MULTIDIMENSÃO E TERRITÓRIOS DE RISCO (Resumos) III Congresso Internacional I Simpósio Ibero-Americano VIII Encontro Nacional de Riscos Guimarães 2014 Título: Multidimensão e Territórios de Risco (Resumos) Editor: ©RISCOS – Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança Coordenador Editorial: Luciano Lourenço Composição: Sandra Oliveira e Fernando Félix ISBN: 978-989-96253-4-1 NOTA DE ABERTURA III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Este terceiro Congresso Internacional de Riscos ficará marcado, de forma indelével, pela personalidade algo controversa e pela figura carismática do Prof. Doutor António de Sousa Pedrosa, fundador da RISCOS seu associado n.º 3, por ele ter levada para a Uberlândia (Minas Gerais-Brasil), onde leccionava na UFU - Universidade Federal de Uberlândia, a realização deste Congresso, inicialmente previsto para 20 a 23 de novembro de 2013. Infelizmente, uma terrível doença, que se agudizou na fase crucial da organização do Congresso, impediu-o de dar o seu contributo à Comissão Organizadora, tendo esta decidido adiar a essa realização, na expectativa de rápida melhoria do Prof. Pedrosa, mas que, por tardar, acabou mesmo por levar ao cancelamento do evento. Face a esta situação e muito lamentando todos os contratempos e transtornos ocasionados aos muitos palestrantes nele inscritos, ouvimos o Prof. Pedrosa e foi decidido trazer para Portugal a realização deste III Congresso, admitindo que entretanto ele recuperaria a sua saúde e poderia organizar o próximo. De facto, tudo levava a crer que assim sucederia, pois disponibilizou-se a proferir uma conferência e a participar ativamente nas diferentes sessões temáticas, onde, individualmente e em coautoria, se preparava para apresentar oito comunicações. Depois, quando menos se esperava, em plenas férias de verão, chegou-nos a terrível notícia do seu falecimento, razão pela qual, no espaço prevista para a sua conferência, lhe será feita uma homenagem, mencionando não só o seu papel enquanto Geógrafo, mas também o seu papel enquanto fundador da RISCOS e da revista Territorium. E, por falar na revista, também o seu Diretor, Prof. Doutor Fernando Rebelo, outro associado fundador da RISCOS e que deveria presidir ao lançamento do número 21, relativo a 2014, bem como proferir uma conferência no Congresso, por ter sido alvo de uma intervenção cirúrgica delicada, encontra-se em convalescença, pelo que também não nos poderá dar o seu avisado contributo, participando no Congresso, escrevia no passado dia 1 de outubro, quando redigi esta nota. Mal poderia imaginar que, dias depois, mais precisamente no dia 9, ele viria a falecer. Num curto espaço de tempo, a RISCOS perdeu dois dos seus associados fundadores e duas das suas pedras basilares, razão pela qual lhes estava reservada importante atividade em termos deste Congresso e que obrigou a acertos de programa de última hora. Depois destes prolegómenos pouco auspiciosos para a RISCOS, é agora tempo de, em nome da Comissão Organizadora do Congresso, lhes dar as boas vindas à cidade de Guimarães, cujo Centro Histórico é desde 2001 Património Mundial da Humanidade, bem como à sua Universidade e ao III Congresso Internacional de Riscos, que decorre em simultâneo com o I Simpósio Ibero-Americano de Riscos, um novo ponto de encontro criado especificamente para permitir estreitar e reforçar as ligações que, entretanto, foram sendo estabelecidas entre investigadores dos diferentes países pertencentes a estas duas comunidades, bem como com o Encontro Nacional de Riscos, particularmente vocacionado para tratar de casos portugueses. Esta importante reunião científica foi, uma vez mais, organizada pela RISCOS, desta vez em estreita colaboração com o Departamento de Geografia da Universidade do Minho e conta com a participação de 189 comunicações, sendo 133 orais e 56 em forma de poster. O elevado número de trabalhos apresentados é, por si só, sinal de que esta reunião científica se justifica e faz sentido, começando a transformar-se no “ponto de encontro” onde se cruzam especialistas dos vários saberes, com diferentes sensibilidades resultantes das suas vivências individuais, não só para apresentar os resultados da sua investigação, mas também para discutir problemas e procurar encontrar soluções para mitigar as manifestações dos diferentes tipos de riscos. 5 | Nota de abertura III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 Todavia, se esta numerosa participação é elucidativa, também tem o inconveniente de nos obrigar a reduzir o tempo disponível para as apresentações. No entanto, a sua maior divulgação foi prevista e está assegurada, quer através da publicação digital dos resumos alargados, quer através da disponibilização destes no website da RISCOS, o que lhe confere o acesso a partir de qualquer parte do mundo. Além disso, é ainda possível submeter à revista Territorium versões mais alargadas dos trabalhos apresentados, depois de transformados em artigo científico, o que lhes permitirá outro tipo de divulgação. Acresce que os tempos livres constantes do programa podem também ser aproveitados, pois constituem a mais excelente oportunidade para troca de opiniões e esclarecimento de dúvidas que, porventura, tenham sido suscitadas pelas apresentações. Estamos certos de que esta iniciativa contribuirá para uma frutuosa troca de ideias e de conhecimentos no âmbito das “Ciências Cindínicas”, bem como para a sua aplicação nos múltiplos e variados cenários desde a análise de riscos à gestão de catástrofes. Por fim, sairão reforçados os contactos institucionais entre diversos organismos da comunidade internacional, em particular da lusófona e ibero-americana, as mais representativas, mas também da francófona, que aumentou consideravelmente em relação ao anterior Congresso, a par do fortalecimento dos laços pessoais entre investigadores e operacionais que se preocupam com a nossa segurança, individual e coletiva. Coimbra, 15 de outubro de 2014 Luciano Lourenço Presidente da Comissão Organizadora 6 | Welcome note ORGANIZAÇÃO III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Comissão Científica Adélia Nunes Comissão Universidade deCientífica Coimbra, Portugal Aline Meiguins de Lima Universidade do Estado do Pará, Brasil Ana Cristina Meira da Silva e Castro Instituto Superior de Engenharia do Porto, Portugal Ana Monteiro Universidade do Porto, Portugal António Batista Vieira Universidade do Minho, Portugal António Bento Gonçalves Universidade do Minho, Portugal António Duarte Amaro Escola Superior de Saúde, Alcoitão, Portugal António Manuel Lopes Universidade de Lisboa, Portugal António Sousa Pedrosa Universidade Federal da Uberlândia, Brasil Carla Juscélia Oliveira Souza Univ. Federal de São João del Rei, Brasil Carmen Diego Gonçalves Universidade de Lisboa, Portugal Carmen Ferreira Universidade do Porto, Portugal David N. Petley Universidade de Durham, Reino Unido Fantina Tedim Universidade do Porto, Portugal Fernando Rebelo Universidade de Coimbra, Portugal Francisco Costa Universidade do Minho, Portugal 9 | Organização III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 Francisco Díaz-Fierros Universidade de Santiago de Compostela, Espanha Guillermo Julio Universidade do Chile Humberto Varum Universidade de Aveiro, Portugal Isabel Margarida Antunes Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal Jorge Olcina Cantos Universidade de Alicante, Espanha José António Vega Centro de Investigación Forestal de Lourizán, Espanha Jurandyr Sanches Ross Universidade de São Paulo, Brasil Luciano Lourenço Universidade de Coimbra, Portugal Lúcio Cunha Universidade de Coimbra, Portugal Luiz Antonio Oliveira Universidade Frederal da Uberlândia, Brasil Margarida Queirós Universidade de Lisboa, Portugal Maria José Roxo Universidade Nova de Lisboa, Portugal Mário Talaia Universidade de Aveiro, Portugal Miguel Tato Diogo Universidade Fernando Pessoa, Portugal Norma Valencio Universidade Federal de São Carlos, Brasil Paula Remoaldo Universidade do Minho, Portugal Pilar Paneque Salgado Universidad Pablo Olavide – Sevilha, Espanha Ricardo Alvarez Universidade Atlântica Florida, EUA Romeu Vicente Universidade de Aveiro, Portugal Samuel do Carmo Lima Universidade Frederal da Uberlândia, Brasil Twan Brinkhof Union of Dutch Waterboards – Holand, Países Baixos Victor Quintanilla Universidade de Santiago do Chile, Chile Xavier Ubeda Cartañà Universidade de Barcelona, Espanha Yvette Veyret Université de Paris X, França 10 | Organization III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Comissão Organizadora Prof. Doutor Luciano Lourenço Universidade de Coimbra, RISCOS, CEGOT (Presidente) Comissão Organizadora Prof. Doutor António Bento Gonçalves Universidade do Minho, RISCOS, CEGOT (Coordenador) Prof. Doutor António Vieira Universidade do Minho, RISCOS, CEGOT (Coordenador) Prof. Doutora Adélia Nunes Universidade de Coimbra, RISCOS, CEGOT Prof. Doutor António Duarte Amaro Escola Superior de Saúde de Alcoitão, RISCOS Prof. Doutor Francisco Costa Universidade do Minho, RISCOS, CEGOT Doutora Sandra Oliveira NICIF, Universidade de Coimbra, RISCOS Dr.ª Flora Ferreira Leite FCT, Universidade do Minho, RISCOS, CEGOT Dr. Fernando Félix NICIF, Universidade de Coimbra, RISCOS Secretariado Dr.ª Sofia Fernandes NICIF, Universidade de Coimbra Dr.ª Sofia Bernardino PROGRAMA Secretar NICIF, Universidade de Coimbra iado GeoPlanUM, Universidade do Minho 11 | Organização PROGRAMA III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 5 de novembro de 2014 08:30 Abertura do secretariado. Distribuição de documentação 09:00 Sessão de Abertura 09:30 Conferência de Abertura: Riscos climáticos no Brasil, pelo Prof. Doutor João Lima Sant’Anna Neto, Coordenador da Área de Geografia - Capes e Professor Titular do Departamento de Geografia UNESP/Presidente Prudente 10:30 Lançamento da Revista Territorium 10:45 Intervalo 11:15 Sessões Paralelas: Painel 1- Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco Painel 2- Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos Painel 4- Aplicação do planeamento/planejamento e ordenamento do território à gestão de riscos Painel 5- Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil 13:00 Almoço 14:30 Conferência: Risco, Perigo e Crise. A trilogia base na definição dum modelo conceptual-operacional pelo Prof. Doutor Luciano Lourenço, Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade de Coimbra 15:00 Mesa redonda “DFCI – o último ano de atividades” 16:30 Intervalo 16:45 Sessões Paralelas: Painel Painel Painel Painel 1- Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco 2- Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos 3.2- Riscos climáticos e hidrológicos 4- Aplicação do planeamento/planejamento e ordenamento do território à gestão de riscos 18:45 Fim dos trabalhos do 1.º dia 20:30 Jantar do Congresso (Restaurante Paraxut, Praça de Santiago) 14 | Programme III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de Novembro de 2014 6 de novembro de 2014 09:00 Sessões Paralelas: Painel 3.1- Riscos geológicos e geomorfológicos Painel 3.2- Riscos climáticos e hidrológicos Painel 3.3- Riscos ambientais e saúde Painel 3.4- Riscos tecnológicos e desenvolvimento 10:45 Intervalo 11:00 Posters 11:30 Sessões Paralelas: Painel 3.1- Riscos geológicos e geomorfológicos Painel 3.2- Riscos climáticos e hidrológicos Painel 3.3 -Riscos ambientais e saúde Painel 4- Aplicação do planeamento/planejamento e ordenamento do território à gestão de riscos 13:15 Almoço 14:30 Homenagem: Homenagem aos Profs. António Pedrosa e Fernando Rebelo 15:00 Sessões Paralelas: Painel 3.2- Riscos climáticos e hidrológicos Painel 3.3- Riscos ambientais e saúde Painel 3.5- Riscos sociais no contexto de crise global Painel 3.6- Riscos dendrocaustológicos (incêndio florestal) 16:45 Intervalo 17:00 Sessões Paralelas: Painel 3.2- Riscos climáticos e hidrológicos Painel 3.5- Riscos sociais no contexto de crise global Painel 3.6- Riscos dendrocaustológicos (incêndio florestal) Painel 5- Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil 18:30 Encerramento 19:00 Verde de Honra (Paço dos Duques) 7 de novembro de 2014 08:45 Viagem de estudo: Manifestação de Riscos no NW de Portugal 15 | Programa CONFERÊNCIAS III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 João Lima Sant’Anna Neto BIOGRAFIA Licenciado e Bacharel em Geografia (1980), é Mestre (1990) e Doutor (1995) em Geografia Física pela Universidade de São Paulo. É Livre Docente (2001) e Professor Titular (2008) pela Universidsade Estadual Paulista, onde leciona no Departamento de Geografia nos cursos de graduação e pósgraduação. Realizou estágios de pós doutorado na Universidade de Rovira e Virgili e na Universidade de Barcelona na Espanha, na Universidade do Porto, em Portugal e na Université Rennes2, na França. Foi presidente da Associação Brasileira de Climatologia e editor da Revista Brasileira de Climatologia. È membro do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e secretário da Associação nacional de Pós-graduação em Geografia (ANPEGE). Foi coordenador da área de Geografia na Capes, Ministério da Educação. Tem como objeto de pesquisa a variabilidade e as mudanças climáticas e seus impactos socioespaciais, notadamente em áreas urbanas tropicais. Publicou cerca de 120 artigos em periódicos e capítulos de livros, além de uma dezena de livros (autoria e co-autoria), entre eles “O Pantanal” (1995), “Variabilidade e Mudanças Climáticas” (2000), “Os Climas das Cidades Brasileiras” (2001), “Public policy, mitigation and adaptation to climate change in South America” (2009), “Uma Geografia em Movimento” (2010) e, “Climatologia Urbana e Regional” (2013). É membro do conselho editorial de diversas revistas científicas, nacionais e internacionais. Orientou mais de 30 teses e dissertações. Atualmente é coordenador do Grupo de Pesquisa GAIA e coordena projetos de pesquisa em climatologia geográfica. 19 | Conferências III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 RISCOS CLIMÁTICOS NO BRASIL João Lima Sant’Anna Neto Departamento de Geografia, Grupo de Pesquisa GAIA, FCT/UNESP Presidente Prudente. [email protected] RESUMO Este artigo discute a natureza dos eventos climáticos extremos e suas dimensões sociais. A complexidade do conceito de risco permite que este seja abordado por diferentes matizes analíticos, como as concepções que privilegiam a abordagem sobre a natureza violenta dos fenômenos naturais, a identificação do grau de vulnerabilidade dos grupos sociais, e a percepção do perigo iminente por parte dos indivíduos. A produção do espaço, notadamente nos países emergentes, como é o caso do Brasil, segue a lógica da reprodução capitalista, geradora de espaços segregados. Longe de se produzir uma prática que respeite e se adapte às condições ambientais, as contradições inerentes a este processo resultam em impactos aos quais determinados grupos sociais são altamente sensíveis, tornando estas desigualdades ainda mais agudas. Nesta perspectiva, tem-se que admitir que o risco climático possa ser também, interpretado como uma construção social. É por esta matriz analítica que este artigo aborda o problema dos riscos climáticos no Brasil, à partir da confluência entre a dinâmica da natureza e as diferenciações socioespaciais, mediadas pela produção desigual do espaço geográfico. A ocorrência dos tipos de eventos e desastres climáticos é bastante variada, porém, é possível distinguir dois grandes grupos. De um lado, estão os territórios que são afetados por processos de elevada magnitude, contra os quais, mesmo no atual estágio de desenvolvimento tecnológico, pouco há a fazer, a não ser, buscar medidas de prevenção para minimizar seus impactos. São espaços localizadas em áreas em que o nível do mar está subindo, ou aqueles afetados por ciclones tropicais. Por outro lado, a maior parte do território são afetados por fenômenos climáticos de natureza sazonal ou interanual, de magnitude menor que propiciam medidas mitigatórias de adaptação e interferência humana na resolução ou na minimização de seus impactos. É o caso das áreas afetadas pelas enchentes, inundações, secas, ondas de calor ou de frio. Nestas, a vulnerabilidade em que se encontra grande parte de seus moradores é que agrava o impacto dos eventos extremos, portanto, a natureza do evento é essencialmente social e econômica. Como as áreas urbanas localizadas em países de economia periférica não apresentam infraestrutura adequada e o poder público não tem o controle do uso do solo, a integridade do sistema fica comprometida, daí o termo - territórios enfermos, pois se trata de espaços doentes do ponto de vista do desequilíbrio entre o ambiente e as práticas sociais. A perspectiva utópica de transformá-los em territórios saudáveis passa, em primeiro lugar, pela ação do estado, como planejador, organizador e gestor do espaço urbano, em associação com o poder local e com a participação das sociedade civil, no processo de reordenamento do território. Os territórios saudáveis não estarão isentos de sofrerem impactos climáticos extremos, porém, as ações mitigatórias, os sistemas de proteção e a prevenção, ou seja, a prevalecença do meio técnico-científicoinformacional deverão ser eficientes como políticas de bem estar. O desafio está em combinar o interesse, a vontade e a capacidade dos agentes e atores sociais em transformar os territórios em ambientes de bem estar e qualidade vida a todos os seus habitantes, ou seja, se trata de uma questão que só se resolve politicamente. 20 | Conferences III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Luciano Fernandes Lourenço BIOGRAFIA Bacharel em Geografia (1978), Licenciado em Geografia (1979) e Doutorado em Geografia Física (1997) pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é Professor Associado com Agregação no Departamento de Geografia dessa Faculdade. Atualmente desempenha funções de Diretor do Departamento e do Curso de Geografia, de Membro do Conselho Científico, de Coordenador do Grupo 1-Natureza e dinâmicas ambientais, do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) e de Diretor do Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais (NICIF), da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Fundador e Presidente da Direção da RISCOS – Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, é Coordenador do Conselho de Redação da sua revista Territorium e Diretor dos Cadernos de Geografia, bem como de Folha Viva, um periódico trimestral, com 62 números publicados. Coordena a equipa de investigação portuguesa do projeto internacional PREFER—Space-based Information Support for Prevention and REcovery of forest Fires Emergency in the mediteRranean area (FP7-SPACE-2012-1) e, anteriormente, coordenou outras equipas de investigação portuguesas em mais cinco projetos internacionais. Há mais de 20 anos que é Coordenador Nacional do PROSEPE - Projeto de Sensibilização e Educação da População Escolar e, além deste, coordenou mais 15 projetos de cariz nacional, dos quais se destaca um desenvolvido através da RISCOS, denominado CP-REFER–As ignições de incêndios florestais com origem em linhas de caminho-de-ferro, e desenvolvido no âmbito do Forest Focus C-Studies. De entre os diversos cargos que desempenhou, salientam-se alguns dos mais relacionados com riscos, designadamente Diretor-Geral da Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais (2004 a 2006), Membro da Autoridade Nacional para os Incêndios Florestais (2005), Membro da Comissão de Acompanhamento do Ministério da Administração Interna para implementação das medidas contidas no Livro Branco sobre os Incêndios Florestais do Verão de 2003 (Dezembro de 2003 a Julho de 2004), Membro da Comissão de Acompanhamento do Ministério da Administração Interna para implementação da nova legislação do sector dos bombeiros (2001), Conselheiro Superior de Bombeiros (1997 a 2000) e Presidente da Direção da Escola Nacional de Bombeiros (1997 a 2002). Mais de 300 títulos publicados, entre livros, capítulos de livros, artigos em revistas científicas nacionais e internacionais, atas de congressos em Portugal e no estrangeiro, relatórios técnicos, livros-guia de viagens de estudo, edições pedagógicas e de divulgação, dão bem conta da sua vasta produção científica e que não é impeditiva do exercício de outras funções, como sejam as de avaliador de projetos científicos internacionais, de consultor científico de uma dúzia de revistas, a maior parte delas internacionais, de coordenador de mais de meia centena de publicações e de membro de quinze associações científicas, nacionais e internacionais. Luciano Fernandes Lourenço 21 | Conferências III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 RISCO, PERIGO E CRISE. A TRILOGIA BASE NA DEFINIÇÃO DUM MODELO CONCEPTUAL-OPERACIONAL Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO As análises de risco só se justificam porque, quando eles se manifestam, acarretam consequências que podem causar danos mais ou menos avultados. Daqui decorre que, por um lado, podem ou não manifestar-se, o que leva a que o risco seja potencial, o que permite distingui-lo do perigo, por este ser real. Por outro lado, as consequências que resultam de cada manifestação, ou seja das crises, podem ser hierarquizadas em função dos danos causados, o que permite considerar crises com diferentes magnitudes. Neste contexto, o modelo que se apresenta tem como ponto de partida a manifestação do risco, que, assim, corresponde à situação de perigo, o que faz situar o risco a montante, como probabilidade de ocorrência de qualquer manifestação, do mesmo modo que a crise, propriamente dita e desencadeada na sequência dessa manifestação, se situará a jusante. Deste modo, o modelo que se apresenta, além de enquadrar e hierarquizar diferentes conceitos, alguns dos quais umas vezes são usados como sinónimos e, noutras circunstâncias, com significados pouco claros, procura também ter em conta a sua aplicação operacional, traduzida quer em termos de prevenção, quando aplicado ao riscos, quer em termos de resposta às situações de urgência que decorrem das crises. Palavras-chave: Teoria do risco, conceptualização, socialização, observação, reação. 22 | Conferences ‘IN MEMORIAM’ III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 António Pedrosa (1958-2014) Francisco da Silva Costa Departamento de Geografia e CEGOT, Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho [email protected] António Sousa Pedrosa nasceu a 9 Maio de 1958 em Perosinho, uma freguesia do concelho de Vila Nova de Gaia. Em 1977, entrou no curso de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde obteve a licenciatura em Geografia, quatro anos mais tarde, com o trabalho final intitulado “Bacia hidrográfica do rio Vizela: análise de índices morfométricos”. Nesta altura são claras as suas aptidões científicas pela geografia física, o que aliás se confirmou quando, já como assistente estagiário, iniciou os trabalhos sobre as vertentes da área de S. Miguel-o-Anjo, sob a orientação do Prof. Doutor Fernando Rebelo. Em 1988, António Pedrosa, prestou provas públicas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica em Geografia, ano em que tive o privilégio de o conhecer enquanto professor das aulas práticas de Geografia Física. Aulas dadas ao sábado de manhã, em que os alunos, mesmo após algumas noites mal dormidas, compareciam e se empenhavam. Foi durante esse semestre que aprendemos a trabalhar em cartografia e a entender a importância da análise de índices morfométricos para o estudo de bacias hidrográficas. Durante a minha licenciatura, foram várias as visitas de estudos e saídas de campo que nos abriram os horizontes para a geografia física e, particularmente, para a geomorfologia. Recordo, com particular nostalgia, a viagem de carro que fizemos até Stará Lesná, na exChecoslováquia, para participarmos no Simpósio “Time, Frequency and Datting in Geomorphology”, na Academia de Ciências Eslovaca, dois anos após ter terminado o curso. No ano seguinte (1993), António Pedrosa defendeu a Dissertação de Doutoramento em Geografia Física, intitulada “Serra do Marão: Estudo de Geomorfologia”, orientada pelo Professor Fernando Rebelo. Dado que nessa altura vivia em Amarante, foram muitas as idas ao campo com ele, para observar e aplicar várias técnicas de geomorfologia em muitos locais da serra do Marão. Ainda me recordo dos dias de frio extremo no Alto de Velão (a 914 metros de altitude, já no parque natural do Alvão), a observar diversos processos de meteorização, intensificados pelas temperaturas negativas, ou a fazer medições em blocos de granito na vertente ocidental e muito declivosa da ribeira de Lagido, bem visível para quem fizer o IP4. 25 | ‘In Memoriam’ III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 “Serra do Marão: Estudo de Geomorfologia” foi um trabalho inovador, já que engloba de forma integrada na sua investigação, temas como o periglaciarismo e os processos erosivos associados à cartografia de Riscos, o que aliás reflete claramente a influência do Professor Fernando Rebelo na sua orientação. Um ano depois é integrado no Gabinete de Estudos de Desenvolvimento e Ordenamento do Território (GEDES) como membro dessa Unidade de Investigação. Na mesma altura, assumiu a vice-presidência do Conselho Diretivo da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, cargo que coincidiu com o período em que se iniciou a primeira edição do curso de mestrado em Geografia “Dinâmicas Espaciais e Ordenamento do Território” (1995-97) e no qual nos reencontrámos, após o seu convite e insistência para a minha inscrição no mesmo. Foi neste âmbito que, nessa altura, António Pedrosa me envolveu num protocolo de cooperação entre a Universidade do Porto e o Russian State Hydrometeorological e que nos permitiu estar dez dias em Sao Petersburg, em Junho de 1997. Na sequência da sua orientação, voltámos a trabalhar sobre o tema dos processos morfogenéticos em Amarante, com particular incidência sobre as cheias e o risco de inundação na sua área urbana. Fortemente envolvido na orientação de vários alunos do mestrado em Geografia, António Pedrosa iniciou colaborações com outros cursos, sendo de destacar a pós-graduação em Estudos Africanos e, de forma mais pontual, com a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Em 1997, assumiu a coordenação do projeto de pesquisa “Processos erosivos no Norte de Portugal”, no qual envolveu vários colegas e alunos da pós-graduação, com especial incidência na análise e quantificação destes processos em áreas graníticas. Em 2000, tornou-se membro e investigador do Centro Português de Estudos do Sudeste Asiático, que manteve até 2006 e, um ano mais tarde, vinculou-se à Associação Portuguesa de Geomorfólogos (APGEOM) e participou nos vários eventos científicos que esta desenvolveu. Durante o ano de 2001, tornei-me o primeiro aluno a ser orientado por António Pedrosa para a obtenção do doutoramento em Geografia Física e Estudos Ambientais, pela Universidade do Minho. Lançou nessa altura o mestrado em Gestão de Riscos Naturais, do qual foi Coordenador do curso até 2007. Neste período de grande atividade, António Pedrosa participou em várias iniciativas de I&D das quais destacamos o projeto NOÉ (2004 – 2007), no âmbito do Programa Interrreg, com a finalidade de estabelecer medidas de proteção para o património cultural face aos riscos naturais e o projeto RNT “Sistema de prevenção e atuação em situações de emergência provocadas por riscos naturais e tecnológicos” (2005 – 2008), ambos apoiados pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. É clara, nessa altura, a grande proximidade científica ao tema dos riscos naturais que, aliás, é demonstrada com mais uma colaboração pedagógica, no quadro do curso de pós-graduação de “Ensino, Tradução e Terminologia”, onde irá lecionar o seminário “Catástrofes e Riscos Naturais” durante o segundo semestre de 2004. Em abril desse ano, António Pedrosa apresentou provas para obtenção de título de Agregado do Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, na disciplina de Geomorfologia, com a lição síntese intitulada “Deslizamentos e fluxos de detritos: conceitos, tipologias e causas”, tendo sido aprovado por unanimidade. Tornou-se membro fundador da RISCOS, Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, sendo seu vice-presidente entre 2004 e 2012. Ocupa um lugar de destaque na revista “Territorium”, desde o seu primeiro número, tendo passado por cargos como diretoradjunto, membro dos conselhos científico e de redação e da comissão editorial, onde, aliás, publicou vários artigos como autor e co-autor. 26 | ‘In Memoriam’ III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Em 2005 foi docente no mestrado em Geografia Física e Estudos Ambientais, onde apresentou vários seminários sobre riscos naturais e convidou vários especialistas sobre esta temática em visitas de estudos de enorme interesse. Foi membro fundador do CEDTUR - Centro de Estudos de Dinâmicas Territoriais e Desenvolvimento Turístico, do Instituto Superior da Maia (ISMAI), com o qual desenvolveu várias atividades a partir de 2009. Nesta altura, outros domínios da geografia interessavam ao António Pedrosa, com especial realce para a paisagem e o património cultural que ambos abraçámos. Foi nesta sequência que se tornou coordenador do Grupo de Geografia do projeto Dourointur, desenvolvido pelo Gene.t - Grupo empreendedor de novas estratégias territoriais. A partir de 2010, António Pedrosa iniciou uma nova etapa da sua vida académica. Mudou-se para Uberlândia, onde auferiu de uma bolsa como professor visitante, no Instituto de Geografia da respetiva Universidade Federal (UFU). Tornou-se investigador do Laboratório de Geomorfologia e Erosão dos Solos (LAGES) e acabou por se instalar, de forma definitiva na UFU, na condição de professor titular. Neste cargo que ocupou até ao fim da sua vida, lecionou várias disciplinas de geografia física, associadas à análise da paisagem e à gestão de riscos naturais, e a desenvolver várias linhas de investigação, destacando-se o projeto onde esteve mais envolvido “Comunidades vulneráveis e territórios em reconversão no roteiro da Missão Cruls.”. Durante este período, António Pedrosa manteve a sua ligação ao Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), como investigador, tendo estabelecido inúmeras atividades com colegas da Universidade do Minho e da Universidade de Coimbra. É neste contexto que recordo e guardo na minha memória, um dos últimos reencontros, na Universidade Federal de Manaus, em 2012, onde tivemos a oportunidade de confraternizar durante o VII Seminário Latino-Americano de Geografia Física. António Pedrosa foi um geógrafo de “corpo inteiro”, dedicado e sensível às questões atuais da geografia física e deixa uma obra que, certamente, não só será recordada, mas também se tonará um incentivo para os estudantes de geografia, quer de Portugal, quer do Brasil. 27 | ‘In Memoriam’ III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Fernando Rebelo (1943-2014) Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] O Doutor Fernando Manuel da Silva Rebelo, Professor Catedrático jubilado do Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, nasceu em Espinho, a 16 de Setembro de 1943 e fez os seus estudos primários e secundários no Porto. Em 8 de Fevereiro de 1966, licenciou-se em Geografia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com 17 valores, após a defesa de uma Dissertação intitulada “Vertentes do Rio Dueça”, que, no ano seguinte, veio a ser publicada no Boletim do Centro de Estudos Geográficos de Coimbra. Após uma breve passagem pelo ensino secundário particular, em Leiria, nos anos lectivos de 1964/65 e de 1965/66, começou a sua carreira docente universitária no dia 1 de Junho de 1966, como Assistente Eventual da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, carreira logo interrompida pela prestação do serviço militar obrigatório (de 12 de Setembro de 1966 a 30 de Novembro de 1969). Nessa época (anos letivos de 1967/68 e 1968/69), voltou a desempenhar funções no ensino secundário particular, em Lisboa. Doutorou-se em Geografia Física pela Universidade de Coimbra, em 24 e 25 de Julho de 1975, com a classificação de “Aprovado com distinção e louvor”, por unanimidade dos membros do júri, na sequência da defesa da Dissertação intitulada Serras de Valongo- Estudo de Geomorfologia (publicada pela FLUC, como Suplemento da Biblos) e de um Projeto de Investigação intitulado “Os Processos Erosivos Actuais no Litoral Norte e Centro de Portugal”. Professor Auxiliar, além do quadro, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra desde 28 de Novembro de 1975, prestou provas públicas para Professor Extraordinário da mesma Faculdade nos dias 6 e 7 de Novembro de 1978 e, sendo provado, veio a tomar posse do lugar no dia 1 de Fevereiro de 1979. Extinta a categoria de Professor Extraordinário (Lei 19/80, de 16 de Julho), passou a Professor Catedrático, em 4 de Março de 1982. Entre 1 de Outubro de 1986 e 24 de Setembro de 1996 foi Vice-Reitor da Universidade de Coimbra. Foi eleito Reitor da mesma Universidade no dia 6 de Maio de 1998, cargo em que foi investido a 24 de Junho de 1998. Reeleito no dia 20 de Maio de 2002, tomou posse no dia 24 de Junho seguinte, tendo renunciado ao cargo no dia 13 de Novembro do mesmo ano. 29 | ‘In Memoriam’ III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 Regressa à docência no Departamento de Geografia, atividade que, aliás, nunca deixou de exercer enquanto desempenhou funções reitorais e que manteve até à sua jubilação, em 16 de setembro do ano passado, um dia em que muitos de nós o acompanhámos e que culminou com o lançamento de um livro em sua homenagem sobre Riscos Naturais, Antrópicos e Mistos, uma temática que o apaixonou nos últimos de vida e em que, apesar de jubilado, continuava a trabalhar. Neste livro tivemos o ensejo de publicar a listagem das muitas obras de sua autoria que, dado o seu elevado número, não cabe aqui referir. Como é sabido, a sua área de especialidade era a Geografia Física e, em particular, a Geomorfologia, ciência a que muitos contributos deu, particularmente em termos de Geomorfologia Dinâmica, através de brilhantes lições e de numerosos trabalhos publicados. Todavia, não se confinou a ela, pois também era um conceituado e reconhecido mestre noutras áreas da Geografia Física, como a Climatologia ou os Riscos Naturais, tendo até feito algumas incursões em temas de Geografia Humana e Regional. A sua vasta atividade pedagógica, exercida ao longo dos 45 anos em que permaneceu no Departamento, traduziu-se na lecionação de 26 diferentes disciplinas e seminários, além da colaboração em diferentes cursos de outras universidades e, durante 40 anos, lecionou Etnografia e/ou Geografia de Portugal no Curso Anual de Língua e Cultura Portuguesa para Estrangeiros, no âmbito das quais realizou inúmeras viagens de estudo, especialmente na região Centro. As suas metódicas exposições, muito organizadas e didáticas, cativaram todos aqueles que tivemos o privilégio de o ter como professor nos primeiros anos das nossas licenciaturas. Depois, nos anos seguintes, a atitude do mestre era diferente, incentivando-nos a iniciar a investigação científica aplicada a temas concretos, que acompanhava e orientava de perto. Foram muitas as gerações de alunos, com idades e culturas bem diferenciadas, que durante todos estes anos foram marcadas por este vulto da geografia portuguesa, associado a uma personalidade de trato fácil e grande disponibilidade, a que se aliava o carácter afável do grande pedagogo que foi o Doutor Fernando Rebelo. Viajante incansável, realizou numerosas viagens de estudo por todo o território português, incluindo todas as ilhas dos Açores e da Madeira, bem como por praticamente toda a Europa e por muitos outros países de África, Ásia e América: do Norte, Central e do Sul. Todavia, nunca guardou para si as aprendizagens feitas nestas viagens, sempre realizadas com uma perspetiva geográfica, uma vez que, depois, aproveitava algumas das aulas para partilhar com os seus estudantes as experiências vividas e, através da imagem, os seus slides eram famosos, e que ultimamente passou a substituir por não menos cuidadas apresentações, com excelentes imagens em powerpoint, através das quais dava a conhecer outras paragens, com contextos geográficos diferentes, tendo mesmo dado à estampa algumas delas e de que é exemplo o livro Viagens pelo Brasil. Impressões de um Geógrafo, Memórias de um Reitor, publicado em 2006. Não irei alongar-me nas referências aos muitos livros e artigos científicos que publicou, mas não posso deixar de mencionar dois deles: Percurso de um Reitor da Universidade de Coimbra (1998-2002) e Reflexões sobre a Vida Universitária (2004), pois neles deixou relatada a sua muito marcante experiência reitoral, por ter correspondido a um período que não foi nada fácil, na história da vida universitária coimbrã. Outra das suas obras, porventura a mais conhecida, é, sem dúvida, a dos Riscos Naturais e Acção Antrópica, com duas edições, uma em 2001 e, outra, dois anos mais tarde, em 2003, e que constitui referência obrigatória em qualquer trabalho que verse sobre ciências cindínicas. Aliás, as suas preocupações em aplicar a geografia ao território, manifestaram-se cedo, começando logo no seu primeiro projeto de investigação científica, já mencionado, e que dedicou ao estudo dos Processos Erosivos Actuais no Litoral Norte e Centro de Portugal. 30 | ‘In Memoriam’ III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Depois disso, a necessidade de divulgar os resultados dos trabalhos de investigação que ia realizando, levaram-no a fundar em 1994, juntamente com outros geógrafos, a conhecida e prestigiada revista Territorium, de que sempre foi Diretor, e que começou por ser uma revista de Geografia Física Aplicada ao Ordenamento do Território e à Gestão de Riscos Naturais, e dez anos depois, a partir de 2004, passou a ser a revista da Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, associação de que também foi seu sócio fundador, mantendo-se como uma conceituada revista, agora especializada em Riscos, aliás uma das poucas existentes no mundo sobre esta temática. Condensar em meia dúzia de páginas os traços da personalidade e da vasta obra de Fernando Rebelo não é fácil. Foram dezenas as reuniões científicas que organizou e perde-se a conta daquelas em que participou, bem como das conferências que proferiu em Portugal e no estrangeiro. Orientou 15 teses de doutoramento e mais de 20 teses de mestrado ou de aptidão pedagógica e capacidade científica. Participou em diversos projetos de investigação científica e em atividades administrativas de vária índole. Esta sua intensa vida académica, de professor e cientista, foi reconhecida de várias formas, designadamente através da atribuição da qualidade de Sócio Honorário por muitas instituições e organismos, bem como foi merecedor de diversos prémios, homenagens e distinções, de que apenas refiro duas: A Grã Cruz da Ordem Estadual Renascença do Piauí, que recebeu no Brasil e A Grã Cruz da Ordem de Mayo al Mérito, que lhe foi atribuída na Argentina. Fernando Rebelo, ao deixar-nos prematuramente, quando ainda muito tinha para dar à Geografia, à Universidade de Coimbra e à RISCOS, leva com ele a referência de uma geração de geógrafos que, se calhar, também se extinguirá com ele, a dos chamados geógrafos “completos”, por, como os mestres que o antecederam, ter trabalhado tanto em Geografia Física como em Geografia Humana, e dos quais também deixou testemunho numa obra que intitulou: A Geografia Física de Portugal na vida e obra de quatro professores universitários – Amorim Girão, Orlando Ribeiro, Fernandes Martins, Pereira de Oliveira (publicada em 2008), quatro ilustres geógrafos portugueses, três deles eminentes professores e mestres, no sentido vernáculo do termo, da Universidade de Coimbra e, no caso do Doutor Orlando Ribeiro, também com passagem pela Universidade de Coimbra antes de ingressar na Universidade de Lisboa. Ora, com o desaparecimento do decano da Geografia de Coimbra, a 9 de outubro de 2014, a geografia portuguesa ficou muito mais pobre, do mesmo modo que a Universidade de Coimbra, que ajudou a promover e a divulgar pelos quatro cantos do mundo e que serviu com muita dedicação, pois perdeu um dos seus Reitores e um dos seus mais brilhantes professores. A RISCOS ficou sem o seu Presidente da Assembleia Geral e sem o Diretor da sua revista Territorium, cargos que sempre manteve desde a fundação da Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança. Lembramos pois, com saudade, o professor e o cientista, mas também o colega e o amigo que, tantas vezes e com tantos de nós, colaborou em trabalhos académicos, de ensino e de investigação, uma obra que perdurará no tempo e que não deixará de ser uma referência para qualquer estudioso da temática dos Riscos e das suas manifestações. 31 | ‘In Memoriam’ MESA REDONDA III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Alfredo Maia (moderador) BIOGRAFIA Jornalista (Carteira Profissional n.º 684). É redactor na secção Sociedade no “Jornal de Notícias”, cujo corpo redactorial integra desde Março de 1988. Iniciou a actividade profissional em “O Primeiro de Janeiro”, em 1981, tendo colaborado em vários órgãos de comunicação social, nomeadamente “O Jornal”, “O Jornal Ilustrado”, “Sábado” (1.ª série), Rádio Activa e Rádio Nova. Desde 1985, tem dedicado especial atenção aos temas do Ambiente – da conservação da natureza às alterações climáticas, dos resíduos e dos recursos hídricos à energia, da floresta e incêndios florestais à conservação do solo e desertificação, da educação ambiental à erosão costeira. É presidente da Direcção do Sindicato dos Jornalistas desde 2000, tendo sido vice-presidente desde 1993. É membro da Comissão de Classificação de Publicações no âmbito da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e foi membro da Comissão de Apelo da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista. Em sucessivos mandatos, foi membro dos conselhos de redacção de “O Primeiro de Janeiro” e do “Jornal de Notícias”. Foi membro da Assembleia Municipal do Porto (1999-2002). 35 | Mesa redonda III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 João Pinho (ICNF) BIOGRAFIA João Pinho (ICNF) É vice-presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Entre setembro de 2012 e julho de 2014 exerceu o cargo de diretor do Departamento de Gestão e Produção Florestal, nesse mesmo Instituto. Possui a licenciatura em Engenharia Florestal pelo Instituto Superior de Agronomia e é mestre em Planeamento Regional e Urbano pela Universidade Técnica de Lisboa. Foi diretor nacional para a Gestão Florestal, na Autoridade Florestal Nacional (2008 a 2012) e presidente do Conselho Nacional de Reflorestação (2004 a 2005). Desempenhou ainda o cargo de diretor de serviços de Defesa da Floresta contra Incêndios em 2007 e 2008. Foi responsável pelo desenvolvimento das orientações nacionais para a recuperação das áreas ardidas em 2003 e 2004 e pela coordenação das comissões regionais de reflorestação e dos projetos executados no seu âmbito. Como técnico florestal tem trabalhado nas áreas do ordenamento do território, planeamento e projetos florestais, defesa da floresta contra incêndios e gestão e produção florestal, tendo publicado diversos artigos e capítulos em livros e revistas. Chefiou ou integrou diversas missões oficiais de representação nacional no estrangeiro. 36 | Round table III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 José Pedro Lopes (ANPC) (ANPC)(ANPC) BIOGRAFIA É Diretor Nacional de Bombeiros, na Autoridade Nacional de Proteção Civil. É atualmente doutorando em Engenharia de Segurança ao Incêndio na Universidade de Coimbra, sendo licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, pós-graduado em Proteção Contra Incêndios em Edifícios e Mestre em Segurança aos Incêndios Urbanos pelo DEC/Universidade de Coimbra e pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Foi bombeiro voluntário durante 18 anos. Desempenhou as funções de Inspetor Regional Adjunto, Inspetor Regional de Bombeiros do Centro e Inspetor Superior Adjunto, no SNB e de Vice-presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e do Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil. Foi Vogal do Conselho Diretivo do INEM. Lecionou em diversas Licenciaturas, Pós-graduações e Mestrados na área da Segurança Contra Incêndios e Proteção Civil em geral. José Pedro Lopes (ANPC) (ANPC)(ANPC) 37 | Mesa redonda III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 Jorge Oliveira (GNR-SEPNA) BIOGRAFIA Coronel. Diretor do Serviço da Proteção da Natureza e Ambiente da Guarda Nacional Republicana, desde janeiro de 2012. Exerceu as funções de Inspetor Adjunto da Inspeção da Guarda Nacional Republicana entre 2011 e 2012 e de Comandante da Unidade Nacional de Trânsito entre 2009 e 2011. Ingressou na Guarda Fiscal em março de 1980 e foi integrado na Guarda Nacional Republicana em 1993. Tem formação militar através do curso de Oficiais Milicianos (1985), do curso de Promoção a Capitão (1990) e do curso de Promoção a Oficial Superior (2000). Tem também uma licenciatura em Ciências Sociais, pela Universidade Aberta, concluída em 2009. Jorge Oliveira (GNR-SEPNA) 38 | Round table III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Albino Tavares (GNR-GIPS) BIOGRAFIA Comunicações oraisAlbino Tenente-Coronel. Comandante do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, Tavares (GNR-GIPS) desde setembro de 2011. Exerceu as funções de Chefe da Secção de Recursos Logísticos e Financeiros do Comando Territorial de Viseu, entre 2010 e 2011. Foi 2.º Comandante do GIPS entre 2007 e 2010 e Comandante da 1.ª Companhia do GIPS entre 2004 e 2005. Entre 1996 e 2006, exerceu as funções de Comandante em diversos Destacamentos Territoriais, entre os quais Lousã (2001-2006) e Covilhã (2001-2002), e no Sub-Destacamento Fiscal de Olhão (19961998). Entre 1998 e 2001 foi instrutor/formador na Escola da GNR, no Grupo de Instrução de Aveiro. Tem formação militar através da licenciatura em Ciências Militares – Ramo Guarda Nacional Republicana (1996), do curso de Promoção a Capitão (2001) e do curso de Promoção a Oficial Superior (2007). Tem também uma pós-graduação (2007) e um mestrado (2009) em Direito e Segurança, pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Em 2012, participou em diversos programas de formação da União Europeia, relacionados com a gestão de operações de socorro e com o Mecanismo Comunitário de Proteção Civil. 39 | Mesa redonda COMUNICAÇÕES ORAIS Painel 1 Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 DA COMUNICAÇÃO À CULTURA DE RISCO: DESAFIOS PARA NOVAS ABORDAGENS Cintia Okamura CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo [email protected], [email protected] Jacques Lolive Laboratório PACTE CNRS - França [email protected] RESUMO Em geral, a comunicação envolvendo especialistas, poder público, população e a mídia é problemática devido à dificuldade de entendimento das questões técnicas pelo público em geral e, por outro lado, devido à dificuldade dos técnicos levarem em conta o universo material e cultural da população. Tal quadro resulta, muitas vezes, na adoção de concepções pré-concebidas e incertas, gerando conflito entre os atores envolvidos, principalmente nos casos que envolvem emergência e risco ambiental. Esse contexto mostra a necessidade de procedimentos e de instrumentos que contemplem a definição de estratégias de intervenção, de gestão da informação e de mobilização da população em diversas situações. Desta forma, o presente trabalho propõe apresentar a experiência que está sendo desenvolvida em São Paulo, cujo contexto urbano é caracterizado pela coexistencia de diferentes tipos de riscos e cujas instituições responsáveis pela regulação de riscos sanitários e ambientais, como a CETESB, se defrontam com novos desafios para apresentar de forma ponderada à sociedade situações ou contextos que a ameaçam. Assim, propõe apresentar metodologias pertinentes para analisar, revelar e valorizar a experiência da população exposta a fim de contribuir com o desenvolvimento de uma cultura de risco. Entendemos por “cultura de risco” uma concepção ampla da comunicação de riscos que associa o conhecimento técnico e científico e o conhecimento da população. Esta “cultura de risco” valoriza as práticas de prevenção, precaução e vigilância que se baseiam na experiência da população exposta. Palavras-chave: cultura de risco, experiência da população, participação, métodos qualitativos, gestão de riscos. 45 | Painel 1 – Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 COMUNICAÇÃO DE RISCOS E JORNALISMO: CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTA RELAÇÃO A PARTIR DAS MUDANÇAS DO CLIMA Eloisa Beling Loose Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Federal do Paraná (Brasil). Bolsista CAPES - proc. nº 99999.003712/2014-01 [email protected] RESUMO A proposta deste trabalho é discutir a relação existente entre a atividade jornalística e seu papel no âmbito da comunicação de riscos, tendo em vista seu alcance e potencial para disseminar e promover ações de enfrentamento. Além de uma discussão teórica, calcada em revisão de literatura sobre o tema, o artigo evidencia a forma como o jornal Gazeta do Povo, impresso de maior circulação no estado do Paraná, Brasil, trata dos riscos climáticos durante as divulgações do 1º Relatório Brasileiro de Mudanças Climáticas e do 5º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, ocorridas no segundo semestre de 2013. Para tanto, realiza-se um mapeamento das notícias que articulem - de forma explícita ou implícita - os riscos atrelados às alterações do clima no período já mencionado e uma análise de seus enquadramentos, com o fim de verificar de que modo este jornalismo tem retratado o assunto e, consequentemente, participado na comunicação dos riscos climáticos. A partir disso, reflete-se sobre a função do jornalismo nos momentos de prevenir, minimizar e se adaptar aos riscos decorrentes das mudanças do clima. Palavras-chave: comunicação de risco, jornalismo, mudanças climáticas. 46 | Panel 1 – Theory, conceptual models and communication of risk III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 RISK COMMUNICATION AT UNIVERSITY CAMPUS Angela Santos Centre for Geographical Studies, Institute of Geography and Spatial Planning Universidade de Lisboa, Portugal [email protected] Margarida Queirós Centre for Geographical Studies, Institute of Geography and Spatial Planning Universidade de Lisboa, Portugal [email protected] ABSTRACT Although seismic activity in Portugal is quite low, the country has had several earthquakes that caused severe damage and fatalities. The authors’ concern about earthquakes led to investigate the safety conditions at the Faculdade de Letras of the Universidade de Lisboa building (FLUL). Since Emergency Plans (EP) were unknown, and safety traps were found, the authors elaborated one. Then, a pilot Evacuation Exercise (EE) was conducted to a small number of faculty members in order to test the EP, with the aim to understand human behavior during an evacuation. After the EE participants answered a questionnaire, the research was complemented by an indoor inspection. The most significant results revealed that FLUL was very well equipped with emergency signs and equipment (conferring to Portuguese Law), participants were not aware of them and “undereducated” about safety measures, there was an insufficient internalization of “being at risk” through the preparedness of the participants during the EE. The aim of this paper is to report a more elaborated experience conducted at FLUL, on May 2014, on risk perception, with a 20% users’ sample. Mental maps and spatial awareness in a hypothetical earthquake were the source of the research. Preliminary results show that risk concept (to common people) is much richer than that of the experts and reflects concerns that are usually omitted from assessment or management risk authorities. Also, more effective ways of communicating the risk should be attempted. Keywords: Natural hazards, mental maps, human behavior, public buildings, emergency equipment. 47 | Painel 1 – Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 RISCO AMBIENTAL E VULNERABILIDADE: DISCUSSÃO CONCEITUAL A PARTIR DE TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO EM BELO HORIZONTE – MINAS GERAIS/BRASIL Carla Juscélia de Oliveira Souza Departamento de Geociências, Curso de Geografia Universidade Federal de São João del-Rei/MG, Brasil [email protected] RESUMO Este compreende análise qualitativa de três trabalhos de conclusão de curso (TCC), na área da Geografia, e tem o objetivo de verificar como os termos “risco ambiental e vulnerabilidade” são concebidos. A escolha desses trabalhos se deve aos seus conteúdos: Saberes de geografia física no cotidiano da escola, Concepção de risco socioambiental entre alunos do ensino médio e Percepção ambiental da população da vila Bacuraus. Para a análise consideraram-se os conceitos perigo e risco. Dois trabalhos abordaram “risco ambiental” de forma direta e a noção de risco se refere à combinação da presença humana próxima a canais de drenagem e/ou encostas, associação de sujeitos com localização. A ideia de vulnerabilidade é a da exposição geográfica do alvo ao perigo. O terceiro trabalho não tem foco no risco ambiental, mas quando aborda conteúdos de geografia física, na escola, revela as condições da dinâmica fluvial e a existência de áreas de risco no entorno escolar. A análise mostrou, também, os interesses de graduandos pela discussão da temática “riscos ambientais” na perspectiva geográfica, no contexto de estudo de caso e da escola. Nesta, os conteúdos presentes na temática mostraram possibilidades para o ensino de conceitos e fatos referentes aos riscos ambientais. A análise desses trabalhos mostrou, também, a necessidade de mais leituras e fundamentação teórica sobre Risco por parte dos seus autores. Palavras-chave: Risco, Escola e Geografia 48 | Panel 1 – Theory, conceptual models and communication of risk III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 LEVANTAMENTO DA CONCEPÇÃO DE RISCO AMBIENTAL E ÁREAS DE RISCO NA ESCOLA BÁSICA EM SÃO JOÃO DEL REI – BRASIL: RESULTADO PRELIMINAR André Barbosa Ribeiro Ferreira Departamento de Geografia, Universidade Federal de São João del Rei/MG, Brasil [email protected] Larissa Trindade Tarôco Departamento de Geografia, Universidade Federal de São João del Rei/MG, Brasil [email protected] Carla Juscélia de Oliveira Souza Departamento de Geociências, Curso de Geografia Universidade Federal de São João del-Rei/MG, Brasil [email protected] RESUMO Os desastres naturais ocorrem em todo mundo com grande frequência, devido à combinação de diversos fatores naturais e à intensificação e ação antrópica. Diante disso, surgiu o interesse por investigar a maneira como o tema vem sendo discutido nas escolas, na disciplina de Geografia, em duas escolas públicas de São João del-Rei, Minas Gerais/Brasil, nível fundamental e médio. Por meio de um projeto piloto, no âmbito de pesquisa de iniciação científica em andamento, objetiva-se efetuar um diagnóstico, sobre o conhecimento e a concepção de risco ambiental e área de risco presentes entre os alunos, além de investigar como o assunto é trabalhado pelos professores da disciplina de Geografia. O levantamento e diagnóstico serão feitos através da coleta de informações por meio de questionários a serem respondidos pelos alunos e professores, e, também pela observação em sala de aula durante a discussão do assunto. As bases teóricas que fundamentam a pesquisa encontram-se no contexto da Geografia e da Psicologia, referentes à noção de representação, percepção e de “Riscos”. A fase atual da pesquisa compreende leituras, contato com os sujeitos das escolas e compreensão dos conceitos riscos, vulnerabilidade e perigo. Os resultados finais estão previstos para dezembro de 2014. A partir deles, espera-se propor atividades e ações com intuito de alertar, orientar e educar a população escolar para os riscos ambientais. Palavras-Chave: Concepção, Risco Ambiental, Educação Geográfica. 