ELÉTRICA - Páginas Pessoais

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná – campus Ponta Grossa
Pós Graduação Lato Sensu
Engenharia de Segurança do Trabalho
Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas,
Equipamentos e Instalações – Elétrica
PCRMEI – ELÉTRICA
Autor: Msc Jeferson José Gomes
Ponta Grossa, junho de 2015
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1
2. ESTATÍSTICAS DE ACIDENTE
2
3. ENERGIA ELÉTRICA: GERAÇÃO, TRANSMISSÃO,
DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO
7
4. INTRODUÇÃO A ELETRICIDADE
8
5. RISCOS ELÉTRICOS E MEDIDAS DE CONTROLE
5.1 Choque Elétrico
5.2 Queimaduras
5.3 Campos Eletromagnéticos
5.4 Medidas de Controle do Risco Elétrico
14
14
19
23
24
6. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROVISÓRIAS
37
7. NORMAS TÉCNICAS
40
8. EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS ELÉTRICOS – ÁREA DE
UTILIDADES – SUBESTAÇÕES
42
9. ELETRICIDADE ESTÁTICA
44
10. DESCARGAS ATMOSFÉRICAS – PARA-RAIOS
47
11. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ÁREAS CLASSIFICADAS
52
12. ROTINA DE TRABALHO
54
13. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RURAIS
64
14. CERCAS ELÉTRICAS
66
15. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
70
ANEXOS
71
1. INTRODUÇÃO
A eletricidade é a forma de energia mais utilizada na sociedade atual; a facilidade
em ser transportada dos locais de geração para os pontos de consumo e sua
transformação normalmente simples em outros tipos de energia, como mecânica,
luminosa, térmica, muito contribui para o desenvolvimento industrial.
Nas linhas de produção tem-se, por exemplo, tornos, fresas, prensas, plainas, como
equipamentos dependentes de eletricidade. Também há as empilhadeiras elétricas,
pontes rolantes utilizadas nos transportes de materiais.
A maior parte dos equipamentos são controlados por dispositivos de comando
(partida, parada, regulagem), cujo funcionamento depende de circuitos elétricos,
qualquer falha do sistema pode gerar informações inverídicas, cuja interpretação
pode dar origem ao acionamento incorreto de uma máquina, com consequente
acidente. Assim, a possibilidade de avaliação de danos a saúde se torna
imponderável a partir de um pré-julgamento.
A eletricidade não é vista, é um fenômeno que escapa aos nossos sentidos, só se
percebem suas manifestações exteriores, como a iluminação, sistemas de
calefação, entre outros.
Em consequência dessa “invisibilidade”, a pessoa é, muitas vezes, exposta a
situações de risco ignoradas ou mesmo subestimadas.
1
2. ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES
Um estudo feito na França durante 10 anos (anos 60/70) das causas de acidentes
mortais ocorridos na França e que são reproduzidos na tabela 1.
Tab. 1: Acidentes mortais de eletrocussão ocorridos na França durante 10 anos (*)
A partir desses levantamentos, realizados também em diversos outros países é que
foram sendo estabelecidas as regras de proteção pelas normas nacionais europeias
e americanas e posteriormente adotadas pelas normas internacionais da IEC
(International Electrotechnical Comission). Continuam a ser feitos estudos e ensaios
sobre os efeitos não só das correntes elétricas, mas também dos campos elétricos e
magnéticos tanto de alta como de baixa frequência.
Na área industrial a maior quantidade de acidentes ocorreu nas áreas externas e
devido a contatos entre equipamentos ou materiais e linhas aéreas.
Nas áreas agrícola e residencial, cerca de 30% foram nos aparelhos móveis
agrícolas. Cerca de 30% dos acidentes se deram na alimentação: cabos,
conectores, tomadas, prolongadores.
Quanto à idade dos acidentados, a faixa de maior concentração foi de 18 a 30 anos
e os com formação profissional foram os mais atingidos. Isso pode ser devido à sua
má formação profissional, à cerca dos cuidados e riscos da eletricidade.
As queimaduras elétricas representam cerca de 90% dos acidentes elétricos não
mortais e se dividem assim:
 75%: arco em baixa tensão
2


