Fenómenos de superfície 1 - porque existe a superfície? Sólidos: Interacções fortes Forma constante Líquidos: Interacções mais fracas Forma variável Gases: Interacções muito fracas Sem forma Como aparece a superfície num líquido? Molécula à superfície é puxada para baixo! Fenómenos de superfície Aumentar a superfície de um líquido requer trabalho Para aumentar a superfície A de uma quantidade ∆A W = γ ∆A γ - Tensão superficial SI − ⎡⎣ J m −2 ⎤⎦ = ⎡⎣ N m −1 ⎤⎦ 1 Fenómenos de superfície Energia potencial da superfície 2 - Energia de coesão Se é preciso trabalho para fazer uma superfície igual ao trabalho realizado para formar a superfície de W = γ ∆A Energia de Gibbs da superfície Energia ∝ área total da superfície Fenómenos de superfície A Energia de Coesão (Energia de Gibbs de Superfície): Energia mínima para romper uma coluna líquida com área unitária γ - Energia para aumentar área 1 unidade Energ. Gibbs = 2 γ 2 Fenómenos de superfície 3 - Tensão Superficial Força tangente à superfície por unidade de comprimento F γ = 2l Porque atribuir F à acção das superfícies? Película ≠ de membrana de borracha! Experiência ⇒ arame em equilíbrio para qualquer posição Fenómenos de superfície Experiência γ = arame em equilíbrio para qualquer posição F 2l Quando se estica ⇒ moléculas do interior passam para a superfície como F =2f tensão superficial: temos γ = f l força que uma superfície exerce por unidade de comprimento 3 Fenómenos de superfície Temos duas definições de tensão superficial: W = γ ∆A γ = f l f é a mesma para qualquer posição do arame W = f ∆x = γ ∆A = γ l∆x Unidades de tensão superficial: γ = f l ⎡⎣ Jm −2 ⎤⎦ ≡ ⎡⎣ Nm −1 ⎤⎦ Fenómenos de superfície Tensão Superficial γ ⎧energia necessária para criar uma área unitária de superfície ⎨força tangencial que a superfície exerce por unidade de comprimento ⎩ 4 Fenómenos de superfície 4 - Forças de adesão e de coesão γ = gás f W = ∆A l líquido Forças de coesão: interacção entre as moléculas do líquido Forças de adesão: interacção entre as moléculas do líquido e as do meio em contacto com o líquido Fronteira líquido—gás: Forças de coesão >> Forças de adesão Superfície líquida é plana Fronteira líquido—sólido: Forças de coesão ≈ Forças de adesão ângulo de contacto Fenómenos de superfície ângulo de contacto ⎧Forças de coesão θ – depende da competição entre ⎨ ⎩Forças de adesão líquido– líquido líquido– sólido Forças que superfície do líquido exerce na parede é tangente à superfície: Se θ < 90° líquido sobe Se θ > 90° líquido desce 5 Fenómenos de superfície 5 - Capilaridade Peso da coluna = força que parede do tubo exerce na superfície do líquido θ < 90° ⎧ Componente horizontal é nula dF ⎨ ⎩Componentes verticais somam-se ρ dFvert . = dF cos θ = γ dl cos θ γ cos θ Força por unidade de comprimento Fvert . = 2π r γ cos θ ⎧ Componente horizontal é nula dF ⎨ ⎩Componentes verticais somam-se dFvert . = dF cos θ = γ dl cos θ γ cos θ Força por unidade de comprimento Fvert . = 2π r γ cos θ Para a coluna de líquido no capilar: P = π r 2 h ρg V = π r2h h= 2 γ cos θ ρ gr Lei de Jurin 6 Fenómenos de superfície Lei de Jurin h= 2 γ cos θ ρ gr h= 2 γ cos θ ρ gd L >> d h L d ρ g = 2 L γ cos θ Fenómenos de superfície θ = 0° — líquido “molha” o sólido θ = 180° — líquido “não molha” o sólido 7 Fenómenos de superfície QuickTime™ and a Video decompressor are needed to see this picture. Fenómenos de superfície Um objecto pode fluctuar mesmo que o seu peso exceda a impulsão máxima 8 Clip a fluctuar numa solução iluminada por luz polarizada Fenómenos de superfície