49 | Painel 1 – Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA E RISCOS SOCIOAMBIENTAIS: EXPERIÊNCIAS EM ATIVIDADES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Carla Juscélia de Oliveira Souza Departamento de Geociências, Curso de Geografia Universidade Federal de São João del-Rei/MG, Brasil [email protected] RESUMO O tema riscos socioambientais no ensino de geografia possibilita analisar e interpretar a espacialidade e a dinâmica de fenômenos sociais e naturais que podem levar à geração do Risco. O entendimento da noção de risco, do contexto geográfico (social, econômico e político) e dos fenômenos possibilita discussões que promovam atitudes e ações individuais e/ou coletivas de prevenção, quando necessárias. Apesar desse fato, são poucas as discussões na educação geográfica para a construção de conceitos e de educação para a prevenção de desastres. Portanto, este trabalho retoma experiências vivenciadas em atividades de extensão com crianças e jovens da educação básica, de Belo Horizonte e de São João del-Rei, entre 2004 e 2014, a partir das quais almeja discutir algumas possibilidades de trabalho com o referido tema na educação. Os projetos iniciais não tinham o Risco como foco, apesar de abordarem a interação fenômenos naturais, paisagem e sociedade. A partir de 2009, a ideia de fenômenos naturais, desastres e risco socioambiental ganhou destaque entre os projetos. Mais de 350 pessoas participaram diretamente das atividades, entre alunos, professores e graduandos. As vivências e experiências consideradas positivas e educativas promoveram produção de maquetes, modelos em argila e discussões sobre áreas de risco socioambiental no espaço de vivência. O tema risco e desastres desperta sempre interesse entre as crianças e jovens. Isso é um aspecto importante a ser aproveitado. Palavras-chave: Educação geográfica, Extensão, Riscos socioambientais. 50 | Panel 1 – Theory, conceptual models and communication of risk III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO DO RISCO EM DESTINOS TURÍSTICOS COM PERIGOSIDADE NATURAL ELEVADA: O CASO DA ILHA DA MADEIRA Daniel Márcio F. Neves Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra [email protected] José Luís Zêzere Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa [email protected] RESUMO Considerando que a vulnerabilidade no turismo é um facto incontornável, e que os turistas costumam observar e privilegiar os destinos que evidenciam medidas e ações viradas para a sua segurança e bem-estar, torna-se relevante comunicar riscos e medidas de autoproteção adequadas às características físicas dos territórios, bem como às atividades turísticas desenvolvidas. A ocorrência de fenómenos naturais com efeitos catastróficos nos últimos anos, em destinos turísticos como a Ilha da Madeira, tem contribuído para uma mudança de paradigma ao nível do conhecimento sobre os riscos em áreas turísticas, assistindo-se à adoção de políticas abertas e transparentes em alguns destinos turísticos, a fim de melhorar a imagem, reputação e confiança dos mercados. Contudo, verifica-se que a grande dificuldade reside na forma de comunicar o risco - informação útil sobre situações de risco para que o turista se sinta protegido e ao mesmo tempo seja protagonista da sua própria segurança, o que por vezes leva à omissão dos riscos, por preconceitos relacionados com o alarmismo e impactos negativos para a imagem do destino turístico. Neste contexto, os locais na Ilha da Madeira normalmente procurados pelos turistas para obtenção de informações e/ou orientações (ex. Postos de Turismo), bem como os colaboradores ligados ao sector do turismo e hotelaria, devem estar habilitados e munidos de informações sobre possíveis riscos e lugares críticos (pontos que carecem de atenção redobrada no domínio da segurança por parte dos turistas), bem como ao nível da divulgação de comportamentos e medidas de autoproteção a adotar. Adicionalmente, a organização de campanhas direcionadas para consciencialização da população criará condições favoráveis para a implementação de estratégias de comunicação e gestão de situações de risco. Palavras-chave: Comunicação do Risco, Segurança, Autoproteção, Destino Turístico, Imagem. 51 | Painel 1 – Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 PERCEPÇÃO DE RISCO AOS EVENTOS ATMOSFÉRICOS EM MAPUTO, MOÇAMBIQUE Lucí Hidalgo Nunes Departamento de Geografia, Universidade Estadual de Campinas, Brasil [email protected] RESUMO A percepção climática, em especial quanto aos riscos, foi avaliada em Maputo, por meio de 144 entrevistas conduzidas em novembro de 2009 e outubro de 2012, constando questões para caracterizar a pessoa (idade, escolaridade, gênero etc.) e perguntas abertas sobre tempo e clima, de forma a aferir conhecimentos, percepções, preferências e fontes de informação. Os resultados revelaram que muitas pessoas usam o conhecimento empírico, as vezes associando com informações provenientes da mídia, e que muitos temas acontecidos em locais remotos mas veiculados incessantemente são entendidos como influentes nos fatos atmosféricos vividos por eles. Os entrevistados entendem que Maputo apresenta grande variabilidade das condições atmosféricas e a maioria acredita estar havendo sinais de mudanças climáticas (mais calor e maior irregularidade sazonal). Muitos foram críticos com a atuação do poder público, mas vários lembram que a população também teria culpa no advento de calamidades. Os fenômenos mais citados como passíveis de engendrar transtornos foram as cheias, o que condiz com a realidade climática. Vários entrevistados afirmaram já ter passado por situações de risco, tendo sido a mais citada a cheia associada à passagem de um ciclone tropical no ano 2000. As pessoas gostam dos lugares onde vivem e acreditam que o poder público é ineficaz no gerenciamento de condições calamitosas. Não houve grandes diferenças entre as respostas de acordo com gênero, idade e grau de escolaridade. Palavras-chave: percepção de risco, tempo, clima, questionários, Maputo. 52 | Panel 1 – Theory, conceptual models and communication of risk III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 SEQUÍAS Y MEDIOS DE COMUNICACIÓN. CONSTRUCCIÓN DE DISCURSOS SOBRE RIESGOS HÍDRICOS EN ANDALUCÍA Pilar Paneque Departamento de Geografía, Historia y Filosofía, Facultad de Humanidades de la Universidad Pablo de Olavide, de Sevilla [email protected] Jesús Vargas Molina Laboratorio de Geografía, Universidad Pablo de Olavide, de Sevilla [email protected] RESUMEN Cada episodio de sequía lleva aparejado un debate entre distintos actores sociales que queda reflejado en los medios de comunicación, a través de los que se intentan legitimar distintas visiones, valores y propuestas de gestión de estos riesgos hídricos. Con el objetivo de avanzar en el análisis del grado de adaptación institucional a las sequías y, en particular, del aprendizaje acumulado tras los últimos episodios vividos en Andalucía y los importantes cambios normativos y de planificación hidrológica acaecidos desde el año 2000 en el contexto europeo, en este trabajo centramos la atención en los discursos y contenidos recogidos en la prensa escrita. Con la finalidad de profundizar en el mejor conocimiento de las resistencias que puedan existir a nuevos modelos de gestión así como de la participación de actores y la identificación de temas clave en el debate, se realiza un análisis discursivo y de contenidos de medios de comunicación de Andalucía en los años hidrológicos 2004-2005 y 2011-2012, a través de la aplicación del software Atlas.ti. Palabras clave: Andalucía, Discursos, Medios de comunicación, Riesgos hídricos, Sequías. 53 | Painel 1 – Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 CLASSIFICAÇÃO DE PRECIPITAÇÕES ASSOCIADAS A ALUVIÕES NA REGIÃO DO FUNCHAL, ILHA DA MADEIRA, COM RECURSO A CADEIAS DE MARKOV Ana Ramalheira Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos (DECivil), I.S.T. [email protected] Maria Manuela Portela Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos (DECivil), I.S.T [email protected] António Betâmio de Almeida Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos (DECivil), I.S.T [email protected] RESUMO A análise de eventos extremos de precipitação, designadamente na Ilha da Madeira, indicia que a excepcionalidade da precipitação, quando exclusivamente considerada per se, possa não explicar a gravidade das consequências de alguns daqueles eventos. Com efeito, precipitações intensas com magnitudes próximas podem ter consequências distintas (inclusivamente, gerando ou não aluviões), presumivelmente em função das precipitações que as antecedem. Com o objectivo de averiguar a possibilidade de desenvolver critérios de dimensionamento que reconheçam situações de risco, descreve-se a abordagem desenvolvida para caracterizar fenómenos extraordinários de precipitação, a qual faz intervir precipitações acumuladas em diferentes períodos sub-diários, ao longo de uma janela temporal com a duração de 4 dias, de acordo com limiares de excepcionalidade pré-estabelecidos. Para o efeito, recorreu-se à metodologia associada às cadeias de Markov, de acordo com a qual se pode admitir a hipótese de as ocorrências de dias secos ou chuvosos serem condicionalmente dependentes da sequência antecedentes daqueles dias. A abordagem foi aplicada à classificação de precipitações associadas a aluviões históricas na região do Funchal, tendo por base as precipitações horárias registadas no posto udográfico do Funchal, no período entre 1 de Outubro de 1980 e 06 de Julho de 2010, obtida no âmbito de SRES (2010a,b). Os períodos de acumulação da precipitação, para caracterização quanto à sua excepcionalidade, variaram entre 1 e 96 h. Palavras-chave: Aluviões, Cadeias de Markov, Funchal, Precipitações extraordinárias. 54 | Panel 1 – Theory, conceptual models and communication of risk III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A EDUCAÇÃO PARA OS RISCOS E A PROMOÇÃO DE UMA CULTURA DE SEGURANÇA NAS ESCOLAS Maria Clara Gomes Inácio Agrupamento de escolas de Aguiar da Beira [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO Os portugueses das últimas décadas são um povo avesso à autoridade, disciplina e organização, o que, consequentemente, também o transforma num povo sem grande cultura de segurança. Todavia, algumas recomendações internacionais, como o Quadro de Ação de Hyogo – 2005-2015, incitam a que este processo se inicie nos “bancos da escola”, confiando assim a esta Instituição a mudança de atitudes e mentalidades que, indubitavelmente, devem contribuir para o desenvolvimento e incorporação de uma verdadeira cultura de segurança. Partindo deste pressuposto, pretende-se avaliar até que ponto, e de que modo, a Escola está a cumprir essa missão. Fundamentado no discurso oficial espelhado na produção legislativa que, de forma directa ou indirecta, sustenta a sua implementação nas práticas quotidianas dos 2.º e 3.º ciclos, bem como, com recurso a inquéritos e entrevistas, pretende-se neste estudo, caracterizar o modo como esta temática está a ser implementada na Escola, para daí inferir a existência de um conjunto de boas práticas e/ou de constrangimentos. Constata-se, quase no final do período de vigência do Quadro de Ação de Hyogo, que várias iniciativas foram tomadas (apesar de algumas delas já terem sido revogadas), umas no âmbito dos currículos disciplinares e outras no formato de atividades extracurriculares. Independentemente da estratégia preconizada, os professores têm de estar minimamente sensibilizados para tal, dado que a falta de formação foi uma constatação incontornável, tanto no inquérito aplicado como nos discursos dos vários entrevistados. É, pois, premente que os Centros de Formação valorizem esta área, desenvolvendo programas eficazes de comunicação/informação sobre a temática do risco, nomeadamente, contendo medidas básicas de autoprotecção, para serem devidamente replicadas ao público-alvo - os alunos. Palavras-chave: cultura de segurança, escolas, alunos, professores, educação. 55 | Painel 1 – Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 EXPANSÃO URBANA, OCUPAÇÕES DE BAIXA RENDA E RISCOS AMBIENTAIS, NA CIDADE DE BOA VISTA, RR/ BRASIL Miguel Cerqueira dos Santos UNEB e Pós-Doutorando em Geografia pela UFRR [email protected] Artur Rosa Filho Departamento de Geografia da Universidade Federal de Roraima [email protected] RESUMO O processo de urbanização de Boa Vista passou por vários estágios. No primeiro momento, as ocupações aconteceram de modo espontâneo, a partir do desenvolvimento das atividades primárias, motivadas pelo potencial encontrado às margens do Rio Branco. Durante a década de 1940, foi criado o Território do Rio Branco, possibilitando que esta cidade fosse a sua capital. Inspirada no modelo radial-concêntrico, Boa Vista começou a se configurar por meio de uma multiplicidade de funções. O sítio urbano de Boa Vista é predominantemente marcado pela presença dos igarapés, os quais demandam sérios cuidados no tocante à ocupação humana. Na Zona Leste da cidade, predominam os bairros mais estruturados, enquanto que a Zona Oeste constitui uma das poucas opções de acesso à moradia das populações de baixa renda. O objetivo do trabalho é investigar os principais riscos ambientais que permeiam as populações em análise. No tocante aos percursos metodológicos, à pesquisa será respaldada em autores clássicos e contemporâneos que discutem a temática. Os trabalhos de campo estão sendo realizados com a aplicação de entrevistas e questionários, de modo a promover a relação entre os problemas levantados e o equacionamento dos mesmos. O tratamento dos dados acontece com o apoio do SIG, com a utilização de Softwares como SPSS e ArcGIS. Como resultado final, está sendo produzido o artigo que poderá servir de subsídios para a elaboração de políticas públicas voltadas para a redução de desigualdades sociais. Palavras-chave: Expansão urbana, ocupações de baixa renda e riscos ambientais. 56 | Panel 1 – Theory, conceptual models and communication of risk Painel 2 Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 POTENTIAL FOR THE APPLICATION OF A GRAVITY SENSING TECHNOLOGY FOR THE IMPROVEMENT OF THE ASSESSMENT OF SEISMIC HAZARDS Arthur L. S. Valencio State University of Campinas, Brazil [email protected] Charles H.-T. Wang SUPA Department of Physics, University of Aberdeen, UK [email protected] ABSTRACT The present work summarizes the recent progress about applications of gravity sensing techniques towards the monitoring of earthquakes. Earthquakes of great magnitude are natural hazards that cause great concern to socio-political environment due to the high potential of damage, destruction and losses of the whole system of objects and system of actions (Santos, 1998) of the affected communities, beyond implying direct risk to the physical integrity of people. It means that such hazards might propitiate disasters. Taking this into account, this study compares different technologies in gravity sensing applied to earthquake monitoring. The two adopted variables for the referred comparison are the degree of reliability and precision of the information generated through this technique about the hazard. The adopted procedures were literature review and documental research, which allowed the identification of interfaces between the fields of gravity sensing and seismology. It was part of such analysis the description of a scientific advancement that proposes to innovate techniques in gravity sensing, which is currently under development by the Quantum Gravity and Gauge Group of the University of Aberdeen. It is discussed if such advancement has practical conditions of being incorporated into the framework of technologies used in support to the activity of the technical community the field of seismology. Keywords: Earthquakes, co-seismic gravity sensing, gravity-sensing technologies. 59 | Painel 2 – Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 O MAPA DE ESTADO AMBIENTAL EM ESCALA REGIONAL COMO SUBSÍDIO AO PLANEJAMENTO AMBIENTAL: O CASO DE TRÊS REGIÕES COSTEIRAS DO LITORAL BRASILEIRO Raul Reis Amorim Departamento de Geografia de Campos (GRC), Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil [email protected] Maria Crizalda Ferreira Santos Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais (DCAA) Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Brasil [email protected] RESUMO O mapeamento do Estado Ambiental representa um documento cartográfico de síntese que representa as diferentes categorias de Estado Ambiental, a intensidade dos efeitos e consequências da ações ambientais. Tendo o exposto, o objetivo deste trabalho é a construção do Mapa de Estado Ambiental para três regiões litorâneas do território brasileiro: A primeira, a Região Norte Fluminense situa-se na região Sudeste do Brasil, no Estado do Rio de Janeiro, e as outras duas regiões, situam-se na Região Nordeste do Brasil, no Estado da Bahia: a Região Costa do Descobrimento e a Região Costa do Cacau. Para atender o objetivo proposto foi necessário a elaboração do mapa de Geossistemas, conforme os preceitos da Geografia Russa-Soviética, no qual se delimitou as unidades de paisagem natural conforme a concepção teórica de Sochava (1977, 1878) apontada na obra de Rodriguez, Silva e Cavalcanti (2004), além do Mapa de Uso e Ocupação das Terras, que possibilitará identificar as principais transformações nos Geossistemas em estudo. Também foi necessário inventariar, e posteriormente espacializar em ambas as áreas principais problemas ambientais que pudessem ser representados na escala 1:250.000. Para determinar o Estado Ambiental de ambas as áreas, construiu-se uma matriz, no qual, para cada Geossistema e cada Sistema Antrópico delimitado, buscou-se medir o efeito e consequências das ações ambientais. Para determinar o Estado Ambiental é necessário fazer o somatório, no qual a partir do total, pode-se chegar as quatro categorias de Estado Ambiental: satisfatório, moderadamente satisfatório, insatisfatório, e esgotado. Para ambas as regiões mapeadas, predominam o Estado Ambiental insatisfatório e esgotado, pois mesmo com Geossistemas e Sistemas Antrópicos diferentes, nas três áreas apresentam ocupação secular. O que verificou-se é que o Mapa de estado Ambiental é uma ferramenta importante para a análise dos riscos ambientais no que refere-se principalmente as mudanças nos fluxos de matéria e energia nos diferentes Geossistemas (na escala em análise, as Unidades de Paisagem Natural) levando a tais sistemas a transformações na sua estrutura. Outros riscos a serem diagnosticados, referem-se aos Sistemas Antrópicos, uma vez que mudanças no uso e ocupação das terras ocasionam pressões para a própria população, alterando assim o Estado Ambiental das Unidades de Paisagem que os circunda. Palavras-chave: Geossistemas, Sistemas Antrópicos, Estado Ambiental. 60 | Panel 2 – Geo-technologies applied to the analysis and management of risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 UM MODELO ESPACIAL BASEADO EM MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO FUZZY APLICADO AO MAPEAMENTO DE RISCO À EROSÃO Marcos César Ferreira Instituto de Geociências, UNICAMP, Brasil [email protected] Danilo Trovó Garófalo Doutorando, Instituto de Geociências, UNICAMP, Brasil [email protected] Cassiano Messias Doutorando, Instituto de Geociências, UNICAMP, Brasil [email protected] Marta Marujo Ferreira Instituto de Ciências da Natureza, UNIFAL-MG, Brasil [email protected] RESUMO Objetivo deste artigo é apresentar um modelo de decisão espacial baseado em classificação fuzzy, regressão logística e técnicas de SIG, aplicado ao mapeamento de risco à erosão. A base de dados espaciais da pesquisa foi composta pelos seguintes mapas: índice de vegetação NDVI (1), declividade do terreno calculada a partir de dados ASTER-GDEM2 (2), densidade de lineamentos estruturais (3), densidade de estradas (4) e um mapa de 729 pontos de ravinas mapeados na área de estudo (5), obtido por análise visual de imagens Google Earth e trabalhos de campo. Os valores dos mapas 1 a 4 foram classificados em 10 classes utilizandose o método do Quantil. O total de ravinas que ocorreram em cada uma destas classes foi calculado utilizando-se operação overlay entre cada um dos mapas 1 a 4 e o mapa 5. Foram calculados os valores de odd ratios (OR), que indicam a chance em favor de um evento de ravina em relação a chances contrárias a este evento, em cada classe dos mapas. Os diagramas dos valores de OR por classe foram estimados por meio de regressão logística e, em seguida, convertidos em valores fuzzy utilizando-se funções de afinidade específicas. O risco à erosão em cada pixel foi estimado utilizando-se a soma ponderada das seguintes variáveis ambientais fuzzificadas: índice de vegetação, declividade, densidade de estradas e densidade de lineamentos estruturais. Os pesos utilizados nesta soma referem-se aos valores de R2 obtidos entre o mapa de ravinas e os mapas das variáveis ambientais Palavras-chave: mapas fuzzy, risco à erosão, SIG, ravinas, mapa de risco 61 | Painel 2 – Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ASSESSMENT OF SAND DUNES MOVEMENTS RATE IN ATLANTIC SAHARA DESERT USING MULTI-TEMPORAL LANDSAT IMAGERY AND GIS TECHNIQUE Ali Aydda Department of Geology, Faculty of Sciences of the University of Cadi Ayyad. Marrakesh, Morocco [email protected] Ahmed Algouti Department of Geology, Faculty of Sciences of the University of Cadi Ayyad. Marrakesh, Morocco [email protected] ABSTRACT Sand encroachment is one of the most common and serious environmental problems in Atlantic Sahara desert (SW of Morocco) by which all fields, cultivation areas, national road, and cities, are threatened. In this area, the massive aeolian erosion due to the extreme aridity is a major factor responsible for sand dunes dynamics. A monthly and annual monitoring of the sand dunes dynamics was necessary to assess the rate of sand dune movement to fight it. In our study area, the sand dune dynamic was performed at a single-dune scale and was based on coupling of GPS measurements and aerial photos. The field evidence is a necessary component in studying single-dunes movements but alone lacks the capability to evaluate the sand dune movement rate for large areas and for longer time periods. In addition, the assessment of sand dunes movement rate by manual tracing on digital aerial photos is an intensive work. The recent studies have been shown that the use of remote sensing data is best way to overcome this problem. Here, we present a technique based on analysis of multi-temporal Landsat satellites images for analysis the rate of sand dunes movement. The methodology adopted was mostly based on automated extraction of dunes shape from Landsat imagery. After extraction, vectorisation of data was necessary to export this data in GIS platform to assess the movement rate. Keywords: Sahara Atlantic, sand dunes movement, Landsat imagery, automated extraction, GIS. 62 | Panel 2 – Geo-technologies applied to the analysis and management of risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 VULNERABILIDADE URBANA A DESLIZAMENTOS DE TERRA EM SÃO PAULO Letícia Palazzi Perez Escola Politécnica da USP, Brasil [email protected] José Rodolfo Scarati Martins Escola Politécnica da USP, Brasil [email protected] Magda Adelaide Lombardo Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP, Rio Claro, Brasil [email protected] RESUMO O município de São Paulo é o maior do Brasil, possui 1.500 km² de área, com praticamente 80% do solo impermeabilizado, e população de aproximadamente 12 milhões de habitantes (IBGE, 2011). A urbanização desordenada e a ocupação irregular de topos de morro e outras áreas de necessária preservação, tornam comuns as ocorrências de deslizamentos de terra, principalmente nas áreas mais carentes da cidade. Com base na análise de dados pluviométricos de 23 postos da rede telemétrica de pluviômetros de superfície do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), foram selecionados 7 eventos extremos de chuva em São Paulo. Para estas datas, foram coletadas as ocorrências de deslizamentos de terra, mapeadas pela Defesa Civil da Cidade de São Paulo. Levando em consideração que deslizamentos de terra são eventos hidrológicos, relacionados à precipitação, e que a vulnerabilidade a deslizamentos ser georreferenciada, este trabalho apresenta o uso de ferramentas de engenharia e geotecnologias, para mensurar a vulnerabilidade urbana a deslizamentos de terra em mesobacias hidrográficas em São Paulo. Como resultado são apresentados mapas de vulnerabilidade urbana a deslizamentos, para chuvas de 2, 5 e 10 anos de período de retorno, além da distribuição espacial destas ocorrências, associada a localização de favelas e assentamentos irregulares, bem como a distribuição espacial da vulnerabilidade, associada ao Plano de Habitação de Interesse Social de São Paulo. Palavras-chave: vulnerabilidade urbana, geoprocessamento, deslizamento de terra. 63 | Painel 2 – Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 EVALUACIÓN DEL RIESGO DE INUNDACIONES MEDIANTE TECNOLOGÍA DE GEO-PROCESAMIENTO RASTER Y VECTORIAL María Isabel Andrade Centro de Investigaciones Geográficas (CIG). IdIHCS. Facultad de Humanidades y Ciencias de Educación. Universidad Nacional de La Plata (UNLP). Argentina [email protected] David Schomwandt Centro de Investigaciones Geográficas (CIG). IdIHCS. Facultad de Humanidades y Ciencias de Educación. Universidad Nacional de La Plata (UNLP). Argentina [email protected] Nora Lucioni Centro de Investigaciones Geográficas (CIG). IdIHCS. Facultad de Humanidades y Ciencias de Educación. Universidad Nacional de La Plata (UNLP). Argentina [email protected] RESUMEN El trabajo pretende exponer los resultados obtenidos mediante una propuesta metodológica basada en las nuevas tecnologías de geo-procesamiento, la metodología comprende técnicas de teledetección y análisis multitemporal de tipo raster y vectorial. Los resultados bajo el análisis multivariado, fueron interpretados de acuerdo a la perspectiva de la Teoría Social del Riesgo. El área de investigación es parte del escenario de extrema fragilidad de la llanura pampeana, gran parte de la misma ha sido sometida históricamente a eventos hidrológicos extremos, tanto de déficit como de excedentes hídricos. Se ha logrado definir, caracterizar y evaluar las relaciones entre los procesos naturales y sociales que derivan de los procesos de anegabilidad. Como principal resultado fueron la obtención de criterios para la evaluación de riesgo de inundación en el Gran La Plata, Región Pampeana, Argentina. Parte de las conclusiones arribadas consideran que las modificaciones al medio natural se han llevado a cabo bajo un inadecuado plan de ordenamiento territorial. El manejo inadecuado del ambiente se pone en evidencia en la salud de la población, en su calidad de vida, en los costos económicos para el mantenimiento de la cantidad y la calidad del agua para consumo y para la producción, en los costos sanitarios, económicos y sociales de la población involucrada y del Estado para hacer frente a las consecuencias de las emergencias hídricas. Palabras clave: riesgo hídrico, vulnerabilidad, incertidumbre, SIG, sensores remotos 64 | Panel 2 – Geo-technologies applied to the analysis and management of risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 FIRE HAZARD AND SUSCEPTIBILITY TO DESERTIFICATION: A TERRITORIAL APPROACH IN NE PORTUGAL Tomás de Figueiredo CIMO – Mountain Research Centre, Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal [email protected] Felícia Fonseca CIMO – Mountain Research Centre, Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal [email protected] Helena Pinheiro CIMO – Mountain Research Centre, Câmara Municipal de Bragança, Portugal [email protected] ABSTRACT Recent assessments showed that desertification susceptibility, increased in Continental Portugal when comparing 1960-1990 with 2000-2010 aridity index means. In NE Portugal, the border of the susceptible belt was moved west during the mentioned time span. Besides climatic drivers, desertification is coupled with soil degradation and wildfires are a direct cause for accelerating both processes. Soil degradation is evident n the regionally widespread burnt areas. A map-based approach, at territorial scale, allowed a quantitative insight on fire hazard relations with soil degradation and desertification in NE Portugal and this work aims at discussing the main outcomes of the research. The data bases treated with GIS tools included desertification susceptibility fire hazard and land cover published maps, and the soil degradation map developed by the authors. About 2/3 of the territory presents high and very fire hazard, and about half of this falls in high desertification susceptibility areas, while only about 1/6 of the area with low and very low fire hazard (1/4 of territory) falls in the same desertification susceptibility classes. About 3/4 of the area where high and very fire hazard prevails, soils depict severe or worse degradation status. Furthermore, about 40% of those are scrublands, which represent a high fuel stock with negligible social control. The negative picture drawn asks for territorial measures focused on land use planning and land management practices towards soil protection, a key resource in the recovery of degraded areas. Keywords: Desertification susceptibility, soil degradation, fire hazard, NE Portugal 65 | Painel 2 – Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 USO DE SENSORES REMOTOS COM DIFERENTES RESOLUÇÕES ESPECTRAIS PARA A CARACTERIZAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DAS TERRAS DE ÁREAS COM RISCO À INUNDAÇAO DOS MUNICÍPIOS DE ITALVA E CARDOSO MOREIRA,RIO DE JANEIRO, BRASIL Claudio Henrique Reis Departamento de Geografia de Campos (GRC), Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil [email protected] Raul Reis Amorim Departamento de Geografia de Campos (GRC), Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil [email protected] RESUMO O mapeamento do uso e ocupação das terras das áreas sujeitas à inundações de bacias hidrográficas é importante para que o poder público e a sociedade civil tenham conhecimento de que porção da população, empreendimentos agrícolas, urbanos e industriais estão sujeitos à inundações nos períodos de precipitação extrema, na área de estudo, e/ou a montante da bacia hidrográfica. Tendo o exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de diferentes sensores remotos no mapeamento do uso e ocupação das terras dos municípios de Cardoso Moreira e Italva, situados no baixo curso da Bacia Hidrográfica do Rio Muriaé, Rio de Janeiro (Brasil). Justifica-se a escolha da área de estudo, pois a mesma é sujeita a inundações periódicas que geralmente ocorrem entre os meses de novembro e março, período de maior incidência de chuvas na Bacia Hidrográfica. Para atender ao objetivo proposto, foi necessário atender seguir os seguintes pocedimentos: 1) Delimitação da área de estudo e das áreas sujeitas à inundação, 2) Seleção dos sensores remotos utilizados para o mapeamento de uso e ocupação das terras nas diferentes escalas: no mapeamento da área total dos municípios, utilizou-se o sensor Deimos, que apresenta resolução expectral de 22x22m por pixel, e para o mapeamento das áreas urbanas e áreas sujeitas à inundaçao, adotou-se o sensor RapidEye, com resolução espectral de 5x5m por pixel, 3) Processamento das Imagens para classificação da imagem pelo método bhattacharya, e posterior vetorização das classes para gerar o mapa de uso e ocupação das terras. Como resultado, verificou-se que o municipio de Cardoso Moreira apresenta maior área inundável, cerca de 23% da área total do município são áreas sujeitas à inundações. Cerca de 50% das áreas sujeitas à inundação do município de Cardoso Moreira correspondem ao uso de Pastagens. A área urbana de Cardoso Moreira nos episódios de inundação, são atingidas em 80%. Além da área urbana, 78% das áreas de culturas e 40% das áreas de mata ciliar estão nas áreas inundáveis. No município de Italva, o tipo de uso que mais sofre com as inundações são as áreas de pastagens (44%) e seguida das áreas de Mata Ciliar (33%) do total de áreas inundáveis. No que refere-se a a área urbana de Italva, 53% de sua área são inundáveis. Palavras-chave: Inundações, uso e ocupação das terras, sensoriamento remoto. 66 | Panel 2 – Geo-technologies applied to the analysis and management of risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 AS GEOTECNOLOGIAS NA MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS – APLICAÇÃO DO FARSITE Maria Rosado Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior Agrária [email protected] José Massano Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior Agrária [email protected] RESUMO Neste trabalho analisou-se a modelação do comportamento de incêndios florestais recorrendo à aplicação FARSITE. Esta simula a progressão de um fogo e calcula a área ardida, dados importantes no apoio à decisão tática e operacional em ações de combate. Utiliza parâmetros de situações reais de incêndio florestal e compara-os com os obtidos através dos modelos associados ao software. Os cenários trabalhados e analisados têm por base aspetos relacionados com a eficiência da combustão, tipo de combustível presente, parâmetros meteorológicos, morfologia do terreno e área percorrida pelo fogo. São igualmente determinados parâmetros como a energia libertada, a velocidade da combustão e a emissão de CO2. Dos resultados obtidos torna-se possível definir, de forma expedita, estratégias a aplicar no terreno, tais como, a definição de locais para a colocação de máquinas de rasto ou a criação de barreiras à evolução do incêndio. Também no apoio aos trabalhos de planeamento e prevenção se revela bastante importante, permitindo a definição antecipada de pormenores operacionais e técnicos. Os dados resultantes da aplicação do FARSITE na modelação do comportamento de um incêndio florestal, possibilitam assim a criação de uma fonte de informação técnica relevante, quer para efeitos de estudo de possíveis situações futuras de incêndio, quer para a constituição de um histórico de ocorrências. Palavras-chave: Incêndios florestais, comportamento do fogo, FARSITE. 67 | Painel 2 – Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO MONITORAMENTO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS NA REGIÃO DA REDEC-I 7 DO ESTADO DE SÃO PAULO – BRASIL Evandro Antônio Cavarsan Coordenadoria de Defesa Civil de Cabrália Paulista [email protected] Eymar Silva Sampaio Lopes Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [email protected] Lourenço Magnoni Júnior Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza [email protected] RESUMO A utilização de sistemas computacionais aplicados a questões do meio ambiente pode ser complexa e requer muitas variáveis a serem modeladas. Na literatura existem diversos modelos ambientais para as mais diversas aplicações como incêndios, enchentes, deslizamentos, entre outras. O desenvolvimento de geotecnologias com monitoramento em tempo-real de dados ambientais permite acompanhar as mudanças climáticas com potencial de deflagrar desastres. Neste contexto o Centro Integrado de Alerta de Desastres Naturais (CIADEN) instalado na Escola Técnica Astor de Mattos Carvalho de Cabrália Paulista – SP vem desenvolvendo aplicações fazendo uso da plataforma TerraMA2 do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O objetivo deste trabalho é apresentar o monitoramento efetuado através de análises e alertas a incêndios florestais realizado na região de atuação da Regional da Defesa Civil do Estado de São Paulo Região Administrativa de Bauru (REDEC-I 7) através do CIADEN, onde concentram-se importantes empresas na área de reflorestamento e silvicultura como a DURATEX, SUZANO e LWARCEL. O sistema de monitoramento desenvolvido utiliza dados hidrometeorológicos coletados pelo INPE através dos sensores dos satélites GOES, NOAA e METEOSAT, variáveis como umidade relativa do ar, precipitação acumulada, temperatura, velocidade e direção do vento e focos de queimadas. A área monitorada compreende os talhões de Eucalipto e Pinus sp. que estão localizados dentro dos 39 municípios que integram a REDEC-I 7. As análises de risco de incêndios são realizadas sobre as condições hidrometeorológicas dentro e num raio no entorno dos talhões. Sobre condições de baixa umidade, número de dias sem chuva, intensidade de vento, altura do dossel, presença de focos de queimadas nas faixas de distância de 5 à 10 km são os principais parâmetros para produzir alertas em quatro níveis, isto é, observação, atenção, alerta e alerta máximo. O sistema encontra-se em fase de implantação, mas os primeiros resultados já demonstram promissores para os agentes de combate a incêndios florestais na região. Palavras-chave: Geotecnologias, Monitoramento, Incêndios Florestais, CIADEN, TerraMA2 68 | Panel 2 – Geo-technologies applied to the analysis and management of risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 LA INTERACCIÓN ENTRE ATMÓSFERA INSALUBRE Y POBLACIÓN URBANA: UNA APROXIMACIÓN DESDE LA GEOVISUALIZACIÓN DIGITAL PARA EL ANÁLISIS Y GESTIÓN DE RIESGOS María Jesús Vidal Domínguez Ana Mellado San Gabino Departamento de Geografía, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Autónoma de Madrid [email protected] Departamento de Geografía, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Autónoma de Madrid [email protected] Antonio Moreno Jiménez Rosa Cañada Torrecilla Departamento de Geografía, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Autónoma de Madrid [email protected] Departamento de Geografía, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Autónoma de Madrid [email protected] RESUMEN La atmósfera es uno de los principales componentes del ambiente urbano, pero su interacción con la población resulta elusiva, por ser poco visible. Ello contribuye a una baja conciencia social sobre las amenazas que supone el aire, a menudo degradado, de la ciudad, excepto cuando los medios de comunicación publican algún suceso o peligro grave y saltan las alarmas de los organismos supervisores. La relación calidad del aire - población es además compleja y cambiante, porque depende de la variabilidad de los estados atmosféricos y de la intensa movilidad espacial de los individuos. La necesidad de desvelar estas interacciónes y hacerlas más perceptibles se justifica por tres tipos de razones. En primer lugar, para concienciar e informar a la ciudadanía de los peligros de una atmófera insalubre, y particularmente a los grupos de población más vulnerables. Segundo, por la existencia de una normativa europea, que regula la emisión de los contaminates y los grados de peligrosidad. Y por último, para ayudar en la formación de decisiones, tanto desde la planificación urbana, como desde las actuaciones públicas y privadas que inciden o se ven afectadas por la calidad del áire. Con esas preocupaciones en mente, y en línea con recientes propuestas sobre las nuevas utilidades de las geotecnologías en los procesos de decisiones espaciales y de participación pública, esta contribución persigue hacer más perceptible esa interacción entre sociedad y atmósfera urbana a través de la geovisualización digital. A tal fin el trabajo se estructurará en dos partes. En la primera se selecciona y prepara la geoinformación relevante, en particular la contaminación estimada de PM10, O3 y NO2 y la distribución de la población, en algunas grandes metrópolis españolas (Madrid y Barcelona). Luego, el foco recae en desvelar los patrones de densidad de población y de excesiva polución y sus coincidencias mutuas. Para ello se diseña y elabora, mediante el concurso de geotecnologías avanzadas, SIG, una variedad de productos de información visual (mapas e imágenes 3D, así como vuelos o animaciones) orientados a públicos diversos, que permitan apreciar mejor la potencial interacción espacial entre población (grupos vulnerables) y polución. La meta última estriba en facilitar, mediante productos cartográficos innovadores, la aprehensión de la relación sociedad-ambiente, y así impulsar el empoderamiento social y el perfeccionamiento de las tareas de análisis y gestión de riesgos urbanos. Palabras clave: geovisualización, contaminación atmosférica, población urbana, riesgos socioambientales, sistemas de información geográfica, ciudades españolas. 69 | Painel 2 – Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 MAPEAMENTO DE SUSCEPTIBILIDADE À EROSÃO EM ZONA DE AMORTECIMENTO DE ÁREAS PROTEGIDAS BRASILEIRAS, UTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO Taiana Evangelista dos Reis Mestranda em Geografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Vivian Castilho da Costa Departamento de Geografia Física, Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Marta Foeppel Ribeiro Departamento de Geografia Física, Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] RESUMO Conservar as últimas florestas tropicais é preocupação mundial, e como forma de proteção legal no Brasil, são criadas Unidades de Conservação da Natureza (UC), dedicadas à preservação e manutenção da biodiversidade e recursos naturais. O entorno das áreas de proteção integral (Parques) brasileiras, denominadas de zona de amortecimento (ZA), também são locais amparados pela lei e as atividades nelas devem ser restritas, a fim de não gerar impacto sobre a UC. O Parque Estadual do Ibitipoca (PEI) está localizado no Estado de Minas Gerais e possui uma ZA de 100,41 km². O presente trabalho, portanto, visa estudar e mapear a susceptibilidade à erosão na ZA do PEI proporcionada pelos tipos de solo, níveis de declividade e o uso e ocupação da terra, utilizando para tal, técnicas de geoprocessamento por análise multicritério em ArcGIS. Os resultados permitiram apontar as áreas mais impactadas, decorrentes de explorações inadequadas no uso da terra e em áreas de solos e declividade não compatíveis com a proteção dos recursos naturais existentes, facilitando o risco a ocorrência de degradação, de movimentos de massa e de erosão acelerada. Tais resultados em SIG, aliados às propostas de manejo adequado e de recuperação das áreas degradadas, auxiliarão os gestores da UC no controle dos locais mais impactados pela erosão, evitando o uso desordenado e o avanço das áreas rurais e urbanas na ZA e no interior da área protegida. Palavras-chave: Zona de amortecimento, Parque Estadual de Ibitipoca, Geoprocessamento, Suceptibilidade a erosão. 70 | Panel 2 – Geo-technologies applied to the analysis and management of risks Painel 3 Territórios de risco (previsão, prevenção, consequências e reabilitação) Painel 3.1 Riscos geológicos e geomorfológicos III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MODELAÇÃO E ANÁLISE DE PERDAS ASSOCIADAS AO RISCO SÍSMICO Luis Sá Autoridade Nacional de Proteção Civil [email protected] Patrícia Pires Autoridade Nacional de Proteção Civil [email protected] Paulo Henriques Câmara Municipal de Lisboa [email protected] Maria João Telhado Câmara Municipal de Lisboa joã[email protected] RESUMO Portugal possui um elevado risco sísmico tendo em conta as vulnerabilidades associadas à ocupação humana bem como o histórico de eventos sísmicos registados. Face à inevitabilidade da ocorrência de sismos, a abordagem da questão sísmica num contexto Nacional deve assentar na análise dos seus aspetos fundamentais, e que refletem necessariamente os fatores que contribuem para a existência de um risco "real" de desastre para a sociedade. É inestimável a existência e a manutenção de um simulador de danos resultantes de um sismo com a capacidade de visualização de um cenário, com indicação de danos potenciais, cuja tipologia possui incerteza difícil de determinar empiricamente. O simulador e as aplicações dos dados georeferenciados por ele produzidos servem como referencial de suporte ao planeamento e preparação da resposta a uma emergência sísmica, consistindo numa simulação matemática composta por modelos de cálculo de danos virtualmente susceptíveis de serem produzidos por qualquer cenário sísmico. Presentemente existem somente duas regiões do país abrangidas por tais ferramentas, Lisboa e o Algarve, persistindo uma lacuna no que respeita ao restante território. Assim, numa tentativa para colmatar este facto, a ANPC e o Município de Lisboa, unindo esforços e conhecimento técnico, desenvolveram um protótipo de simulador cuja metodologia é aplicável ao continente português de forma transversal, pelo que será possível num futuro próximo apresentar um protótipo de Simulador Nacional de Risco Sísmico. Palavras-chave: Modelação, Risco Sísmico, Consequências 75 | Painel 3.1 – Riscos geológicos e geomorfológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 IDENTIFICATION DES ZONES SOUMISES À LA DÉGRADATION DU SOL DANS LE BASSIN VERSANT DE N’FIS (MAROC) Adama Amaya Département de Géologie, Faculté des Sciences, Université Cadi Ayyad, Marrakech, Maroc. [email protected] Abdellah Algouti Département de Géologie, Faculté des Sciences, Université Cadi Ayyad, Marrakech, Maroc. [email protected] Ahmed Algouti Département de Géologie, Faculté des Sciences, Université Cadi Ayyad, Marrakech, Maroc. [email protected] Nadia El Aaggad Département de Géologie, Faculté des Sciences, Université Cadi Ayyad, Marrakech, Maroc. [email protected] RESUMÉ Au travers de cette communication, nous nous intéressons à la dégradation du sol, problème majeur que subissent les bassins versant du Maroc en général, et en particulier le bassin de N’fis, du fait de son climat semi-aride, sa géomorphologie et les phénomènes anthropiques. L’objet de ce travail est la spatialisation de la dégradation du sol dans le dit bassin. Plusieurs méthodes peuvent être adoptées, notamment le suivi de la dynamique de l’occupation du sol décrite par le couvert végétal, car un sol bien couvert par la végétation ralentit l'écoulement des eaux tandis qu'un sol nu est plus exposé à l'érosion. Ce dernier est envisageable par une classification supervisée, sous ENVI, sur des thèmes collectés sur le terrain. La méthodologie adoptée dans ce travail consiste à créer des cartes d’occupation du sol, de différentes années. Après la classification et la validation de ces cartes, la technique de détection de changement est invitée pour déterminer les zones sensibles à la dégradation. Ceci permet aux décideurs d’envisager un meilleur plan pour la prévention de risque. Les résultats seront présentés dans cette communication. Mots-clés: Risque, sol, végétation. 76 | Panel 3.1 – Geological and geomorphologic risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ÁREAS DE RISCO DE DESLIZAMENTO DE ENCOSTAS NO BRASIL: UM ESTUDO SOBRE AS FAVELAS EM CAMPOS DO JORDÃO-SP Artur Rosa Filho Departamento de Geografia da Universidade Federal de Roraima, Brasil [email protected] RESUMO Nas últimas décadas do século XX e no início do século XXI , os deslizamentos de encostas têm aumentado consideravelmente, principalmente nos países subdesenvolvidos, bem como, nos países classificados como em desenvolvimento. A construção de habitações em encostas acentuadas alteram a paisagem urbana, agravando os movimentos gravitacionais de massa. Conhecida por muitos como a “Suíça brasileira”, Campos do Jordão-SP, possui cerca de 47.000 habitantes (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica-2010). Encontramos na cidade, além de belos bairros residenciais, onde são construídos palacetes pelas elites, o seu lado triste, onde reina a miséria, a fome e o desemprego. São suas favelas, que quase nunca são vistas pelos turistas durante o famoso Festival de Inverno. Campos do Jordão, possui várias favelas em situação de risco considerado alto: Britador, Santo Antônio, Vila Albertina, Monte Carlo e Cachoeirinha. Entende-se que essas favelas configuram-se sob a lógica da urbanização, como áreas de segregação socioespacial, representativas das periferias das cidades brasileiras. Esta investigação é um recorte da Tese de Doutorado onde procurou-se verificar através de uma abordagem perceptiva como os moradores dessas áreas de risco percebem o perigo e o próprio risco de, a qualquer momento, perderem suas casas e até suas vidas. Esse estudo partiu do pressuposto de que as pessoas ao morarem em áreas de risco, ficam vulneráveis aos deslizamentos e colocam-se à mercê do acaso e nem a experiência adquirida com os deslizamentos anteriores, as livram da exposição e das tragédias que um novo deslizamento pode provocar. Palavras-chave: favelas, áreas de risco, deslizamentos de encostas. 77 | Painel 3.1 – Riscos geológicos e geomorfológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 DESAFIOS COLOCADOS À CARTOGRAFIA DAS ÁREAS DE SUSCEPTIBILIDADE DE RAVINAMENTO A PARTIR DE ESTUDOS NO CENTRO DE PORTUGAL Bruno Martins Departamento de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Raphael Costa Cristovam da Rocha Departamento de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO Os ravinamentos são formas de erosão resultantes de processos geomorfológicos que podem contribuir para a perda de solo. De per si, nem sempre afetam áreas de interesse económico. No entanto, mesmo que a perda de solo e de produtividade de um campo agrícola por ravinamento, no seu conjunto, seja considerada de menor importância, os efeitos secundários, podem traduzir-se em grandes prejuízos. A importância da cartografia deste tipo de processo geomorfológico, que pode ser entendido como risco geomorfológico, é proporcional à dificuldade de execução. A multiplicidade de factores que o influência e a sua arduidade de os representar espacialmente coloca desafios, que a partir de exemplos no Norte e Centro de Portugal, merecem ser discutidos e analisados. Palavras-chave: Portugal. Ravinamentos, riscos geomorfológicos, cartografia, 78 | Panel 3.1 – Geological and geomorphologic risks Norte-Centro de III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 O PAPEL DA VULNERABILIDADE SÍSMICA NA MITIGAÇÃO DO RISCO SÍSMICO DE NÚCLEOS URBANOS ANTIGOS Romeu Vicente Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Aveiro [email protected] Tiago M. Ferreira Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Aveiro [email protected] Rui A. Maio Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Aveiro [email protected] RESUMO Por definição o risco sísmico encontra-se associado ao potencial inerente a um evento sísmico, de despoletar uma situação de emergência, catástrofe ou crise, em determinada população ou região. Neste sentido, enquanto que a exposição a um determinado risco ao nível do cidadão é gerida individualmente, a nível governamental esta gestão compreende responsabilidades políticas, económicas e sociais. Todavia, na grande maioria dos casos, as estratégias de sensibilização e mitigação do risco sísmico surgem apenas na sequência de um evento de impacto significativo nas sociedades. Dada a necessidade de canalizar esforços no sentido de contrariar esta tendência, a mitigação do risco é aqui abordada através da avaliação da vulnerabilidade sísmica de núcleos urbanos antigos, as zonas potencialmente mais vulneráveis das nossas cidades. Foi aplicada uma metodologia simplificada que possibilitou posteriormente a estimativa de cenários de dano e de perdas económicas e humanas. No tratamento dos resultados foi utilizada uma ferramenta SIG que se revelou altamente eficaz no mapeamento da vulnerabilidade sísmica e cenários de dano à escala urbana. Através do mapeamento destes resultados poderão ser elaborados planos estratégicos de reabilitação do edificado urbano, assim como planos de emergência e evacuação em caso de ocorrência sísmica. Palavras-chave: risco sísmico, vulnerabilidade sísmica, índice de vulnerabilidade, núcleos urbanos antigos, cenários de dano, estimativa de perdas 79 | Painel 3.1 – Riscos geológicos e geomorfológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 O PROCESSO DE OCUPAÇÃO, RISCOS E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DAS ENCOSTAS DO MUNICÍPIO DE ILHÉUS: SUBSÍDIOS PARA SEU PLANEJAMENTO URBANO E AMBIENTAL Fabiano dos Santos Nunes Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil [email protected] Ednice de Oliveira Fontes Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil [email protected] Ana Maria Souza Santos Moreau Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil [email protected] Joandre Neres de Jesus Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil [email protected] RESUMO O perfil geomorfológico da cidade, apresenta muitas áreas de encostas escarpadas, constituídas de um espesso manto argiloso, suscetível aos processos erosivos. A ocupação dessas encostas em Ilhéus, ocasionam um grande problema no contexto sócioeconômico, pois o uso e ocupação destes territórios sucede-se de forma irregular, fora dos padrões de segurança que garantam a apropriação pelo homem, sem que haja riscos físicos e sociais , podendo levar até a perda de vidas humanas. Neste trabalho o tema pesquisado é de fundamental importância, pois objetiva-se identificar as áreas e os fatores que concorrem para que hajam movimentos de massa nas encostas da cidade. Para tal, após consistente revisão bibliográfica, foram buscadas informações em órgãos públicos e efetuada a pesquisa de campo, em encostas das áreas norte e sul da cidade, para assim obter-se resultados mais abrangentes com um melhor distribuição espacial. Os lugares visitados foram fotografados e geoferenciados. A análise e interpretação dos dados foi feita através de enfoques qualitativos e quantitativos, e o mapeamento com uso do software ArcGis 10.1. Por fim, revelou-se as condições precárias nas áreas de encostas com sérios riscos e registros de ocorrência de movimentos de massa ao longo dos últimos 13 anos. Entende-se a necessidade urgente por parte das autoridades competentes de soluções para as questões básicas de infra – estrutura e planejamento urbano das encostas da área urbana de Ilhéus – Bahia.. Palavras-chave: Movimentos de Massa, Erosão, Ocupação Urbana. 