Enf 2 - Ordem dos Enfermeiros

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JORNAL DA SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO DA ORDEM DOS ENFERMEIROS
Junho de 2006 | ANO 4 | Nº. 9
Sumário
Editorial
A Saúde a Nível Mundial!
1 • Editorial
É preciso trabalhar, com
“Tenacidade e Inteligência”!
4 Separe o lixo que produz....
• Salve o Planeta...
7 • Piercings e tatuagens
9 • Dor - Perguntas e Respostas
• Gabinete de Apoio à Pessoa
10 Laringectomizada!...
• As Instituições de Saúde,
11 ambiente e Cidadania
As palavras e a força da expressão foram retiradas da mensagem de
abertura do Presidente da 59ª
Assembleia Mundial de Saúde, realizada entre 22 e 27 de Maio de 2006.
A delegação portuguesa presente foi
chefiada pelo Ministro da Saúde, e incluiu a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros.
Dada a oportunidade que tivemos,
de participação nos trabalhos, integrando a delegação do Conselho Internaci-
onal de Enfermagem (ICN) cumpre-nos
partilhar algumas informações e
reflecções.
A presença de dezenas de associações profissionais, de doentes e cidadãos, da indústria, de organizações
confeccionais, de equipas de estudo
e de outras organizações não governamentais com relações oficiais com
a OMS, entre elas o ICN, representando 20 milhões de enfermeiros de 129
países, pelos contributos sectoriais na
12 • Dia Mundial da Saúde
• Temperaturas elevadas
13 exigem cuidados redobrados !..
• Mitos e verdades
14 Dor de cabeça
16 • Natureza Viva!
Enfermagem e o Cidadão
1
Editorial
Ficha
Técnica
Enfermagem
eo
Cidadão
Distribuição Gratuita
Jornal da Secção Regional do Centro da
Ordem dos Enfermeiros
Av. Bissaya Barreto, 191 CV
3000-076 COIMBRA
Tel.: 239 487 810
Fax: 239 487 819
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Director
Amílcar de Carvalho
Coordenação Editorial
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Redacção
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Colaboradores Especiais
M. Leonor F. Silva
Ana Paula D. N. Coutinho
Inês Simões
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Carla Rodrigues
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M. Eugénia Morais
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Alice Quintas
Paula Arsénio
Maria de Jesus
Correspondentes
Responsáveis das Unidades de Saúde
Associações de Cidadãos
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Revisão Editorial
Maria João Henriques
Rute Dias da Silva
Secretariado
João Pedro Pinto
Elizabete Figueira
Fernanda Marques
Maquetização, Produção,
Fotolitos e Impressão
PMP COIMBRA
Tiragem – 5.000 exemplares
Depósito Legal – 178374/02
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Enfermagem e o Cidadão
Foto retirado do Site da Internacional Medical Corps.
partilha dos avanços e realidades, propostas, objectivos e compromissos,
conferiram a esta Assembleia um valor elevado na estruturação das respostas às pessoas necessitadas de cuidados de saúde.
As situações eleitas e apresentadas, os comentários factuais dos estados membros e as correspondentes resoluções, evidenciam prioridades
emergentes, para resposta a autênticos flagelos, reais ou potenciais,
em certas áreas do mundo, com potencial elevado de se globalizarem.
No trabalho preventivo, de tratamento e promoção, onde se deseja uma
intervenção acrescida dos enfermeiros, entre outras, salientam-se recomendações em áreas como: Gripe Aviária – pandemia; HIV/SIDA; Infecções
de transmissão sexual; Poliomielite; Cegueira e incapacidades visuais
evitáveis; Nutrição dos lactantes e crianças; Saúde Reprodutiva; Saúde
e desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Por estas razões as respostas estratégicas sobre o acesso a formas terapêuticas e o fortalecimento da oferta em cuidados de enfermagem, estiveram
também entre as decisões em que se depositam esperanças para uma maior
eficácia no combate à morbilidade e mortalidade.
Os milhares de mortos, milhões de crianças e adultos com doenças graves no mundo, por falta de assistência na saúde e na vida, continuam a cruzar-se com os elevados êxitos da OMS, num trabalho que urge continuar e
que justifica a nossa combatividade.
A análise dos avanços de algumas resoluções de assembleias anteriores
da OMS, realizada nesta assembleia, evidenciam a necessidade de um compromisso contínuo dos Estados, dos Profissionais, dos Cidadãos e de outros
actores da saúde.
A necessidade de agirmos a nível nacional e internacional, aos vários
níveis dos serviços e sistemas de saúde, valorizando: A família e a saúde; O
financiamento sustentado da saúde, cobertura universal e seguro social na
doença; Melhoria do desempenho dos sistemas de saúde, atribui-nos acrescidas responsabilidades individuais e colectivas.
Trabalhar com “Tenacidade e Inteligência” poderá ser também o lema
de cada um de nós, na construção do nosso projecto de saúde, na defesa do
ambiente, como condição de sobrevivência e de preservação da estrutura
social do Serviço Nacional de Saúde.
Ao acolher a Assembleia Mundial da Saúde, o Palácio das Nações Unidas, em Genebra, como espaço de liberdade, onde as nações podem tomar decisões, para um fim comum, deve inspirar-nos na criação dos nossos espaços de liberdade, na construção de uma vida saudável, mais
justa e solidária.
A Ordem dos Enfermeiros e os Serviços de Saúde têm novas razões e
estímulos, para priorizarem o cumprimento, de forma mais eficaz e eleva-
Editorial
Foto retirado do Site da Internacional Medical Corps.
da, dos desígnios de garantia da qualidade, dos valores de cooperação e solidariedade, com a comunidade
mundial e em especial com os países de língua oficial
portuguesa..
A este propósito a abordagem das “dotações seguras
em enfermeiros, como condição para que se salvem vidas”, considerada no 2º Congresso da Ordem dos Enfermeiros, no passado dia 12 de Maio, por eleição do Conselho Internacional de Enfermagem, pode e deve ser o
mote do relançamento de um processo de análise por
instituição e comunidade, das respostas às necessidades das pessoas em cuidados de enfermagem.