13%: eletrotérmicas por efeito Joule
12%: queimaduras diversas.
No Brasil, as informações analisadas abaixo se originam de consultas às bases de
dados do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho (SFIT), no período de agosto de
2001 a dezembro de 2007, e da revisão de grande acervo documental.
A distribuição dos óbitos por acidente do trabalho fatal de acordo com a ocupação
registrada, conforme a classificação do Cadastro Brasileiro de Ocupações – CBO,
versão de 1994, é a mostrada na Tabela 2.
No grupo 85, relativo a Eletricistas, Eletrônicos e Trabalhadores Assemelhados,
constata-se a sobreposição dos riscos decorrentes do trabalho na proximidade das
linhas elétricas energizadas com os do trabalho em altura, especialmente nas
operações de instalação e reparação de linhas elétricas e de telecomunicações.
Essas combinações de situações de risco auxiliam a explicar a elevada mortalidade
dos trabalhadores desse grupo, decorrente de choque elétrico e queda.
Tabela 2: Distribuição dos óbitos por acidente do trabalho, segundo grupos da CBO (versão
1994), analisados pela SEGUR/RS, agosto de 2001 a dezembro de 2007. Fonte: SFIT
(Sistema Federal de Inspeção do Trabalho)
3
A Figura 1 apresenta a distribuição de acidentados do trabalho fatais, segundo o
sexo das vítimas. Existe uma notável preponderância de vítimas do sexo masculino,
com 219 casos (98%), o que confirma as estatísticas mundiais (OIT). As do sexo
feminino totalizam quatro casos (2%).
Figura 1: Distribuição dos acidentados do trabalho fatais, segundo o sexo, na amostra
analisada pela SEGUR/RS, agosto de 2001 a dezembro de 2007. Fonte: SFIT
Observamos que essa distribuição é muito diferente da distribuição por sexo dos
trabalhadores na população empregada. Segundo os dados da Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS) do ano de 2006, existiam 1.308.807 homens (56,40%) e
1.011.940 mulheres (43,60 %) na população regularmente empregada no estado do
Rio Grande do Sul.
Entre as diversas causas possíveis para tentar explicar essa preponderância de
óbitos no sexo masculino, citamos:
• Elevada incidência de acidentes do trabalho fatal em atividades econômicas
em que existe uma alta proporção de homens trabalhando, tal como ocorrem
na indústria da construção, montagem, manutenção e agricultura;
• A ocorrência de riscos com potencial de acidentes do trabalho de maior
gravidade nas atividades econômicas que mais empregam homens.
O fator imediato de mortalidade estabelece um agrupamento de situações
responsáveis diretamente pela lesão fatal no trabalhador.
Os fatores imediatos que aparecem com maior frequência nos relatórios de
acidentes fatais são apresentados na Figura 2. Verifica-se que os acidentes
relacionados às quedas apresentam o maior índice de ocorrência, seguidos de
exposição a forças mecânicas inanimadas, exposição à corrente elétrica e a agentes
físicos e riscos acidentais à respiração. No seu conjunto, esses quatro fatores
respondem por 86,5% dos fatores imediatos de mortalidade.
4
Figura 2: Distribuição percentual dos acidentes do trabalho fatais analisados pela
SEGUR/RS, segundo os fatores imediatos de mortalidade, agosto de 2001 a dezembro de
2007. Fonte: SFIT
Com relação ao terceiro grupo, exposição à corrente elétrica e a agentes físicos,
destacam-se:
• Exposições a linhas de distribuição e consumo de corrente elétrica;
• Exposições a linhas de transmissão de corrente elétrica.
São exemplos dessas situações, os acidentes abaixo, todos fatais:
• O trabalhador sofreu choque elétrico ao ocorrer contato entre face aluminizada de
manta asfáltica que estava colocando em telhado, com rede elétrica localizada a
meio metro da edificação;
• O trabalhador sofreu choque elétrico quando podava galhos de árvore que
obstruíam a passagem de fios telefônicos. Além do choque, o trabalhador sofreu
queda de escada;
• Ao colocarem poste em via pública, com ajuda de caminhão tipo Munck, houve
contato do poste com a rede aérea de energia, produzindo choque elétrico e morte
de um trabalhador, lesão severa em outro, amputação de membro inferior e
queimaduras graves em um terceiro;
• Ao realizar tarefa de desmonte de andaime tubular, tipo torre, houve contato de
partes do equipamento com a rede elétrica; os dois trabalhadores receberam
choques elétricos e caíram do andaime;
• O trabalhador recebeu choque elétrico ao utilizar lavadora de alta pressão
(lavajato) para lavar compressor;
• O trabalhador sofreu choque elétrico ao encostar uma calha metálica na rede
elétrica pública, durante serviço de troca de calhas em telhado;
• O trabalhador limpava betoneira elétrica que não tinha aterramento, ao fim de dia
de trabalho, quando recebeu choque elétrico;
5
• O trabalhador estava consertando câmera de vigilância quando sofreu choque
elétrico e queda de escada onde estava trabalhando;
• O trabalhador realizava a substituição de rede elétrica em setor de fábrica, quando
recebeu choque de 220 V. Não usava equipamentos de proteção.
Como se vê acima, novamente os acidentes se repetem devido a não observância
de regras técnicas: falta de preparação para o trabalho e análise de riscos da tarefa;
falta de isolamento e planejamento; falta ou não utilização de equipamentos
coletivos e individuais de proteção adequados etc. É notável a quantidade de
acidentes que poderiam ser evitados pela medida simples de providenciar
aterramento de máquinas e equipamentos, como é o caso de betoneiras em
construção civil; o mesmo pode ser dito a respeito de medida simples e
importantíssima para a prevenção de acidentes, que consiste em desligar ou
desenergizar linhas de transmissão, máquinas e equipamentos ao realizar serviços
de conserto e manutenção.
As normas regulamentadoras mais citadas nos autos de infração e termos de
notificações lavrados durante as fiscalizações que envolveram os acidentes do
trabalho fatais foram: a NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria
da construção; a NR 9 – Programa de prevenção de riscos ambientais; a NR 7 –
Programa de controle médico de saúde ocupacional; a NR 1 – Disposições gerais; a
NR 6 – Equipamento de proteção individual e a NR 12 – Máquinas e equipamentos.
A distribuição percentual da quantidade de itens fiscalizados, segundo as NRs mais
citadas, é apresentada na Figura 3.
Figura 3: Distribuição percentual de itens constantes dos autos de infração e notificações,
por norma regulamentadora, durante as análises de acidentes do trabalho fatais realizadas
pela SEGUR/RS, agosto de 2001 a dezembro de 2007. Fonte: SFIT
6
3. ENERGIA ELÉTRICA: GERAÇÃO, TRANSMISSÃO, DISTRIBUIÇÃO E
CONSUMO
A energia elétrica que alimenta as indústrias, comércio e nossos lares é gerada
principalmente em usinas hidrelétricas (70%), onde a passagem da água por
turbinas geradoras transformam a energia mecânica, originada pela queda d’agua,
em energia elétrica.
A partir da usina a energia é transformada, em subestações elétricas, e elevada a
níveis de tensão (69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente alternada (60
Hertz) através de cabos elétricos, até as subestações rebaixadoras, delimitando a
fase de Transmissão.
Já na fase de Distribuição (11,9/13,8/23 kV), nas proximidades dos centros de
consumo, a energia elétrica é tratada nas subestações, com seu nível de tensão
rebaixado e sua qualidade controlada, sendo transportada por redes elétricas aéreas
ou subterrâneas, constituídas por estruturas (postes, torres, dutos subterrâneos e
seus acessórios), cabos elétricos e transformadores para novos rebaixamentos
(110/127/220/380 V), e finalmente entregue aos clientes industriais, comerciais, de
serviços e residenciais em níveis de tensão variáveis, de acordo com a capacidade
de consumo instalada de cada cliente. A figura 4 exemplifica esta situação.
Figura 4: Representação de um sistema de geração, transmissão, distribuição e consumo de
energia elétrica.
7
4. INTRODUÇÃO À ELETRICIDADE
Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no espaço. A matéria é
constituída de moléculas que, por sua vez, são formadas de átomos. O átomo é
constituído de um núcleo e eletrosfera (figura 5), onde encontramos os:
• Elétrons (cargas negativas -1,6 x 10-19 C)
• Prótons (cargas positivas +1,6 x 10-19 C)
• Nêutrons
Figura 5: Representação do modelo atômico de Bohr.
Os prótons, no núcleo, atraem os elétrons, mantendo-os em órbita. Desde que a
carga positiva dos prótons seja igual à carga negativa dos elétrons, o átomo é
eletricamente neutro. Cada elemento tem sua própria estrutura atômica, porém cada
átomo de um mesmo elemento tem igual número de prótons e elétrons.
Eletricidade é o fluxo de elétrons de átomo para átomo em um condutor. Para
entendê-la, deve-se pensar na menor parte da matéria, o átomo. Todos os átomos
têm partículas chamadas elétrons, que descrevem uma órbita ao redor de um núcleo
com prótons.
O elemento cobre é muito empregado em sistemas elétricos, porque é um bom
condutor de eletricidade. O átomo de cobre contém 29 prótons e 29 elétrons. Os
elétrons estão distribuídos em quatro camadas ou anéis (2, 8, 18 e 1). Nota-se que
existe apenas um elétron na última camada (anel exterior).
Elementos cujos átomos têm menos de quatro elétrons em seus respectivos anéis
exteriores são geralmente denominados ”bons condutores”. Elementos cujos átomos
têm mais de quatro elétrons em seus respectivos anéis exteriores são maus
condutores. São, por isso, chamados de isolantes.
Os elétrons mais próximos do núcleo tem maior dificuldade de se desprenderem de
suas órbitas, devido à atração exercida pelo núcleo.
8
Os elétrons mais distantes do núcleo (última camada) têm maior facilidade de se
desprenderem de suas órbitas porque a atração exercida pelo núcleo é pequena;
assim recebem o nome de elétrons livres.
Portanto, os elétrons livres, dentro de materiais condutores, se deslocam de um
átomo para outro de forma desordenada (figura 6).
Figura 6: Movimentação desordenada de elétrons em um condutor.
Considerando-se que nos terminais de um material condutor tem-se de lado um polo
positivo e de outro um polo negativo, os elétrons (-) são atraídos pelo polo positivo e
repelidos pelo negativo. Assim, os elétrons livres passam a ter um movimento
ordenado (todos para a mesma direção, figura 7).
Figura 7: Movimentação ordenada de elétrons em um condutor.
Define-se então CORRENTE ELÉTRICA como um movimento orientado de cargas,
provocado pelo desequilíbrio elétrico (tensão elétrica – d.d.p.). É a forma pela qual
os corpos tentam restabelecer o equilíbrio elétrico.
Entende-se por intensidade de corrente elétrica a quantidade de elétrons que
fluem através de um condutor durante certo intervalo de tempo. A unidade de
medida padrão da intensidade da corrente elétrica é o ”AMPÈRE” que é
representado pela letra maiúscula ”A”.
Define-se densidade de corrente como a quantidade de corrente que flui através
de um condutor por unidade de área secional. Se a área for grande a intensidade
será baixa.
Tensão Elétrica é a força, ou pressão elétrica, capaz de movimentar elétrons
ordenadamente num condutor. A unidade de medida padrão da tensão elétrica é o
”VOLT” que é representado pela letra maiúscula ”V”.
Fazendo uma analogia com a instalação hidráulica mostrada na figura 8. O
reservatório A está mais cheio que o reservatório B, portanto o reservatório A tem
9
maior pressão hidráulica. Ligando-se os reservatórios A e B com um cano, a pressão
hidráulica de A ”empurra” a água para B, até que se igualem as pressões
hidráulicas.
Figura 8: Tensão elétrica analogia com a hidráulica.
Conclui-se que, para que haja corrente elétrica é necessário que haja uma diferença
de potencial entre os pontos ligados.
O princípio mais importante da eletricidade é o relativo à LEI DE OHM, o qual define
o fluxo de energia elétrica.
A lei determina a seguinte relação: ”A corrente elétrica (fluxo de elétrons) num
circuito é diretamente proporcional à tensão aplicada e inversamente proporcional à
resistência do circuito”.
𝑽 = 𝑹. 𝑰 onde
:
V = tensão elétrica (Volts – V)
R = resistência elétrica (Ohms - Ω)
I = corrente elétrica (Amperes – A)
Ou seja, valor da corrente elétrica não depende só da tensão aplicada ao circuito,
vai depender também da carga, onde uma se opõe mais que a outra ao
deslocamento dos elétrons.
Portanto, resistência elétrica é a oposição que os materiais oferecem à passagem da
corrente elétrica. Todos os materiais possuem uma determinada resistência à
passagem da corrente elétrica. A resistência total a passagem da corrente é a soma
de todas as resistências existentes no seu percurso.
Quando é ligada uma máquina elétrica a uma fonte de eletricidade, produz-se certa
quantidade de ”trabalho”, à custa da energia elétrica que se transforma. Potência é a
rapidez com que se faz trabalho. Pode-se considerar, para facilitar o entendimento,
como capacidade de produzir trabalho que uma carga possui.
A POTÊNCIA ELÉTRICA é uma grandeza utilizada com frequência na especificação
dos equipamentos elétricos. Basicamente ela determina o quanto uma lâmpada é
capaz de emitir luz, o quanto o motor elétrico é capaz de produzir trabalho ou quanto
o seu eixo pode suportar de carga mecânica, o quanto um chuveiro é capaz de
aquecer a água, ou o quanto um aquecedor de ambiente é capaz de produzir calor.
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A potência está intimamente relacionada com o tamanho dos equipamentos ou
máquinas, isto é, quanto maior a potência, maior será a capacidade de realizar
trabalho. Jamais podemos exigir que um pequeno fusquinha transporte um
caminhão em seu bagageiro.
A potência elétrica de uma carga depende de outras grandezas, que são: R
(resistência) e V (tensão aplicada). Uma vez aplicada uma tensão à resistência,
teremos a corrente I. Assim, pode-se dizer que a potência elétrica também depende
da corrente.
𝑷 = 𝑹𝑰𝟐 𝑒 𝑷 = 𝑽. 𝑰
A unidade de medida de potencia é o watt – W.
A LEI DE JOULE estuda a transformação de energia elétrica em calor. Sempre que
uma corrente elétrica passa por um condutor, haverá produção de calor, pois os
condutores se aquecem sempre. A Lei de Joule estabelece que a energia (W)
transformada em calor (ou dissipada) é dada por:
𝑊 = 𝑅𝐼 2 𝑡
Se a corrente é bastante intensa, e o condutor oferece resistência à sua passagem,
os efeitos são consideráveis.
CIRCUITO SÉRIE E CIRCUITO PARALELO
Uma lâmpada incandescente é basicamente uma resistência. Assim, as ligações
entre lâmpadas são feitas da mesma forma que as ligações entre resistências. A
figura 9 abaixo ilustra dois modos diferentes de associações de resistências: em
série e em paralelo.
Figura 9: Representação de um circuito série e de um circuito paralelo.
Numa ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE de resistências, a corrente elétrica que percorre
uma delas é a mesma que percorre as demais. Conforme a figura 10, a corrente
elétrica sai da bateria, passa pelas resistências e retorna à fonte.
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Na associação em série, se houver queima de uma das resistências, o circuito todo
ficará interrompido (aberto) e não haverá circulação de corrente elétrica através das
demais resistências.
Na associação em série, a corrente elétrica que percorre as resistências é sempre
da mesma intensidade, ou seja: I = CONSTANTE
Em contrapartida, haverá sempre uma queda (divisão) de tensão em cada uma das
resistências associadas. A somatória das várias quedas de tensão resultará no valor
da tensão fornecida pela fonte (figura 10).
Figura 10: Percurso da corrente elétrica em um circuito série com as respectivas quedas de
tensões nas resistências.
CIRCUITO SÉRIE é aquele em que a corrente possui um único caminho a seguir no
circuito e a tensão da fonte se distribui pelas resistências que compõem o circuito.
Neste tipo de circuito existe a interdependência entre as resistências. Se uma delas
queimar, a corrente não circulará mais.
Na ASSOCIAÇÃO EM PARALELO circula, através de cada resistência, uma
determinada corrente elétrica que é sempre inversamente proporcional ao valor da
resistência.
No exemplo abaixo (figura 11), a corrente elétrica sai da bateria, subdivide-se nas
resistências que compõem a associação e, finalmente retoma a fonte. Na
associação em paralelo, mesmo que ocorra a queima de uma das resistências, as
demais não sofrerão interrupção na sua alimentação.
Na associação em paralelo, a tensão aplicada é sempre a mesma nos diversos
terminais das resistências.
Por outro lado, a corrente se subdividirá em número idêntico à quantidade de
resistências associadas e será de intensidade inversamente proporcional ao valor de
cada uma delas.
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Figura 11: Tensão única em um circuito paralelo e divisão da corrente elétrica.
No CIRCUITO PARALELO, a corrente se divide nos ramais, sendo que a soma das
mesmas é igual a corrente total do circuito. A tensão é sempre a mesma em todo os
elementos do circuito. As resistências são independentes, ou seja, se uma delas
queimar continua passando corrente pelas outras.
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5. RISCOS ELÉTRICOS E MEDIDAS DE CONTROLE
A eletricidade e os equipamentos elétricos podem contribuir para um número
elevado de perigos. Os mais comuns são:
 Choque elétrico;
 Queimaduras;
 Incêndios; e,
 Explosões.
Indiretamente a eletricidade pode criar outros perigos. Ao alimentar determinados
equipamentos, podem ocorrer perigos mecânicos. Determinados dispositivos podem
produzir elevados níveis de raios X, micro-ondas, ou luz laser, como, determinados
equipamentos podem criar perigo através de campos magnéticos que possam
produzir.
A falta de luz devido a problemas de corte, por qualquer motivo acidental, poderá
contribuir à ocorrência de perigos em determinados ambientes, ou ainda, a falhas
em computadores e sensores o que poderá levar a ocorrência de perigos em
processos de controle em sistemas aéreos, plantas industriais e outros lugares.
5.1 Choque elétrico
O choque elétrico é um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo
humano, ocasionado pela passagem da corrente elétrica. Essa corrente circulará
pelo corpo onde ele tornar-se parte do circuito elétrico, onde há uma diferença de
potencial suficiente para vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo.
Embora dito, no parágrafo acima, que o circuito elétrico deva apresentar uma
diferença de potencial capaz de vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo
humano, o que determina a gravidade do choque elétrico é a intensidade da corrente
circulante pelo corpo.
O caminho percorrido pela corrente elétrica no corpo humano é outro fator que
determina a gravidade do choque, sendo os choques elétricos de maior gravidade
aqueles em que a corrente elétrica passa pelo coração. Para qualificar melhor os
riscos e a gravidade do problema, são apresentados alguns dados estatísticos a
respeito dos acidentes:
 43% ocorrem nas residências;
 30% ocorrem nas empresas;
 27% não foram especificados.
Como efeitos diretos decorrentes do choque elétrico pode-se ter a morte,
contrações violentas dos músculos, a fibrilação ventricular do coração, lesões
térmicas e não térmicas, podendo levar a óbito como efeito indireto as quedas e
batidas, etc.
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A morte por asfixia ocorrerá, se a intensidade da corrente elétrica for de valor
elevado, normalmente acima de 30 mA e circular por um período de tempo
relativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. Daí a necessidade de uma
ação rápida, no sentido de interromper a passagem da corrente elétrica pelo corpo
da vítima. A morte por asfixia advém do fato do diafragma da respiração se contrair
tetanicamente, cessando assim, a respiração. Se não for aplicada a respiração
artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a três minutos, ocorrerão sérias
lesões cerebrais e possível morte.
A fibrilação ventricular do coração ocorrerá se houver intensidades de corrente da
ordem de 15 mA que circulem por períodos de tempo superiores a ¼ s. A fibrilação
ventricular é a contração desritmada do coração que, não permitindo desta forma a
circulação do sangue pelo corpo, resulta na falta de oxigênio nos tecidos do corpo e
no cérebro. O coração raramente se recupera por si só da fibrilação ventricular. No
entanto, se aplicarmos um desfibrilador (aplicação de uma corrente de curta duração
e de intensidade elevada), a fibrilação pode ser interrompida e o ritmo normal do
coração pode ser restabelecido. Não possuindo tal aparelho, a aplicação da
massagem cardíaca permitirá que o sangue circule pelo corpo, dando tempo para
que se providencie o desfibrilador.
Além da ocorrência destes efeitos, podemos ter queimaduras tanto superficiais, na
pele, como profundas, inclusive nos órgãos internos.
Por último, o choque elétrico poderá causar simples contrações musculares que,
muito embora não acarretem de uma forma direta lesões, fatais ou não, poderão
originá-las, contudo, de uma maneira indireta: a contração do músculo poderá levar
a pessoa a, involuntariamente, chocar-se com alguma superfície, sofrendo, assim,
contusões, ou mesmo, uma queda, quando a vitima estiver em local elevado. Uma
grande parcela dos acidentes por choque elétrico conduz a lesões provenientes de
batidas e quedas.
Além da intensidade da corrente e do tempo de exposição, os fatores que
determinam a gravidade do choque elétrico são:
• percurso da corrente elétrica;
• características da corrente elétrica;
• resistência elétrica do corpo humano.
Percurso da corrente elétrica
Tem grande influência na gravidade do choque elétrico o percurso seguido pela
corrente no corpo. A figura 12 fornece a porcentagem da corrente elétrica que
passará pelo coração em relação à corrente que está atravessando o corpo em cada
condição.
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Figura 12: Caminhos que podem ser percorridos pela corrente no corpo humano e
respectivas porcentagem da corrente elétrica que passará ao coração.
Características da corrente elétrica
Nos parágrafos anteriores viu-se que a intensidade da corrente era um fator
determinante na gravidade da lesão por choque elétrico; no entanto, observa-se que,
para a Corrente Contínua (CC), as intensidades da corrente deverão ser mais
elevadas para ocasionar as sensações do choque elétrico, a fibrilação ventricular e a
morte. No caso da fibrilação ventricular, esta só ocorrerá se a corrente continua for
aplicada durante um instante curto e especifico do ciclo cardíaco.
As correntes alternadas de frequência entre 20 e 100 Hertz são as que oferecem
maior risco. Especificamente as de 60 Hertz, usadas nos sistemas de fornecimento
de energia elétrica, são especialmente perigosas, uma vez que elas se situam
próximas à frequência na qual a possibilidade de ocorrência da fibrilação ventricular
é maior. Com o aumento da frequência, as cargas elétricas tendem a percorrer
caminhos mais periféricos da seção transversal do condutor. Este fenômeno é o
efeito “SKIN”, ou pelicular do condutor. Portanto o choque elétrico em alta frequência
faz com que a corrente percorra a região superficial do corpo.
A Percepção do choque de acordo com a intensidade da corrente elétrica para
pessoas com peso acima de 50 Kg é mostrada na tabela 3.
Tabela 3: Percepção do choque de acordo com a intensidade da corrente elétrica
Intensidade da corrente elétrica
0,1 à 0,5 mA
0,5 à 10 mA
10 à 30 mA
30 à 500 mA
 500 mA
Percepção do choque elétrico
Leve percepção e, geralmente, nenhum efeito, além de uma
minúscula fisgada.
Ligeria paralisação nos músculos do braço, início de
tetanização, sem perigo.
Sensação dolorosa, contrações violentas e perturbação
circulatória.
Paralisia estendida entre os músculos do tórax com
sensação de falta de ar e tontura, com possibilidades de
fibrilação ventricular.
Traumas carcíacos persistentes e, em 98% dos casos, é
mortal, salvo ocorra internação imediata com auxílio de
pessoas especializadas e com equipamentos adequados.
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Resistência elétrica do corpo humano
A intensidade da corrente que circulará pelo corpo da vítima dependerá, em muito, da
resistência elétrica que esta oferecer à passagem da corrente, e também de qualquer outra
resistência adicional entre a vítima e a terra. A resistência que o corpo humano oferece à
passagem da corrente é quase que exclusivamente devida à camada externa da pele, a
qual é constituída de células mortas. Esta resistência está situada entre 100.000 e 600.000
ohms, quando a pele encontra-se seca e não apresenta cortes, e a variação apresentada é
função da sua espessura. Quando, no entanto, a pele encontra-se úmida, condição mais
facilmente encontrada na prática, a resistência elétrica do corpo diminui. Pelo mesmo
motivo, ambientes que contenham muita umidade fazem com que a pele não ofereça uma
elevada resistência elétrica à passagem da corrente. Cortes também oferecem uma baixa
resistência.
A pele seca, relativamente difícil de ser encontrado durante a execução do trabalho, oferece
maior resistência à passagem da corrente elétrica. A resistência oferecida pela parte interna
do corpo, constituída, pelo sangue músculos e demais tecidos, comparativamente à da pele
é bem baixa, medindo normalmente 300 ohms em média e apresentando um valor máximo
de 500 ohms.
As diferenças da resistência elétrica apresentadas pela pele à passagem da corrente, ao
estar seca ou molhada, podem ser grandes, considerando que o contato acidental foi feito
em um ponto energizado de um circuito elétrico, considerando que a pele quando seca tem
uma resistência de 400 kΩ, e quando úmida 15 kΩ apenas. Usando a lei de Ohm e
considerando que o contato foi feito em um ponto do circuito que apresente uma d.d.p, de
120 V obtém-se:
Pele seca 𝐼 =
120
= 0,3 mA
400.000
Pele úmida 𝐼 =
120
= 8 mA
15.000
Causas determinantes do choque elétrico
1. Contato com um condutor nu energizado
Uma das causas mais comuns desses acidentes é o contato com condutores aéreos
energizados. Normalmente o que ocorre é que equipamentos tais como guindastes,
caminhões basculantes tocam nos condutores, tornando-se parte do circuito elétrico;
ao serem tocados por uma pessoa localizada fora dos mesmos, ou mesmo pelo
motorista, se este, ao sair do veículo, mantiver contato simultâneo com a terra e o
mesmo, causam um acidente fatal.
Com frequência, pessoas sofrem choque elétrico em circuitos com banca de
capacitores, os quais, embora desligados do circuito que os alimenta, conservam por
determinado intervalo de tempo sua carga elétrica. Daí a importância de se seguir as
normativas referentes a estes dispositivos.
Grande cuidado deve ser observado, ao desligar-se o primário de transformadores,
nos quais se pretende executar algum serviço. O risco que se corre é que do lado do
17
secundário pode ter sido ligado algum aparelho, o que poderá induzir no primário
uma tensão elevadíssima. Daí a importância de, ao se desligarem os condutores do
primário de um transformador, estes serem aterrados.
2. Falha na isolação elétrica
Os condutores, quer sejam empregados isoladamente, como nas instalações
elétricas, quer como partes de equipamentos, são usualmente recobertos por uma
película isolante. No entanto, a deterioração por agentes agressivos, o
envelhecimento natural ou forçado ou mesmo o uso inadequado do equipamento
podem comprometer a eficácia da película, como isolante elétrico. A seguir, os
vários meios pelos quais o isolamento elétrico pode ficar comprometido:
a) Calor e Temperaturas Elevadas: A circulação da corrente em um condutor
sempre gera calor e, por conseguinte, aumento da temperatura do mesmo. Este
aumento pode causar a ruptura de alguns polímeros, de que são feitos alguns
materiais isolantes, dos condutores elétricos.
b) Umidade: Alguns materiais isolantes que revestem condutores absorvem
umidade, como é o caso do nylon. Isto faz com que a resistência isolante do
material diminua.
c) Oxidação: Esta pode ser atribuída à presença de oxigênio, ozônio ou outros
oxidantes na atmosfera. O ozônio torna-se um problema especial em ambientes
fechados, nos quais operem motores, geradores. Estes produzem em seu
funcionamento arcos elétricos, que por sua vez geram o ozônio. O ozônio é o
oxigênio em sua forma mais instável e reativa. Por suas características, ele cria
muito maior dano ao isolamento do que o oxigênio.
d) Radiação: As radiações ultravioletas têm a capacidade de degradar as
propriedades do isolamento, especialmente de polímeros. Os processos
fotoquímicos iniciados pela radiação solar provocam a ruptura de polímeros, tais
como, o cloreto de vinila, a borracha sintética e natural, a partir dos quais o
cloreto de hidrogênio é produzido. Esta substância causa, então, reações e
rupturas adicionais, comprometendo, desta forma, as propriedades físicas e
elétricas do isolamento.
e) Produtos Químicos: Os materiais normalmente utilizados como isolantes elétricos
degradam-se na presença de substâncias como ácidos, lubrificantes e sais.
f) Desgaste Mecânico: As grandes causas de danos mecânicos ao isolamento
elétrico são a abrasão, o corte, a flexão e torção do recobrimento dos
condutores. O corte do isolamento dá-se quando o condutor é puxado através de
uma superfície cortante. A abrasão tanto pode ser devida à puxada de
condutores por sobre superfícies abrasivas, por orifícios por demais pequenos,
quanto à sua colocação em superfícies que vibrem, as quais consomem o
18
isolamento do condutor. As linhas de pipas com cerol (material cortante) também
agridem o isolamento dos condutores.
g) Fatores Biológicos: Roedores e insetos podem comer os materiais orgânicos de
que são constituídos os isolamentos elétricos, comprometendo a isolação dos
condutores. Outra forma de degradação das características do isolamento
elétrico é a presença de fungos, que se desenvolvem onde há umidade.
h) Altas Tensões: Altas tensões podem dar origem a arcos elétricos ou efeitos
corona, os quais criam buracos na isolação ou degradação química, reduzindo,
assim, a resistência elétrica do isolamento.
i) Pressão: O vácuo pode causar o desprendimento de materiais voláteis dos
isolantes orgânicos, causando vazios internos e consequente variação nas suas
dimensões, perda de peso e consequentemente, redução de sua resistividade.
5.2 Queimadura
A corrente elétrica atinge o organismo através do revestimento cutâneo. Por esse
motivo, as vitimas de acidente com eletricidade apresentam, na maioria dos casos
queimaduras. As características das queimaduras provocadas pela eletricidade
diferem daquelas causadas por efeitos químicos, térmicos e biológicos.
Em relação às queimaduras por efeito térmico, aquelas causadas pela eletricidade
são geralmente menos dolorosas, pois a passagem da corrente poderá destruir as
terminações nervosas. Não significa, porém que sejam menos perigosas, pois elas
tendem a progredir em profundidade, mesmo depois de desfeito o contato elétrico ou
a descarga.
A passagem de corrente elétrica através de um condutor cria o chamado efeito
Joule, ou seja, certa quantidade de energia elétrica é transformada em calor. Essa
energia (W) varia de acordo com a resistência que o corpo oferece à passagem da
corrente elétrica, com a intensidade da corrente elétrica e com o tempo de
exposição, podendo ser calculada pela expressão:
𝑡2
W = R.I2.t (W = ∫𝑡1 𝑅i2.t)
Onde: W – energia dissipada (Joules)
R – resistência
I – intensidade de corrente
t – tempo
É importante destacar que não há necessidade de contato direto da pessoa com
partes energizadas. A passagem da corrente poderá ser devida a uma descarga
elétrica em caso de proximidade do individuo com partes eletricamente carregadas.
A classificação das queimaduras em relação a características do circuito pode ser
feita em três classes básicas: circuitos de tensão elevadas, circuitos de corrente
continua e circuitos com corrente de alta frequência.
19
a) Circuitos de tensão elevada: acima de 1,5 kV. Deve ser ressaltado que apenas a
proximidade de partes do circuito carregadas eletricamente pode dar origem a
uma descarga pela diminuição da resistência de isolamento do ar. É importante
destacar que neste caso as lesões serão inversamente proporcionais às áreas
onde ocorreu a ruptura elétrica.
b) Circuitos de corrente contínua: poderá provocar a eletrólise das soluções salinas
existentes nas áreas onde ocorreu o contato. A gravidade das queimaduras é
determinada principalmente pelo tempo de duração a esse tipo de corrente.
c) Correntes de alta frequência: as correntes elétricas, acima de 200 kHz, ao
circularem pelo corpo não provocam choque elétrico. Há a tendência de essas
correntes circularem pelas camadas periféricas do corpo. Em função da
intensidade de corrente e da resistência desenvolvem-se por efeito Joule altas
temperaturas. Mais graves se tornam as queimaduras quando é desfeito o
contato com o circuito, originando o aparecimento de um arco elétrico agravando
a lesão.
A eletricidade pode produzir queimaduras por diversas formas, o que resulta na
seguinte classificação: queimaduras por contato; queimaduras por arco voltaico;
queimaduras por radiação (em arcos produzidos por curtos-circuitos); queimaduras
por vapor metálico.
a) Queimaduras por contato: Quando se toca uma superfície condutora energizada,
as queimaduras podem ser locais e profundas atingindo até a parte óssea, ou por
outro lado muito pequenas. Em caso de sobrevir à morte, esse último caso é
bastante importante, e deve ser verificado no exame necrológico, para possibilitar
a reconstrução, mais exata possível, do caminho percorrido pela corrente.
b) Queimaduras por arco voltaico: O arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo de
corrente elétrica através do ar, e geralmente é produzido quando da conexão e
desconexão de dispositivos elétricos e também em caso de curto-circuito,
provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau. O arco elétrico possui
energia suficiente para queimar as roupas e provocar incêndios, emitindo
vapores de material ionizado e raios ultravioletas.
c) Queimaduras por vapor metálico: Na fusão de um elo fusível ou condutor, há a
emissão de vapores e derramamento de metais derretidos (em alguns casos
prata ou estanho) podendo atingir as pessoas localizadas nas proximidades.
A figura 13 mostra os tipos de queimadura devido ao choque elétrico.
20
Figura 13: Queimaduras ocorridas nas camadas da pele quando em contato com objeto
eletrificado.
ARCO ELÉTRICO
Fenômeno físico inerente a instalações e equipamentos elétricos. Sempre que
houver a passagem de corrente elétrica por um meio não condutor, devido ao
rompimento de suas características isolantes, ocorre um arco elétrico. Ou seja, o
arco é formado pela ruptura da isolação entre as partes metálicas energizadas,
podendo esta ruptura ser causada entre outros fatores por:
 Poeira e impurezas acumuladas nos isoladores e equipamentos;
 Vapor d’água / umidade presentes no interior dos conjuntos de manobras;
 Corrosão;
 Descargas parciais / depreciação da isolação
 Contato acidental com partes vivas;
 Esquecimento e quedas de ferramentas nos barramentos;
 Centelhamento devido à ionização do ar quente (mau-contato);
 Centelhamento devido a sobretensões e transitórios;
 Entrada de animais silvestres nos quadros de manobras;
 Defeitos de fabricação de componentes;
 Projetos e instalações inadequadas;
 Manutenção inadequada;
 Manobras indevidas, como aberturas em carga de seccionadoras não
adequadas a tais manobras;
 Medições e levantamentos de dados com circuitos energizados;
 Inserção e extração de disjuntores e contatores com algum tipo de
inconveniente mecânico;
21