80 | Panel 3.1 – Geological and geomorphologic risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 RISCOS ASSOCIADOS A PROCESSOS GEOMORFOLÓGICOS NA SERRA DO MAR PAULISTA Marcelo da Silva Gigliotti Faculdade de Geografia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Brasil [email protected] Estéfano Seneme Gobbi Faculdade de Geografia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Brasil [email protected] Pedro Henrique de Mello Bacci Comissão Permanente de Licitação, Companhia Docas do Estado de São Paulo, Brasil [email protected] RESUMO As encostas da Serra do Mar do estado de São Paulo (SP), Brasil, apresentam uma alta complexidade na estruturação do relevo devido às inúmeras variáveis e intensidade para a área verificadas. Possuem declividades superiores a 30%, grande variação altimétrica, podendo chegar a desníveis de 1200 metros em poucos quilômetros e elevado índice pluviométrico (por vezes superiores a 3000 mm anuais), tornando a Serra do Mar um sistema de intensa dinâmica de processos de formação de relevo, como deslizamentos e rolamento de blocos. Alinhado a complexidade dos agentes geomorfológicos, existe a ação antrópica atuante nas encostas da Serra do Mar, que acarretam em riscos e problemas de ocupação destas áreas devido à intensificação da erosão. A partir do entendimento da interação dos sistemas naturais e antrópicos, este trabalho apresenta a gênese e o funcionamento dos processos geomorfológicos e como estes podem se transformar em riscos para a população. Entretando as dinâmicas de morfogênese ocorrem de maneira diferenciada na porção setentrional e na área centro-meridional do litoral paulista, fato facilmente compreendido ao analisar a mudança no lineamento do Planlato Atlântico e na gênese das praias paulistas. Na região da juzante da bacia do Rio Ribeira de Iguape há o recuo das escarpas da Serra do Mar, entretanto os riscos estão associados, devido à baixa declividade, a ocorrencia de eventos de inundação. Palavras-chave: Mapeamento de Riscos, Planície Costeira, Serra do Mar, Deslizamentos, Erosão 81 | Painel 3.1 – Riscos geológicos e geomorfológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 CARTOGRAPHIE DES MOUVEMENTS DE VERSANT DANS LE BASSIN VERSANT DE L’OUED DADES (HAUT ATLAS CENTRAL, MAROC) Nadia El Aaggad Université Cadi Ayad, Faculté des sciences Semlalia, département de géologie [email protected] Ahmed Algouti Université Cadi Ayad, Faculté des sciences Semlalia, département de géologie [email protected] Abdellah Algouti Université Cadi Ayad, Faculté des sciences Semlalia, département de géologie [email protected] Adama Amaya Université Cadi Ayad, Faculté des sciences Semlalia, département de géologie [email protected] RESUMÉ Le bassin versant de Boumalne-Dades se localise sur le versant sud du Haut Atlas central Marocain, entre les latitudes Nord 32°00’et 30°54’ et les longitudes Ouest 5°23’ et 6°44’, au Nord-est de la ville d’Ouarzazat. Il couvre une superficie de 6796 km2 et présente un relief très accidenté avec des altitudes qui varient entre 1600m et 3000m. La partie amont de ce bassin est affecté par une importante morphogenèse. Les mouvements de terrain présentent une variété remarquable dans le secteur d’étude et jouent un rôle prépondérant dans l’évolution du versant. Les missions de terrain, les études géologique et géomorphologique détaillées, une enquête auprès des populations locales et des analyses sédimentologiques nous ont permis de faire une typologie des mouvements de terrain et de dégager les facteurs de leur développement et de leur localisation. Les principaux types de phénomènes affectant le bassin sont : - les chutes de blocs et les éboulements, en particulier dans les terrains calcaires fracturés du Jurassique, - les basculements de terrain, fréquents dans les conglomérats et cailloutis du Mio-Mliocène , ou encore dans les anciennes terrasses du Quaternaire, - le ravinement des terrains, observé couramment le long de la route R704, entre la ville de Boumalne et la commune rurale de Tilmi, - L’érosion des berges, phénomène peu fréquent. La cartographie régionale de ces mouvements permet une appréciation globale de la susceptibilité du bassin de Dades aux instabilités des terrains. Il s’agit d’un document d’information et de sensibilisation sur les risques de mouvements de terrain de cette région. Mots-clés: Boumalne-Dades, mouvements de terrain, cartographie, Maroc. 82 | Panel 3.1 – Geological and geomorphologic risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 RISCOS E VULNERABILIDADES NA COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA SUB-BACIA DO RIO GAVIÃOZINHO, BAHIA, BRASIL Rafael Carvalho Santos Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Brasil [email protected] RESUMO A relação sociedade-natureza quando realizada de forma inadequada pode ocasionar uma série de riscos e vulnerabilidades não apenas para a sociedade, como também para a natureza. Neste sentido, este trabalho tem o objetivo de caracterizar os aspectos geomorfológicos da Sub-bacia do Rio Gaviãozinho e identificar os possíveis riscos e vulnerabilidades ambientais desencadeados/intensificados pelo uso e ocupação do solo de forma inadequada. Para tanto, realizou-se um levantamento bibliográfico e documental, assim como pesquisa de campo, posteriormente os dados coletados foram analisados e sistematizados. A compartimentação geomorfológica da Sub-Bacia do Rio Gaviãozinho é composta por duas unidades: o Planalto dos Geraizinhos e o Piemonte Oriental do Planalto de Vitória da Conquista. Devido à ocorrência de chuvas torrenciais e a degradação da vegetação natural, associados ao substrato geológico e ao desnível topográfico desta área, são oferecidas condições propicias a atuação do intemperismo químico e de processos erosivos, principalmente, no contato com outras unidades geomorfológicas que ocorre de maneira abrupta. Assim, devido às transformações ambientais geradas pelos diversos usos econômicos a área de estudo se encontra fortemente vulnerável a ocorrência de movimentos de massa e outros impactos negativos. Palavras-chave: Relevo, Uso do solo, Degradação ambiental. 83 | Painel 3.1 – Riscos geológicos e geomorfológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 SUIVI DU RISQUE DE DÉGRADATION DES SOLS PAR TÉLÉDÉTECTION: APPLICATION AU BASSIN VERSANT D'OUED FERGOUG DANS LES MONTS DES BÉNI-CHOUGRANE EN ALGÉRIE Zahira Souidi Faculté des SNV, Laboratoire LRSBG, Université de Mascara [email protected] Abderrahmane Hamimed Laboratoire LRSBG, Université de Mascara [email protected] Frédéric Donze Laboratoire 3S, Université Joseph Fourier (UJF) [email protected] RESUMÉ En Algérie du Nord, le phénomène d'érosion hydrique présente la forme de dégradation physique des sols la plus importante affectant les reliefs, la production du sol et la stabilité des versants. Pour suivre la progression de ce phénomène insidieux et pour évaluer les résultats des actions de lutte, les outils spatiaux, tels que la télédétection et les systèmes d'informations géographiques (SIG), semble être privilégiés, car ils permettent d'élaborer des cartes précises sur la progression de la dégradation à partir des indicateurs écologiques qui mettent en évidence les transformations du milieu. Ces indicateurs sont très corrélés aux paramètres radiométriques de surface, tels que l'albédo, l'indice de végétation (NDVI) et la température de surface. L'objectif de cette étude est de développer une méthodologie pour la cartographie du risque de dégradation par utilisation combinée de l'information acquise par les capteurs satellitaires et des variables dérivées du modèle numérique de terrain (MNT). Le site pilote retenu est un écosystème montagneux très vulnérable à l'érosion hydrique, situé dans les monts des Bénichougrane (nord-ouest de l'Algérie). La méthodologie présentée consiste à développer un indice quantitatif de dégradation des sols en fonction de deux paramètres : la fraction d'évaporation (EF), qui discrimine l'état hydrique de surface, et l'indice de végétation standarisé (NDVIs) qui reflète l'activité chlorophylienne des surfaces. La synthèse de l'ensemble des informations dans un SIG, ainsi que leurs confrontations avec les données géomorphologiques, ont permis de dresser des cartes de sensibilité à l'érosion hydrique selon cinq degrés souvent corrélé à la densité de végétation. Il ressort que les zones en état dégradé et très dégradé couvrent 29% de la superficie du bassin versant contre 43% des terres à couvert végétal dense ou très dense. Le reste (28%) étant en état critique. Mots-clés: Erosion hydrique, SIG, Télédétection, Algérie. 84 | Panel 3.1 – Geological and geomorphologic risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 CONSTRUCCIÓN DE ESCENARIOS SOCIALES DE RIESGO POR FENÓMENOS VOLCÁNICOS EN COLOMBIA Yolanda Hernández Peña Facultad del Medio Ambiente, Universidad Distrital Francisco José de Caldas [email protected] Germán Vargas Cuervo Departamento de Geografía, Universidad Nacional de Colombia [email protected] RESUMEN En Colombia, la historia de la gestión del riesgo se inició en 1986 con el evento volcánico del Ruiz que destruyó la población de Armero y ocasinó la muerte de cerca de 25.000 habitantes. A partir de este evento y otros como el Galeras en 1993 y el Hulia en 1994, se ha avanzado en la construcción de mecanismos tecnicos para logar una mejor gestión del riesgo. Progresos notables se han visto en los modelos de zonificación de la amenaza y monitoreo con alertas tempranas por procesos volcánicos, pero aún existe un gran vacío en la gestión social del riespo enfocado al manejo de las comunidades expuestas. Este estudio, realizado en el marco de una investigación Doctoral con la Universidad Nacional de Colombia, a través de trabajos realizados con las comunidades locales indigenas y habitantes de zonas de influencia de fenómenos volcánicos, (Galeras, Machin, Huila y Ruiz), se ha orientado a obtener lineamientos sociales sobre factores de aprendizaje de su medio de vida y percepciones e imaginarios referente a la amenaza para mejorar la gestión del riesgo. La investigación realizada se fundamentó en una metodología mixta entre lo tecnico y lo social, con el uso de tecnologías de sensores remotos para la espacialización de la amenaza respecto a los centros poblados y sus actividades socio económicas, y estudios etnográficos, bajo los postulados del constructivismo. Los resultados evidencian distintas construcciones culturales y procesos históricos alrededor de los fenómenos volcánicos, lo cual se constituye en importantes elementos para la generación de procesos resilientes y de gestión del riesgo. Palabras clave: Volcanes, Colombia, Resiliencia, Gestión, Riesgo 85 | Painel 3.1 – Riscos geológicos e geomorfológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 OS FLUXOS DE ESCOAMENTO SUB-SUPERFICIAIS E SUA RELAÇÃO COM OS PROCESSOS DE VOÇORACAMENTO: UM PROCESSO DINÂMICO DE CAPTURAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS. Kátia Gisele de Oliveira Pereira Curso de Geografia/RISCOS [email protected] António de Sousa Pedrosa Instituto de Geografia da UFU, CEGOT, RISCOS [email protected] RESUMO A origem paleogeográfica da área de pesquisa conta com a ocorrência dos derrames vulcânicos que deram origem aos basaltos da Formação Serra Geral, rocha encontrada na base dos principais cursos d'água da região. Esse processo gerou abatimento regional com a capacidade de deposição dos arenitos do Grupo Bauru. O local foi de ambiente de deposição, no período neocretácico, preenchido por sequência arenosa siliciclástica em clima semiárido, nas bordas Norte e Nordeste da bacia do Paraná, com sedimentos provenientes de alterações e erosão de rochas paleozóicas e précambrianas de área fonte das bordas da bacia. O Grupo Bauru, na área de pesquisa é representado nesta área por: i) arenitos da Formação Marília que foi gerada em sistemas de leques aluviais marginais, ii) a Formação Adamantina que está relacionada com sistemas fluviais de rios anastomosados e planícies com lagoas efêmeras nas porções centro e nordeste da bacia, ii) a Formação Uberaba, restrita ao extremo nordeste da bacia do Paraná, com contribuição de material vulcânico piroclástico. A área de pesquisa corresponde às bacias dos ribeirões Douradinho, Panga e Estiva, afluentes do rio Tijuco (MG), localizada no Oeste do Triângulo Mineiro no contato da chapada com o relevo dissecado do rio Tijuco (MG). Essa área é classificada como de relevo medianamente dissecado em que os topos são nivelados entre 620 e 930 metros, englobando vertentes convexas e suaves, com declives compreendidos entre os 3º e os 15º. Nessas vertentes são encontradas as rupturas sustentadas por lateritas, pelos arenitos conglomeráticos e níveis de material mais argiloso, onde ocorre o afloramento do lençol freático, originando áreas hidromórficas de média vertente e formando as nascentes e as veredas, que se relacionam diretamente com afloramento do lençol freático sustentado por essas rupturas. Nas cabeceiras dos principais cursos de água ocorrem a captura de drenagem por recuo das cabeceiras, com captura do fluxo sub-superficial. Neste compartimento são encontrados intensos voçorocamentos alinhados com as rupturas nas vertentes e também, com o rebaixamento do nível de base. Os fatores que estão na base da gênese deste processo são diversos: i) forte concentração da precipitação no período chuvoso (outubro-março) desta região: ii) ocupação humana pouco ordenada associada ao forte desmatamento que se verificou pós década de setenta do século passado, iii) a alta susceptibilidade dos solos, iv) a importância dos fluxos sub-superficiais, v) a tectónica ativa pode ter levado a rearranjos morfológicos e, consequentemente a alterações nos fluxos de drenagem sub-superficiais, com consequências na dinâmica dos voçorocamentos. Este último aspecto pode ter levado que a forte dinâmica sub-superficial associada às voçorocas tenha contribuido para a explicação de capturas recentes no sistema de rede de drenagem. O objetivo deste trabalho, é mostrar, com exemplos concretos, a dinâmica de erosão acelerada associada às voçorocas e sua importância para explicar a dinâmica de evolução de algumas formas de relevo e das redes de drenagem superficiais. Palavras-chave: Fluxo de água sub-superficial, descontinuidade litológicas, voçorocas, Bacia Bauru. 86 | Panel 3.1 – Geological and geomorphologic risks Painel 3.2 Riscos climáticos e hidrológicos III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 IMPACTOS DE EVENTOS PLUVIAIS EXTREMOS NO ESTADO DO PARANÁ- BRASIL Lindberg Nascimento Júnior Grupo de Pesquisa GAIA, UNESP, Presidente Prudente, Brasil [email protected] João Lima Sant’Anna Neto Departamento de Geografia, Grupo de Pesquisa GAIA, UNESP, Presidente Prudente, Brasil [email protected] RESUMO A vulnerabilidade da população às chuvas nas regiões de transição climática (entre a região tropical e a zona temperada) somam-se o contexto de climas bastante dinâmicos com baixa previsibilidade, e a estrutura dos sistemas socioespaciais. Desta forma, períodos de chuvas adversas e extremas se destacam como elemento deflagrador de impactos e desastres com diferentes intensidades e muitas consequencias. Nessa perspectiva, este trabalho apresenta e analisa a espacialização dos desastres ocasionados pelas chuvas, e notificados pela defesa civil no Estado do Paraná - Brasil. O intuito é regionalizar a ocorrência destes eventos, tratados como risco climático, e entendê-los como um atributo na análise geográfica do clima, e da vulnerabilidade socioespacial. Utilizou-se de séries históricas pluviométricas e informações sobre os desastres notificados por município. Os resultados apresentam que os eventos relacionados às chuvas intensas se destacam para os municípios com áreas urbanas populosas, gerando problemas de enchentes e inundações, com perdas materiais (principalmente residências danificadas e/ou destruídas) e de vida. Palavras-chave: Precipitação, Vulnerabilidade, Estado do Paraná. 89 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 RISCOS ASSOCIADOS ÀS CHUVAS INTENSAS EM INDAIATUBA, SÃO PAULO, BRASIL Marina Sória Castellano Doutoranda, Departamento de Geografia, Universidade Estadual de Campinas,Brasil [email protected] Lucí Hidalgo Nunes Departamento de Geografia, Universidade Estadual de Campinas,Brasil [email protected] RESUMO Indaiatuba, cidade brasileira, faz parte da Região Metropolitana de Campinas, área que detêm grande parte da renda nacional, mas com alto grau de segregação sócioespacial. O objetivo é levantar dias em que ocorreram chuvas extremas na cidade e observar os impactos mais frequentes de 1970 a 2010. Foram levantados dados diários de 11 postos pluviométricos da Região e os dias em que ocorreram os eventos foram identificados pela técnica dos quantis. O levantamento de impactos foi feito na Fundação Pró-Memória, com consulta a jornais. A análise mostra que os casos de alagamento de imóveis, vias e desabamento foram os que tiveram registros em todos os períodos. Os casos de alagamento de imóveis estiveram, em todas as décadas, entre os 3 tipos de impactos mais recorrentes e os casos de mortes foram registrados apenas na década 3. De maneira geral, houve tendência de aumento nos tipos de impactos (de 8 para 32 da primeira para a última décadas) e na quantidade de registros (de 38 para 733), fato relacionado à vulnerabilidade da população e à falta de planejamento urbano. Palavras-chave: evento extremo, impactos, Indaiatuba, Brasil 90 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 INVESTIGATION OF THE TRENDS IN RAINFALL DATA IN SLOVAKIA, PORTUGAL AND LIBYA Martina Zeleňáková Department of Environmental Engineering, Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice [email protected] Pavol Purcz Department of Mathematics, Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice [email protected] Maria Manuela Portela Department of Civil Engineering, Architecture and Geo Resources, Technical University of Lisbon [email protected] Helena Hlavatá Slovak Hydrometeorological Institute [email protected] Ibrahim Gargar Department of Environmental Engineering, Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice ABSTRACT One of the goals of the hydrological risk assessment is to reduce the impacts of droughts and floods. The objective of study is to investigate rainfall trends in climatic stations in Slovakia, Portugal and Libya. Annual and monthly precipitation trends were detected by the MannKendall non-parametric statistical test. The annual rainfall series at the Portuguese and Libyan climatic stations show downwards trends (decreasing rainfall) while the series at the Slovak climatic stations show upwards trends (increasing rainfall). In Slovakia the monthly rainfall is increasing, except for the months of November and August with decreasing rainfall. The results are in accordance with the IPCC forecasts. They also indicate that the variability of extreme rainfall and the climate uncertainty are greater in recent times. Keywords: precipitation, trend, Mann-Kendall, climatic change. 91 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE EVENTOS DE CHUVAS EXTREMAS NA CIDADE DE JOÃO PESSOA – PB Francisco de Assis Salviano de Sousa Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Valmir Rocha Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Carmem Terezinha Becker Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba [email protected] RESUMO Os desastres naturais mais comuns no Brasil são as secas, os deslizamentos, os desabamentos e as inundações. Os três últimos são consequências em parte dos eventos extremos de chuvas. Os deslizamentos quando ocorrem em áreas urbanas no período das chuvas causam danos materiais e mortes. Não por acaso, são consequências também da ineficiência do sistema de drenagem e da remoção indiscriminada da cobertura vegetal. Essas ações combinadas com as chuvas aumentam a saturação de água no solo, reduz sua resistência e provoca sua ruptura. Os desmoronamentos são devidos ao mau uso do solo, má distribuição de renda, falta de moradia digna e má qualidade da educação pública. As inundações são geralmente acumulações de lâminas de água que podem invadir o interior das edificações e causar transtornos para a mobilidade urbana de pedestres e veículos. Esses eventos dependem de medidas estruturais, mas não prescindem da boa educação dos habitantes urbanos e de medidas não estruturais. O objetivo deste trabalho foi utilizar as precipitações máximas diárias entre o período de 1912 a 2013 e metodologia estatística para avaliar os riscos de eventos de chuvas extremas na cidade de João Pessoa – PB. Como resultados se verificaram tendências positivas no número de dias com chuvas e nas magnitudes das precipitações máximas diárias. O ajuste dos eventos extremos de chuvas à função distribuição de probabilidade de Gumbel possibilitou as estimativas dos riscos para uma específica magnitude de chuva. Palavras-chave: Eventos extremos, precipitação máxima, deslizamentos, desabamentos e inundações 92 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 EXTREME CLIMATIC PERIODS IN EASTERN SLOVAKIA LOWLANDS Vlasta Ondrejka Harbuľáková Department of Environmental Engineering, Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice [email protected] Martina Zeleňáková Department of Environmental Engineering, Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice [email protected] Pavol Purcz Department of Mathematics, Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice [email protected] Maria Manuela Portela Department of Civil Engineering, Architecture and Geo Resources, Technical University of Lisbon [email protected] Helena Hlavatá Slovak Hydrometeorological Institute [email protected] Michaela Stračarová Department of Environmental Engineering, Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice [email protected] ABSTRACT The climate-induced natural disasters and occurrence of extraordinary weather events caused serious problems in many countries of the world. An analysis of interrelations among atmospheric circulation indices, air pressure, and precipitation totals in Slovakia also shows the great importance of changing atmospheric circulation on climate in Central Europe, mainly in the areas with complex topography. Changes in precipitation and temperature lead to changes in runoff and water availability. IPCC states that runoff is projected with high confidence to increase by 10 to 40% by mid-century at higher latitudes and decrease by 10 to 30% over some dry regions at mid-latitudes due to decrease in rainfall and higher rates of evapotranspiration. The objective of this paper is to analyse variability of long-term precipitation data series over the last 30 years for precipitation stations in Slovakia lowlands situated in the east of the country. Statistics of precipitation extremes, extraordinary summer rainfall event, and occurrence of wet and dry periods in different zones of special altitudinal profile in approximately 110 metres above the see level are presented in this work. Keywords: dry period, wet period, hydrological extremes. 93 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 QUANDO NÃO SE APRENDE COM A CATÁSTROFE: A NEGLIGÊNCIA COM AS ESTRATÉGIAS DE RESILIÊNCIA URBANA NUMA CIDADE AFETADA POR DESASTRE NATURAL Emerson de Oliveira Muniz Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Brasil [email protected] Franciele de Oliveira Pimentel Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Brasil [email protected] RESUMO Com base na paisagem como categoria espacial de análise, o presente artigo faz uma interpretação geográfica do desastre deflagrado por inundação na cidade de Areal no contexto da maior catástrofe socioambiental da história brasileira, que se processou na região Serrana do estado do Rio de Janeiro no dia 12 de janeiro de 2011. O trabalho expõe como as dinâmicas físicas e sociais interagiram e geraram/amplificaram o desastre natural na localidade. A partir do mapeamento da área atingida pela inundação e do desastre natural ocorrido, de seus fatores geradores aos seus impactos, o trabalho discute a recuperação da cidade sem a devida consideração de medidas de resiliência urbana que possam aumentar o nível de preparo da comunidade local caso ocorra no futuro uma repetição daquela conjuntura estabelecida em janeiro de 2011. Numa contemporaneidade na qual as estatísticas apontam o incremento dos desastres naturais em todo o mundo, sobretudo em nações emergentes como o Brasil, o trabalho busca contribuir no debate acadêmico sobre as ações de prevenção, preparo e resposta em comunidades ameaçadas por inundação. Palavras-chave: Inundação. Desastre natural. Resiliência urbana. 94 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MEDIDAS PREVENTIVAS NA GESTÃO INTEGRADA DO RISCO DE INUNDAÇÃO EM PORTUGAL: O PLANEAMENTO PARTICIPATIVO E O PAPEL DAS COMUNIDADES LOCAIS Francisco da Silva Costa Departamento de Geografia e CEGOT, Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Carmen Ferreira Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade do Porto [email protected] Maria Gouveia Doutoranda, Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO Em várias regiões do globo verifica-se anualmente a repetição de catástrofes naturais associadas a inundações e aos seus mais diversos prejuízos. A falta de políticas que promovam a gestão integrada de inundações em Portugal é uma realidade, sendo que o investimento de recursos financeiros é essencialmente concentrado na resolução das crises em detrimento de medidas técnico-administrativas de prevenção e preparação para as emergências. A prevenção passa por tomar as medidas necessárias e indispensáveis para limitar a ocorrência ou reduzir os efeitos negativos de uma crise. Neste contexto, destaca-se o planeamento participativo já que implica todos os interessados no desenvolvimento de políticas de gestão do risco de inundação e permite aos habitantes das regiões vulneráveis escolher o nível de risco que estão prontos para assumir. O papel das comunidades locais no processo de gestão de risco de inundação torna-se assim vital: esta é a principal interessada na preparação contra este tipo de eventos hidrológicos. Com esta comunicação, pretende-se contribuir para a discussão dos modelos de gestão do risco de inundações em Portugal, salientando a importância do planeamento participativo como ferramenta para a prevenção e enfrentamento de cenários de catástrofe. Com base na experiência de Portugal, vamos aprofundar o debate sobre bases metodológicas de trabalho, bem como a sua integração em políticas comuns de proteção civil da União Europeia. Palavras-chave: Prevenção, Gestão integrada, Proteção civil. 95 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 NOVAS MEDIDAS ESTRUTURAIS PARA DIMINUIÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO NO FUNCHAL António Betâmio de Almeida Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos (DECivil), I.S.T [email protected] Sérgio Lopes Gabinete de Estudos e Serviços de Hidráulica/Direção Regional de Infraestruturas e Equipamentos [email protected] RESUMO A área do Funchal é ocupada maioritariamente por três bacias hidrográficas, alongadas no sentido norte-sul: as ribeiras de São João, de Santa Luzia e de João Gomes, todas com elevado grau de perigosidade natural às cheias, desencadeadas por episódios de precipitação intensa e de curta duração. O risco hidrológico é elevado na medida em que o sector inferior das bacias coincide com o centro urbano, por onde os seus cursos de água principais correm até ao mar. Nestas bacias a cheia é um fenómeno complexo, em que, ao escoamento de água se junta uma mistura de detritos variados, desde partículas, até blocos rochosos de grandes dimensões, daí a designação local de aluvião. Depois do evento catastrófico de 20 Fevereiro de 2010 e no âmbito do estudo de avaliação do risco de aluvião, que lhe sucedeu , foram equacionadas várias medidas estruturais de redução do risco. Para controlar o transporte de material sólido no troço intermédio dos cursos de água principais, a montante das áreas urbanizadas, propôs-se a implementação de estruturas transversais ao leito das ribeiras de retenção de sólidos, prevendo-se desta maneira, a redução do transporte de carga de fundo a jusante, com a consequente minimização da ação hidráulica erosiva nos troços urbanos regularizados. Por seu lado, para o troço terminal das ribeiras, as soluções alcançadas foram balizadas pelo objetivo de promover o transporte do caudal sólido. Na comunicação apresentam-se as características gerais das estruturas. Palavras-chave: ribeiras do Funchal, aluvião, soluções hidráulicas estruturais. 96 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO HIDROMORFOLÓGICA DE CANAIS COMO SUBSÍDIO À GESTÃO DO RISCO DE INUNDAÇÕES URBANAS: BACIA DOS RIOS GUAXINDIBA/ALCÂNTARA (RIO DE JANEIRO, BRASIL) Fernando Souza Damasco Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal Fluminense (UFF, Brasil) [email protected] Sandra Baptista da Cunha Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal Fluminense (UFF, Brasil) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) [email protected] RESUMO A necessidade de estabelecer parâmetros na gestão de inundações urbanas tem norteado os estudos nessa temática. A geomorfologia fluvial antrópica pode auxiliar no sentido de identificar pontos críticos de concentração do fluxo, relacionando-os aos ajustes nos canais pela ação antrópica e aos quadros de degradação hidromorfológica dos canais. Esse trabalho se propõe a relacionar a degradação dos canais à ocorrência de inundações (flashfloods) na bacia dos rios Guaxindiba/Alcântara (Rio de Janeiro, Brasil). A mensuração da degradação dos canais por ação antrópica abrangeu as estruturas do leito (desenvolvimento do canal e curso longitudinal), das margens (seções transversais), e da planície aluvial (uso da terra e faixa ciliar). A avaliação foi visual e consistiu na análise de trechos de 250 metros a jusante e a montante de 7 pontes. Os dados colhidos foram quantificados e transformados em índices, que classificam os estágios de degradação em crítico, avançado, intermediário, inicial e natural. Como resultado, concluiu-se que a bacia encontra-se em um estágio avançado de degradação hidromorfológica, marcada pela alteração brusca dos traçados dos canais fluviais, das estruturas do leito, das margens, da faixa ciliar e de impermeabilização da planície adjacente. O resultado da análise hidromorfológica, comparado aos dados de enchentes da Defesa Civil Municipal, sugerem que as áreas onde os canais estão mais degradados estejam também mais suscetíveis à ocorrência de inundações. Palavras-chave: Inundações urbanas, geomorfologia fluvial antrópica. degradação ambiental, 97 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos ajustes nos canais, III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO MUNICÍPIO DE BARRAS/PIAUÍ - BRASIL Francisca Cardoso da Silva Lima Centro de Ciências Humanas e Letras, Universidade Estadual do Piauí – Brasil [email protected] RESUMO O Polígono das Secas apresenta um regime pluviométrico marcado por extrema irregularidade de chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cenário, a escassez de água constitui um forte entrave ao desenvolvimento socioeconômico e, até mesmo, à subsistência da população. A ocorrência cíclica das secas e seus efeitos catastróficos são por demais conhecidos e remontam aos primórdios da história do Brasil. A pesquisa tem como objetivo conhecer a oferta hídrica subterrânea do município de Barras Piauí, analisando a qualidade das fontes: poço tubular, poço escavado e fonte natural. Realizou-se o cadastramento das fontes de abastecimento por água subterrânea, com uso do GPS, e obtenção das informações passíveis de ser coletadas através de visita técnica. A análise dos dados permitiu as seguintes conclusões: em termos de domínio hidrogeológico, predominam as rochas da Bacia Sedimentar do Parnaíba, que possuem porosidade primária, condições de armazenamento e fornecimento de água, em termos de qualidade das águas subterrâneas, cerca de 88% dos poços apresentam água doce, 11% são salobras e 1% são salgadas, todos os poços necessitam de manutenção periódica para assegurar seu funcionamento, principalmente, em tempos de estiagens prolongadas. Palavras-chave: Estiagem, Águas subterrâneas, Subsistência. 98 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ANALYSE DU RISQUE ALIMENTAIRE AU NIVEAU DE L’INDUSTRIE AGROALIMENTAIRE DE LA VILLE D’ORAN DE L’OUEST ALGERIEN Chafika Hebbar Institut de Maintenance et de Sécurité Industrielle /Université d’Oran, Algérie [email protected] Dounia Merzoug Laboratoire Réseau de Surveillance Environnementale/Université d’Oran, Algérie [email protected] Sid Ahmed Kerfouf Faculté des Sciences de la Nature et de la Vie/Université Djillali Liabès, Algérie [email protected] Zitouni Boutiba Laboratoire Réseau de Surveillance Environnementale/Université d’Oran Algérie [email protected] RESUMÉ Le risque résulte de deux éléments: environnement dangereux pour la santé et population soumise au risque. Pour caractériser un environnement dangereux pour la santé, il faut identifier la toxicité des éléments environnementaux. Pour caractériser la population, il faut l’identifier, préciser l’intensité et la durée d’exposition au risque à un milieu pour un groupe d’individus et relever les états de mortalité associés. Le risque alimentaire peut entrer dans les risques majeurs pour l’homme. Les aliments sont vecteurs de deux types de dangers compromettant leur sécurité: les dangers biologiques incluant les bactéries et les dangers chimiques incluant les contaminants chimiques de l’environnement et les résidus de végétaux. Le but de l’analyse de risque alimentaire est de déterminer si une substance donnée peut poser un problème de santé publique, de caractériser les individus les plus à risques et les moyens efficaces pour des mesures de sécurité sanitaire. L’analyse du risque alimentaire est réalisée par la méthode HAZOP qui oriente le choix d’équipements, de conception et de méthodes d’installation qui apporteront la sécurité des personnes travaillant dans l’usine, de l’environnement et du public. Les aliments contiennent diverses substances (pesticides) qui, lorsqu’elles sont fortement ingérées peuvent avoir des effets néfastes sur la santé. L’étude des moyens d’actions fait appel aux compétences de médecins, toxicologues, biologistes et épidémiologistes. Mots-clés: aliment, consommateur, risque alimentaire, Oran, Algérie. 99 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ANALYSIS OF FLOODS IN 2010 IN THE EASTERN SLOVAKIA Martina Zeleňáková Department of Environmental Engineering Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice [email protected] Maria Manuela Portela Department of Civil Engineering, Architecture and Geo Resources, Technical University of Lisbon [email protected] Lenka Gaňová Department of Environmental Engineering Faculty of Civil Engineering of the Technical University of Košice [email protected] ABSTRACT The main cause of flood events that has occurred during May and early June 2010 in the Slovak republic and culminated in a historic flood situation was not only day of rich and intense rainfall, but high saturation of basins affected by the previous rainy season. The flood situation in May and June 2010 at river basins of the eastern Slovakia has brought great damage to property, such as landslides, damaged houses, gardens, cottages, damaged highways and local roads, bridges, cemeteries, flooded buildings, wells and mosquito strikes after floods. The paper is focused on the analysis of the flood situation in the spring of 2010 at the eastern Slovakia. Keywords: floods, damages, eastern Slovakia. 100 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO PARA A GESTÃO DO RISCO DE INUNDAÇÃO Maria José Roxo e-GEO Centro de Geografia e Planeamento Regional, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa [email protected] Carlos Pereira da Silva e-GEO Centro de Geografia e Planeamento Regional, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa [email protected] Pedro Dias e-GEO Centro de Geografia e Planeamento Regional, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa [email protected] RESUMO A Directiva Europeia 2007/60/CE relativa à avaliação e gestão dos riscos de inundação foi transporta para o país através do Decreto-Lei nº 115 de 22 de Outubro de 2010. Estabelece que para cada região hidrográfica ou em cada unidade de gestão que venha a ser definida, será avaliado o risco de inundação e as respectivas medidas de mitigação. No artigo 9.º Planos de Gestão dos Riscos de Inundação - Ponto 3, refere que os planos de gestão dos riscos de inundações devem ter em conta aspectos relevantes como, a) Os custos e os benefícios, das ações a implementar, entre outras. O projecto Flood-CBA financiado pela União Europeia (Janeiro de 2013 a Dezembro de 2014), que envolve seis países (Alemanha, Espanha, Grécia, Portugal, Reino Unido e Roménia), pretende contribuir para a implementação da metodologia de Análise de Custo-Benefício (ACB), na gestão do risco de inundação. Assim, está em fase de finalização uma Plataforma de Conhecimento (www.floodcba.eu) cujo objectivo é facilitar a recolha e troca de informação entre os agentes sociais (autoridades responsáveis, serviços técnicos e comunidade científica) e oferecer uma visão global dos modelos actuais e boas práticas, bem como consolidar metodologias e melhorar a compatibilidade dos resultados da aplicação da ACB. Os resultados já obtidos, através de inquéritos a stakeholders, permitem concluir da pertinência desta plataforma, devido à falta de experiência na aplicação da ACB no contexto da gestão de risco de inundação a nível nacional. Palavras-chave: Risco de Inundação, Avaliação, Custo-Benefício, Gestão Colaborativa. 101 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 FLASH FLOODS IN ARID REGIONS: CONCEPT AND EXPLAINING ELEMENTS ON THEIR OCCURRENCE Mosbah BenSaid Amine Hafnaoui Science Research Center of Arid Regions of Algeria/ CRSTRA [email protected] Science Research Center of Arid Regions of Algeria/ CRSTRA [email protected] Nora Bouchahm Madi Mouhamed Said Science Research Center of Arid Regions of Algeria/ CRSTRA [email protected] Science Research Center of Arid Regions of Algeria/ CRSTRA [email protected] Fantina Tedim Abderahmane Noui Faculty of Arts, University of Porto/ CEGOT [email protected] Science Research Center of Arid Regions of Algeria/ CRSTRA [email protected] Ali Hachemi Science Research Center of Arid Regions of Algeria/ CRSTRA [email protected] ABSTRACT Floods rank highly among natural disasters in terms of the number of people affected and the number of fatalities. In several countries all over the world, governments are paying increasing attention to research on flash floods. Flash floods are not specific to humid regions but also reach the arid regions such as China, Saudi Arabia, Morocco and Algeria. Most of the Algerian territory is classified as arid lands. The country has known several floods that caused significant human and material damages. Severe flooding has been reported namely those of Adrar (October 2004 and January 2009), Ghardaia (October 2008) and Bechar (October 2008). Considering as case-studies the mentioned events, this paper discusses the conceptualization of flash floods in arid regions using a disaster risk reduction approach. The relation between the characteristics (e.g., duration, magnitude, speed, precipitation values) of the physical process and the morphology and land use of the watershed is analysed. Predicting the occurrence of flash floods and mitigate the impact is a fundamental issue that deserves to be discussed by the scientific and political communities in order to develop measures to decrease the impacts of flash flood events even in a context of uncertainty related with land use and climate changes. Keywords: Flash floods, arid regions, disaster risk reduction, Algeria. 102 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 SUSCEPTIBILIDADE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO VEZ AO RISCO DE CHEIA Maria Augusta Fernandéz Moreno CITTA/FEUP/FCTUC [email protected] Glória Gonçalves CEG - Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa Doutoranda da Universidade Aberta [email protected] RESUMO A determinação dos usos sustentados do território depende, entre outros fatores, do risco associado aos vários perigos que nele ocorrem, como é o cas das inundações, os quais podem implicar perdas de pessoas e bens. As inundações afetam as áreas rurais e perímetros urbanos da bacia hidrográfica do rio Vez (BHRVez), localizada na região hidrográfica do Lima, com um historial de ocorrências de inundações que se estende pelo menos por um século. Contudo, se a BHRVez gerida de forma sustentável evitar-se-á custos elevados, sejam de proteção ou de recuperação. Numa fase inicial da determinação do risco de inundação é necessário conhecer as principais variáveis que condicionam a ocorrência deste tipo de fenómenos extremes a partir da relação entre a precipitação e o relevo considerando os ritmos sazonais e extremos, e a sua relação com o escoamento. Utilizam-se os dados de precipitação e caudal da série 1960-1990 das estações de Casal Soeiro, Cabreiro e Pontilhão de Celeiros, disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos, e dados morfométricos, geológicos e do uso do solo. Assim também, verificamos a possibilidade de testemunho para os vários eventos ocorridos durante os séculos XX e XXI, tendo por base a informação disponível em documentos escritos, seja jornais e censos que permite caracterizar a dinâmica sociodemográfica e as perdas ocorridas durante os eventos de maior magnitude. A modelização do risco de cheia é trabalhada segundo as propostas metodológicas de Reis “Avaliação da suscetibilidade” e Fernández “Unidades Territoriais de Risco”. A analise baseiase na identificação das áreas inundáveis e da resiliência/vulnerabilidade das populações e das unidades territoriais. O modelo resultante será ajustado através da modificação progressiva das funções influentes que representam as condições da bacia hidrográfica. Palavras-chave: Precipitação, escoamento, cheias, risco, vulnerabilidade. 103 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO ENQUANTO FATOR DESENCADEANTE DE INUNDAÇÕES URBANAS: UM ESTUDO DE CASO DA CIDADE DE PATOS DE MINAS – MG/BRASIL. Camilla Silva Magalhães Instituto de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia [email protected] António de Sousa Pedrosa Instituto de Geografia da UFU, CEGOT, RISCOS [email protected] RESUMO O crescimento rápido das cidades é uma das marcas do processo de urbanização que caracteriza final o séc. XX e início do XXI. Ao ocupar as áreas próximas aos cursos de água, o homem impermeabiliza e modifica o processo de escoamento superficial, dando origem a vários problemas ambientais. A ocorrência de eventos extremos de chuva com forte intensidade e alta concentração temporal gera um aumento do escoamento superficial, que eleva os caudais acima da capacidade das redes de drenagem, provocando inundações no espaço urbano. A cidade de Patos de Minas-MG, inicia um rápido crescimento em meados do século XX, denotando falta de planejamento na sua expansão. Assim, quase todos os anos acontecem enchentes na sua área urbana. Neste contexto, considerando a precipitação como principal fator desencadeante na probabilidade de ocorrência de inundações urbanas, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise estatística dos dados pluviométricos da cidade de Patos de Minas, correlacionando-os com as inundações que aí se registam. Analisar-se-á os dados diários da estação pluviométrica da Fazenda Experimental de Sertãozinho (2006–2010) e, as reportagens que abordem a ocorrência de inundações na cidade neste mesmo intervalo de tempo. Desta forma, será possível a correlação entre os dados, identificando os principais pontos de inundações e fatores de suscetibilidade e, determinando qual a influência efetiva de eventos chuvosos intensos no desencadear das inundações urbanas. Palavras-chave: Precipitações Intensas, Inundações Urbanas, Fatores de Riscos. 104 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 CARACTERIZAÇÃO E MEDIDAS MITIGADORAS DAS INUNDAÇÕES EM VILAMOURA, ALGARVE Rui Lança Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Vera Rocheta Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Fernando Martins Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Helena Fernandez Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Celestina Pedras Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve [email protected] RESUMO A Universidade do Algarve realizou um estudo para a Inframoura, E.M. relativo à delimitação das áreas inundáveis causadas por extravasamento da Ribeira do Vale Tesnado, que atravessa a zona poente de Vilamoura, e procura de soluções integradas que visem a diminuição da probabilidade e magnitude das inundações. O estudo em causa divide-se em quatro etapas: i) estudo hidrológico da bacia hidrográfica a montante, com vista à determinação de caudais de cheia, ii) estudo hidrodinâmico, no qual se efetua a modelação numérica do escoamento na zona com risco potencial significativo, considerando o efeito das diversas estruturas hidráulicas existentes, iii) identificação dos níveis atingidos pela inundação associada a períodos de retorno de 10 e 100 anos e mapeamento das áreas inundáveis, iv) análise de resultados e identificação de soluções integradas com vista à minimização da frequência e magnitude das inundações. Foi dada particular atenção à aferição do modelo utilizado, através da comparação dos níveis de cheia observados a 8 de novembro de 2012 (através de testemunhos locais, marcas de cheia, fotografias e vídeos) com os níveis de cheia obtidos pela modelação numérica. Com vista a minimizar a probabilidade e magnitude das inundações, pretende-se apresentar uma síntese das etapas que constituíram o estudo, dando particular incidência ao trabalho de aferição do modelo numérico e às soluções propostas, Palavras-chave: Cheias, modelação hidrológica, modelação hidrodinâmica. 105 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 SISTEMAS DE AVISO METEOROLÓGICO – ESTUDO COMPARATIVO DE AVISOS EMITIDOS, CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS REGISTADAS E REGISTO DE OCORRÊNCIAS Ricardo Gomes Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] Válter Ferreira Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] Rafael Brites Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] RESUMO O Sistema de Avisos Meteorológicos (SAM) assegurado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera procede ao aviso da população, em geral, e, em particular, dos organismos e entidades com responsabilidade em matéria de segurança e proteção civil, para a possibilidade de ocorrência de situações meteorológicas adversas como vento forte, precipitação intensa, queda de neve, frio ou calor extremo, nevoeiro persistente e agitação marítima. Complementarmente, na sequência de cada situação de Aviso Meteorológico existe um conjunto de recomendações e medidas de autoproteção difundidas junto da população pelas entidades de Proteção Civil (SRPC, RAM-IP). Este sistema baseia-se em previsões meteorológicas e a sua fiabilidade é de extrema importância por permitir adequar as estratégias e procedimentos associados à prevenção e socorro bem como informar a população sobre cuidados a ter. Com o objetivo de optimizar a utilização do SAM, procedeu-se a uma análise comparativa entre o registo de Avisos Meteorológicos de nível Vermelho emitidos diariamente entre 2011 e 2013, as condições meteorológicas verificadas e o registo de ocorrências no CROS/SRPC,IPRAM. Analisou-se a quantidade e tipologia de ocorrências em dias normais e em dias de Aviso vermelho e comparou-se o número de dias com aviso emitido com o número de dias com condições reais que justificariam essa emissão. Palavras-chave: Sistema de Avisos Meteorológicos, Registo de Ocorrências, Proteção Civil 106 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MARINE STORMS AND COASTAL RISK ALONG THE GULF OF BISCAY AREA: WINTER 2014 Domingo F. Rasilla Departamento de Geografía, Urbanismo y OT, Universidad de Cantabria [email protected] Carolina Garmendia Departamento de Geografía, Urbanismo y OT, Universidad de Cantabria [email protected] Juan Carlos García Codron Departamento de Geografía, Urbanismo y OT, Universidad de Cantabria [email protected] Victoria Rivas Departamento de Geografía, Urbanismo y OT, Universidad de Cantabria [email protected] RESUMEN Coastal storms are one of the most remarkable natural risk affecting coastal areas, and climate change might enhanced the intensity and frequency of those extreme events. The Gulf of Biscay area show evidences of historical episodes of storminess which remarkable consequences upon natural environment and human activities. The use of coastal spaces has increased during the last decades worldwide, and the Northern coast of the Iberian Peninsula has followed the same trend, increasing the amount of elements at risk. An outstanding episode of coastal storminess was suffered by the northern coast of the Iberian Peninsula experienced during the January-February period of 2014. Impacts on the coastal environment were spread: deep beach erosion, flooding of urban promenades and damages in public infrastructures and private properties. Only the total cost of cleaning and repairing the damaged infrastructures and coastal equipment has been estimated by the Spanish authorities in more than 40 million euros. A comprehensive analysis of oceanographic and meteorological data has been carried out to characterize the event and to place it in relation with the recent climate evolution of the Gulf of Biscay area. Besides, we relate the magnitude of the storms with the main features of the shoreline and the presence of vulnerable elements in order to explain the spatial pattern of economic losses along the northern coast of the Iberian Peninsula. Palabras clave: marine storms, coastal risk, Gulf of Biscay. 107 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 DESIGUALDADE NO CAMPO E O RISCO CLIMÁTICO EM ÁREAS DE PRODUÇÃO DA SOJA NO SUL DO BRASIL Vinicius Carmello Grupo de Pesquisa GAIA, UNESP/FCT - Presidente Prudente, São Paulo, Brasil [email protected] Miriam Rodrigues Silvestre Grupo de Pesquisa GAIA, UNESP/FCT - Presidente Prudente, São Paulo, Brasil [email protected] João Lima Sant’Anna Neto Departamento de Geografia, Grupo de Pesquisa GAIA UNESP/FCT - Presidente Prudente, São Paulo, Brasil [email protected] RESUMO Esta pesquisa parte da relação entre o clima e a agricultura em uma região de transição climática no sul do Brasil referente a vertente paranaense da bacia do rio Paranapanema, com cerca de 55 mil km². Os dados analisados referem-se aos de produtivida da soja (kg/ha) em 132 municipios, e aos de precipitação (mm) de 89 postos pluviométricos, referente a 10 safras agrícolas. Estes dados foram tratados com técnicas estatisticas convencionais com o uso dos programas Excel, Minitab e Xlstat. Os resultados mostraram tendências de aumento e variações anuais, tanto dos dados de produtividade de soja, quanto de precipitação. Essa relação está associada ao padrão tecnológico, às formas de manejo e ao perfil agrícola dos municípios. Isso permite uma análise geográfica do território, demonstrando que os diferentes níveis de vulnerabilidade encontrados nos municípios, relacionam-se com estruturas agrárias distintas, refletindo o risco social no campo. Palavras-chave: chuva, soja, variabilidade, território, risco. 108 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS: ESTUDO DE CASO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO INDAIÁ – UBATUBA – SP - BRASIL Débora Olivato Secretaria Estadual de Educação – SP, Brasil [email protected] Humberto Gallo Junior Instituto Florestal – SMA/SP, Brasil [email protected] Magda Adelaide Lombardo Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP, Rio Claro, Brasil [email protected] RESUMO No gerenciamento de riscos a desastres naturais, como em qualquer outro processo democrático de planejamento e implantação de políticas públicas, deve-se ter a participação social como elemento chave para garantir a legitimidade e a governabilidade. No Brasil há muito que se caminhar para alcançar uma gestão participativa de riscos ambientais. A fim de verificar as potencialidades e fragilidades deste processo realizou-se um estudo de caso nos 05 bairros da bacia hidrográfica do rio Indaiá - Ubatuba, São Paulo – Brasil, tendo com base teórica a obra de Del Rio e Oliveira (1996). Conforme o mapeamento técnico existente (SÃO PAULO, 2006), esta bacia possui extensas áreas com riscos de inundações, escorregamentos de terra, bem como de erosão costeira (SOUZA e LUNA, 2009). Foi efetuado no presente trabalho o mapeamento da percepção ambiental e de riscos de 209 residentes (10% das residências), desenvolvendo-se uma metodologia de espacialização homogênea dos dados na área desta bacia hidrográfica. Realizou-se a correlação entre as áreas de riscos identificadas nos mapeamentos técnicos e aquelas percebidas pela população. As informações levantadas evidenciam a falta de gestão participativa de riscos e suas consequencias, oferecendo subsidios para um programa preventivo junto às comunidades locais, em especial nos setores de comunicação, educação e implantação de infra-estrutura para evitar riscos potencializados pelos eventos extremos do tempo. Palavras-chave: participação social, gestão participativa dos riscos, mapeamento da percepção de riscos, bacia hidrográfica. 109 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 APLICAÇÃO DE TÉCNICA MULTIVARIADA À RAZÃO DE MISTURA DO AR EM MINAS GERAIS/BRASIL Edicarlos Pereira de Sousa Universidade Federal de Campina Grande – CTRN/UACA [email protected] Célia Campos Braga Universidade Federal de Campina Grande – CTRN/UACA [email protected] Jonathan Castro Amanajás Universidade Federal de Campina Grande – CTRN/UACA [email protected] Milena Pereira Dantas Universidade Federal de Campina Grande – CTRN/UACA [email protected] RESUMO O clima é definido como sendo uma resposta natural aos fenômenos oceânico-atmosféricos atuantes ao longo do tempo numa determinada região, estando relacionado à orografia, à distribuição continental e oceânica e à posição latitudinal. Nas ciências atmosféricas, a climatologia investiga as causas e as relações físicas existentes entre os diferentes fenômenos climáticos na superfície da Terra. A razão de mistura é uma variável meteorológica que representa a quantidade de vapor d’água por unidade de massa do ar seco. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi determinar padrões espaço-temporal da razão de mistura através da técnica fatorial de componentes principais (ACP) para o estado de Minas Gerais. Foram obtidos dois fatores que explicaram 97,86% da variância total dos dados. O primeiro fator que explicou 49,94% dos dados teve correlações superiores a 0,75 no período outubro-março. Nessa época, a maior concentração de umidade é proveniente da atuação de sistemas frontais e deslocamento de ondas de leste que atuam a região leste e oeste de Minas. O segundo fator explicou 47,92% com correlações (acima de 0,75) de maio a agosto. As maiores contribuições espaciais deste fator são verificadas nas regiões nordeste e oeste, possivelmente relacionadas ao sistema ZCAS. A ACP evidenciou que as chuvas abundantes no verão e parte do outono foram ocasionadas pelas ZCAS, frentes, dentre outros, enquanto que no inverno os sistemas atuam com menor intensidade, provocando chuvas fracas. Palavras-chave: razão de mistura, ACP, sistemas meteorológicos 110 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 SECA: RISCOS E ABORDAGENS Josefa Eliane Santana de Siqueira Pinto Universidade Federal de Sergipe - Núcleo de Pós Graduação em Geografia Programa de Pós Graduação em Recursos Hídricos – UFS, Brasil [email protected] RESUMO O fenômeno da seca vem sendo estudado pela sua classificação, considerando seus riscos e efeitos. De fato, é consenso que a seca ocorre quando a chuva é irregular e insuficiente para manter condições mínimas de sobrevivência no campo, com reflexos no abastecimento urbano. O objetivo desta pesquisa remete a uma reflexão teórica e metodológica para o trato científico da seca. Têm-se a seca permanente, a seca sazonal, a seca contingente e a seca invisível. Esses conceitos consideram a sazonalidade de ocorrência. Classificação melhor e mais adequada considera seus efeitos sobre a agricultura, a pecuária e reservatórios. Assim têm – se três tipos característicos. Considerada seca total, quando as chuvas acontecem bem abaixo da média e não há possibilidade de atender nenhuma dessas necessidades. Chuvas abaixo da média, mas com distribuição regular ao longo do ano permitem a colheita de uma safra e atendem algumas espécies de pasto, contudo impedem os reservatórios de armazenarem água, dificultando a dessedentação animal, causam ou podem causar prejuízos no abastecimento de águas urbanas. Um terceiro tipo de seca a se discutir oferece maiores riscos para a agricultura. Chove abaixo da média e estas chuvas se concentram em um curto período de tempo, não favorecendo, outrossim, a pecuária e pastos, ainda que permitam a reserva de águas pluviais para a utilização de período de estiagem. Por fim, deve-se ater ao fato de que os riscos da ocorrência da seca devem ser avaliados no contexto de seus impactos: urbanos, agrários, hidrológicos, biogeográficos, sociológicos. Palavras-chave: seca, riscos, abordagens teóricas. 111 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 PLANIFICACIÓN HIDROLÓGICA EN ESPAÑA Y VULNERABILIDAD FRENTE AL RIESGO DE SEQUÍA Jesús Vargas Molina Departamento de Geografía, Historia y Filosofía. Universidad Pablo de Olavide de Sevilla [email protected] RESUMEN La vulnerabilidad frente a los riesgos naturales representa la expresión del desequilibrio entre las dinámicas naturales de un territorio y la sociedad que se asienta sobre él. A diferencia de otros eventos naturales peligrosos donde dichos desequilibrios se expresan como episodios puntuales a los que se asocia gran capacidad de destrucción, la sequía se presenta como un fenómeno de aparición lenta originado por la combinación de una serie de condiciones climáticas y socio-económicas con consecuencias territoriales, económicas y sociales especialmente difíciles de determinar en el espacio y el tiempo. Conocer las condiciones que vuelven a las poblaciones vulnerables debe ser el principio de cualquier proceso de gestión que busque garantizar la seguridad. Aunque en esa línea se están orientando importantes investigaciones sobre otros riesgos naturales aún quedan importantes retos que afrontar en lo que a sequías se refiere. En este sentido y debido al origen inducido de este tipo de riesgos, en el que las propias intervenciones humanas relegan en muchas ocasiones a un segundo plano a las condiciones climáticas originarias, se pretende en este trabajo presentar aquellos aspectos de la política y gestión hidrológica en España que contribuyen a aumentar la vulnerabilidad de las poblaciones al riesgo de sequía. Palabras clave: planificación hidrológica, sequía, vulnerabilidad 112 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A DESERTIFICAÇÃO EM SERGIPE, COMO TERRITÓRIO DE RISCO PASSÍVEL DE REABILITAÇÃO Alberlene Ribeiro de Oliveira Doutoranda, Núcleo de Pós- Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe-UFS, Brasil [email protected] Josefa Eliane Santana de Siqueira Pinto Universidade Federal de Sergipe - Núcleo de Pós Graduação em Geografia Programa de Pós Graduação em Recursos Hídricos – UFS, Brasil [email protected] RESUMO A desertificação é um processo dinâmico que está associado à origem natural (climática, geológica, vegetacional, hidrológica) e antrópica a partir das atividades que estão sendo desenvolvidas ao longo dos anos, se constituindo em território de risco. A pecuária, por meio do pisoteio dos animais e a agricultura, pelo uso inadequado do solo, ambos podem desencadear o processo de desertificação. O risco surge em diferentes escalas nos territórios e podem ser afetados de modos distintos, com capacidades e respostas desiguais perante problemas semelhantes. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo avaliar os indicadores ambientais e socioeconômicos que se associam aos processos de desertificação, com risco de degradação, no Alto Sertão de Sergipe, no intuito de prevenir ou sugerir ações de reabilitação. A abordagem é de forma interdisciplinar, dialogando com os olhares da Geografia e entre diferentes campos do conhecimento como a biogeografia, a pedologia, a geologia e a geomorfologia. As alterações na periodicidade da sazonalidade climática e a intensa exploração dos recursos naturais, desmatamento indiscriminado e agropecuária extensiva, vêm ultrapassando o limite de utilização destes recursos, promovendo a degradação física, química e biológica do solo. Palavras-chave: Riscos, Vulnerabilidade, Degradação, Derivações antropogênicas, Clima. 113 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 A SECA NO MUNICÍPIO DE PÃO DE AÇÚCAR – ALAGOAS, BRASIL: RISCOS E ADAPTAÇÕES Ramon Santos Carvalho Universidade Federal de Sergipe - Programa de Pós Graduação em Recursos Hídricos – UFS, Brasil [email protected] Josefa Eliane Santana de Siqueira Pinto Universidade Federal de Sergipe - Núcleo de Pós Graduação em Geografia Programa de Pós Graduação em Recursos Hídricos – UFS, Brasil [email protected] RESUMO A Seca no Nordeste é resultado da combinação de fatores da natureza, na ordem climática em combinação com a sociedade. Impactos, riscos e adaptações são questões envolventes de um fenômeno que deve ser observado integrado, visto que provoca transtornos sociais. O trabalho foi desenvolvido na perspectiva reflexivo-descritiva e tem como procedimentos metodológicos: pesquisa documental, levantamentos bibliográficos e trabalho de campo. Questões de ordem política e de ordem sociológica se fazem, quando há constatação de que os riscos afetam sobremaneira a população de menor poder aquisitivo. O município de Pão de Açúcar situa-se no sertão semiárido alagoano, as margens da bacia do rio São Francisco, de grande abrangência nacional. Tal localização tem pouco proveito das águas fluviais, suscitando políticas de contenção, como: Açudes, Barragens Subterrâneas, Cisternas de Placas, Cisternas de Calçadão, Poços Artesianos, Barragens e Caminhões Pipa. Fato agravante relativo aos riscos provocados pela seca diz respeito à incidência de casos de diarreia associados possivelmente a falta de controle dessas políticas. Confirma-se então mais uma relação de risco com a seca, além das relações tradicionalmente reconhecidas referentes a agricultura e a pecuária, setor mais significativo da economia sertaneja. Há que se ponderar aspectos culturais locais: causas ou consequências dos riscos do fenômeno da seca. Palavras-chave: seca, riscos, adaptações, políticas. 114 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 LA RESILIENCE DES VILLES SAHÉLIENNES FACE AU CHANGEMENT CLIMATIQUE: ETUDE DU CAS DE LA VILLE DE NOUAKCHOTT (MAURITANIE) Zeineddine Nouaceur UMR IDEES, Université de Rouen, France [email protected] RESUMÉ La ville africaine a toujours constitué un lieu de refuge pour les populations rurales dont le système de production a été anéanti par les sécheresses climatiques récurrentes observées dans cette région très vulnérable. Cet exode massif s’est traduit par une occupation forcée et illégale de l’espace urbain (bidonvilles, Kébbé, quartiers spontanés, zones non loties…) profitant toujours d’un vide juridique apporté par les statuts des terres colonisées (droits coutumiers des Terres à Nouakchott, Dakar et Djibouti). Ces protubérances se sont souvent développées sur des milieux naturels fragiles et peu propices à la colonisation urbaine (lits majeurs d’oueds, zones inondables, anciennes carrières…) augmentant ainsi la vulnérabilité de ces zones de vies. Confrontées à une nouvelle donne liée au changement climatique qui touche l’ensemble de notre planète (augmentation des températures et un retour des pluies, mais avec plus d’intensité et une arrivée tardive de la mousson), les villes sahéliennes se trouvent aujourd’hui dans des situations de crise du faite d’une plus grande vulnérabilité au risque d’inondation. Nouakchott, la capitale mauritanienne qui a été édifiée sur un site fragile est exposée aujourd’hui à cette nouvelle problématique liée à l’excès d’eau (risque accru d’inondation pluviale, par battance de la nappe subaffleurante et par une submersion). Les quartiers spontanés et les nouveaux lotissements situés dans les zones les plus fragiles de la ville (sebkha et zones inondables de la partie ouest de la ville) sont aujourd’hui les zones les plus touchées. L’analyse de cette nouvelle problématique sahélienne à travers l’étude du cas de Nouakchott vise à montrer cette nouvelle tendance qui touche les plus grandes villes de l’Afrique sahélienne. Elle permet aussi d’évoquer les moyens de lutte pour faire face aux conséquences de ces importantes modifications climatiques. Mots-clés: Sahel, Villes africaines, Nouakchott, Vulnérabilité, inondation 115 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos Painel 3.3 Riscos ambientais e saúde III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 DETERMINAÇÃO DOS ÓTIMOS TÉRMICOS EM RELAÇÃO À MORTALIDADE ANUAL: ANÁLISE DE PORTO, COIMBRA E LISBOA Jorge Marques Instituto Português do Mar e da Atmosfera [email protected] Sílvia Antunes Instituto Português do Mar e da Atmosfera [email protected] Baltazar Nunes Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge [email protected] Susana das Neves Pereira da Silva Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge [email protected] Liliana do Carmo Cerdeira Antunes Instituto Português do Mar e da Atmosfera [email protected] Carlos Dias Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge [email protected] RESUMO A análise da variação da mortalidade com as temperaturas máxima e mínima revela um número de óbitos mais elevado para a ocorrência de valores extremos em ambas as temperaturas. O resultado verifica-se tanto para temperaturas mínimas muito baixas como muito elevadas, bem como para temperaturas máximas muito baixas e muito elevadas, em todos os distritos. A análise conjunta (2003 a 2012) entre a variabilidade da temperatura do ar e do número de óbitos evidencia um intervalo de temperaturas ótimas ou de conforto para a saúde pública definido pelos valores do número de óbitos mais baixos. No caso do Porto, para a temperatura mínima o intervalo de temperatura com valores mais baixos do número de óbitos é ligeiramente inferior (15 a 16 ºC) ao de Coimbra (15 a 17 ºC) e Lisboa (16 a 19 ºC). No caso da temperatura máxima, Coimbra mostra um intervalo com valores mais elevados (25 a 31 ºC), do que o Porto (21 a 27 ºC) e Lisboa (24 a 28 ºC). Palavras-chave: Temperatura do ar, mortalidade, ótimos térmicos. 119 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 VARIAÇÃO TÉRMICA E A MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES NA CIDADE DE LIMEIRA/SP. Aline Pascoalino Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro [email protected] Sandra Elisa Contri Pitton Departamento de Geografia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro [email protected] RESUMO O estudo verificou a relação entre a variação térmica no período de frio e a distribuição temporal e espacial da mortalidade por doenças cardiovasculares na cidade de Limeira/SP. Para tal, foram observadas as temperaturas máximas e mínimas absolutas diárias no intervalo 2000/2010 e a mortalidade por doenças cardiovasculares em período equivalente. Os dados climáticos foram disponibilizados pela UNICAMP/Limeira e os da mortalidade coletados diretamente nos livros de registros de óbitos. Considerou-se registros com pelo menos uma causa de morte por doença do grupo cardiovascular, o equivalente a 5.387 registros. A abordagem temporal centrou-se nos dias do período de frio com temperaturas mais extremas para o contexto climático da área de estudo, uma cidade de clima tropical. Analisou-se os dias com temperaturas inferiores às faixas térmicas do percentil 5 e 10 dos dados e seus respectivos óbitos, dias com maior mortalidade no período e a variação térmica dos dias anteriores. Os endereços dos óbitos foram georreferenciados e espacializados em mapas de densidade de Kernel, avaliados juntamente com as características socioambientais da cidade. Constatou-se maior média de óbitos diários na faixa térmica mais extrema e maior ocorrência em dias de amplitude térmica acentuada. A mortalidade foi maior para o grupo masculino e faixas etárias superiores aos 65 anos, com maior intensidade de ocorrência nos bairros de ocupação mais antiga da cidade. Palavras-chave: riscos climáticos, variação térmica, mortalidade, doenças cardiovasculares 120 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 AMBIENTE TÉRMICO DE SALA DE AULA PODE CONDICIONAR O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E AVALIAÇÃO DE ALUNOS Mário Talaia Departamento de Física, CIDTFF, Universidade de Aveiro [email protected] Marta Silva Departamento de Educação, Universidade de Aveiro [email protected] RESUMO É aceite que a problemática do aquecimento global tem relevância no ensino e aprendizagem. Segundo Fanger, o conforto térmico envolve variáveis físicas ou ambientais (temperatura do ar, temperatura média radiante, humidade relativa do ar e velocidade relativa do ar) e também variáveis subjetivas ou pessoais (atividade desempenhada pela pessoa e o vestuário usado pela pessoa). Wyon no seu estudo mostrou que o conforto térmico influencia o ensino e aprendizagem dos alunos. Em cerca de 300 alunos registou uma diminuição dos resultados de avaliação de 3,5% por cada ºC de aumento de temperatura interior da sala de aula. Neste trabalho são usados índices térmicos (IC e ITH) e uma escala de sensação térmica de cores, onde os alunos aquando da realização de questões problema no final de aulas selecionavam a zona de conforto/desconforto. Os resultados obtidos mostram que a avaliação registada pelos alunos é condicionada pelo ambiente térmico. No Inverno e no Verão, como seria esperado, quando a sensação térmica se situa entre o valor de -0.5 e +0.5 os resultados são muito positivos. Quando os valores da sensação térmica divergem da zona de conforto registam-se resultados negativos, abaixo de 50% numa escala de 0% a 100%. A análise dos resultados obtidos mostra que este método é uma ferramenta importante para avaliar de risco quando as condições térmicas do interior da sala divergem da zona de conforto, afectando o processo de ensino e aprendizagem de alunos. Palavras-chave: Ensino e aprendizagem, sensação térmica, avaliação e índices térmicos. 121 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE FADIGA E DE PRODUTIVIDADE EM AMBIENTE TÉRMICO FRIO: CASO DE UMA INDUSTRIA DE PEIXE Isabel Tavares DEGEI, Universidade de Aveiro [email protected] Mário Talaia Departamento de Física, CIDTFF, Universidade de Aveiro [email protected] Leonor Teixeira DEGEI-IEETA, Universidade de Aveiro [email protected] RESUMO A relação dos trabalhadores com o seu ambiente de trabalho torna-se cada vez mais importante neste tempo globalizado de constantes mudanças e de competitividade. O aumento da competitividade, a diminuição dos acidentes de trabalho e a baixa do absentismo por doenças profissionais são objectivos que devem ser tidos em conta pelas empresas. A ergonomia tem um vasto campo de atuação, desde o conforto / desconforto físico, aos processos mentais até aos processos ambientais. A Ergonomia também é importante, na definição de tarefas, para que estas sejam eficazes e tenham em conta as necessidades humanas. Estas necessidades podem ser pausas para descanso, turnos e outros fatores, e têm como objectivo satisfazer as necessidades dos utilizadores. Neste trabalho é avaliado como um ambiente térmico frio numa secção de embalamento pode condicionar a operacionalidade do trabalhador. Foram considerados 20 pontos de observação num espaço de cerca de 8m×19m. Registaram-se valores da temperatura e humidade relativa do ar, mediu-se a sensação térmica real do trabalhador e aplicaram-se aos dados dois índices térmicos, o ITH e EsConTer, para conhecer o padrão de sensação térmico da secção. Os resultados obtidos mostram que o padrão de sensação térmica depende do tipo de embalamento que influencia a sensação térmica dos trabalhadores. Palavras-chave: Ambiente térmico frio, sensação térmica, índice EsConTer, índice ITH. 122 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 HIDRELÉTRICAS E RISCOS A SAÚDE: O CASO DE NOVA PONTE EM MINAS GERAIS- BRASIL. Joana D’Arc Vieira Couto Astolphi Mestranda do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Vicente de Paulo da Silva Instituto de Geografia,Universidade Federal de Uberlândia [email protected] RESUMO Neste trabalho, em desenvolvimento no programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia–Brasil, pretende-se compreender as relações existentes entre os grandes projetos de investimentos, na forma específica de hidrelétricas, associado aos riscos a saúde, especialmente os riscos voltados para o aparecimento de novas doenças. Projetos de envergadura, indubitavelmente têm promovido profundas transformações no território, no caso dos empreendimentos hidrelétricos, o deslocamento compulsório poderá influenciar no processo saúde-doença de moradores submetidos às ações de desterritorialização. Para a construção da hidrelétrica, a cidade de Nova Ponte, no estado de Minas Gerais, foi completamente inundada e sua população reassentada na cidade nova, a 3 km de distância da antiga sede. O estudo tem como objetivo geral identificar e analisar a incidência de determinadas doenças junto à população atingida comparar com período anterior à execução da obra, com os registros mais frequentes para o período posterior. A metodologia é composta pelas etapas: levantamento de dados secundários nos sistemas de informação oficiais, seleção da amostra dos sujeitos de pesquisa baseado em critérios prédefinidos, realização das entrevistas com aplicação de questionário, tratamento dos dados e redação do estudo. Os resultados esperados relacionam ao uso do território, a partir das hidrelétricas, os riscos a saúde, e a mudança no processo saúde doença da população atingida. Palavras-chave: Hidrelétricas, Riscos, Saúde, Nova Ponte. 123 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ANÁLISE DE RISCO SOCIAL E TECNOLÓGICO EM GRÁFICA DE PEQUENO PORTE EM LONDRINA/PR/BRASIL Camila Santos Doubek Lopes Departamento de Geografia, CCE da Universidade Estadual de Londrina [email protected] Mirian Vizintin Fernandes Barros Departamento de Geografia, CCE da Universidade Estadual de Londrina [email protected] RESUMO A indústria gráfica brasileira tem se desenvolvido intensamente, hoje representando 2,95% do PIB do Brasil, gerando 221 mil empregos, sendo que em 2012 teve R$37.4 bi em produção industrial. Junto aos bons resultados de ordem econômica, chama a atenção o impacto deste setor no meio ambiente e nas condições de trabalho dos funcionários das gráficas, principalmente nas de pequeno e médio porte. As gráficas são sistemas de produção que possuem grandes potenciais de acidentes que podem causar danos ao meio ambiente e à saúde ocupacional. A análise de riscos, tema tratado neste trabalho, compreende o diagnóstico do meio físico e as interações humanas em determinado local, a avaliação, gerenciamento e comunicação de riscos. Este trabalho realizou a identificação de situações de risco no processo offset em uma gráfica de pequeno porte na cidade de Londrina, Paraná. Os focos de diagnóstico foram: exposição dos trabalhadores aos perigos de produtos químicos e descarte de resíduos líquidos e sólidos. Para estabelecer a ideal forma de proteção dos funcionários e descarte dos produtos analisados e suas embalagens, foram averiguadas as Fichas de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ (quando existentes), e consultada a legislação ambiental vigente. Ao final, as análises mostraram que a conduta da gráfica não esta em conformidade às leis e às FISPQs analisadas, expondo os funcionários e o meio ambiente a grandes riscos, tornando-os extremamente vulneráveis. Palavras-chave: riscos, vulnerabilidade, indústria gráfica, meio-ambiente. 124 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 O IMPACTO DE TEMPERATURAS EXTREMAS NA MORTALIDADE E MORBIDADE – UM ESTUDO NA ILHA DA MADEIRA Ricardo Gomes Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] Rafael Brites Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] RESUMO A relação entre ondas de calor e efeitos fisiológicos associados a temperaturas extremas, que se refletem quer num acréscimo de mortalidade, quer no aumento de admissões hospitalares, tem sido demonstrada em diversos estudos realizados em Portugal Continental. Se, relativamente a Portugal Continental existem diversos estudo relacionados com esta temática, aplicados a diferentes contextos geográficos e temporais, o mesmo não sucede relativamente à Ilha da Madeira, uma lacuna que se pretendeu colmatar. Utilizando dados relativos a Temperatura e Humidade Relativa do Ar, recolhidos na Estação Meteorológica do Observatório Meteorológico do Funchal, identificaram-se dias e períodos de calor particularmente intenso, com base em índices de conforto térmico – Heat Index, Índice Diaz e Índice Ondas e procedeu-se à comparação com o registo diário de óbitos (INE) e o registo diário de admissões no serviço de urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça (Funchal). Compararam-se os valores de óbitos e admissões de urgência registados nos períodos de calor intenso com os valores médios para o mesmo período, entre 2002 e 2013, de forma a identificar variações dos fenómenos da mortalidade e morbidade, particularmente em determinados grupos etários (65 ou mais anos) e relacionados com determinadas patologias (respiratórias e circulatórias). Adicionalmente, discute-se a adequação e aplicabilidade destes índices aos condicionalismos e especificidades biofísicas da Região Autónoma da Madeira. Palavras-chave: Índice Ondas, Heat Index, Índice Diaz, Mortalidade, Morbidade. 125 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 RISCO DE AGUDIZAÇÃO DE DOENÇA RESPIRATÓRIA SUSCITADA POR FRENTE FRIA Mário Talaia Departamento de Física, CIDTFF, Universidade de Aveiro [email protected] Denise Pina Departamento de Física, Universidade de Aveiro [email protected] RESUMO A saúde das populações é influenciada não só pelas alterações climáticas mas também pela forma como o habitat circundante afecta as variáveis atmosféricas como a temperatura do ar, humidade relativa do ar, entre outras. Neste trabalho estamos particularmente interessados em investigar como a entrada de frentes frias no continente podem suscitar a agudização de surtos de índole respiratória e que condições de ambiente térmico são propicias a uma melhoria do estado de saúde. São também apresentados e investigados os tipos de circulação atmosférica que mais condicionam o agravamento de acorrências hospitalares de índole respiratória. É avaliada a diferença entre ambiente térmico interior e ambiente térmico exterior e que estratégias são usadas para a melhoria de um ambiente térmico interior, onde pacientes estão em recuperação e, sempre que possível, é investigado o risco da mudança de um ambiente térmico. Foi possível concluir que os resultados obtidos permitem conhecer melhor que factores condicionam os pacientes que sofrem de asma e que estratégias de intervenção devem ser tomadas. O estudo mostra ainda que é importante o conhecimento dos factores de risco, mas é essencial o paciente saber e compreender que ambientes lhe proporciona a melhor qualidade de vida. Os resultados obtidos mostram de forma inequívoca que a passagem de uma frente fria suscita a agudização da asma e o aumento do número de acorrências ao serviço de urgência hospitalar. Palavras-chave: ar húmido, saúde pública, tipos de circulação atmosférica, doenças respiratórias. 126 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 LA CIUDAD COMO ESPACIO DE RIESGO AMBIENTAL: ESTIMACIÓN DE LA CONTAMINACIÓN DEL AIRE Y DE LA POBLACIÓN EXPUESTA EN METRÓPOLIS ESPAÑOLAS Rosa Cañada Torrecilla Departamento de Geografía, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Autónoma de Madrid [email protected] Antonio Moreno Jiménez Departamento de Geografía, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Autónoma de Madrid [email protected] Pedro Martínez Suárez Departamento de Geografía, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Autónoma de Madrid pedro.martí[email protected] María Jesús Vidal Domínguez Departamento de Geografía, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Autónoma de Madrid [email protected] RESUMEN La ciudad es un espacio de riesgo medioambiental. Al ser un importante centro de actividad comercial e industrial, atrae gran cantidad de población, produciendo una reducción de la calidad del aire y quedando la población expuesta a diversos contaminantes peligrosos para la salud de las personas y el medio ambiente. Los contaminantes más peligrosos son las PM10, el O3 y el NO2 y numerosos informes de la Organización Mundial de la Salud muestran la relación entre la exposición prolongada a estos contaminantes y el riesgo de desarrollar enfermedades cardiovasculares, respiratorias y cáncer de pulmón. Incluso excesivas concentraciones atmosféricas de ozono pueden provocar daños en los materiales y en la vegetación. Estas consideraciones han guiado esta investigación, la cual se estructurará en dos partes. En la primera se estudiarán los niveles de concentración atmosférica de estos contaminantes de algunas ciudades españolas con mayor población. Para ello se utilizarán los SIG y las técnicas de interpolación espacial más adecuadas. Se partirá de una información de tipo puntual, suministrada por las estaciones de medición de la calidad del aire, y se estimará la contaminación en todo el espacio urbano. Con ello se podrá constatar qué zonas de la ciudad superan los umbrales establecidos por la legislación europea y por la WHO, y cuáles presentan mejor calidad del aire. En la segunda parte se cuantificará y se valorará comparativamente la magnitud del espacio urbano y de la cifra de población potencialmente expuesta a niveles elevados de contaminación de PM10, O3 y NO2 de dichas ciudades. Para ello se habrá de repartir la población de las secciones censales por píxeles de igual tamaño que el de los mapas de contaminación y después se estimará la superficie y la población expuesta a concentraciones excesivas de cada contaminante. El objetivo será comprobar que no todos los contaminantes tienen el mismo patrón espacial y que no todas las ciudades superan en idéntica cuantía los límites normativos. El análisis comparativo de la exposición a contaminantes desvelará la existencia de desigualdades ambientales, que tendrán que ser tenidas en cuenta por los agentes y decisores urbanos en la formulación de políticas ambientalmente más saludables. Palabras clave: contaminación urbana, interpolación espacial, exposición, población, SIG. 127 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 VULNERABILIDADE AOS RISCOS SÓCIO AMBIENTAIS NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO - BRASIL. Magda Adelaide Lombardo Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP, Rio Claro, Brasil [email protected] Bruna Luiza Pereira de Jesus USP- Universidade de São Paulo, Brasil [email protected] Amanda Lombardo Fruehauf UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos, Brasil [email protected] RESUMO No últimos 50 anos o Brasil vivenciou um processo de urbanização, caracterizado por mudanças econômicas e sociais e intenso fluxo migratório em direção aos principais centros urbanos, notadamente em São Paulo. A ocupação desordenada do território resultou na compactação e impermeabilização do solo, com obstrução de cursos d´água, eliminação da vegetação, como também a ausência de planejamento urbano com precária infraestrutura e serviço, interferindo na qualidade de vida da população e na degradação dos recursos ambientais. A ocupação das áreas de riscos associada a vulnerabilidade social cria na Região Metropolitana de São Paulo situações propensas às tragédias, principalmente no verão, onde as chuvas intensas e concentradas são mais frequentes, assim como os totais pluviométricos atuais estão em elevação. As situações de riscos aumentam ao longo dos anos em decorrência da impermeabilização do solo, aumento da intensidade de chuva, o que possibilita a expansão de áreas de alagamentos e movimentos de massa. Quanto a temperatura, é cada vez mais frequente as ocorrência de ondas de calor em São Paulo, indicando a maior temperatura máxima anual e da frequência de ocorrência de dias e noites quentes. A formação da Ilha de Calor Urbana é frequente e os extremos de temperatura entre o centro e a periferia já ultrapassam 140 C, principalmente no Outono/Inverno. A ilha de calor está associado a concentração de material particulado e gases poluentes que afetam diretamente a saúde dos habitantes, interferindo também no aumento da mortalidade. É necessário intervenções concretas no território urbano, coordenadas no âmbito metropolitano de São Paulo, destacando-se a cooperação e a coordenação entre os agentes modeladores. A adaptação aos impactos as alterações climáticas pode se beneficiar da execução da erradicação da pobreza, geração de renda, proteção do meio ambiente, aumento da capacidade adaptativa e criação de recursos materiais e tecnológicos. Palavras-chave: vulnerabilidade, riscos socio ambiental e metropole. 128 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ESTUDO DO CONFORTO TÉRMICO EM CONTEXTO INDÚSTRIAL: CASO DE INDÚSTRIA VIDREIRA Mariana Morgado DEGEI, Universidade de Aveiro [email protected] Mário Talaia Departamento de Física, CIDTFF, Universidade de Aveiro [email protected] Leonor Teixeira DEGEI-IEETA, Universidade de Aveiro [email protected] RESUMO O estudo do conforto térmico é crucial para a criação de ambientes confortáveis, seguros e mais produtivos. Num contexto industrial, o estudo do conforto térmico tem como objetivo proporcionar uma relação positiva na interação dos colaborados com o seu ambiente laboral, necessária para uma boa performance. O presente trabalho descreve um estudo de ambiente térmico no contexto de uma empresa da indústria vidreira, tendo como principal objetivo perceber a dinâmica do ambiente térmico e identificar as zonas mais suscetíveis a ambientes de stress térmico quente. Foram registados valores de temperatura do ar e humidade relativa do ar em diversos pontos de observação no interior e exterior. Após a recolha dos dados, aplicaram-se dois índices térmicos, o ITH e o EsConTer, os quais, a partir de algoritmos desenvolvidos em Matlab geraram gráficos de cores que permitiram identificar as regiões de trabalho mais críticas. Adicionalmente foram recolhidos e analisados dados sobre as sensações térmicas dos trabalhadores que ocupavam postos de trabalho nas regiões mais críticas. Assim, para a recolha da sensação térmica dos trabalhadores, foi utilizada uma escala de cores associada ao índice térmico EsConTer, que tem como base a escala sétima de ASHRAE. O índice EsConTer foi então aplicado de forma a perceber a relação ambiente térmico-sensação térmica, o qual mostrou ser um bom preditor da sensação térmica humana, a partir do conhecimento de valores associados ao ambiente térmico. Palavras-chave: Ambiente térmico, Stress Térmico, Sensação Térmica, Conforto Térmico, ITH, Índice EsConTer 129 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 MAPEAMENTO DA PROBABILIDADE DE CONTAMINAÇÃO EM ARSÉNIO NUMA ÁREA MINEIRA ABANDONADA (CENTRO DE PORTUGAL), USANDO A KRIGAGEM DA INDICATRIZ Margarida Antunes Instituto Politécnico de Castelo Branco, CIGAR, Portugal [email protected] Teresa Albuquerque Instituto Politécnico de Castelo Branco, CIGAR, Portugal [email protected] RESUMO As atividades mineiras modificam o ambiente envolvente, com elevados teores de arsénio nas águas, sendo tóxico em pequenas quantidades. As explorações mineiras na região de Segura (Centro de Portugal) estão abandonadas com os seus rejeitados expostos ao longo dos últimos 50 anos. Dezasseis amostras de água foram recolhidas em outubro e em dezembro de 1996, estando uma localizada fora da influência das atividades mineiras, e representando o valor de fundo. Para a avaliação do risco de contaminação em As nas águas, foi utilizada uma metodologia geoestatística não paramétrica denominada krigagem da indicatriz, selecionando dois valores de corte. Para o primeiro, foi considerado o 3º quartil (KI1=0,05 mg/L-valor de referência) obtido para o teor de As nas águas. Este parâmetro é dependente das características geológicas e hidrológicas, bem como das atividades antrópicas, e representa a vulnerabilidade específica. Para o segundo valor de corte, foi considerado o teor de fundo ou background para o As (KI2=0,004 mg/L), coincidente com o 1º quartil, e representando a vulnerabilidade intrínseca. Os mapas de iso-probabilidades mostram fortes anomalias associadas às atividades mineiras. Junto da povoação de Segura, a probabilidade do teor em As nas águas exceder o valor de referência é elevada embora menor do que a probabilidade em ultrapassar o valor de fundo. As anomalias de As encontradas nas águas revelam uma elevada probabilidade de se encontrarem contaminadas não devendo ser utilizadas para consumo humano. Palavras-chave: minas de sulfuretos, água, arsénio, krigagem da indicatriz 130 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 NITRATOS NOS SOLOS E ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – PERSPETIVA SOBRE A ATUALIDADE, TENDÊNCIAS, IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE AMBIENTAL E ABORDAGENS DE REDUÇÃO DE RISCOS Rui Araújo Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto [email protected] Ana Meira Castro Departamento de Matemática do Instituto Superior de Engenharia do Porto [email protected] António Fiúza Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto [email protected] RESUMO As práticas agrícolas contemporâneas encontram-se entre as principais fontes antropogénicas de nitrato. Concentrações elevadas de nitratos nos solos e lençóis de água provocam efeitos prejudiciais na saúde humana e criam desequilíbrios substantivos em diversos ecossistemas. De entre diversas abordagens de prevenção e controlo de poluição, as tecnologias de remediação apresentam uma relevância crescente, das quais se destaca as barreiras reativas permeáveis. O presente trabalho visa, no contexto das alterações introduzidas pelo crescimento sistemático das concentrações de nitrato em diversos ecossistemas, aquilatar os méritos e limitações relativas das barreiras reativas permeáveis e perspetivar possíveis vias de melhoria do desempenho. Para este efeito, foi conduzida uma pesquisa sistemática em diversas bases-de-dados segundo quatro etapas para identificar literatura relevante. É possível concluir que as barreiras reativas permeáveis constituem-se atualmente como uma tecnologia eficaz de desnitrificação, contudo não foram constatadas evidências da utilização de nanotecnologias para potenciar o desempenho nestes processos de desnitrificação. Palavras-chave: Nitratos, Barreira reativa permeável, saúde ambiental, prevenção e controlo da poluição, nanotecnologia. 131 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 SAÚDE E RISCO AMBIENTAL: O CASO DOS USUÁRIOS DE FOGÃO A LENHA NO ESTADO DO CEARÁ, REGIÃO NORDESTE DO BRASIL Ricardo Luis Teles de Carvalho Doctoral Programme in Civil Engineering, Aalborg University, Copenaghen, Denmark [email protected] Adeildo Cabral da Silva Departamento de Construção Civil, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Fortaleza, Brasil [email protected] Magda Adelaide Lombardo Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP, Rio Claro, Brasil [email protected] RESUMO Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estudos ambientais e epidemiológicos em comunidades expostas a fumaça proveniente da queima de biomassa em ambientes internos, indicaram relação consistente entre a exposição e aumento de doenças respiratórias e, conseguentemente baixa qualidade de vida da população exposta. A reduzida eficiência dos fogões tradicionais de cozinha se constitui um problema ambiental para famílias de baixa renda do Ceará. A pesquisa objetivou uma análise relacionada ao uso dos novos (ecoeficientes) e tradicionais fogões em três municípios do Estado (Limoeiro do Norte, Euzébio e Maranguape) em habitações predominantemente rurais. Numa primeira amostra, em uma comunidade com 75 famílias abrangidas pelo projeto, foi realizada aplicação de questionários e medições de conforto ambiental no local. Concluiu-se que 13% do consumo de energia diz respeito ao gás butano e 87% está relacionado ao uso de lenha, sendo que 20% das famílias sentem desconforto provocado pela fumaça e aumento da temperatura interior causado pelos fogões melhorados. No interior de uma habitação, onde se utiliza o fogão (ecoeficiente), a concentração máxima de CO2 foi 922 ppm e a temperatura média do ar 28ºC, com baixos valores de umidade relativa média do ar, de 28%. O trabalho de monitoramento do conforto ambiental nos três municípios foi finalizado, e os dados serão objeto do trabalho completo. Palavras-chave: biomassa, impacto ambiental, saúde pública. 132 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MEDICINA DE CATÁSTROFE: DE FUKUSHIMA PARA O MUNDO Rita Marques da Silva Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Paulo Campos Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected], [email protected] Ana Mafalda Reis Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Romero Bandeira Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] RESUMO Várias catástrofes foram desencadeadas ao longo da História Natural, evoluindo o mundo até ao ponto como o conhecemos hoje. O aumento da intervenção humana na industrialização de sociedades com ação direta no equilíbrio de ecossistemas provoca fenómenos que aumentam a probabilidade de novas catástrofes, num âmbito tecnológico e industrial, colocando diferentes desafios à Medicina. A Medicina de Catástrofe é uma medicina de massas, que necessita ter como base uma série de planos de atuação, com uma rede integrada em Socorros Polivalentes com cuidados médicos de urgência, recurso à tecnologia como a telemedicina, onde tem de haver obrigatoriamente coordenação e liderança, desafiando constantemente a capacidade de resposta programada para a sua gestão, para que não impere o improviso no meio do caos. Pelas suas características inéditas, consequências além do expectável e dimensão mundial, é abordada a catástrofe que ocorreu a 11 de Março de 2011 em Fukushima, Japão. Através da revisão de artigos e livros da especialidade revê-se conceitos básicos, analisa-se a evolução dos acontecimentos, explora-se protocolos de atuação médica em socorro a multivítimas e discute-se estudos das consequências a curto, médio e longo prazo dos efeitos radiológicos, saúde pública, problemas sociais e psicológicos, não só para as populações atingidas mas também para os interventores. Igualmente procurar-se-á abordar os problemas éticos internacionais, que colocaram em causa a continuidade da Energia Nuclear no Japão. Numa perspetiva de preparar cada vez mais os profissionais de saúde para este tipo de fenómenos, a análise do tema “Medicina de Catástrofe: De Fukushima para o Mundo”, serve como ponto de partida e exemplo, para minimizar as taxas de morbilidade e mortalidade quando o mundo se voltar a deparar com um cenário idêntico no futuro. Palavras-chave: tsunami, energia nuclear, socorro a multivítimas, telemedicina, saúde pública 133 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 CATÁSTROFE DE 20 DE FEVEREIRO DE 2010 NA ILHA DA MADEIRA. O IMPACTO NOS INTERVENTORES DE SAÚDE NO SERVIÇO DE URGÊNCIA DO HOSPITAL DR. NÉLIO MENDONÇA Isa João Baptista da Silva Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Paulo Campos Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] / [email protected] Ana Mafalda Reis Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Romero Bandeira Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] RESUMO A impossibilidade de reproduzir em meio experimental uma situação de catástrofe faz com que a Medicina de Catástrofe viva de história que importa analisar cuidadosamente por forma a perceber erros e encontrar soluções que possam modelar futuras respostas dos prestadores de socorro. São objectivos deste trabalho caracterizar e analisar a perceção dos interventores de saúde do serviço de urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça relativamente às suas competências na gestão e implementação de uma resposta numa situação de catástrofe e perceber as implicações do aluvião ocorrido na ilha da Madeira a 20 de Fevereiro de 2010 na adoção de novas estratégias formativas bem como, determinar o nível de importância atribuída a este nível de prevenção. O estudo enquadra-se numa metodologia quantitativa, do tipo descritivo e analítico. A técnica utilizada para a colheita de dados foi o questionário. A amostra foi constituída por 45 interventores de saúde em desempenho de funções, no serviço de urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no dia 20 de Fevereiro de 2010. Como principais conclusões, considerou-se que, a maioria dos interventores sente-se preparado para intervir face a uma situação de catástrofe. Consideraram que os planos de formação e exercícios/simulacros são muito importantes e benéficos, uma vez que aumentam o seu nível de preparação para intervenções futuras. No entanto, salientam que são insuficientes, sendo necessário um crescente investimento em estratégias formativas na área da Medicina de Catástrofe. Palavras-chave: medicina, formação, catástrofe, urgência, interventores de saúde 134 | Panel 3.3 – Environmental risks and health Painel 3.4 Riscos tecnológicos e desenvolvimento III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 RISCOS TERRITORIAIS NA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS AGROINDUSTRIAIS CANAVIEIROS Eduardo Rozetti de Carvalho Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Uberlândia – UFU (MG), Brasil [email protected] Vicente de Paulo da Silva Instituto de Geografia,Universidade Federal de Uberlândia (MG), Brasil [email protected] RESUMO O espaço rural brasileiro passa por modificações, motivadas pelo desenvolvimento, que ultrapassam os limites territoriais, sociais e ambientais, gerando diferentes riscos as suas estruturas de representação por meio de conflitualidades: de um lado o capital e do outro os atingidos. Pensando nesses fatores, apresentamos como objetivo principal desse artigo a busca de compreender como ocorre a formação do agronegócio canavieiro, destacando os riscos que se seguem. Dá-se especial atenção à perspectiva dos efeitos gerados no processo do setor na contemporaneidade. Metodologicamente esse artigo está sustentado em debates e revisões bibliográficas a cerca da temática, bem como direcionamentos reflexivos das territorialidades (re)criadas atendendo e/ou resistindo a esse agronegócio. Como resultados parciais tem-se o entendimento de que o capital é responsável por gerar efeitos que ultrapassam aspectos apenas ligados ao trabalho, mas transformam fatores como os modos de vida, a segurança/soberania alimentar e ambiental. Ligado a isso, destaca-se a categoria território como válida para compreender esses processos, pois a ele são englobadas as relações de poder e de territorialidades distintas. Por fim, apresentam-se também reflexões sobre a relação do capital canavieiro, modelando o território, e os riscos, em especial o social, o ambiental e o econômico, que se tornam presentes quando da implantação desses grandes empreendimentos. Palavras-chave: Empreendimentos Sucroalcooleiros, Território, Riscos, Canavieiro. 137 | Painel 3.4 – Riscos tecnológicos e desenvolvimento III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 RISCOS TECNOLÓGICOS: MODELAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DE UM ACIDENTE NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CLORO Henrique Costa Faculdade de Ciências da Universidade do Porto [email protected] Manuel Trelles Faculdade de Ciências da Universidade do Porto [email protected] António Gomes CEGOT – Faculdade de Letras da Universidade do Porto [email protected] RESUMO No dia 30 de Julho de 2009 ocorreu um acidente na EN13, Vila Nova de Cerveira, com um camião que transportava 21 ton. de cloro (CL2, n.º ONU 1017). Apesar de não ter ocorrido fuga da substância transportada, no presente trabalho avalia-se as potenciais consequências para a população e ambiente, caso a fuga de cloro tivesse ocorrido. A modelação da dispersão da nuvem de cloro efetuou-se no software ALOHA (EPA&NOAA, 2007). Esta modelação foi exportada para o ArcMap, onde se calculou a População Presente potencialmente afetada (INE, 2011), através do método “Areal Weighting” (Chakraborty, 1996, Margai, 2001). Assim, avaliaram-se os efeitos toxicológicos na população (Evans, 2005, Winder, 2001), no ambiente e nas infraestruturas. Palavras-chave: Riscos Tecnológicos, SIG, Cloro, Matérias Perigosas; 138 | Panel 3.4 – Technological risks and development III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 OS RISCOS CLIMÁTICOS E A MERCANTILIZAÇÃO DA NATUREZA NA ERA DO AQUECIMENTO GLOBAL Paulo Cesar Zangalli Junior Doutorando em Geografia, Departamento de Geografia, Grupo de Pesquisa GAIA, FCT/UNESP Presidente Prudente. [email protected] João Lima Sant’Anna Neto Departamento de Geografia, Grupo de Pesquisa GAIA, UNESP, Presidente Prudente, Brasil [email protected] RESUMO O debate científico sobre as mudanças climáticas globais remete a pensar a forma como a mídia constrói e divulga um discurso catastrofista, com forte impacto no modo em como a população percebe os riscos. Por meio de um levantamento de dados científicos e midiático (análise de periódicos e revistas brasileiras e estrangeiras), a ciência, alicerçada em um paradigma aquecimentista antrópico, tem investigado as mudanças climáticas em escala global, e a mídia tem atuado como um sujeito legimitador de agendas públicas. A população percebe os riscos das mudanças climáticas em um tom alarmista o que restringe o debate e facilita a mercantilização do clima. Nesse sentido, as necessidades se invertem. Não se discute a prevenção, mas as formas de mitigação, adaptação no intuito de reduzir os prejuízos contra danos possíveis. O risco de que esses danos ocorram, ou a percepção destes, se torna uma potencialidade real e, a necessidade de se precaver da “fúria” da natureza se materializa na comercialização de apólices de seguros. Por ano, as apólices movimentam em torno de 1bilhão de dólares em países como os EUA. A ideia deste trabalho é debater a percepção do risco climático relacionado ao Aquecimento Global contrapondo-as à comercialização da natureza no mercado de Seguros, sabendo-se que este é um dos setores do ramo que cresce a ritmos consideráveis mundo. Trata-se de reflexões teóricas a cerca de um tema de abrangencia global que precisa ser discutido em suas mais variadas escalas e possibilidades. Palavras-chave: Mudança Climática, Risco, Percepção, Seguros. 139 | Painel 3.4 – Riscos tecnológicos e desenvolvimento III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 LIXO MARINHO DE ORIGEM INDUSTRIAL E AS SUAS ABORDAGENS DE RISCO Plínio Martins Falcão Departamento de Geografia, Instituto Federal da Bahia – IFBA Grupo de Pesquisa Terra&Mar – CNPq / IFBA – Campus Salvador [email protected] RESUMO O século XXI é marcado por diversas transformações no planeta, tendo a questão ambiental se tornado mais evidente no que tange as mudanças naturais e antropogênicas, suscitando maior atenção e novos debates acerca do que ocorre e ainda pode ser feito para atenuar os efeitos das degradações. O estudo dos riscos está na pauta das discussões acerca das transformações no planeta e suas dinâmicas sociais e ambientais. O lixo marinho, seus riscos e efeitos englobam a realidade de todos os continentes, com efeitos que podem ser visíveis além do oceano, a exemplo dos sistemas naturais costeiros, como praias, manguezais, recifes de coral, costões rochosos e áreas estuarinas. Dentre as categorias dos resíduos marinhos está a do microlixo, ou seja, os resíduos com dimensões inferiores a 10 mm. Dentre esses estão os pellets de plástico, que são resinas poliméricas usadas como matéria prima para a indústria de plásticos. Estudos sobre a presença desse material em praias vêm sendo realizados desde a década de 1970. Este trabalho tem como objetivo apresentar as principais abordagens levantadas e analisadas pela comunidade científica acerca dos pellets e identificar os riscos da presença e dispersão desse material no ambiente costeiro. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico, elaboração de um banco de dados e trabalhos de campo. Dentre os principais resultados encontra-se que os pellets podem ser agrupados em três níveis de análise: química, física e biológica, representando desde problemas relacionados a transporte de elementos químicos a graves interferências no meio biótico. Palavras-chave: Poluição Marinha e Costeira, Microlixo, Riscos, Praias. 140 | Panel 3.4 – Technological risks and development III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ANÁLISE DA VULNERABILIDADE AOS ACIDENTES TECNOLÓGICOS NO ENTORNO DO DISTRITO INDUSTRIAL DE PAULÍNIA, SÃO PAULO – SP Rafael Alexandre Ferreira Luiz Departamento de Saúde Ambiental, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo [email protected] Adelaide Cássia Nardocci Departamento de Saúde Ambiental, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo [email protected] RESUMO Instalações industriais representam uma das maiores fontes de riscos tecnológicos para a sociedade e o meio ambiente, por isso, o entendimento e gerenciamento destas adquirem grande importância para a garantia dos níveis de segurança. A compreensão da relação entre a vulnerabilidade e o risco permite a contextualização deste último, o que faz com que estudos que privilegiem tal associação se tornem essenciais. Avaliar as vulnerabilidades existentes nestas áreas é de suma importância, pois os resultados podem ser úteis para a formulação de propostas e melhorias no gerenciamento dos riscos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi a aplicação do modelo conceitual de mapeamento da vulnerabilidade proposto pelo método ARAMIS (Accidental Risk Assessment Methodology for Industries in the Context of the Seveso II Directive), a fim de avaliar a vulnerabilidade da área de entorno do distrito industrial do município de Paulínia no estado de São Paulo, Brasil. Verificou-se assim, a aplicabilidade deste modelo ao contexto brasileiro, bem como a identificação dos alvos sensíveis à ocorrência de grandes acidentes e, sobretudo, sua aplicabilidade como instrumento de ordenamento territorial. Devido às características existentes nas áreas de entorno das plantas industriais nas grandes cidades brasileiras e, devido à gravidade e extensão dos danos que possíveis acidentes podem causar à saúde humana, a problemática da vulnerabilidade aos acidentes tecnológicos pode e deve ser encarada como um assunto pertinente da Saúde Pública capaz de contribuir em muito na gestão dos riscos associados e no ordenamento territorial de tais atividades. Palavras-chave: Vulnerabilidade, Acidentes Tecnológicos, Ordenamento Territorial. 141 | Painel 3.4 – Riscos tecnológicos e desenvolvimento III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 CONSTRUÇÃO DE HIDRELÉTRICAS E RISCOS SOCIAIS: O CASO DO RIO ARAGUARI – MG, BRASIL Vicente de Paulo da Silva Instituto de Geografia,Universidade Federal de Uberlândia (MG), Brasil [email protected] RESUMO O objetivo deste trabalho é apresentar a realidade do rio Araguari, no estado de Minas Gerais, Brasil, no que tange à opção brasileira pela construção de hidrelétrica e, consequentemente, os riscos sociais a que os moradores são submetidos. O Araguari, com extensão de, aproximadamente, 470 quilômetros, da nascente à foz, tem sido palco de nossas investigações no Programa de Pós Graduação em Geografia, do Instituto de Geografia, da Universidade Federal de Uberlândia. Tais pesquisas, contaram sempre com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais – FAPEMIG, e tem revelado o significado da construção de hidrelétrica para as pessoas que vivem em locais escolhidos para esse fim. Ao longo do rio são quatro UHEs (Nova Ponte, Miranda, Amador Aguiar 1 e Amador Aguiar 2) e duas PCHs (Pai joaquim e Macacos) construídas, principalmente, a partir de meados dos anos de 1980. Os deslocamentos compulsórios tem sido a forma de maior agressão a modos de vida e diferentes culturas decorrentes dessas obras. Nossas investigações se voltam para os riscos sociais decorrentes dessa opção, quando discutimos os efeitos sociais e espaciais provocados pelas barragens. Os riscos estão, principalmente, associados ao aparecimento de novas doenças, perdas de rituais simbólicos, acentuação de processos de desterritorialização em função dessa forma de apropriação dos territórios. Palavras-chave: Territórios, Hidrelétricas, Riscos Sociais, deslocamentos compulsórios, Rio Araguari. 142 | Panel 3.4 – Technological risks and development Painel 3.5 Riscos sociais no contexto de crise global III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 DESASTRES NO BRASIL: UMA ANÁLISE SOCIO-ESPACIAL DA VULNERABILIDADE INSTITUCIONAL ATRAVÉS DA EVOLUÇÃO DA DECRETAÇÃO MUNICIPAL DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E DE ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA Norma Valencio Programa de Pós Graduação em Sociologia,Universidade Federal de São Carlos Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Universidade de São Paulo [email protected] RESUMO Em termos sociológicos, desastre é um acontecimento social trágico que tanto resulta quanto se desdobra em processos socioambientais e sociopolíticos deletérios que apresentam diferentes recortes espaciais e temporais. Um dos aspectos relevantes no debate das Ciências Sociais no tema dos desastres diz respeito aos acentuados riscos que subjazem à adoção institucional de uma lógica tecnocrática na gestão pública das emergências. Tal lógica, forjada numa racionalidade burocrática e autoritária, obstrui uma atuação técnicooperacional compatível às demandas protetivas micro e macrossociais civis, do que resulta a impossibilidade de contenção dos processos de esgarçamento do tecido socioambiental. Desta deterioração da capacidade institucional para dialogar com a sociedade civil decorre o aumento da ocorrência dos desastres. Esse estudo focaliza tal problemática desde o caso do Brasil, no qual os desastres se dão a conhecer, dentre outros, através da evolução do ato administrativo de decretação municipal de situação de emergência (SE) e de estado de calamidade pública (ECP), reconhecidos por portaria da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional (SEDEC/MI). O foco nas SEs e ECPs do período 2004-2013 permitiu identificar aspectos temporais e espaciais relevantes em torno desse tipo de crise na esfera social e, assim, subsidiou a análise sociológica da vulnerabilidade institucional oriunda da adesão e persistência desse approach tecnicista na estrutura institucional de Sistema Nacional de (Proteção) e Defesa Civil (SINPDEC). Apoio: CNPq. Palavras-chave: Sociologia dos Desastres, Defesa Civil, Brasil. 