A este propósito, intervenções ao congresso de responsáveis nacionais e internacionais, deixaram claro
o défice elevado de enfermeiros a nível interno e em
muitos países, e as vantagens das prestações de enfermagem.
O crescimento previsto e desejável, na formação
adequada de enfermeiros a nível nacional e internacional, acompanhado de condições de sustentabilidade
do exercício e de desenvolvimento de competências,
como medida a avaliar nos próximos anos e com balanço
final de eficácia em 2010, deve levar os utilizadores dos
cuidados à maior exigência no acesso e utilização dos
recursos da saúde.
Mas, para que esse cumprimento seja eficaz, tornase necessário por parte da governação da saúde e das
estruturas regionais, a definição de directrizes e o acompanhamento das acções, tendentes à satisfação dos requisitos mínimos em recursos humanos, por parte das
instituições de saúde, alguns publicados pela próprio Ministério e pela Ordem dos Enfermeiros.
Sendo a saúde uma prioridade para os cidadãos, um
quesito social e uma alavanca económica, consideramos
ser essencial, durante 2006, falar verdade e em convergência, sobre as necessidades de enfermeiros, estabelecendo os pontos de acordo em dotação adequada e nas
respostas destes perante as populações.
As experiências que cada pessoa encontra quando
utiliza os serviços de saúde, a julgar pelas reclamações e reconhecimentos inscritos no Relatório dos
Gabinetes do Utente de 2005, da responsabilidade da
Inspecção Geral de Saúde, evidenciando-nos áreas de
melhoria para os enfermeiros, são muito lisonjeiros,
para estes, quando comparados com outros profissionais de saúde.
Este relatório ainda nos permite concluir que os
utilizadores dos serviços que recorreram aos Gabinetes
do Utente, sentiram que 2005 foi um ano de perda de
acessibilidade aos cuidados e serviços de saúde. Mesmo assim, estão por aí aumentos de taxas moderadoras,
encerramento de maternidades, SAP,s e outros serviços
sem a criação de alternativas, acrescido de um diálogo
parco ou mesmo inexistente, com os grupos de
utilizadores e profissionais.
O acerto de agenda política, com as necessidades
das pessoas e uma acção de diálogo, surgem-nos como
um acto de inteligência em que devemos cooperar,
quer sejamos governantes, profissionais de saúde ou
utilizadores dos serviços de saúde.
Amílcar de Carvalho
Enfermeiro, Presidente do CDR do Centro
da Ordem dos Enfermeiros
E-mail: [email protected]
Enfermagem e o Cidadão
3
■ MARIA LEONOR FIDALGO SILVA
ENFERMEIRA ESP. EM ENF. NA COMUNIDADE - RESPONSÁVEL PELO CONTROLO DA INFECÇÃO NO HOSPITAL SOUSA MARTINS
SALVE O PLANETA...
SEPARE O LIXO QUE PRODUZ....
“Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta
angustias até agora.”
Rom. 8:22
Embora os teólogos não se entendam quanto ao significado da palavra “Criação”, cremos que o versículo
está a falar tanto do sofrimento da humanidade como da
natureza em geral .É triste constatarmos que o homem e
a natureza chegaram ao terceiro milénio com as cicatrizes e os efeitos cumulativos dos comportamentos
desviantes da humanidade.
“Quando a terra saiu das mãos do seu criador era
extraordinariamente bela, variada na sua superfície,
contendo montanhas, colinas e planícies, entrecortadas por majestosos rios e lindos lagos”, Patriarcas
e Profetas, pag. 44. Mas o homem tem destruído com as
mãos o que saiu perfeito das mãos do Criador .Visando a
chegada do terceiro milénio, o Fundo Mundial para a
Natureza lançou uma “Campanha internacional de
mobilização para salvaguardar o planeta”. “ Para que
4
Enfermagem e o Cidadão
as gerações futuras herdem um planeta vivo” segundo afirmou Claude Martin, Director do Fundo.
Apesar de todos os esforços, a campanha ainda não
conseguiu reconciliar a economia e a ecologia.
Todos temos o dever cívico e moral de lutar pela
preservação do planeta...
Desde a revolução sanitária do Sec. XIX que a Saúde
passou a ser entendida como um estado de equilíbrio entre
a tríade ecológica: Homem, Ambiente, Agente causal da
doença. O ambiente sustenta a vida e a saúde, mas em
Portugal só há pouco tempo se começa a integrar a componente ambiente no desenvolvimento global do país
devido às condicionantes de enquadramento Europeu e
Internacional, no qual o país se contextualiza. O desenvolvimento das sociedades modernas tem vindo a ser
acompanhado por um aumento considerável na produ-
ção de resíduos, os quais são considerados como uma
das fontes mais poluentes da UE.
Actualmente a problemática associada aos resíduos ganhou uma particular relevância nos domínios das
políticas ambientais e de saúde pública por forma a
estabelecer-se um sistema de gestão de resíduos que
permita minimizar os possíveis impactes ambientais
decorrentes da sua produção, armazenamento, transporte e tratamento e encaminhamento para um destino final adequado.
Resíduos Sólidos Urbanos a que vulgarmente chamamos lixo, é o conjunto dos materiais que deixam
de ter utilidade no dia a dia e que necessitam de
tratamento e destino final adequado. Se parte destes materiais não podem ser aproveitados, grande quantidade pode ser separada para valorização, diminuindo desta forma a quantidade de resíduos a depositar
em aterro sanitário.
A participação de cada um de nós no Processo de
Reciclagem começa em casa com a separação dos resíduos produzidos, que posteriormente serão colocados no
ecoponto mais próximo da nossa casa.
Mas, o que são ECOPONTOS?
- Ecopontos são um conjunto de três contentores
de cores diferentes, destinados a receber separada-
mente diversos materiais que podem ser reciclados
e valorizados.
