UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO NAGIB MICHEL KFOURI EFEITO DO TREINAMENTO DE FORÇA COM EXERCÍCIOS DE CONTRAÇÃO EXCÊNTRICA EM RELAÇÃO AO GANHO DE FORÇA CONCÊNTRICA EM INDIVÍDUOS IDOSOS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP 2006 NAGIB MICHEL KFOURI EFEITO DO TREINAMENTO DE FORÇA COM EXERCÍCIOS DE CONTRAÇÃO EXCÊNTRICA EM RELAÇÃO AO GANHO DE FORÇA CONCÊNTRICA EM INDIVÍDUOS IDOSOS EFFECT OF THE TRAINING OF STRENGTH WITH EXERCISES OF ECCENTRIC CONTRACTION IN RELATION TO THE EARNINGS OF CONCENTRIC STRENGTH IN OLDERS INDIVIDUALS Dissertação de Mestrado apresentada no programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas. Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Mara Danella Zácaro SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP 2006 Dedicatória Ao meu Pai, embora distante.......... está muito presente em minha vida (in memorian). À minha mãe Maria, que sempre caminhou ao meu lado me apoiando.... e o teu amor, carinho e paciência, foram essenciais para a realização de meus sonhos. A minha eterna gratidão! Às minhas irmãs: Sônia ensinando-me como desbravar os caminhos.... Suely o exemplo a seguir na vida acadêmica. A caçula Sandra demonstrando que com luta e perseverança se conquista.... “dans les petits flacons, est le meilleur parfum”... Cessa, a minha eterna companheira de todos os momentos. Agradecimentos À Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, pela oportunidade, apoio e suporte financeiro recebido em especial do Dirigente de Ensino Prof. Eduardo Ferreira. A Sra. Eliana Pereira Maciel, coordenadora do departamento de Bolsas de Estudos para cursos de pós-graduação, pela sua delicadeza e por sempre acreditar neste trabalho. Ao Prof. Dr. Marcos Tadeu Pacheco, diretor do IP&D, pelo apoio “crucial” e incentivo para a conclusão desta pesquisa. À coordenadora do curso Profa. Dra. Ana Cristina Pacheco Soares, pela colaboração e apoio prestado. À orientadora, Profa. Dra. Patrícia Mara Danella Zácaro, as lições de sabedoria e dedicação, para a concretização deste trabalho e pela oportunidade de tê-la como orientadora. A Profa. Dra. Maria Conceição Aparecida Macedo Souza, pelas excelentes sugestões, incentivo e sábios conselhos que me auxiliaram a superar e tornar possível a conclusão deste trabalho. Ao Prof. Dr. Luis Vicente Franco de Oliveira, por demonstrar com competência e capacidade didática, que se consegue ser professor e amigo, sem interferir na relação ensino aprendizagem. Ao doutorando em Estatística do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo - SP, Prof. Mamerto Granja Garcia, pela paciência e atenção em atender as minhas dificuldades. À Academia Corpo Cia, da amiga Profa Giselda Maria Rebello de Carvalho, por acreditar na seriedade e na importância deste curso para minha vida profissional. Ao grupo “Satisfação em Viver,” em especial à Profa. Margarida de Almeida, pela colaboração como “voluntárias” para a realização da pesquisa. Ao serviço de Biblioteca do Campus da UNIVAP, em especial a Sra. Rosangela Regis Cavalcanti Taranger, por se apresentar sempre atenciosa e prestativa. Ao amigo e colega João Roberto Silva, pelo companheirismo em todos os momentos difíceis desta longa jornada. Aos Professores Fernando, Carlinhos, Rodrigo, e à equipe de apoio Vanessa e Adriana, da Academia Corpo Cia, que me auxiliaram na realização do treinamento. Ao amigo SIFE, sempre disposto a me auxiliar em qualquer momento, e aos colegas Ronildo e Geraldo, pelo incentivo e companheirismo. “Só é verdadeiramente grande aquele que considera a vida como uma viagem que tem um destino certo,...e de olhos fixos no seu objetivo, pouco se importa de que os obstáculos ...o ameacem; não o ferem, nem tão pouco o impede de avançar e vencer.” A Gênese, de Allan Kardec RESUMO A Força é uma capacidade física que sofre significantes alterações com o envelhecimento. Este fato contribui para a diminuição na aptidão funcional do idoso, interferindo em suas atividades cotidianas e conseqüentemente, reduzindo sua autonomia e qualidade de vida. Baseado nisto,o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de doze semanas de um programa de treinamento de força em intensidade moderada em idosos. O presente estudo constituiu de 21 idosos, de ambos os sexos, com idade 65 ± 5,4 anos. A força foi avaliada através do teste do Pico de Torque isocinético concêntrico dos músculos extensores e flexores do joelho, em ambos os membros, utilizando um Dinamômetro isocinético, na velocidade de 60º/s. Os resultados analisados pelo teste t-student, mostrando que a força dos músculos extensores obteve um ganho na média de (18,56%), e os flexores um ganho de (40,23%) do joelho, após o treinamento em ambos os membros, sendo significativamente maior para os extensores. Não houve nenhuma diferença estatística significante entre os valores de Pico de Torque, para os lados dominante e não dominante. Foi traçado um Perfil Bioquímico (colesterol total, triglicérides e glicemia) e avaliados Índice de Massa Corporal e a Relação Cintura/Quadril, os quais não apresentaram diferença estatisticamente significativa. De modo geral, os resultados mostraram que um treinamento suficientemente intenso e específico, induz melhorias na força muscular antagonista em idosos, independente do sexo. Tal melhoria e posterior manutenção de força pode contribuir para a autonomia do indivíduo idoso na realização de suas atividades diárias que são pertinentes para uma qualidade melhor de vida. Palavras-Chave: idoso, contração excêntrica, antagonista e força. ABSTRACT Strength is one physical capacity that suffer significant with aging. This fact contributes to the decrease in seniors’ functional fitness, which interferes with the perfomance of daily activities and, as a consequence, reducing their autonomy and life quality. Based on this, the aim of this study was to evalutate the effect of twelve weeks of a program training of strength moderate intensity in elders. The present study constituted of 21 olders, of both sexes, with age of 65 ± 5,4 years old. Strength was evaluated through the test of the Peak Torque concentric isokinetic for the extensor muscles and flexores of the knee in both members, being used of the Dynamometer isokinetic, the speed of 60º/s. The results were analyse by of Studen “t” test, showed that the strength of the extension muscles obtained an earnings in the average (18,56%) and flexores an earnings (40,23%) of the knee, after the training in both members, with greater significant of the extension ones. There was not any significant statistical difference among the values of Peak Torque, for the dominant sides and no dominant. A Biochemical Profile was drawn (total cholesterol, triglicerides and glicemia), the appraised Index of Corporal Mass, and evaluated Relationship Waist-Hip, which didn't present difference of statistical significancy. In general, the results show that a training sufficiently intense and specific seems to induce improvements in the antagonist muscular strength in elders independent of the gender. This improvement and further maintenance of strength can contribute to older people’s autonomy in performing daily activities, that is relevant for a better quality of life. Key words: aging, eccentric contraction, antagonist and strength LISTA DE ILUSTRAÇÕES (FIGURA eTABELA) Figura 01: Dinamômetro Isocinético Biodex e seus acessórios. 21 Figura 02: Voluntário realizando teste isocinético em fase concêntrica com o membro inferior direito dominante. 23 Figura 03. Quadro de alongamento, utilizado como aquecimento para do teste de 1RM e para o teste Isocinético. 29 Figura 04: Voluntária executando movimento de flexão na cadeira extensora (A e B); tendo sido posicionado o braço do equipamento na posição inicial (▼) pelo professor; e executando o movimento à partir da posição inicial (↓). 31 Figura 05: Voluntária executando movimento de extensão na cadeira flexora (A e B); tendo sido posicionado o braço do equipamento na posição inicial (►) pelo professor; e executando o movimento à partir da posição inicial (↑). 32 Figura 06. Representação gráfica do movimento de Extensão dos valores Médios e Desvio Padrão para os parâmetros Pico de Torque, dos membros Dominante e não Dominante. 36 Figura 07. Representação gráfica do movimento de Flexão dos valores Médios e Desvio Padrão para os parâmetros Pico de Torque, dos membros Dominante e não Dominante. 36 Tabela 01. Classificação dos níveis de lipídios sanguíneos 25 Tabela 02. Valores da classificação de obesidade baseada no IMC, segundo a OMS. 26 Tabela 03. Valores de RCQ com critérios de risco alto e muito alto 27 Tabela 04. Valores do Teste e do Reteste com média e desvio padrão, para os parâmetros Pico de Torque, nos movimentos de extensão e flexão dos membros Dominante e não Dominante (n =21). 35 Tabela 05. Valores individuais e as médias das variáveis, colesterol total, triglicérides e glicemia. 37 Tabela 06. Valores individuais e as médias da Relação Cintura Quadril (RCQ) e do Índice de Massa Corporal (IMC). 37 Lista de abreviaturas e símbolos ADM- amplitude de movimento CON - Concêntrico D - Dominante DMIT - Dor Muscular de Início Tardio Dir – Direita Esq – Esquerda Ext – Extensão EXC - Excêntrico FLE – Flexão IMC - Índice de Massa Corporal Nm – newton / metro ND - Não Dominante PT - Pico de Torque RCQ - Relação Cintura-Quadril VO2 máx – Capacidade Respiratória Máxima VEmáx - Capacidade Ventilatória Máxima SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 2. REVISÃO da LITERATURA 4 2.1 2.2 Envelhecimento Alterações dos Sistemas com o Envelhecimento 4 6 2.3 Alterações no Sistema Cardio-respiratório 7 2.4 Tipos de Fibras Musculares 8 2.5 Tipos de Contração Muscular 9 3. TREINAMENTO de FORÇA 3.1 Análise dos Princípios Básicos de Treinamento 3.2 11 11 3.1.1 Princípio da Especificidade 11 3.1.2 Princípio da Sobrecarga Progressiva 12 As Análises das Variáveis de Treinamento 12 3.2.1 Volume 12 3.2.2 Intensidade 13 3.3 O Efeito do Treinamento de Força em Idoso 14 3.4 Exercícios de Contração Excêntrica 15 4. OBJETIVO 18 5. MATERIAL E MÉTODOS 19 5.1 Amostra 19 5.2 Critérios de Inclusão 19 5.3 Critérios de Exclusão 19 5.4 Procedimentos Iniciais 20 5.5 Análise da Dinamometria Isocinética 20 5.5.1 Equipamento e Procedimento do Teste 20 5.5.2 Determinação do Membro Inferior Dominante 21 5.5.3 Protocolo do Teste de Dinamometria Isocinética 21 5.5.4 24 Etapas da Coleta de dados 5.6 Análise do Perfil Bioquímico 24 5.7 Avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC) 25 5.8 Avaliação da Relação Cintura Quadril (RCQ) 26 6. 