mediadas
pelo comportamento verbal.
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Skinner (1957) aponta para o fato do comportamento de rir fazer com que uma
situação irritante seja mais facilmente tolerada se ela for tratada de forma humorada. Dunbar
(1997) sinaliza que o rir estimula a liberação de endorfinas fazendo com que o ouvinte possa
experimentar sensação corpórea de prazer e relaxamento.
Considerações finais
Os apontamentos apresentados neste artigo refletem uma análise preliminar de um
trabalho de investigação mais amplo das interações verbais mediadas pela internet envolvendo
o emprego de operantes verbais nas expressões de afeto, busca de contatos e elogios.
É preciso que sejam estimuladas pesquisas nessa área de forma a contribuir para a
compreensão das particularidades da interação nas redes sociais da internet, bem como a
oferecer uma análise interpretativa baseada nos sólidos pressupostos da Análise do
Comportamento.
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