O PAPELÃO recebe o papel e o cartão
• CÔR AZUL
O VIDRÃO recebe o vidro
• CÔR VERDE
O EMBALÃO recebe as embalagens de plástico e metal
• CÔR AMARELA
O PILHÓMETRO recebe as pilhas
• CÔR VERMELHO
No contentor AZUL – PAPELÃO
DEPOSITAR
- Embalagens de cartão liso, compacto e canelado
(ex.: caixas de cereais, invólucros de cartão, embalagens de papel em geral)
- Embalagens de papel e papel de embalagem (ex.:
sacos de papel, papel de embrulho)
- Jornais e revistas, livros, cadernos, papel de escrita.
- Embalagens de cartão para líquidos alimentares
com película metálica no interior ( ex.: pacotes de sumo,
pacotes de leite).
NÃO DEPOSITAR
- Embalagens que tenham contido resíduos orgânicos ou gordurosos (ex.: papel de cozinha, guardanapos e lenços de papel)
- Loiças de papel
- Pacotes de batatas fritas e aperitivos
- Embalagens que tenham contido resíduos tóxicos
e perigosos (sacos de cimento)
- Papeis metalizados e plastificados ou sujeitos a
tratamentos especiais (papel de lustro, celofane, papel
vegetal, papel químico, papel de fax, papel de alumínio, papel autocolante)
No contentor VERDE – VIDRÃO
DEPOSITAR
- Todo o tipo de vidro, como garrafas, frascos,
garrafões, boiões de água, vinho, cerveja, sumos, néctares e refrigerantes, azeite e vinagre, produtos de conservas, molhos, mel e compotas, leite e iogurtes.
NÃO DEPOSITAR
- Loiças e cerâmicas : pratos, chávenas , jarras,etc.
- Azulejos, tijolos, pedras brita, pedra da calçada,
materiais de construção civil, etc.
- Vidro farmacêutico, proveniente de hospitais e laboratórios de análises clinicas.
Enfermagem e o Cidadão
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- Vidro plano: janelas, vidraças, pára-brisas,etc.
- Vidros especiais: armados, ecrãs de televisão, lâmpadas, espelhos, pirex, cristais, vidros corados, vidros
cerâmicos, vidros opala, vidros não transparentes, embalagens de cosmética e perfumes, etc.
- Tampas e rolhas das embalagens de vidro.
No contentor AMARELO - EMBALÃO
DEPOSITAR
- Todo o tipo de embalagens de plástico, ou seja,
garrafas, garrafões e frascos de água, sumos, néctar
e refrigerantes, vinagre, detergentes, produtos de higiene, sacos de plástico limpos, esferovite limpa, invólucros de plástico.
- Todo o tipo de embalagens de metal como latas
de bebidas, enlatados, conservas, tabuleiros de alumínio ou latas de spray vazias.
NÃO DEPOSITAR
- Embalagens de plástico que tenham contido (ex.:
margarinas, manteiga e banha, cosmética gordurosa).
- Embalagens de plástico que tenham contido produtos tóxicos ou perigosos (ex. combustíveis e óleo
de motor).
- Pilhas (devem ser depositadas no pilhómetro), baterias, talheres, tachos e panelas, electrodomésticos,
borrachas, couro, seringas e carpetes.
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Enfermagem e o Cidadão
No contentor VERMELHO – PILHÓMETRO
- Deitar as pilhas no pilhómetro.
Depois de recolhidos os materiais dos Ecopontos,
são encaminhados para a Estação de Triagem, local
onde são separados consoante as suas características, de forma a serem enviados para a indústria
recicladora, que os recebe e transforma em novos produtos.
Comece hoje mesmo a salvar o planeta , separe o
lixo que produz e coloque em prática a política dos 3
Rs cujo significado é :
REDUZIR – Diminuir a produção de resíduos.
REUTILIZAR – refere-se à utilização de um objecto que iria ser deitado fora, para um fim análogo ou
diferente daquele para que foi concebido.
RECICLAR – É uma forma de valorizar um material que já foi utilizado, transformando-o noutro material útil.
Aplica os 3 Rs no teu dia-a-dia e assim ajudarás o
ambiente.
■ ANA PAULA D.N. COUTINHO
ENFERMEIRA CONSULTA EXTERNA DE DERMATOLOGIA - HOSPITAL SOUSA MARTINS - GUARDA
PIERCINGS E TATUAGENS
A origem dos píercings e tatuagens, como
fenómeno sociocultural, surgiu no antigo
Egipto. Apresentadas como forma de arte, e
de decoração corporal mas sempre simbolizando o estatuto social de quem as exibia.
Com o desenvolvimento, estes rituais passaram a estar acessíveis à pessoa comum,
adquirindo uma ligação com a extravagância, a marginalidade, etc. Actualmente usamse como forma de valorização da imagem
individual e, de certa forma, consideradas
uma “arma” de sedução, ou formas de expressão para escapar à indiferença.
E se para uns esta forma de arte está incluída no conceito de beleza, para outros é
considerada uma verdadeira aberração.
É importante ter consciência de que fazer uma tatuagem (temporária ou permanente), ou colocar um piercing representa sempre uma agressão ao organismo, violando a
integridade da pele, podendo daí advir desagradáveis consequências.
Enfermagem e o Cidadão
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Outra consequência, mais tardia, é o desejo de remover a tatuagem porque se cansam dela, por motivos sociais, profissionais ou pessoais.
TATUAGENS
A tatuagem permanente consiste na introdução de partículas de pigmentos, monocromáticos ou policromáticos,
na derme através de agulhas.
As consequências mais comuns de uma tatuagem
deste tipo são as infecções.
A infecção cutânea (o microrganismo entra através
da pele ou mucosas).
A Infecção por via sanguínea sendo a mais frequente
a Hepatite B, mas podendo também contrair Hepatite C
ou SIDA, tal como todas as outras doenças possíveis de
serem transmitidas pelo sangue.
