Do ensino de eletrodinâmica básica a aplicação tecnológica com o uso do Arduino Vitor da Silva Cavalcante Dept. de ensino superior – DES Coordenação de Licenciatura em Física Instituto Federal do Amazonas - IFAM Manaus, Amazonas. [email protected] Resumo — Apresentamos uma possibilidade em integrar o arduino com uma aula de eletrodinâmica básica, onde munidos das informações mais básica para a construção de um circuito elétrico o alunado deve utilizar um pouco de programação de forma lúdica, por intermédio do Ardublock, e deve fazer um LED piscar com eletrônica digital. Palavras Chave — Ensino de Física, eletrodinâmica básica, Arduino, programação em blocos. I. INTRODUÇÃO A partir das aulas de Instrumentação para o Ensino de Física, realizadas em 2014/1, disciplina obrigatória para conclusão do curso de licenciatura em física no Instituto Federal do Amazonas – IFAM, fomos levados a elaborar algumas propostas interventivas que deveriam ser implementadas, analisadas e avaliadas, ainda durante essa disciplina e que deveriam ser utilizadas no Estágio IV, que segundo a proposta do IFAM tem caráter de intervenção. Partindo da disciplina de Instrumentação elaboramos duas propostas interventivas para o estágio supervisionado IV, onde a primeira proposta pôde ser testada e avaliada e essa que é a segunda prática deve ser realizada na última semana de agosto de 2014. Nossa proposta consiste em: partindo-se das aulas de eletrodinâmica básica se chegar a elaboração de aplicação tecnológica através principalmente dos conceitos físicos. Ideia que se deu devido ao histórico tradicionalmente técnico que acompanha o IFAM desde a sua fundação em 1909 onde recebia a nomenclatura de Escola de Aprendizes Artífices. Assim, nossa intenção é basicamente resgatar a característica técnica, de ciências aplicadas, que a instituição vem deixando de levar em consideração ao manos nas aulas de física. Onde tomamos como exemplo o caso do curso técnico integrado de química. Então, vamos adiante mostrar o percurso que se inicia com as aulas de eletrodinâmica básica e é concluído com a aplicação de um LED que liga e desliga através de programação realizada de forma lúdica por meio do Ardublok. José Galúcio Campos Dept. de ensino superior – DES Coordenação de Licenciatura em Física Instituto Federal do Amazonas - IFAM Manaus, Amazonas. [email protected] II. METODOLOGIA Acreditamos que o ensino de eletrodinâmica no nível médio possui bastante potencial para a realização de projetos pautados em aplicações tecnológicas. [4] “Na escola básica – ou seja, nos níveis fundamental e médio –, o ensino deve contribuir para a educação do cidadão, através da compreensão do papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia” (p.232). Concepção essa que nos dá credibilidade para pensarmos na utilização de uma certa placa de prototipagem eletrônica nascida na Itália rica de conceitos da física embutidos. Adiante ela é apresentada. Foi daí que tivemos o duplo insight de nos apropriamos e de apresentarmos o Arduino à turma como ferramenta para possíveis projetos de aplicação tecnológica dos conceitos teorizados em eletrodinâmica no nível médio. Daí, mostramos [1] e [5] que apresentam situações concretas para o ensino de física onde o Arduino foi utilizado como possibilidade de transposição didática. A caracterização apresentada adiante baseia-se naquilo que foi observado e registrado nos instrumentos de coletas de dados como o diário de campo e o diário reflexivo que foram utilizados durante o Estágio Curricular supervisionado III caracterizado pela observação e ambientação. Quanto ao ensino de eletrodinâmica básica optamos por uma fundamentação com bases construtivista baseando-nos em [2]. Fig. 1. Arduino uno Percebemos que com o Arduino (Figura 1) o professor de Física pode vislumbrar os conceitos teorizados nas aulas de eletrodinâmica. Ele será utilizado agora a partir do segundo semestre na nossa turma de estágio para a elaboração e confecção de vários outros protótipos baseados em aplicações tecnológicas que vão além do apresentado nesta pesquisa e deverá estar na nossa pesquisa de monografia. Fig. 2. Programação na IDE do arduino e Ardublock. Afirma-se, também, que o alunado [4] “[...] deve ser capaz de compreender a cultura científica e tecnológica do seu tempo [...]”. Essa é uma das afirmações que, apenas através de figuras estáticas e textos ricos em conceitos e definições, como aqueles apresentados nos livros didáticos, por si só, podem não ser suficientemente capazes de proporcionar um bom curso de eletrodinâmica no nível médio. Nessa perspectiva, buscando um curso de eletrodinâmica, mais apropriado e coerente com as nossas expectativas e àquelas do alunado, que é de aprender eletrodinâmica de forma mais humanizada, encontramos [2] que propõe um sistema contínuo de avaliação em eletrodinâmica, baseando-se nas competências propostas por [3] que nos mostram como avaliar a aula de modo a levar em consideração o aproveitamento do conteúdo pelo alunado. Nossa proposta de aula se desenvolve basicamente em quatro momentos que são eles: 1º momento: aulas de eletrodinâmica básica onde devem ser desenvolvidos os conhecimentos necessários para que a turma tenha condições de entender o funcionamento do circuito a ser montado. Onde estamos entendendo como funcionam condutores, isolantes, resistores, capacitores, multímetro entre outros. 