O MOVIMENTO ESTUDANTIL DE 1968 NO MÉXICO

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PRODUÇÃO D ISCENTE
O MOVIMENTO ESTUDANTIL DE 1968 NO
MÉXICO
Ivanovich Pérez Cruz*
Estudar os movimentos sociais, implica uma
revisão dos processos estendidos ao longo dos anos, em
diversas partes do mundo e com circunstâncias diferentes,
que mudam para cada um deles uma representatividade,
formas de ação, ideologia, indivíduos participantes, planos
de ação e objetivos diferentes ao resto. No entanto,
podemos apontar questões específicas, como ponto de
viragem para estudá-los.
A relação entre os movimentos que surgiram
através de diferentes datas, grupos sociais, países e
objetivos, permitiu criar teorias que ajudam a compreender
a importância do movimento para a construção de uma
sociedade em constante mudança.
Nildo Viana (2016, p.12) fala que a enorme
diversidade de definições de movimentos sociais tem a ver
com problemas de ordem ideológica ou insuficiência
teórico-metodológica.
Assim
alguns
confundem
*
Graduando em Sociologia na Universidade Nacional Autônoma de
México.
movimentos sociais com manifestações, partidos políticos,
classes sociais, ideologias, organizações, entre outras
infinidades de fenômenos e os definem a partir de tal
confusão.
É comum, confundir os movimentos sociais com
os partidos políticos, pois, tal Scherer-Warren (1989,
p.18), que afirma que eles são uma ação grupal para a
transformação, voltada para a realização dos mesmos
objetivos, sob orientação mais ou menos conscientes de
princípios valorativos comuns (a ideologia) e sob uma
organização diretiva mais ou menos definida. Essas
características também se encontram nos partidos políticos
e por isso a definição de movimentos sociais se mostra
precária.
Assim, podemos entender que os movimentos
sociais são formados a partir da necessidade dos
indivíduos, visando atingir algum objetivo. Tal projeto
viaja em uma certa direção, que é apoiado por uma
ideologia e organização subjacente. No entanto, não é
possível definir movimentos sociais apenas pelo objetivo
planejado, porque isso pode gerar imprecisão. É por isso
que Battomore (1982, p. 38), define o movimento social,
em termos genéricos, como um esforço coletivo para
promover mudança ou resistir ela, na sociedade da qual
faz parte.
Desta forma, temos que entender que no
movimento social existem diferentes características,
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noções, ideologias, objetivos, momentos históricos e
grupos que fazem com que ele seja de uma ou outra forma
e que não possa ser explicado só por alguma de suas
partes. Ainda, com as características já apresentadas,
existem muitos outros fenômenos dentro da sociedade e
das relações sociais e dos grupos sociais geradores de
movimentos sociais.
Para Viana (2016, p. 21), é necessário
compreender a relação entre movimentos sociais e classes
sociais. Suas lutas e formas de consciência que instauram
determinada hegemonia na sociedade e nos movimentos
sociais. Só quando podemos entender qual é a substância
que existe no interior deles podemos compreender sua
dinâmica.
O Conceito de Movimentos Sociais.
Como já foi dito antes, os movimentos sociais são
gerados pelos grupos sociais. A constituição de um
movimento social se realiza com diferentes elementos que
vão se complementando e fortalecendo através de um
processo que leva algumas cargas representativas muito
importantes. Aquele processo faz uma adição de grupos,
pois o movimento é isso, uma mobilização de grupos
sociais, nunca algo individual.
É importante assinalar que o movimento existe
tendo por base um grupo social, embora a existência do
grupo social não produz, automática e necessariamente,
um movimento social (JENSEN, 2014). O grupo social
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existe independentemente de consciência e organização. É
bem claro que a existência dos grupos sociais tem uma
grande importância na sociedade. Isso não quer dizer que
sua existência vai gerar ao mesmo tempo um movimento,
mas é fundamental o estudo dos grupos para entender
quais são as propriedades presentes dos movimentos.