Quebra intencional ou não intencional de procedimentos de segurança, como
não utilização dos detectores de tensão, realização de “jumps” nos sistemas
de comando, anulação de intertravamentos, e outros;
Reposição de um fusível, contator ou disjuntor em circuito energizado, ou em
curto-circuito.
Observa-se pela grande diversidade de fatores técnicos e humanos envolvidos, que
evitar a formação do arco elétrico é impossível no atual estágio de tecnologia. As
falhas humanas contabilizam 80% das causas de acidentes.
O arco elétrico é um efeito de curta duração, em que a energia incidente é
transformada em calor, energia acústica, onda de pressão e energia luminosa.
Tendo em vista as considerações anteriores, podemos relacionar os seguintes riscos
e consequências para os seres humanos expostos aos efeitos do arco elétrico:
 Possibilidade de perda completa ou parcial da visão, pelos efeitos dos raios
infravermelhos e ultravioletas originados no arco;
 Possibilidade de surdez parcial ou total devido ao ruído provocado na
formação do arco, que pode atingir 160db;
 Alta possibilidade de queimaduras de 3º grau e óbito devido às
consequências das mesmas;
 Possibilidade de asfixia por fumaça tóxica gerada na formação do arco;
 Possibilidade de queima dos pulmões e vias respiratórias pelos gases
quentes;
 Possibilidade de inutilização para o trabalho, quando há perdas de membros
e da visão;
 Possibilidade de óbito devido a traumatismos de órgãos internos como fígado
e baço, causados pelo impacto direto da onda de pressão. A detecção destes
traumatismos não é obvia, podendo a vítima vir a falecer posteriormente,
estando aparentemente bem;
 Possibilidade de óbitos e de traumatismos indiretos, devidos a quedas de
escadas, lançamento contra paredes e equipamentos próximos como
disjuntores e colunas, eventualmente presentes nas proximidades.
 Possibilidade de óbitos e traumatismos, notadamente cranianos, causados
por ejeção de fragmentos de metal oriundos da explosão causada pelo arco;
 Danos psicológicos posteriores, como depressão e medo de se integrar
novamente ao trabalho com eletricidade;
 Extensão dos danos psicológicos a familiares afetados;
 Gastos enormes com a recuperação de queimaduras de 3º grau, ou
indenizações devido a óbitos ou inutilização para o trabalho;
 Perdas de produção e gastos com a recuperação ou compra de novos
equipamentos danificados pela formação do arco, notadamente quadros de
manobras e cabos elétricos. As perdas são maiores quando ocorrem
incêndios.
22
5.3 Campos Eletromagnéticos
Um campo eletromagnético é um campo composto pelos vetores Campo Elétrico e
Campo Magnético. Os campos eletromagnéticos são gerados na passagem da
corrente elétrica nos meios condutores e estão presentes, por exemplo, em circuitos
elétricos, linhas de transmissão, radar, rádio, solda elétrica, telefonia celular, fornos
de micro-ondas.
1. Efeitos da Exposição a Campos Eletromagnéticos
De acordo com a OMS (2002:04), efeitos biológicos são respostas mensuráveis a
um estímulo ou mudanças de um meio. Estas mudanças não são necessariamente
prejudiciais à saúde. O organismo dispõe de mecanismos complexos que o permite
ajustar-se às numerosas e variadas influências do meio em que vivemos. A
mudança contínua faz parte de nossa vida, mas naturalmente, o organismo não
possui mecanismos adequados para compensar todos os efeitos biológicos.
As frequências vizinhas a 60 Hz são conhecidas como região não ionizante do
espectro. Nessa região não existe energia suficiente nos campos para a ruptura de
ligações químicas de moléculas presentes em células vivas, como ocorre na
frequência de milhos de vezes superiores (p.ex., raio X), conhecida como região
ionizante do espectro.
De acordo com o ICNIRP (International Comittee on Non Ionization Radiation
Protection), os níveis de campo considerados segurados seguros são apresentados
nas tabelas abaixo.
Níveis de referência para campo magnético
Tipo de exposição
Campo magnético (mG)
Trabalhadores
4200
(jornada de trabalho)
Público
833
(exposição permanente)
Níveis de referência para campo elétrico
Tipo de exposição
Campo elétrico (kV/m)
Trabalhadores (jornada de
8,3
trabalho/curto período)
Público (exposição
4,2
permanente/ algumas h/dia)
2. Formas de Proteção a Campos Eletromagnéticos
Uma grandeza medida quando se estudam os campos eletromagnéticos é a Taxa de
Absorção específica, ou em inglês Specific Absorption Rate (SAR). Essa grandeza
representa a taxa de potência absorvida por unidade de massa e é dada geralmente
em W/Kg. Observa-se que a SAR é diretamente proporcional ao aumento local de
temperatura, ou seja, quanto maior a taxa de absorção específica, maior o aumento
de temperatura. (ELBERN, [s.d.], apud MARTIN & TANAKA)
23
No Brasil, as medidas tomadas sobre campos eletromagnéticos são bem recentes.
Em julho de 2002 a ANATEL publicou a Resolução nº 303, que traz valores para
exposição ocupacional e populacional a campos elétricos e magnéticos.
 Sob condições normais de trabalho, não existe risco agudo ou imediato na
exposição aos campos eletromagnéticos.
 O método mais fácil para evitar uma superexposição ou exposição desnecessária
é manter distância da fonte que emite a energia eletromagnética.
 Cuidados especiais devem ser tomados por pessoas que possuam marca passo,
aparelhos auditivos ou outros tipos de aparelhos eletrônicos em seu corpo. Os
marca-passos pode sofrer interferências em campos magnéticos da ordem de
400 mG e para campos elétricos da ordem de 1,5 kV.
5.4 Medidas de controle do risco elétrico
O princípio que fundamenta as medidas de proteção contra choques especificadas
na Norma Brasileira – Instalações elétricas de baixa tensão (ABNT NBR 5410:2004)
pode ser assim resumido:
 Partes vivas perigosas não devem ser acessíveis; e
 Massas ou partes condutivas acessíveis não devem oferecer perigo, seja em
condições normais, seja, em particular, em caso de alguma falha que as tornem
acidentalmente vivas.
Deste modo, a proteção contra choques elétricos compreende, em caráter geral,
dois tipos de proteção:
 Proteção básica - Meio destinado a impedir contato com partes vivas perigosas
em condições normais (por exemplo, isolação básica ou separação básica, uso
de barreira ou invólucro e limitação da tensão) e
 Proteção supletiva - Meio destinado a suprir a proteção contra choques elétricos
quando massas ou partes condutivas acessíveis tornam-se acidentalmente vivas
(por exemplo, equipotencialização e seccionamento automático da alimentação,
isolação suplementar e separação elétrica).
A proteção em caráter específico é denominada Proteção adicional. É o meio
destinado a garantir a proteção contra choques elétricos em situações de maior risco
de perda ou anulação das medidas normalmente aplicáveis, de dificuldade no
atendimento pleno das condições de segurança associadas a determinada medida
de proteção e/ou, ainda, em situações ou locais em que os perigos
do choque elétrico são particularmente graves (por exemplo, realização de
equipotencializações suplementares e o uso de proteção diferencial-residual de alta
sensibilidade).
Os conceitos de “proteção básica” e de “proteção supletiva” correspondem,
respectivamente, aos conceitos de “proteção contra contatos diretos” e de “proteção
contra contatos indiretos” vigentes até a edição anterior NBR 5410:2004.
A proteção contra os contatos diretos envolve fundamentalmente medidas
24
preventivas e a proteção contra os contatos indiretos é usualmente feita através da
utilização de aparelhos sensíveis à corrente diferencial-residual resultante de um
defeito de isolamento.
1. Dezenergização
A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e
controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou
ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sobre controle dos
trabalhadores envolvidos.
Somente serão consideradas desenergizadas, e consequentemente medidas de
proteção coletiva, as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os
procedimentos apropriados e obedecida a sequência a seguir:




Seccionamento: É o ato de promover a descontinuidade elétrica total, com
afastamento adequado entre um circuito ou dispositivo e outro, obtida mediante o
acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora, interruptor,
disjuntor), acionado por meios manuais ou automáticos, ou ainda através de
ferramental apropriado e segundo procedimentos específicos.
Impedimento de reenergização: É o estabelecimento de condições que
impedem a reenergização do circuito ou do equipamento desenergizado,
assegurando ao trabalhador o controle do seccionamento. Na prática trata-se da
aplicação de travamentos mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e
dispositivos auxiliares de travamento ou com sistemas informatizados
equivalentes. Deve-se utilizar um sistema de travamento do dispositivo de
seccionamento, para o quadro, painel ou caixa de energia elétrica e garantir o
efetivo impedimento de reenergização involuntária ou acidental do circuito ou
equipamento durante a execução da atividade que originou o seccionamento.
Deve-se também fixar placas de sinalização alertando sobre a proibição da
ligação da chave e indicando que o circuito está em manutenção. O risco de
energizar inadvertidamente o circuito é grande em atividades que envolvam
equipes diferentes. Nesse caso a eliminação do risco é obtida pelo emprego de
tantos bloqueios quantos forem necessários para execução da atividade. O
circuito será novamente energizado quando o último empregado concluir seu
serviço e destravar os bloqueios. Após a conclusão dos serviços deverão ser
adotados os procedimentos de liberação específicos. A desenergização de
circuito ou mesmo de todos os circuitos numa instalação deve ser sempre
programada e amplamente divulgada para que a interrupção da energia elétrica
reduza os transtornos e a possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser
autorizada mediante a divulgação a todos os envolvidos.
Constatação da ausência de tensão: É a verificação da efetiva ausência de
tensão nos condutores do circuito elétrico. Deve ser feita com detectores
testados antes e após a verificação da ausência de tensão, sendo realizada por
contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos.
Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos
condutores dos circuitos: Constatada a inexistência de tensão, um condutor do
25


conjunto de aterramento temporário deverá ser ligado a uma haste conectada à
terra. Na sequência, deverão ser conectadas as garras de aterramento aos
condutores fase, previamente desligados.
Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada: Definese zona controlada como, área em torno da parte condutora energizada,
segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com nível de
tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados, como
disposto no anexo II da Norma Regulamentadora Nº10. Podendo ser feito com
anteparos, dupla isolação invólucros, etc.
Instalação da sinalização de impedimento de reenergização: Deverá ser
adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à
identificação da razão de desenergização e informações do responsável. Os
cartões, avisos, placas ou etiquetas de sinalização do travamento ou bloqueio
devem ser claros e adequadamente fixados. No caso de método alternativo,
procedimentos específicos deverão assegurar a comunicação da condição
impeditiva de energização a todos os possíveis usuários do sistema. Somente
após a conclusão dos serviços e verificação de ausência de anormalidades, o
trabalhador providenciará a retirada de ferramentas, equipamentos e utensílios e
por fim o dispositivo individual de travamento e etiqueta correspondente. Os
responsáveis pelos serviços, após inspeção geral e certificação da retirada de
todos os travamentos, cartões e bloqueios, providenciará a remoção dos
conjuntos de aterramento, e adotará os procedimentos de liberação do sistema
elétrico para operação. A retirada dos conjuntos de aterramento temporário
deverá ocorrer em ordem inversa à de sua instalação. Os serviços a serem
executados em instalações elétricas desenergizadas, mas com possibilidade de
energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o
disposto no item 10.6. da NR 10, que diz respeito a segurança em instalações
elétricas desenergizadas.
2. Aterramento funcional, de proteção e temporário
O aterramento e tão importante e fundamental na instalação elétrica que leis foram
editadas com o intuito de mudar a cultura local sobre o tema. A Lei 11.337 de
26/07/2006 determina que as edificações cuja construção se inicie a partir dessa
data devem obrigatoriamente possuir sistema de aterramento com a utilização do
condutor-terra de proteção, bem como tomadas com o terceiro contato
correspondente. Já a NR-10, no item 10.2.8.3, apresenta a seguinte redação: “o
aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação
estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às
Normas Internacionais vigentes”.
Aterramento elétrico significa a ligação intencional ao potencial da terra ou ainda
conceder à instalação um caminho de baixa impedância para uma eventual corrente
de fuga. A norma de instalações elétricas de baixa tensão (NBR-5410) classifica os
aterramentos em dois tipos, segunda a sua função na instalação elétrica:
26


Aterramento funcional: aterramento de um condutor vivo (normalmente o
neutro) objetivando o correto funcionamento da instalação.
Aterramento de proteção: aterramento das massas (partes metálicas de
equipamentos ou instalações que não fazem parte dos circuitos elétricos),
visando a proteção contra choques elétricos por contato indireto.
Esquema de aterramento
Conforme a NBR-5410/2004 são considerados os esquemas de aterramento
TN/TT/IT, cabendo as seguintes observações sobre as ilustrações e símbolos
utilizados:
A. A figura 14 na sequência, que ilustra os esquemas de aterramento. As massas
indicadas não simbolizam um único, mas sim qualquer número de equipamentos
elétricos.
Figuran14: Esquemas de aterramento.
B. Na classificação dos esquemas de aterramento é utilizada a seguinte simbologia:
primeira letra — Situação da alimentação em relação à terra:
• T = um ponto diretamente aterrado;
• I = nenhum ponto da alimentação está diretamente ligado à terra, (neutro
isolado ou ligado à terra por meio de uma impedância de alto valor);
segunda letra — Situação das massas da instalação elétrica em relação à terra:
• T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento
eventual de um ponto da alimentação;
• N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em corrente
alternada, o ponto aterrado é normalmente o ponto neutro);
outras letras (eventuais) — Disposição do condutor neutro e do condutor de
proteção:
• S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores
distintos;
• C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor
(condutor PEN).
27
Esquema de aterramento TT
No esquema TT o neutro é aterrado em um eletroduto, estando às massas da
instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s) do eletrodo
de aterramento da alimentação, figura 15.
Figura 15: Esquema de aterramento TT
Esquema de aterramento TN
O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as
massas ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. São consideradas
três variantes de esquema TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do
condutor de proteção, a saber:
A. Esquema de aterramento TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de
proteção são interligados na origem da instalação e daí em diante seguem
separados em condutores distintos, figura 16;
Figura 16: Esquema de aterramento TN-S
B. Esquema TN-C, no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas
em um único condutor, na totalidade do esquema, figura 17. Caso haja
ruptura do condutor neutro, as massas ficam submetidas ao potencial do
condutor fase, colocando em risco a segurança humana.
28
Figura 17: Esquema de aterramento TN-S
C. Esquema TN-C-S, é semelhante ao TN-C (o mais econômico, pois reduz a
necessidade de um condutor). O principio de funcionamento baseia-se em, a partir
de um dado ponto, implantar o sistema TN-S dividindo o condutor PEN em dois
condutores separados N e PE combinadas em um único condutor, figura 18;
Figura 18: Esquema de aterramento TN-C-S
Esquema de aterramento IT
No esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da
alimentação é aterrado através de impedância, figura 19. As massas da instalação
são aterradas, verificando-se as seguintes possibilidades:
• massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se existente;
• massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja porque não há
eletrodo de aterramento da alimentação, sejam porque o eletrodo de aterramento
das massas é independente do eletrodo de aterramento da alimentação
29
Figura 19: Esquemas de aterramento IT, a) sem aterramento da alimentação. b) alimentação
aterrada através de impedância
Aterramento temporário
O aterramento temporário de uma instalação tem por função evitar acidentes
gerados pela energização acidental da rede, propiciando rápida atuação do sistema
automático de seccionamento ou proteção. Também tem o objetivo de promover
proteção aos trabalhadores contra descargas atmosféricas que possam interagir ao
longo do circuito em intervenção.
Esse procedimento deverá ser adotado antes e depois do ponto de intervenção do
circuito e derivações se houver, salvo quando a intervenção ocorrer no final do
trecho. Deve ser retirado ao final dos serviços.
A energização acidental pode ser causada por:
• Erros na manobra;
• Fechamento de chave seccionadora;
• Contato acidental com outros circuitos energizados, situados ao longo do
circuito;
• Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede;
• Fontes de alimentação de terceiros (geradores);
• Linhas de distribuição para operações de manutenção e instalação e
colocação de transformador;
• Torres e cabos de transmissão nas operações de construção de linhas de
transmissão;
• Linhas de transmissão nas operações de substituição de torres ou
manutenção de componentes da linha;
• Descargas atmosféricas.
Para cada classe de tensão existe um tipo de aterramento temporário. O mais usado
em trabalhos de manutenção ou instalação nas linhas de distribuição é um conjunto
ou ‘Kit’ padrão composto pelos seguintes elementos:
• vara ou bastão de manobra em material isolante, com cabeçotes de
manobra;
30
• grampos condutores – para conexão do conjunto de aterramento com os
condutores e a terra;
• trapézio de suspensão - para elevação do conjunto de grampos à linha e conexão
dos cabos de interligação das fases, de material leve e bom condutor, permitindo
perfeita conexão elétrica e mecânica dos cabos de interligação das fases e descida
para terra;
• grampos – para conexão aos condutores e ao ponto de terra;
• cabos de aterramento de cobre, extra flexível e isolado;
• trado ou haste de aterramento – para ligação do conjunto de aterramento com o
solo, deve ser dimensionado para propiciar baixa resistência de terra e boa área de
contato com o solo.
Nas subestações, por ocasião da manutenção dos componentes, se conecta os
componentes do aterramento temporário à malha de aterramento fixa já existente.
3. Equipotencialização
É o procedimento que consiste na interligação de elementos especificados, visando
obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Todas as massas de
uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção.
Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal, em
condições especificadas, e tantas eqüipotencializações suplementares quantas
forem necessárias.
Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar
vinculadas à equipotencialização principal da edificação e, dessa forma, a um
mesmo e único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de eqüipotencializações
adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de
compatibilidade eletromagnética.
Massas simultaneamente acessíveis devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo
de aterramento, sem prejuízo de eqüipotencializações adicionais que se façam
necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade
eletromagnética.
Massas protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo, dentro das
regras da proteção por seccionamento automático da alimentação, devem estar
vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuízo de
eqüipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção
contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética.
Todo circuito deve dispor de condutor de proteção, em toda sua extensão.
31
4. Seccionamento automático da alimentação
O seccionamento automático possui um dispositivo de proteção que deverá
seccionar automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento por ele
protegido sempre que uma falta (contato entre parte viva e massa, entre parte viva e
condutor de proteção e ainda entre partes vivas) no circuito ou equipamento der
origem a uma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteção,
levando-se em conta o tempo de exposição à tensão de contato. Cabe salientar que
esta medida de proteção requer a coordenação entre o esquema de aterramento
adotado e as características dos condutores e dispositivos de proteção.
O seccionamento automático é de suma importância em relação a:
• proteção de contatos diretos e indiretos de pessoas e animais;
• proteção do sistema com altas temperaturas e arcos elétricos;
• quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para o circuito;
• proteção contra correntes de curto-circuito;
• proteção contra sobre tensões.
5. Dispositivo de corrente de fuga
Visa atender o requisito de seccionamento automático de alimentação. Os
dispositivos a corrente de fuga são também conhecidos como dispositivos a corrente
diferencial residual ou dispositivos DR, detecta em um circuito a existência de uma
fuga à terra e provoca o seccionamento do circuito quando o valor da corrente
diferencial ultrapassa um valor definido.
O dispositivo DR deve monitorar todos os condutores vivos da instalação, que pode
incluir as fases e também o neutro. Em instalações dotadas do esquema de
aterramento TN-C, não podem ser aplicados dispositivos DR.
O dispositivo DR é constituído por um circuito magnético (transformador de corrente)
ligado a um disparador e o mecanismo liga-desliga. O princípio de funcionamento
está associado ao fato de que, em um circuito normalmente energizado, a somatória
da corrente instantânea ou fasorial que circula pelos condutores vivos da instalação
é nula, mesmo que haja um desequilíbrio.
O transformador de corrente é que detecta o aparecimento da corrente de fuga.
Numa instalação sem defeitos, a somatória das correntes no primário do
transformador de corrente é nula, conforme mostra a figura 20.
32
Figura 20: Esquema de ligações do dispositivo de proteção
Em caso de uma fuga de corrente à terra somatória das correntes no primário do
transformador de corrente passa a ser diferente de zero, induzindo, desta forma,
uma tensão no secundário que está alimentando o disparador e que, num tempo
inferior a 0,2 segundos, acionará o interruptor.
O dispositivo DR pode ser de alta sensibilidade (corrente nominal de atuação menor
ou igual a 30 mA) e baixa sensibilidade (corrente nominal de atuação superior a 30
mA). Os de alta sensibilidade protegem contra contatos diretos e indiretos, enquanto
os de baixa sensibilidade protegem apenas contra contatos indiretos e incêndios.
A proteção por meio de DR compreende a utilização do interruptor diferencial
residual (IDR) ou do disjuntor diferencial residual (DDR). O interruptor diferencial
residual protege apenas contra a corrente de fuga, razão pela qual deve ser
instalado em série com o disjuntor de proteção do circuito. O DDR é formado por
disjuntor e proteção residual no mesmo dispositivo. Garante a proteção contra curtocircuito, sobrecorrente e contra choque.
Além de desligar o circuito o DR limita o tempo de exposição à corrente elétrica e
seus efeitos.
6. Extra baixa tensão
A extra baixa tensão de segurança contempla a medida de controle que não utiliza
condutores de proteção. Desta forma, não há como ocorrer o seccionamento
automático da alimentação quando circular uma corrente de falta envolvendo fase e
massa do circuito.
A característica principal dessa medida de proteção compreende a utilização de
tensões de forma que, mesmo durante o contato com as partes energizadas da
instalação, não circulem correntes elétricas danosas pelo organismo humano.
A NBR-5410 (tabela 4) apresenta as máximas tensões de contato em função do
estado da pele do indivíduo.
 Situação 1: a pele está seca;
33