5.9 Fase de Adaptação ao Treinamento 27 5.10 Protocolo de Treinamento 27 5.10.1 Seleção da Sobrecarga no Treinamento 28 5.10.2 Aquecimento no Equipamento 29 5.11 Período de Recuperação 32 5.12 Análise Estatística 33 RESULTADOS 34 6.1 Análise do Pico de Torque (PT) 34 6.2 Perfil Bioquímico 37 6.3 Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura Quadril (RCQ) 38 7. DISCUSSÃO 39 8. CONCLUSÃO 45 REFERÊNCIAS 46 ANEXO A Ficha para coleta de dados de Anamnese 61 ANEXO B Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 62 ANEXO C Documento da Aprovação do Comitê de Ética Modificado 64 1 1. INTRODUÇÃO O envelhecimento constitui um fator pertinente na vida do ser humano, e possui um caráter fisiológico que conseqüentemente vem acompanhado de diversas alterações nos sistemas funcionais. O aumento no número populacional de indivíduos idosos é um fenômeno mundial, podendo ser notado tanto em países industrializados, como em países desenvolvidos. Tal fenômeno explica que a população mundial, que possuía idade superior a 65 anos em 1900, estabelece uma previsão de que o número estatístico desta mesma população quadruplicaria até o ano de 2000 (SPIDURSO, 1989). No Brasil teremos 32 milhões de pessoas idosas com mais de 60 anos, tornando-se a sexta população idosa do mundo no ano de 2025 (SCHOUERI et al., 1994). O envelhecimento é causado por alterações moleculares e celulares oriundas de um efeito cumulativo de alterações frente a agressões externas, resultando em perdas e alterações progressivas dos mecanismos funcionais dos órgãos e do organismo como um todo que é acelerada com o aumento da idade. Esse declínio é perceptível ao final da fase reprodutiva, muito embora estas perdas comecem a ocorrer muito antes. O sistema cardiovascular e o tecido muscular, por exemplo, começam a decair funcionalmente já a partir dos 30 anos, e em um espaço de 10 anos, ocorrem maiores perdas funcionais entre 60 e 70 anos do que entre 50 e 60 anos (SPIDURSO, 1989). Dessa forma, compreende-se que este processo vem acompanhado por alterações fisiológicas ocorridas no organismo, bem como pelo surgimento de doenças crônico–degenerativas e maus hábitos de vida, como por exemplo: o tabagismo, a ingestão alimentar incorreta, o estilo de vida, o sedentarismo, a prevenção de doenças como as diabetes, as enfermidades cardíacas, hipertensão, a aterosclerose, varizes, as enfermidades respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica entre outras (MATSUDO, 1992; SHEPHARD, 1991). Por serem os idosos geralmente indivíduos sedentários que perderam sua aptidão física ao longo do tempo, apresentam dificuldades para realizar atividades normais do cotidiano como, por exemplo, levantar, sentar, vestir-se. Fiatarone (1990) relata em seus estudos que indivíduo com mais de 80 anos precisará de 100% da força dos quadríceps para levantar-se de uma cadeira. 2 Aproximadamente 10% da quantidade total de fibras musculares, tanto no número quanto no tamanho, são perdidas por décadas após os 50 anos de idade (LEXELL et al., 1995). McArdle et al. (1992), observaram que a redução da massa muscular constitui o fator primário responsável pela perda de força associada à idade. Saltin (1986) observou que embora seja inevitável a perda de massa magra com a idade, a qualidade da massa muscular que permanece remanescente é mantida. A questão que se coloca hoje para a pesquisa biomédica não é meramente conseguir adiar o envelhecimento e aumentar o tempo de vida humana, mas sim criar elementos que possam determinar uma expectativa de vida saudável para a realização independente de suas atividades diárias, prolongando a duração da vida com qualidade. Lexell et al. (1995) relataram que o treinamento de força pode proporcionar a redução da atrofia muscular em indivíduos idosos e de fato, fazer com que eles aumentem a área transversa muscular. Segundo Stone et al. (1991) o treinamento de força, com uma metodologia apropriada na seleção dos exercícios, volume, intensidade e período de repouso entre as séries, proporcionam resultados benéficos relevantes. Segundo Dudley (1991), a força excêntrica é muito utilizada durante as atividades diárias tais como: caminhar, descer e saltar, sendo também chamada de força negativa e refere-se a uma ação muscular na qual o músculo se alonga. A execução de 70% das repetições de contrações excêntricas durante doze semanas de treinamento, resulta em aumento da capacidade no exercício como, por exemplo, o agachamento, quando comparado à execução do mesmo exercício de forma concêntrica (HAKKINEN et al., 1981). Estudos demonstram que a importância da fase excêntrica no treinamento que pode maximizar os ganhos de força e de tamanho, também da fase concêntrica, ou antagonista (DUDLEY,1991; HATHER et al.,1991; HORTOBAGYI et al.,1996). Basmajian e De Luca (1986), relataram que quando um grupo muscular agonista é posto em ação, o seu antagonista também é ativado, havendo com isso reações de mecanismos centrais e periféricos no controle destas ações. As pesquisas têm tratado a respeito da transferência de um tipo de exercício com efeito para outro antagonista, como um fenômeno chamado de treinamento cruzado ou 3 extravasamento (ALBERT, 2002). É de consenso comum que esta transferência de força ocorre apesar de ser em grau limitado tanto a respeito da velocidade e modo de treinamento, bem como na força de contração e padrão de movimento (BISHOP et al., 1991; DUCAN et al., 1989). 4 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Envelhecimento O envelhecimento é um fenômeno complexo, que está relacionado com o processo de desenvolvimento de todo ser humano e, dessa forma, irreversível. As pesquisas têm demonstrado que o envelhecimento se tornou um fenômeno mundial, deixando de ser característica apenas dos países desenvolvidos. De acordo com Weineck (1991) citado por Carnaval (1995), a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o homem quanto à idade da seguinte maneira: 46 a 60 anos, idade da mudança ou de envelhecimento; 61 a 75 anos, idade do homem velho; 76 a 90 anos, idade do homem muito velho. De maneira geral, assim como também nestes estudos, entende-se que os idosos sejam indivíduos que possuam idade acima de 60 anos. Este estudo mostra que o envelhecimento não é um processo único, mas uma combinação de vários fatores, ultrapassando o simples ciclo biológico, pois pode acarretar também conseqüências sociais e psicológicas. Ao atingir a idade do desempenho máximo na fase adulta, começa então um declínio gradual das capacidades de adaptação e de desempenho psicofísico, alterando a capacidade de independência em lidar com as demandas do ambiente e sua qualidade de vida torna-se ameaçada, principalmente no que diz respeito à autonomia na realização de atividades do cotidiano. O conceito de idoso utilizado na gerontologia, possui diversos significados e relações, diferenciando-se a idade cronológica, da biológica, da psicológica e funcional (ECKERT, 1993). De acordo com Neri (1995), o envelhecimento é um processo biológico cuja alteração determina mudanças estruturais no corpo e em decorrência, modifica as suas funções. No entanto, este é um processo altamente individualizado que segue ritmos diferentes em diferentes indivíduos, e que se inicia a partir do nascimento, resultando com isso que a idade cronológica não seja tão somente um bom preditor do processo de envelhecimento (SPIDURSO,1989). Por ser um processo múltiplo e complexo de continuidade e de mudanças ao longo da vida, pode ocorrer um acréscimo nas reduções e 5 reorganizações de caráter funcional e estrutural, influenciados pela relação de fatores sociais, comportamentais e culturais. Frontera et al., (1991) classifica o envelhecimento de duas formas: em idade cronológica medida em tempo, que define quantos anos se passaram a partir do nascimento, e o grau de alterações que ocorre na composição corporal, especialmente a perda de massa muscular difícil de ser medida. A análise da excreção urinária de creatinina e de potássio tem sido uma das formas de analisar essa perda, pois grande parte deles estão presentes no tecido muscular. O aumento desta excreção com a idade, indica perda de músculo, especialmente no homem (FLEG,1988; FRONTERA et al.,1991; LAKATTA,1988). Com a perda muscular, ocorre uma redução proporcional da força, flexibilidade, velocidade, níveis de VO2 máx., diminuição da densidade óssea e um aumento da gordura corporal. Apesar disso a idade cronológica não revela exatamente o real quadro de saúde do idoso (CARNAVAL,1995). A idade biológica, corresponde à idade na qual o organismo possui condição biológica, que por sua vez depende de processos de maturação biológica e de influências exógenas (WEINECK, 1991). Para Shephard (1994), a idade biológica é determinada por inúmeros fatores exógenos e genéticos tais como atividade física regular, alimentação, fumo, stress, doenças e outros, que poderão favorecer na redução ou no aumento na idade biológica, podendo o desempenho de atividades física acarretar na redução da idade biológica em até pelo menos 20 anos. A idade psicológica refere-se à capacidade individual de adaptação às reações e à auto-imagem dos indivíduos, ao desempenho, à soma de experiências e à maturação mental. A idade funcional oferece uma melhor compreensão do processo de envelhecimento de cada indivíduo idoso e das diversas relações de idade, determinando assim a sua idade real (ECKERT, 1993). Dessa forma, a idade cronológica tão somente não permite conclusões favoráveis e norteadoras para a elaboração de programas de atividade física, já que as alterações começam na terceira década de vida, influenciadas pelo estilo de vida, sedentarismo e acúmulo de doenças. Para garantir a eficiência de um programa de treinamento aos idosos, há necessidade de se considerar a idade funcional, visando atender suas necessidades funcionais para realizar tarefas do cotidiano com total independência. 6 2. 