145 | Painel 3.5 – Riscos sociais no contexto de crise global III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 RISCOS SOCIAIS, CURRÍCULO DA EJA E POTENCIALIDADES DOS JOVENS DE PRAIA DO FORTE, BAHIA/BRASIL Maria Gonçalves Conceição Santos Mestrado em Educação de Jovens e Adultos da Universidade do Estado da Bahia Pesquisadora do Grupo Recôncavo [email protected] Tula Ornellas Farias Santos Mestranda em Educação de Jovens e Adultos da Universidade do Estado da Bahia Departamento de Ciências Humanas - Salvador [email protected] Marcia Regina Barbosa Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Pós-Doutoranda em Educação na Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO O entendimento da educação de jovens em situação de risco social perpassa pela contextuliazação da Educação de Jovens e Adultos – EJA, no tempo e no espaço. Esta modalidade de ensino surgiu como função reparadora de uma dívida social que o país tem com os jovens e adultos, decorrente do analfabetismo, da baixa qualificação profissional, do desperdício de experiências, da pobreza urbana e rural, da desestruturação do seio familiar, entre outros. O estudo lança luz sobre o currículo da educação de jovens e adultos e sua possibilidade em contribuir para minimizar os riscos sociais, tomando-se como base a comunidade, localizada no município de Mata de São João, Bahia. A busca de caminhos para entender de que forma os saberes e fazeres dos jovens podem ser inseridos no curriculo da EJA, constitui um dos objetivos desta pesquisa. O trabalho está pautado na leitura de autores que discutem a questão dos riscos sociais, do currículo da EJA e do mundo do trabalho. A contextualização da área investigada e dos sujeitos da pesquisa, por meio da observação “in loco”e do diálogo com os jovens e adultos da área em estudo, constitui o caminho metodológico. O artigo está organizado em três pontos básicos: riscos e vulnerabilidades sociais, outros saberes e fazeres de jovens em situação de riscos sociais e a inserção das experiências dos jovens no currículo da EJA. Palavras-chave: Risco Social, Currículo da EJA e Potencialidades. 146 | Panel 3.5 – Social risks in the context of the global crisis III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ENTRE A POEIRA E A LAMA: REPERCUSSÕES DOS DESASTRES NA VIDA COTIDIANA DE GRUPOS VULNERABILIZADOS Norma Valencio Programa de Pós Graduação em Sociologia,Universidade Federal de São Carlos Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Universidade de São Paulo [email protected] RESUMO No debate sociológico no tema dos desastres, ganha crescente destaque a discussão acerca das insuficiências e dos equívocos de atuação institucional nas emergências. Em todo o globo, se multiplicam os casos em que a atuação de resposta e as estratégias recuperativas oficialmente deflagradas têm ficado muito aquém das demandas sociais locais, senão mesmo, chegam a aviltar, intensa e extensamente, os grupos sociais que já padecem multidimensionalmente nos desastres. Este estudo focaliza a referida problemática desde o contexto brasileiro recente de desastres relacionados às chuvas e às secas prolongadas. Descreve-se a analisa-se, por um lado, a construção dos dispositivos (conforme a perspectiva foucaultiana) que culmina na fragilização do processo de territorialização de determinados grupos sociais, como segmentos empobrecidos no meio urbano e no meio rural e povos tradicionais, dentre outros. Por outro, apresenta-se a síntese dos resultados de pesquisa de campo, de base qualitativa, a qual se debruçou sobre dez diferentes casos de grupos sociais que, já estando historicamente em desvantagem social, foram centralmente prejudicados numa circunstância de desastre. Tais grupos viram recrudescer a sua vulnerabilização estrutural e deterioração da vida cotidiana diante a violência imbricada no conteúdo material, social, espacial e simbólico da atuação do ente público. Apoio: FAPESP. Palavras-chave: Sociologia dos Desastres, Defesa Civil, Brasil. 147 | Painel 3.5 – Riscos sociais no contexto de crise global III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 POR ENTRE BRASAS E FUMAÇAS: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Norma Valencio Programa de Pós Graduação em Sociologia,Universidade Federal de São Carlos Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Universidade de São Paulo [email protected] Rosemeire Scopinho Departamento de Psicologia e NUESTRA, Universidade Federal de São Carlos [email protected] RESUMO Trata-se de uma abordagem geográfica de um projeto de investigação que resultou da aproximação de pesquisadores provenientes de três Núcleos distintos, inseridos em universidades brasileiras e portuguesas, e pertencentes a três áreas científicas diferentes (geografia, sociologia e psicologia social) que, na região serrana do Açor (Portugal), procuraram caracterizar, em termos sociais, as consequências deixadas pelos incêndios florestais na vida dos aldeões. A abordagem geográfica que se apresenta visa, sobretudo, dar relevância à contextualização e ao enquadramento do problema nessa área de conhecimento para, depois, permitir iniciar a pesquisa de campo e a análise em áreas afins – no caso, tanto da sociologia como da psicologia social – cujos resultados serão apresentados em comunicação separada. Assim, indicam-se os grandes incêndios que afetaram a serra do Açor e explicitam-se os critérios que levaram à escolha das áreas-amostra onde foi desenvolvido o estudo e que correspondem a oito localidades pertencentes aos municípios de Arganil, Góis e Oliveira do Hospital, todos elas afetadas, direta ou indiretamente, por incêndios florestais, umas há mais tempo e outras mais recentemente. Em comum, apresentam a característica de todos esses incêndios permanecerem bem gravados na memória social das comunidades, que é guardada pelos moradores idosos, os quais constituem a população dominante destas aldeias. Palavras-chave: Serra do Açor, incêndios florestais, memória social, idosos. 148 | Panel 3.5 – Social risks in the context of the global crisis III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 POR ENTRE BRASAS E FUMAÇAS: A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM SOCIOLÓGICA DA MEMÓRIA SOCIAL DE IDOSOS PARA A COMPREENSÃO DE DESASTRES RELACIONADOS AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS EM PORTUGAL Norma Valencio Programa de Pós Graduação em Sociologia,Universidade Federal de São Carlos Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Universidade de São Paulo [email protected] Rosemeire Scopinho Departamento de Psicologia e NUESTRA, Universidade Federal de São Carlos [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO A compreensão mais aprofundada da trama social implicada num desastre é conditio sine qua non para o aperfeiçoamento das políticas públicas voltadas para a atuação em emergências. Sem que a complexidade do meio social seja devidamente conhecida e considerada, o meio técnico-operacional esbarra em dificuldades para assistir adequadamente aos grupos vulnerabilizados em circunstâncias ambientais críticas que podem, eventualmente, evoluir para catástrofes. Para auxiliar nessa tarefa de descortinamento da dinâmica social num contexto de emergência, a colaboração da sociologia é fundamental. De um lado, os métodos próprios desta disciplina favorecem a identificação e a análise das características dos sujeitos em interação e sua situacionalidade. De outro, propõem e ajustam, para cada contexto social específico, um esquema classificatório que organiza o sentido integrado dos elementos materiais e simbólicos que, sendo componentes das rotinas da vida cotidiana, foram perturbados naquele acontecimento trágico. Tendo isso em conta, esse estudo apresenta as contribuições do recorte sociológico, através do uso do método da memória social de idosos, para o entendimento da vivência comunitária de desastres relacionados a incêndios florestais em oito aldeias do distrito de Coimbra, em Portugal. Palavras-chave: Sociologia dos Desastres, Defesa Civil, Brasil. 149 | Painel 3.5 – Riscos sociais no contexto de crise global III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 DIAGNÓSTICO DE RISCO DOS IMÓVEIS TOMBADOS EM BAURU/ SP/ BRASIL Sérgio Ricardo Losnak Departamento de Arquitetura, FAAC da Universidade Estatual Paulista de Bauru [email protected] Camila Santos Doubek Lopes Departamento de Geociências, CCE da Universidade Estadual de Londrina [email protected] RESUMO No Brasil, as políticas públicas de proteção ao patrimônio cultural estão relacionadas aos mecanismo de tombamento. No caso da cidade de Bauru, o tombamento está associado a ações do executivo e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (CODEPAC). Foi observado empiricamente que essas ações não atingem os objetivos de preservação cultural, arquitetônica e histórica. Assim, este estudo diagnosticou a existência de risco da integridade física que venha ocasionar a descaracterização do bem tombado, bem como, os riscos provocados pelas resignificações e usos desassociados daqueles relativos aos da sua origem. Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica exploratória e documental descritiva. Os resultados mostraram que 74,5% dos imóveis tombados estão ocupados, mas o uso não esta associado a conservação, sendo que os sem ocupação, apresentam risco à integridade física e de perda das características originais. Concluiu-se que: (i) o tombamento, quando cerceado de outros mecanismos proporciona grandes riscos a integridade fisica do bem e a paisagem urbana, (ii) a ocupação dos imóveis tombados não está associada à sua conservação, (iii) a situação de fragilidade do bem, associada a novos sentidos simbólicos atribuidos, provoca determinado risco na manutenção da identidade originária e, (iv) o município carece de ações complementares às de tombamento, que miniminizem os riscos ao Patrimônio Histórico Cultural. Palavras-chave: riscos, vulnerabilidade, tombamento, patrimônio cultural. 150 | Panel 3.5 – Social risks in the context of the global crisis III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 RISCOS SOCIAIS E AS MOTIVAÇÕES DOS TERRITÓRIOS INTENCIONALMENTE DE RISCO: PERCEPÇÕES SOBRE O RIO DE JANEIRO E O DISTRITO FEDERAL Érica Ferrer Departamento de Geografia, Universidade de Brasília - UnB [email protected] RESUMO A criminalidade e a insegurança são uma grande preocupação sentida nas cidades. Tal medo tem sido manipulado por empresas de segurança pública, lançamentos imobiliários e programas de governo para gerar lucro e votos. No entanto, tal insegurança coletiva deve ser trazida para o meio científico para que sejam estudados quais fatores causam o aumento do índice de homicídios, por exemplo. A falta de infraestrutura neste estudo se mostra como um causador desse aumento, porém o governo tem esse conhecimento e, em muitos casos, não o aplica. Assim, o conceito do território intencionalmente de risco visa propor uma reflexão acerca desse descaso governamental em certas áreas e o grande investimento em infraestrutura em outras regiões. Ainda, aborda as motivações que podem levar o governo a não direcionar políticas públicas em determinados territórios com risco social. Neste estudo são utilizados três bairros da cidade do Rio de Janeiro e três regiões administrativas do Distrito Federal. Palavras-chave: território intencionalmente de risco, criminalidade, infraestrutura 151 | Painel 3.5 – Riscos sociais no contexto de crise global III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 POPULAÇÕES RURAIS E OS RISCOS FRENTE À EXPANSÃO DO TURISMO: VERTENTES SOCIOAMBIENTAIS E RESSIGNIFICAÇÕES DA RELAÇÃO ESPAÇO-NATUREZA Germana Lima de Almeida Universidade Regional do Cariri - URCA [email protected] Lea Carvalho Rodrigues Universidade Federal do Ceará-UFC [email protected] RESUMO Guaramiranga é um município serrano de 4.070 habitantes (IBGE, 2010), situado há 110 km da capital do estado do Ceará, Brasil. Sua história econômica esteve fortemente ligada à agricultura desde o século XIX até o final da década de 1980, quando envolvia ainda 92% de sua população nesta atividade. A partir dos anos 1990 políticas públicas incentivaram a atividade turística local, sob a prerrogativa de ser uma alternativa econômica eficiente na geração de divisas para esta população e sob o argumento de ser ecologicamente sustentável, adequando-a aos novos preceitos de preservação ambiental. Após 24 anos de inserção desta atividade e diante das constatações empíricas, este artigo propõe, em primeiro lugar, desmitificar a retórica de sustentabilidade ecológica da atividade turística local, elencando Diegues (1997), Dias (2003) e Mowforth e Munt (2008). Em seguida, contrapor os reais benefícios econômicos e estruturais desta atividade frente aos impactos sócio-culturais gerados em populações tradicionais, conforme observam Rodrigues e Alencar (2011), Ribeiro e Barros (1994) e Marin (2009). A partir desta localidade, finalmente, refletir sobre as contradições do crescimento da atividade turística nos países da América Latina, incidindo diretamente na degradação de espaços naturais bem como na segregação de suas populações tradicionais que, presumivelmente, deveriam ser as populações e ecossistemas primordialmente beneficiados pela inserção econômica do turismo. Palavras-chave: Turismo, populações rurais, Guaramiranga (Ceará, Brasil) 152 | Panel 3.5 – Social risks in the context of the global crisis III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A SOCIEDADE DE RISCOS E OS DESASTRES SOCIONATURAIS: A CRIAÇÃO DA “REDE” DE EFEITOS AMBIENTAIS COLATERAIS Maria Galleno de Souza Oliveira Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara-UNESP/SP [email protected] RESUMO O risco é inerente à moderna sociedade reflexiva e sempre estive presente nas sociedades, sendo por isso estudado pelas diversas áreas do conhecimento científicos, entre elas as sociologia. Entretanto, nos últimos trinta anos há um tipo de risco que adquiriu uma maior visibilidade no território brasileiro, que são os riscos socionaturais, principalmente aqueles relacionados aos desastres naturais associados às secas, as inundações e aos deslizamentos. O impacto desses desastres, principalmente nos meios urbanos, causaram prejuízos econômicos, problemas sociais e ambientais ao estado brasileiro e demonstraram serem consequências da debilidade estatal, do deficit social, cultural e econômico, e também da incapacidade de prevenção e respostas eficazes para evitá-los ou pelo menos minimizá-los. O objetivo do estudo é analisar o referencial teórico-conceitual de risco, as categorias, os impactos sociais e as medidas adotadas pelos poderes públicos brasileiro nas ações voltadas para diminuir o risco socionatural. O método adotado para o presente estudo é o hipotético-dedutivo. Palavras-chave: cidade, pobreza, infraestrutura, impacto, meio ambiente 153 | Painel 3.5 – Riscos sociais no contexto de crise global III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 O IMPACTO SOCIAL DO BIOTERRORISMO Gisélia Braga Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Paulo Campos Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] / [email protected] Ana Mafalda Reis Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Romero Bandeira Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] RESUMO Após os ataques terroristas de 11 de Setembro, os EUA sofreram uma vaga de incidentes bioterroristas associados a esporos de Carbúnculo. Estes actos tiveram repercussões notáveis na Europa. Embora não tenha sido identificado nenhum ataque bioterrorista dirigido à Europa, os países decidiram encontrar rapidamente meios para enfrentar este novo tipo de ameaça (Silva e Pires, 2009). Portugal, não ficou indiferente a esta situação e em 2002 publicou a Lei de Combate ao Terrorismo, actualizada em 2003 pela Lei nº 52/2003 de 22 de Agosto. Salvaguardando,os casos de Bioterrorismo. Segundo o CDC, Bioterrorismo é a libertação deliberada de vírus, bactérias ou outros microorganismos (agentes), utilizados para causar doença ou morte em pessoas, animais ou plantas. Já há muitos anos que são utilizadas armas biológicas, desde a utilização de cadáveres com Peste para atingir os inimigos, até aos dias de hoje que poderão ser utilizados agentes geneticamente modificados. Os agentes utilizados como armas biológicas são seleccionados tendo em conta as suas características. Um ataque bioterrorista afecta a sociedade tanto a nível social como psicológico e económico e prolonga-se no tempo. Será necessário tomar medidas para diminuir esse impacto e causar as menores alterações possíveis tanto a nível de profissionais de saúde como no funcionamento das instituições e mesmo do país. Palavras-chave: Bioterrorismo, Doença, Stress. 154 | Panel 3.5 – Social risks in the context of the global crisis Painel 3.6 Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 VARIAÇÃO ESPACIAL DAS PRINCIPAIS CAUSAS DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS EM PORTUGAL (2001-2012) Adélia Nunes Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Ana Meira Castro Instituto Superior de Engenharia do Porto, Instituto Politécnico do Porto [email protected] Sofia Fernandes NICIF, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO O conhecimento das causas dos incêndios florestais, e dos respetivos fatores de ignição, é indispensável para a eficaz implementação de medidas que visem a prevenção da sua ocorrência. Na bacia do Mediterrâneo as causas que estão na origem dos incêndios florestais são maioritariamente humanas, ficando a dever-se a causas naturais uma ínfima parte das ignições. Por sua vez, as causas dos incêndios, além de diferirem de país para país, são também espacialmente distintas dentro do mesmo país, pois a sua incidência espacial depende de um conjunto específico de fatores regionais, associados não só às componentes ambientais, onde se incluem as condições climático-meteorológicas, o relevo, as caraterísticas dos combustíveis, entre outras, mas também às atitudes e aos comportamentos humanos. Com o presente trabalho pretende-se (i) analisar, à escala do município, a distribuição espacial das principais causas que estão na origem das ignições, no período compreendido entre 2001 e 2012, tendo por base os incêndios florestais investigados e cuja causa foi apurada, dando particular ênfase às causas negligentes (e dentro destas às denominadas de queimadas, que se relacionam com a queima pelo fogo de combustíveis agrícolas e florestais) e às causas intencionais (onde se integra o incendiarismo), (ii) detetar inter-relações entre variáveis biofísicas, socioeconómicas e a incidência de determinado tipo de causa de ignição. Palavras-chave: Causas de incêndio florestal, Causas negligentes, Causas intencionais, Caraterísticas físico-humanas, Territórios municipais. 157 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 AGRICULTURA TRADICIONAL DE CORTE E QUEIMA NO BIOMA DE MATA ATLÂNTICA (RJ) – BRASIL Ana Valéria Freire Allemão Bertolino Departamento de Geografia/FFP - Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Isabel Linhares Pereira Soares Departamento de Geografia/FFP - Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Lúcio José Sobral Cunha Departamento de Geografia, Universidade de Coimbra, Portugal [email protected] RESUMO A agricultura tradicional de corte e queima é responsável pela subsistência de 250 a 500 milhões de pessoas ao redor do mundo, a maior parte delas nos trópicos. O objetivo do trabalho é analisar o potencial matricial da água do solo e a erosão em solos com diferentes manejos: sem cobertura (SC) e sistema de pousio/queima (PO). O estudo foi realizado em São Pedro da Serra, distrito de Nova Friburgo/Rio de Janeiro Brasil. O monitoramento da sucção do solo foi realizado por intermédio de blocos de matriz granular (GMS`s), nas profundidades de 15 e 30 cm, instalados em cada sistema. A erosão foi mensurada em cada evento de chuva utilizando-se parcelas de erosão de 20 m2 e a pluviosidade foi obtida pela precipitação diária (24h), coletada por pluviômetros e por uma estação automatizada MAWS. Os resultados demonstram que o sistema sem cobertura possui valores de potenciais matriciais superiores ao sistema de pousio/queima durante grande parte do período, se mantendo próximo à saturação, demonstrando uma dificuldade de percolação da água dentro da matriz do solo. Já o sistema de pousio/queima possui variações constantes de potenciais matriciais em todo o período analisado, demonstrando uma drenagem eficiente quando comparado ao sistema sem cobertura, mesmo nos períodos de concentração de chuvas. Comprovou-se que o manejo de pousio/queima apresenta uma resposta mais eficiente na recarga e drenagem da água no solo em relação ao sistema sem cobertura, apresentando baixas taxas de erosão ao longo do período monitorado. Palavras-chave: pousio, queimada, comportamento hidrológico, erosão 158 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 RISCOS DENDROCAUSTOLÓGICOS: PREVISÃO, PREVENÇÃO E CONSEQUÊNCIAS NO ESTADO DE RORAIMA, AMAZÔNIA, BRASIL Antônio Carlos Ribeiro Araújo Júnior Departamento de Geografia, Instituto de Geociências da Universidade Federal de Roraima Especialista em Educação para a Gestão Ambiental (NUMA/UFPA) Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (PRONAT/UFRR) [email protected] RESUMO Os riscos ambientais estão cada vez mais presentes no existir do ser humano, ou talvez estejam de forma mais acintosa mostrando suas consequências sobre a sociedade, a qual é impactada por fenômenos nocivos como inundações, deslizamentos, incêndios, etc. No entanto, esclareça-se que os riscos ambientais e suas derivações, os desastres ambientais, só o são e existem como se vê devido à presença e ação humana sobre a natureza. Assim, buscase entender como os incêndios florestais ocorridos no estado de Roraima expõem seus habitantes a riscos chamados dendrocaustológicos, bem como analisar de que forma os trabalhos de previsão e prevenção acontecem, tendo como método a teoria dos sistemas, adotando-se como metodologia pesquisas bibliográficas e documentais, focando nos elementos (i) pluviometria, (ii) vegetação, (iii) seca e estiagem e (iv) defesa civil. De posse de dados pluviométricos e da tipologia biogeográfica do estado tem-se como premissa que o conhecimento sobre este risco é sabido, mas não há ostensividade nas ações, as quais são aparentemente emergenciais. Palavras-chave: Pluviometria, vegetação, seca e estiagem, defesa civil 159 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ENXURRADAS VIOLENTAS APÓS INCÊNDIOS FLORESTAIS. O EXEMPLO DE PRAIAS E PISCINAS FLUVIAIS DA BACIA DO RIO ALVA (PORTUGAL) Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Adélia Nunes Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Joana Gonçalves NICIF, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO A bacia hidrográfica do rio Alva, à semelhança de vastas áreas do território continental português, tem sido afetada por grandes incêndios florestais, nestas últimas décadas. A passagem de fogo e a consequente incineração do coberto vegetal desencadeia alterações muito significativas na camada edáfica superficial, no ciclo hidrológico e nos processos erosivos que atuam ao nível da vertente. Com efeito, as relações entre o fogo e as respostas hidrológica e erosiva são mediadas pela vegetação, pelas propriedades do solo e pelas condições climático-meteorológicas de uma determinada área. Apesar dos processos hidrológicos e erosivos que atuam ao nível do solo atingirem, em regra, o seu pico durante o primeiro ano após um incêndio, a “janela de perturbação” (window of disturbance) induzida pelo fogo pode perdurar, muito para além do fenómeno em si e, em termos hidrogeomorfológicos, desencadear processos com consequências catastróficas, também para além da área afetada pelo próprio incêndio. Com o presente trabalho pretendem-se analisar na bacia do rio Alva alguns eventos severos ocorridos na sequência de incêndios, cujas implicações, tanto ao nível da resposta hidrológica como erosiva, não se limitaram à área percorrida pelas chamas, mas afetaram áreas muito para além dos limites dos incêndios. Em termos metodológicos, partiu-se de alguns estudos anteriormente realizados (Lourenço, 1988, 2006 e 2007) para, agora, se analisarem comparativamente com outras situações análogas, registadas mais recentemente, com destaque para todas aquelas que afetaram praias e piscinas fluviais. Palavras-chave: erosão após incêndios florestais, processos erosivos, precipitação intensa, praias e piscinas fluviais, rio Alva. 160 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 LA ORDENACIÓN DEL TERRITORIO COMO FACTOR CONDICIONANTE EN LA CATÁSTROFE DE VALPARAÍSO. CASO VALPARAÍSO, CHILE CENTRAL Luis Correa Jiménez Corporación Nacional Forestal. Región de Valparaíso - Chile [email protected] Miguel Castillo Soto Laboratorio de Incendios Forestales. Universidad de Chile [email protected] RESUMEN Habiéndose cerrado el fatídico balance del Incendio Forestal que afectó a la ciudad de Valparaíso (Chile Central) en el mes de abril de 2014, las cifras oficiales indican que se destruyeron aproximadamente 2.900 casas, fallecieron 15 personas, y fueron afectadas 965 hectáreas (937 de vegetación y 28 de superficie urbanizada), las lecciones aprendidas que nos dejó esta calamidad son muchas. El artículo describe la dinámica de la ocupación territorial en la zona de interfaz de Valparaíso (Patrimonio de la Humanidad desde 2003), analiza las variables ambientales y las histórico-culturales, que han incidido en el actual patrón espacial de ocupación del territorio en dicha ciudad, presenta las causas (legales, administrativas y políticas) del deficiente ordenamiento territorial en la interfaz de la ciudad y demuestra que la ausencia de planificación territorial fue un factor decisivo en el grave daño producido por este incendio. Palabras clave: Incendio forestal, Interfaz, Valparaíso 161 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 GESTIÓN INSTITUCIONAL DE RIESGOS Y ACTUACIONES FRENTE A DESASTRES OCASIONADOS POR INCENDIOS DE INTERFAZ Miguel Castillo Soto Laboratorio de Incendios Forestales. Universidad de Chile [email protected] RESUMEN En Chile, el problema de los incendios forestales se ha visto reflejado en los últimos años a una leve alza en el número promedio de eventos por año. Sin embargo el aspecto más preocupante ha sido el violento aumento de la severidad del fuego y las extremas condiciones de peligro que se presentan en muchas áreas del país. Lo anterior tiene múltiples explicaciones, desde aspectos meteorológicos, vegetacionales, de manejo de bosques, de legislación y pautas de ordenación del territorio, hasta la conducta irresponsable de personas que ocasionan incendios, y enormes debilidades que presenta el sistema legal de sanciones, que no promueve pautas estrictas para castigar a los responsables. Lo anterior, desde el punto de vista de la condición de Riesgo, permite identificar zonas particularmente sensibles al problema de los incendios y la posibilidad de la ocurrencia de graves desastres en zonas densamente pobladas que conviven con la interfaz de bosques. En este artículo se describe este problema, ilustrando aquellos aspectos que debiesen formar una adecuada planificación y gestión del territorio frente a la ocurrencia y propagación del fuego. Palabras clave: gestión del riesgo, peligro de incendios, interfaz urbano-forestal, causas de incendios, planificación territorial 162 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 INCIDÊNCIA REGIONAL E TENDÊNCIAS DE EVOLUÇÃO DOS INCÊNDIOS EM PORTUGAL (1980-2013) Adélia Nunes Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] António Bento-Gonçalves Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] António Vieira Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] Ana Meira Castro Departamento de Matemática do Instituto Superior de Engenharia do Porto [email protected] RESUMO Em pouco mais de três décadas (1980-2013) registaram-se, em Portugal continental, cerca de 745 mil ignições e uma área ardida que ronda 3,7 milhões de hectares. Todavia, quando se analisa a distribuição espacial dos incêndios verifica-se que há distritos especialmente suscetíveis à sua deflagração e outros mais favoráveis à propagação das chamas. A dicotomia Norte/Centro vs Sul de Portugal, tanto no número de ignições como na área ardida, é igualmente bem conhecida. Com o presente trabalho pretende-se analisar a distribuição espacial e detetar tendências de evolução temporal, no período de 1980-2013, tanto na densidade de ignições, como na percentagem de áreas ardidas a nível regional, e, ainda, definir o grau de similaridade existente entre os distritos que compõem Portugal continental, no que se refere à incidência de incêndios florestais. Os resultados referentes à densidade de ignições são perentórios quanto ao seu acréscimo pois, em todas as unidades territoriais, a correlação – baseada quer no coeficiente de Pearson quer no coeficiente de Spearman, de acordo com a análise - revela-se estatisticamente significativa. No que se refere às percentagens de superfície média incinerada, os resultados são mais díspares. Com tendências positivas (p-value <0,05) sobressaem todos os distritos da região Norte, enquanto os de Beja e Évora manifestam a mesma tendência, apenas se aplicado o coeficiente de Spearman. Com tendência inversa, isto é, de decréscimo, apenas se destaca Coimbra. Nos restantes distritos as tendências observadas não revelam significado estatístico. Palavras-chave: Tendências na densidade de ignições, Tendências na % de área ardida, Coeficientes de correlação de Pearson e Spearman, Distritos de Portugal 163 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 EFEITOS DO FOGO NO SOLO NA SEQUÊNCIA DE UMA QUEIMA EXPERIMENTAL: RESULTADOS PRELIMINARES António Bento-Gonçalves Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] António Vieira Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] Ana Meira Castro Departamento de Matemática do Instituto Superior de Engenharia do Porto [email protected] Célia Fonte Gabinete Técnico Florestal/ Câmara Municipal de Santo Tirso [email protected] Paulo Bessa Gabinete Técnico Florestal/ Câmara Municipal de Penafiel [email protected] Artur Borges Gabinete Técnico Florestal/ Câmara Municipal de Felgueiras [email protected] RESUMO Os impactes dos incêndios florestais são múltiplos (económicos, humanos, paisagísticos, sociais e ambientais - nas árvores, na vegetação arbustiva, subarbustiva e herbácea, no solo, nos organismos do solo, nas aves e mamíferos, no ar, na água, ... - ) e complexos (diretos, indiretos, cumulativos, imediatos, subsequentes, ...), dependendo, segundo Macedo e Sardinha (1993), de fatores tão variados como a grandeza, a intensidade, a época, a duração e a frequência dos incêndios, as dimensões e composição dos povoamentos, volume, concentração, distribuição e características do combustível, natureza e características do solo, ..., sendo que um dos impactes mais significativos, no nosso país, se verifica nos solos (propriedades físicas e químicas, consequências hidrológicas e erosivas, hidrofobicidade, ...). Com esta comunicação pretende-se apresentar e discutir a queima experimental realizada em maio de 2014 em Santo Tirso, num eucaliptal e em matos, com o objetivo de reduzir o combustível sob diferentes técnicas de condução do fogo, a qual resultou de uma cooperação entre a Universidade do Minho e a Camara Municipal de Santo Tirso e que visa estudar dos efeitos deste tipo de fogo no solo, bem como apresentar e discutir os primeiros resultados da referida queima. Palavras-chave: Queima experimental, solo, eucaliptos 164 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 TRAGEDIA DE UN INCENDIO ANUNCIADO: EL CASO DE VALPARAÍSO, CHILE CENTRAL Miguel Castillo Soto Laboratorio de Incendios Forestales. Universidad de Chile. [email protected] Luis Correa Jiménez Corporación Nacional Forestal. Región de Valparaíso - Chile [email protected] RESUMEN Cumpliéndose todo pronóstico de riesgo y peligro de incendios forestales, en el mes de abril de 2014 se produjo un grave y devastador incendio de interfaz, que incluso obligó al Gobierno de Chile a decretar el status de Estado de Catástrofe, para de esa manera activar los mecanismos de atención de emergencias y el apoyo en presupuesto necesario para poder mitigar las graves consecuencias del incendio. El balance final dejó como resultado 2.800 casas destruidas, 16 muertos, casi 1.000 hectáreas quemadas y enormes daños ambientales, todo producto de un descontrolado incendio de interfaz cuyo origen fue en zonas rurales. Este artículo describe y explica los acontecimientos y factores que promovieron el desencadenamiento de esta tragedia a la población civil. En la sección final del análisis se exponen las pautas técnicas que condicionan el nivel de riesgo en estas áreas y cómo debería enfrentarse el problema frente a potenciales incendios en el futuro. Palabras clave: incendios forestales, interfaz urbano-forestal, protección civil, riesgo de incendios, propagación del fuego 165 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 MODIFICAÇÃO DAS PROPRIEDADES HIDRÁULICAS DOS SOLOS DA SERRA ALGARVIA DEVIDO AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS Rui Lança Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Vera Rocheta Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Fernando Martins Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Helena Fernandez Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Elisa Silva Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Celestina Pedras Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve [email protected] RESUMO O calor dos incêndios florestais produz um sistema composto por solo extremamente seco coberto por cinza, que quando exposto a precipitações intensas pode dar origem a inundações extremas. Para caracterizar a modificação das propriedades físicas do solo devido ao incêndio, foram realizados ensaios com um infiltrómetro de anel. As variáveis medidas foram a condutividade hidráulica quase saturada, Kf, e a sorvidade, S. Foram recolhidas 4 amostras não remexidas de solo característico da serra algarvia (solo esquelético derivado de xisto), com 0,50x0,50x0,15 m. Sobre 3 amostras foram colocadas diferentes quantidades de material combustível, conduzindo a diferentes tempos de exposição ao calor, diferentes temperaturas máximas e diferentes quantidades de cinza. Posteriormente, foram realizados ensaios com um infiltrómetro de anel na amostra de referência não ardida e nas 3 amostras afetadas pelo incêndio simulado em laboratório. Os resultados mostram diferentes valores de Kf, S e consequentemente diferentes valores de repelência à água. Os resultados permitem caracterizar a repelência à água em solos ardidos extremamente secos da serra algarvia e dão indicação sobre os valores de Kf e S a utilizar em modelos de precipitação/escoamento superficial para solos afetados por incêndios florestais com diferentes graus de severidade. Palavras-chave: condutividade hidráulica, sorvidade, incêndio, solos ardidos. 166 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) Painel 4 Aplicação do planeamento/ planejamento e ordenamento do território à gestão de riscos III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 DESASTRES NATURAIS E GESTÃO DE RISCO NO BRASIL: CARACTERÍSTICAS E CONTRIBUTOS PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL Aline Pascoalino Universidade Estadual Paulista – UNESP, Campus Rio Claro, Brasil [email protected] Lutiane Queiroz de Almeida Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Brasil [email protected] RESUMO A diversidade climática do território brasileiro e do mosaico paisagístico, bem como a distribuição e constituição, geralmente não planejada, do tecido urbano e do fenômeno de urbanização refletem nos efeitos dos tipos de eventos que possam vir a tornar-se desastres e na intensidade que estes recaem sobre a sociedade. As chuvas das regiões Sul e Sudeste do país, assim como as secas da região Nordeste, tem se constituído eventos que atingem a população em maior intensidade de danos econômicos, sociais e psicológicos. O objetivo da pesquisa foi realizar uma organização de dados referentes aos desastres naturais que ocorreram no território brasileiro neste início do século XXI, enfatizando-se as características desses fenômenos e a gestão perante a probabilidade de ocorrência e os episódios desastrosos. Para tal foram consideradas as bases de dados disponíveis para o território brasileiro, através do EM-DAT, do Observatório Nacional do Clima e Saúde, do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID (Secretaria Nacional de Defesa Civil), bem como de notícias veiculadas nos meios de comunicação mais recentes. A sistematização dos dados permitiu verificar as diferenciações regionais no que tange à distribuição dos fenômenos desastrosos destacando-se a tipologia do desastre e suas conseqüências. Constatou-se ainda as áreas de maior prioridade no direcionamento de investimentos públicos e a destinação orçamentária no processo de atuação do poder público pré e pós evento. Palavras-chave: desastres, gestão ambiental, gestão da crise, vulnerabilidade, mitigação. 169 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 INSERCIÓN DE LA GESTIÓN DE RIESGOS EN LA PLANIFICACIÓN TERRITORIAL DEL MUNICIPIO MANEIRO. ESTADO NUEVA ESPARTA.VENEZUELA. María Gabriela Camargo Mora Instituto de Geografía y Conservación de los Recursos Naturales, Facultad de Ciencias Forestales de la Universidad de Los Andes, Venezuela [email protected] Beatriz Ávila Guerra Alcaldía de Maneiro. Estado Nueva Esparta. Venezuela / Dirección de Desarrollo Urbano [email protected] RESUMEN Se parte de la premisa que la planificación territorial u ordenación del territorio se convierte en el principal instrumento de la Gestión del Riesgo en todos los diferentes niveles territoriales, pero tiene especial relevancia en los niveles locales (municipios y ciudades), donde se materializa y se puede intervenir realmente el riesgo, mediante la planificación de acciones o actuaciones y de la aprobación de normativas legales e instrumentos para el control de la ocupación, además permite orientar inversiones articuladas y priorizadas según su contexto particular de amenazas y riesgos Se presenta el Plan de Desarrollo Urbano Local de Pampatar – Los Robles (PDUL), como estudio de caso, donde se inserta la Gestión de Riesgo en la planificación urbanística. Este instrumento persigue transformar la intención en acción, visualiza los impactos y consecuencias de los acontecimientos en el futuro e permite influir en ellos mediante acciones persiguiendo generar cambios en el territorio. Se logra una visión global e intersectorial, donde se identifican tendencias y oportunidades, anticipa dificultades, trata de minimizar el grado de incertidumbre para el logro de los objetivos y para orientar los recursos requeridos en las acciones interinstitucional. Mediante la Zonificación del Uso del Suelo, aprobada como norma legal, se convierte en el instrumento para el control de la ocupación del territorio y para prevenir y mitigar el riesgo urbano. Palabras clave: Territorio, Amenazas, Vulnerabilidad, Riesgo, Ordenación, 170 | Panel 4 – Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A GESTÃO DOS RISCOS TECNOLÓGICOS COM EXTERNALIDADE NO ENTORNO: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP / BR Edson Aparecida de Araujo Querido Oliveira Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA da UNITAU [email protected] Delanney Vidal Di Maio Junior Instituto de Aeronáutica e Espaço - IAE/DCTA Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela UNITAU [email protected] Luiz Antonio Perrone Ferreira de Brito Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Desenvolvimento Regional da UNITAU [email protected] RESUMO A presença dos riscos nas sociedades contemporâneas, dominadas pela incerteza e pela insegurança em razão da constante possibilidade de ocorrência de desastres ambientais e tecnológicos, cujos efeitos não são totalmente previsíveis, conduziu a importantes alterações nas principais instâncias responsáveis pelo desenvolvimento - ciência, tecnologia e política. Um dos desafios para atingir o almejado desenvolvimento regional sustentável diz respeito à adequada governança desses riscos. O presente artigo parte da análise crítica do estudo de caso do entorno de uma instalação industrial de engarrafamento e distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo - GLP, no município de São José dos Campos - SP, e infere sobre a ação de diversos atores sociais envolvidos na gestão municipal do ambiente construído, tendo como eixo estruturante o equacionamento dos Riscos Tecnológicos. Para atingir o objetivo proposto diagnosticaram-se os principais riscos tecnológicos decorrentes das atividades da indústria de petróleo e gás desenvolvidos no município, com auxílio da realização de pesquisa de campo tipo exploratória, identificou-se a percepção de risco de atores sociais envolvidos, tipificou-se a relação entre esses atores, identificou-se o modelo de Gestão dos Riscos Tecnológicos existentes, e propõem-se caminhos para melhoria do quadro identificado, com o efetivo engajamento das comunidades locais no processo decisório do desenvolvimento almejado e definição dos riscos aceitáveis. Palavras-chave: Gestão. Risco Tecnológico. Percepção de Risco. Tomada de Decisão. 171 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 MAPEAMENTO DE RISCOS NAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DE CARAGUATATUBA-SP Estéfano Seneme Gobbi Faculdade de Geografia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Brasil [email protected] Francisco Sérgio Bernardes Ladeira Universidade Estadual de Campinas, Brasil [email protected] Marcelo da Silva Gigliotti Universidade Estadual de Campinas, Brasil [email protected] RESUMO O intenso intemperismo verificado nas escarpas da Serra do Mar promove um grande desenvolvimento de material pedogenético que, associado a elevadas declividades e precipitações temporalmente concentradas são os principais fatores que desencadeiam movimentos de massa e depósitos gravitacionais na Planície Costeira de Caraguatatuba-SP. Esses movimentos de massa orientam-se preferencialmente pelos canais de drenagem, que também concentram os maiores riscos no que concerne a corridas de lama, rolamento de blocos e inundações, assim como verificados em eventos periodicos em toda a área. Movimentos de massa são processos inerentes à Serra do Mar e fazem parte da dinâmica natural das faixas litorâneas próximas ao Planalto Atlântico. As zonas de contato entre a Planície Costeira e as escarpas da Serra do Mar são áreas de suscetibilidade maior a esses desastres naturais, de maneira que sua ocupação deveria ser restringida, evitando assim a maior vulnerabilidade socioeconômica. Entretanto, historicamente é na faixa litorânea que se concentra um grande contingente populacional e se desenvolve grande parte das atividades econômicas. Em atividades de campo foram verificadas as áreas de contato entre a Planície Sedimentar e a Serra do Mar que, somadas aos dados altimétricos e às coletas de material pedológico por meio de tradagens embasaram o delimitação das áreas de maior suscetibilidade a riscos associados a depósitos de movimentos de massa e inundações em ambiente SIG. Palavras-chave: Mapeamento de Riscos, Planície Costeira, Escorregamento de Massa. 172 | Panel 4 – Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 GRANDES PROJETOS DE INVESTIMENTOS HIDRELÉTRICOS (GPIH) E RISCOS TERRITORIAIS: O RIO ARAGUARI(MG) – BRASIL Hudson Rodrigues Lima Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (MG), Brasil [email protected] Vicente de Paulo da Silva Instituto de Geografia,Universidade Federal de Uberlândia (MG), Brasil [email protected] RESUMO O rio Araguari, localizado no estado de Minas Gerais, é o 6o rio com maior capacidade de geração de energia elétrica do Brasil. Nele localizam-se duas Pequenas Centrais Hidrelétricas e quatro Usinas Hidrelétricas. Trata-se de um rio com grandes áreas apropriadas por empreendimentos, impondo aos territórios intensas transformações. Ainda não há uma sistematização de investigações em torno dos riscos que a construção das barragens trouxe e traz às populações atingidas e afetadas. É preciso identificar quais são as medidas efetivas de segurança e prevenção de tragédias à vida humana e toda espécie de vida nos espaços apropriados por hidrelétricas. O ponto de partida do trabalho é uma pesquisa de mestrado finalizada no início do ano de 2013, no Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (MG), Brasil. A pesquisa Professor Doutor Vicente de Paulo da Silva. Identificou-se grande insatisfação das pessoas em relação à atuação do poder público e do empreendedor na área de entorno dos reservatórios. Isso nos moveu a propor nova investigação para apurar essas insatisfações à luz dos perigos porque passam as pessoas e ambientes. Este trabalho é preliminar e a intenção é a de poder trocar ideias e auxiliar na trajetória metodológica com o grupo de investigadores que estejam trabalhando com riscos a fim de identificarmos necessidades de gestão dos riscos a que estão expostas as pessoas e ambientes em território intensamente utilizado para a geração de energia elétrica. Palavras-chave: Riscos em hidrelétricas, Energia Elétrica, Grandes Projetos de Investimentos Hidrelétricos. 173 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 DINAMICA SISTÊMICA DA PAISAGEM E RELAÇÃO DE USO E OCUPAÇÃO DAS TERRAS NO LITORAL DO ESTADO DE SÃO PAULO E LITORAL NORTE FLUMINENSE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO/BRASIL Regina Célia Oliveira Departamento de Geografia, Instituto de Geociências Universidade Estadual de Campinas/São Paulo/Brasil [email protected] RESUMO A paisagem pode ser definida como um conjunto inter-relacionado de formações naturais e antroponaturais. O zoneamento ambiental segundo a perspectiva da Geoecologia da Paisagem possibilita verificar quais as funções das paisagens e como se dá a sua dinâmica de evolução. A realização do estudo de Zoneamento Geoambiental proposta através de uma abordagem sistêmica, para as regiões costeiras definidas neste trabalho, nas áreas de ocorrência do litoral do Estado de São Paulo e litoral norte fluminense do Estado do Rio de Janeiro mostraram-se importantes ao considerar as seguintes questões: Primeiro, por serem áreas que apresentam características de funcionamento físico complexo ao considerar os diversos fatores que regem a organização das formas e processos em ambiente costeiro, Segundo, por serem áreas de povoamento secular, ou seja, sofrem a pressão da ação antrópica a mais de cinco séculos. Terceiro, porque estas regiões apresentam atividades econômicas significativas para a economia de seus Estados, sendo que, as recentes transformações no uso da terra sejam pelo desenvolvimento de atividades agropecuárias, seja pela expansão urbana e/ou pela extração de recursos minerais ocasionam uma grande pressão ao meio ambiente. Analisando como tem se dado esse processo de ocupação e quais as fragilidades ambientais das áreas em estudo é possível contribuir para a organização de medidas de prevenção ao uso desse espaço, de forma a minimizar acidentes que possam trazer danos ambientais. Palavras-chave: dinâmica das paisagens, geomorfologia, planejamento ambiental, ação antrópica. 174 | Panel 4 – Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 O NOVO PROGRAMA DE AÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO EM PORTUGAL Maria José Roxo e-GEO Centro de Geografia e Planeamento Regional, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa [email protected] RESUMO Portugal adotou em 17 de junho de 1999, o seu Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PANCD), que constituía uma obrigatoriedade, enquanto país signatário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (CNUCD), desde 26 de dezembro de 1996. No entanto, em função da obrigação de adequação do PANCD à Estratégia Decenal 2008/2018 da Convenção de Combate à Desertificação (adotada na 8ª Conferência das Partes (COP 8 – Setembro 2007), foi necessário proceder à revisão do anterior programa. Na elaboração do novo PNACD teve-se em conta as actuais orientações estratégicas e os instrumentos de gestão territorial que enquadram ou que são aplicáveis às diferentes escalas (nacional, regional e local). Em virtude das questões relacionadas com o fenómeno da desertificação serem no geral transversais e com múltiplas implicações no ordenamento do território, considera-se que o PNACD deve ser encarado como um instrumento de planeamento estratégico de maneira a minimizar riscos como os de erosão de solos, perda de biodiversidade, salinização, entre outros. Pretende-se apresentar os objectivos do novo programa, bem como a identificação dos possíveis benefícios ambientais e territoriais da sua implementação. Importa demonstrar, a necessidade de haver uma maior consciencialização por parte dos actores com responsabilidade no território, sobre os efeitos deste grave fenómeno ambiental. Palavras-chave: Desertificação, Planeamento, Ordenamento do Território, Riscos Ambientais 175 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ASPECTOS METODOLÓGICOS PARA PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCOS DE DESLIZAMENTOS DO MUNICÍPIO DE SANTOS, SP Kátia Canil Universidade Federal do ABC , Santo André, Brasil [email protected] Eduardo Soares de Macedo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil [email protected] Fabrício Araujo Mirandola Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil [email protected] Alessandra Cristina Corsi Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil [email protected] Marcelo Fischer Gramani Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil [email protected] RESUMO As ocupações em encostas estão sujeitas a acidentes de movimentos gravitacionais de massa cujo potencial destrutivo depende de características físicas e dinâmicas, tais como o volume de material mobilizado, raio de alcance desse material e velocidade relativa do movimento. As áreas de risco com maior grau de vulnerabilidade de ocorrência de acidentes no município de Santos, são aquelas onde a ocupação se dá de forma precária, em terrenos de muito alta a alta suscetibilidade natural a processos de movimentos de massa. A Baixada Santista limitada pela Serra do Mar, e pelo Oceano, comporta um complexo de planícies costeiras, morros insulados e mangues. As diferentes litologias e as respectivas estruturas dos Morros de Santos representam fatores condicionantes dos movimentos gravitacionais de massa. No ano de 2012 foram mapeadas 22 áreas de risco do município e de acordo com a avaliação registrada, os escorregamentos estão relacionados na maioria dos casos aos processos de instabilização, em cortes/aterros, seguido dos processos de instabilização de encostas naturais (quedas e rolamento de blocos rochosos). Para cada uma das áreas foram propostas medidas de intervenção e respectivos custos para recuperação. Esses dados fazem parte do Plano Municipal de Redução de Riscos. Os fatores essenciais levados em conta na análise de risco são: a) probabilidade ou possibilidade de escorregamentos e inundação, b) vulnerabilidade em relação às formas de uso e ocupação, e c) potencial de dano. Palavras-chave: Plano Municipal de Redução de Riscos, Santos, Deslizamentos. 176 | Panel 4 – Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 AVALIAÇÃO DO RISCO NO MUNICÍPIO DE BENGUELA, ANGOLA Wladimir Borges Estevão Ministério da Educação, Benguela, Angola [email protected] Alexandre Oliveira Tavares Centro de Estudos Sociais e Departamento de Ciências da Terra, Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO Os riscos materializam processos ou acções, naturais ou tecnológicos, que adquirem relevância sócio-económica e que têm expressão territorial, os quais condicionam as políticas públicas e a qualidade de vida dos cidadãos. Com este trabalho identificam-se os processos perigosos, de origem natural e tecnológica que afectam a população do município de Benguela, Angola, Faz-se de seguida uma avaliação do grau de risco para alguns dos processos, utilizando a probabilidade e gravidade dos impactos associados. Para o efeito foi realizado trabalho de reconhecimento de campo e de inquirição aos responsáveis pela gestão do risco em instituições públicas de âmbito provincial e municipal. Foi ainda elaborada uma base de dados a partir de conteúdos bibliográficos. Foram identificados 15 processos principais de perigo, de origem natural tecnológica e de saúde pública, com impacto e danos materiais e humanos no município de Benguela. Na análise do grau de risco utilizaram-se a matriz harmonizada utilizada pela ANPC (ANPC, 2009) e a matriz das três variáveis (Standards Australia, 2004). Como base na classificação do grau de risco evidenciaram-se os galgamentos costeiros, a seca e abaixamento dos níveis de águas, epidemias, os acidentes ou incêndios com material eléctrico, os incêndios em resíduos ou edifícios habitacionais e os acidentes rodoviários. Apresentam ainda graus elevados as cheias e inundações, as tempestades e trovoadas com chuvas intensas, a instabilidade de taludes e arribas. Palavras-chave: Riscos naturais, riscos tecnológicos, grau de risco, Benguela, Angola. 177 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ORDENAMENTO TERRITORIAL E GESTÃO DE RISCOS NA REGIÃO DO LITORAL NORTE DE SÃO PAULO – BRASIL Humberto Gallo Junior Instituto Florestal – SMA/SP, Brasil [email protected] Débora Olivato Secretaria Estadual de Educação – SP, Brasil [email protected] RESUMO A região do Litoral Norte de São Paulo está situada no domínio da Mata Atlântica e possui cerca de 80 % de sua área protegida por Parques Estaduais criados na década de 1970. O Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte, publicado em 2005, define as diretrizes de uso e ocupação do solo. O mapeamento de áreas de risco efetuado em 2006 pelo Instituto Geológico de São Paulo identificou diversas áreas em situação risco a escorregamentos, queda de blocos e inundações. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi fazer uma correlação entre os instrumentos de ordenamento territorial e a gestão de riscos na região. Foi efetuada a análise dos marcos legais vigentes e sua correlação com a estrutura de gestão de riscos e dinâmica de ocupação, com estudo de caso na bacia hidrográfica do Rio Indaiá, município de Ubatuba – Brasil - SP. Verificou-se que embora o tema dos riscos ambientais seja importante para a região, ele não é priorizado na gestão territorial. A implantação pelo poder público de conjunto habitacional e creche em área de risco na bacia estudada evidencia este problema. A criação dos Parques Estaduais foi fundamental para a conservação de áreas frágeis na escarpa da Serra do Mar. Porém, com a implantação de diversos empreendimentos previstos para a região, espera-se o aumento da população com tendência à ampliação da ocupação de áreas de risco. Os municípios envolvidos não estão estruturados para suportar esta demanada, o que contribui para o agravamento da questão. Palavras-chave: ordenamento teritorial, gestão de riscos, Litoral Norte de São Paulo. 178 | Panel 4 – Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MAPEAMENTO DA FRAGILIDADE DO MEIO FÍSICO COM BASE EM ANALISE MULTICRITÉRIO EM SIG Marta Foeppel Ribeiro Departamento de Geografia Física, Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Vivian Castilho da Costa Departamento de Geografia Física, Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] RESUMO O aumento da população urbana mundial vem provocando crescentes pressões sobre a vegetação. A criação de áreas protegidas representa uma estratégia adotada para a preservação de remanescentes de vegetação e para a manutenção da biodiversidade e do equilíbrio ambiental. Na vertente leste do Maciço da Pedra Branca, localizado na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro (RJ, Brasil), situa-se a parte mais preservada de uma das maiores florestas de Mata Atlântica em área urbana no mundo, inserida no Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB). Nas duas últimas décadas, a área do entorno imediato do parque vem sofrendo progressivo desmatamento para dar lugar a novas áreas construídas. Uma das consequências desse processo é a ocorrência de movimentos de massa. Este artigo tem como objetivo avaliar as condições de fragilidade do meio físico do recorte espacial como parte da metodologia de identificação de áreas com alto risco de ocorrência de movimentos de massa. O estudo utilizou o Geoprocessamento em análise multicritério para a geração do mapa do Fator de Fragilidade do Meio Físico, com base em mapeamentos temáticos diversos. Como forma de validar a confiabilidade do mapa, foi feita a sobreposição deste ao mapa de cicatrizes erosivas e ao mapa de distribuição dos pontos de acúmulo de materiais removidos por movimentos de massa. O mapa do Fator de Fragilidade do Meio Físico foi considerado satisfatório e disponibilizado aos gestores do parque, contribuindo para a implementação do plano de manejo do PEPB. Palavras-chave: Análise multicritério. Parque Estadual da Pedra Branca. Fragilidade do Meio Físico. Geoprocessamento. 179 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 A FORMALIDADE E O RISCO: UMA RELAÇÃO TÊNUE ENTRE FORMAS DE OCUPAÇÃO EM SALVADOR – BAHIA, BRASIL Plínio Martins Falcão Departamento de Geografia, Instituto Federal da Bahia – IFBA Grupo de Pesquisa Terra&Mar – CNPq / IFBA – Campus Salvador [email protected] RESUMO Mais uma vez cresce o Brasil urbano, com a maior parte da sua população de mais de 200 milhões de pessoas, suas metrópoles cada vez mais crescentes, cidades médias se expandindo e as questões de ocupação sempre presentes. Salvador, com seus quase 3 milhões de habitantes, passa pela grande transformação e dinâmica do crescimento, mas ainda segue tímida no que tange à minimização dos riscos aos quais se submetem, cotidianamente, pessoas que vivem em áreas nas quais, teoricamente, não se deveria ocupar, a exemplo de encostas, morros, áreas de terrenos instáveis. Todavia, um fato observado nos últimos tempos leva a crer que nesta cidade onde tantos processos espaciais e sociais se interralacionam, é possível notar certa paridade entre aquilo que é dito formal e informal pelo planejamento. Sabe-se que a capital baiana integra a lista de uma das cidades mais excêntricas no que tange às formas de ocupação, bem como os riscos associados a estas, o que é fundamentalmente influenciado pela sua própria topografia. Este trabalho teve como objetivo apresentar um panorama do risco na lógica da construção formal em Salvador, identificando áreas e construções suscetíveis, que inexplicavelmente passaram por alguma instância do planejamento urbano, permitindo o uso de áreas suscetíveis ou sem adequação para ocupar de modo mais seguro. A metodologia utilizada consistiu em levantamento bibliográfico, uso de cartografias, imagens e trabalhos de campo, o que permitiu, dentre os resultados, uma sistematização e coletânea por meio do recorte imagético e a abordagem geomorfológica de áreas de instabilidade de encostas. Palavras-chave: Ocupação formal, Risco, Encostas, Salvador. 180 | Panel 4 – Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO FACE ÀS DINÂMICAS CLIMÁTICAS: COMPARAÇÕES ENTRE O PROJETO ORLA BRASILEIRO E O PROGRAMA BUYOUT ESTADUNIDENSE. Rômulo Lima Silva de Góis Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Bolsista da CAPES nº 1471-13-9 [email protected] João Vitor Gobis Verges Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Bolsista da CAPES nº 9719-13-0 [email protected] Braulio José Carvalhal Luna Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas [email protected] RESUMO Este trabalho propõe uma discussão crítica sobre a importância do Ordenamento do Território para o ambiente costeiro e sua relação direta com os riscos ocasionados pelas dinâmicas climáticas a partir de uma análise comparativa entre o Plano Buyout dos Estados Unidos e o Projeto Orla brasileiro. A metodologia utilizada compreende a análise e revisão de levantamento de dados bibliográficos sobre dinâmicas climáticas, ordenamento do território, erosão marítima e planos de gestão de costa. Fez-se, ainda, pesquisa legislativa e uma análise comparativa de instrumentos dos planos mencionados. Atinge como principal resultado a conclusão de que a congregação do Projeto Orla brasileiro com o programa Buyout estadunidense traria maior efetividade à gestão do litoral face às dinâmicas climáticas, pois quando a implantação de política pública preventiva não se apresenta mais como promotora de adaptação possível ao aumento do nível do mar e da erosão marítima, a mesma deve considerar soluções mais coercivas por parte do Estado e, frente a estas problemáticas, o Programa Buyout apresenta maior robustez e eficácia no funcionamento adotado. Palavras-chave: Riscos, Planejamento Costeiro, Erosão Marítima, Políticas Públicas. 181 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 REABILITAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE V. N. DE GAIA – UM PROJECTO DE PROTEÇÃO CIVIL Salvador Almeida Comandante Bombeiros Sapadores e Proteção Civil de Vila Nova de Gaia [email protected] RESUMO O Centro Histórico Antigo de Vila Nova de Gaia é um verdadeiro documento vivo das condições de vida e das técnicas de construção de gerações ancestrais representativo de valores culturais, nomeadamente históricos, arquitetónicos, urbanísticas ou simplesmente afetivos que, por constituírem uma memória coletiva, não se podem perder por incúria ou desleixo. É necessário chamar a atenção para as questões higio-sanitárias (abastecimento de água, saneamento de águas residuais, resíduos sólidos urbanos), qualidade de vida (ruído, poluição atmosférica), condições de habitabilidade, parques e zonas de lazer, turismo e segurança contra risco de incêndio que uma área deste tipo suscita, bem como salientar procedimentos a adotar para promover uma prevenção e proteção mais eficazes na defesa do nosso Património Histórico e Cultural, numa conjugação da arquitetura e da engenharia tendo como base a organização social das suas gentes. Assim, este trabalho responde a um desejo de contribuir para a preservação do Centro Histórico, tanto contra o risco de incêndio, como face às inundações ancestrais a que está sujeito, ou às manifestações geomorfológicas importantes, atendendo à morfologia da área em causa e à intervenção que todos os dias este território sofre. A resposta constitui o presente Projeto de Protecção Civil, com propostas de medidas preventivas, mitigadoras, com Planos de Prevenção e Atuação, salientando-se os Projeto Industrigaia, Plano 3P, Plano de Intervenção dos Bombeiros, Plano de Atuação em Cheias e Inundações, na certeza de que é uma tarefa de todos e para todos, sem esquecer as urgências ambientais. Palavras-chave: Centro Histórico, Riscos, Prevenção, Planos e Reabilitação. 182 | Panel 4 – Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 CONTAMINAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – AVALIAÇÃO DE VULNERABILIDADE EM UMA BACIA HIDROGRÁFICA TRANSFRONTEIRIÇA IBÉRICA Teresa Albuquerque Instituto Politécnico de Castelo Branco, CIGAR, Portugal [email protected] Margarida Antunes Instituto Politécnico de Castelo Branco, CIGAR, Portugal [email protected] Fátima Seco Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal [email protected] RESUMO A identificação de fontes de contaminação de água subterrânea e consequente controlo e monitorização são ferramentas de base na gestão dos riscos ambientais no espaço transfronteiriço. A bacia hidrográfica do rio Águeda é uma bacia transfronteiriça, partilhada entre Portugal e Espanha, com diversas fontes potenciais de contaminantes, sendo destacadas as atividades mineiras, agrícolas e humanas. Na avaliação da vulnerabilidade das águas subterrâneas na bacia hidrográfica do rio Águeda foram selecionadas setenta e cinco amostras de água subterrânea. Todas as amostras de água estão georreferenciadas e foram recolhidas ao longo de uma malha regular, no mês de junho de 2012. Em cada ponto de água foram determinados os parâmetros: temperatura, pH, condutividade elétrica, potencial redox, oxigénio dissolvido, bem como, os teores de: cloretos, sulfatos, nitratos, fosfatos inorgânicos, B, Ba, Ca, K, Mg, Mn, Na e Sr. Para cada parâmetro obtido foram elaborados mapas de distribuição espacial geoquímica utilizando a krigagem gaussiana, permitindo identificar zonas de potencial vulnerabilidade na área da bacia. Na avaliação da vulnerabilidade das águas subterrâneas, na bacia hidrográfica do rio Águeda foi calculado o índice Drastic, tendo sido obtidas zonas de vulnerabilidade moderada a elevada. Com a sobreposição dos mapas de distribuição espacial e de vulnerabilidade é possível a identificação de clusters para vulnerabilidade / contaminação. Palavras-chave: água subterrânea, geoestatística, krigagem Gaussiana, mapas geoquímicos, índice Drastic. 183 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 DESENVOLVIMENTO DE UM WEBSIG SOBRE INVESTIGAÇÕES APLICADAS A INCÊNDIOS FLORESTAIS Nuno Simões Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve [email protected] Helena Fernandez Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] Fernando Martins Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve [email protected] RESUMO Após o incêndio florestal de Tavira – São Brás de Alportel, que ocorreu a 18 Julho de 2012, têm sido desenvolvidas várias investigações cientificas neste caso de estudo. Por forma a estudar este incêndio, foram utilizadas ferramentas computacionais de Deteção Remota, de Sistemas de Informação Geográfica, de Bases de dados, entre outras. A monitorização do coberto vegetal e a descrição da erosão hídrica pós incêndio foram exemplos aplicados neste caso de estudo, tendo sido publicados a nível nacional e internacionalmente. No presente trabalho será apresentada uma fase preliminar de um WebSIG que irá conter os dados já pulicados referentes a este caso de estudo. Posteriormente, este WebSIG será ampliado a nível nacional, de modo a conter os resultados das diversas investigações realizadas na temática de incêndios florestais e os seus efeitos nos solos. Ainda, se pretenderá disponibilizar este WebSIG a potenciais utilizadores, tais como à comunidade científica e à sociedade em geral. Na conceção deste sistema serão utilizados softwares de código aberto e livre: o MapServer como servidor de mapas, o PostgresSQL/PostGIS como sistema de base de dados não espaciais e espaciais, o QGIS como software SIG, como servidor o Web Apache, e como linguagem de marcação utilizou-se a linguagem html editada num notepad++. Palavras-chave: WebSIG, Incêndios Florestais, Efeitos nos Solos. 184 | Panel 4 – Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A GESTÃO DE RISCO NO TERRITÓRIO, O CONTRIBUTO DOS PLANOS REGIONAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO Teresa Cravo da Fonseca Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa [email protected] Eduarda Marques da Costa Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa [email protected] José Luís Zêzere Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa [email protected] RESUMO Os processos de ordenamento e planeamento do território em Portugal têm-se feito acompanhar por mudanças significativas ao longo das últimas décadas, quer nas suas orientações quer no modelo de governação das intervenções estruturais, marcados pela introdução de diversificados instrumentos de orientação internacional, europeia e nacional. A gestão do risco, seja ele de génese natural ou antrópica, tem-se configurado como um domínio de crescente integração na gestão do território. Adicionalmente, os temas e desígnios ligados à proteção do solo e dos recursos naturais permitiram ao longo das décadas passadas a implementação de medidas preventivas, diminuindo a susceptibilidade a determinados perigos bem como a vulnerabilidade dos seus territórios e populações. Neste princípio é importante reconhecer o caminho que Portugal tem feito na abordagem e integração do risco nas políticas de ordenamento e gestão do território, nomeadamente à escala regional. Para o efeito é preciso compreender a dimensão das políticas e instrumentos dando enquadramento às questões da prevenção e gestão do risco. Neste sentido, a presente comunicação, constitui um pequeno ensaio metodológico no sentido de demonstrar o desenvolvimento de abordagens integradoras entre instrumentos e objetivos, passando este nível de análise pelo apuramento da integração do risco no ordenamento do território através dos instrumentos de escala regional, onde se delineiam as estratégias locais com real impacto no território. Por esta via pretende-se potenciar a compreensão da integração do vector risco na gestão do território em Portugal. Palavras-chave: Risco, Planeamento, Portugal. 185 | Painel 4 – Aplicação do planeamento/planejamento do território à gestão de riscos Painel 5 Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A IMPORTÂNCIA E O CONTRIBUTO DAS UNIDADES LOCAIS DE PROTEÇÃO CIVIL PARA O PROCESSO DE PLANEAMENTO E GESTÃO DA EMERGÊNCIA. O CASO DE ESTUDO DO MUNICÍPIO DE CÂMARA DE LOBOS (ILHA DA MADEIRA) Ricardo Gomes Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] Uriel Abreu Câmara Municipal de Câmara de Lobos [email protected] RESUMO A coexistência entre o meio biofísico e a intervenção antrópica determina a existência de uma relação dinâmica, cujo equilíbrio depende da adoção de políticas sectoriais ajustadas ao ordenamento do território e ao planeamento e gestão da emergência. Neste contexto, as Unidades Locais de Proteção Civil (ULPC) afiguram-se como uma estrutura, à escala da freguesia, de otimização da operacionalidade associada ao mecanismo de prevenção e resposta, sobretudo no acompanhamento das ações e procedimentos referentes ao processo de planeamento e gestão da emergência. No concelho de Câmara de Lobos (ilha da Madeira), a manifestação de processos de perigosidade com potencial destrutivo apresenta, predominantemente, uma distribuição espácio-temporal circunscrita à “bacia de risco” do Curral das Freiras (freguesia), devido à existência de um conjunto de constrangimentos associados ao quadro geográfico, particularmente a diversidade de fatores biofísicos desencadeantes (morfologia, declives, etc.) e distúrbios antrópicos que potenciam o agravamento da magnitude e, consequentemente, da severidade dos fenómenos, promovendo a intensificação do grau de vulnerabilidade e exposição da população. Considerando estes pressupostos, pretende-se fomentar a discussão do papel, potencialidades e vantagens das ULPC, no âmbito das políticas regionais e estratégias locais no domínio da segurança e proteção civil, e procede-se à justificação da pertinência de implementação de uma ULPC na freguesia do Curral das Freiras. Palavras-chave: Unidades Locais de Proteção Civil, Planeamento e Gestão da Emergência, Segurança e Proteção, Fatores de Risco, Câmara de Lobos. 189 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 FENÓMENO ICEBERGUE: VÍTIMAS PSICOLÓGICAS DAS CATÁSTROFES NATURAIS (UM ESTUDO COM ADOLESCENTES NA RAM) Cândida Jardim Secretaria Regional de Educação e Recursos Humanos – Serviço de Psicologia [email protected] Ricardo Gomes Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] Uriel Abreu Câmara Municipal de Câmara de Lobos [email protected] RESUMO Na Madeira, a ocorrência cíclica de processos de perigosidade, de génese natural, motivou nos últimos anos maior sensibilização e consciencialização para a problemática do Risco, bem como a adoção de medidas estruturais de mitigação e/ou gestão dos processos de perigosidade. Numa situação de desastre natural, as vítimas, além das consequências físicas, estão também sujeitas a efeitos psicológicos, particularmente as crianças e jovens, um grupo especialmente vulnerável. Esta dicotomia entre sintomas físicos e consequências psicológicas remete para o chamado “fenómeno icebergue ”, já que as vítimas com sequelas físicas são apenas uma fração, a mais visível, do número total de vítimas a necessitar de cuidados, sendo por vezes menosprezadas as sequelas psicológicas, menos visíveis. Considerando estes pressupostos, procedeu-se ao estudo dos efeitos psicológicos, na população jovem da Madeira, provocados pela manifestação e exposição a processos de perigosidade. Para compreender esses efeitos, aplicou-se a Posttraumatic Stress Disorder – Checklist, Civilian Version e um questionário de percepção de risco, a alunos do Ensino Secundário. Os resultados permitiram avaliar o grau de trauma associado à exposição aos desastres naturais e perceber a perceção que esta população tem dos mesmos. Compreender estas variáveis permite definir estratégias de coping e de aumento da resiliência de cada jovem, prevenindo reincidências ou novos casos de respostas stressantes a estes eventos. Palavras-chave: Desastres Naturais, Trauma, Fenómeno Icebergue, Posttraumatic Stress Disorder, Estratégias de Coping. 190 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 PERCEÇÃO DE RISCO E CONFIANÇA INSTITUCIONAL ENTRE CRIANÇAS E JOVENS DO ENSINO BÁSICO NA RAM Ricardo Gomes Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] Rafael Brites Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] RESUMO A perceção que os indivíduos têm dos riscos a que estão expostos influencia os seus comportamentos e, consequentemente, repercute-se na sua vulnerabilidade. Na RAM, os últimos anos ficaram marcados por um conjunto de eventos naturais extremos com consequências gravosas, às quais as crianças e jovens são um grupo particularmente vulnerável. Por outro lado, são um público preferencial da educação e sensibilização sobre riscos naturais e comportamentos de autoproteção. Para definir estratégias e medidas de educação e sensibilização, nomeadamente promovidas pelo SRPC, IP-RAM, e para posteriormente avaliar o impacto das medidas implementadas, torna-se necessário conhecer a perceção que as crianças e jovens da RAM têm dos riscos naturais a que estão expostos, sobre a sua segurança e confiança nas instituições que a promovem, bem como comportamentos de autoproteção a adotar. Assim, foi concebido e implementado um questionário sobre perceção de risco, confiança institucional e comportamentos de autoproteção, cujo público-alvo foram os 15 mil alunos de 2º e 3º Ciclo da RAM, tendo-se recolhido cerca de 10 mil questionários. Os resultados deste estudo permitiram traçar um perfil de aluno e correlacionar as respostas com diferentes variáveis, nomeadamente a idade, condição socioeconómica, o contexto geográfico e a experiência pessoal – ter estado diretamente exposto a um evento tendo sofrido algum tipo de perda. Palavras-chave: Perceção de risco, Confiança institucional, Cultura de Segurança 191 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 OS IMPACTOS PLUVIAIS E VEICULAÇÃO NO JORNAL O PANTANEIRO NA CIDADE DE AQUIDAUANA/MS/BRASIL Flávio Cabreira dos Santos Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus de Aquidauana [email protected] Vicentina Socorro da Anunciação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus de Aquidauana [email protected] RESUMO A abordagem homem/natureza na ciência geográfica tem configurado temática em estudos diversos, sendo que, entre esses, os de repercussão por meio de eventos climáticos extremos tem obtido seu destaque. A precipitação no ambiente urbano tem causado momentos avassaladores e prejuízos à população, mormente as residentes em áreas de risco ou sujeitas a inundações, devido à configuração antrópica e a ineficácia de planejamento, tal fato é ocasionado pela impermeabilização do solo e construções irregulares em local de área de risco. A cidade de Aquidauana tem sofrido com tal ato no decorrer de sua história, já que a mesma está localizada na planície pantaneira, e o convívio com o ritmo das águas tornou-se rotineiro a população local. A área citadina evolui-se entre os interflúvios dos córregos João Dias e Guanandy, e tais locais, também ocasiona a população residente nesses, nos períodos sazonais sujeitos a índices elevados de precipitação, flagelo, mesmo que de forma menos expressiva quando comparado às inundações do Rio Aquidauana. Utilizando-se da imprensa local, os impactos causados pelos índices elevados de precipitação, na área urbana, foram identificados, em um recorte temporal, compreendendo os anos de 1965 a 2011. A metodologia aplicada é o Sistema Clima Urbano (Monteiro, 1976), no subsistema hidrodinâmico, que envolve todo o processo da relação entre os impactos meteóricos e a área urbana. Os primeiros resultados apresentaram sensacionalismo jornalístico ao expor os eventos precipitativos na área urbana. Por fim, a análise revelou como a imprensa retrata de forma controversa a magnitude de episódios climáticos extremos, ao perpassar o planejamento eficaz e a aplicação de ações mitigadoras à população visando reverter o processo. Palavras-chave: cidade, clima, inundação, imprensa. 192 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A PRODUÇÃO DESIGUAL DO ESPAÇO COMO GERADORA DE TEMPERATURAS EXTREMAS EM CIDADES MÉDIAS TROPICAIS: O EXEMPLO DE SÃO CARLOS/SP BRASIL Camila Riboli Rampazzo Grupo de Pesquisa GAIA, FCT/UNESP Presidente Prudente [email protected] João Lima Sant'Anna Neto Departamento de Geografia, Grupo de Pesquisa GAIA, FCT/UNESP Presidente Prudente [email protected] RESUMO Em relação aos problemas ambientais urbanos, principalmente associados ao clima, se busca aprofundar o referencial para identificar a gênese dos processos que desencadeiam a distribuição desigual de calor, tendo como ponto de partida a dinâmica de produção desigual dos espaços como geradora de temperaturas extremas nas cidades. Desta forma, o presente estudo objetiva analisar a dinâmica de produção do espaço de São Carlos/SP (uma cidade média tropical de altitude) para identificar processos que permitam considerar que o elemento natural clima também é um agente que pode reforçar ou atenuar as desigualdades. Para isso, além de uma análise eminentemente geográfica, o trabalho identifica a ocorrência e distribuição espacial das diferenças de temperatura em espaços com distintos padrões de ocupação/edificação, vegetação e o espaço rural próximo. Os resultados mostram diferenças de até 6°C refletindo a relação entre a produção desigual do espaço na geração de temperaturas extremas. Palavras-chave: produção do espaço, cidades médias, temperatura extrema, clima urbano. 193 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 LA EVALUACIÓN DE RIESGOS PARTICIPATIVA EN EL PLANEAMIENTO LOCAL PARA LA REDUCCIÓN DEL RIESGO DE DESASTRE Sebastián Martín Pérez Cátedra de Reducción del Riesgo de Desastre. Universidad de La Laguna [email protected] Pedro Dorta Antequera Departamento de Geografía, Facultad de Geografía de la Universidad de La Laguna [email protected] Jaime Díaz Pacheco Cátedra de Reducción de Riesgos de Desastres. Universidad de La Laguna [email protected] Abel López Díez Departamento de Geografía, Facultad de Geografía de la Universidad de La Laguna [email protected] RESUMEN Las Islas Canarias es una de las regiones ultraperiféricas de la Unión Europea cuya economía se basa principalmente en el turismo, actividad muy sensible a los desastres. La sociedad y la economía se ha visto afectada en los últimos años por una serie de peligros como las erupciones volcánicas, las inundaciones, tormentas tropicales, olas de calor, tormentas de polvo del desierto del Sahara, incendios forestales y varios accidentes de los denominados tecnológicos. Con el fin de evaluar los riesgos producidos por estos peligros, establecer medidas de prevención y coordinar las acciones de emergencia, la Comunidad Autónoma de Canarias cuenta con un plan de seguridad y de emergencias regional. No obstante, el éxito de este plan regional está fuertemente ligado a la coordinación de los planes de emergencias elaborados por cada una de las entidades locales (municipios ) que están más en contacto con la población local y que son capaces de llevar a cabo un proceso de evaluación de riesgos participativo. A pesar de que los planes y estrategias internacionales, nacionales y regionales para la reducción del riesgo señalan por lo general la necesidad de la evaluación del riesgo a escala local, aún existen importantes lagunas sobre cómo desarrollar este tipo de evaluación de riesgos. Para suplir este vacío, se implementó una metodología para desarrollar la evaluación de riesgos local participativa, aplicada a la ciudad de Santa Cruz de Tenerife (220.000 habitantes). Este trabajo muestra las ventajas de aplicación de este método participativo para la evaluación de riesgos y sus implicaciones en el planeamiento local para la reducción del riesgo de desastre. Palabras clave: Evaluación de Riesgos Local, Participación, Reducción del Riesgo, Plan de Emergencias, Canarias. 194 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 O TERRAMOTO NO HAITI (12 DE JANEIRO DE 2010). ANÁLISE NA PERSPETIVA DA MEDICINA DE CATÁSTROFE: DO IMPACTO À ATUALIDADE Adriana Araújo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Paulo Campos Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] / [email protected] Ana Mafalda Reis Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Romero Bandeira Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] RESUMO A Medicina de Catástrofe é uma especialidade ou competência que preza pela sua atualidade, já que a ação humana avoluma a complexidade das condicionantes associadas aos fenómenos naturais, influenciando tanto a sua ocorrência como o seu poder destrutivo. O terramoto de 12 de Janeiro de 2010 no Haiti assolou aquele que era já classificado como o país menos desenvolvido do hemisfério ocidental, tendo ocorrido num contexto de excecional vulnerabilidade. Por todas as suas particularidades, esta megacatástrofe suscitou inúmeros desafios novos aos interventores, tornando-se um inestimável exemplo para extrapolar ensinamentos e criar melhores planos de atuação. A abordagem do desastre é realizada na perspetiva da Medicina de Catástrofe através da revisão de bibliografia de referência na área, artigos científicos, relatórios e comunicados de imprensa, incluindo uma discussão da intervenção humanitária de França e Portugal, baseada em entrevistas a intervenientes, nomeadamente ao Coronel e Médico-chefe da Força de Intervenção Aeromóvel Francesa Michel Orcel, e ao Comandante Elísio Oliveira e Dr. José Cunha da Cruz, ambos pertencentes ao Destacamento Português de Ação Humanitária. Esta dissertação deverá servir como alerta para a importância da Medicina Preventiva e Preditiva e da melhoria da preparação dos profissionais de saúde para este tipo de intervenção, sendo premente fortalecer a capacidade de resposta às catástrofes. Palavras-chave: medicina de catástrofe, vulnerabilidade, riscos, terramoto, Haiti. 195 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 SEGURANÇA AMBIENTAL E TRILOGIA DE RISCOS: ESTUDO DE CASO EM JUIZ DE FORA, MG, BRASIL Geraldo César Rocha Departamento de Geociências, Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil [email protected] RESUMO O risco ambiental é uma trilogia de riscos naturais, tecnológicos e sociais, sendo a segurança ambiental o inverso do risco: quanto maior o risco, menor a segurança. Nessa pesquisa foram mapeados os principais riscos da área urbana de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais. Utilizou-se o sistema de informação geográfica SAGA (UFRJ), com layers de informação para cada risco avaliado, fazendo-se o cruzamento dessas camadas, com atribuição de notas e pesos a cada fator. No cartograma de risco a movimentos de massa, por exemplo, foram trabalhados os layers de geologia, solos, relevo, lineamentos estruturais, vegetação e ocupação urbana. O risco foi hierarquizado em altíssimo, alto, médio, baixo e baixíssimo. Os resultados mostram um quadro ambiental preocupante para Juiz de Fora. Com relação ao risco a movimentos de massa, o centro e bairros próximos concentram níveis mais alarmantes de risco, a saber, altíssimo e alto risco. Áreas situadas nesses níveis já mostram o problema ocorrendo a cada verão, com perdas materiais, ambientais e mesmo humanas. Os riscos tecnológicos também mostram os maiores patamares nas áreas centrais da cidade, com maior densidade populacional, onde se concentram postos de combustíveis, avenidas e ferrovias de tráfego intenso. E com relação ao risco de roubos a residências, observou-se que, além da área central, bairros periféricos onde a exclusão social é mais explícita, mostram altos níveis de risco. Palavras-chave: riscos ambientais, riscos naturais, tecnológicos e sociais. 196 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 PREVENÇÃO DE RISCOS COM A COMUNIDADE LOCAL NA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DO RIO AQUIDAUANA NA CIDADE DE AQUIDAUANA MS/BRASIL Vicentina Socorro da Anunciação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus Aquidauana. [email protected] João Lima Sant’Anna Neto Departamento de Geografia, Grupo de Pesquisa GAIA, FCT/UNESP Presidente Prudente. [email protected] RESUMO A bacia do rio Aquidauana abrange uma área de aproximadamente 21.373,85 Km2 envolvendo 16 municípios no Estado de Mato Grosso do Sul-Brasil. O espaço delimitado pode ser considerado polo de desenvolvimento, constituindo-se em importante segmento do poder público e gestão ambiental e de recursos hídricos numa unidade de planejamento. Destaca-se no contexto nacional e no Estado de Mato Grosso do Sul por apresentar três importantes unidades fisiográficas: o Planalto Maracaju-Campo Grande, a Depressão Pantaneira e a Planície do Pantanal Sul-Mato-Grossense, abrangendo parte dos biomas Cerrado e Pantanal. Pode-se inferir que nos últimos 40 anos, tais municípios vêm passando por um processo de transformação inerente ao modo de produção capitalista a nível mundial, redefinindo a produção e a função do espaço local. Nesta particularidade, vai sedimentando na região o agronegócio, a pecuária e a atividade turística, reorganizando-se na perspectiva de competitividade da regionalização do espaço mundial frente ao processo de globalização, o que gradativamente tem contribuído para o avanço da vulnerabilidade ambiental, e a maior repercussão socioespacial dos eventos, sobretudo os decorrentes do extremo climático se processa no espaço urbano da cidade de Aquidauana. Faz-se necessário compreender como se dá a relação da sociedade com os aspectos que compõem seu nicho, relacionando as práticas na produção do espaço na cidade de Aquidauana, a geografia, a escola e práxis sociambientais. Palavras chave: Risco, Espaço, Repercussões, Sociedade. 197 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 RESPONSABILIDADE DOS CIENTISTAS NA COMUNICAÇÃO DO RISCO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA. O CASO DA SENTENÇA DE L’AQUILA António Betâmio de Almeida CEHIDRO, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa [email protected] RESUMO A problemática da responsabilidade ética dos especialistas na comunicação de riscos públicos e no apoio a decisões em situação de emergência abrange diversas situações associadas a potenciais catástrofes naturais (cheias, ciclones, deslizamentos, secas…) ou a acidentes tecnológicos (poluição, rotura de barragem…). A sentença e o processo de L´Aquila (Itália) suscitam a reflexão sobre questões pertinentes e relevantes neste domínio. Em 2012, sete cientistas italianos foram condenados a pesadas penas de prisão por terem sido considerados responsáveis pela morte de 27 pessoas no sismo que ocorreu na cidade italiana de L´Aquila, em 6 de Abril de 2009. A acusação considerou que a comunicação ao público relativa ao risco sísmico, alguns dias antes do sismo, foi incompleta, imprecisa e contraditória tendo contribuído decisivamente para modificar a percepção de perigo das vítimas e para alterar os respectivos procedimentos de protecção. Os problemas levantados pelo processo de L´Aquila não dizem só respeito à comunicação do risco sísmico mas, também, à gestão de crises associadas a outros tipos de riscos públicos que envolvam uma elevada incerteza na respectiva previsão e dificuldades na definição de medidas de emergência eficazes, preventivas ou de protecção. Esta questão reveste-se de particular interesse para a comunidade científica nacional e para as organizações de protecção civil atendendo a que partes significativas do território nacional possuem um elevado risco sísmico existindo importantes meios urbanos com construções muito antigas ou históricas que são particularmente vulneráveis à acção de sismos intensos. O facto de a sentença ter existido e a grande publicidade a nível internacional em torno da mesma terão efeitos no relacionamento e na confiança entre cientistas e autoridades, nomeadamente no apoio a serviços de protecção civil. O presente artigo tem os seguintes objectivos principais: - Apresentar em que consistiu o designado processo de L´Aquila. - Proceder a uma análise sumária do processo do ponto de vista do respectivo impacto na relação entre cientistas, a protecção civil e o público, em situações de crise (ameaça de catástrofe natural). - Identificar problemas relevantes que são merecedores de reflexão ponderada e motivadores de eventuais mudanças em procedimentos a seguir na comunicação do risco. Palavras-chave: Comunicação, Responsabilidade, Risco. 198 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 IMPORTÂNCIA DA MEDICINA LEGAL EM SITUAÇÃO DE CATÁSTROFE A QUEDA DA PONTE HINTZE RIBEIRO Sara Gandra Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Paulo Campos Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] / [email protected] Ana Mafalda Reis Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] Romero Bandeira Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto [email protected] RESUMO Às 21 horas e 10 minutos do dia 4 de Março de 2001, domingo, numa noite de Inverno precedida e antecedida por tantas outras igualmente chuvosas, a parte central do tabuleiro da ponte Hintze Ribeiro caiu, arrastando um autocarro de passageiros e dois automóveis para as águas do Rio Douro. Uma excursão às amendoeiras em flor, em Trás-os-Montes, terminou em tragédia, à porta de casa.Grande parte das vítimas da derrocada da ponte que ligava Entre-os-Rios a Castelo de Paiva residia na freguesia de Raiva. São 17 000 os habitantes do concelho com pouco mais de 100 Km quadrados e nove freguesias, 6 das quais ribeirinhas. Como processo de ruptura e desarmonia entre o ambiente natural e o sistema social, a catástrofe é um acontecimento súbito e quase sempre imprevisível. De carácter natural ou fruto da inventiva humana é responsável por provocar inúmeras vítimas bem como danos materiais avultados. Tem a capacidade de abalar gravemente o indivíduo como ser holístico, bem como a vida das populações e o tecido social e económico da zona onde surge. A análise do domínio de acção das forças de socorro e segurança permite ressalvar a importância do contacto entre as equipas intervenientes e a articulação e funcionamento das diversas entidades para que os recursos disponíveis possam ser optimizados, por forma a prestar socorro célere e eficaz. Através da reconstituição da queda da Ponte Hintze Ribeiro e consequente socorro foi possível reflectir e analisar uma situação real e estabelecer um paralelismo entre o ocorrido e as medidas tomadas, bem como recursos humanos e técnicos utilizados numa situação de tal envergadura. A Medicina de Catástrofe, como teia situacional que é, articula-se em pleno com a Medicina Legal, sendo que esta é a aplicação do conhecimento científico e biomédico às questões do direito. Através dos capítulos em que a Medicina Legal desenvolve a sua actuação se prova a necessidade de uma equipa multidisciplinar, especialista e experiente. Assim devem estabelecer-se acções de planeamento, prevenção e exercício, com base no levantamento de vulnerabilidades e no estabelecimento de mapas de risco, de forma a exercitar e testar equipas, instituições e organismos intervenientes, à luz do que se tem feito a nível internacional. Palavras-chave: Catástrofe, Medicina de Catástrofe, Medicina Legal, socorro a Multivítimas. 199 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil POSTERS Painel 1 Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A HEMEROGRAFIA COMO MEIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE DESASTRES: ESTUDO DO MUNICÍPIO DE CAMPOS DO JORDÃO – BRASIL NO PERÍODO 2001-2013 Bruno Zucherato Departamento de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Bolsista da CAPES proc. nº BEX 9537/13-9 [email protected] Maria Isabel Castreghini de Freitas Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento (DEPLAN)/Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) – Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus Rio Claro - Brasil [email protected] RESUMO A análise e gestão do risco, exige um conhecimento geográfico e histórico de seu objecto de estudo. Assim a pesquisa hemerografica, ou seja a consulta a jornais e publicações periódicas da imprensa, apresentam uma importante ferramenta para determinar à quais ocorrências de desastres aquela localidade está sujeita em um período histórico. É importante salientar que nem todas as ocorrências de desastres são noticiadas, mas considera-se que, aquelas com maior importância são veiculadas pelos meios de comunicação. Com base nesse propósito, o estudo apresentado, buscou uma análise com base na referida técnica para as noticias de desastres no município de Campos do Jordão – SP (Brasil). Foram verificados, no sitio web do jornal “Campos do Jordão & Cia.” de circulação semanal, durante o período de 1 de Janeiro de 2001 até 31 de Dezembro de 2013, as notícias veiculadas sobre a ocorrência de desastres. Dessa maneira foram registadas as noticias de ocorrência de desastres e criado um banco de dados, onde foi possível registar o mês da noticia, o ano, e ainda classificar com a Codificação de Desastre Ameaças e Riscos (CODAR) o evento ocorrido. Os resultados do período analisado mostraram um total de 56 notícias, sendo o maior número de ocorrências no ano de 2011 (7 notícias), com relação aos meses do ano, as notícias se concentraram principalmente no mês de Maio (9 noticias) e o principal desastre registado foi a ocorrência da geada (25 notícias). Palavras-chave: Hemerografia, Campos do Jordão, Notícias de Desastre, Banco de dados. 205 | Painel 1 – Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 A MÍDIA EM FOCO: EXEMPLOS DE DESINFORMAÇÃO CLIMÁTICA Lucí Hidalgo Nunes Departamento de Geografia, Universidade Estadual de Campinas, Brasil [email protected] Cleusa Aparecida Gonçalves Pereira Zamparoni Departamento de Geografia, Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil [email protected] RESUMO A mídia desempenha relevante função na formação de opinião pública sobre os mais diferentes temas, como política, economia e ciência, o que reforça seu papel central na sociedade democrática, não obstante, nem sempre a informação é repassada de forma adequada. Tal fato é particularmente relevante no caso de informações de caráter climático, estratégicas para uma série de condutas que norteiam ações específicas no território e que apresentam enorme potencial para prevenir acidentes e perdas econômicas e/ ou de vidas humanas. Ocorre que entre sua origem e seu receptor a informação, intermediada pela mídia, pode sofrer distorções, simplificações, inconsistências e erros, comprometendo seu uso adequado e até gerando sentimento de desconfiança. Com base nesse aspecto, foram avaliadas diversas notícias disseminadas de forma bastante equivocada sobre fenômenos atmosféricos, veiculados em diferentes mídias e em distintos períodos. Em geral as notícias foram confusas, contraditórias, erradas, simplistas, alarmistas e sensacionalistas, podendo ter induzido a mal entendidos ou mesmo descrença e desinteresse pela temática. Com isso, a mídia falhou em sua importante função social tanto como elemento-chave na tomada de medidas preventivas ou soluções mais eficientes para minorar as consequências de futuros episódios, como em sua função educativa, mais desinformando do que propriamente informando o leitor. Palavras-chave: mídia, sensacionalismo, clima 206 | Panel 1 – Theory, conceptual models and communication of risk Painel 2 Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 CARTOGRAFIA MUNICIPAL DE RISCO COM RECURSO AO MODEL BUILDER José Manuel Rocha Departamento de Geografia, Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho [email protected] RESUMO A cartografia municipal de risco, mais concretamente a cartografia de risco de incêndio é um método de identificação, caracterização e avaliação da ocorrência de risco dendrocaustológico. Contudo, a utilização da cartografia de risco permite uma articulação crucial para o planeamento de emergência, uma vez indica os locais potenciais de perigosidade e de risco de incêndio contribuindo assim para uma prevenção e vigilância antecipada dos locais mais susceptíveis. A utilização dos SIG torna-se numa ferramenta potencializadora para compreender, quantificar, validar e prever a localização das entidades e o seu comportamento, tornandose, por isso, instrumentos fundamental para o desenvolvimento de uma visão integradora do território como um todo, de forma a facilitar a intervenção em áreas menores (Costa, 2010). Assim sendo, com o recurso ao software ArcGIS 10.1 e com base no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios elaborou-se um Model Builder para a Cartografia de Risco com o intuito de facilitar o processo de produção cartográfico. Palavras-chave: (Cartografia, PDMFCI, Model Builder;). 209 | Painel 2 – Geotecnologias aplicadas à análise e gestão dos riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 SIMULAÇÃO DE CHEIA SEGUIDA DE INUNDAÇÃO NA CIDADE DE MIRANDELA Maria Gouveia Doutoranda, Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Carmen Ferreira Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade do Porto [email protected] Francisco da Silva Costa Departamento de Geografia e CEGOT, Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho [email protected] RESUMO Sabendo-se que a ocorrência de inundações na cidade de Mirandela é um fator condicionante para a vida dos cidadãos que aí residem, trabalham ou se deslocam para a visitar, pensou-se ser importante simular uma cheia, seguida da inundação das áreas adjacentes ao rio Tua e contabilizar os danos e prejuízos que poderão vir a ocorrer em edifícios e infraestruturas aí existentes. A ocorrência de cheias no rio Tua, e as consequentes inundações na cidade de Mirandela, são conhecidas pelo menos desde o século XV, altura dos primeiros relatos sobre a manifestação destes fenómenos. Mais recentemente, alguns deles podem ser lidos em jornais locais e regionais (Notícias de Mirandela, Mensageiro de Bragança, Jornal do Nordeste, Jornal Terra Quente), publicados nos anos de 1959, 1960, 1966, 2001, 2009 e 2012. As ferramentas de Sistemas de Informação Geográfica, ao permitirem a elaboração de animações em 3D, viabilizam a simulação da ocorrência de uma cheia e consequente inundação ao longo das margens do rio Tua, podendo efetuar-se a avaliação das consequências que dela poderão advir e perceber-se quais as medidas mitigadoras que deverão ser implementadas para reduzir os seus efeitos nefastos. Deste modo, pretende contribuir-se para um melhor conhecimento do risco de inundação na cidade de Mirandela, de modo a proteger mais eficazmente pessoas, animais e bens patrimoniais. Palavras-chave: Mirandela, cheia, inundação, simulação. 210 | Panel 2 – Geo-technologies applied to the analysis and management of risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 USO DE SENSORES REMOTOS COMO FERRAMENTA PARA MAPEAMENTO DE ÁREAS QUEIMADAS POR INCÊNDIOS FLORESTAIS. O EXEMPLO DO MUNICÍPIO DE OLIVEIRA DO HOSPITAL NO ANO DE 2013 Raphael Costa Cristovam da Rocha Departamento de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Gil Rito Gonçalves Departamento de Matemática, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO Os incêndios florestais constituem, por todo o mundo, um problema extremamente importante para a degradação do ecossistema global. Há anos que Portugal vem sendo castigado por sucessivos incêndios florestais. O uso dos sensores remotos dos satélites nas últimas décadas têm se tornado uma das ferramentas de grande importância nos estudos de incêndios florestais, uma vez que proporciona uma visão abrangente do território em análise, não se privando somente a um local. Desta forma, esta ferramenta é uma mais valia para localização, mitigação, delimitação e prevenção dos incêndios florestais. O objetivo deste estudo é a utilização dos sensores remotos como ferramenta chave para o mapeamento das zonas ardidas em 2013, no município de Oliveira do Hospital, região centro de Portugal. Foram cartografadas áreas incendiadas a partir de imagens de satélite LANDSAT 8, classificação supervisionada e do índice Normalized Burnt Ratio (NBR). Dessa forma, pretendeu-se demonstrar uma forma alternativa de mapeamento das áreas ardidas além da tradicional inventariação de campo por GPS. Palavras-chave: Sensores remotos, Landsat 8, NBR, Incêndios florestais 211 | Painel 2 – Geotecnologias aplicadas à análise e gestão dos riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 UTILIZAÇÃO DA DETECÇÃO REMOTA NA CONSTRUÇÃO DE MAPAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E DELIMITAÇÃO DE ÁREAS INCENDIADAS Raphael Costa Cristovam da Rocha Departamento de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Bruno Martins Departamento de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] António de Sousa Pedrosa Instituto de Geografia da UFU, CEGOT, RISCOS* [email protected] RESUMO Portugal tem sido fustigado por violentos incêndios florestais que originam em muitos casos processos erosivos mais ou menos severos, que se relacionam com as características geomorfológicas da área afectada e com fatores hidro-climatológicos. Técnicas de detecção remota proporcionam uma forma alternativa de detectar a variabilidade espacial e temporal dos efeitos dos incêndios florestais, com menor custo e tempo, em comparação com os inventários de campo tradicionais. Para responder a este desafio, foram cartografadas áreas incendiadas a partir de imagens de satélite LANDSAT 8 (bandas 7, 5 e 4) e do índice Normalized Burnt Ratio (NBR). A principal vantagem desta metodologia relaciona-se com os baixos custos que acarreta e ainda com o elevado grau de precisão da cartografia produzida. Procuraremos ainda demonstrar a importância da cartografia das áreas incendiadas para o desenvolvimento de cartas de riscos geomorfológicos através de exemplos no Norte-Centro de Portugal. Palavras-chave: Detecção remota, LANDSAT 8, incêndios florestais, riscos geomorfológicos, Norte-Centro de Portugal. *Este trabalho foi iniciado em 2014 com a participação do Professor António Pedrosa. Foi com grande pesar que em Agosto tivemos conhecimento do seu falecimento. Serve este trabalho de sentida homenagem. 212 | Panel 2 – Geo-technologies applied to the analysis and management of risks Painel 3 Territórios de risco (previsão, prevenção, consequências e reabilitação) Painel 3.1 Riscos geológicos e geomorfológicos III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DOS PROCESSOS EROSIVOS NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DE ÁGUA DE GATO – CONCELHO DE SÃO DOMINGOS, CABO VERDE Filipe Gomes Sanches Universidade de Cabo Verde [email protected] Ineida Romi Tavares Varela de Carvalho Doutoranda em Geografia, Universidade de Cabo Verde [email protected] António Vieira Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho. [email protected] RESUMO Trata-se de um trabalho de pesquisa realizada na Sub-Bacia Hidrográfica de Água de GatoConcelho de São Domingos, onde teve como objectivo diagnosticar e avaliar os processos erosivos nessa sub-bacia hidrográfica. Para melhor entendimento da dinâmica dos processos erosivos na área de estudo foi feita uma análise em função das características geoambientais da área e posteriormente a identificação e avaliação dos processos superficiais que ocorrem nessa Sub-Bacia. Os procedimentos metodológicos adoptados traduziram em fases e etapas: 1ª fase consistiu em levantamentos documentais bibliográficos, 2ª fase constitui o trabalho em campo, subdivide-se em duas etapas: 1ª etapa decorreu durante o período seco, 2ª etapa ocorreu no período húmido, ambas as fases tiveram como objectivo levantamento de dados ambientais e identificação de formas de degradação de solo. 3ª fase metodológica consistiu sobretudo na análise do solo no laboratório e confecção de mapas, todos os mapas foram produzidos em ambiente ArcGis 9.3. As análises dos solos colectados no campo compreenderam: textura e matéria orgânica, Os resultados do estudo apontaram que a deflagração dos processos erosivos na área de estudo não ocorre unicamente pelo processo natural, ou seja, erosão geológica/natural, mas também pelas práticas tradicionais de uso e manejo do solo que é feita nessa área, onde em muitos casos se dá sobre as encostas de declives acentuados, com ausência de práticas de conservação de solo. E a partir de observação directa no terreno identificou-se vários aspectos de degradação de solos associada à prática agrícola. Palavras-chave: Sub-bacia hidrográfica de Água de Gato, Diagnóstico, Processos erosivos, Solo, Encostas. 217 | Painel 3.1 – Riscos geológicos e geomorfológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DA ÁREA URBANA DE ILHÉUS, BAHIA Hogana Sibilla Soares Póvoas Bolsista do PET Solos, Universidade Estadual de Santa Cruz [email protected] Ednice de Oliveira Fontes Universidade Estadual de Santa Cruz [email protected] Ana Maria Souza Santos Moreau Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil [email protected] RESUMO Nas áreas urbanas, a modificação da natureza pela sociedade se torna intensamente perceptível. Pois, devido à grande densidade populacional, essas áreas são fortemente alteradas e necessitam de um planejamento adequado para que possam recuperar ou manter o equilíbrio de suas funções (naturais e sociais) visando a mitigação dos riscos geomorfológicos a elas associados. Os estudos geomorfológicos dão importante subsídio para a compreensão da dinâmica da paisagem e contribuem no entendimento da forma de apropriação do espaço pela sociedade. Devido à grande densidade populacional, nas áreas urbanas a modificação da natureza é intensa, tornando-se fundamental a análise das características físico-ambientais do território para fins de planejamento. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou o mapeamento geomorfológico da cidade de Ilhéus, na escala de 1:10.000, visando caracterizar as principais formas de relevo, bem como sua origem, processos e riscos. Foram gerados com a utilização do ArcGis 10.0®, o Modelo Digital de Elevação do Terreno (MDT) contendoas cotas de altitude e o MDT em 3D, o Mapa de Declividade, com as classes propostas por Lepschet al. (1991), o Mapa dos Modelados do Relevo e o mapa de riscos. A elaboração deste mapeamento auxiliará futuras pesquisas científicas, além de subsidiar o planejamento urbano-ambiental na identificação de áreas de risco a enchentes e escorregamentos, identificação e controle de processos erosivos, projetos de conservação e manejo de solo, entre outros. Palavras-chave: Cartografia geomorfológica, Planejamento urbano-ambiental,Sul da Bahia. 218 | Panel 3.1 – Geological and geomorphologic risks Painel 3.2 Riscos climáticos e hidrológicos III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 THE ROLE OF PHYSICAL ENVIRONMENT IN THE GENESIS AND AMPLIFICATION OF FLOODS IN NADOR (NORTHEAST MOROCCO) Abdelkader Sbaï Laboratory of Geomatics, Heritage and Development, University Mohammed Premier Oujda, Morocco [email protected] Jose Eduardo Rodríguez Juan Laboratory of Geomatics, Heritage and Development, University Mohammed Premier Oujda, Morocco [email protected] Abderrahmane El Harradji DYMADER Laboratory (Arid Environments Processes and Regional Development) University Mohammed Premier, Oujda, Morocco [email protected] ABSTRACT Northeast Morocco has experienced significant socio-economic changes, which induces main developments of urban areas and a very important rural exodus. The processes of urban growth are sometimes poorly controlled and grow on vulnerable areas. Nador is located on the foothills of Gourougou where contribute major drainage arteries from the mountains. In this city the phenomenon of flood is frequently, many exceptional rainfall events and critical flow rates were recorded. The main rivers that come from this massive are the main factor of flood especially in low and near Nador lagoon where the water can't find passages to reach on the lagoon. Environmental risks disproportionate in relation to the weather get follow, particularly in the suburbs close to the raised areas where rainfall may reach critical thresholds. The purpose of this study is the identification and mapping areas at risk of flood in Nador. The combination of different information layers on land use, drainage network, topography, lithology/geology and road network through remote sensing and GIS tools allow us to have indicators on the degree of vulnerability and draw a map of flood risk. The objective is to know their causes, to help early warning and to inform of the extent of flood in urban areas that are threatened by this phenomenon. Keywords: Flood risk, hazard, urban areas, remote sensing and GIS, urban management, northeast Morocco. 