Situação 2: a passagem de corrente entre mãos ou de uma mão a um pé,
com a pele úmida de suor sendo a superfície de contato significativa ou a
passagem de corrente elétrica entre as duas mãos e os dois pés, estando as
pessoas com os pés molhados ao ponto de se poder desprezar a resistência
da pele e dos pés;
Situação 3: as pessoas estão imersas em água.
Tabela 4:Máximas tensões de contato em função do estado da pele do indivíduo.
Natureza da corrente
Situação 1
Situação 2
Situação 3
Alternada 15 Hz – 1000 Hz
50 V
25 V
12 V
Contínua sem ondulação (10 %)
120 V
60 V
30 V
7. Barreiras e Invólucros
São dispositivos que impedem qualquer contato, intencional ou acidental, com as
partes vivas das instalações elétricas. São componentes que visam impedir que
pessoas ou animais toquem acidentalmente as partes energizadas, garantindo
assim que as pessoas sejam advertidas de que as partes acessíveis através das
aberturas estão energizadas e não devem ser tocadas.
A retirada das barreiras, a abertura dos invólucros ou a retira de partes de invólucros
só poderão ser possíveis: com o uso de chaves ou ferramentas apropriadas e
também como predisposição uma segunda barreira ou isolação que não possa ser
retirada sem ajuda de chaves ou ferramentas apropriadas.
8. Bloqueios e impedimentos
Dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou religamento
de dispositivos de manobra. (chaves, interruptores), É importante que tais
dispositivos possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um
cadeado, por exemplo, para trabalhos simultâneos de mais de uma equipe de
manutenção.
Toda ação de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalização, com o
nome do profissional responsável, data, setor de trabalho e forma de comunicação.
As empresas devem possuir procedimentos padronizados do sistema de bloqueio,
documentado e de conhecimento de todos os trabalhadores, além de etiquetas,
formulários e ordens documentais próprias.
9. Obstáculos e Anteparos
Os obstáculos são destinados a impedir o contato involuntário com partes vivas, mas
não o contato que pode resultar de uma ação deliberada e voluntária de ignorar ou
contornar o obstáculo.
Os obstáculos devem impedir uma aproximação física não intencional das partes
energizadas, ou contatos não intencionais com partes energizadas durante atuações
sobre o equipamento, estando o equipamento em serviço normal.
34
Os obstáculos podem ser removíveis sem auxílio de ferramenta ou chave, mas
devem ser fixados de forma a impedir qualquer remoção involuntária.
10. Isolamento de partes vivas
As partes condutoras expostas dos componentes da instalação elétrica, acessíveis,
são separadas das partes vivas pela “isolação básica”. Falhas na isolação básica
tornam essas partes vivas.
A isolação das partes vivas consiste no recobrimento total delas por uma isolação
que só pode ser removida se for destruída. A proteção deve ser garantida por uma
isolação capaz de suportar solicitações mecânicas, químicas e térmicas a que possa
ser submetida. A norma NBR-5410 considera os seguintes tipos de isolação:
 Isolação básica, que corresponde àquela aplicada as partes vivas, para
assegurar o mínimo de proteção contra choques elétricos;
 Isolação suplementar, que é adicional e independente da isolação básica,
destinada a assegurar proteção contra choques elétricos no caso de falhas da
isolação básica;
 Dupla isolação, composta por isolação básica e complementar.
11. Isolação dupla ou reforçada
Este tipo de proteção é normalmente aplicado a equipamentos portáteis, tais como
furadeiras elétricas manuais, os quais por serem empregados nos mais variados
locais e condições de trabalho, e mesmo por suas próprias características, requerem
outro sistema de proteção, que permita uma confiabilidade maior do que aquela
oferecida exclusivamente pelo aterramento elétrico. A proteção por isolação dupla
ou reforçada é realizada, quando utilizamos uma segunda isolação, para
suplementar aquela normalmente utilizada, e para separar as partes vivas do
aparelho de suas partes metálicas. Para a proteção da isolação geralmente são
prescritos requisitos mais severos do que aqueles estabelecidos para a isolação
funcional.
Entre a isolação funcional e a de proteção, pode ser usada uma camada de metal,
que as separe, totalmente ou em parte. Ambas as isolações, porém, podem ser
diretamente sobrepostas uma à outra. Neste caso as isolações devem apresentar
características tais, que a falha em uma delas não comprometa a proteção e não se
estenda à outra.
Como a grande maioria das causas de acidentes são devidas aos defeitos nos
cabos de alimentação e suas ligações ao aparelho, um cuidado especial deve ser
tomado com relação a este ponto no caso da isolação dupla ou reforçada. Deve ser
realizada de tal forma que a probabilidade de transferência de tensões perigosas a
partes metálicas susceptíveis de serem tocadas, seja a menor possível.
35
12. Colocação fora do alcance
A proteção parcial por colocação fora do alcance destina-se a impedir contatos
fortuitos com partes vivas.
A NBR-5410 apresenta orientações visando atender essa medida preventiva.
O princípio da colocação fora de alcance consiste nos seguintes aspectos: se o
componente da instalação é acessível, não pode ser perigoso e se é perigoso não
pode ser acessível, ou seja, deve ser colocado fora de alcance.
12. Separação elétrica
Para haver corrente em um circuito, é necessário satisfazer duas condições. A
primeira: deve existir uma d.d.p., e a segunda, deve haver um caminho fechado que
permita a passagem da corrente elétrica. A supressão de qualquer uma das
condições anteriores implica na interrupção da corrente elétrica.
A proteção por separação elétrica elimina o caminho da corrente elétrica pela terra
no caso de uma pessoa entrar em contato com uma massa energizada. É
implementada com a instalação de um transformador de separação no qual tanto o
circuito primário quanto o secundário não são interligados a terra.
Desta forma na separação elétrica entre os circuitos primário e secundário, não há
nenhum caminho elétrico que permita a passagem de corrente elétrica de fuga, que
possa causar o choque elétrico.
36
6. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROVISÓRIAS
Na construção civil uma das principais causas de acidente de trabalho é a presença
de energia elétrica e consequentemente os riscos que esta traz ao ser humano.
Segundo o Sinduscon/PE apud Barkokébas ET al (2004) o choque elétrico é
responsável por apenas 6,78% dos acidentes na construção civil, porém, 50%
destes são fatais. Dentre os principais índices causadores de acidentes com
instalações elétricas em canteiros de obra podemos citar a falta de mão de obra
qualificada para a execução da instalação, a falta de projeto e manutenção
inadequada.
Independente de serem uma instalação elétrica temporária deve ser feito um projeto,
evitando “gambiarras” para solucionar problemas de fornecimento temporário de
energia elétrica. O projeto deste tipo de instalação, assim como todas outras
instalações elétricas, deverá possuir medidas de controle preventivas de forma a
garantir a segurança e a saúde do trabalhador. Temporário/Provisório não quer dizer
precário.
Locais de Risco Elétrico em Canteiro de Obras
Dentro de um canteiro de obras existem partes da instalação onde devemos manter
a atenção para um possível acidente com energia elétrica. Dentre os locais de maior
risco de acidentes com energia elétrica temos:
 Quadros de Distribuição, Terminal e Medição: Toda instalação de canteiro
de obras deve possuir quadros de medição, distribuição e terminais para que
a instalação possua seletividade e consiga proteger todos seus condutores e
possíveis “gambiarras” na instalação. Os principais problemas encontrados
nos quadros de instalações elétricas de canteiros de obras basicamente é o
estado de conservação dos quadros, os materiais utilizados para a confecção
dos quadros, o estado de conservação dos dispositivos de proteção e partes
vivas sem isolação adequada. Sendo assim, os materiais que compõem estes
quadros deverão ser resistentes a corrosão e servirem para a proteção contra
efeitos tipo poeira, vibrações, umidade. Os quadros não deverão ser de
materiais combustíveis, como madeira, como muitos encontrados em
canteiros de obras e independentemente da sua localidade, deverão conter
placas de advertência sobre o risco elétrico. Devem ser localizados de forma
a não atrapalhar as atividades dos canteiros de obras e em locais visíveis de
fácil acesso aos trabalhadores.
 Dispositivos de Proteção e Manobra: Os mais utilizados atualmente são os
disjuntores termomagnéticos e chaves blindadas. Os principais problemas
encontrados são o mau estado de conservação, instalação de modo
inadequado e acesso aos trabalhadores que não são autorizados ao contato
com estes dispositivos. Para evitar desligamentos sem a autorização para
isso, estes dispositivos deverão ser dotados de cadeados ou dispositivos que
só permitam o acesso de pessoas autorizadas. Manutenções periódicas
deverão ser realizadas e qualquer observação de dispositivos em mau estado
de conservação ou funcionamento deverão ser trocados imediatamente por
37




outro dispositivo com o funcionamento adequado e correspondente ao ser
substituído.
Instalações Aéreas: Devem ser projetados e executados levando em
consideração a altura das máquinas que deverão transitar pelo local e a
localização correta dos postes de sustentação para que não atrapalhe a
movimentação de trabalhadores, materiais e máquinas da indústria da
construção civil. Os principais problemas encontrados são os contatos
acidentais de máquinas e equipamentos, método de instalação inadequado e
local da instalação inadequado. Em nenhum local abaixo dos cabos aéreos
poderá ser feita queimas de materiais ou utilização de altas temperaturas,
pois estas podem danificar os cabos aéreos ou ionizar o ar podendo causar
curto-circuito por arcos elétricos.
Instalações Subterrâneas: Os principais problemas encontrados são os
locais inadequados de instalação, maneiras inadequadas de execução e falta
de sinalização. Devido as escavações, perfurações ou até mesmo máquinas
de grande porte trabalhando deve-se projetar com muita cautela o
posicionamento das instalações elétricas subterrâneas. Sempre usar
eletrocalhas ou eletrodutos que servirão de proteção mecânica para os cabos
de energia devendo ser sempre bem sinalizados os locais onde ocorre a
passagem de instalações subterrâneas. Escavações deverão ficar distantes
1,5 metros. Evitar locais com umidade também ajudará na conservação das
instalações subterrâneas.
Plugs e Tomadas: Sua utilização muitas vezes é deixada de lado pelos
trabalhadores, porém, todos os equipamentos que utilizam energia elétrica
deverão ser ligados à rede de energia elétrica através de tomadas e plugs. Os
principais problemas encontrados são: mau estado de conservação,
instalação inadequada e localização inadequada. Locais de umidade devem
ser evitados na instalação de tomada. As tomadas devem ter dispositivo para
não molhar com chuva e nunca ligar dois equipamentos numa mesma tomada
se o circuito não for projetado para tal finalidade. De acordo com a
Fundacentro (2001, RTP 05, p.33) as tomadas industriais, mais utilizadas em
canteiro de obras, padronizam cores para cada nível de tensão. Abaixo
seguem os níveis de tensão seguidos das cores representativas: • 20 a 25V –
Violeta, • 40 a 50V – Branca, • 110 a 130V – Amarela, • 220 a 240V – Azul e •
380 a 440V – Vermelha. A utilização das cores ajudará aos trabalhadores do
local identificar qual o nível de tensão nos condutores sem a necessidade de
portar consigo um equipamento de medição de tensão elétrica.
Iluminação Provisória: Os principais problemas encontrados são:
dimensionamentos de fluxo luminoso mal feito para a atividade a ser exercida,
mal estado de conservação de soquetes e luminárias e instalações
inadequadas. A iluminação provisória deverá obedecer à quantidade de lux
necessário para a atividade a ser exercida pelo trabalhador (NBR 5413). Os
circuitos de iluminação deverão ter seu dispositivo de proteção e manobra
nos quadros terminais. No caso de instalações aéreas, esta deverá estar no
mínimo a 2,5 metros do nível do solo, porem se esta distância não for a
38

segura para a atividade exercida no local esta altura deverá ser aumentada
para uma distância segura da atividade. Em locais onde as lâmpadas de
iluminação poderão sofrer qualquer impacto, como locais em que transitam
materiais, ferros, carrinhos de mão, estas deverão ser protegidas por
luminárias contra impactos. As luminárias deverão ser instaladas em circuitos
de iluminação sendo proibida a instalação em circuitos de distribuição ou
qualquer outro circuito que não for para tal finalidade.
Máquinas e Equipamentos: As máquinas e equipamentos de uma
instalação de canteiro de obras normalmente possuem motores de alta
potência comparado com outros trabalhos costumeiros do dia-dia, cada
operador deve possuir treinamento específico para a máquina que irá operar
de modo a conhecer o funcionamento da máquina, os riscos existentes e os
possíveis acidentes que poderão ocorrer e os métodos de controle dos riscos
aplicados. A principal ocorrência de acidentes são os choques elétricos que
acontecem de forma direta quando alguma parte viva do equipamento está
exposta ou de forma indireta quando a carcaça do equipamento esta
energizada. Conforme a NR-18 toda máquina e equipamento em canteiro de
obras deverão possuir os dispositivos de acionamento, parada e bloqueio,
sendo este último também chamado de botão de pânico e quando acionado
desliga imediatamente a máquina com a finalidade de evitar acidentes. Os
movimentos das máquinas e equipamentos de grande porte, por exemplo, um
guindaste, deverão ser planejados de modo a garantir que estarão longe de
redes de distribuição ou equipamentos energizados. Manutenções
preventivas deverão ser realizadas nas instalações elétricas do interior das
máquinas e equipamentos com a finalidade de se evitar paradas inesperadas,
curtos circuitos, perda de controle da máquina, problemas com aceleração e
desaceleração de motores sem ser acionados pelos trabalhadores.
39
7. NORMAS TECNICAS
NBR 5410 – Instalações elétricas de Baixa Tensão
Esta Norma estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa tensão
devem satisfazer a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. Essa norma
prescreve as condições das instalações elétricas para proteção contra choques
elétricos e contra os efeitos térmicos, conforme se segue: a) proteção básica
(isolação básica ou separação básica; barreira ou invólucro; limitação de tensão); b)
proteção supletiva (equipotencialização, seccionamento automático da alimentação,
isolação suplementar, separação elétrica).
Esta Norma aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificação,
residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro,
etc.
Esta Norma não se aplica a:
 instalações de tração elétrica;
 instalações elétricas de veículos automotores;
 instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
 equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida em
que não comprometam a segurança das instalações;
 instalações de iluminação pública;
 redes públicas de distribuição de energia elétrica;
 instalações de proteção contra quedas diretas de raios. No entanto, esta
Norma considera as consequências dos fenômenos atmosféricos sobre as
instalações (por exemplo, seleção dos dispositivos de proteção contra
sobretensões);
 instalações em minas;
 instalações de cercas eletrificadas.
Os componentes da instalação são considerados apenas no que concerne à sua
seleção e condições de instalação. Isto é igualmente válido para conjuntos em
conformidade com as normas a eles aplicáveis.
A aplicação desta Norma não dispensa o atendimento a outras normas
complementares, aplicáveis as instalações e locais específicos.
São exemplos de normas complementares a esta Norma:
 NBR 13534 – Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de
saúde - Requisitos para segurança;
 NBR 13570 – Instalações elétricas em locais de afluência de publico –
requisitos específicos;
 NBR 5418 – Instalações elétricas em atmosferas explosivas;
 NBR 5419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.
40
NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV
Esta Norma estabelece um sistema para o projeto e execução de instalações
elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0kV a 36,2 kV, à frequência
industrial, de modo a garantir segurança e continuidade de serviço.
Esta Norma aplica-se a partir de instalações alimentadas pelo concessionário, o que
corresponde ao ponto de entrega definido através da legislação vigente emanada da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Esta Norma também se aplica as
instalações alimentadas por fonte própria de energia em média tensão.
Esta Norma abrange as instalações de geração, distribuição e utilização de energia
elétrica, sem prejuízo das disposições particulares relativas aos locais e condições
especiais de utilização constantes nas respectivas normas. As instalações especiais
tais como marítimas, de tração elétrica, de usinas, pedreiras, luminosas com gases
(neônio e semelhantes), devem obedecer, além desta Norma, às normas especificas
aplicável em cada caso.
Esta norma não se aplica:
 Às instalações elétricas de concessionários dos serviços de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica, no exercício de suas funções
em serviço de utilidade pública;
 Às instalações de cercas eletrificadas;
 Trabalhos com circuitos energizados.
Os exemplos de normas relacionadas a seguir contêm disposições que constituem
prescrições para esta norma:
 NBR 6146 – Invólucros de equipamentos elétricos - Proteção – Especificação
 NBR 6251 – Cabos de potência com isolação extrudada para tensões de 1 kV
a 35 kV – Requisitos construtivos
 NBR 6979 – Conjunto de manobra e controle em invólucro metálico para
tensões acima de 1 kV até 36,2 kV - Especificação
 NBR 7282 – Dispositivos fusíveis tipo expulsão - Especificação
 NBR 8451 – Postes de concreto armado para redes de distribuição de energia
elétrica.
Outras normas