Viana (2016, p. 30) diz que é necessário para
entender o conceito de movimentos sociais trabalhar com
o conceito de grupos sociais e com os seguintes conceitos
complementares: situação social, insatisfação social, senso
de
pertencimento,
mobilização
(ação
coletiva/
compartilhada), objetivo.
Tais conceitos, expressão de determinações dos
movimentos sociais, podem mudar com relação aos
contextos em que existem e todos possuem uma relação
entre si. Porém, nenhum deles pode deixar de estar
presente para que haja um movimento social. A situação
social dos grupos pode provocar satisfação ou insatisfação
social, e, com isso, um senso de pertencimento naquele
grupo, gerando assim mobilizações por um determinado
objetivo.
Mas, é importante entender melhor a relação que
se produz nesse processo. Um grupo social é um conjunto
de indivíduos que compartilham semelhanças geradas de
sua corporeidade, situação e cultura que, em certo
momento, devido a determinada situação específica que
gera uma insatisfação social, ao promover senso de
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pertencimento de indivíduos ao grupo e gerar objetivos e
mobilização, se constitui como movimento social. Assim,
os movimentos sociais possuem diversos elementos
constitutivos que sua essência.
O Movimento Estudantil de 1968 no México
A base dos movimentos sociais são os grupos
sociais, compostos pelo conjunto de indivíduos unidos por
sua corporeidade, situação social ou por uma causa
(projeto político). Assim, o desenvolvimento dos
movimentos sociais, independente de qual seja, tem como
fundo esta caraterística.
Se lembrarmos a criação das universidades
modernas na Europa, estas são feitas e ligadas com a
igreja, onde o ensino intelectual e cultural foi um vínculo
entre
um
conhecimento
tradicional
(SCHWARTZMAN,1983). O desenvolvimento destas, foi
sempre para as classes privilegiadas. Isso é produto da
divisão de classes existente nas sociedades europeias. Para
Boaventura de Sousa (1983, p.190), a universidade foi um
local de produção de alta cultura e de conhecimentos para
a formação das elites, um local de padrões culturais para
formar uma forca de trabalho qualificada para o
desenvolvimento industrial.
Ou seja, as universidades, na Europa, não foram
feitas para fazer uma crítica da sociedade ou das condições
existentes nesse período e sim para a reprodução de um
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modelo onde os padrões culturais tradicionais foram
reproduzidos de fato. Ao mesmo tempo, outro papel
fundamental, foi preparar as futuras gerações para o
trabalho. Assim, ao invés do ideal de fazer da universidade
um lugar onde de discussão sobre os saberes, o seu papel
foi, na realidade, diferente.
Isso explica que, anos de 1960, existiu uma crise
gerada por uma luta pela igualdade de oportunidades, a
legitimidade das universidades e uma autonomia na
definição dos valores e dos objetivos institucionais das
universidades. Groppo (2006, p. 31) afirma que a crise foi
o reflexo de uma de necessidade de mudar o sentido das
universidades para os fins da sociedade atual de 1960.
Os diferentes processos políticos, econômicos e
sociais ao redor do mundo precisavam de uma revisão dos
princípios nos maiores centros de ensino na Europa. Esse
processo, de algum modo, tem relação com os processos
que iniciavam na América Latina, especialmente no
México, onde os estudantes da Universidade Nacional
Autônoma de México e o Instituto Politécnico Nacional,
começavam a maior mobilização estudantil da história do
pais.
Como diz Groppo (2006, p. 32), as crises geram
inúmeros pontos de tensão, dentro das universidades e nas
suas relações com o estado e sociedade. O movimento
estudantil dos anos 1960 foi expressão de modulações
diversas dessas crises, por meio de demandas como a
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politização da vida universitária e propostas de cogestão e
autogestão de uma universidade crítica.