O facto de contrair estas infecções, está associada a
três factores:
• as condições de higiene durante a realização das
técnicas,
• cuidados após a colocação da tatuagem,
• imunodeficiência do individuo.
As tatuagens temporárias ou pseudotatuagens consistem em aplicar tintas sem perfurar a pele. São indolores,
rápidas e transitórias, evitando a contaminação por via
sanguínea, no entanto envolvem outras complicações,
pois elas estão na origem de reacções alérgicas.
O corante mais usado nestas tatuagens é a Hena, à
qual por vezes é associada a PPDA (Parafenilenodiamina)
– substancia altamente sensibilizante, que permite intensificar as cores e existe também nas tintas capilares e
como corante do cabedal.
A reacção mais frequente destas tatuagens é o eczema
de contacto, alérgico. Ao fazer a tatuagem, a reacção local imediata pode ser mínima ou passar despercebida, a
sua importância reside no facto de produzir uma
sensibilização no futuro, que ocorre quando estes indivíduos contactam novamente com estas substâncias, geralmente em tintas de cabelo (como profissionais ou
utilizadores).
PIERCING
“PIERCING” significa perfuração da pele e mucosas
para colocar objectos decorativos, usados como adorno
ou como ritual de grupo culturais.
Dependendo dos locais do corpo onde são aplicados
surgem consequências / efeitos secundários específicos.
• Alergias ao material utilizado,
• Infecções locais ou generalizadas,
• Transmissão de doenças,
• Traumatismos por arrancar o piercing,
• Alterações da boca, dificuldade em falar ou em mastigar, inchaço da língua, alterações dentárias.
A decisão de realizar um piercing ou tatuagem, deve
ser bem ponderada, tendo em conta os riscos associados e a sua irreversibilidade.
Não existe legislação específica aplicável a estas actividades, por isso deve estar alerta para aspectos como:
Regras de higiene dos profissionais e estabelecimentos, tais como o uso de luvas e máscaras, desinfecção da
zona a perfurar ou tatuar, uso de material descartável e
esterilizado.
Informações a dar aos clientes sobre os riscos da aplicação do piercing ou tatuagem (alergias, rejeição de material, cicatrizes, infecções ou hemorragias).
Certifique-se que lhe são fornecidas informações sobre como tratar a zona tatuada ou perfurada durante o
período de cicatrização, e como actuar no caso de surgir
alguma complicação.
Bibliografia
“Lasers em Dermatologia” - Acta Fotobiológica – Grupo português
de fotobiologia, Trabalhos da sociedade Portuguesa de Dermatologia e
Venerologia, Volume 20 – Suplemento 3 – 2005.
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Enfermagem e o Cidadão
■ INÊS SIMÕES, GEORGINA PIMENTEL, CARLA RODRIGUES
ENFERMEIRAS DO H. GERAL DO CHC
DOR - PERGUNTAS E RESPOSTAS
“A Dor é o altifalante que Deus utilizou para despertar um mundo de surdos”
C. S. Lewis
O que é a dor?
A dor é a sensação desagradável que acompanha uma
lesão física ou disfunção do organismo. É um sinal de
que algo está errado no organismo do indivíduo.
Qual a diferença entre dor aguda e dor crónica?
A dor aguda geralmente está associada a algum tipo
de lesão corporal e tende a desaparecer logo que esta
melhora. A dor crónica é aquela que perdura por mais de
seis meses, que persiste após o período de cura da lesão
que a causou.
Todo o ser humano sente dor?
A dor é uma experiência universal.
Mas, se por um lado a dor é uma experiência universal, ela é também uma experiência absolutamente singular. A relação que o homem tem com as suas dores é
única e íntima. A raça, a cultura, a etnia, a idade, o sexo e
a religião são descritos como factores importantes na resposta individual à dor.
A dor tem cura?
Não há previsão de cura para pacientes com dor crónica. A dor pode ser tratada e controlada, mas o paciente
deve estar consciente de que deverá conviver com ela
durante algum tempo.
Existem formas de combater a dor?
Há diferentes maneiras de combater a dor: com medicamentos (analgésicos), calor ou frio (compressas, lâmpada de infravermelhos), acupunctura, massagem e exercícios de relaxamento. A conversa, a distracção e o relaxamento também podem ser eficazes quando a dor piora
por tensão, stress ou medo.
O que posso fazer para aliviar a minha dor?
Fale com os profissionais de saúde sobre a sua dor,
medos e inseguranças. Siga alguns conselhos:
-Tome os analgésicos que lhe foram prescritos, de
forma correcta;
-Não espere que a dor volte, porque é mais
difícil de combater;
-Não mude a medicação por si próprio, diga ao seu
médico quando o analgésico não está a ser eficaz;
-A dor não significa necessariamente que a doença
piorou;
-Proporcione momentos de descanso e conforto;
-Opte por uma alimentação saudável;
-Não se isole em casa;
-Conviva com os seus familiares e amigos;
-Nem só os analgésicos combatem a dor: um banho
quente, uma massagem, uma música agradável podem
acalmar a sua dor.
“Divino é o trabalho de aliviar a dor”
Hipócrates
14 e 15 de Junho de 2006 • Dia Nacional de Luta Contra a Dor
Centro Hospitalar de Coimbra
Enfermagem e o Cidadão
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GABINETE DE APOIO À PESSOA
LARINGECTOMIZADA!...
■ PATRÍCIA PAULO – ENFª. CHEFE DOS HUC
O laringectomizado constitui um desafio para qualquer
profissional de saúde.
A alteração da imagem corporal, a dificuldade ou impossibilidade de comunicar oralmente, as restrições alimentares e os internamentos prolongados e repetidos,
são alguns dos muitos problemas que afectam estes Doentes, para além da sua patologia de base.
Apesar da diversidade desses problemas – físicos,
psíquicos, sociais, económicos e outros – não podemos
esquecer que estamos a falar de Pessoas, com as suas
particularidades individuais, pelo que não nos podemos
limitar à recolha e divulgação de “receitas” para resolver
determinadas situações mas, e principalmente, temos que
ter disponibilidade para ouvir o Doente e/ou Família, analisar as situações, e tentar encontrar as soluções para
aquele Doente e/ou aquela Família específicos.