NBR 8370 Instalações e Equipamentos para Atmosferas Explosivas
NBR 5363 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas, substituída
por NBR IEC 60079-1: Proteção de equipamentos por invólucros à prova de
explosão “d”
NBR IEC 60079-7: Proteção de equipamentos por segurança aumentada “e”
NBR IEC 60079-67: Atmosferas explosivas Parte 6 Proteção de
equipamentos por imersão em óleo “o”
NBR 5461: Iluminação
NBR 5413 Iluminância de Interiores
41
8. EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS ELÉTRICOS – ÁREA DE UTILIDADES
– SUBESTAÇÕES
As instalações elétricas das máquinas e equipamentos devem ser projetadas e
mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico,
incêndio, explosão e outros tipos de acidentes, conforme previsto na NR 10. Uma
Subestação é uma instalação elétrica de alta potência, contendo equipamentos para
transmissão, distribuição, proteção e controle de energia elétrica. Funciona como
ponto de controle e transferência em um sistema de transmissão elétrica,
direcionando e controlando o fluxo energético, transformando os níveis de tensão e
funcionando como pontos de entrega para consumidores industriais.
Têm-se no Brasil diversos modelos de subestações, sejam elas elevadoras ou
abaixadoras de tensão. Podem ser desprotegidas ao tempo, chamadas de
subestação desabrigada como podem ser protegidas do tempo, chamadas de
subestações abrigadas, em alvenaria ou no interior de cubículo metálico (invólucro
metálico), ou até mesmo constituídas apenas, por um transformador instalado no
topo do poste.
Devem ser aterradas, conforme as normas técnicas oficiais vigentes, as instalações,
carcaças, invólucros, blindagens ou partes condutoras das máquinas e
equipamentos que não façam parte dos circuitos elétricos, mas que possam ficar
sob tensão.
As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que estejam ou possam estar
em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos devem ser projetadas
com meios e dispositivos que garantam sua blindagem, estanqueidade, isolamento e
aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes.
Os condutores de alimentação elétrica das máquinas e equipamentos devem
atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
a) oferecer resistência mecânica compatível com a sua utilização;
b) possuir proteção contra a possibilidade de rompimento mecânico, de contatos
abrasivos e de contato com lubrificantes, combustíveis e calor;
c) localização de forma que nenhum segmento fique em contato com as partes
móveis ou cantos vivos;
d) facilitar e não impedir o trânsito de pessoas e materiais ou a operação das
máquinas;
e) não oferecer quaisquer outros tipos de riscos na sua localização; e,
f) serem constituídos de materiais que não propaguem o fogo, ou seja,
autoextinguíveis, e não emitirem substâncias tóxicas em caso de
aquecimento.
Os quadros de energia das máquinas e equipamentos devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de segurança:
a) possuir porta de acesso, mantida permanentemente fechada;
b) possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de acesso
por pessoas não autorizadas;
42
c) ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de objetos e
ferramentas;
d) possuir proteção e identificação dos circuitos; e,
e) atender ao grau de proteção adequado em função do ambiente de uso.
As ligações e derivações dos condutores elétricos das máquinas e equipamentos
devem ser feitas mediante dispositivos apropriados e conforme as normas técnicas
oficiais vigentes, de modo a assegurar resistência mecânica e contato elétrico
adequado, com características equivalentes aos condutores elétricos utilizados e
proteção contra riscos.
As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que utilizem energia elétrica
fornecida por fonte externa devem possuir dispositivo protetor contra sobrecorrente,
dimensionado conforme a demanda de consumo do circuito.
As máquinas e equipamentos devem possuir dispositivo protetor contra sobretensão
quando a elevação da tensão puder ocasionar risco de acidentes.
Quando a alimentação elétrica possibilitar a inversão de fases de máquina que
possa provocar acidentes de trabalho, deve haver dispositivo monitorado de
detecção de sequência de fases ou outra medida de proteção de mesma eficácia.
São proibidas nas máquinas e equipamentos:
a) a utilização de chave geral como dispositivo de partida e parada;
b) a utilização de chaves tipo faca nos circuitos elétricos; e,
c) a existência de partes energizadas expostas de circuitos que utilizam energia
elétrica.
As baterias devem atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
a) localização de modo que sua manutenção e troca possam ser realizadas
facilmente a partir do solo ou de uma plataforma de apoio;
b) constituição e fixação de forma a não haver deslocamento acidental; e,
c) proteção do terminal positivo, a fim de prevenir contato acidental e curtocircuito.
Os serviços e substituições de baterias devem ser realizados conforme indicação
constante do manual de operação.
43
9. ELETRICIDADE ESTÁTICA
Com o advento e subsequente miniaturização de componentes semicondutores, a
eletricidade estática passou a ser identificada como um novo perigo que ameaça
diretamente a produtividade e a confiabilidade dos produtos eletrônicos, bem como a
segurança dos envolvidos. Para tanto, é necessário compreender alguns conceitos
eletrostáticos e as leis que os governam.
A eletrostática estuda os fenômenos relacionados às cargas elétricas em repouso.
Um átomo em equilíbrio (neutro) possui número de elétrons igual ao número de
prótons. Se o átomo perder um ou elétrons, o número de prótons passa a
predominar e o átomo passa a manifestar propriedades elétricas, tornando-se um
íon positivo. Se o átomo receber elétrons, ele passará a manifestar propriedades
elétricas opostas ao anterior, tornando-se um íon negativo. Portanto, um corpo
estará eletrizado quando o número total de prótons for diferente do número total de
elétrons. Existem três processos de eletrização:

Eletrização por atrito: as cargas são geradas pelo atrito entre duas
superfícies, sendo que pelo menos uma é isolante. É necessário também que
haja baixa umidade.

Eletrização por contato: quando um corpo neutro é posto em contato com um
corpo carregado, eletriza-se com carga de mesmo sinal.

Eletrização por indução: quando um corpo neutro é colocado próximo de um
corpo carregado, sem que exista contato, o corpo neutro tem parte das
cargas elétricas separadas (indução eletrostática)
44
Atualmente, com a larga utilização de materiais sintéticos altamente isolantes, tanto
na cobertura de pisos, mesas, cadeiras, roupas, sapatos e em quase todos os
objetos de utilização diária, o aparecimento da eletricidade estática tem sido muito
frequente, pois nestas situações as cargas elétricas não podem ser escoadas.
Dentre todos os processos de geração de carga estática, o mais comum é o
carregamento triboelétrico, o qual é causado pelo atrito entre duas superfícies.
A eletrização triboelétrica se refere à transferência de cargas devido a contato e
separação de materiais. A quantidade de carga gerada por esse processo depende
de muitos fatores, como a área de contato, pressão de contato, umidade relativa,
velocidade com que uma superfície é atritada sobre a outra.
Os materiais sensíveis à descarga eletrostática são identificados pelo símbolo oficial
reproduzido na figura 21 abaixo.
Figura 21: Símbolo oficial de material sensível a descarga eletrostática.
A série triboelétrica (tabela 5) indica a tendência de determinado material acumular
cargas, quando dois materiais da tabela são colocados em contato e separados. O
que se encontra em posição mais alta na tabela se torna positivamente carregado.
Tabela 5: Série triboelétrica.
45
Pesquisadas as características físico-químicas dos materiais presentes nos diversos
locais de processamento, verificou-se a presença de vapor seco, gás, pó, etc., ou
seja, presença de elementos que em combinação com o oxigênio presente na
atmosfera, formem mistura passível de ignição de uma descarga elétrica.
As providências que podem ser adotadas para impedir a liberação de energia
estática são: aterramento, umidificação do ar em ambientes fechados e aterramento
durante as operações de carga ou transferência em depósitos de combustível.
Os acidentes causados pela eletricidade estática não são muito comuns, motivo pela
qual a preocupação com ela não é considerada prioritária. Porém, este assunto deve
ser um dos primeiros a ser estudado, não devido ao número de ocorrências, mas ao
grave risco que pode representar para os trabalhadores.
46
10. DESCARGAS ATMOSFÉRICAS – PARA-RAIOS
Raios são fenômenos atmosféricos caracterizados pela formação de correntes
elétricas com milhões de volts de potencial e que atingem a superfície.
Dois corpos condutores, imersos em um meio inicialmente “isolante”, são carregados
de carga de polaridade oposta, gerando entre eles uma d.d.p. .Quando se atinge um
valor limite, o qual varia em função do material dielétrico, há o fenômeno da ruptura
dielétrica, e o meio isolante passa a ser momentaneamente um meio condutor,
quando se salta um arco (feixe de elétrons). Quando a d.d.p. entre a nuvem e a terra
superar a rigidez do ar (5 a 10 kV/cm), tem-se a descarga, que se dá a uma
velocidade próxima de 1500 km/h, com uma intensidade que chega a atingir 100 kA
e d.d.p. de vários milhões de volts, com duração de descarga na ordem de
microssegundos (figura 22a).
Caso haja uma descarga nas proximidades de pessoas em circulação em uma área
desabrigada (passo humano ≈ 1m) (tensão de passo) ou apoiadas em estruturas
(tensão de toque), há o risco desta energia se propagar no solo chegando a níveis
inaceitáveis no plano onde estes se encontram, e assim uma d.d.p (figura 22b).
Como consequência há circulação de corrente pelo corpo humano, podendo levar
também a uma eletrocussão.
Figura 22: Produção de descartas atmosférias (a) e Tensão de passo e de toque (b)
47
A instalação de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas tem duas
funções. A primeira é neutralizar, pelo poder de atração das pontas, o crescimento
do gradiente de potencial entre o solo e as nuvens, através do permanente
escoamento de cargas elétricas do meio ambiente para a terra (figura 23).
Figura 23: O poder de atração das pontas.
A segunda função é oferecer à descarga elétrica que for cair em suas proximidades
um caminho preferencial, reduzindo os riscos de sua incidência sobre as estruturas.
A instalação de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas não impede
a ocorrência de raios. Nem tão pouco atrai raios. É preferível não ter para-raios
algum a ter um para-raios mal instalado. Um para-raios corretamente instalado reduz
significativamente os perigos e os riscos de danos, pois captará os raios que iriam
cair nas proximidades de sua instalação.
É necessário determinar o nível de proteção do para-raios, ele não está
relacionado com a probabilidade de queda do raio na edificação, mas com a
eficiência que o sistema tem de captar e conduzir o raio à terra. Há quatro níveis de
proteção que o projetista pode adotar, conforme a tabela 6.
Tabela 6: Níveis de proteção e suas respectivas eficiências.
De acordo com os efeitos e danos causados pelos raios, a NBR 5419 classifica as
edificações e níveis de proteção.
48
A área de captação do raio em uma estrutura é a área ao redor de uma edificação,
onde, se cair um raio, ele será atraído pela edificação. Esta área corresponde à
soma de duas áreas:
Scaptação = Sedificação + Scontigua
S edificação = área da própria edificação
Scontigua = área de uma faixa ao redor da edificação, com largura constante
igual à altura da edificação.
PROTEÇÃO POR PÁRA-RAIOS
Desde a criação do para-raios há 200 anos, por Benjamin Franklin, não se avançou
muito nesta área, usando o mesmo dispositivo até hoje. Este dispositivo (para-raios)
consiste na combinação de 3 elementos básicos (figura 24):
- Captores de raio
- Cabos de descida
- Sistema de aterramento.
Figura 24: Partes constituintes de um para-raios Franklin.
A região espacial de proteção é a zona espacial protegida pelo para-raios. Se o
raio cair nesta zona, ele preferirá o caminho através do para-raios. A maior
evolução, desde a descoberta do para-raios, ocorreu na definição da área protegida
(zona espacial protegida). Há três métodos de definição da área protegida:
 método da haste vertical de Franklin
 método da malha ou gaiola de Faraday
49
DEFINIÇÃO DA REGIÃO ESPACIAL PROTEGIDA
1º Pela haste vertical de Franklin
Uma haste de Franklin (figura 25)
Figura 25: Proteção por uma haste de Franklin com o ângulo θ variando em função do nível
de proteção requerido e da altura da haste.
Um condutor horizontal produz o efeito de uma haste da altura do condutor se
deslocando ao longo do condutor. Na prática o condutor forma uma catenária (figura
26), dificultando a obtenção da zona protegida.
Figura 26: Proteção pelo condutor horizontal.
Duas hastes criam o efeito de um cabo horizontal fictício estendido entre elas,
aumentando a zona protegida (figura 27).
Figura 27: Proteção por duas hastes de Franklin.
50
2º Proteção por gaiola de Faraday
É uma proteção muito eficiente e largamente utilizada. Consiste em cobrir a
edificação com uma grade metálica que está devidamente aterrada (figura 28).
Figura 28: Proteção por gaiola de Faraday.
51
11. INSTALAÇOES ELÉTRICAS EM ÁREAS CLASSIFICADAS
Área classificada é uma área na qual uma atmosfera potencialmente explosiva
estará presente ou na qual é provável sua ocorrência, a ponto de exigir precauções
especiais para a construção instalação e utilização de equipamentos elétricos.
Uma atmosfera é explosiva quando a proporção de gás, vapor ou pó no ar é tal que
uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou do aquecimento de um aparelho
provoca a explosão. Para produzir uma explosão, três elementos são necessários:
Combustível + Oxigênio do ar + Fonte de ignição (faísca = Explosão)
A fonte de ignição pode ser uma faísca ou chama, bem como a elevação de
temperatura de um aparelho pode atingir o ponto de inflamação do gás e provocar a
explosão.
Todos os locais onde são fabricados, estocados e transformados os produtos
inflamáveis, estão pré-dispostos a conter uma atmosfera explosiva.
Áreas com riscos de formação de atmosferas potencialmente explosivas são
classificadas por zonas com base na frequência, na duração e na natureza do risco.
Para atmosferas potencialmente explosivas formadas por gases ou vapores são
definidas as zonas: “0”, “1” e “2”. Estas zonas são geográficas, mas os limites entre
cada uma delas não são nunca definidos. Uma zona pode se deslocar por diversos
motivos: aquecimento dos produtos, ventilação falha no local e (ou) erro de
manipulação.
Zona “0” áreas onde a presença de atmosfera explosiva é permanente ou por tempo
prolongado.
Zona “1” áreas onde a presença de atmosfera explosiva é provável em operação
normal.
Zona “0” áreas onde a presença de atmosfera explosiva em operação normal é
improvável, se ocorrer é por pouco tempo.
Para atmosferas potencialmente explosivas formadas por poeiras são definidas as
zonas: “20”, “21” e “22”.
Zona “20” áreas onde a presença de atmosfera explosiva é permanente, por tempo
prolongado ou frequente.
Zona “21” áreas onde a presença de atmosfera pode ocorrer ocasionalmente.
Zona “22” áreas onde a presença de atmosfera explosiva devido ao levantamento de
poeira acumulada é improvável, se ocorrer é por pouco tempo.
Para classificar áreas potencialmente explosivas deve-se formar um grupo
multidisciplinar para analisar as características dos produtos inflamáveis, bem como
as características da instalação e do ambiente.
52
Os equipamentos elétricos utilizados em ambientes explosivos devem seguir a
classificação de acordo com o tipo de proteção.