O México, nos anos sessenta, testemunhou
acontecimentos violentos e decisivos para a luta do
movimento estudantil, devido às profundas mudanças nas
relações sociais causadas pela industrialização. Para
Guevara (1988, p. 24), essas mudanças afetaram
decisivamente a criação de uma condição de estudante,
sendo algo sem precedentes. Essas mudanças seriam
definidas por três conjuntos de contradições: a crise das
profissões, a crise do ensino superior e a mudança de
valores em novas gerações associada às mudanças
culturais do período pós-guerra. Nesse período, o grupo
social de base do movimento estudantil foi fortalecido e
passou a ter maior relevância.
O ponto de viragem para o movimento estudantil
no México foi o movimento de caminhões na capital, em
agosto de 1965, que iria começar um novo ciclo histórico
das lutas sociais mexicanas. Naquela época, a confluência
de várias situações, tais como a necessidade de estudantes
de Direito da UNAM por um lugar na comunidade de
estudantes, as taxas de frete mais elevados e o
descontentamento de caminhoneiros e professores levou a
um movimento, que durou apenas duas semanas, mas
atraiu milhares de pessoas. O amplo espectro das
demandas conseguiu convocar vários setores, tais como os
estudantes politécnicos e da escola normal, gerando a
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primeira Aliança Tripartite e dias depois sob a influência
do movimento dos professores da cidade do México, um
grupo de estudantes formou a Grande Comissão Estudantil
que formulou uma lista de reivindicações.
De acordo com Nildo Viana (2016, p. 36), os
indivíduos do grupo social se tornam integrantes do
movimento social, quanto efetivam algo com o mínimo de
persistência em favor do mesmo, como por exemplo,
escrever ou produzir culturalmente, ou participar de
protestos, organizações e outras formas de ações coletivas
ou compartilhadas. Esses são os integrantes autóctones e o
movimento social pode, eventualmente, ter indivíduos
alóctones no seu interior ou como apoio.
Isso nos permite entender que os indivíduos que
não pertencem ao grupo de base que gera um movimento
social podem fazer parte dele, sendo seus integrantes ou
apoiadores alóctones. Isso ocorre quando existe um
sentido de afinidade pelas demandas e os objetivos
apresentados pelo movimento social, sempre tendo como
impulso principal uma motivação.
A crise de legitimidade nas universidades
europeias é um aspecto importante e relacionado com sua
massificação e com o caráter mais mundial, tendo como
consequência o seu impulso em outras partes do mundo.
Para Groppo (2006, p. 35), a massificação das
universidades foi uma arma para conter os jovens, ter uma
disciplina bem estabelecida para quem estava na educação
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superior. Funcionou mais para uma questão laboral que
para o fortalecimento do pensamento e a construção de
conhecimento.
A universidade tinha o objetivo de manipular aos
estudantes para exercer o controle deles e de suas formas
de pensamento e organização. Com a massificação das
universidades, o adestramento dos indivíduos permitia
moldar suas caraterísticas provocando uma estratificação
social bem estabelecida.
A escola é um instrumento de
subordinação no sentido de que os
conteúdos e os métodos de ensino
impõem ao estudante um papel
completamente passivo que prefigura sua
posição futura no interior das estruturas
produtivas e sua atitude subordinada
frente ao exercício do poder. A escola se
revela como um gigantesco aparato
burocrático destinado à organização do
consenso (BOBBIO e VIALE, 1969,
p.73).
O grupo social constituído pelos estudantes se
altera com a massificação das universidades, gerando uma
necessidade de agir e lutar. A situação social que os
estudantes viviam era marcada por opressão, necessidades
não atendidas, descontentamento geral com a sociedade e
uma divergência com as ideologias vigentes. Isto gerou
uma maior mobilização estudantil. Nessa situação, o senso
de pertencimento se generalizou e assim foi se
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constituindo uma elaboração coletiva de objetivos. A
insatisfação social foi determinante para o crescimento do
movimento estudantil.