Foi esta “inquietação” que motivou os enfermeiros do
Serviço de Otorrinolaringologia (ORL) dos Hospitais da
Universidade de Coimbra (HUC) a avançar com um Projecto que levou à abertura do Gabinete de Apoio ao
Laringectomizado em Maio de 2002. Depois de
identificadas as principais necessidades/problemas destes Doentes, partimos para a constituição de uma Equipa
Pluriprofissional que desse a resposta mais adequada a
cada situação. Para além dos enfermeiros, médicos e
terapeuta da fala do Serviço de ORL, esta Equipa conta
com a colaboração do Serviço Social, Serviço de Alimentação e Dietética, Serviço de Psiquiatria, Capelania, Liga
dos Amigos dos HUC, Associação Portuguesa dos Limitados da Voz e Caritas Diocesana de Coimbra.
Com a criação deste Gabinete pretendemos:
- Criar condições para um acompanhamento efectivo do Doente e Família por uma equipa multidisciplinar,
desde o momento de confrontação com o diagnóstico
e decisão terapêutica, durante os internamentos e após
a alta.
- Desenvolver um trabalho de parceria com a Associação Portuguesa dos Limitados da Voz, para que o Doente possa conhecer e trocar experiências com pessoas que
já vivenciaram e ultrapassaram as dificuldades com que
ele se depara.
- Criar uma espaço físico adequado para o contacto
do Doente e/ou Família com os Técnicos envolvidos, num
ambiente confortável, acolhedor, e que respeite a privacidade. Durante o período de internamento, os doentes podem também utilizar este espaço para actividades lúdicas
ou para estar com os seus familiares, sempre que a sua
situação o permita.
- Criar uma página na Internet que possa ser utilizada tanto pelos Doentes e Família como pelos profissionais de saúde que, nos Centros de Saúde ou longe do
Hospital, sintam necessidade de qualquer esclarecimento.
No passado dia 16 de Março concretizámos este último
objectivo. O site do Gabinete de Apoio ao Laringectomizado
pode ser consultado em www.huc.min-saude.pt/orl.
Desde já os utilizadores podem aí encontrar toda a informação que temos disponível para os doentes e familiares que acorrem ao nosso Gabinete. A partir do próximo dia 1 de Julho, podemos ser contactados por correio electrónico para [email protected].
A curto prazo contamos ter disponível uma webcam
que nos permitirá fazer demonstrações várias - como
por exemplo o manuseamento e higienização das cânulas - para esclarecer dúvidas ou fazer ensino à distância.
Estamos certos de que a disponibilidade de uma equipa de trabalho constituída por profissionais de diferentes
áreas, e a existência de um espaço próprio para esse
fim, podem ser determinantes para que o Doente e a Família se sintam apoiados para enfrentar a nova realidade
com que terão que passar a viver.
PREZADO COLEGA, CIDADÃO:
• Conheça a Biblioteca Móvel de Língua Portuguesa!
• Promova a solidariedade entre os povos irmãos!
O Presidente do CDR do Centro da OE
Enf. Amílcar de Carvalho
Mais informação em www.ordemenfermeiros.pt (Secção Regional do Centro).
10
Enfermagem e o Cidadão
Biblioteca Móvel
(Projecto da OE com
o apoio do ICN para
os PALOP)
■ DEOLINDA FERREIRA
ENFERMEIRA DOS HUC
AS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE,
AMBIENTE E CIDADANIA
“O ambiente não pode continuar a ser tratado como um armazém de recursos e como um poço de detritos, mas antes como um lugar de vida e um habitat”
Maria de Lurdes
Nas últimas décadas despertou no entendimento da
opinião pública, os problemas ambientais, considerados
cada vez mais problemas sociais. Esboça-se hoje, a formação de uma sensibilidade e consciência ambiental, aos
quais as Instituições de saúde, pelas suas atribuições e
visibilidade social não podem ficar alheias. Apesar de até
há pouco tempo não haver ainda uma cidadania ambiental
consolidada e em muitos domínios a legislação ser precária, pouco explícita e não vinculativa, actualmente a
procura do bem estar e saúde das pessoas, nas suas
múltiplas vertentes, constituem aspectos fundamentais a
preservar nas sociedades actual e futura.
É sobejamente conhecido, que as Instituições de saúde pelas características das suas diversas funções
assistenciais, não estão isentas de risco, decorrentes das
actividades de carácter diagnóstico, terapêutico e de investigação, produzem inúmeros produtos, substâncias
toxicológicas e químicas, que pela sua natureza, podem
constituir fontes contaminantes e poluidoras, não só para
os profissionais e utentes, como para o público em geral
e ecossistema em particular, principalmente quando incorrectamente triados e acondicionados e por
consequência indevidamente tratados e eliminados, estas atitudes constituem um impacte negativo - ambiental
e económico.
Pese embora, o tratamento e a eliminação adequada
de resíduos, constituírem um dilema antigo, só muito re-
centemente, se começou a construir uma consciência
desta problemática, junto dos profissionais de saúde, na
medida em que a qualidade em saúde é entendida hoje
de forma mais abrangente, sendo a questão da gestão
do risco relacionado com os resíduos uma dimensão integrante da qualidade em saúde.
Convém recordar que, para além das competências de
tratar e reabilitar, as Instituições de Saúde têm a função de
prevenir, educar e formar. Com base nestes pressupostos
e neste enquadramento, todos os prestadores de cuidados de saúde, têm responsabilidades acrescidas, relativamente às questões ambientais, não só no sentido de preservar a sua saúde, mas também na preservação da saúde pública, sendo considerado no processo de construção
da qualidade um projecto de ganho/ganho.