2 Alterações dos Sistemas com o Envelhecimento As modificações fisiológicas na medida em que se envelhece, podem ocorrer pela diminuição da capacidade funcional, alterando a qualidade de vida. Carnaval (1995), relata que o sistema nervoso também se degenera com o passar do tempo, o que implica em redução do número total de axônios (cerca de 35%), e redução da velocidade de condução do estímulo nervoso (10%) em média, diminuindo o controle motor, memória, comportamento e velocidade de aprendizagem, equilíbrio, mobilidade articular. E, ainda, que a queda da potência muscular observada ocorre não só pelo avanço da idade, mas também pela falta de uso, aumento na rigidez de cartilagem, tendões, ligamentos, da diminuição da taxa metabólica basal e do sistema cardio-respiratório (ECKERT,1993; MATSUDO; MATSUDO,1992; SKINNER,1991; SPIDURSO,1989). A perda comum nos músculos, em especial pela diminuição na área de corte transversal das fibras do tipo II, ocorre e pode provocar modificações que reduzem a força, flexibilidade e a perda de 30% dos níveis de VO2 máximo, o que dificultará a realização das atividades diárias (levantar, caminhar, sentar e equilibrar-se) e a manutenção de um estilo de vida saudável (CARTEE, 1994; MARQUES, 1996; PORTER et al., 1995; THOMPSON, 1994). Segundo Thompson (1994), a força dinâmica máxima também começa a se perder após os 30 anos, na qual tem mais relação com os membros inferiores, podendo chegar a 16% até os 60 anos e ser aumentada após aos 80 anos e, conseqüentemente, complicando a qualidade de vida independente, apesar de ser altamente variável (BOOTH et al., 1994; FLECK, 1999; FRONTERA et al., 1991; LEXELL, 1997). Carnaval (1995) relata que o envelhecimento acarreta em desmineralização óssea, ou seja, uma rarefação no tecido ósseo (osteoporose) e, dessa forma, os ossos tornam-se mais frágeis e sujeitos a fraturas, em comparação com indivíduos mais jovens. A idade avançada e o sedentarismo têm efeito na redução da densidade óssea, relacionada em um dos motivos da diminuição de cerca de 1 cm ao ano na estatura, ocasionado pela diminuição da curvatura dos arcos dos pés, aumento da curvatura e encurtamento da coluna. Quanto às articulações, o envelhecimento traz um desgaste das superfícies de contato das cartilagens articulares, razão da diminuição de sua lubrificação. Dependendo do 7 grau do desgaste, não se deve programar treinamento com cargas elevadas ou séries com muitas repetições, devido aos ligamentos estarem se tornando mais fibrosos, com menos elasticidade e comprometendo a flexibilidade e reduzindo a amplitude de movimento. 2.3 Alterações no Sistema Cardio-respiratório O envelhecimento está relacionado com alterações como as reduções da circulação central e periférica e volume respiratório, as quais podem afetar a aptidão física do idoso; ocorrendo uma diminuição da capacidade vital, menor mobilidade da parede torácica e aumento do volume residual, aumento do espaço morto anatômico, aumento da ventilação durante o exercício (SPIRDUSO, 1995). Segundo Lakatta (1990), há mudanças na função cardíaca, como o acúmulo de gordura, provocando rigidez da parede do ventrículo esquerdo. A queda do débito cardíaco que limita o transporte de oxigênio ao músculo e a capacidade ventilatória máxima (VEmáx) é alterada devido aos efeitos do processo de envelhecimento, quando eles perdem elasticidade, aumenta a resistência vascular periférica e a caixa torácica permite uma menor expansibilidade (devido à calcificação das cartilagens costais anteriores) e a musculatura respiratória torna-se menos eficiente. A freqüência cardíaca diminui em média 1btm/min/ano à medida que envelhecemos (FLEG,1986). Hagberg, (1998) declara que o declínio da capacidade aeróbia na função cardiorespiratória está relacionado à diminuição da atividade física, ao ganho de peso e às alterações da idade e juntas geram a diminuição do VO2 máx em cerca de 30% em relação à pessoa adulta. O consumo de oxigênio ou VO2 demonstra a capacidade do indivíduo para realizar atividade física e, a partir dos 30, anos apresenta uma perda de 1% ao ano (ASTRAND et al., 1973). Todas estas são adaptações do organismo ao envelhecimento e ocorrem em todas as pessoas, mas cada indivíduo idoso apresentará um grau de condicionamento próprio, particular e diferente dos demais. No entanto, esses relatos podem ser alterados, se os indivíduos idosos continuarem a praticar atividade física desportiva regularmente (HAGBERG, 1987). 8 2.4 Tipos de Fibras Musculares De acordo com McArdle et al. (1992), há dois grupos de fibras musculares: fibras brancas de contração rápida, glicolíticas, tipo II (podendo ser intermediárias IIa ou rápida pura, tipo IIb) e fibras vermelhas, de contração lenta, oxidativas, tipo I. O músculo esquelético é composto por 75% de água, 20% de proteínas e 5% de sais inorgânicos e outras substâncias. É justamente na composição destes últimos 5% que reside a maior diferença entre os tipos de fibras. As fibras tipo II possuem alto nível de atividade enzimática para miosina ATPase, e devido à rápida capacidade de gerar energia, ela renova a captação de cálcio do retículo sarcoplasmático. A velocidade de contração e de elaboração de tensão da fibras tipo II é duas a três vezes maior que das fibras tipo I (McARDLE et al.,1992). Sua contração depende do sistema glicolítico e com alto índice de fosfocreatinoquinase, que são ativadas em situações explosivas e estão sujeitas ao metabolismo anaeróbico. As fibras rápidas geram uma grande quantidade de tensão em um período curto de tempo e são utilizadas quando o movimento requer que os músculos produzam uma atividade repentina intensa como subir uma escada, o arranque de peso e quando impulsiona a si mesmo para frente. É no exercício com pesos, que se tem observado a hipertrofia seletiva de fibras musculares do tipo II (PARDY, 1993). As fibras tipo I apresentam características contrárias, com um baixo nível de atividade da miosina ATPase, mas com número e tamanho maior de mitocôndrias, combinadas com altos níveis de mioglobina (que tem função semelhante à da hemoglobina no sangue), onde lhe conferem uma grande resistência à fadiga, gerando um baixo nível de tensão muscular, tornando-as apropriadas para atividades aeróbias que sustentam a contração por um período de longa duração. A proporção entre os tipos de fibra em cada músculo determina sua melhor função (LEXELL,1988). As fibras intermediárias podem ser consideradas subdivisões das fibras de contração rápida; daí podem também ser denominadas fibras tipo IIa e IIb. Estas fibras possuem enzimas atuantes na transferência de energia por vias anaeróbias e também por vias aeróbias e atuam em atividades de intensidade e duração variadas. 9 As fibras tipo IIa, possuem metabolismo glicolítico e oxidativo. Por esta razão tem uma capacidade de transferência de energia, tanto aeróbica quanto anaeróbica. Já as fibras tipo IIb são apenas glicolíticas e mais ricas em fosfatos, e podem gerar energia rapidamente, com metabolismo anaeróbio. A fibra tipo IIc, representa um período de diferenciação, de acordo com a solicitação do treinamento. Desta forma, as fibras musculares que variam em tamanho e característica, são recrutadas na maioria das vezes em ordem constante, sendo que as primeiras são as de baixo limiar ou do Tipo I, e progressivamente limiares cada vez mais altos ou do Tipo II; de acordo com a quantidade de força necessária para o desempenho de uma ação. 2.5 Tipos de Contração Muscular As contrações musculares são responsáveis pelos mais variados movimentos do corpo, como as atividades da vida diária e a prática esportiva, além da manutenção postural. Os exercícios de força podem ser executados isometricamente, isotonicamente (com contrações concêntricas ou excêntricas) e isocineticamente. A contração isométrica ou estática é definida como uma condição na qual a tensão gerada no músculo tem igual magnitude à carga imposta sobre ele, mas em sentido oposto. Como conseqüência, não há variações no comprimento total do músculo. Sua grande importância está na estabilização da articulação durante o movimento, sendo de grande valia durante os processos iniciais da recuperação. Entretanto, a contração isométrica deve ser usada com cautela em indivíduos portadores de distúrbios cardiovasculares, pois contrações máximas podem ser prejudiciais à circulação sangüínea, porque o encurtamento da fibra muscular é acompanhado de um espessamento que comprime os vasos sangüíneos. Uma vez que o músculo mantém-se contraído no mesmo comprimento, tal compressão é contínua. Assim, a circulação de sangue no músculo começa a ser obstruída quando o esforço ultrapassa 15% de suas possibilidades máximas, e a partir de uma determinada intensidade de contração, pode ser totalmente obstruída (McARDLE et al.,1992). As contrações isotônicas são comumente definidas como dinâmicas, por gerarem movimento. A contração isotônica é uma forma dinâmica de exercício executado contra 10 uma resistência à medida que o músculo se alonga ou encurta na amplitude do movimento, podendo ser concêntrica ou excêntrica (FOX; MATTHEWS, 1987). A contração concêntrica ocorre quando um músculo ou grupo muscular tem seu comprimento diminuído, em função da resistência aplicada ser menor que a força produzida por ele, gerando movimento articular (FAULKNER et al.,1993). A contração excêntrica acontece quando a força muscular é menor que a resistência imposta ao músculo, provocando um alongamento gradativo das fibras musculares, sendo esta ação desenvolvida quando os músculos agem opondo-se a gravidade (FAULKNER et al., 1993; McARDLE, 1996). Na ação da contração isocinética ocorre um tipo de contração menos comum, geralmente faz-se uso de um equipamento especial denominado dinamômetro. Diferente da contração isotônica porque combina as características tanto da isometria quanto do treinamento com pesos, a fim de proporcionar uma sobrecarga muscular em uma velocidade constante (DEAN, 1988), ela é uma forma de exercício dinâmico executado numa velocidade de encurtamento ou alongamento do músculo controlada e constante, em que a resistência é proporcional à força aplicada em cada ângulo do movimento. A velocidade de movimento é controlada durante o exercício isocinético, podendo variar de lenta (15 a 30 graus por segundo) a muito rápida (acima de 300 graus por segundo) (GARATINI, 1999). A velocidade permitida ao membro é constante e a resistência que o exercício isocinético proporciona varia, acomodando as capacidades de produzir tensão muscular. No início os exercícios isocinéticos foram desenvolvidos apenas em treinos concêntricos; mais tarde passaram a serem desenvolvidos exercícios isocinéticos excêntricos (ALBERT, 2002). Vale ressaltar que os exercícios geralmente não são puramente isotônicos, isométricos ou isocinéticos, apresentando características de mais de um tipo de contração. Por exemplo, o movimento de pedalar uma bicicleta apresenta, a princípio, características isotônicas. Entretanto, caso se esteja pedalando contra a força do vento, assume características de contração isocinética, pois quanto maior a força aplicada no pedal, maior a velocidade da bicicleta, maior a resistência do vento, portanto maior a força exigida para manter a velocidade alcançada. 11 3. TREINAMENTO de FORÇA 3.1 Análise dos Princípios Básicos de Treinamento Os princípios do treinamento são baseadas em critérios científicos e pedagógicos, que visam facilitar o uso correto de métodos de trabalho para se obter os resultados pretendidos na aplicação do treinamento. É através desses princípios que estão fundamentadas a metodologia, planificação, organização e controle do treinamento; no qual os resultados terão maiores chances de êxito. Assim, caso eles sejam desprezados, a eficiência do treinamento pode ficar comprometida e, com isso, aumentar os riscos de prejuízos à saúde do praticante. Para qualquer treinamento físico são válidos dois princípios gerais: Princípio da Especificidade e o Princípio da Sobrecarga Progressiva. 