O movimento estudantil de 1968 no México é
constituído precisamente dessa forma. Posições diferentes
e problemas entre estudantes e governo levaram a
ascensão de um setor composto por jovens das principais
universidades do país. Para Guevara (1988, p. 24-25), os
anos sessenta testemunharam episódios violentos e
decisivos na luta do movimento estudantil do México,
devido às profundas mudanças nas relações sociais
causadas pelo processo de industrialização. Esse processo
gerou, como já foi dito, mudanças (a crise das profissões,
a crise do ensino superior e alteração dos valores em novas
gerações associada às mudanças culturais do período pósguerra) que impactaram fortemente na situação estudantil.
Em meados daquela década, a atmosfera de
participação política tinha inundado dramaticamente
universidades, especialmente com o surgimento de várias
organizações autodenominadas marxistas, tais como a
Socialista, Autêntico Universitário e Revolucionário
Estudantil.
As reivindicações visando mudar as condições
educativas e as políticas públicas de educação
universitária, inclusive buscando que deixasse de ser
apenas um centro de manutenção das elites, bem como
querer acabar com a massificação ideológica e de
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legitimação do sistema, como diz Groppo (2006, p.36), foi
a ponta de lança para criar um maior senso de
pertencimento nos estudantes.
Em 1967, sucedeu uma greve nacional,
envolvendo 70.000 estudantes que apoiaram seus pares na
Escola Agrícola Hermanos Escobar em Cidade de Juarez,
que exigiu a federalização da escola. A luta foi organizada
por um Conselho de Greve Nacional e de Solidariedade. A
luta estudantil levou as autoridades a ceder às suas
exigências. Assim, por um lado, fechou uma longa série de
derrotas estudantis e, por outro, deixou a porta à explosão
nacional de 1968 em aberto.
Tanto nas universidades europeias, como as
universidades mexicanas, e seguindo a Groppo (2006, p.
44), a única alternativa que poderia garantir uma
verdadeira reforma, era um movimento estudantil de
caráter radical, o Maio de 1968. E da mesma forma que
aconteceu na Franca, a luta contra o sistema obsoleto das
universidades, por uma redução das matriculas,
burocratismo e a incapacidade para integrar estudantes nos
sistemas universitários de pesquisas e oferecer melhores
oportunidades para eles.
Assim, quando o movimento estudantil ganhou
força para sua luta, já tinha por base um conjunto de
indivíduos com um senso de pertencimento importante e
que já apontavam para os mesmos objetivos. Além de ter
articulado os estudantes das principais universidades do
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México, o movimento estudantil desse período não era
monoclassista, como diz Viana (2016, p. 67) acerca de
determinados movimentos sociais. O movimento
estudantil era policlassista, pois teve como base indivíduos
de diferentes classes sociais. Estudantes de diversas
classes sociais integraram a mobilização e adquiriram, ao
conhecer as propostas, objetivos e ideias defendidas pelos
ativistas, um senso de pertencimento ao movimento
estudantil em 1968.
A hegemonia burguesa no México influenciou
diretamente as atividades políticas, econômicas e sociais e
os governantes fizeram a emissão de leis e decretos que
refletiam pensamento governista que não tinha a intenção
de atender as reivindicações e promover qualquer acordo.
As tendências revolucionárias, segundo Viana (2016, p.
99), tem maior força e presença na juventude. As
mobilizações das tendências revolucionarias é marcada
pela recusa da alienação e exploração capitalista. Nesse
contexto, ante a força do movimento estudantil mexicano
nessa época, bem como a sua união com importantes
setores da sociedade, o governo tentou implementar seu
poder sobre o movimento pelos três métodos definidos por
Bouza Brey (1999, p. 41), como métodos para manter a
ordem: o persuasivo, que não é eficaz, porque as
convicções do movimento, nesse momento, estão
profundamente enraizadas; a “redistribuição”, embora
implementado em alguns líderes do movimento, dandoRevista
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lhes cargos no governo, não foi eficaz pelas mesmas
convicções fortes do período; a coerção (repressão), ou
seja, uso da força para garantir obediência. O governo
então foi forçado, para usar o poder coercitivo que inclui a
repressão violenta. O governo começou uma guerra oculta
fazendo desaparecer estudantes, professores, trabalhadores
e líderes do movimento estudantil. Num princípio o
governo negociou alguns termos, mas depois, usou a força
do estado para terminar com o movimento. A repressão foi
a condição para o final do movimento estudantil de 1968.