Na actualidade o mundo como um todo, enfrenta a
enorme tarefa de estabelecer um equilíbrio sustentável
com a natureza. Em concordância com esta realidade,
pretendemos, com este pequeno apontamento, reforçar
a importância crucial que detêm, simples gestos e mudanças de comportamento face à triagem selectiva e acondicionamento adequados, dos resíduos provenientes da
prestação de cuidados de saúde, bem como os princípios da redução, reciclagem e reutilização, pois só através
desta postura sistemática, poderemos contribuir efectivamente para a formação de uma cidadania de preservação do ambiente, um legado às gerações vindouras.
EnfermagemeeooCidadão
Cidadão
Enfermagem
1111
DIA MUNDIAL DA SAÚDE
7 DE ABRIL
No âmbito das comemorações do dia Mundial da Saúde 2006, e para além das iniciativas nacionais as estruturas regionais do Centro das Ordens Profissionais que representam profissionais de saúde – Ordens dos Médicos, dos Farmacêuticos, dos Médicos Dentistas e dos
Enfermeiros, decidiram assinalar a data a nível regional
através da divulgação de um documento de reflexão conjunto, que pretende traduzir um conjunto de preocupações consensuais e de importância transversal às Ordens
representadas.
Em consonância com o tema proposto pela OMS fazse aqui uma breve reflexão acerca da importância dos
profissionais da Saúde, questão oportuna dada a sua
importância na sociedade actual face à relevância na
política mundial das questões humanas e económicas da
saúde.
Considerou-se relevante salientar a preservação das
preocupações de equidade e qualidade das prestações
como vectores primordiais do Sistema de Saúde.
Salientou-se também como relevante a explicitação e
caracterização da Rede Nacional de Saúde, prevista
no programa do governo, com integração de serviços, com valorização dos serviços públicos de saúde, e das missões do sector social, cooperativo e
privado.
Ao nível da realidade local, ficou expressa a posição acerca de duas questões que se repercutem
12
Enfermagem e o Cidadão
■ M. EUGÉNIA MORAIS
SR CENTRO DA OE
decisivamente na saúde e no bem-estar das populações
desta zona geográfica: o Hospital Pediátrico de Coimbra
e a Co-incineração.
“O Hospital Pediátrico não deve ver alterado nem atrasado o seu plano inicial de construção, o que penalizaria
incalculável e intolerantemente as crianças.”
As ordens profissionais que subscrevem este documento consideram que, em pleno século XXI e com os
recursos tecnológicos actualmente disponíveis, a publica
justificação de um curso subterrâneo de água que, aliás,
já era conhecido, não justifica o enorme atraso das obras,
receando que tal justificação sirva para encapotar questões de financiamento que estejam a condicionar o projecto, da mesma forma que outros projectos têm sido
adiados com os mais improváveis argumentos.
Quanto ao processo de Co-incineração, “exige-se a
maior transparência e isenção em todos os procedimentos”, considerando-se essenciais e inegociáveis determinados aspectos tais como:
-Nomeação de uma comissão de acompanhamento local que inclua representantes das Ordens
profissionais;
- Realização de um estudo epidemiológico
e ambiental prospectivo;
- Divulgação dos resultados do
autocontrolo ambiental.
TEMPERATURAS ELEVADAS
EXIGEM CUIDADOS REDOBRADOS !..
■ ALICE QUINTAS
ENFERMEIRA ESPECIALISTA
EM
SAÚDE PÚBLICA/ COMUNITÁRIA
Se as temperaturas se mantiverem elevadas durante vários dias podem provocar problemas de saúde devido à incapacidade de adaptação do organismo ao calor, sobretudo
em determinados Grupos de Risco, como:
• Crianças até ao 5 anos;
• Pessoas idosas;
• Pessoas que sofrem de doenças crónicas, nomeadamente as que sofrem de afecções cardíacas, respiratórias,
renais, diabetes, obesidade e doença mental;
• Pessoas acamadas;
• Pessoas obesas;
• Pessoas que tomam alguns medicamentos: antihipertensivos, anti-arrítmicos, diuréticos, anti-depressivos,
neuroléticos;
• Pessoas que vivem em más condições de habitação;
• Pessoas com actividade intensa, que requer muito esforço e/ ou exposição ao calor.;
No sentido de minimizar os riscos, chama-se a atenção
da população em geral para que tomem medidas de
protecção,das quais destacamos:
NUTRIÇÂO
Aumentar a ingestão de líquidos, sobretudo água ou sumo
de fruta natural, evitar bebidas alcoólicas, gasificadas, com
cafeína, ou ricas em açúcar e evitar bebidas quentes.
BEBA sem ter sede…..mas BEBA
Fazer refeições leves e mais frequentes.
Consultar o médico ou enfermeiro se tiver dieta específica, nomeadamente hipossalina.
AUTO – PROTECÇÂO
Usar roupa solta, de preferência de algodão e de cores
claras.
Preferir lugares à sombra.
Reduzir a roupa da cama ao mínimo, sobretudo nos bebés e doentes acamados.
Tomar um duche de água tépida, no período de maior calor.
Evitar mudanças bruscas de temperatura;
Evitar exposição directa ao sol das 11h às 16h.
Usar chapéu de preferência de abas largas e óculos
escuros.
AMBIENTE
Permanecer duas a três horas por dia num ambiente fresco ou com ar condicionado.
Visitar locais com ar condicionado ( centros comerciais,
cinemas, museus ou outros locais que disponham de ar condicionado).
Evitar a permanência em viaturas expostas ao sol, principalmente entre as horas de maior calor, sobretudo em filas
de trânsito e parques de estacionamento, sempre que possível viaje de noite.
Sempre que possível, diminuir os esforços físicos nas
horas de maior calor e repousar frequentemente em locais à
sombra, frescos e arejados, no caso de doentes crónicos
com os membros inferiores elevados.
Sempre que for necessário a exposição ao sol, evitar o
período de maior calor, entre as 11 e as 17 horas, usar um
protector solar, de acordo com o tipo de pele, nunca inferior
ao índice de protecção 15. ( adultos) ou 30 ( crianças)
CONTEXTO DOMÉSTICO
Durante o dia fechar as janelas e correr as persianas ou
portadas.