3.1.1 Princípio da Especificidade As adaptações ao treinamento são altamente específicas ao tipo de atividade e dependem do tipo de sobrecarga imposta ao volume e à intensidade do exercício realizado. No princípio da especificidade, o programa de treinamento deve forçar os sistemas fisiológicos que são fundamentais para o desempenho ideal num determinado esporte com o objetivo de obter as adaptações específicas do treinamento (McARDLE et al., 1992). Se deseja melhorar a força de um determinado grupo muscular, deve-se então, concentrar o treinamento no desenvolvimento dos músculos envolvidos. A especificidade do treinamento deve estar de acordo com a necessidade ou capacidade do praticante, adaptações musculares, neurais e na excitabilidade para o movimento voluntário. Para isso deve-se considerar o tipo de contração, velocidade de execução, amplitude de movimento e intensidade (BARBOSA et al., 2000). 12 3.1.2 Princípio da Sobrecarga Progressiva Este importante conceito, o treinamento de resistência progressiva, incluído no programa, implica em aumentar progressivamente o nível de solicitação sobre o grupo muscular, à medida que o estímulo não produza suficiente resistência e a sua realização demonstre certa facilidade, comprovando que os músculos estão mais fortalecidos. Tal fator é tão importante que se neste momento não for utilizada uma resistência proporcionalmente aumentada, não ocorrerá mais progresso em termos de ganho de força, quando a tensão for menor a capacidade de produzir força diminui. Ao contrário, quando as cargas são aumentadas o nível de força também aumenta. O método de sobrecarregar progressivamente o músculo é aumentando no volume de treino (o número de série e repetição) e esta sobrecarga está relacionada com o peso a ser levantado, que por sua vez é determinado através de uma porcentagem da capacidade máxima (1RM): a maior carga que se pode levantar apenas uma vez (FLECK; KRAEMER 1997). De acordo com os relatos de Stone et al. (1984), citado por Fleck e Kraemer (1997), para que não ocorra o aumento excessivo na carga ou no volume de treino, e provocar fadiga que poderá levar a uma lesão, como regra geral usa-se um determinado número de repetições, quando o estímulo não for mais suficiente, utilizar um aumento de no máximo 5% na carga. 3.2 As Análises das Variáveis de Treinamento Qualquer treinamento deve ter por objetivo causar adaptações fisiológicas para melhorar a aptidão para determinada tarefa, porém fundamentalmente, o treinamento deve ser cuidadosamente planejado quanto às variáveis volume e intensidade, principalmente. - 3.2.1 Volume Em geral o volume está relacionado como o primeiro componente, trata-se de uma medida quantitativa de um trabalho realizado em uma determinada fase do treinamento. Ele se constitui na soma de um trabalho total que pode ser por uma sessão de treinamento em 13 qualquer período (semestral, mensal e anual) e ser composto pela duração e freqüência (BOMPA, 2002). A duração (extensão de cada sessão de treinamento) e a freqüência (número de sessões de treinamento por semana, mês ou ano), proporcionam de acordo com o treinamento, uma melhora do desempenho gradativo. Com isso a recuperação se torna melhor, devido à adaptação à quantidade de sessões de treinamento, realizando um desempenho adequado e de forma individual e específica, não provocando com isso um aumento exagerado do volume de trabalho que provocaria não só uma baixa de rendimento mas levaria a fadiga e até uma lesão (BOMPA, 2002); ficando a dinâmica do volume ao longo do período de treino, reservada as variáveis conforme os objetivos e necessidades individuais e o período de treinamento (COSTIN et al., 1991). 3.2.2 Intensidade A intensidade está relacionada à força muscular empregada na sessão de treinamento de um trabalho qualitativo onde o estímulo irá depender da carga, velocidade de execução e intervalo de recuperação. A intensidade varia de acordo com a especificidade e a utilização de vários níveis de esforço no treinamento. A utilização de esforço sub-máximo, repetições baixas e intervalos longos entre as séries, garantem pequenas alterações de freqüência cardíaca e de pressão arterial; movimentos lentos, com cargas e amplitudes adequadas às condições individuais, proporcionam uma melhoria no rendimento do treinamento para o idoso (BOMPA, 2002). Muitos autores, incluindo Davies et al. (1988), relacionam a intensidade com o percentual de carga máxima (1RM), pois para eles, realizar elevado número de repetições com cargas muito leve não produzirá ganho de força como executar uma série a 60% da carga máxima. A interrelação entre volume e intensidade ocorre quando a intensidade estiver reduzida, o volume do trabalho pode ser aumentado para se atingir a adaptação do treinamento. A adoção de cargas reduzidas, pode levar a um desenvolvimento lento, mas assegura a consistência do trabalho. Já com altas intensidades, ocorre um progresso mais rápido, mas leva a uma menor estabilidade do desempenho e ficam mais sujeitos a lesões. 14 Porter et al. (1995), consideraram que o meio mais efetivo do treinamento é a necessidade de uma alternância entre volume e intensidade, pois essas variáveis são juntamente com número de repetições, a freqüência e duração do treinamento, consideradas para analisar o efeito do programa de treinamento de força para idoso. 3.3 O Efeito do Treinamento de Força em Idoso Embora sejam recomendados para a população idosa tanto programas de atividade aeróbica como de treinamento de força muscular, este último é o que realmente pode minimizar de alguma forma á perda de massa muscular, sendo considerado portanto, como a atividades de preferência na manutenção da capacidade funcional e independência (EVANS, 1999). Fiatarone (1990), relatou que o treinamento de força muscular deve ser preferido ao treinamento aeróbico nas seguintes circunstâncias: artrite grave, inabilidade para suportar o peso corporal, ulcerações no pé, desordens do equilíbrio, amputação e doença pulmonar obstrutiva crônica. A maioria das pesquisas relacionadas a atividades físicas para idosos focam atividades em especial para grupos musculares de membros inferiores, notadamente os extensores da coxa, pois estudos mostram uma associação entre a fraqueza muscular da extremidade inferior em idosos e o risco de quedas. Este problema é sério, pois 40% das pessoas acima de 65 anos sofrem quedas pelo menos uma vez ao ano (FIATARONE, 1990). As quedas podem representar graves problemas para os idosos, uma vez que seus ossos em caso de fratura não se unem mais com a mesma velocidade, resultando em longo período de imobilização, o que ocasiona, logicamente, perda da mobilidade, pela atrofia muscular acentuada. Assim, boa parte dos estudos de treinamento de força aplicada em indivíduos idosos, procura identificar as dificuldades de movimentação, perda de equilíbrio e quedas freqüentes ocasionadas pela perda da força muscular. Desta forma, se o treinamento de força refletir em aumento de massa e força muscular, conseqüentemente há melhoraria no desempenho desses idosos em atividades 15 diárias, levando a um maior equilíbrio, melhorando com isso sua auto-estima (SAVIOLI, et al., 1996). Além destes benefícios, o treinamento de força também minimiza os riscos de doenças associadas à idade, como a diabetes tipo II, doença coronariana, obesidade, hipertensão (ADES, 1996; EVANS, 1993; FIATARONE, 1996; FRONTERA et al., 1988; ROGERS, 1993). 3.4 Exercícios de Contração Excêntrica A ação muscular excêntrica ocorre quando um peso está sendo abaixado de uma maneira controlada e os músculos envolvidos se alongam (FLECK; KRAEMER, 1999). A contração excêntrica tem grande importância para o treinamento muscular em função de sua vantagem no ganho de força, quando comparado à contração concêntrica (ATHA,1981; FLECK; SCHUTT, 1985), podendo esta diferença chegar a um percentual de 14% a 50% a mais, conforme relatos de Dean (1988). Também há um menor recrutamento de unidades motoras para produzir mesma força utilizada no exercício concêntrico; desta forma, unidades motoras adicionais podem ser recrutadas para obtenção de força maior (PRENTICE, 1998). Ducan et al. (1989) e Bishop et al. (1991); estabeleceram diferenças significativas destas duas ações musculares. A contração excêntrica gera maior força máxima do que a contração concêntrica, em uma mesma velocidade, mesma resistência e menor número de unidades motoras recrutadas para produzir a mesma quantidade de força, e um custo de energia metabólica 6 vezes menor. McDougall et al. (1985) descreveram que o rápido declínio da pressão arterial que ocorre durante a fase excêntrica na repetição do exercício pode ser explicado pelo fato de uma súbita vasodilatação que ocorre nesta fase, quando a pressão sanguínea depende mais do esforço. Os músculos tendem a ser mais fortes quando excentricamente contraídos, desta forma, suportam maior carga nesta fase e o grau de excitação fica menor que na fase concêntrica. Portanto, a mesma potência de trabalho corresponde a uma intensidade menor durante a fase excêntrica do movimento, com menor esforço cardiovascular. 