221 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 APLICAÇÃO DO SISTEMA HIDRALERTA NA AVALIAÇÃO DO RISCO ASSOCIADO AO GALGAMENTO NO PORTO DA PRAIA DA VITÓRIA Conceição Juana Fortes1 [email protected], Pedro Poseiro1 [email protected] Maria Teresa Reis1 [email protected] Rui Capitão1 rcapitão @lnec.pt Rui de Almeida Reis1 [email protected] Liliana Pinheiro1 [email protected] João Craveiro1 [email protected] João Alfredo Santos2 [email protected] José Carlos Ferreira3 [email protected] Susana Silva3 [email protected] André Sabino3 [email protected] Armanda Rodrigues3 [email protected] Paulo Raposeiro3 [email protected] Carlos Silva3 [email protected] Anabela Simões4 [email protected] Eduardo Brito de Azevedo4 [email protected] Francisco Vieira4 [email protected] Maria Conceição Rodrigues5 [email protected] 1 LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa 2 ISEL – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia 4 Universidade dos Açores, LAMTEC e Centro de Estudos do Clima, Meteorologia e Mudanças Globais 5 Azorina – Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza, SA 3 RESUMO O sistema HIDRALERTA é um sistema de previsão, alerta e avaliação do risco associado ao galgamento e inundação em zonas costeiras e portuárias, tendo como ideia-base a utilização de medições/previsões da agitação marítima nessas zonas, para calcular os efeitos dos galgamentos e inundações. O sistema permite: a avaliação, em tempo real, de situações de emergência e a consequente emissão de alertas às entidades competentes, e a avaliação do risco, produzindo-se mapas de risco para apoio ao processo de tomada de decisão. Trata-se de um sistema modular que está a ser desenvolvido em linguagem Python e implementado numa plataforma WebGIS. As componentes do sistema consistem nos seguintes módulos: a) agitação marítima — determinação das características da agitação marítima ao largo e em áreas costeiras e portuárias, b) galgamentos e inundação — avaliação dos galgamentos e inundação em zonas costeiras e infraestruturas portuárias, c) sistema de alerta — análise, em tempo real, das situações de emergência e envio automático de mensagens de alerta para as autoridades responsáveis, d) avaliação do risco — análise de séries temporais longas e elaboração de mapas de risco para apoio à gestão costeira e portuária. Nesta comunicação descreve-se o sistema HIDRALERTA, e em particular, as metodologias e ferramentas desenvolvidas até ao presente no seu módulo de avaliação do risco. São apresentados vários casos da aplicação do sistema na avaliação do risco em zonas portuárias (Praia da Vitória, Sines e Ponta Delgada) e em zonas costeiras (Costa da Caparica) que ilustram as potencialidades do sistema. Palavras-chave: HIDRALERTA, Agitação marítima, Galgamento, Inundação, Risco 222 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 DETERMINAÇÃO DE FREQUÊNCIAS DE EVENTOS EXTREMOS DE CHUVA NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL Célia Campos Braga Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Bernardo Barbosa da Silva Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Francisco das Chagas Nascimento Araújo Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Francisco de Assis Salviano de Sousa Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Milena Pereira Dantas Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] RESUMO A seca é um dos fenômenos climáticos que mais causa danos à agricultura de uma determinada região, provocando sérios impactos sociais, econômicos e ambientais. A região Nordeste do Brasil (NEB), apesar de chover consideravelmente, a parte semiárida, é periodicamente afetada pela ocorrência de secas, com perdas parciais a totais na agropecuária, além de comprometer o abastecimento de água devido, principalmente, à irregularidade da estação chuvosa, com predominância de chuvas intensas e de curta duração. Neste contexto, o presente trabalho visa analisar eventos extremos de seca e chuva em distintas regiões do nordeste do Brasil. Utilizou-se o Índice de Precipitação Normalizada (SPI) em diferentes escalas de tempo para séries climatológicas de 1980 a 2011 no estado no Maranhão, em regiões homogêneas de SPI previamente identificadas. A análise de frequência na escala semestral mostrou que nas décadas de 1980, 1990 foram as que apresentaram maiores frequências de eventos secos chuvosos. Por exemplo, na região norte as maiores secas ocorreram nos anos 80, ou seja, de fevereiro de 81 a março de 84, totalizando 23 meses de seca. Já na década de 90 o período de seca começou em janeiro de 91 até setembro de 93 num total de 33 meses. Já os meses mais chuvosos ocorrem de janeiro de 85 a junho de 86 (18 meses) e de fevereiro 89 a maio de 90 (16 meses). Nas demais regiões observaram-se algumas coincidências e algumas divergências no tocante aos períodos ocasionado possivelmente pela posição geográfica e atuação de sistemas geradores de chuva na região. Palavras-chave: homogêneas Índice de Precipitação Normalizada, Chuva, eventos extremos e regiões 223 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ANÁLISE COMPARATIVA DO ALBEDO DA SUPERFÍCIE MEDIDO SOBRE A CULTURA DE BANANA E ESTIMADO ATRAVÉS DE IMAGENS MODIS/Terra Célia Campos Braga Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Geissa Samira Lima Nascimento Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Ramon Campos Braga Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, Cachoeira Paulista-SP [email protected] Bernardo Barbosa da Silva Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Milena Pereira Dantas Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande [email protected] RESUMO O presente estudo visa analisar a variabilidade espacial e temporal do albedo da superfície, assim como encontrar uma relação entre valores do albedo medidos e os obtidos por meio do produto de refletância MODIS/MYD09GA do satélite Terra, para 21 dias de imagens os meses de setembro, outubro e novembro para o ano 2005. Os dados foram medidos em torre micro meteorologia instalada numa cultura irrigada de banana na fazenda experimental Frutacor localizada nas proximidades da cidade de Quixeré-CE-Brasil. Além da área de cultura de banana o albedo foi estimado também na área de vegetação nativa. O processamento das imagens MODIS foi feito com o software ERDAS IMAGINE. Os mapas da variabilidade espacial do albedo da superfície mostraram que para os meses de setembro e outubro o albedo praticamente não variou, pois seus valores oscilaram entre 10 e 25% em toda a cena. Em novembro os valores aumentaram, predominando albedos da ordem de 20 e 25%. Em geral para este período de estudo, nas áreas irrigadas foram encontrados os menores valores de albedo, quando comparado com a vegetação nativa. A aplicação da técnica estatística dos mínimos quadrados ao conjunto de dados medido na torre e estimado pelo satélite MODIS/Terra apresentaram bons resultados. Ou seja, a calibração proposta apresentou coeficiente de determinação r2 igual a 0.70 (r= 0,84) com erro médio percentual de 16,6% respectivamente. Palavras-chave: Palavra Chave: MODIS/Terra, albedo, pomar de banana. 224 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ANÁLISE DE MAPEAMENTOS DE ÁREAS DE RISCOS HIDROLÓGICOS EM CUIABÁ/MT/BRASIL Cleusa Aparecida Gonçalves Pereira Zamparoni Departamento de Geografia, Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil [email protected] RESUMO Os desastres naturais resultam da combinação entre as características físicas do lugar, que refletem suas suscetibilidades e fragilidades associadas à capacidade de resposta e recuperação da sociedade expressas por sua vulnerabilidade e resiliência. O presente estudo analisa o mapa de áreas de riscos hidrológicos em Cuiabá/MT, no âmbito de distintos processos históricos, expressos pela combinação de antigas desigualdades socioambientais com novas formas adquiridas nas últimas décadas do século XX. Em Cuiabá, a ocupação desordenada e a fragilidade de políticas públicas de preservação da rede hídrica, de investimentos em saneamento básico e coleta de lixo provocam aumento significativo de inundações e enchentes em bairros situados às margens do rio Cuiabá. O entupimento das calhas dos 24 córregos, que cortam a capital e deságuam nos rios Cuiabá e Coxipó, contribui para potencializar esta situação estrutural. O mapeamento de áreas de risco de Cuiabá mostra que as ocorrênciadas dos desastres naturais de origem hidrológicas estão concentradas em áreas que ficam localizadas às margens do rio Cuiabá. Nestes locais, a ocupação desordenada de Áreas de Proteção Permanentes (APP´s) potencializa riscos ligados às enchentes e inundações na capital matogrossense. Estudos sobre o problema são necessários e urgentes, pois auxiliam a proposição e execução de ações preventivas em detrimentos das curativas, como medida de resiliência e enfrentamento deste problema socioambiental e político. Palavras-chave: risco, resiliência, enchentes, suscetibilidade, vulnerabilidade. 225 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 CARACTERIZAÇÃO DO TEMPORAL DO DIA 19 DE JANEIRO DE 2013, PORTUGAL CONTINENTAL Cristian Camilo Fernández Lopera Mestrado em Dinâmicas Sociais, Riscos Naturais e Tecnológicos Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO No dia 19 de Janeiro de 2013 registou-se em Portugal continental um fenômeno de ventos intensos, precipitação forte e ondulação marítima forte no litoral Oeste. Ás 06UTC a depressão desceu de 996 hPa para 968.2 hPa e centrou-se no litoral junto a Viana do Castelo, a descida excepcional da pressão designou-se como ciclogénese explosiva. Os valores máximos da velocidade do vento foram: Porto 116.3 km/h, Coimbra 102.6 km/h e Lisboa 104.4 km/h. Os valores de precipitação foram Cabril: 68 mm, Vila Real: 40 mm, Penhas Douradas 44 mm. Com um total de 8.205registos, a distribuição espacial das ocorrências foi: Porto 741 ocorrências, Coimbra 682 ocorrências, Santarém 736, Lisboa 1.994 (24% do total) e Setúbal com 691, Viana do Castelo 183, Braga 291, Vila Real 89, Bragança 45, Aveiro 486, Viseu 512, Guarda 59, Castelo Branco 323, Leiria 533, Portalegre 279, Évora 237, Beja 120 e Faro 204. Os danos foram causados pela queda de árvores sobre linhas de eletricidade, destelhamentos e queda de chaminés, destruição de estufas e automóveis. O serviço de eletricidade foi o mais afetado seguido do abastecimento de água, as telecomunicações e as estradas. Em média, o tempo de interrupção da eletricidade foi de 24 horas, contudo, passados cinco dias das ocorrências alguns locais dos concelhos de Pombal, Montemor-o-Velho e Coimbra tinham carência de eletricidade e cortes regulares nas telecomunicações e no abastecimento de água. Palavras-chave: temporal, perdas e danos, Portugal continental. 226 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 EXTREMO CLIMÁTICO NO BAIXO CURSO DO RIO AQUIDAUANA-MS-BRASIL: AMEAÇAS, VULNERABILIDADE E RISCOS SOCIOAMBIENTAIS Elvira Fátima de Lima Fernandes Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus Aquidauana. [email protected] Vicentina Socorro da Anunciação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus de Aquidauana. [email protected] Flávio Cabreira dos Santos Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus de Aquidauana. [email protected] RESUMO O processo de uso e ocupação do espaço nas cidades está inerente aos episódios de inundações urbanas, aspecto perceptível no contexto urbano de Anastácio e Aquidauana situadas no baixo curso do rio Aquidauana. Toda variabilidade dos índices de precipitação sobre tudo a distribuição temporal e intensidade, reflete no aumento da vazão das águas na bacia hidrográfica do rio Aquidauana, resultando na elevação da descarga do canal, revertendo a cota normal de 2,96 m para cota superior a 8,00 m, ocorrendo o extravasamento do leito normal para a faixa de inundação da enchente. Este trabalho buscou a espacializar a área de “Risco” na várzea do rio na malha urbana, entre os anos de 1976 a 2013, perpassando pelo nível de detalhamento da vulnerabilidade que a população está exposta. O estudo pautou-se em autores que tratam da temática sobre desastres ambientais e riscos, levantamento de dados do Sistema de Monitoramento Hidrológico da ANA, levantamento in loco sobre os aspectos histórico e socioeconômico dos moradores na área. Os resultados apontam que a cidade de Aquidauana sob impactos de eventos climáticos extremos apresenta intenso grau de vulnerabilidade, pois 40% das residências encontram-se em situação de risco alto (R3) e risco médio (R2). O aumento nos casos de inundação nas duas cidades está relacionado ao processo de ocupação da várzea do rio Aquidauana e eventos climáticos extremos, repercutindo em transtornos vivenciados pela população. Palavras-chave: Vulnerabilidade, Risco, Precipitações, Rio Aquidauana, Repercussões 227 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE HIERÁRQUICA (AHP) NA AVALIAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DE GALGAMENTO EM ZONAS PORTUÁRIAS – CASO DE PONTA DELGADA, AÇORES Joana Rodrigues Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto [email protected] Pedro Poseiro Laboratório Nacional de Engenharia Civil [email protected] Maria Teresa Reis Laboratório Nacional de Engenharia Civil [email protected] Conceição Juana Fortes Laboratório Nacional de Engenharia Civil [email protected] Francisco Taveira Pinto Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto [email protected] RESUMO Nos dias de hoje torna-se extremamente importante garantir a previsão e avaliação do risco de galgamento das estruturas marítimas, uma vez que a este fenómeno se vêm associadas graves consequências que implicam, além de perdas de bens materiais, também a perda de vidas humanas. A aplicação de uma metodologia de previsão e avaliação do risco de galgamento é essencial para a emissão de alertas e para um planeamento adequado de intervenções por parte das entidades competentes no que diz respeito à identificação de situações perigosas. No presente trabalho descreve-se a aplicação de uma metodologia de avaliação do risco de galgamento em zonas costeiras e portuárias ao porto de Ponta Delgada, Açores, dando-se especial ênfase à avaliação das consequências da ocorrência de galgamentos não admissíveis, baseada numa análise multicritério (Processo de Análise Hierárquica, AHP). A avaliação do risco de galgamento inclui a avaliação da probabilidade de ocorrência de galgamentos acima de um certo limiar predefinido, através da utilização da ferramenta neuronal NN_Overtopping2, assim como a avaliação das consequências dessas ocorrências, através da aplicação de um procedimento simplista de classificação das consequências em termos de graus e de outra metodologia baseada numa análise multicritério, através do Processo de Análise Hierárquica (AHP). Os resultados da aplicação desta metodologia da avaliação do risco apresentam-se sob a forma de mapas de risco. Estes mapas são importantes para o planeamento de operações, adopção de medidas mitigadoras e de urgência, bem como para futuras intervenções no porto de Ponta Delgada. Palavras-chave: Risco, Galgamento, Inundação, Portos, Estruturas marítimas. 228 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A SECA COMO FATOR DE RISCO AMBIENTAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO Maria F.J.L. Ramalho Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] António J. T. Guerra Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro [email protected] RESUMO As áreas de clima quente e seco como a do Semiárido Brasileiro são vulneráveis às estiagens prolongadas e ao consequente impacto ambiental, com reflexo mais grave para o homem do campo. A maior seca dos últimos trinta anos, como foi noticiado em 2013, causou relevante repercussão nos reservatórios de água, a exemplo do histórico Açude de Poços, localizado no município de Teixeira, no estado da Paraíba. Esse Açude, que ao longo de muitos anos resistiu a outros eventos de seca, foi exaurido, ficando temporariamente sem funcionalidade com a perda da água. Este trabalho apresenta algumas considerações sobre o ambiente de impacto da seca onde se insere o referido Açude - um reservatório de água entre outros do Semiárido afetado pela estiagem. O objetivo da pesquisa nessa área-teste é analisar a convivência do homem com a dinâmica natural, tendo em vista a imprevisibilidade do evento e o risco ambiental. Neste sentido, com base no método empírico e utilizando dados bibliográficos, cartográficos, de campo e de laboratório, atenta-se para os fatores de vulnerabilidade e potencialidade da região, considerando a sazonalidade climática que caracteriza o Semiárido. Palavras-chave: Semiárido Brasileiro, Sazonalidade Climática, Risco Ambiental. 229 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 AVALIAÇÃO DO RISCO DE GALGAMENTOS E INUNDAÇÃO: INTEGRAÇÃO DE UM MÉTODO EXPEDITO DE INUNDAÇÃO NO SISTEMA HIDRALERTA. Pedro Poseiro Laboratório Nacional de Engenharia Civil [email protected] Conceição Juana Fortes Laboratório Nacional de Engenharia Civil [email protected] Maria Teresa Reis Laboratório Nacional de Engenharia Civil [email protected] RESUMO O HIDRALERTA é um sistema de previsão, alerta e avaliação do risco associado aos galgamentos e inundação em zonas portuárias, tendo como ideia-base a utilização de medições/previsões da agitação marítima nessas zonas, para calcular o galgamento e a inundação nessas zonas. A avaliação do risco associado a estes fenómenos é efetuada através da definição de limiares para os caudais galgados ou para as cotas de inundação não admissíveis, e pelo produto do grau da probabilidade de ocorrência de valores desses caudais pelo grau das consequências desses acontecimentos. No sistema, o cálculo dos caudais médios galgados sobre uma estrutura é efetuado com recurso a ferramentas neuronais (NN_Overtopping2) e/ou ferramentas empíricas, que são métodos expeditos mas que não fornecem indicação sobre a distribuição espacial desse caudal na zona atrás da estrutura. Nesse sentido, nesta comunicação, é apresentada a integração do modelo TELEMAC no sistema HIDRALERTA com o intuito de modelar o galgamento e a inundação na sua distribuição espacial. Essa integração é efetuada pelo acoplamento entre TELEMAC e o NN_Overtopping2. Uma vez conhecidas as áreas inundáveis e juntamente com a metodologia já desenvolvida para obter o mapa de consequências através da aplicação do Processo de Análise Hierárquica (AHP), é possível obter o mapa de risco, tendo em conta simultaneamente as áreas mais facilmente galgadas/inundadas e o peso das atividades que se desenvolvem em cada uma dessas áreas. O caso de estudo localiza-se no porto e baia da Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores. Palavras-chave: HIDRALERTA, Agitação marítima, Galgamento, Inundação, Risco. 230 | Panel 3.2 – Climatic and hydrological risks III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 OCORRÊNCIA DE EVENTOS EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO EM CAMPINA GRANDE – PARAÍBA, BRASIL Raimundo Mainar de Medeiros Doutorando em Meteorologia –Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Edicarlos Pereira de Sousa Doutorando em Meteorologia – Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Manoel Francisco Gomes Filho Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Campina Grande [email protected] RESUMO Os eventos extremos de precipitação, como as chuvas fortes e as secas prolongadas, têm sido a causa de vários desastres naturais que provocam mortes e prejuízos para economia de uma localidade. Procurou-se analisar a variabilidade das ocorrências de eventos extremos de precipitação em Campina Grande - PB. Dados diários de precipitação pluviométrica que compreende os anos de 1970 – 2010 foram fornecidos pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA). As análises dos dados de precipitação de cada ano foram realizadas com a utilização do aplicativo Excel. Os eventos extremos analisados foram os de maior intensidade de precipitação diária para cada ano de estudo. Os resultados mostraram que houve mudança no comportamento das ocorrências de precipitação a partir do início da década de 70 na área de estudo. Ocorreu intensificação na precipitação máxima anual apresentando maior número de eventos com valores de precipitação superior a 80 mm. Não houve relação direta entre a intensificação na precipitação e ocorrências com eventos de ENOS. Porém, alguns anos apresentaram influência desses eventos. Eventos extremos de precipitação foram mais evidentes entre os meses da estação chuvosa com 88% das ocorrências e apenas 12% foram observados na estação seca. Palavras-chave: ENOS, análise e variabilidade climáticas. 231 | Painel 3.2 – Riscos climáticos e hidrológicos Painel 3.3 Riscos ambientais e saúde III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ÁGUAS RESIDUAIS, LAMAS, COMPOSTO – SEUS EFEITOS NA SAÚDE HUMANA Carla Caroça Departamento de Geologia, CeGul, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Bolseira da Fundação Ciência e Tecnologia [email protected] RESUMO As águas residuais e as lamas são produtos inevitáveis das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETARs), provenientes de actividades antropogénicas, municipais, agrícolas e industriais. O composto é um produto de valorização da lama através do processo de compostagem (degradação da matéria orgânica na presença de oxigénio efectuada por microorganismos: bactérias, fungos e vírus). A água residual apresenta-se sob a forma de uma suspensão muito diluída de materiais diversos (incluindo microorganismos), com turbidez acentuada, cor e cheiro característico. As lamas resultam essencialmente da acumulação de produtos sólidos decantáveis, nos quais se encontram matéria mineral inerte, matéria orgânica fermentável (formada por restos de plantas e de outros seres vivos ou completamente decompostos e microorganismos (bactérias, vírus e parasitas). Estudos revelam que por contacto, inalação e/ou ingestão destes resíduos provocam graves doenças, tais como: tuberculose, alergias, gastroenterites, hepatites, cancros, deformações do feto, problemas neurológicos,…, até mesmo a morte. A gestão dos resíduos associados ao ciclo urbano da água deve ser feita respeitando os estudos multidisciplinares, de forma «a prevenir ou a reduzir a produção de resíduos, o seu carácter nocivo e os impactes adversos decorrentes da sua produção e gestão, bem como a diminuição dos impactes associados à utilização dos recursos, de forma a melhorar a eficiência da sua utilização e a protecção do ambiente e da saúde humana» (artigo 2º, Alteração ao DL nº178/2006, de 5 de Setembro, do DL nº73/2011, de 17 de Junho). Palavras-chave: água residual, lama, composto, saúde 235 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 IMPACTES DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS EM ESCOMBREIRAS DE CARVÃO ABANDONADAS Carmen Ferreira Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade do Porto [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Francisco da Silva Costa Departamento de Geografia e CEGOT, Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho [email protected] Maria Gouveia Doutoranda, Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO A indústria mineira tem apreciáveis impactes ambientais. No caso das minas de carvão, os resíduos resultantes da exploração – as escombreiras, podem originar contaminação de solos, águas superficiais e aquíferos, constituindo um ponto importante de discussão na agenda política das questões ambientais. Após o abandono da atividade mineira, as escombreiras vãose recobrindo de solo e de vegetação arbustiva e arbórea, que encobre os resíduos de carvão que as constituem. Analisam-se e comparam-se as situações ocorridas nas escombreiras das minas de S. Pedro da Cova (Gondomar) e da mina da Bezerra (Porto de Mós), esta última integrada na área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC). Estas escombreiras foram encontradas em combustão lenta, após terem ocorrido incêndios florestais na área onde se localizam. Da combustão lenta das escórias de carvão resultou o abatimento das escombreiras, fumos, emissões de monóxido de carbono e anidridos sulfurosos e um cheiro intenso a enxofre que se dispersou pelas localidades em questão, provocando mal-estar na população. Referem-se as medidas de mitigação utilizadas na escombreira da Bezerra para acabar com a combustão lenta e diminuir os impactes ambientais dessa situação. Em contrapartida, as escombreiras de S. Pedro da Cova, apesar dos documentos legais que impõem a adoção de medidas para superação do seu passivo ambiental, pouco ou nada se fez até então. Palavras-chave: Incêndios florestais, escombreiras de carvão, combustão lenta, degradação ambiental. 236 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 AVALIAÇÃO DE CRITÉRIOS EPIDEMIOLÓGICOS NA POPULAÇÃO PORTUGUESA Cristina S.Pereira CHUC-Centro Hospitalar Universitário de Coimbra [email protected] Carla G. Soares IDEALMED-Unidade Hospitalar de Coimbra [email protected] J.V. Silva Pereira Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração (ISCIA) [email protected] RESUMO O sistema de vigilância epidemiológica tem por atribuiçãooferecer apoio laboratorial aos diversos sistemas implementados por esse organismo. Este se dá pelo acompanhamento sistemático de marcadores epidemiológicos de microrganismos e parasitas e mensuração de marcadores biológicos que permitam detectar a contaminação humana por produtos químicos existentes no ambiente. Toda a tecnologia é utilizada nos laboratórios públicos e privados do sistema nacional de saúde,os quais executam exames para diagnóstico em situações especiais. Assim este trabalho visa descrever as responsabilidades dos laboratórios integrados à vigilância epidemiológica, sua importância na determinação de perigos para a saúde pública e relacioná-los com a morbilidade, mortalidade ,estrutura demográfica e situação socioeconómica da população. Em termos metodológicos foram utilizadas revisões bibliográficas dos critérios de avaliação do sistema epidemiológico em Portugal extraídas de publicações: periódicas, jornais, revistas bem como de bases de dados nacionais e internacionais. Foram considerados nesta metodologia todos os objectivos, obedecendo a diferentes versões aplicáveis, a todos os casos e a todas as situações nacionais e regionais, adequados ao nosso sistema de saúde e realizado a análise da informação obtida. Outra abordagem foi à avaliação da utilidade de um sistema de vigilância. Deste modo na avaliação epidemiológica foram identificados 8 atributos. Entre eles foram considerados: sensibilidade, especificidade, representatividade, oportunidade e valor preditivo positivo. Por outro lado, simplicidade, flexibilidade e aceitabilidade foram considerados passíveis de avaliação subjectiva, o que torna difícil sua quantificação. Palavras chave: Vigilância epidemiológica,Tecnologia laboratorial, Saúde pública. 237 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 PROPRIEDADES DO SOLO EM ÁREAS ARDIDAS VS. NÃO ARDIDAS NO PARQUE NATURAL DE MONTESINHO, NORDESTE DE PORTUGAL Felícia Fonseca CIMO - Centro de Investigação de Montanha, Instituto Politécnico de Bragança (IPB) [email protected] Tomás de Figueiredo CIMO - Centro de Investigação de Montanha, Instituto Politécnico de Bragança (IPB) [email protected] Micaela Leite Engenheira do Ambiente [email protected] RESUMO Os fogos de origem antropogénica em áreas de matos com a finalidade de obter melhores pastagens para os animais, é uma prática relativamente comum na região de Trás-os-Montes, Nordeste de Portugal. A extensão e duração dos efeitos do fogo nas propriedades do solo dependem principalmente do comportamento do fogo e das condições climáticas subsequentes à sua ocorrência. A fim de avaliar o efeito deste tipo de incêndios em propriedades físicas e químicas do solo, 6 meses após a ocorrência do fogo, selecionaram-se áreas ardidas e áreas não ardidas, em zonas adjacentes com condições edafo-climáticas e vegetação idênticas, no Parque Natural de Montesinho, Nordeste de Portugal. As amostras de vegetação arbustiva e herbácea bem como de horizonte orgânico foram colhidas numa área de 0,49 m2 por cada ponto de amostragem (16 no total) e as amostras de solo nas profundidades 0-5, 5-10, 10-15, 15-20 e 20-30 cm. A fim de reduzir o efeito da variabilidade na comparação das áreas ardidas e não ardidas recorreu-se ao cálculo de índices de enriquecimento (IE) através da razão: IE = valor da propriedade obtido na área ardida / valor da propriedade obtido na área não ardida. Sempre que os IE são superiores à unidade significa que ocorreu um enriquecimento da propriedade em análise na área ardida. Os resultados mostram que o teor de elementos grosseiros, a porosidade e a permeabilidade diminuem após fogo, a densidade aparente sofre um ligeiro aumento nas áreas ardidas, as classes de textura mantêm-se inalteráveis. No que respeita às propriedades químicas, o teor de matéria orgânica, o alumínio de troca e a capacidade de troca catiónica efetiva registaram aumentos após fogo, verificando-se o contrário com o fósforo, as bases de troca, o grau de saturação de bases e a condutividade elétrica. As condições climáticas após o fogo e o grau de severidade do fogo explicam em parte as mudanças registadas nas propriedades do solo. Palavras-chave: Vegetação arbustiva, fogo, propriedades do solo, Nordeste de Portugal. 238 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MONITORING VEGETATION COVER EVOLUTION IN A SEMI ARID REGION USING REMOTE SENSING AND GIS TOOLS (ZEKKARA, MOROCCO) Jose Eduardo Rodríguez Juan Laboratory of Geomatics, Heritage and Development University Mohammed Premier Oujda (Morocco) [email protected] Abdelkader Sbaï Laboratory of Geomatics, Heritage and Development University Mohammed Premier Oujda (Morocco) [email protected] Abderrahmane El Harradji Laboratory of Geomatics, Heritage and Development University Mohammed Premier Oujda (Morocco) [email protected] ABSTRACT Vegetation cover is one of the most important factors in soil protection against erosion and degradation processes. Semi-arid climatic conditions in addition to human activities have accelerated vegetation cover loss, land degradation and soil erosion processes in this area. The vegetation density is a key indicator in environment change where ecosystems are being severely degraded or at risk of being degraded. This study has analyzed the evolution of vegetation cover in the Zekkara mountains situated in the northeast Morocco, using multitemporal data of satellites through remote sensing. A methodology based on the comparison between satellite images was adopted to establish a vegetation cover change map. For this method, Landsat 5 TM and Landsat 7 ETM+ mosaic images acquired over the region to calculate normalized difference vegetation index (NDVI) for different dates. The comparative analysis of resulting maps remains a helpful document for decision makers to take the preventive measures at least to decrease vegetation cover loss. Keywords: vegetation cover changes, semi-arid, satellite images, NDVI, degradation. 239 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO UM INSTRUMENTO PARA A PERCEPÇÃO DE RISCOS E PREVENÇÃO DE DESASTRES NATURAIS BIOLÓGICOS EM VIAGENS PARA A PRÁTICA DESPORTIVA Joilma Nogueira do Espírito Santo Universidade Federal Fluminense [email protected] Benedito Carlos Cordeiro Universidade Federal Fluminense [email protected] Alcinéa Rodrigues Athanázio Universidade Federal Fluminense [email protected] RESUMO Introdução: nos últimos anos houve um aumento de casos de desastres no mundo. Ao levantar o histórico de grandes ações voltadas para a percepção de riscos, é possível perceber que elas só acontecem após a ocorrência de um grande desastre. Diante desta problemática, faz-se necessário pensar na necessidade de Educação Permanente (EP) como um instrumento para a percepção de riscos e prevenção de desastres naturais biológicos. Objetivos: apontar e relatar a percepção que os professores de Educação Física (EF) do Instituto Federal Fluminense (IFF) possuem sobre desastres naturais biológicos, Identificar e descrever os riscos de desastres naturais biológicos encontrados em viagens para a prática desportiva, Implementar por meio de Educação a Distância (EAD) a EP em desastres naturais biológicos para os professores de EF do IFF, com base nos riscos encontrados em viagens para a prática desportiva. Método: a pesquisa terá uma abordagem qualitativa do tipo pesquisa de campo, o tipo de estudo será o descritivo e exploratório e será utilizado como técnica de coleta de dados a pesquisa bibliográfica e a entrevista semiestruturada que será realizada com os professores de EF do IFF, no ano de 2014, no Brasil. Resultado: Esta pesquisa almeja contribuir para o enriquecimento da proposta de Educação Permanente em Saúde visando capacitar os professores de EF para a percepção de riscos e prevenção de desastres naturais biológicos relacionados às viagens para a prática desportiva. Palavras-chave: professores. desastres naturais, educação continuada, educação 240 | Panel 3.3 – Environmental risks and health em desastres, III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ELETROMAGNETIC FIELDS AND ENVIROMENTAL NOISE: HUMAN HEALTH IMPACTS IN SERZEDELO, GUIMARÃES (PORTUGAL) Juliana Araújo Alves PhD Student at the Department of Geography, University of Minho [email protected] Lígia Maria Marques de Oliveira Torres Silva School of Engineering, University of Minho [email protected] Paula Cristina Almeida Cadima Remoaldo Institute of Social Sciences, University of Minho [email protected] ABSTRACT The present paper investigates the risks that arise from exposure to noise from powerpoles and powerlines in Serzedelo, in the municipality of Guimarães, in Portugal. The concept of the adopted risk is comprised of the invisible risks from the impact of the exposure to noise from powerpoles and powerlines. In this sense, it is a risk nature built and is comprised of a system of risk that is inserted into a spatio-temporal context, and therefore, is liable to suffer interference from other processes. This research focused on four guiding questions: Can powerlines cause noise? Do powerlines cause discomfort? Do powerlines cause discomfort due to noise? And can powerlines effect human health? Two groups were the basis of the study: people that were exposed to electromagnetic waves and people that were not. The research pointed to the harmful influence of the presence of powerlines and high-voltage masts in residential areas and the damage to the cells in the human body. This type of environmental noise, which has the spectral content of a low frequency, typically tonal noise and a very high speed of propagation, is a complex source to explain in terms of the health profiles of the human population living in Serzedelo, located in an area that is densely occupied by high voltage powerlines and powerpoles. Keywords: environmental noise, low frequency noise, electromagnetic fields, human health, poles and powerlines. 241 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 CONFORTO TÉRMICO NA CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES DE SAÚDE E SEGURANÇA: REVISÃO DA LITERATURA Mariana Morgado DEGEI, Universidade de Aveiro [email protected] Leonor Teixeira DEGEI – IEETA, Universidade de Aveiro [email protected] Mário Talaia Departamento de Física, CIDTFF, Universidade de Aveiro [email protected] RESUMO A sociedade atual fortemente afetada pela globalização é caracterizada pela crescente preocupação com as gerações vindouras, nomeadamente no que diz respeito às questões ambientais. Neste sentido, a comunidade científica, profissionais de várias áreas e diversos grupos ambientalistas têm lutado para o desenvolvimento e criação de condições mais green que contribuam para a sustentabilidade do planeta terra. O estudo de maximização do conforto térmico de espaços, associado à necessidade de redução de consumos energéticos, tem sido alvo de linhas de investigação nos mais variados contextos, com o intuito de desenvolver soluções arquitetónicas que garantam a segurança, o conforto e a saúde dos indivíduos. Para além disto, este tipo de estudos, geralmente associados à ergonomia e saúde ocupacional, são fulcrais para que as pessoas que habitam um determinado espaço se sintam bem e estejam providas de todas as condições de saúde e segurança, tendo como base a compreensão das reações dos indivíduos, bem como a sua adaptação às diferentes condições ambientais que circundam um determinado espaço ocupacional. Assim, pretende-se com este trabalho dar a conhecer o que tem sido desenvolvido ao nível do estudo do conforto térmico em espaços fechados e não fechados, mostrando como é que os indivíduos reagem e interagem termicamente com o ambiente que os rodeia, seja em condições de conforto ou stress térmico. Palavras-chave: Ambiente térmico, Conforto Térmico, Stress Térmico, Índices Térmicos 242 | Panel 3.3 – Environmental risks and health III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A FORMAÇÃO DE CIDADÃOS ATRAVÉS DO USO E INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS: RISCOS CONDICIONADOS PELA TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO Mário Talaia Departamento de Física, CIDTFF, Universidade de Aveiro [email protected] Carla Vigário Departamento de Educação, Universidade de Aveiro [email protected] RESUMO A problemática das alterações climáticas orienta e justifica a implementação no ensino de metodologias de ensino e aprendizagem inovadoras. Um dos maiores desafios que a sociedade actual tem colocado aos educadores é o desenvolvimento de competências nos alunos, futuros formadores. Neste trabalho apresenta-se uma inovadora metodologia de ensino, onde os alunos desenvolvem competências na interpretação do ar húmido partindo de imagens da formação de uma gota de orvalho. O estudo começa usando algumas palavras acerca do fenómeno físico (o aluno deve excluir e/ou acrescentar palavras), depois com as palavras seleccionadas, cada aluno, constrói um mapa conceptual e responde a uma questão problema (neste caso, a formação de orvalho). Competências são desenvolvidas e cada aluno constrói o seu conhecimento numa base de contexto real, numa dinâmica CTS-A e numa perspectiva de Ensino Por Pesquisa. Posteriormente o aluno repete a fase inicial do estudo e corrige, adapta, apresenta, interpreta através de imagens a formação de orvalho e a importância da temperatura do ponto de orvalho. A metodologia adoptada é avaliada, tendo por base os resultados obtidos pelos alunos – eventuais futuros formadores. Os resultados obtidos são reveladores da eficácia desta inovadora metodologia, e é esperado que os alunos se tornem cidadãos que, mais tarde, possam interpretar fenómenos físicos quando é envolvido ar húmido, como por exemplo o que suscita risco de incêndio florestal, de saúde pública na presença de frente quente e frente fria. Palavras-chave: Cidadania, ar húmido, protecção civil, fenómenos extremos, saúde publica. 243 | Painel 3.3 – Riscos ambientais e saúde Painel 3.4 Riscos tecnológicos e desenvolvimento III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 INOVAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA DOS RISCOS TECNOLÓGICOS ORIUNDOS DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS NO BRASIL: UM OLHAR A PARTIR DAS PRÁTICAS PARTICIPATIVAS Delanney Vidal Di Maio Junior Instituto de Aeronáutica e Espaço - IAE/DCTA Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela UNITAU [email protected] Marilsa de Sá Rodrigues Tadeucci Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Desenvolvimento Regional da UNITAU [email protected] Edson Aparecida de Araujo Querido Oliveira Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA da UNITAU [email protected] RESUMO Este artigo tem por objetivo apresentar exemplos de inovação na gestão dos riscos tecnológicos. A partir da revisão teórica dos conceitos de perigo, risco, risco tecnológico, inovação na gestão pública, participação cidadã e governança local, apoiado no método bibliográfico e documental, contextualiza a Legislação que regula as atividades da indústria de Petróleo e Gás no Brasil. Os temas abordados estão sistematizados para favorecer a discussão sobre a limitação da Ciência para isoladamente equacionar problemas complexos como o proposto, além de tipificar como inovação a participação cidadã das comunidades potencialmente atingidas por estes riscos, que fortalece a governança local. Palavras-chave: Gestão, Gestão Pública, Inovação, Risco Tecnológico. 247 | Painel 3.4 – Riscos tecnológicos e desenvolvimento III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 GUIAS METODOLÓGICOS: ELABORAÇÃO DO FATOR AMBIENTAL ANÁLISE DE RISCOS EM ESTUDOS DE IMPACTE AMBIENTAL Margarida Correia Marques Unidade de Ambiente, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real [email protected] Cristina Sá Unidade de Ambiente, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real [email protected] Sara Capela UVW, Centro de Modelação de Sistemas Ambientais, Lda., Gafanha da Nazaré, Unidade de Ambiente, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro [email protected] Cristina Russo Agência Portuguesa do Ambiente I.P. - Lisboa [email protected] RESUMO Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) é encarada como um crucial instrumento de gestão ambiental de apoio à decisão, no entanto, ainda ostenta uma relevância e complexidade no seu processo (como sendo a não consideração dos riscos ambientais no seu procedimento) que encaminha inevitavelmente a uma recorrente necessidade de aperfeiçoamento dos procedimentos e elementos que a compõem. Deste modo, e perante a atual carência de uma abordagem e apreciação mais expedita dos riscos ambientais, impôs-se a necessidade de facultar, sob a forma de guias metodológicos setoriais, indicações, orientações e métodos de aplicação que possibilitem reconhecer e definir a profundidade e a importância de uma abordagem mais específica e homogénea da análise de riscos ambientais, passando a ser parte integrante e fulcral de Estudos de Impacte Ambiental (EIA), bem como, de outros documentos inerentes ao processo de AIA. O guia metodológico de apoio à elaboração da análise de riscos ambientais em EIA de propostas de projetos 1) do setor das Pedreiras ou 2) dos sectores industriais da Transformação e da Produção de Eletricidade de origem térmica, convertem-se numa mais-valia no abreviar da subjetividade inerente ao processo de elaboração, contribuindo ainda para a diminuição do tempo de análise e nos prazos a cumprir. Desta forma amplia-se a qualidade dos EIA, tornando-os mais consistentes, mais absolutos e mais rigorosos, limitando-lhes o tempo, o esforço e os encargos inerentes à sua elaboração. Palavras-chave: Análise de Riscos Ambientais, Estudo de Impacte Ambiental, Pedreiras, Indústria do Sector da Transformação, Indústria do Sector da produção de Eletricidade de origem térmica 248 | Painel 3.4 – Technological risks and development III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 CONTROLE SOCIAL, GESTÃO SOCIAL E GOVERNANÇA LOCAL DOS RISCOS TECNOLÓGICOS A PARTIR DA PARTICIPAÇÃO CIDADÃ Quésia Postigo Kamimura Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Desenvolvimento Regional da UNITAU [email protected] Edson Aparecida de Araujo Querido Oliveira Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA da UNITAU [email protected] Delanney Vidal Di Maio Junior Instituto de Aeronáutica e Espaço - IAE/DCTA Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela UNITAU [email protected] RESUMO Este artigo tem por objetivo evidenciar a desejável governança local dos riscos tecnológicos consolidando-se a partir da participação cidadã das comunidades potencialmente atingidas. Introduz-se o Estado Democrático de Direito, a prática participativa direta nas gestões democráticas, o denominado “fenômeno da Democracia Participativa”. Apresenta-se uma revisão teórica dos conceitos de controle social e gestão social, reafirma-se a presença dos riscos tecnológicos tendo por base a tese da sociedade global do risco, proposta por Ulrich Beck, apoiado no método da pesquisa bibliográfica exploratória, discute-se a governança destes riscos sob a égide da participação cidadã e finalmente conclui-se que o empoderamento das comunidades local se dá pelo exercício pleno da cidadania. Palavras-chave: Gestão, Gestão Social, Governança Local, Risco Tecnológico. 249 | Painel 3.4 – Riscos tecnológicos e desenvolvimento Painel 3.5 Riscos sociais no contexto de crise global III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: RISCOS ÀS COMUNIDADES DIRETAMENTE ATINGIDAS EM CABROBÓ (PE)/BRASIL André Tomé de Assis Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] Maria Aparecida dos Santos Tubaldini Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO A transposição do rio São Francisco é uma obra sob a responsabilidade do Ministério da Integração do Brasil, que pretende diminuir os problemas da seca na região nordeste do país, retirando água da bacia do rio São Francisco e a transportando por canais artificiais. A obra tem sua previsão de inauguração para 2015, durante a realização das obras populações rurais diversas, como indígenas, quilombolas e pequenos produtores familiares tiveram suas terras cortadas pelas obras e reclamam das alterações causadas em seus espaços de vivência e do risco de não terem acesso a água devido a especulação em torno da compra das terras por pessoas de fora do lugar e a expectativa da implementação de empreendimentos agrícolas de grande porte, além do receio de que uma grande obra de transposição possa fragilizar o rio São Francisco. Baseando-se em outras transposições no mundo, na fenomenologia como método e na perspectiva do lugar, é possivel inserir que esta obra de transposição carece de dialógo entre a comunidade atingida e sua equipe gestora. Palavras-chave: Transposição, Rio São Francisco, Lugar. 253 | Painel 3.5 – Riscos sociais no contexto de crise global III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E RISCOS NATURAIS: PROBLEMAS SOCIAIS RELACIONADOS À DESERTIFICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CABACEIRAS-PB Braulio José Carvalhal Luna Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas [email protected] Rômulo Lima Silva de Góis Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Bolsista da CAPES nº 1471-13-9 [email protected] João Vitor Gobis Verges Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Bolsista da CAPES nº 9719-13-0 [email protected] RESUMO Existem inúmeros indícios de que a mudança climática a nível mundial se apresenta de forma acelerada, fato que tem despertado o interesse da comunidade científica. Associada a essas mudanças, e potencializado pelas ações antrópicas, acrescenta-se o constante aumento da perda da qualidade produtiva dos solos pelo processo de desertificação. Exemplo desse processo ocorre no Município de Cabaceiras-PB-Brasil, o que resulta em migração da população rural para os grandes centros urbanos. Neste processo, a pesquisa objetivou identificar os prolemas sociais da população agrícola, e como suas práticas tradicionais agravam o processo de desertificação. Nesse contexto o trabalho tendo por base a pesquisa bibliográfica e dados secundários, visa traçar parâmetros de discursão entre a desertificação e os efeitos sob a população economicamente vulnerável. Observou-se que as queimadas ainda constituem um processo no manejo dos recursos por parte dos agricultores, a monocultura e a consequente perda da biodiversidade restringem a utilização do solo para apenas um período do ano, tornando vulnerável nos demais períodos. A característica peculiar do ambiente com uma variação pluviométrica anual irregular é o fator agravante, e novas técnicas e alternativas ao uso do solo devem ser implementadas. Políticas públicas locais, que possam designar partes territoriais através do ordenamento, visando entre outros fatores a organização e distribuição do espaço é outro fator que deve ser implantado. Palavras-chave: Desertificação, Mudanças Climáticas, Riscos Sociais. 254 | Panel 3.5 – Social risks in the context of the global crisis III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA (PNMC-BRASIL) COMO FATOR DE AGRAVAMENTO DE RISCOS SOCIAIS EM ASSENTAMENTOS RURAIS DE REFORMA AGRÁRIA: O CASO DO PONTAL DO PARANAPANEMA-SP João Vitor Gobis Verges Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Bolsista da CAPES nº 9719-130 [email protected] Braulio José Carvalhal Luna Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas [email protected] Rômulo Lima Silva de Góis Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Bolsista da CAPES nº 1471-139 [email protected] RESUMO A partir do ano de 2009 se estabelece no Brasil a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). As diretivas gerais desta política designaram mecanismos territoriais de mitigação das ações dos Gases de Efeito Estufa (GEE), sendo uma das normativas o plantio de cana-deaçúcar em larga escala, visando a produção de etanol combustível. Neste contexto, este trabalho evidencia como as diretivas gerais da PNMC se territorializaram na região do Pontal do Paranapanema-SP-Brasil, ampliando os riscos de vulnerabilidade social dos assentamentos rurais de reforma agrária. Para isso, realizou-se revisões bibliográficas e busca de dados primários e secundários sobre o impacto da PNMC no Pontal. Desse modo, observou-se que a partir de 2009 houve um aumento da produção de cana-de-açúcar na região baseado no “lobby” sucroalcooleiro, fato que fortaleceu a atividade monocultora e impactou negativamente os cultivos biológicos de alguns assentamentos, diminuindo a capacidade de participação destas populações em políticas agrícolas e concatenando a diminuição da renda, da produção e das condições de vida do campesinato. Este contexto forçou muitos dos assentados a se deslocarem para outras atividades econômicas, trabalhando em condições de precariedade nas usinas de açúcar e álcool ou em subempregos nas sedes urbanas dos municípios. Palavras-chave: Políticas Públicas, Alterações climáticas, Espaço agrário, Campesinato. 255 | Painel 3.5 – Riscos sociais no contexto de crise global Painel 3.6 Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ANÁLISE DE VULNERABILIDADE A INCÊNDIOS FLORESTAIS NA REGIÃO DO MINHO, PORTUGAL António Bento-Gonçalves Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] António Vieira Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] Adélia Nunes Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Sandra Oliveira NICIF, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Fernando Félix NICIF, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO A análise da vulnerabilidade é uma componente fundamental da avaliação de risco de incêndios, representando, em sentido lato, o potencial de perda de uma determinada área. No âmbito do projeto Europeu PREFER, está a ser desenvolvido um modelo de análise de vulnerabilidade para apoio à prevenção de incêndios na Europa Mediterrânea. A região do Minho, pela pelas suas caraterísticas específicas e pela elevada incidência de incêndios florestais, é uma das áreas de estudo do projeto. A abordagem conceptual da vulnerabilidade engloba três componentes: exposição, sensibilidade e capacidade de antecipação e resposta. Cada uma destas componentes foi, primeiro, analisada individualmente, através da agregação de variáveis estatísticas, cartográficas ou obtidas de imagens de satélite. Para além disso, foi também desenvolvido um mapa de valor económico dos elementos expostos, baseado em custos de recuperação de cobertura do solo e no preço dos alojamentos. O mapa de vulnerabilidade, resultante da integração e ponderação das diferentes componentes, mostra variações espaciais expressivas na região, indicando a necessidade de implementar medidas diversificadas para uma prevenção de incêndios mais eficaz. Palavras-chave: exposição, sensibilidade, valor económico, vulnerabilidade. 259 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 OPERAÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIOS NA INTERFACE URBANO FLORESTAL Emanuel Sardo Fidalgo Corpo de Bombeiros Voluntários de Baião [email protected] RESUMO A problemática dos incêndios na interface urbano florestal (IUF) é transversal ao território nacional, tendo como denominador comum a promiscuídade entre solo classificado como urbano e florestal, ainda que apresente diferentes tipologias. Na plena manifestação de um incêndio florestal num território caracterizado pela IUF, surgem problemas ao nível da gestão da emergência, em virtude da multiplicidade de solicitações aos meios de combate, com danos potenciais acrescidos uma vez que não se deparam apenas com o fogo na floresta, mas também o seu avanço sobre infraestruturas, muitas delas habitações. Deste modo, pretende-se caracterizar o tipo de abordagem dos meios de socorro nos incêndios na IUF, nomeadamente Bombeiros. Actualmente, a intervenção num incêndio na interface urbano florestal (IUF) é idêntica à que se implementa num incêndio florestal. Importa por isso dotar os Bombeiros de conhecimento para que facilmente identifiquem situações de IUF e consigam deste modo distinguir a elevada perigosidade que é intrinseca a estes incêndios. Assim, pretende-se identificar se à escala nacional os aspectos relacionados com o planeamento (implementação de planos de prevenção e acção) e o modo de operação dos meios de combate que condicionam o grau de protecção das populações. Será assim possível avaliar o grau de sucesso das operações de combate pela sua eficiência, e não apenas pela sua eficácia. É necessária uma metodologia de acção viável e adaptada à realidade nacional a ser implementada pelos agentes de protecção civil, municípios e sociedade em geral contribuindo para o conhecimento do perigo a que estão expostos e formando comunidades mais resilientes. Palavras-chave: Risco, interface urbano florestal (IUF), planeamento, combate. 