2º momento: aulas práticas de laboratório com uso de protoboard e componentes necessários para a confecção do circuito referente ao projeto conhecido como blink. Que geralmente é o primeiro protótipo confeccionado por pessoas que utilizam o Arduino. E trata-se de ligar e desligar LED com programação. A intenção nesse momento é dar condições para a turma realizar a compreensão da parte física do projeto. 3º momento: Apresentar o Arduino (Hardware e Software) e utilizar o Ardublock que é uma forma lúdica de ensinar programação para não programadores. Uma ferramenta intuitiva para àqueles que precisam programar de forma intuitiva. E por fim Elaborar o código para o funcionamento do protótipo. 4º momento: Fazer funcionar o Blink. Daí discutir a parte física do protótipo. E avaliar juntamente com a turma esse percurso. III. CONSIDERAÇÕES Dessa maneira, a partir das nossas observações do Estágio III, discussões na disciplina de Instrumentação para o Ensino de Física e aplicação no Estágio IV, percebemos que ao modelo de ensino-aprendizagem utilizado no terceiro ano do ensino médio do curso técnico integrado em Química do IFAM pode ser dado novo sentido com práticas que visem e oportunizem a elaboração de aplicações tecnológicas partindo-se das aulas de eletrodinâmica. O professor deve assim, ao invés de se basear quase que unicamente num ensino pautado no livro didático, repensar suas ações de modo a oportunizar práticas de avaliação contínua baseando-se em competências. Para tanto, defendemos que o ensino de eletrodinâmica no nível médio, caracterizado unicamente pela resolução de imensas listas de exercícios e provas deve ser repensado em função de uma construção da aprendizagem mais efetiva e mais significativa em detrimento ao processo de aprendizagem mecânica. Partindo da nossa proposta, o alunado deve ter condições de melhor compreender os conceitos de eletrodinâmica, ter o contato inicial com programação e aplicação tecnológica dos conceitos teorizados. Além do professorado que pode ver no Arduino e Ardublock uma possibilidade de trabalhar com a física de forma a dar sentido aos conceitos de resistores, capacitores, jumpers e LEDs através de aplicação dos mesmos em circuitos. Fig. 3. Blink [2] BARROS FILHO, Jomar. Construção de um Sistema de Avaliação Contínuo em um Curso de eletrodinâmica no nível médio. UNICAMP, 1999. Dissertação. [3] BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC, 1999. [4] CHAVES, Alaor; SHELLARD, Ronald Cintra. Física para o Brasil: pensando o futuro. São Paulo: Sociedade de Física, 2005. [5] CAVALCANTE, Marisa Almeida; TAVORLA, Cristiane Rodrigues Caetano; MOLISANI, Elio. Física com Arduino para Iniciantes. Revista Brasileira de Ensino de Física, 2011. Nesse contexto, o arduino é tratado como se o mesmo fosse uma caixa preta, pois nossa intenção difere de entender como o mesmo funciona juntamente de seus componentes internos, pois a aprofundamento em eletrônica não nos convém em se tratando de aulas de física e com tempo reduzido. Contudo, a apresentação e utilização dos conceitos de eletrodinâmica aplicados nesse projeto é de fundamental importância para oportunizar ao aluno o vislumbrar de um novo mundo. O mundo da teoria de eletrodinâmica aplicada. Quanto ao entendimento físico através do arduino é de nosso interesse principalmente o componente de entrada input e o efeito produzido na saída output juntamente do percurso por onde passa a corrente elétrica, o valor da tensão e a utilização adequada das equações matemáticas que descrevem a configuração do projeto em questão, o Blink, de modo a fazer o uso correto de resistores adequados ao protótipo. Que através desse projeto abre caminho para a uso de sensores de temperatura, humidade, pH, monóxido de carbono e outros. Que podem talvez abrir caminho para que os mesmos possam ser utilizados pela turma em seus próprios projetos de curso técnico em Química. Além do uso correto da instrumentação para realização de medidas elétricas e o esboço coerente do esquema por onde percorre a corrente eletrônica. A partir do exposto, o professorado pode garantir o desenvolvimento das competências em física de comunicação e compreensão, por exemplo. Além de [3] “Descrever e explicar os fenômenos naturais e processos tecnológicos em termos de conceitos, princípios e teorias físicas”. Assim, REFERÊNCIAS [1] AMORIM, Helio S. et al. A placa Arduino: uma opção de baixo custo para experiências de física assistidas pelo PC. Revista Brasileira de Ensino de Física, 2011.