16 Outro aspecto mostrado pela literatura como mudança fisiológica característica do envelhecimento é a sarcopenia,uma diminuição da massa muscular e da redução da força, independente da localização do músculo (FRONTERA et al.,1991), que varia de acordo com o tipo de contração muscular, tendo menor redução nas contrações excêntricas, por permitir a ela obter maior manutenção da força (VANDERVOORT et al., 1990). Knuttgen et al. (1982) esclareceram que o treinamento excêntrico requer 75% menos oxigênio do que treinamentos concêntricos. As caminhadas em declives, que requerem mais ação excêntrica, utilizam apenas 20% do VO2, comparado ao concêntrico na mesma intensidade (BARNES; DAVIES, 1972). Bonde-Peterson et al., (1973), concluíram que o trabalho excêntrico sob o aspecto do VO2, que em alta intensidade era quase equivalente ao trabalho concêntrico de baixa intensidade. A atividade excêntrica não é limitada pelos fatores respiratórios e exerce um importante papel nas atividades funcionais e atléticas (ELLENBECKER et al., 1988). Hilton (1989), Dean (1988), White, Gordon (1982), enfatizaram a importância de exercícios excêntricos na reabilitação e na prevenção de disfunções geriátricas articulares. De modo geral para Highgenboten et al., (1988), o treinamento excêntrico para idoso, tem gerado várias vantagens de tolerância e motivação, pois nas fases iniciais de treinamento, quando o idoso não apresenta condicionamento muscular e nem cardiorespiratório, ações concêntricas tornam-se pouco toleradas, criando um atraso no programa. Devido à eficiência das respostas musculares excêntricas torna-o mais apropriado para esta faixa etária. A literatura estabelece que a atividade muscular excêntrica domina as fases da marcha nivelada (OSLON et al.,1972), como nas descidas de escadas, onde serve para estabilização enquanto o peso é transferido (BASSEY et al.,1988) e nas corridas os músculos posteriores da coxa (isquiotibiais) funcionam de forma excêntrica para fornecer estabilidade dinâmica (REBER et al., 1993; WINTER, 1983). No treinamento de força excêntrica o posicionamento apropriado de uma série de exercícios excêntricos dentro de uma única sessão depende de dois fatores relacionados ao aumento suficiente de temperatura corporal local e de exercícios de flexibilidade 17 executados estaticamente. Esses fatores irão assegurar uma aderência viscoelástica nas áreas musculares em ação (BUSKIRK; KOMI,1972). A Dor Muscular de Início Tardio (DMIT) pode ter um aspecto negativo, porém sua prevenção fornece um instrumento ideal para determinar a intensidade, freqüência, duração e adaptação do programa de treinamento excêntrico. Para Fitzgerald et al., (1991) o que determina a produção da DMIT é a execução de exercícios com alta intensidade, sobrecarga, em baixas velocidades e não o modo da contração. Portanto, se todos os parâmetros de segurança forem seguidos, como controle no volume e a intensidade do programa, assim como os processos intrínsecos de adaptação ao treinamento com base em exercício excêntrico, em intensidade sub-máxima, este constituirá um excelente recurso para idosos, podendo causar aumento da força e hipertrofia muscular. O treinamento excêntrico exerce um importante papel nas atividades funcionais e nas disfunções geriátricas articulares. Um problema comum nos músculos em indivíduos idosos é a atrofia para membros inferiores, com a perda de fibras tipo II, resultando na dificuldade para levantar, caminhar, sentar e equilibrar. O treinamento excêntrico para o idoso tem gerado várias vantagens podendo oferecer transferências fisiológicas ao músculo concêntrico devido à eficiência de ações musculares excêntricas, relacionadas ao baixo VO2, e a quantidade de unidades motoras recrutadas. O presente estudo torna-se relevante por verificar como um estudo adicional e bem direcionado em idosos, utilizando metodologias adequadas, pode contribuir para reduzir as complicações de perda de força muscular que ocorrem durante esta etapa da vida, em que o sedentarismo e o estilo de vida são fatores predisponentes e agravantes e, desta forma, criar estratégias e sugerir recomendações a fim de minimizar este efeito deletério e manter ou melhorar a qualidade de vida. 18 4. OBJETIVO O presente estudo objetivou verificar a eficácia do treinamento de força com exercícios de contração excêntrica, e a sua relação com o ganho de força concêntrica em indivíduos idosos através dos parâmetros de Pico de Torque pela dinamometria isocinética; quantificando o Pico de Torque na extensão e flexão e também observar as alterações do treinamento de força sobre o Perfil Bioquímico (colesterol total, triglicérides e glicemia); e analisar o efeito sobre a composição corporal e o desempenho físico, através da avaliação do Índice de Massa Corporal e da Relação Cintura/ Quadril. 19 5. MATERIAL E MÉTODOS 5.1 Amostra A população avaliada foi constituída por 21 voluntários, de ambos os sexos, sendo 17 do sexo feminino e 4 do sexo masculino, com idade média de 65 ± 5,4 anos; peso corporal médio de 66,2 ± 11,4 kg e estatura média de 158,4 ± 7,6 cm. Todos os voluntários foram submetidos a uma anamnese (ANEXO A), com a finalidade de se conhecer os seus hábitos e histórico familiar. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Vale do Paraíba (UNIVAP), sob o protocolo nº L029/ 2005/CEP (conforme resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde) em 18 de março de 2005(ANEXO B). 5.2 Critérios de Inclusão: - idade igual ou superior a 60 anos, - apresentar atestado médico expressando sua condição de saúde, - aceitar participar do estudo após tomar ciência do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. - voluntários considerados sedentários, pelos critérios de Baron (1995) e Davies (1997), que consideram nesta condição aquele que prática no máximo uma hora de atividade física por semana. 5.3 Critérios de Exclusão: - possuir idade inferior a 60 anos; - ser portador de lesões ou cirurgias no joelho; - possuir cardiopatias e hipertensão arterial descompensadas; doenças infecciosas agudas - estar praticando treinamento com aparelhos. 20 5.4 Procedimentos Iniciais Antes do início do treinamento foi realizada uma entrevista com cada voluntário que se propôs a participar do grupo, com a finalidade de avaliar os fatores que pudessem interferir no treinamento. O grupo respondeu e assinou um questionário de aceitação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO C), baseado nos termos do Comitê de Ética e Pesquisa da UNIVAP, da cidade de São José dos Campos- SP. Todos foram informados da proposta do estudo e dos riscos que poderiam estar associados a ela. 5.5 Análise da Dinamometria Isocinética 5.5.1 Equipamento e Procedimento do Teste O protocolo de avaliação foi realizado para a execução do teste isocinético concêntrico, adotando um formato de teste consistente, padronizado e reprodutível. Para tanto foi utilizado um Dinamômetro Isocinético (Figura 01) da marca Biodex Multi-Joint 3 da Biodex Medical System Inc. A velocidade angular foi de 60º/s, analisou as variáveis dos parâmetros de Pico de torque (PT), e determinou a evolução em termos de ganho de força concêntrica da flexão e a extensão bilateral dos membros inferiores. Dentre os acessórios utilizados para a coleta, incluem-se uma Impressora HP Deskjet 694, Microcomputador Pentium II 233MHz, uma fita métrica metálica, um balança digital da marca Filizola e uma bola de futebol. Para o ajuste foi selecionada a janela SYSTEM 3 (seleção padrão), o protocolo utilizado foi o de flexão-extensão dos membros inferiores, e cadastrado no programa do Biodex Multi-Joint 3 como protocolo Knee extension / flexion. 21 Figura 01: Dinamômetro Isocinético Biodex e seus acessórios 5.5.2 Determinação do Membro Inferior Dominante Para determinar qual membro inferior era o dominante(D), para cada voluntário foi solicitado chutar uma bola colocada a sua frente. O membro inferior aleatoriamente escolhido pelo voluntário para executar a ação foi o considerado dominante. 5.5.3 Protocolo do Teste de Dinamometria Isocinética Cada indivíduo obteve durante a realização do teste, instruções claras sobre as atividades a serem desenvolvidas, e os comandos de incentivo verbais foram fornecidos de forma moderada em termos de intensidade, para que os procedimentos de teste fossem consistentes para garantir adequada reprodução dos mesmos. Eles também tiveram o conhecimento de como os resultados seriam aplicados em seu benefício durante o programa de reabilitação. 22 A calibração do equipamento foi realizada de acordo com as orientações do fabricante específico. Para a pesquisa, foi realizada calibração antes da realização dos testes. Para o alinhamento dos eixos foi utilizada a posição usual sentada, assumindo movimento femoral mínimo devido à estabilização distal da coxa que estava adequadamente estabilizada, com um alinhamento conveniente do eixo rotacional da alavanca do dinamômetro, através de uma linha imaginária que passava pelo côndilo femoral lateral. O braço móvel foi fixado ao nível distal da perna, sendo o joelho a ser testado posicionado a 90º para os testes de flexão-extensão, e o dinamômetro posicionado a 60º. O Dinamômetro Isocinético proporciona estabilização do voluntário mediante posição sentada feita aproximadamente 80º de extensão do quadril, mantido fixo ao aparelho mediante o uso de cintos de segurança localizados ao nível pélvico, torácico e femoral por ser o ajuste que mais o envolve. Antes da realização dos testes, uma compensação para a gravidade foi adotada para aumentar a confiabilidade da realização da avaliação. Os procedimentos de correção da gravidade e registro da amplitude de movimento foram realizados segundo as instruções do fabricante, contidas no manual do equipamento (Biodex Medical System 3®). De acordo com as especificações do equipamento, para a correção da gravidade o membro foi posicionado em extensão suplantando o peso da perna e a resistência proporcionada pelo dinamômetro; o resultado foi desconsiderado durante a realização do teste. A plataforma de resistência foi posicionada em um nível proximal do maléolo medial, que é considerada a posição ideal. Foi adotada a velocidade de 60º/s, que está dentro dos padrões recomendados como faixa razoável e confortável para realização do teste. Antes de proceder ao teste foi realizado um aquecimento para preparar os músculos, com uma caminhada de dez minutos, seguidos de exercícios de alongamento (Figura 03). Os voluntários foram submetidos a três repetições sub-máximas de ensaio antes da realização do protocolo. 23 Foi utilizada a variável do intervalo entre os testes recomendados por Ariki et al. (1985), com um intervalo de repouso de 90 segundos entre as séries, reduzindo com isso o acúmulo de ácido lático nos músculos. Esta, porém poderia vir a ser interrompida caso algum voluntário apresentasse qualquer sinal de desconforto. Após a conclusão dos itens anteriores,foi realizada a primeira parte da avaliação constituída de três repetições na velocidade de 60º/s para o exame de avaliação concêntrica dos músculos do quadríceps e do tibiofemural do membro dominante (Figura 02), das variáveis da contração muscular do Pico de Torque (Nm). Após um intervalo, realizou-se a segunda parte com o membro não dominante. Figura 02: Voluntário realizando teste isocinético em fase concêntrica com o membro inferior direito dominante 24 5.5.4 Etapas da Coleta de dados A coleta do teste utilizando o Dinamômetro Isocinético foi realizada no Laboratório de Biodinâmica da Faculdade Ciências da Saúde da UNIVAP, no município de São José dos Campos-SP, sempre pelo mesmo examinador e divididas em duas etapas distintas: 1ª - TESTE, coletado após a avaliação dos voluntários, antes do início do treinamento, onde cada um foi sempre comparado através dos resultados com ele. 2ª - RETESTE, foi realizado depois de decorrido o período de 12 semanas de treinamento, cujo protocolo será descrito a seguir, acompanhando os mesmos procedimentos do teste. 