Relação entre a diferença de pressão através superfície e a Tensão superficial e forma da superfície Lei de Laplace Membrana esférica de raio r, tensão superficial γ Forças numa metade: - tensão superficial (2πrγ) - diferença de pressão (P’-P) 9 - tensão superficial (2πrγ) - diferença de pressão (P’-P) Componentes da pressão no plano ⊥ a OZ anulam-se Componentes no eixo OZ somam-se dF = ( P ′ − P)dAn̂ dFz = ( P ′ − P)dAn̂ ⋅ k̂ dAn̂ ⋅ k̂ Logo: Integrada para toda a área dá π r2 F = ( P ′ − P)π r 2 = 2π rγ ( P ′ − P)π r 2 = 2π rγ ou ( P ′ − P) = ∆P = 2γ r Lei de Laplace para membrana esférica Para membrana cilíndrica: ( P ′ − P) = γ Lei de Laplace para membrana cilíndrica r Bola de sabão: é uma película de líquido - 2 superfícies = 2 tensões superficiais Como os dois raios de curvatura são ~ iguais ( P ′ − P) = 4γ r Lei de Laplace para película de líquido esférica 10 No caso mais geral de uma superfície qualquer: r1 e r2 são os raios de curvatura máximo e mínimo Demonstra-se: ⎛ 1 1⎞ ( P ′ − P) = γ ⎜ + ⎟ ⎝ r1 r2 ⎠ Membrana esférica: Membrana cilíndrica: Película esférica: r1 = r2 = r r1 = ∞ e r2 = r r1 = r2 = r e 2 superfícies Planos principais Lei de Laplace 2γ r γ ( P ′ − P) = r 4γ ( P ′ − P) = r ( P ′ − P) = Gotas, ou bolhas, em contacto de ( P ′ − P) = 2γ r Como r1 < r2 2γ 2γ > r1 r2 P1′ > P2′ Matéria passa da gota pequena para a grande: evolução é no sentido do desaparecimento das gotas menores 11 Determinação do Ângulo de Contacto e da Tensão Superficial Tensão superficial Um método directo γ = F 2l Uma alternativa simples Lei de Jurin h= 2 γ cos θ ρ gr O problema é que requer o conhecimento simultâneo de θ Determinação do Ângulo de Contacto Método da Placa Inclinada 12 Determinação da Tensão Superficial 1 - Método do tubo capilar γ= hρ gr 2 cosθ É preciso conhecer θ - experiência anterior! 2 - Método da Placa de Wilhelmy 13 3 - Outros métodos a) Método da máxima pressão de bolha — Medida da pressão máxima a que uma bolha de gás inerte se liberta de um capilar mergulhado no líquido. b) Método do peso de gota — Gotas do líquido libertadas de um capilar são recolhidas e pesadas. c) Método do anel — Mede-se a força necessária para libertar um anel de fio do líquido. 14 Interfaces entre líquidos imiscíveis Energia de uma superfície ES = WS = γ A Quando temos dois líquidos imiscíveis em contacto Energia da superfície de interface: Em que γ 12 ES12 = γ 12 A = W12 é a tensão superficial de contacto entre os 2 líquidos Energia (ou trabalho) de adesão (por unidade de área) W12 = γ 1 + γ 2 − γ 12 (aparecem duas superfícies líq-ar e desaparece uma superf. líq-líq) Se os líq. forem iguais = 2 Υ Interfaces entre líquidos imiscíveis Gota de líquido 2 sobre líq. 1 ar Para haver equilíbrio na interface é necessário que as 3 forças se anulem r r r f1 + f2 + f12 = 0 de módulos: f1 = γ 1l f2 = γ 2 l f12 = γ 12 l 15 Interfaces entre líquidos imiscíveis ar Se o ângulo α for muito pequeno: f1 = f2 + f12 Mas, f1 pode não ser anulada pelas outras duas forças camada monomolecular Não há equilíbrio e o líquido 2 espalha-se por cima do 1 f1 > f2 + f12 W12 > W2 γ 1 > γ 2 + γ 12 γ 1 + γ 2 − γ 12 > 2γ 2 Energia de adesão dos líqs 1-2 Energia de coesão de Gibbs do líquido 2 Agentes tensioactivos São moléculas polares que diminuem a tensão superficial da água Lípidos Detergentes 16 Agentes tensioactivos Como diminuiem a tensão superficial? Forma-se uma monocamada de moléculas tensioactivas Agentes tensioactivos Outros fenómenos associados a estas moléculas: membranas “bolas de sabão” efeito detergente 17