À Prova de Explosão Ex d (“Explosion Proof” ou “Flame Proof”): é um sistema
suficientemente resistente e vedado para não propagar uma explosão, e cuja
temperatura superficial não provoque a ignição de uma atmosfera explosiva. Isto
implica uma construção robusta, com tampas roscadas ou parafusadas. Esses
invólucros são construídos de forma a, ocorrendo a ignição de uma mistura dentro
dele, resistir mecanicamente à pressão, impedindo que a explosão se propague para
o meio externo. Aplicação: Zonas 1 e 2.
Segurança Aumentada (Ex e): Equipamento elétrico de segurança aumentada é
aquele que “sob condições normais de operação” não produz arcos, faíscas ou
aquecimento suficiente para causar ignição da atmosfera explosiva para a qual foi
projetado, e no qual são tomadas as medidas adicionais durante a construção, de
modo a evitar com maior segurança, que tais fenômenos ocorram em condições de
operação e de sobrecarga previstas”. Equipamentos típicos com segurança
aumentada são os motores de gaiola, transformadores de potência e de medição,
luminárias e caixas de distribuição e de ligação. Aplicação: Zonas 1 e 2.
Equipamento Elétrico Imerso em Óleo - Ex o: O equipamento elétrico é imerso em
óleo de tal modo que não inflame uma atmosfera inflamável acima do líquido ou na
parte externa do invólucro. Este tipo de proteção é aplicável somente para
equipamentos fixos. Aplicação: Zonas 1 e 2.
Equipamentos Pressurizados – Ex p: Neste tipo de proteção uma pressão positiva
superior à pressão atmosférica, é mantida no interior do invólucro de modo a evitar a
penetração de uma atmosfera explosiva que venha a existir ao redor do
equipamento. São definidos três tipos de pressurização que reduz a classificação no
interior do invólucro pressurizado de:
• px – Zona 1 para não classificada;
• py – Zona 1 para Zona 2;
• pz – Zona 2 para não classificada.



Equipamentos Imersos em Areia – Ex q: Neste tipo de proteção as partes que podem
inflamar uma atmosfera explosiva são imersas por um material de enchimento de
modo a evitar a ignição de uma atmosfera explosiva externa. Este tipo de proteção
só se aplica a equipamentos com corrente nominal menor ou igual a 16A; que
consumam potência menor ou igual a 1000VA cuja tensão de alimentação não seja
superior a 1000 V. Aplicação: Zonas 1 e 2.
Equipamento Elétrico Encapsulado – Ex m: As partes que podem causar ignição são
encapsuladas por uma resina de modo a não conseguir inflamar uma atmosfera
explosiva externa. Aplicação: Zonas 1 e 2.
Equipamentos de Segurança Intrínseca – Ex i: São aqueles que em condições
normais (isto é, abertura e fechamento do circuito) ou anormais (curto circuito, falta à
terra) não liberam energia suficiente para inflamar a atmosfera explosiva. Aplicação:
Zona 0, 1 e 2.
53
12. ROTINA DE TRABALHO
A execução dos trabalhos respeita uma rotina relacionada à sequência de atividades
realizadas para se atingir um objetivo, o que pode ser realizado de diversas
maneiras.
As diferentes sequências de atividades podem ser executadas de modo seguro ou
não, por isso existem algumas questões relacionadas às rotinas de trabalho cuja
observância é estabelecida pela NR-10, para que a atividade seja realizada com
segurança.
O item 10.11 da NR-10 refere-se ao procedimento de trabalho, um documento que
define a forma como uma atividade deve ser executada, por meio da apresentação
da sequência de ações que os profissionais devem acompanhar.
Os procedimentos de trabalho são especificados para a realização de uma atividade,
conforme apresenta o item 10.11.1 da NR-10.
10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados em
conformidade com procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com
descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados por profissional que
atenda ao que estabelece o item 10.8 desta NR.
Todo serviço deve ser planejado antecipadamente e executado por equipes
devidamente treinadas e autorizadas de acordo com a NR-10 da portaria
3214/MTB/78 e com a utilização de equipamentos aprovados pela empresa e em
boas condições de uso.
Diferentemente do procedimento, que é válido para todas as vezes que o serviço for
executado, as ordens de serviço são especificas para o dia em que o serviço é
realizado.
Além da descrição de trabalho passo a passo, a NR-10 determina também que os
procedimentos de trabalho devem conter no mínimo: objetivo, campo de aplicação,
base técnica, competências e responsabilidades, disposições legais, medidas de
controle e orientações finais.
10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo de
aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições gerais,
medidas de controle e orientações finais.
Durante a elaboração dos procedimentos de trabalho, a equipe do Serviço Especializado de
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa deve sempre estar
envolvida, conforme o item 10.11.4.
10.11.4 Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e saúde e a
autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo processo de
desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina
do Trabalho - SESMT, quando houver.
54
Compete a cada empresa adotar uma padronização para os procedimentos, sempre
lembrando que o documento deve contemplar todos os itens exigidos pela NR-10.
No caso de ordem de serviço, a NR-10 apresenta em seu item 10.11.2 que somente o
trabalhador autorizado pode aprovar a ordem de serviço. Esse item da norma define ainda
que ela deve conter no mínimo: tipo, data, local e referência ao procedimento de trabalho.
10.11.2 Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de
serviço especificas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o
tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem
adotados.
Medidas de Proteção Coletiva
A proteção coletiva tem como objetivo alcançar a proteção dos trabalhadores
envolvidos na tarefa a ser executada e outros trabalhadores ou pessoas que possam
ser afetados por esse trabalho.
A NR-10 estabelece que, ao executar serviços em instalações elétricas, as medidas
de segurança adotadas para proteção contra um possível risco sejam em um
primeiro momento de âmbito coletivo, conforme apresentado no item 10.2.8.1.
10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e
adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante
procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores.
Para iniciar uma tarefa em uma instalação elétrica, o item anterior aponta as ações
de proteção coletiva que devem ser adotadas. A primeira medida de proteção
coletiva deve ser a desenergização da instalação elétrica, deve ser empregada a
tensão de segurança.
10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização
elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de
segurança.
O capitulo 5 da NR-10 é direcionado totalmente para o processo de desenergização
e em seu primeiro item ele define uma sequência de atividades que precisa ser
cumprida para que a instalação elétrica possa ser considerada desenergizada.
10.5.1. Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para
trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a sequência abaixo:
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;4
c) constatação da ausência de tensão;
d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos
circuitos;
e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo I);
f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.
Após a realização do aterramento, a letra “e” da sequência de desenergização da
NR-10 determina a necessidade de proteger os elementos energizados existentes
na zona controlada, conforme anexo I da norma.
55
A zona controlada refere-se ao entorno de parte condutora energizada, cuja
aproximação somente é permitida a profissionais autorizados. A distancia que
determina esse entorno é variável em função da tensão existente neste ponto
energizado.
Na figura 29 a zona controlada está representada pela faixa mais escura, dentro da
zona controlada encontra-se a zona de risco e ao redor da zona controlada tem-se a
região denominada zona livre.
Figura 29: Indicação das regiões denominadas zona de risco e zona controlada a partir de
um ponto energizado.
As distâncias que determinam a zona de risco e a zona controlada são definidas em
função da tensão no ponto energizado, como mostra a tabela 7.
Tabela
7:
Distâncias
que
determinam
as
zonas
de
risco
e
controlada.
Concluída a execução do serviço, a instalação elétrica pode ser reenergizada. Para
que essa ação seja executada, o item 10.5.2 apresenta os passos a serem
seguidos.
56
10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização
para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência de
procedimentos abaixo:
a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;
b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo
de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções
adicionais;
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.
Conforme mostrado anteriormente no item 10.2.8.2, caso não seja possível
desenergizar uma instalação, o passo seguinte é verificar a possibilidade do
emprego da tensão de segurança. A tensão de segurança possui valor inferior a 50V
em corrente alternada e 120 V em corrente continua.
Caso não seja possível desenergizar uma instalação a NR-10 não proíbe a
execução dos serviços, porém ela deve ser considerada energizada segundo o item
10.5.4 da norma.
10.5.4 Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas
com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao
que estabelece o disposto no item 10.6.
O item 10.6 trata exclusivamente das condições de segurança em instalações
elétricas energizadas.
10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem
10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como:
isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de
seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.
Medidas de Proteção Individual
Caso não seja possível implantar as medidas de proteção coletiva, ou a sua
implantação não controle nem elimine os riscos aos quais os trabalhadores estão
expostos, a segurança dos profissionais deve ser complementada pelos
equipamentos de proteção individual (EPIs), de acordo com as disposições da NR-6,
segundo o item 10.2.9.1 da NR-10.
10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção
coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem
ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às
atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6.
A NR-10 enfatiza que a vestimenta dos trabalhadores é considerada um EPI, pois
deve oferecer proteção contra o fogo, contra interferências eletromagnéticas e não
conduzir eletricidade, conforme apresenta o item 10.2.9.2.
57
10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo
contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas (figura
30).
Figura 30: Vestimenta de trabalho adequada para inspeção termográfica no primário de um
Transformador 6,6kV.
Complementarmente a norma determina em seu item 10.2.9.3 a proibição do uso de
adornos pessoais durante a execução de trabalhos com eletricidade.
10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações
elétricas ou em suas proximidades.
Segurança no desenvolvimento de trabalhos em instalações elétricas de baixa
tensão
A composição da equipe que irá executar a atividade deve ser feita de tal forma que
um de seus trabalhadores tenha condições de exercer a função de supervisor das
atividades, conforme determina o item 10.11.6.
10.11.6 Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em condições
de exercer a supervisão e condução dos trabalhos.
Deve-se destinar cuidado especial na alternância de atividades executadas por um
determinado profissional. Ao escalar a equipe, deve-se levar em consideração se os
profissionais têm pleno conhecimento da atividade e dos riscos aos quais estejam
expostos durante a sua execução. Essa questão está apresentada no item 10.11.8.
10.11.8 A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das tarefas e
a competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a garantir a segurança e a
saúde no trabalho.
58
A análise de riscos é uma metodologia empregada para identificar os riscos que
determinada atividade representa, levando em consideração as pessoas expostas,
os equipamentos e instalações e ainda o meio ambiente. A tabela 8 apresenta os
itens considerados essenciais para a realização da análise de riscos.
Tabela 8: Modelo de ficha de análise de riscos.
Empresa:
Setor:
Tarefa:
Tarefa
Risco
Responsável:
Data:
Causas do risco
Ações de controle
Antes do inicio da execução de uma tarefa, deve ser selecionado o procedimento de
trabalho aplicável considerando as medidas de proteção coletiva e individuais a
serem adotadas para que seja possível realizar o planejamento completo da tarefa a
ser executada, visando realizar a tarefa de modo seguro, conforme o item 10.11.7.
10.11.7 Antes de iniciar trabalhos em equipe os seus membros, em conjunto com o
responsável pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar
e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas no local, de forma a atender
os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança aplicáveis ao
serviço.
O item 10.4.1 da norma descreve que todo serviço realizado em uma instalação
elétrica deve ter como foco a segurança dos trabalhadores e usuários. O item
seguinte refere-se aos riscos adicionais inerentes a determinadas atividades.
10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas,
reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança
e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por
profissional autorizado, conforme dispõe esta NR.
10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas medidas
preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto a
altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira,
fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança.
Todo serviço realizado deve utilizar materiais, equipamentos e ferramentas
apropriados, item 10.4.3.
10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e
ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservandose as características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as
influências externas.
59
Os serviços realizados em instalações elétricas devem garantir uma iluminação
adequada e uma posição de trabalho segura e ergonômica, buscando uma melhor
condição de trabalho.
10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador
iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 –
Ergonomia, de forma a permitir que ele disponha dos membros superiores livres para
a realização das tarefas.
Caso a realização do trabalho inclua a realização de ensaios e testes elétricos em
laboratórios ou em campo, incluindo o comissionamento de uma instalação elétrica,
os tópicos 10.6 e 10.7, que tratam de instalações elétricas energizadas e instalações
elétricas em alta tensão respectivamente, devem ser seguidos, além do fato de que
os trabalhadores devem ter o perfil apropriado (10.4.6).
10.4.6 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou comissionamento de
instalações elétricas devem atender à regulamentação estabelecida nos itens 10.6 e
10.7, e somente podem ser realizados por trabalhadores que atendam às condições
de qualificação, habilitação, capacitação e autorização estabelecidas nesta NR.
O capitulo 6 traz alguns cuidados a serem tomados para realizar o serviço com a
instalação energizada.
10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50
Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente
podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item 10.8
desta Norma.
10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber treinamento de
segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas, com currículo
mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no Anexo II desta NR
O item 10.6.2 determina que as tarefas que exigem ingresso na zona controlada
devem ser realizadas mediante procedimentos de trabalho específicos. As distâncias
que definem a zona controlada estão determinadas no anexo I de acordo com o
nível de tensão.
10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados
mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas no Anexo I.
Durante a execução de uma tarefa com a instalação energizada ou em suas
proximidades, caso ocorra algum fato que coloque os trabalhadores em perigo, as
tarefas devem ser interrompidas imediatamente, conforme determina o item 10.6.3.
10.6.3 Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades devem ser
suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os
trabalhadores em perigo.
Apesar de qualquer integrante da equipe poder identificar um risco e suspender as
atividades até realizar o controle desse risco, o item 10.6.5 determina que o
60
responsável pela execução do serviço deve realizar a suspensão do serviço na
ocorrência de uma situação não prevista ou cujo controle não seja possível.
10.6.5 O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades
quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou
neutralização imediata não seja possível.
A norma apresenta duas exigências referentes à manutenção das instalações
elétricas para que, independente da realização de serviços com o circuito
energizado ou desenergizado, as atividades sejam realizadas com condições de
segurança.
10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de
funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados
periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e definições de
projetos.
10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de
equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo
expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer
objetos.
Segurança no desenvolvimento de trabalhos em instalações elétricas de alta
tensão
O desenvolvimento de atividades em instalações elétricas de alta tensão utiliza
muitos dos requisitos aplicáveis também para baixa tensão. A NR-10 dedicou um
capitulo exclusivo (no 7), para apresentação de requisitos especiais para as
atividades em alta tensão.
A NR-10 considera alta toda tesão superior a 1 kV em corrente alternada e 1,5 kV
em corrente contínua entre fase-fase ou fase e neutro.
10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com
alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como
zonas controladas e de risco, conforme Anexo I, devem atender ao disposto no item
10.8 desta NR.
O profissional para atuar em uma instalação energizada, deve atender a pelo
menos um dos quatro perfis profissionais: qualificado, habilitado, capacitado e
autorizado.
10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de
curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino.
A norma não entra em detalhes do curso e não especifica o que seria o sistema
oficial de ensino. Pode-se interpretar que o curso ou a instituição deva ter um
registro em órgão oficial, como o Ministério da Educação ou o Ministério do Trabalho
e Emprego.
61
10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente
qualificado e com registro no competente conselho de classe.
O trabalhador capacitado não necessita de nenhum pré-requisito, precisa somente
atender a duas condições simultaneamente: receber a capacitação e trabalhar sob
orientação de outro profissional, conforme o item 10.8.3.
10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes
condições, simultaneamente:
a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e
autorizado; e
b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.
O responsável pela capacitação deve ser um profissional habilitado e autorizado,
que também deve se responsabilizar pelo trabalhador capacitado durante a
execução de suas atividades. A capacitação somente terá validade para a empresa
que o capacitou e nas condições estabelecidas pelo profissional responsável pela
qualificação.
10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas
condições estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela
capacitação.
Para tornar-se um trabalhador autorizado, primeiramente o profissional deve ser
qualificado, ou habilitado, ou capacitado.
10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e
os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa.
10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de
segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em
suas proximidades, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações
estabelecidas no Anexo II desta NR.
Além da necessidade de possuir o curso básico, os profissionais que executem
atividades nas instalações energizadas de alta tensão devem realizar também o
curso complementar da NR-10, conhecido como curso do SEP. Em anexo
encontram-se os cursos básicos e SEP.
O item 10.7.3 explicita que não é permitida a execução de nenhum trabalho em uma
instalação elétrica energizada em alta tensão de forma individual.
10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles
executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados
individualmente.
As distribuidoras de energia elétrica utilizam muitos equipamentos e dispositivos
isolantes, entretanto nas subestações de consumidores e em suas atividades são
poucos os itens que se enquadram no tópico 10.7.8.
62
10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com
materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a
testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as
especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses,
anualmente.
Pode-se considerar que em toda subestação de consumidor devem existir, no
mínimo, os seguintes itens com isolação elétrica: luvas de borracha, bastão de
manobra, tapete de borracha e capacete de segurança. Estes itens devem ser
submetidos a testes periódicos para verificar a sua condição de isolação elétrica.
Para realizar essa verificação, deve ser utilizado o ensaio de tensão aplicada,
entretanto podem ser feitos outros testes, como, por exemplo, o teste de
estanqueidade da luva isolante para conferir se não há nenhum furo.
Algumas empresas não estão habituadas a realizar os ensaios de isolação elétrica
em outros equipamentos além da luva, porém como eles são dispositivos isolantes
que garantem a segurança dos profissionais que atuam nas instalações elétricas de
alta tensão e previstos no item 10.7.8 da NR-10 devem ser realizados.
63
13. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RURAIS
Um dos problemas mais frequentes e menos percebido nas edificações de
propriedades e empresas rurais, diz respeito às condições do sistema de
fornecimento e distribuição de energia elétrica.
Fios desencapados, emendas malfeitas, fiação exposta ao tempo, postes
inadequados, geradores e equipamentos elétricos próximos a materiais
combustíveis e inflamáveis, são apenas alguns exemplos deste problema.
Além da NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade, do
Ministério do Trabalho, onde encontramos as medidas preventivas à acidentes
envolvendo trabalhos com eletricidade, a NR 31, específica para trabalhos rurais,
também aborda este assunto no item 31.22 – Instalações Elétricas.
Com o aumento da automatização e uso mais constante de tecnologias no campo,
falhas no sistema elétrico podem gerar perdas significativas.
Como exemplo podemos analisar um sistema de cultivo hidropônico. Cultivo onde os
vegetais não têm contato com terra e retiram seus nutrientes diretamente da água.
Neste sistema a circulação da água, passando pelas raízes, deve ser constante e
isso é feito através de um sistema de bombas. Se este sistema falhar, e os vegetais
passarem horas sem sua fonte de nutrientes, podemos ter uma perda das hortaliças
mais sensíveis.
Outro exemplo que pode ser citado, são as frequentes instalações elétricas feitas
direto na madeira das edificações, sem isolação e cuidado necessário, o que
caracteriza um possível foco de princípio de incêndio.
Também há o caso dos postes de madeira que conduzem a fiação elétrica, que
podem cair por causa de ventanias e chuvas, e causar curto circuito e faíscas, que
ao entrar em contato com vegetação seca ou produtos inflamáveis, gera incêndios
de grande proporção, trazendo enorme prejuízo.
Algumas medidas simples e importantes que devem ser tomadas com relação as
instalações elétricas na propriedade rural:
 Manutenção constante do sistema elétrico e equipamentos, realizada por
profissional qualificado;
 Fornecimento de Equipamento de Proteção Individual – EPI, específicos para
trabalhos com eletricidade, aos trabalhadores que desempenham esta
função, bem como treinamento de segurança necessário para tal;
 As ferramentas usadas em trabalhos em redes energizadas devem ser
isoladas;
 Preferência no uso de postes de concreto para condução de fiação elétrica,
ao invés de troncos e postes de madeiras;
 Isolamento nos componentes elétricos para evitar choque e curtos circuitos;
 Aterramento dos sistemas e equipamentos elétricos;
 Não permitir acumulo de materiais combustíveis próximos a bombas,
geradores e quaisquer outros equipamentos elétricos que gerem calor;
 As instalações que estiverem em contato com a água devem ser blindadas,
estanques ou aterradas;
 Cercas elétricas devem ser instaladas e passar por constantes manutenções,
de acordo com instruções fornecidas pelo fabricante;
64