5.6 Análise do Perfil Bioquímico As amostras para o perfil bioquímico (colesterol total, triglicérides e glicemia) foram coletadas e analisadas pelo Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Maternidade Frei Galvão, situado na cidade de Guaratinguetá-SP. Os responsáveis pela coleta de sangue foram os funcionários credenciados pelo laboratório, que realizaram o procedimento em todos os idosos em duas fases distintas, sendo a primeira uma semana antes do início do treinamento, e ao final de doze semanas. De acordo com American Heart Association e a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a referência do nível ideal de colesterol total é abaixo de 200mg/dl, para o triglicérides é abaixo de 150mg/dl e para a glicemia abaixo de 115mg/dl. Desta forma, níveis acima destas referências estão associados a doenças coronarianas e diabetes, representado na Tabela 01. 25 Tabela 01. Classificação dos níveis de lipídios sanguíneos. Lipídios Valores (mg/dL) Colesterol total < 200 200 – 239 ≥ 240 Triglicérides < 150 150 – 200 200 – 499 > 500 glicemia < 115 115 – 135 ≥140 Categoria Ótimo Limítrofe Alto Ótimo Limítrofe Alto Muito alto Ótimo Limítrofe Alto Fonte: III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias (2001) 5.7 Avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC) Para a coleta dos dados do Índice de Massa Corporal (IMC) foram calculados os valores obtidos do peso (em quilogramas) e estatura (em metros), utilizando a seguinte Fórmula : IMC = peso corporal (kg) altura²(m) A avaliação do IMC é muito utilizada por ser rápida e fácil para determinar o índice de obesidade e sua correlação com os riscos de doenças cardiovasculares. Para a coleta de dados foi estabelecido um antropometrista devidamente treinado para sua realização. O peso foi medido através da utilização de balança digital portátil da marca Filizola, com variação de 0,1kg e com capacidade de até 150kg. Para aferição da estatura, utilizou-se um estadiômetro de material metálico (graduado em centímetros e décimo de centímetros), com um cursor esquadro. O avaliado ficou em posição ortostática, descalço, usando camiseta e bermuda. Para determinação da prevalência de sobrepeso e obesidade, foram utilizados a pontuação com valores classificados como abaixo de 25 26 kg/m² eutrófico e de 25 a 29 kg/m² como ligeira obesidade; estabelecida na Tabela 01, preconizada pela Organização Mundial da Saúde (1997), considerando ambos os sexos. Tabela 02. Valores da classificação de obesidade baseada no IMC, segundo a OMS. CLASSIFICAÇÃO IMC ABAIXO DO PESO abaixo de 18,5 NORMAL entre 18,5 – 24,9 SOBREPESO entre 25 – 29,9 OBESO acima de 30 5.8 Avaliação da Relação Cintura Quadril (RCQ) As circunferências da cintura e do quadril foram medidas utilizando uma fita métrica metálica com precisão de 1 milímetro. A coleta de dados foi realizada sempre pelo mesmo avaliador devidamente treinado. A padronização utilizada foi a descrita por Heyward (1996) e as medidas foram realizadas sempre pelo mesmo avaliador, e o avaliado se posicionando em pé. A circunferência da cintura foi mensurada no ponto médio entre a borda inferior da última costela e a crista ilíaca e o quadril, considerando-se o maior volume dos glúteos. O cálculo da relação das circunferências da cintura e do quadril (RCQ) foi realizado dividindo-se os valores em centímetros, conforme fórmula a seguir: RCQ = circunferência cintura (cm) circunferência quadril (cm) A Relação Cintura Quadril utilizada internacionalmente para mostrar o grau de obesidade abdominal (andróide), para ambos os sexos e com idade acima de 50 anos de idade (HEYWARD, 1996), mostrada pela Tabela 03: 27 Tabela 03. Valores de RCQ com critérios de risco alto e muito alto. IDADE RISCO ALTO RISCO MUITO ALTO HOMEM MULHER 50 - 59 0,97 - 1,02 60 – 69 0,99 - 1,03 70 – 79 1,01 - 1,04 50 - 59 0,82 - 0,88 60 – 69 0,84 - 0,90 70 – 79 0,86 - 0,92 > 1,02 > 1,03 > 1,04 > 0,88 > 0,90 > 0,92 Fonte: HEYWARD, 1996. 5.9 Fase de Adaptação ao Treinamento A fase inicial do treinamento foi executada com uma série de 12 repetições para cada exercício, com uma carga ligeiramente baixa e fixa (40% de 1-RM) para ocorrer adaptação de coordenação motora, com ritmo e eficiência mecânica. Cada repetição foi realizada lentamente de forma assimétrica (isolada), ou seja, uma perna de cada vez, no tempo de aproximadamente seis segundos para a fase excêntrica do movimento, segundo metodologia adaptada, sugerida por Feigenbaum e Pollock, (1999). Após a fase de adaptação iniciou-se o protocolo de treinamento, abaixo descrito. 5.10 Protocolo de Treinamento Os idosos realizaram seu treinamento físico na Academia de Ginástica CORPO CIA, situada no município de Guaratinguetá-SP, tendo sido aplicado o treinamento objetivando o fortalecimento muscular excêntrico, utilizando equipamentos da marca Righetto, modelo Power Tech. Constantemente foram fornecidas orientações sobre o treinamento e o manuseio dos equipamentos. O treinamento foi realizado durante um período de doze semanas, na freqüência de três vezes por semana, em dias alternados, com a duração de 45 minutos cada sessão, sempre realizado no mesmo período. Foi estabelecido um aumento progressivo semanalmente das séries de exercícios, seguindo a seguinte forma: primeira semana uma série, segunda semana duas séries e na terceira semana realizando 28 três séries, e á partir da 3ª semana permanecia sem alteração no número de série até o final do treinamento. 5.10.1 Seleção da Sobrecarga no Treinamento Foi utilizado o teste da capacidade máxima (1RM) como referência para selecionar a sobrecarga adequada para ser utilizada no treinamento, cujo valor foi estabelecido por tentativas. Trata-se de um método clássico que avalia a força muscular obtendo o valor através da quantidade máxima possível de peso erguida em uma única execução completa, Fleck e Kraemer (1997). No aquecimento da musculatura para o teste e com o intuito de evitar a ocorrência de lesões, foram realizados exercícios de alongamento com 3 séries de 30 segundos para os músculos do quadríceps e tibiofemural, como mostra na figura 04 abaixo. 29 Figura 03. Quadro de alongamento, utilizado como aquecimento para do teste de 1RM e para o teste Isocinético. 5.10.2 Aquecimento no Equipamento Em seguida, como forma de aquecimento nos equipamentos Cadeiras Extensora (Figura 04) e Flexora (Figura 05), foi realizada uma serie de 15 repetições com cargas 30 baixas, estabelecidas pelo professor e estimadas a ± 40% da capacidade máxima (1RM), com intervalo de recuperação estabelecido em 1 minuto. Para a realização do teste foram permitidos 3 a 5 repetições, com um o acréscimo progressivo de 60% até 100% (1RM), e um descanso entre cada execução em torno de 3 a 5 minutos e todos foram orientados a manter a respiração para evitar a Manobra de Valsalva (esforço expiratório contra a glote fechada). Sendo o incremento da sobrecarga conservado dentro de uma progressão de 1 até 5 kg, e após a realização de uma única repetição, ficou estabelecido a RM, ou a maior carga que se pôde levantar de uma só vez, sem ajuda externa. Para não ocorrer aumento excessivo na carga, no decorrer do treinamento e provocar fadiga; ficou determinada uma sobrecarga progressiva, que foi utilizada após a fase de adaptação do início do treinamento específico, com 50% da RM no primeiro mês e um acréscimo de 5% nos 2 meses seguintes. A carga foi adaptada à capacidade funcional do idoso. O treinamento foi direcionado aos principais grupos musculares utilizados no teste de avaliação, totalizando dois exercícios: 1) Cadeira Extensora, que requer ativamente o músculo Quadríceps, durante a extensão do membro inferior (Figura 04, A e B): a) Primeiramente, antes de iniciar o exercício de flexão, o equipamento é posicionado pelo professor, estendendo o braço da alavanca para então o voluntário dar início ao movimento. b) Com o braço estendido o voluntário executa o movimento de flexão do membro inferior, realizando a ação excêntrica. 2) Cadeira Flexora, que requer ativamente o músculo Tibiofemural, durante a flexão do membro inferior (Figura 05, A e B): a) Primeiramente, antes de iniciar o exercício de extensão, o equipamento é posicionado pelo professor, flexionando o braço da alavanca para então o voluntário dar início ao movimento. 31 b) Com o braço flexionado o voluntário executa o movimento de extensão do membro inferior, realizando a ação excêntrica. Todo movimento foi realizado nos membros inferiores, tanto dominante quanto não dominante. B A ▼ ↓ início término Figura 04: Voluntária executando movimento de flexão na cadeira extensora (A e B); tendo sido posicionado o braço do equipamento na posição inicial (▼) pelo professor; e executando o movimento à partir da posição inicial (↓). 32 B A ► início ↑ término Figura 05: Voluntária executando movimento de extensão na cadeira flexora (A e B); tendo sido posicionado o braço do equipamento na posição inicial (►) pelo professor; e executando o movimento à partir da posição inicial (↑). 5.11 Período de Recuperação Segundo Fox e Matthews (1987), após exercícios vigorosos, a recuperação do músculo para retornar a 90% da sua capacidade de força (condição de pré-exercício), em geral demanda aproximadamente 3 minutos. No presente estudo foi estabelecido um intervalo de descanso de 90 segundos entre as séries de exercício, proporcional a carga e quantidade de trabalho realizado, para determinar a recuperação e ser consistente com os objetivos do programa. Com este intervalo, evita-se que os músculos, eventualmente fadigados, provoquem movimentos compensatórios para poder completar o exercício (SHEPHARD,1991). Ressalta-se que houve precaução da Manobra de Valsalva, tendo sido a recomendação mais importante durante o treinamento com peso no que se refere à respiração. Segundo Fardy (1981), deve-se evitar a Manobra de Valsalva, que é um esforço 33 expiratório contra a glote fechada, que ocorre quando uma pessoa esta executando um esforço intenso e prolongado. Como conseqüência disso pode haver sobrecarga do sistema cardiovascular e parede abdominal, aumento nas pressões intratorácicas e abdominal, diminuição do retorno venoso, diminuição do débito cardíaco, queda momentânea da pressão arterial e aumento da freqüência cardíaca. Com a expiração liberada há um aumento na pressão arterial devido ao rápido fluxo venoso e uma contração forçada do coração. Para tanto, os alunos foram orientados, durante os exercícios, a não prender a respiração, mantendo a expiração enquanto executava o movimento. 5.12 Análise Estatística Os dados foram analisados através do método do teste t-student, com índice de significância de 5%, utilizado para comparar os valores médios da variável de interesse: Pico de Torque (PT). O desvio padrão foi calculado para a verificação da velocidade do teste (60º/s), nos movimentos de extensão e flexão dos membros inferiores dominante e não dominante, nas sessões de teste e reteste. O grau de confiabilidade foi analisado pelas medidas do teste e reteste para determinar a evolução do percentual ganho de força concêntrica. 