Por fim, o movimento estudantil do México (tal
como o da França) não poderia ser só uma revolta contra a
precariedade das condições de vida ou estudo. O
movimento e a hegemonia no meio dos estudantes foram a
demonstração de que o desenvolvimento da consciência
no interior das universidades pode ser o início da união de
diferentes grupos sociais para mudar as condições
políticas, econômicas e sociais presentes no contexto
social.
Uma grande força de mobilização que surgiu na
década de sessenta, mostra a importância de objetivos bem
delimitados, criados em uma igualdade de condições que
gera um senso de pertencimento constitutivo do
movimento estudantil, permite a ampliação de sua força,
tornando possível alcançar os objetivos almejados.
As mobilizações ocorridas nas universidades da
Europa e do México eclodiram em condições similares, e,
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apesar de que os resultados foram distintos, elas
demonstraram a emergência, mesmo que esporádica, de
uma nova hegemonia no movimento estudantil nos países
onde surgiram.
Conclusão
Realizar uma análise dos movimentos sociais leva
a diferentes interrogações sobre os indivíduos e setores
integrantes, a situação, os objetivos e a hegemonia na
sociedade e no interior do movimento social analisado. A
análise do movimento estudantil nas universidades de
Europa, na década de 1960, e também do movimento
estudantil do México de 1968, apresenta uma
demonstração das teorias do Nildo Viana (2016) sobre a
constituição e desenvolvimento dos movimentos sociais e
de e Luis Antonio Groppo (2006) sobre o movimento
estudantil e facilita seu entendimento.
Entender os elementos presentes durante o
processo de formação dos movimentos, suas caraterísticas
principais e a forma em que estas vão mudando, permite
ligar as teorias que explicam e dão conta do processo feito
nas universidades já mencionadas.
O movimento estudantil das universidades de
Europa se desenvolveu para lutar contra a massificação
das universidades, contra os preceitos culturais e as
condições de ensino, voltadas para uma formação de
legitimação das elites e a constituição dos grupos de mão
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de obra. Por outro lado, o movimento estudantil no
México, procurava uma melhor educação pública,
melhores condições de trabalho e uma maior autonomia
para os universitários.
A resposta dos governos não foi favorável, então
o movimento ganhou força e se aliou com outros grupos
sociais, compostos por pessoas afins com a concepção do
movimento estudantil. Grupos operários, professores,
médicos, que sabiam das más condições de vida e que
pensavam que aliando-se com o movimento estudantil e
outras mobilizações poderiam mudar a situação.
O estudo dos movimentos sociais é muito
importante para entender as sucessivas concepções,
doutrinas, teorias e ideologias presentes em diferentes
etapas do seu desenvolvimento ao longo dos anos. É o
mais adequado para entender como as situações vão
mudando ao mesmo tempo em que as reivindicações
(expressões dos objetivos) para obter uma melhor
qualidade de vida, proteção ao meio ambiente, mudanças
sociais ou, neste caso, mudanças educacionais.
Os integrantes dos movimentos sociais devem ser
estudados ao mesmo tempo, pois é impossível entendê-los
sem uma análise de sua composição social e hegemonia
interna. O processo de crescimento e fortalecimento de um
movimento social depende de seus integrantes e da
hegemonia no seu interior. Isso é fundamental para se
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desenvolver um senso de pertencimento, outro elemento
importante na constituição dos movimentos sociais.
Referências
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BADÍA, M. Manual de ciencia política. 2ª ed. Madrid:
Tecnos, 1999.
GROPPO, Luís. Autogestão, a universidade e o
movimento estudantil. Campinas: Autores Associados,
2006.
GUEVARA, Gilberto. La democracia en la calle: crónica
del movimiento estudiantil mexicano. México, Siglo XXI,
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VIANA, Nildo. Os Movimentos Sociais. Curitiba: Primas,
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