Abrir janelas à noite pode diminuir a temperatura dentro
de casa.
Informe – se sobre pessoas isoladas, idosas, frágeis ou
com dependência que vivam perto de si e ajude-as a protegerem-se do calor.
MEDICAMENTOS
Não tomar medicamentos sem prescrição médica.
Comprar medicamentos só em locais de venda autorizada pelo perigo de falsificação.
As temperaturas elevadas por longos períodos de tempo
podem alterar as propriedades do medicamento.
Alguns medicamentos aumentam a eliminação de água
(por exemplo os diuréticos), podendo aumentar a desidratação normal decorrente do aumento da temperatura
ambiente.
Outros medicamentos impedem o normal funcionamento dos mecanismos de refrigeração do organismo.
Respeitar a posologia e os horários das tomas dos medicamentos.
PROBLEMAS PROVOCADOS PELO CALOR
ESGOTAMENTO PELO CALOR
É devida à perda excessiva de líquidos e de sal pela
sudação
Sinais e sintomas:
Transpiração excessiva, palidez, cãibras musculares, debilitação, cansaço, cefaleias, dores de estômago, tonturas
ou vómitos, lipotimias.
GOLPE DE CALOR
Ocorre quando o corpo não consegue controlar a sua
própria temperatura. Os mecanismos da sudação falham e
a temperatura sobe rapidamente, podendo em 10 -15 minutos atingir os 39º C, situação que pode causar a morte ou
deficiência crónica se não for tratada de forma célere
Sinais e sintomas
Temperatura muito elevada (39.5º C), pele quente, seca,
avermelhada, sem transpiração, taquicardia, dor de cabeça
forte, enjoo, náuseas, tonturas e desmaio.
CÃIBRAS
São devidas a grave desidratação, normalmente por
sudação intensa
Sinais e sintomas
Espasmos musculares (em especial das pernas e
abdómen) e forte transpiração.
Para mais esclarecimentos contacte a sua equipa de
saúde ou consulte as recomendações do Site da Direcção
Geral da Saúde (www.dgs.pt) e/ou telefone para a linha saúde Pública (808211311)
Enfermagem e o Cidadão
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■ PAULA ARSÉNIO, MARIA DE JESUS
ENFERMEIRAS DO H. GERAL DO CHC
Quem sofre de dores de cabeça frequentemente tem ideias erróneas a respeito deste problema. Várias causas são
atribuídas a estas dores, sendo muitas delas falsas, e que importa esclarecer.
Dor de cabeça é definida como a presença da sensação dolorosa na cabeça, pescoço e face. Existem mais de 150
tipos diferentes de dores de cabeça sendo que as mais comuns são as primárias. As cefaleias, nome científico das
dores de cabeça, podem ser primárias ou secundárias. As cefaleias primárias são aquelas causadas por distúrbios
bioquímicos do próprio cérebro que levam à dor por mau funcionamento de neurotransmissores e/ou seus receptores.
Alimentação rica em frutas é a melhor dieta para
Existem alimentos que podem causar dor
quem sofre de enxaqueca?
de cabeça?
Vinho pode causar dor de cabeça?
Alguns - Algumas pessoas sentem dor de cabeça com
alguns tipos de vinho tinto. Nesta bebida está presente
uma amina com acção sobre os vasos sanguíneos e também uma grande quantidade de radicais fenólicos
flavonóides. Essas substâncias, originárias da casca da
uva e actuando como defensivos naturais desta fruta, são
incorporadas ao vinho tinto mas não ao branco, e representam verdadeiros inimigos dos pacientes com enxaqueca em função da sua possibilidade real de deflagrar
crises intensas.
Pessoas com enxaqueca devem evitar o chocolate?
SIM - O chocolate contém cafeína e uma substância
do tipo amina, com acção sobre o calibre dos vasos sanguíneos, chamada feniletilamina. Essas substâncias podem deflagrar episódios de enxaqueca em determinados
pacientes.
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Enfermagem e o Cidadão
NÃO - Algumas frutas também têm sido responsabilizadas pelo início de crises de enxaqueca. Os cítrinos,
devido à presença de outra amina com acção nos vasos sanguíneos e denominada de l’octopamina, foram
apontados por vários pacientes em alguns estudos realizados com a ingestão de laranja, limão e até abacaxi.
Outras partes do corpo podem causar dor
de cabeça crónica?
Sinusite crônica pode causar dor de cabeça?
NÃO - A presença de quadros sinusais inflamatórios crónicos, chamados de sinusites crónicas não podem ser os
responsáveis por dores de cabeça frequentes e repetidas.
Contudo, as sinusites agudas podem provocar dores de
cabeça intensas e desagradáveis aliadas a outros sintomas.
A falta do uso de óculos pode dar dor de cabeça?
NÃO - Apenas o estigmatismo, que é a diferença de
raios de curvatura da córnea em meridianos ou áreas
variadas pode provocar uma dor em peso, na fronte e
nos momentos em que se fazem esforços visuais
Problemas no fígado ou estômago podem dar dor
de cabeça?
NÃO - Pessoas com enxaqueca que têm outras doenças, inclusive nestes órgãos, podem piorar com a ingestão
de certos alimentos com gordura, fritos e mesmo sem
essas substâncias, podem ocorrer episódios de dor de
cabeça sem nenhuma relação com a digestão. Além disso, durante a crise de dor, o estômago dilata-se e fica
paralisado como parte do próprio processo químico da
dor. Aqui ocorre a sensação desagradável de indigestão
e enjoo que faz os pacientes pensarem em causa digestiva ou alimentar.
A minha dor de cabeça crónica e antiga é muito
forte. Isto pode ser um tumor cerebral ou um
aneurisma?