34 6. RESULTADOS 6.1 Análise do Pico de Torque (PT) A Tabela 04 e as figuras 06 e 07, apresentam valores individuais e médios do Pico de torque (PT), cuja grandeza é expressa em Newton x metro (Nm), dos membros dominante (D) e não dominante (ND) no teste e reteste durante as fases de flexão e extensão. Adotando-se para o teste de significância um p-valor de 5% (p = 0,05), encontramos para os dados obtidos, um aumento significativo do PT; ou seja, todos os valores de p estão próximos de zero p=(0,0000005), quando comparamos o teste e o reteste, tanto para o membro dominante quanto o membro não dominante, na flexão e na extensão. Desta forma, fica demonstrada, estatisticamente, a existência de uma melhoria entre a condição física dos idosos, antes e após o período de treinamento. 35 Tabela 04. Valores do Teste e do Reteste com média e desvio padrão, para os parâmetros Pico de Torque, nos movimentos de extensão e flexão dos membros Dominante e não Dominante (n =21). MEMBRO DOMINANTE MEMBRO NÃO DOMINANTE TESTE RETESTE TESTE RETESTE Sujeito EXT FLE EXT FLE EXT FLE EXT FLE 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Média SD p= p= p= p= 46,1 86,2 69,2 63,2 86,1 96,8 90,2 89,8 60,3 87,9 67,6 59,9 74,9 85,3 89,5 125,3 142,2 153,7 66 68,2 60,9 84,3 27,3 28,6 50 31,6 37,3 39,6 51,1 45,8 29,5 38,1 51,1 34,6 21,4 41,5 48,8 34,8 58,7 81,8 66,3 46,9 29,8 34,8 43,0 14,1 71,2 93,7 70,8 88,8 92,1 105,7 103,3 102,6 84,1 108,8 77,8 65,4 90,9 94,8 118,2 147,9 166,7 167,1 77,4 82,4 88 99,9 28,8 54,2 64 49 53 59,5 63,3 58,7 40,5 44,3 71,9 54,9 42,3 52,9 65,8 57,4 70,4 103,6 85,6 62,4 52,4 59,4 60,3 14,4 52,2 83,2 73,8 81,6 83,9 90,2 81,4 64,8 80,4 107,5 61,7 57,1 83,5 67,4 92,4 134,6 139 156,8 78,2 56 85,3 86,2 27,6 29,2 37,7 31,6 59,7 45,8 44,7 52,4 35,3 38,9 51,9 30,6 24,5 49,9 37,2 32,7 57,4 97 63,9 46,8 32,3 46,5 45,0 16,1 78,8 99,5 80,8 81,4 95,9 102,5 110,4 85,7 86,5 121,8 83,3 65,7 86,8 75,6 124,5 156,1 151,7 167,3 87,5 72,3 101,4 100,7 28,5 46 62,9 52,6 64,3 54,1 62,3 66,2 44,9 44,2 72,4 56,5 45,2 51,9 58,5 54,5 76,7 92,9 75,4 65,7 43,6 60,7 59,6 12,7 1,5 E-11, comparando-se teste e reteste na flexão do membro dominante. 2,5 E-8, comparando-se teste e reteste na extensão do membro dominante. 6,3 E-8, comparando-se teste e reteste na flexão do membro não dominante. 1,4 E-8, comparando-se teste e reteste na extensão do membro não dominante. Os valores de Pico de Torque (PT), foram maiores nos movimentos de extensão do que nos movimentos de flexão. Essa regularidade é considerada comum para homens e mulheres, independente da dominância do membro e da sessão de treinamento. Segundo Garatini (1999), os desvios-padrões altos na extensão, como os encontrados no presente estudo tanto para o membro dominante quanto não dominante, pode significar dispersão dos dados. Isso pode ocorrer devido à diferença entre os avaliados, por apresentarem diferentes sexos, idade e condição física. 36 120,0 100,0 Pico Torque (Nm) 80,0 Média 60,0 Desvio padrão 40,0 Reteste 20,0 Reteste Teste Teste 0,0 D FLEX Membro dominante E FLEX Membro dominante D FLEX não Membro dominante E FLEX não Membro dominante Figura 06. Valores médios do PT no movimento de Extensão no teste e reteste para os membros dominantes e não dominantes. 70,0 60,0 50,0 Pico Torque (Nm) 40,0 Média Desvio padrão 30,0 20,0 10,0 Teste Reteste Teste Reteste 0,0 DMembro FEX dominante Membro E FLEX dominante D FLEX não Membro dominante Figura 07. Valores médios do PT no movimento de Flexão no teste e reteste para os membros dominantes e não dominantes. E FLEXnão Membro dominante 37 6.2 Perfil Bioquímico Os resultados apresentados reproduzem os testes aplicados a fim de mensurar as variáveis referentes ao Perfil Bioquímico (colesterol total, triglicérides e glicemia). Os resultados do Perfil Bioquímico, mostram valores médios de 218,7 mg/dl ± 56,9 para o colesterol total, 139,7mg/dl ± 46,8 para triglicérides e 92,3 mg/dl ± 7,9 para a glicemia (Tabela 05). Tabela 05. Valores individuais e as médias das variáveis, colesterol total, triglicérides e glicemia. Colesterol Triglicéride Glicose Teste Reteste Teste Reteste Teste Reteste Sujeito (mg/dl) (mg/dl) (mg/dl) (mg/dl) (mg/dl) (mg/dl) 265 259 181 189 82 87 01 180 185 107 115 97 90 02 229 238 123 130 90 95 03 315 290 156 158 94 97 04 191 200 197 184 100 96 05 229 232 148 152 86 91 06 190 195 152 158 88 95 07 135 138 79 82 93 87 08 301 283 244 215 87 93 09 321 295 214 198 88 79 10 180 189 101 103 85 87 11 228 225 150 162 86 82 12 160 161 132 140 87 89 13 115 118 58 63 87 90 14 253 250 135 147 90 85 15 260 260 123 135 92 96 16 17 18 19 20 21 Média 191 235 189 237 86 169 88 160 88 95 95 98 195 205 165 218,7 210 223 173 78 88 169 81 85 149 95 105 118 100 97 102 SD 57 216,7 48,1 139,7 46,8 137,8 42,2 92,3 7,9 91,9 6 38 6.3 Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura Quadril (RCQ) Os resultados da Relação Cintura Quadril (RCQ) e do Índice de Massa Corporal (IMC), não apresentaram diferença estaticamente significativa entre o teste e o reteste, conforme pode-se observar na Tabela 06. Tabela 06. Valores individuais e as médias da Relação Cintura Quadril (RCQ) e do Índice de Massa Corporal (IMC) Sujeito 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Média SD RCQ Teste Reteste C/Q C/Q 0,82 0,81 0,87 0,85 0,86 0,88 0,91 0,85 0,85 0,87 0,83 0,84 0,74 0,76 0,85 0,86 0,82 0,82 0,81 0,83 0,80 0,82 0,84 0,83 0,85 0,86 0,97 0,98 0,85 0,84 0,82 0,80 0,95 0,93 0,82 0,82 0,88 0,85 1,06 1,04 1,04 1,01 0,87 0,86 0,08 0,07 IMC Teste Reteste kg/m² kg/m² 35,93 35,70 34,56 34,13 26,74 27,0 25,70 25,63 25,63 25,72 25,24 25,65 24,13 24,58 25,26 25,39 23,52 23,43 25,0 25,32 22,9 23,25 32,4 31,25 25,56 25,63 25,5 25,75 28,23 28,03 28,2 27,85 24,0 23,89 25,33 25,21 25,29 24,87 27,59 27,32 27,56 27,25 26,3 26,8 3,57 3,26 39 7. DISCUSSÃO A avaliação isocinética representada pelos valores de Pico de Torque, é um método comumente utilizado para avaliar a performance muscular no idoso, e é recomendado por comparar dados normativos (NEDER et al.,1999). A velocidade angular de 60º/s, utilizada no presente estudo mostra-se como a mais adequada para este tipo de protocolo por não gerar risco a integridade física do idoso, quer em termos cardiovasculares, musculares e da articulação do joelho (ANIANSSON et al., 1980; BELLEW; MALONE; 2000). Embora exista um grande número de estudos sobre o efeito do treinamento para o idoso, promovendo ganho de força igual ou superior ao encontrado em indivíduos jovens (FIATARONE et al.,1990; FRONTERA et al.,1988), diferentes resultados encontrados podem ser gerados por diferentes protocolos utilizados (POLLOCK; WILMORE, 1990), mas mesmo assim muitos estudos ainda são considerados válidos (LOGAN; WILSON, 1995). No presente estudo foi verificado aumento significativo no ganho de força de grupos musculares na extensão e flexão, tanto para o membro inferior dominante, quanto para o não dominante. Segundo Davies et al., (2000), a ocorrência de um ganho significativo somente na flexão, ou somente na extensão, ou também somente no membro dominante ou somente no não dominante, indicaria desequilíbrios e debilidades dos grupos musculares exigidos nestes movimentos, podendo causar lesões e quedas no idoso. A literatura mostra também que quando o programa de treinamento é realizado no mesmo equipamento que avaliará um possível ganho de força, a porcentagem média desse ganho é por volta de 26,6%. Por outro lado e da mesma forma como foi realizado no presente estudo, a literatura mostra que quando o protocolo de treinamento é aplicado em equipamentos que não são por exemplo o dinamômetro isocinético, que avaliará o ganho de força adquirido, esse valor médio alcança por volta de 21,2% de ganho (FLECK; KRAMER, 1997). Ou seja, o ganho de força adquirido pode ser significativamente maior quando executados o protocolo de treinamento e teste de avaliação de força no mesmo equipamento. 40 Desta forma, observar-se que o tipo de treinamento que pode ser feito tanto em equipamento isocinético quanto isotônico, pode gerar resultados diferenciados em relação ao ganho de força. Outro aspecto que também pode ser observado é que exercitando um determinado grupo muscular, pode-se notar efeito em outro grupo muscular não submetido ao exercício, por exemplo o grupo muscular antagonista do movimento (DOSS; KARPOVICH,1985). No presente trabalho observou-se que o grupo muscular exercitado excentricamente promoveu aumento significativo de força no grupo muscular antagônico. Os resultados mostram um ganho significante de força, avaliada pelo aumento do PT, no teste de contração concêntrica tanto para a flexão (40,2%) quanto para a extensão (18,6%); sugerindo aumento de força dos músculos antagonistas do movimento inclusive. Por outro lado, Hellebrandt et al. (1947) não observou alteração estatisticamente significativa em músculos antagonistas na realização dos exercícios isotônicos de músculos agonistas. Isso também pode ser confirmado através avaliação da não ocorrência de Potencial de Ação em músculos antagonistas, quando submetidos os agonistas a contrações tanto isotônicas quanto isométricas (HOEFFER,1941; SEYFFARTH, 1941). Duncan et al, (1989) e Ryan et al., (1991), também não observaram ganho significativo de força no teste de contração concêntrica a 60°/s em músculos antagonistas. Mesmo quando aplicado em protocolo de treinamento apenas excêntrico, nenhum ganho significativo pode ser observado nos antagonistas, tendo sido visto apenas nos agonistas do movimento, mostrando-se maior para a velocidade de 180º/s (RYAN et al., 1991). Porém, estudos do treinamento excêntrico nos músculos extensores do antebraço mostram ganho significativo de força em grupos musculares antagonistas (SING; KARPOVICH, 1967). Com isso os autores sugerem que durante as contrações agonistas, os músculos antagonistas também são ativados. O ganho da força concêntrica observada em músculos extensores submetidos a treinamento excêntrico (18,6%) do presente estudo corrobora os trabalhos de Rasch et al., (1961); Darcus; Slater, (1955); Golla; Hettwer, (1924). 