Proteger as edificações por sistema contra descargas atmosféricas (Pararaios).
São medidas de fácil execução, com custo baixo para sua implantação, e que
podem aumentar em muito a segurança dos colaboradores e da propriedade como
um todo.
65
14. CERCAS ELÉTRICAS
CERCAS ELÉTRICAS: USO URBANO
As cercas elétricas de uso urbano são utilizadas com um propósito básico: fornecer
segurança para propriedades residências ou comerciais. Isso se dá pelo uso de uma
cerca eletrificada que inibe a invasão de malfeitores no local que desejasse proteger,
ao apresentar o perigo de um choque elétrico no invasor.
Cerca elétrica residencial
Fonte: Excelente Informação – Cerca Elétrica (2012)
Para que a cerca elétrica seja utilizada, certas caraterísticas que devem ser
seguidas para garantir o correto funcionamento da mesma, conforme a seguir:
 O material dos fios condutores deve ser aço inoxidável, sendo estes os
responsáveis por aplicar o choque elétrico ao invasor;
 Recomenda-se que seja instalada em muros a partir de 2,1 metros de altura,
visando não permitir o contato acidental com a cerca elétrica;
 A cerca deve ser constituída de no mínimo 4 fios condutores, podendo chegar
a 6 e 8 fios. Além de garantir uma maior área de proteção, o uso de mais
condutores auxilia na visualização da presença da cerca elétrica, inibindo
invasores e evitando choques acidentais;
 Intervalo de pulso mínimo de 1,2 segundos e duração do pulso de 1 ms. Isso
garante que a pessoa que receba o choque o sinta de maneira forte e
desagradável, impeça a invasão, porém não cause a morte, pois devido ao
corte da corrente elétrica, a pessoa não fica grudada à fonte de energia, e
não sofre consequências mais graves. Essa é uma das características mais
importantes com relação à instalação de cercas elétricas, e que se não for
respeitada, pode causar a morte da pessoa que sofrer o choque elétrico.
As cercas elétricas utilizam tensões variando entre 8 KV e 11 KV, porém com
correntes baixas. Tais níveis de tensão são obtidos através de centrais de choque,
que recebem a tensão da rede e a transformam de acordo com a necessidade e a
corrente elétrica desejadas. A curta duração do pulso liberado permite que a
voltagem e a corrente máxima suportável pelo corpo de animais e seres humanos
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possa ser mais elevada do que a corrente e voltagem máxima em uma situação de
corrente contínua (baterias) ou alternada (rede elétrica).
Utiliza-se também baterias auxiliares para caso ocorra uma queda de energia, a
cerca elétrica não deixe de funcionar e a propriedade continua protegida. É possível
também acoplar sirenes às cercas para que um sinal sonoro seja emitido quando a
mesma seja acionada ou um condutor seja rompido. Para a mesma situação, é
possível acoplar dispositivos para que sejam enviadas mensagens SMS informando
sobre problemas ou toques na cerca elétrica.
Respeitar as recomendações técnicas auxilia na prevenção de acidentes com a
cerca elétrica, de modo que a mesma apenas seja acionada para o propósito
projetado: proteção da residência, sem danos letais. Porém, assim como as
recomendações técnicas devem ser respeitadas, a sinalização da presença de cerca
elétrica deve ser amplamente disponibilizada em toda a rede de cercas eletrificadas,
a cada 4 m de fio condutor. Existem diversos modelos de placas, conforme a figura
abaixo.
Sinalização de presença de cerca eletrificada
Fonte: TudoSEG (2012)
Além de proteger contra contatos acidentais, as placas de sinalização auxiliam na
inibição de invasores, pois permite visualizar à distância que a propriedade está
protegida. Se respeitadas as condições técnicas e a sinalização de segurança, a
cerca elétrica torna-se uma boa alternativa para inibir invasões de propriedades e
aumentar a segurança dos usuários.
Apesar de a NR 10 não possuir tópico específico para a utilização de cercas
elétricas, a ABNT elaborou em 2007 a norma ABNT NBR IEC 60335-2-76:2007 Aparelhos eletrodomésticos e aparelhos elétricos similares - Segurança Parte 2-76:
Requisitos específicos para eletrificadores de cerca. O escopo da norma trata da
segurança de eletrificadores de cerca, cuja tensão nominal não seja superior a 250V
e por meio dos quais os fios em cercas de propriedades agrícolas, cercas de
controle de animais selvagens e domésticos e cercas de segurança possam ser
eletrificados ou monitorados (ABNT, 2012). Portanto, esta norma regulamenta tanto
as cercas elétricas para regiões urbanas, quanto as propriedades rurais.
CERCAS ELÉTRICAS: USO RURAL
Além da segurança da propriedade, o proprietário visa também proteger seu
animais, e também impedir que os animais rompam as cercas e deixem a
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propriedade. A norma ABNT NBR IEC 60335-2-76:2007 regulamenta também o uso
das cercas em plantas rurais, além do uso residencial, conforme já citado nos
tópicos anteriores. Na Figura abaixo, observa-se o esquema de instalação de uma
cerca elétrica rural. O modo de instalação é o mesmo para uma cerca elétrica
residencial.
Instalação de cerca elétrica rural
Fonte: WalMur (2012)
As características das cercas elétricas rurais são similares às cercas elétricas
residenciais, porém as proporções diferenciadas, e há outros cuidados também,
conforme a seguir (WALMUR, 2012):
 Placas de sinalização devem ser colocadas a cada 25 m, informando que
trata-se de uma cerca eletrificada;
 Para evitar problemas com descargas atmosféricas, recomenda-se o uso de
para-raios, e não transitar perto das cercas elétricas em dias de temporal,
pois os cabos condutores podem receber as descargas;
 Recomenda-se manter a região da cerca elétrica livre de vegetações, pois ao
entrar em contato com a cerca devido ao vento ou outros fatores, provoca-se
o mesmo efeito que ocorreria caso um animal a tocasse, gastando mais
energia;
 Ambientar e treinar os animais: os animais são mantidos em uma área
cercada de tamanho pequeno onde são obrigados a manter contato com a
cerca e experimentar o desconforto do choque elétrico e aprendem a
perceber que ele provém da cerca;
 Aterramentos secundários devem ser realizados a cada 1.000 m.
Por fim, antes de instalar a cerca elétrica rural, deve-se levar em conta a espécie de
animal que permanecerá no cercado, e também a sua idade. Isso irá determinar a
disposição e o número de condutores que devem compor a cerca elétrica. Abaixo há
alguns esquemas de instalação, de acordo com as características do animal.
68
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15. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
Análises de acidentes do trabalho fatais no Rio Grande do Sul: a experiência
da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador – SEGUR. – Porto Alegre:
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul.
Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador/SEGUR, 2008
ABNT. NBR IEC 60335-2-76:2007 - Aparelhos eletrodomésticos e aparelhos
elétricos similares - Segurança Parte 2-76: Requisitos específicos para
eletrificadores de cerca. http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=1576
Eletricidade Básica. COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO
DO SETOR ELÉTRICO NO ESTADO DE SÃO PAULO – CPN – Manual de
treinamento curso básico segurança em instalações e serviços com
eletricidade - NR 10
NR-10 Guia Prático de Análise e Aplicação. Benjamim F. Barros et. al., São
Paulo: Érica 2010
Segurança em Eletricidade. Fundacentro, 1980
Segurança Industrial e Saúde. Raul Peragallo Torreira, São Paulo: Libris, 1997
O risco ambiental representado por campos eletromagnéticos em áreas de
exclusão social em Presidente Prudente (SP), Encarnita SALAS MARTIN &
Eduardo KOITI TANAKA, http://revista.fct.unesp.br/index.php/topos/article/viewFile/2289/2094
Como manter instalações elétricas provisórias seguras em canteiros de obras.
GONZALEZ CÁCERES, João Rafael http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/intseg.pdf
Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações.
Editoração
e
Revisão:
Editora
Prominas
e
Organizadores
www.ucamprominas.com.br
TUDOSEG. Sinalização de cerca elétrica.
http://www.tudoseg.com.br/369212/Placa-de-aviso-para-cerca-eletrica-8x11cm
WALMUR.
Manual
de
cercas
elétricas.
Disponível
em:
http://www.camposecarrer.com.br/cerca_manual/manualCercasAlta.pdf>
Acesso em: 29/06/2012.
70
<
ANEXOS
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TREINAMENTO
CURSO BÁSICO – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM
ELETRICIDADE
I - Para os trabalhadores autorizados: carga horária mínima – 40h:
Programação Mínima:
1. introdução à segurança com eletricidade.
2. riscos em instalações e serviços com eletricidade:
a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos;
b) arcos elétricos; queimaduras e quedas;
c) campos eletromagnéticos.
3. Técnicas de Análise de Risco.
4. Medidas de Controle do Risco Elétrico:
a) desenergização.
b) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário;
c) equipotencialização;
d) seccionamento automático da alimentação;
e) dispositivos a corrente de fuga;
f) extrabaixa tensão;
g) barreiras e invólucro
h) bloqueios e impedimento
i) obstáculos e anteparos
j) isolamento das parte
k) isolação dupla ou re
l) colocação fora de alcance
m) separação elétrica.
5. Normas Técnicas Brasileiras – NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039 e
outras;
6. Regulamentações do MTE:
a) NRs;
b) NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade);
c) qualificação; habilitação; capacitação e autorização.
7. Equipamentos de proteção coletiva.
8. Equipamentos de proteção individual.
9. Rotinas de trabalho – Procedimentos.
a) instalações desenergizadas;
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b) liberação para serviços;
c) sinalização;
d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento;
10. Documentação de instalações elétricas.
11. Riscos adicionais:
a) altura;
b) ambientes confinados;
c) áreas classificadas;
d) umidade;
e) condições atmosféricas.
12. Proteção e combate a incêndio
a) noções básicas;
b) medidas preventivas;
c) métodos de extinção;
d) prática;
13. Acidentes de origem elétrica:
a) causas diretas e indiretas;
b) discussão de casos;
14. Primeiros socorros:
a) noções sobre lesões;
b) priorização do atendimento;
c) aplicação de respiração artificial;
d) massagem cardíaca;
e) técnicas para remoção e transporte de acidentados;
f) práticas.
15. Responsabilidades.
73
CURSO COMPLEMENTAR – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE
POTÊNCIA (SEP) E EM SUAS PROXIMIDADES.
É pré-requisito para frequentar este curso complementar, ter participado, com
aproveitamento satisfatório, do curso básico definido anteriormente.
Carga horária mínima – 40h
I - Programação Mínima:
1. Organização do Sistema Elétrico de Potencia – SEP.
2. Organização do trabalho:
a) programação e planejamento dos serviços;
b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações;
d) métodos de trabalho; e
e) comunicação.
3. Aspectos comportamentais.
4. Condições impeditivas para serviços.
5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*):
a) proximidade e contatos com partes energizadas;
b) indução;
c) descargas atmosféricas;
d) estática;
e) campos elétricos e magnéticos;
f) comunicação e identificação; e
g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.
6. Técnicas de análise de Risco no S E P (*)
7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão. (*)
8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)
a) em linha viva;
b) ao potencial;
c) em áreas internas;
d) trabalho a distância;
e) trabalhos noturnos; e
f) ambientes subterrâneos.
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação,
verificação, ensaios) (*).
10. Sistemas de proteção coletiva (*).
11. Equipamentos de proteção individual (*).
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12. Posturas e vestuários de trabalho (*).
13. Segurança com
equipamentos(*).
veículos
e
transporte
de
pessoas,
materiais
e
14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*).
15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*).
16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de
acidentados (*).
17. Acidentes típicos (*) – Análise, discussão, medidas de proteção.
18. Responsabilidades (*).
(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para
as condições de trabalho características de cada ramo, padrão de operação,
de nível de tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição
especial de atividade, sendo obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento
técnico do trabalhador.
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