NÃO - Tumores, aneurismas com rotura parcial ou total ou outras doenças cerebrais graves podem e geralmente causam dor de cabeça muito forte. No entanto,
estas situações têm evolução recente e não rara muito
rápida, não podendo causar cefaleias de evolução crónica e prolongada ao longo de meses ou anos.
A minha dor de cabeça começa com peso ou pressão no pescoço e na nuca e depois vai subindo para
a cabeça. Isto é provocado pela coluna?
NÃO - Não há dados que comprovem ser esta dor
inicial decorrente de problemas de coluna. É mais provável que a sua causa seja tensional e muscular.
Tipos de Dor
A enxaqueca não tem cura mas pode ser controlada e desaparecer algum dia!
SIM - A enxaqueca, por ser uma doença bioquímica
do cérebro transmitida geneticamente, não pode ser curada no sentido claro da palavra. Porém, tratamentos correctos e eficientes podem reduzir a incidência, intensidade e duração das suas crises em mais de 90%.
O médico mais indicado para avaliar e tratar a minha dor de cabeça é o neurologista.
SIM - O neurologista é o profissional de saúde mais
habilitado para lidar com as várias dores de cabeça que
existem, bem como actuar de forma a eliminar as possíveis causas e consequências graves.
Dor de cabeça frequente pode ser devida só ao
stresse e excesso de trabalho
NÃO - Embora fases de stresse e/ou excesso de actividades possam desencadear episódios de dor de cabeça tensional, que acomete milhões de pessoas em todo
mundo, não há dores de cabeça de evolução frequente,
repetida, intensa que possam decorrer apenas destes
factores.
A dor de cabeça do tipo enxaqueca pode aparecer
na velhice?
SIM - Apesar de raro, o início da enxaqueca após os
40 anos pode ocorrer principalmente na vigência de alguma situação concomitante como a reposição hormonal
pós-menopausa.
Tratamento
Devo tratar a minha dor de cabeça crónica com
analgésicos?
NÃO - Este é o maior erro que se pode cometer! O uso
regular e frequente de analgésicos transforma ao longo do
tempo a dor que não era diária numa dor de cabeça que
se manifesta todos os dias. Estudos revelam que basta
usar analgésicos mais de duas vezes por semana por mais
de três meses seguidos que isto já pode ocorrer.
CENTRO DE SAÚDE DE MANGUALDE ONLINE
Respondendo à solicitação realizada estamos a divulgar o site do Centro de Saúde de Mangualde. Divulga-se
este site pelo seu interesse, pertinência e utilidade, na
certeza de que ao consultá-lo poderá encontrar um conjunto de informações úteis que ultrapassam a sua dimensão local, através dos seus links nacionais e internacionais, que lhe dão um caracter global, característica da
actual sociedade de informação.
Recorrendo às novas tecnologias este site constitui
um estímulo e um exemplo a seguir pela forma inovadora
como contribui certamente para o desenvolvimento da proximidade e interacção entre as instituições de saúde e os
seus cidadãos, transformando estas em espaços mais
personalizados e transparentes na resposta às necessidades em cuidados de saúde da comunidade onde estão
inseridas.
http://csmangualde.no.sapo.pt
Enfermagem e o Cidadão
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NATUREZA VIVA!
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Uma histó
■ ANTÓNIO MARIA DE ATALAIA
Os elementos da natureza são valorizados na arte, na compreensão do
planeta, do ecossistema, da vida.
A Terra, o Ar, a Água, o Fogo,
por uma ordem que não vale a pena
agora explicar, nem o faríamos de
acordo com a opinião de todos, “surgiram”, “vivem” e “deixam-nos viver”.
Mas, às vezes, agitam-se e lembramnos que como na arte, precisam de
estar em harmonia, ou seja, serem
utilizados e ajudados, na sua finalidade, viverem com organização, para
podermos beneficiar do que têm para
nos dar.
Lembramo-nos da Terra, do Ar,
da Água e do Fogo, por aquilo que
nos fazem de bem. Para ver se conseguimos evitar as maldades que os
zangam, perturbam, colocam em conflito com eles e connosco.
Num diálogo Beirão, sentimos os
clamores do Mondego e as inundações; de Souselas a incineração de
resíduos perigosos; do Mar, o recreio
e o risco; e da Floresta sentimos riqueza e drama, com os incêndios ainda por perto.
Estávamos no Baixo Mondego e
a Terra falava:
Tão feliz que fico a dar,
Arroz, milho e algo mais.
Faço equipa, tenho par,
Sou rainha dos arrozais.
O Mondego fez das suas,
Mesmo há pouco, há pouquinho.
Eram terras, eram ruas,
Mas, agora, vai sozinho.
Estávamos em Souselas e o Ar
blasfemava:
Estávamos em Coimbra e em toda
a Região Centro, em 2005. A floresta,
a nossa mata evocava…e o Fogo
também…
Oh ninfas do Mondego,
Que inspiraste Camões.
Dá-nos muito sossego,
Neste e noutros Verões!
Falam tanto de mim,
Querem-me bem, é dito.
Mas, lixo tão ruim,
Deixa-me um pouco aflito.
Damos sombra, vida e amor,
Fazemos lições de botânica.
Abrigamos seja quem for,
Não queremos vida satânica!
As pessoas de Souselas,
Mais os outros seus vizinhos.
Vão ganhar umas umbrelas?
Ou talvez uns pulmõeszinhos!
Compreendo-te floresta amiga,
Tu dás-me aquele alimento.
Não quero qualquer briga,
Nem desejo sofrimento.
Estávamos na Figueira e o Mar
lembrava:
A minha força é bela,
Se usada com cuidado.
Deves ter medo dela,
E no Verão…mais um bocado.
O sol combina comigo,
E, espreguiço-me devagarinho.
Na praia eu sou amigo,
Mas, cuidado…não andar sozinho.
Com o verão a chegar,
Vamos viver a praia.
A escola vai ficar,
Ai …de quem daqui não saia.
Como vês floresta ordeira,
Somos ambos Natureza.
Proíbe qualquer fogueira,
Para termos mais riqueza.
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