41 Outros estudos também apresentaram ganho significativo de força após treinamento excêntrico, em grupos musculares antagônicos ao movimento, em membro inferior (HORTOBÁGYI et al., 1996b; SEGER, THORSTENSSON, 2005). Também em membros superiores é possível observar tal resposta, ou seja, treinamento excêntrico gerando ganho de força concêntrica (ELLENBECKER et al., 1988). Segundo Doss e Karpovich (1985), a musculatura envolvida no treinamento excêntrico pode alcançar 36% de tensão maior, do que gerada pelo treinamento concêntrico, com isso atinge a musculatura concêntrica também. Quando comparados os efeitos sobre o ganho de força de músculos antagonistas entre treinamentos com movimentos excêntricos e concêntricos, Komi e Buskik, (1972) observaram que ambos induziram o ganho nos antagonistas. Porém, esse ganho de força foi significativamente maior quando o treinamento com movimentos excêntricos geraram aumento de força concêntrica. Apesar do treinamento de movimentos concêntricos também ter promovido ganho de força nos antagonistas, esse ganho foi menor. Corroborando os resultados do presente estudo, um trabalho realizado por Tomberlin et al., (1987) mostra que somente o treinamento excêntrico promoveu aumento no PT concêntrico. De modo geral, a literatura mostra estudos nos quais a duração do período de treinamento adotado é inferior à utilizada no presente estudo. Por outro lado, observaram-se muitos estudos realizados com homens e mulheres, porém poucos com homens e mulheres especificamente idosos; ou seja, acima dos 60 anos de idade. Um estudo comparativo entre o ganho de força excêntrico, concêntrico e isométrico, como resultado da aplicação de um treinamento excêntrico, mostrou maior porcentagem para a força excêntrica (42%), depois isométrica (30%), e por último a concêntrica (13%) (HORTOBÁGYI et al., 1996a). Porém, no presente estudo não foi feito um comparativo entre os diferentes tipos de força, apenas tendo sido observado o efeito do treinamento excêntrico no Pico de Torque concêntrico. Mesmo assim, observou-se aumento para ambos os membros inferiores. Por outro lado, Bishop et al. (1991), não encontrou ganho significativo de força concêntrica em indivíduos submetidos a um protocolo de treinamento excêntrico. 42 De modo geral, a literatura apresenta grande carência de trabalhos voltados especificamente para idosos, mostrando parâmetros como os avaliados no presente estudo. Sabe-se que o processo de envelhecimento gera inúmeras transformações fisiológicas, as quais podem interferir direta ou indiretamente nos aspectos avaliados. E isso pode sugerir que apesar da já comprovada perda de massa muscular com conseqüente perda de força muscular com o avanço da idade, que a realização de atividade física regular possa minimizar, retardar ou até certo ponto reverter essa perda. Em relação aos resultados obtidos sobre o perfil bioquímico, IMC, RCQ, não foi observado nenhuma alteração estatisticamente significativa, sugerindo que o período de aplicação do treinamento possa não ter sido longo o suficiente para observar mudanças nesses parâmetros. Estudos com programas de treinamento em períodos mais longos, 18 meses por exemplo, também mostram resultados similares aos encontrados neste estudo (GORAN et al., 1998; PINTO et al., 2003). Uma possível alteração nesses parâmetros avaliados poderia ter sido observada com o programa de exercícios físicos associados a um controle alimentar de baixo consumo calórico (MONTEIRO; NOBRE, 2003). Porém, esse aspecto não foi controlado neste trabalho. Por outro lado, não foi observada perda de peso, mas também não ocorreu ganho excessivo, o que sugere que a ingestão alimentar equilibrou-se com o gasto energético durante o período avaliado. Normalmente, com o avanço da idade, pode ocorrer um aumento significativo de peso corporal (MARCHINI; NAVARRO, 2000). Porém, nossos resultados sugerem que esse ganho não ocorreu em virtude da prática regular de exercícios físicos, visto que a ingestão alimentar não foi controlada. A prática de atividade física regular contribui para manter até certa forma, a porcentagem de gordura corporal, preservando ou minimizando a perda de massa magra (SEGAL et al., 1988). O treinamento de força, seja ele de alta ou baixa intensidade, promove o ganho de massa magra, provado pelo efeito anabólico do treinamento com peso, induzindo a síntese 43 protéica. O treinamento de força gera impacto sobre a metabolização de gordura corporal, diminuindo a adiposidade (RASO et al.,1997b). Em relação ao perfil bioquímico, há estudos nos quais não se observou qualquer alteração no perfil lipídico, quando relacionado à aplicação de um treinamento de força (BAZZARRE, 1991; HURLEY, 1989; WARBER, 1991). Por outro lado, Ullrich et al., (1987) observou uma diminuição de aproximadamente 8% nos níveis de colesterol após um programa de treinamento de força. Porém, este mesmo estudo aponta inadequação na observação da dieta dos indivíduos avaliados. Já em mulheres em fase pré-menopausa, submetidas a treinamento de força, pôde-se verificar uma diminuição de 14% nos níveis de colesterol (PRABHAKARAN et al., 1999). A glicemia pode ser influenciada pelo treinamento com exercícios moderados ou de alta intensidade, promovendo um aumento da concentração plasmática de glicose, quando comparado a um grupo sedentário (GUSTAVSSON; TESCH, 1990). A literatura mostra que o treinamento de força pode ser usado como um controlador glicêmico, em especial para indivíduos diabéticos (tipo 2). Cauza et al. (2002), observaram por período de 4 meses, no qual indivíduos diabéticos eram submetidos a um programa de treinamento de força, uma redução significativa da glicose sangüínea, do colesterol total e triglicérides, e aumento do HDL, prevenindo doenças cardiovasculares. Sob o protocolo de exercícios utilizado no presente estudo, não observou-se alterações significativas nos parâmetros avaliados no perfil bioquímico (colesterol total, triglicérides e glicemia). De modo geral, observaram-se alterações significativas quando o protocolo de exercícios físicos é aplicado por períodos longos, e em especial em um grupo de indivíduos diabéticos (COYLE; HOLLOSZY,1986; REITMAN et al., 1984), o que não caracteriza o grupo avaliado no presente estudo. Independente das divergências que envolvem o treinamento de força e o perfil bioquímico encontrados na literatura, sabe-se que o desenvolvimento da força muscular é considerado como um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde de indivíduos idosos, e portanto sua prática deve ser estimulada. 44 De modo geral, os resultados mostram benefícios do treinamento de força para a população idosa, fato este por muito tempo descartado em virtude da idéia de que esse tipo de protocolo pudesse prejudicar ao invés de beneficiar esse grupo especial de indivíduos. 45 8. CONCLUSÃO O protocolo de treinamento de força com exercícios de contração excêntrica aplicado, promoveu aumento significativo no parâmetro força concêntrica, avaliado em indivíduos idosos. Este aumento foi observado tanto para a flexão quanto para a extensão em ambos os membros inferiores. Através da avaliação muscular isocinética os parâmetros de Pico de Torque (Nm), verificou-se resposta de ganho na média tanto na extensão (18,56%) quanto na flexão (40,23%) do membro dominante; e ganhos na média na extensão (16,82%) e na flexão (32,45%) do membro não dominante dos indivíduos idosos. O Perfil Bioquímico (colesterol total, triglicérides e glicemia), o IMC e o RCQ não mostraram alterações significativas, sugerindo que o tempo de aplicação do treinamento não tenha sido longo o suficiente para observar mudanças desses parâmetros, de acordo com dados encontrados na literatura. 46 REFERÊNCIAS ADES, P.A. Weight training improves walking endurance in healthy elderly persons. Annals of Internal Medicine, v. 124, n. 6, p. 568-571, 1996. AQUINO, M.A.; LEME, L.E.G.; GREVE, J.M.A.; AMATUZZI, M.M. Isokinetic assessment of knee flexor/extensor muscular strength in elderly women. Revista Hospital. Clínicas. Faculdade Medicina. S. P., v. 57, n.4, p:131-134, 2002. ALBERT, M. 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Você precisa decidir se quer participar ou não. Por favor, não se apresse em tomar a decisão. Leia cuidadosamente o que se segue e pergunte ao responsável pelo estudo qualquer dúvida que você tiver. Este estudo está sendo conduzido pelo Prof. Nagib Michel Kfouri, sob orientação da Dra. Profa. Patrícia Mara Danella Zácaro. A sua participação será como voluntário na pesquisa intitulada: ”Efeito do treinamento de força com exercícios de contração excêntrica em relação com o ganho de força concêntrica em indivíduos idosos”. O propósito deste estudo quanto à participação dos voluntários consiste que os mesmos serão submetidos a um programa de treinamento de força excêntrica, onde serão, estudados /avaliados /entrevistados etc. Antes do início do treinamento se realizará uma entrevista com cada um dos idosos a fim de avaliar todos os fatores que possam vir a influenciar no andamento do treinamento e posteriormente será feita uma avaliação. Deverá ser apresentado um atestado médico constando estar apto para participar do treinamento. Pessoas que estejam tomando medicamentos que não atendam a critérios técnicos estipulados pelo pesquisador. Participarão deste estudo grupos de 25 voluntários durante um período de 12 semanas. Não será remunerado pelo serviço prestado, pois serão solicitados como voluntários. Serão mantidos em sigilo as fotos, vídeos, questionários ou qualquer outro dado a respeito, mas será permitida a utilização dos dados da pesquisa para publicação na conclusão do trabalho. Para contato, perguntas ou problemas referentes ao estudo ligue para o Prof. Nagib Michel Kfouri, ou para a orientadora Dra. Profa. Patrícia Mara Danella Zácaro, pelos respectivos telefones: (12) 3105-1737 e 3947-1000. 63 Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma clara e objetiva todas as explicações pertinentes ao projeto e, que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. A menos que requerido por lei, somente o pesquisador (seu médico ou outro profissional) a equipe do estudo, Comitê de Ética independente e inspetores de agências regulamentadoras do governo (quando necessário) terão acesso a suas informações para verificar as informações do estudo você será informado periodicamente de qualquer nova informação que possa modificar a sua vontade em continuar participando do estudo. Minha participação no estudo é voluntária, podendo escolher não fazer parte do estudo ou desistir a qualquer momento. Você não será proibido de participar de novos estudos.Você poderá ser solicitado a sair do estudo se não cumprir os procedimentos previstos ou atender as exigências estipuladas. Você receberá uma via assinada deste termo de consentimento. Declaro que li e entendi este formulário de consentimento e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas e que sou voluntário a tomar parte neste estudo. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento. São José dos Campos, ____/____/____ Nome (extenso)___________________________________________________ . Assinatura ______________________________________________________ . Pesquisador _____________________________________________________ . Orientadora ______________________________________________________ . 64 ANEXO C DOCUMENTO DE APROVAÇÃO DE ÉTICA MODIFICADO