260 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MODELAÇÃO ESPACIAL DA SINUOSIDADE RODOVIÁRIA PARA APOIO À DECISÃO NO ATAQUE INICIAL AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS. ENSAIO METODOLÓGICO NA SERRA DA LOUSÃ Fernando Félix NICIF, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO Partindo da premissa que os incêndios florestais, apesar dos esforços para evitar o seu início, continuarão a ocorrer em quantidade considerável, devem ser adotadas medidas que visem não só dificultar a sua propagação, mas também que potenciem, por meio do combate, a sua rápida extinção. O combate aos incêndios florestais implica a deslocação de meios até ao ponto de ignição. A história diz-nos que inicialmente os meios de combate eram puxados pelo homem, depois por cavalos e, hoje, são-no por motores potentes, a maior parte deles destinados a circular por estradas. Ora, as estradas podem ser vistas numa dupla perspetiva. Por um lado “Roads are a predominant feature across many forested landscapes and play a significant role in influencing wildfire ignition and cessation” (G. NARAYANARAJ et al., 2012) e, por outra parte, “The protection of the forest demands speed in putting out fires and speed in these days of motor vehicles means roads” (C. J. BUCK, 1936). Pesando ambos os lados, a presença de estradas pode contribuir para um aumento do risco de ignição de um incendio, mas a sua presença também determina que a possibilidade de estes progredirem para grandes incêndios florestais seja imensuravelmente menor (C. J. BUCK, 1936). A dimensão da área ardida resultante de uma ignição está associada tanto às condições climáticas, como às condicionantes geográficas em que ocorre, pelo que se torna crucial proceder à modelação espacial dessas condições e condicionantes, não só para identificar áreas criticas de risco elevado, mas também para planear os tempos de intervenção, onde o destacamento de meios terrestres de combate para locais estratégicos de pré-posicionamento é fundamental para uma resposta atempada. Com efeito, nas áreas de montanha o trajeto define-se como sinuoso – traduzindo o somatório dos elementos geométricos que compõem as estradas, curvas e retas, face à distância em linha reta. As curvas são, de facto, o fator que mais limitações impõe à manutenção de uma velocidade de emergência, que se quer veloz, uma vez que elas aumentam significativamente a distância entre os agentes de combate e o ponto de ignição, que tendencialmente não se encontram próximos, contribuindo para que este incêndio nascente evolua, progredindo pelas vertentes declivosas e vales encaixados aumentado consideravelmente a área ardida antes da chegada dos meios de combate, dificultandoassim as operações de primeira intervenção. Palavras-chave: Incêndios florestais, posicionamento, sinuosidade rodoviária. ataque inicial, locais estratégicos 261 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) de pré- III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 TENDÊNCIAS DE EVOLUÇÃO REGIONAL DOS GRANDES INCÊNDIOS FLORESTAIS (≥100 HA) EM PORTUGAL CONTINENTAL, NAS ÚLTIMAS TRÊS DÉCADAS Flora Ferreira Leite Bolseira FCT, CEGOT, Universidade do Minho [email protected] António Bento Gonçalves Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Adélia Nunes Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] António Vieira Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] RESUMO Temos assistido, ao longo dos últimos anos, a uma nova realidade em Portugal, no que respeita aos grandes incêndios florestais (≥100 ha). Na última década registaram-se os incêndios florestais de maior dimensão no território português (Ferreira-Leite et al., no prelo), apesar de não se ter registado a maior percentagem de grandes incêndios florestais (0,7%), mas verificou-se - maior área ardida (79%), o que significa que, em média, na última década, cada grande- incêndio- florestal queimou mais do que os das décadas anteriores (672 ha). Isto resultou, por um lado, da redução do número de grandes incêndios florestais ao longo dos anos e, por outro, do aumento da área individual –percorrida pelos “grandes incêndios”. Quando se analisa a distribuição espacial destes incêndios verifica-se que há distritos especialmente suscetíveis à sua ocorrência e desenvolvimento. É neste sentido que nos propomos analisar as tendências de evolução temporal, no período de 1980-2010, aplicando para o efeito, os coeficientes de correlação de Pearson (rp) e de Spearman (rs) para duas variáveis, número de ignições e área ardida. Palavras-chave: Portugal, grandes incêndios florestais, tendências, evolução temporal. 262 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MEDIDAS MITIGADORAS DE EMERGÊNCIA, PARA PROTEÇÃO E FERTILIZAÇÃO DOS SOLOS RECENTEMENTE ARDIDOS, APLICANDO RESÍDUOS TÊXTEIS BIODEGRADÁVEIS José Salgado Núcleo de Investigação em Geografia e Planeamento, Universidade do Minho [email protected] António Bento-Gonçalves Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] António Vieira Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] RESUMO Atualmente, no Mediterrâneo, verificam-se mudanças no regime de fogo, as quais podem intensificar as alterações das propriedades físicas e químicas dos solos. Em termos físicos os "novos" regimes de fogo podem originar a modificação dos processos geomorfológicos, fomentando uma maior desagregação dos materiais e consequentemente aumentando a erosão da camada superior dos solos, onde se localizam, na maioria dos solos portugueses, os únicos nutrientes existentes (Ferreira-Leite et al., 2011, Mataix-Solera et al., 2011, Shakesby, 2011). É por isso necessário o desenvolvimento e implementação de medidas que promovam a redução destes impactes, as quais deverão integrar as estratégias de defesa e recuperação da floresta e do solo (Robichaud et al, 2008, Robichaud, 2009, Ferreira, et al., 2010, Bento-Gonçalves et al., 2012). As empresas do Ave(NW de Portugal) enviam anualmente para os aterros sanitários milhares de toneladas de resíduos, o que, implicando elevados custos económicos, aumenta a sua debilidade competitiva. Segundo Silva (2009) é possível através de um processo de compostagem produzir um composto protetor e fertilizante para os solos, baseado em resíduos têxteis biodegradáveis. Tejada et al., (2003) testou, em campos de milho, um composto semelhante, preparado com resíduos de algodão, obtendo resultados positivos. Além da mais-valia para os solos, este permitirá, em simultâneo, reduzir o custo de produção de empresas do Vale do Ave. Assim, pretendemos estudar a eficácia destas medidas inovadoras, as suas vantagens e eventuais impactes negativos que a sua aplicação poderá ter nos solos e na redução da erosão física. Para tal, iremos testar, à escala da parcela, medidas mitigadoras e inovadoras de emergência, para proteção dos solos recentemente ardidos, aplicando para o efeito resíduos têxteis biodegradáveis (industriais) em composto com palha ou caruma. Palavras-chave: Incêndios florestais, erosão, resíduos industriais, compostagem, mitigação. 263 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 EL PAPEL DE LOS INCENDIOS EN LA CONFIGURACIÓN DEL PAISAJE VEGETAL DE LA CORDILLERA CANTÁBRICA Y PIRINEO ORIENTAL. PRIMEROS RESULTADOS DE UN ESTUDIO COMPARADO Juan Carlos García Codron Depto de Geografía, Urbanismo y Ordenación del Territorio, Universidad de Cantabria [email protected] Maria Barrachina1, Virginia Carracedo2, Carmen Ceballos2, Raquel Cunill1, Concepción Diego2, Ignacio García Amorena1, Carolina Garmendia2, David Molina1, Jordi Nadal1, Joan Nunes1, Albert Pèlachs1, Aaron Pérez1, Ramon Pérez-Obiol2, Leonor de la Puente Fernández1, Domingo Rasilla2, Joan Maria Roure1, Joan Manuel Soriano1, Maria Victoria Rivas2, Iago Vázquez2 1 sub-grupo GRAMP-FOC, Depto de Geografía, Universitat Autónoma de Barcelona FUEMONT, Depto de Geografía, Urbanismo y Ordenación del Territorio, Universidad de Cantabria 2sub-grupo RESUMEN Los paisajes de la Cordillera Cantábrica y del Pirineo Oriental son el resultado de un complejo de interacciones ancestrales entre la sociedad rural y el medio natural en los cuales el fuego ha desempeñado un papel esencial. La combinación de fuentes de información ambiental (procedentes de testigos sedimentarios extraídos de turberas) con fuentes de información histórica (documentales escritas y gráficas) recurriendo tanto a técnicas analíticas (carbones sedimentarios, palinología, macrorrestos vegetales y análisis de metales pesados para los últimos 7000 años) como a la documentación contenida en los archivos (desde la Edad Media), hemeroteca (a partir del siglo XIX) y en bases históricas de datos de incendios (de mediados del siglo XIX hacia adelante) son la base de esta investigación comparada. En esta comunicación se presentan los primeros resultados obtenidos en el marco del proyecto interdisciplinar “Geografía histórica de los incendios y su causalidad en la Montaña Cantábrica y Pirineo. Estudio comparado a partir de fuentes paleoambientales y documentales”. La información obtenida, que gracias a su resolución permite analizar etapas de particular interés cultural como el Neolítico, el Bronce/Hierro, la Romanización o los diferentes periodos de la Edad Media o Moderna, prueba que los incendios asociados a las prácticas agrarias han sido una constante desde la prehistoria y permite demostrar su relación con la evolución del paisaje y de la cubierta vegetal de ambas regiones. Palabras clave: documentales. incendio, montaña, paisaje, fuentes paleoambientales, 264 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) fuentes III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A ATIVIDADE CINEGÉTICA E OS INCÊNDIOS FLORESTAIS Ricardo Manuel da Costa Rodrigues Departamento de Geografia, Universidade do Minho [email protected] António Bento-Gonçalves Departamento de Geografia e CEGOT, Universidade do Minho [email protected] RESUMO O homem sempre foi, por natureza, um caçador nato. O ato de caçar terá sido, em tempos ancestrais, uma das atividades fundamentais da nossa espécie, consistindo na simples captura de exemplares da fauna bravia, tendo em vista, fundamentalmente, a alimentação, o vestuário e a defesa do grupo. Atualmente a caça passou encarada como um desporto e não como necessidade. Após a queda do regime, com a revolução de 25 de Abril de 1974, terminaram as coutadas e instaurou-se no nosso país o regime livre. Em 1986, entra em vigor a lei n.º 30/86 e voltamos a um regime misto, terrenos de caça condicionados e terrenos livres, e pela primeira vez se torna obrigatório efetuar um exame para a obtenção de carta de caçador. Estas alterações legislativas conduzem a revoltas levadas a cabo pelos caçadores. A atividade cinegética, desporto praticado ao ar livre e principalmente em espaços silvestres, pode ser geradora de inúmeros conflitos e tem sido apontada, especialmente no distrito de Braga, como responsável pela ocorrência de incêndios florestais. Com efeito, na Codificação e definição das categorias das causas dos Incêndios Florestais a caça aparece quer nas causas relacionadas com o uso do fogo (causa 126 - penetração em áreas de caça) quer nas Estruturais (31 - conflitos de caça). Assim, com esta comunicação pretende-se apresentar e discutir a relação entre a caça e os incêndios florestais, nas suas múltiplas vertentes, no distrito de Braga. Palavras-chave: Caça, incêndios florestais. 265 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 TEOR DE MATÉRIA ORGÂNICA EM SOLOS ARDIDOS E NÃO ARDIDOS, NA SERRA DA PENHA (GUIMARÃES) Rúben Torres Departamento de Geografia, Instituto de Ciências Socias da Universidade do Minho [email protected] José Manuel Rocha Departamento de Geografia, Instituto de Ciências Socias da Universidade do Minho [email protected] RESUMO O estudo dos diferentes tipos e horizontes do solo é importante para compreender os efeitos do fogo sobre o solo, efeitos esses, que provocam alterações químicas e físicas nas propriedades dos mesmos com especial incidência para o horizonte A. Assim, além das alterações químicas e físicas dos solos é também importante compreender as consequências da intensidade e severidade dos mesmos, o impacto das cinzas nos solos e as possíveis consequências hidrológicas e erosivas após o fogo. O caso de estudo vai incidir na Serra da Penha, portanto intentámos à caracterização desta, a qual sustenta-se numa concepção da geologia (litologia), do clima tendo por base dados médios mensais da temperatura e precipitação e do relevo que é elaborada com base na hipsometria, exposição e declive do local de estudo. Através das amostras de solo, pretende-se conhecer os efeitos dos fogos florestais na Penha, as alterações que provocam no solo, tentando compreender como o ecossistema local se desenvolve posteriormente ao ser afectado pelo fogo e assim perceber o teor de matéria orgânica presente no mesmo. Palavras-chave: solo, fogo, incêndio florestal, matéria orgânica, Serra da Penha. 266 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ANÁLISE DE 30 ANOS DE CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS COM VISTA À CRIAÇÃO DE UM MODELO EXPLICATIVO DA DIMENSÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS Sofia Bernardino NICIF, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO Ao longo dos últimos quarenta anos, tem-se vindo a observar em Portugal Continental um aumento significativo do número de incêndios florestais, bem como da dimensão das áreas ardidas. Apesar desse progressivo aumento, década após década, verifica-se, no entanto, que existem diferenças anuais significativas, particularmente com uns anos a apresentarem valores muito elevados de ocorrências e de áreas ardidas, em detrimento de outros, com valores bastante mais reduzidos. Tais diferenças vão ser igualme nte significativas em termos mensais. Apesar da génese dos incêndios florestais ser, na sua esmagadora maioria, devida a causas de natureza antrópica, pois “o desenvolvimento espontâneo do fogo, embora possível, é raro” (F. REBELO, 2003:15), são as condições meteorológicas, aliadas à topografia e aos combustíveis, que adquirem maior influência no comportamento dos incêndios, mormente nas regiões de clima mediterrâneo, como é o caso da generalidade do território continental, acabando por determinar as características dos incêndios florestais e estando na origem de tais diferenças anuais. Neste seguimento, pretende-se perceber e justificar a origem destas diferenças, através de uma análise de variáveis meteorológicas determinantes para a ocorrência e propagação dos incêndios florestais, designadamente os valores da precipitação, temperatura e humidade relativa do ar, bem como de eventos extremos, tais como secas ou ondas de calor e, ainda, a influência da NAO (North Atlantic Oscillantion), com o principal objetivo de criar um modelo explicativo da dimensão das áreas ardidas, aplicável ao planeamento e gestão do dispositivo de combate aos incêndios florestais. O estudo recai sobre a área territorial correspondente ao distrito de Coimbra e o período de análise de dados compreende uma série de 30 anos, de 1981 a 2010. A metodologia utilizada baseia-se na aplicação de métodos estatísticos, nomeadamente com vista ao estabelecimento de correlações, simples e múltiplas, análise de variância e análise de tendências. Palavras-chave: Incêndios florestais, variáveis meteorológicas, eventos extremos, modelo explicativo da dimensão das áreas ardidas, distrito de Coimbra. 267 | Painel 3.6 – Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 OCORRÊNCIAS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS EM PORTUGAL CONTINENTAL FORA DO PERÍODO CRÍTICO: CAUSAS, EVOLUÇÃO TEMPORAL E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL Sofia Fernandes NICIF, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] Luciano Lourenço Departamento de Geografia e CEGOT, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO Em vastas regiões do globo perdem-se diariamente, durante a época estival, vários hectares de floresta e mato, devido a incêndios florestais, que se apresentam como um verdadeiro flagelo, pois, além de destruírem o ambiente físico, colocam em risco pessoas e bens, designadamente habitações, razão pela qual constituem, muitas vezes nesta estação do ano, o principal tema de abertura dos meios de comunicação social (nacionais e internacionais). Ora, Portugal tem sido um dos países do sul da Europa que mais sofre com os incêndios florestais, apesar de possuir uma legislação que define um período crítico, onde prevalecem medidas especiais de prevenção contra incêndios florestais, fixado de 1 julho a 30 setembro, pelo art.º 3.º do Dec.-Lei n.º 156/2004, de 30 de junho, podendo este período ser antecipado ou retardado mediante portaria do Governo. Embora sejam mais frequentes durante este período crítico e, em particular, no Verão, os incêndios florestais podem ocorrer em qualquer época do ano, desde que se reúnam condições favoráveis, pelo que, muitas vezes, alguns dos que ocorrem fora do período crítico não deixam de ser importantes e preocupantes. Por isso, o presente estudo pretende refletir sobre os incêndios florestais que, entre 1981 e 2012, ocorreram de Outubro a Junho, procurando-se investigar, para melhor conhecer e mais facilmente prevenir, os que ocorrem num período em que o assunto é pouco debatido, procedendo-se à análise tanto das causas desses incêndios, como das condições sinópticas em que ocorreram, e ainda ao modo como evoluíram e como se distribuíram nos territórios do continente. Palavras-chave: incêndios florestais fora do período crítico, causalidade, climatologia. 268 | Panel 3.6 – Dendrocaustologic risks (forest fires) Painel 4 Aplicação do planeamento/ planejamento e ordenamento do território à gestão de riscos III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS NO APOIO AO PLANEAMENTO E GESTÃO FLORESTAL: RECUPERAÇÃO DA ÁREA ARDIDA NO BALDIO DE MOIMENTA - CABECEIRAS DE BASTO Ana Leite Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, Instituto Politécnico de Viana do Castelo [email protected] RESUMO A presente comunicação centra-se num estudo de planeamento e gestão sustentável dos espaços florestais. Numa primeira fase, a investigação assume um carácter crítico acerca das problemáticas inerentes às alterações climáticas, suas consequências e enquadramento legislativo associado, numa segunda fase, inclui a realização de um Plano de Gestão Florestal numa área reconhecida como terreno baldio (131,44 ha), localizado em Moimenta – Cabeceiras de Basto e com o histórico resumido a inúmeros incêndios. Assim estudou-se a perigosidade da área acerca da ocorrência de incêndios, movimentação de vertentes e erosão hídrica, constituindo ferramentas de trabalho, os sistemas de informação geográfica. A análise das cartas finais de risco de incêndio, movimentação de vertentes e erosão hídrica permitiram tirar conclusões acerca da perigosidade da área e, assim, justificar as medidas aplicadas no PGF. Os resultados indicam que se verifica uma falha na gestão sustentável da floresta, tratando-se de uma negligência do Estado. Tal afirmação comprova-se no estudo, pois na área em estudo foram implementadas medidas que promovem atividades lúdicas, rentáveis para o Estado e que a salvaguardam de fenómenos naturais nefastos. Em suma, considera-se que seria imprescindível que o Estado criasse um programa qualitativo de ordenamento do território e um planeamento florestal capaz de promover atividades integradas no uso múltiplo da floresta, desenvolvendo ainda uma consciencialização ambiental. Palavras-chave: Alterações Climáticas, Ação Antrópica, Fenómenos Naturais, Planos Organizacionais, Ordenamento do Território. 271 | Painel 4 –Aplicação do planeamento/ planejamento e ordenamento do território à gestão de riscos III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 ANÁLISE DE SUSCEPTIBILIDADES E O ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO À ESCALA MUNICIPAL – APLICAÇÃO AOS CONCELHOS DE ARRUDA DOS VINHOS E VILA FRANCA DE XIRA Inês Bruno Instituto Superior de Educação e Ciências [email protected] Henrique Vicêncio Instituto Superior de Educação e Ciências [email protected] RESUMO Cada vez com maior frequência se ouve relatar a ocorrência de fenómenos perigosos que provocam danos sociais e económicos. Em parte, tal facto deve-se ao acréscimo da frequência e da intensidade de alguns fenómenos naturais extremos, nomeadamente cheias rápidas, secas e incêndios florestais. Conjugado com esta realidade, o aumento da exposição das populações a estes fenómenos revela a importância do ordenamento do território na gestão da interação homem/espaço natural através da organização espacial das atividades humanas. Apresenta-se uma metodologia que, em função dos riscos e das suscetibilidades presentes numa área geográfica, permite identificar a melhor localização para a ocupação humana do território tendo em vista a segurança de pessoas, bens e ambiente. Após a sua aplicação aos concelhos de Arruda dos Vinhos e Vila Franca de Xira, verifica-se a existência de 1.722 e de 34.407 edifícios localizados em áreas com restrições na ocupação do solo. Por outro lado, a superfície sujeita a interdições ou condicionalismos nestes concelhos representa cerca de 47% e 93% respetivamente. Palavras-chave: Ordenamento do Território, Suscetibilidades, Riscos. 272 | Panel 4 –Application of spatial planning to risk management III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 ANÁLISE DE RISCOS E A INSTALAÇÃO DE UMA ZONA EMPRESARIAL NO INTERIOR DE PORTUGAL Margarida Correia Marques Unidade de Ambiente, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real [email protected] Cristina Sá Unidade de Ambiente, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real [email protected] Cristiana Rodrigues Unidade de Ambiente, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real [email protected] Ana Margarida Mascarenhas Unidade de Ambiente, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real [email protected] RESUMO Os riscos afiguram-se como uma área de progressiva dinâmica pela crescente consciencialização da sua presença e dos seus efeitos por parte da sociedade e, concomitantemente, com a sentida necessidade de dar combate, simultaneamente, quer aos fatores naturais, quer aos fatores relacionados à técnica e à organização, no sentido de se prosseguir uma gestão sustentada do território. O enquadramento geográfico de estabelecimentos industriais pode definir a vulnerabilidade do meio aos riscos tecnológicos e o grau de desenvolvimento que o seu estudo terá de atingir, no que diz respeito à avaliação quantitativa de riscos. Durante a construção, exploração e desativação de um estabelecimento industrial podem ocorrer acidentes graves com consequências profundas ao nível do ambiente, da população e do património local, surgindo assim a necessidade de realizar uma avaliação do risco potencial. Neste contexto e no âmbito de um Projeto Regional de Desenvolvimento Integrado em que está prevista a instalação de uma zona empresarial onde irá ser construída uma metalomecânica e uma agro-indústria, pretendeu-se inventariar as manifestações dos processos perigosos, descrevê-los e compreendê-los no seu funcionamento. Adicionalmente objetivou-se a construção de modelos que permitam analisar, avaliar e gerir os riscos presentes no território que abrange os concelhos de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Vila Nova de Paiva, Tarouca, Castro Daire, Satão e Aguiar da Beira. Palavras-chave: Análise de Riscos Ambientais, Zona Empresarial, Metalomecânica, Agroindústria 273 | Painel 4 –Aplicação do planeamento/ planejamento e ordenamento do território à gestão de riscos Painel 5 Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS NO CONCELHO DE MIRANDA DO CORVO Cláudio Pereira XLGEO – Sistemas de Informação e Geociências, Lda [email protected] Alexandre Oliveira Tavares Centro de Estudos Sociais e Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra [email protected] RESUMO As estratégias de gestão do risco vêm consolidando o espaço de intervenção municipal. Este enquadramento fundamenta a abordagem aos riscos naturais e tecnológicos no município de Miranda do Corvo. Do ponto de vista metodológico a comunicação está organizada em dois grupos temáticos. O primeiro consistiu no levantamento e caracterização dos processos naturais e tecnológicos de perigo no município. Para suportar esta análise fez-se o levantamento de quatro bases de dados distintas, dos Bombeiros de Miranda do Corvo, do CDOS Coimbra, da AFN e da ANSR. Ulteriormente fez-se o levantamento de campo com identificação dos locais, num total de 2242 ocorrências. Os resultados salientaram os incêndios florestais e os acidentes rodoviários, como os processos que apresentam maior número de ocorrências, seguidos das quedas de árvores, inundações, incêndios urbanos, os movimentos de massa e dos acidentes tecnológicos. Foi elaborada uma cartografia municipal inédita de ocorrências, com a espacialização dos processos perigosos no concelho, e as zonas de maior incidência. O segundo foco de análise consistiu na caracterização do grau de risco, aplicando duas metodologias de avaliação do risco: a junção da metodologia usada pela ANPC com a da Universidade de Western Sydney designada de OHS, e a utilizada pela FEMA e designada de OEM. Os resultados obtidos pelas metodologias fizeram realçar a importância dos riscos associados aos incêndios florestais e acidentes rodoviários em Miranda do Corvo. Mostra-se assim a importância de uma avaliação multirrisco à escala municipal, assim como de se estabelecerem acções ou planos específicos ou especiais de emergência. Palavras-chave: Miranda do Corvo, Ocorrências, Análise do Risco, Riscos Naturais, Riscos Tecnológicos. 277 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 O RISCO DE STRESS DURANTE OS TURNOS NA POLÍCIA MUNICIPAL Iolanda Braga Pereira Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Portugal [email protected] Cristina Queirós Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Portugal [email protected] António Leitão da Silva Polícia Municipal do Porto, Portugal [email protected] RESUMO A European Agency for Safety and Health at Work, definiu em como prioridades na segurança e saúde ocupacional os riscos psicossociais e o stress no trabalho. A atividade policial é considerada stressante, tendo consequências para a saúde e bem-estar psicológico dos polícias (Lucas et al., 2012, Rakhase, 2014, Solana et al., 2013), nomeadamente a agressividade, pois sob stress os indivíduos avaliam as situações como ameaça (Griffin & Bernard, 2003, Neely & Cleveland, 2012, Queirós et al, 2013). Para melhor se compreender o stress no trabalho, efetuam-se recolhas de dados diárias (Adams et al., 2014, Oerlemans & Bakker, 2014). Este estudo identificou os níveis de stress ao longo de duas semanas, comparando início e fim do turno num grupo de 80 polícias e 31 fiscais da Policia Municipal do Porto (86% homens, média idade= 45,6 anos) num total de 70 participantes e 540 registos. Através de um código individual responderam a 4 questões sobre sintomas físicos e psicológicos de stress (tensão muscular, cansaço físico ou dores no corpo, dificuldade em raciocinar, irritação, stress ou nervosismo) usadas já em bombeiros (Gomes et al., 2012, alfa = 0.89 e significativamente correlacionadas). Encontraram-se diferenças significativas nas 4 questões, com o fim do turno a ter médias superiores ao longo das duas semanas. Não existem diferenças em função de variáveis individuais nem ao longo dos dias, sugerindo um estado de stress crónico que pode transformar-se em burnout (Maslach, 2011). Palavras-chave: Stress, Polícias, Fiscais, Estudos diários, Riscos psicossociais. 278 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 PREDITORES DO STRESS EM BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS: PERSONALIDADE E MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO José Carlos Rego Bombeiros Voluntários da Lixa Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] José Campos Bombeiros Voluntários da Lixa [email protected] Sérgio Fonseca Bombeiros Voluntários de Valongo Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Rita Madureira Bombeiros Voluntários de Ermesinde Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Cristina Queirós Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] RESUMO O stress relacionado com a atividade dos bombeiros é reconhecido como frequente e transversal a diferentes países (Malek et al., 2010).Tentando conhecer melhor e prevenir o stress no trabalho, alguns estudos têm identificado traços de personalidade (Nower et al., 2004, Roberti, 2004) e a falta de motivação para o trabalho (Coetzee & Villiers, 2010, Padula et al., 2012) como preditores de stress, bem como algumas características individuais como idade, sexo, experiência profissional, estado civil ou habilitações literárias (Vanagas et al., 2004). Neste estudo foram inquiridos 155 bombeiros voluntários da zona do Porto (79% homens, 45% solteiros, 45% com o 9º ano, média de idade = 33,1 e média de anos de serviço = 12,1 anos) a quem foram aplicados os questionários EADS (Pais-Ribeiro et al., 2004), UWES-9 (Schaufeli et al., 2006) e BSSS (Hoyle et al., 2002). Encontraram-se baixos níveis de stress, elevada motivação para o trabalho e a presença do traço de personalidade procura de sensações. Como principal preditor do stress surgiu a personalidade e a tendência para a ansiedade (a preverem respetivamente 14% e 50% do stress), sugerindo a importância de se conhecer o perfil individual de personalidade que melhor permita a cada bombeiro enfrentar o stress (Shantz, 2000), tal como sugerido já desde a década de 70 por alguns autores (Brown & Stickford, 2007, Lemon & Hermiston, 1977) ou noutras profissões que implicam lidar com sofrimento humano (Gramstad et al., 2013). Palavras-chave: Stress, Bombeiros, Preditores, Personalidade, Motivação. 279 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 SATISFAÇÃO NO TRABALHO DOS BOMBEIROS: A INFLUÊNCIA DAS EMOÇÕES E DO COPING Natália Vara Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança [email protected] Sónia Gonçalves Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares de Almada, Instituto Piaget [email protected] Cristina Queirós Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] RESUMO Os bombeiros lidam com situações stressantes, vivendo emoções negativas que podem prejudicar a capacidade de trabalho (Zapf & Hotz, 2006). O stress, a insatisfação com o trabalho e pobres estratégias de coping podem provocar desconforto emocional, aumentando o risco de problemas psicológicos e de saúde dos bombeiros (Martins, 2004). Tentou-se, em 505 bombeiros voluntários e profissionais portugueses, compreender a influência das emoções expressas no trabalho sobre a satisfação e perceber se esta é mediada pelas estratégias de coping. Foram utilizados os questionários Brief COPE (Carver, 1997), FEWS (Zapf et al., 1999) e QST (Pais-Ribeiro, 2008). Encontraram-se elevados valores de satisfação profissional, expressão de emoções positivas e utilização de coping focado no problema. A satisfação é explicada por 5% das emoções positivas enquanto o coping focado no problema explica apenas 1%, não existindo mediação do coping na influência das emoções na satisfação. Os estudos alertam para a influência das emoções positivas na satisfação com o trabalho (Côté & Morgan, 2002) e para a o uso de estratégias de coping adequadas para gerir o stress (Millen, 2009). Poderá ser importante incluir na formação dos bombeiros conteúdos sobre gestão do stress e regulação das emoções, bem como criar nos corpos de bombeiros equipas de suporte de pares (ex: modelo CISM) que previnam o trauma, a insatisfação com o trabalho e o stress, num ano em que os riscos psicossociais no trabalho são valorizados. Palavras-chave: Stress, Bombeiros, Satisfação no trabalho, emoções, Coping. 280 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 STRESS, DEPRESSÃO, ANSIEDADE E MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO EM BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS Rita Madureira Bombeiros Voluntários de Ermesinde Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Emanuel Santos Bombeiros Voluntários de Ermesinde [email protected] Sérgio Fonseca Bombeiros Voluntários de Valongo Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] José Carlos Rego Bombeiros Voluntários da Lixa Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Cristina Queirós Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] RESUMO Atualmente a depressão e a ansiedade atingem entre 13% e 29% da população (Michael et al., 2007, Bromet et al., 2011) enquanto o stress no trabalho afeta 20% dos trabalhadores (European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions, 2007). Estudos recentes mostram que os bombeiros estão vulneráveis ao stress no trabalho e trauma (Cook & Mitchell, 2013), sobretudo se tiverem estado implicados em situações críticas (Graveling & Crawford, 2010). A motivação para o trabalho correlaciona-se negativamente com o stress, depressão e ansiedade (Schaufeli et al., 2008), parecendo ser um fator protetor. Num grupo de 137 bombeiros voluntários da zona do Porto (80% homens, média de idade = 32,6 e de experiência = 11,8 anos) foram identificados os níveis de stress, ansiedade, depressão e motivação no trabalho. Foram utilizados os questionários UWES-9 (Schaufeli et al., 2006) e EADS (Pais-Ribeiro et al., 2004). Encontraram-se elevados valores de motivação para o trabalho e reduzidos níveis de stress, ansiedade e depressão. A idade tem correlações positivas com a motivação no trabalho, sendo esta maior nos casados. Os resultados não revelam valores preocupantes, mas 3% e 8% dos bombeiros apresentam já níveis elevados de depressão e de stress, sugerindo a necessidade de intervenções precoces que previnam o aparecimento do stress pós-traumático, de outras doenças ou até do suicídio (Adler-Tapia, 2013, Gist el al., 2011) e promovam a resiliência (Durkin & Bekerian, 2000). Palavras-chave: Stress, Bombeiros, Depressão, Ansiedade, Motivação. 281 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 TECNOSTRESS, ADIÇÃO AO TRABALHO E BURNOUT EM TAE DO INEM Rita Madureira Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Sónia Cunha Instituto Nacional de Eemergência Médica (INEM) [email protected] Nuno Patraquim Faculdade de Engenharia da Universidade do [email protected] Mary Sandra Carlotto Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul [email protected] Cristina Queirós Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] RESUMO Atualmente as novas tecnologias estão presentes no mundo do trabalho para facilitar as tarefas. Contudo, podem constituir uma fonte adicional de stress, existindo já investigação sobre o tecnostress (Ayyagari et al., 2010). Os Tripulantes de Ambulância de Emergência enfrentam no seu dia-a-dia situações stressantes nas quais recorrem a tecnologia, podendo vir a desenvolver o quadro clínico de burnout. As características da atividade que desempenham implicam determinados perfis de personalidade, e alguns poderão tornar-se adictos o trabalho (Clark et al., 2014). Num grupo de 92 TAE do INEM (70% homens, 47% da zona norte e 21% da zona centro, média de idade=31,98 e de experiência=5,3 anos) foram identificados os níveis de tecnostress, adição ao trabalho e burnout. Foram utilizados os questionários RED/TIC (Carlotto & Camara, 2010), DUWAS (Carlotto & Miralles, 2010) e MBI (Maslach & Jackson, 1997). Encontraram-se no burnout elevados valores de realização profissional, mas também moderada exaustão emocional e despersonalização, baixo tecnostress e adição ao trabalho moderada. O tecnostress explica 39,1% da exaustão emocional e 16,9% da despersonalização, enquanto a adição ao trabalho explica 19,9% da exaustão e 19,8% da despersonalização, sugerindo a necessidade de se dar atenção ao “dark side” das tecnologias (Salanova et al., 2013). Os anos de serviço no INEM diminuem a realização profissional e aumentam a adição ao trabalho, remetendo não só para trabalho excessivo mas também para uma compulsão para o trabalho que pode transformar-se em workaholism com todos prejuízos que daí advêm (Schaufeli, Shimazu & Taris, 2009), nomeadamente diminuição do bem-estar do profissional. Palavras-chave: Stress, TAE, INEM, Tecnologia, Burnout. 282 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO E PROCURA DE SENSAÇÕES EM BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS Sérgio Fonseca Bombeiros Voluntários de Valongo Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] José Carlos Rego Bombeiros Voluntários da Lixa Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Rita Madureira Bombeiros Voluntários de Ermesinde Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Cristina Queirós Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] RESUMO Os bombeiros caraterizam-se por uma elevada dedicação e motivação para o trabalho (Moreira, 2012, Rich et al., 2010), bem como por um perfil de personalidade que revela predisposição para correrem riscos e procura de sensações fortes (Procnik, 2013, Stehman, 2011). Estudos demonstram que a motivação para o trabalho se correlaciona negativamente com o stress, constituindo um fator protetor deste (Schaufeli et al., 2008). Num grupo de 149 bombeiros voluntários da zona do Porto (79% homens, média de idade = 32,8 e média de anos de serviço = 11,9 anos) foram identificados os níveis de motivação para o trabalho e de procura de sensações. Foram utilizados os questionários UWES-9 (Schaufeli et al., 2006) e BSSS (Hoyle et al., 2002). Encontraram-se elevados valores de motivação para o trabalho e elevados níveis de procura de sensações em todas as dimensões destas duas escalas. A idade apresentou correlações positivas com a motivação no trabalho e corelações negativas com a procura de emoções. A procura de sensações foi ligeiramente mais elevada nos homens e nos bombeiros não casados e correlaciona-se positivamente com a motivação no trabalho. Os dados sugerem uma apetência para correr riscos mas também mais dedicação ao trabalho, o que pode proteger dos efeitos nocivos do stress e prevenir o burnout (Lissek et al., 2005, Jensen, 2005). São necessários mis estudos que no futuro investiguem perfis de personalidade que protejam do stress em profissões de risco como os bombeiros. Palavras-chave: Stress, Bombeiros, Depressão, Ansiedade, Motivação. 283 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 REALIDADE VIRTUAL E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAR O STRESS EM BOMBEIROS Sílvia Quintas Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Ivo Moreira Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lousada [email protected] Cristina Queirós Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] António Marques Escola Superior de Tecnologia da Saúde, Instituto Politécnico do Porto [email protected] Verónica Orvalho Faculdade de Ciências da Universidade do Porto [email protected] RESUMO A forma de enfrentar o stress é variável (Lazarus, 2006, Shin et al., 2014), sendo fundamental em atividades como a dos bombeiros, onde se lida com sofrimento e morte (Beaton et al., 1999, Brough, 2004, Millen, 2009). Contudo, a preparação para estas situações é complexa pois o treino é difícil durante as operações de socorro. A realidade virtual é uma alternativa que permite imersão, interação e envolvimento (Riva et al., 2002), sendo benéfica no treino de competências, sem prejuízo para profissionais nem vítimas pois configura um ambiente de aprendizagem controlado e protegido mas indutor de stress. Após terem sido inquiridos 182 bombeiros voluntários da zona do Porto (72% homens, média de idade 29,1, média de anos de serviço 7,8 e média de horas semanais 21,1) a quem foi aplicado o questionário Brief COPE (Carver et al., 1989). Encontraram-se valores elevados de uso das estratégias de coping direcionadas para o problema ou para as emoções, sendo útil a possibilidade de treino. Foram identificados vários programas de realidade virtual (ex: ADMS, CODE ORANGE, etc.) que podem ser úteis para ajudar a gerir o stress e as emoções negativas dos profissionais (James & Gilliland, 2001, Mitchell & Everly, 2003) e comprovam que a realidade virtual é vantajosa e inovadora no treino de competências dos profissionais face a incidentes críticos, fornecendo oportunidades de prática repetida, com situações invulgares, num ambiente controlado e seguro. Palavras-chave: Coping, Stress, Bombeiros, Realidade Virtual, Programas de treino. 284 | Panel 5 – Analysis and Prevention of Risks in Civil Protection/Defense Organizations III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 RISCOS NATURAIS NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA: ANÁLISE DOS RISCOS NATURAIS DE MAIOR INCIDÊNCIA Tânia Abreu Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] Maria José Roxo e-GEO Departamento de Geografia e Planeamento Regional - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa [email protected] Luís Neri Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM [email protected] RESUMO Os riscos naturais estão cada vez mais na ordem do dia e a comunidade científica tem procurado responder ao desafio de minimizar as consequências da ocorrência de fenómenos naturais extremos, para bem da sociedade. Os estudos na temática têm, nomeadamente, aumentado, o que se torna numa mais-valia, pois estes contribuem para um melhor conhecimento da mesma. O presente trabalho incide sobre o tema dos riscos naturais na Região Autónoma da Madeira e teve como objetivo analisar os riscos naturais de maior incidência. A recolha e análise do histórico de ocorrências permitiu identificar e caracterizar os riscos de maior incidência e elaborar uma matriz de risco, de modo, a obter o grau de risco para cada um dos fenómenos em questão. O seu conhecimento permite estabelecer medidas de prevenção e de autoproteção, tornando-se igualmente, uma ferramenta útil no ordenamento do território e na gestão de emergência. Palavras-chave: Riscos naturais, Matriz de Risco, Medidas de prevenção e autoproteção. 285 | Painel 5 – Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil PARTICIPANTES III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Participantes inscritos (até 15 de Outubro de 2014) Adama Amaya Adélia Nunes Adriana Filipa Carvalho Araújo Albino Tavares Alexandre Oliveira Tavares Alfredo Maia Aline Pascoalino Ana Cristina Meira S. Castro Conceição Juana Fortes Cristian Camilo Fernández Lopera Cristina Isabel H. da Silva Pereira Cristina Queirós Daniel Márcio Fernandes Neves Débora Olivato Delanney Vidal Di Maio Junior Ana Cristina Teixeira Leite Ana Valéria F. Allemão Bertolino André Tomé de Assis Angela Santos António Amaro Edicarlos Pereira de Sousa Ednice de Oliveira Fontes Eduardo Rozetti de Carvalho Eloisa Beling Loose António Bento Gonçalves Antônio Carlos R. Araújo Júnior António P. S. Betâmio de Almeida António Salgado Rosa Elvira Fátima de Lima Fernandes Emanuel Sardo Fidalgo Emerson de Oliveira Muniz Érica Ferrer António Vieira Arthur Lopes da Silva Valencio Artur Rosa Filho Aydda Ali Estéfano Seneme Gobbi Evandro Antônio Cavarsan Bensaid Mosbah Braulio José Carvalhal Luna Bruno Manuel S. C. Martins Bruno Zucherato Camila Riboli Rampazzo Camila Santos Doubek Lopes Camilla Silva Magalhães Cândida Velosa Jardim Carla Juscélia de Oliveira Souza Carla Graciana Soares Carla Maria de Paiva C. L. Caroça Carmen Ceu Goncalves Ferreira Celestina Maria Gago Pedras Célia Campos Braga Cintia Okamura Claudio Alves Galante Junior Claudio Henrique Reis Cláudio João Brás Simões Pereira Cleusa Aparecida G.P. Zamparoni Fabrício Araujo Mirandola Felícia Maria da Silva Fonseca Fernando Félix Fernando Granja Martins Fernando Souza Damasco Flávio Cabreira dos Santos Flora Ferreira Leite Francisca Cardoso da Silva Lima Francisco da Silva Costa Francisco de Assis S. Sousa Geraldo do César Rocha Germán Vargas Cuervo Germana Lima de Almeida Gisélia Cremilda Santos Braga Hebbar Chafika Helena Maria Fernandez Henrique Manuel N. V. Costa Hudson Rodrigues Lima Humberto Gallo Junior 289 | Participantes III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 Ineida Romi Tavares V. Carvalho Inês Ferreira Bruno Iolanda Braga Pereira Isa João Baptista Silva Isabel Margarida H. R. Antunes Isabel Martins Tavares Jacques Lolive Jesús Vargas Molina Joana D’Arc Vieira Couto Astolphi João Lima Sant’Anna Neto João Pinho João Vitor Gobis Verges João Victor G. da Silva Pereira Joilma Nogueira do Espírito Santo Jorge Manuel Alexandre Marques Jorge Oliveira José Carlos Rego Jose Eduardo Rodríguez Juan José Manuel Castro Salgado José Manuel Fernandes Rocha José Pedro Lopes José Rafael Abreu Brites Josefa Eliane S. de Siqueira Pinto Juan Carlos García Codron Juliana Araújo Alves Kátia Gisele de Oliveira Pereira Lea Carvalho Rodrigues Lenka Gaňová Letícia Palazzi Perez Lindberg Nascimento Júnior Lucí Hidalgo Nunes Luciano Lourenço Luis Alvaro Fazendeiro Sá Luis Filipe Antunes da Silva Luis Manuel Guerra Neri Manuel Antonio Trelles Velasco Manuel Sérgio Arada da Fonseca Marcelo da Silva Gigliotti Marcos César Ferreira Margarida Maria Correia Marques Maria Clara Martins A. G. Inácio Maria da Glória Salgado Gonçalves Maria Francisca J. L. Ramalho María Gabriela Camargo Mora Maria Gonçalves Conceição Santos Maria Isabel Andrade Maria J. Galleno de Souza Oliveira María Jesús Vidal Domínguez Maria João Ciríaco Rosado Maria Jose Roxo Maria Manuel A. Lopes Gouveia Maria Manuela Portela María Rosa Cañada Torrecilla Maria Teresa Durães Albuquerque Mariana Francisco Morgado Marina Soria Castellano Mário Talaia Marta Andreia Almeida C. Silva Marta Foeppel Ribeiro Martina Zeleňáková Miguel Cerqueira dos Santos Miguel Eduardo Castillo Soto Miriam Rodrigues Silvestre Nadia El Aaggad Natália Vara Norma F. Lopes S. Valencio Nuno André Ramos Simões Paula Cristina A. C. Remoaldo Paulo Cesar Zangalli Junior Pedro Gonçalo Guerra Poseiro Plínio Martins Falcão Rafael Alexandre Ferreira Luiz Rafael Carvalho Santos Raimundo Mainar de Medeiros Ramon Campos Braga Raphael Costa Cristovam da Rocha Raul Reis Amorim Regina Célia de Oliveira Ricardo Fernando Carneiro Gomes Rita Alexandrina Feijó Madureira Rita Susana Guimarães M. Silva Romero Manuel Bandeira Gandra Romeu da Silva Vicente Romulo Lima Silva de Gois Rúben Paulo da Costa Torres Rui de Almeida Reis Rui Manuel da Silveira Araújo Rui Miguel Madeira Lança 290 | Participants III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Salvador de Pinho F. Almeida Sandra Oliveira Sara Guimarães Bandeira Gandra Tânia de Abreu Teresa A. L. Cravo da Fonseca Tomás de Figueiredo Sebastián Martín Pérez Sérgio da Silva Lopes Sérgio Ricardo Losnak Sílvia Quintas Sofia Bernardino Valter Filipe Freitas Ferreira Vicente de Paulo da Silva Vicentina Socorro da Anunciação Vinicius Carmello Sofia Fernandes Sofia Pires Fernandes Souidi Zahira Susana Maria Sousa Gonçalves Yolanda Teresa Hernández Peña Zeineddine Nouaceur 291 | Participantes ÍNDICE DE AUTORES III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 A Abreu Tânia............................................ 285 Uriel ...................................... 189, 190 Albuquerque Teresa .................................... 130, 183 Algouti Abdellah..................................... 76, 82 Ahmed .................................. 62, 76, 82 Almeida António Betâmio de .................54, 96, 198 Germana Lima de ............................ 152 Lutiane Queiroz de ........................... 169 Salvador ........................................ 182 Alves Juliana Araújo ................................ 241 Amanajás Jonathan Castro .............................. 110 Amaya Adama ....................................... 76, 82 Amorim Raul Reis .................................... 60, 66 Andrade María Isabel......................................64 Antunes Liliana C. Cerdeira ........................... 119 Margarida ................................ 130, 183 Sílvia ............................................ 119 Anunciação Vicentina S. ....................... 192, 197, 227 Araújo Adriana ......................................... 195 Francisco das Chagas N. ..................... 223 Rui . ............................................. 131 Araújo Jr Antônio Carlos R. ............................. 159 Assis André Tomé de ............................... 253 Astolphi Joana D’Arc V. C. ............................ 123 Athanázio Alcinéa Rodrigues ............................ 240 Ávila Guerra Beatriz.......................................... 170 Aydda Ali ................................................62 Azevedo Eduardo Brito ................................. 222 B Bacci Pedro Henrique de Mello ......................81 Bandeira Romero ................ 133, 134, 154, 195, 199 Barbosa Marcia Regina ................................. 146 Barrachina Maria ............................................ 264 Barros Mirian Vizintin F............................... 124 Becker Carmem Terezinha ............................ 92 BenSaid Mosbah .......................................... 102 Bento-Gonçalves António ..........163, 164, 259, 262, 263, 265 Bernardino Sofia ............................................. 267 Bertolino Ana Valéria Freire A. ......................... 158 Bessa Paulo ............................................ 164 Borges Artur ............................................ 164 Bouchahm Nora ............................................. 102 Boutiba Zitouni ........................................... 99 Braga Célia Campos ..................... 110, 223, 224 Gisélia .......................................... 154 Ramon Campos ................................ 224 Brites Rafael .............................. 106, 125, 191 Brito Luiz Antonio P. F. ............................. 171 Bruno Inês .............................................. 272 C Camargo Mora María Gabriela ................................. 170 Campos José ............................................. 279 Paulo ................... 133, 134, 154, 195, 199 Cañada Torrecilla Rosa ........................................ 69, 127 Canil Kátia ............................................ 176 Capela Sara ............................................. 248 Capitão Rui 222 Carlotto Mary Sandra .................................... 282 Carmello Vinicius ......................................... 108 Caroça Carla ............................................ 235 295 | Índice de autores III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 Carracedo Virginia .........................................264 Carvalho Eduardo Rozetti de ...........................137 Ineida Romi T. V. .............................217 Ramon Santos ..................................114 Ricardo L. Teles: ..............................132 Castellano Marina Sória ..................................... 90 Castillo Soto Miguel .............................. 161, 162, 165 Castro Ana Meira .................... 131, 157, 163, 164 Cavarsan Evandro Antônio ................................ 68 Ceballos Carmen .........................................264 Cordeiro Benedito Carlos ...............................240 Correa Jiménez Luis ....................................... 161, 165 Corsi Alessandra Cristina ...........................176 Costa Eduarda Marques da ..........................185 Francisco da Silva ............. 25, 95, 210, 236 Henrique........................................138 Vivian Castilho da ........................ 70, 179 Craveiro João .............................................222 Cunha Lúcio José Sobral .............................158 Sandra Baptista da ............................. 97 Sónia ............................................282 Cunill Raquel ..........................................264 D Damasco Fernando Souza ................................ 97 Dantas Milena Pereira .................... 110, 223, 224 Di Maio Jr Delanney Vidal ................... 171, 247, 249 Dias Carlos ...........................................119 Pedro ............................................101 Díaz Pacheco Jaime............................................194 Diego Concepción .....................................264 Donze Frédéric.......................................... 84 Dorta Antequera Pedro ............................................194 E El Aaggad Nadia ........................................ 76, 82 El Harradji Abderrahmane .......................... 221, 239 Espírito Santo Joilma Nogueira do .......................... 240 Estevão Wladimir Borges .............................. 177 F Falcão Plínio Martins ........................... 140, 180 Félix Fernando ................................. 259, 261 Fernandes Elvira Fátima L. ............................... 227 Sofia ...................................... 157, 268 Fernandez Helena.............................. 105, 166, 184 Fernández Leonor de la Puente ......................... 264 Ferreira André Barbosa Ribeiro ......................... 49 Carmen .............................. 95, 210, 236 José Carlos .................................... 222 Marcos César .................................... 61 Marta Marujo .................................... 61 Tiago M. .......................................... 79 Válter ........................................... 106 Ferreira Leite Flora ............................................ 262 Ferrer Érica ............................................ 151 Fidalgo Emanuel Sardo ................................ 260 Figueiredo Tomás de ................................. 65, 238 Filho Artur Rosa .................................. 56, 77 Manoel Francisco G. ......................... 231 Fiúza António ......................................... 131 Fonseca Felícia ..................................... 65, 238 Sérgio ............................... 279, 281, 283 Teresa Cravo da .............................. 185 Fonte Célia ............................................ 164 Fontes Ednice de Oliveira ....................... 80, 218 Fortes Conceição Juana ................. 222, 228, 230 Freitas Maria Isabel C. ................................ 205 Fruehauf Amanda Lombardo ........................... 128 296 | Authors Index III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 G I Gallo Jr Humberto ................................ 109, 178 Gandra Sara ............................................. 199 Gaňová Lenka ........................................... 100 García Amorena Ignacio .......................................... 264 García Codron Juan Carlos .............................. 107, 264 Gargar Ibrahim ...........................................91 Garmendia Carolina .................................. 107, 264 Garófalo Danilo Trovó .....................................61 Gigliotti Marcelo da Silva ......................... 81, 172 Gobbi Estéfano Seneme ........................ 81, 172 Góis Rômulo Lima S. ................... 181, 254, 255 Gomes António ......................................... 138 Ricardo ................ 106, 125, 189, 190, 191 Gonçalves Gil Rito ......................................... 211 Glória ........................................... 103 Joana ........................................... 160 Sónia ............................................ 280 Gouveia Maria ................................. 95, 210, 236 Gramani Marcelo Fischer ............................... 176 Guerra António J. T. .................................. 229 Inácio Maria Clara Gomes............................. 55 H Hachemi Ali .............................................. 102 Hafnaoui Amine ........................................... 102 Hamimed Abderrahmane ..................................84 Harbuľáková Vlasta Ondrejka.................................93 Hebbar Chafika ...........................................99 Henriques Paulo..............................................75 Hernández Peña Yolanda...........................................85 Hlavatá Helena ............................................91 J Jardim Cândida ......................................... 190 Jesus Bruna Luiza P. ................................. 128 Joandre Neres de .............................. 80 K Kamimura Quésia Postigo ................................. 249 Kerfouf Sid Ahmed ....................................... 99 L Ladeira Francisco S. Bernardes ....................... 172 Lança Rui ....................................... 105, 166 Leite Ana .............................................. 271 Micaela ......................................... 238 Lima Francisca Cardoso da Silva ................... 98 Hudson Rodrigues ............................. 173 Lombardo Magda Adelaide ............. 63, 109, 128, 132 Loose Eloisa Beling .................................... 46 Lopera Cristian Camilo F. ............................. 226 Lopes Camila S. Doubek ...................... 124, 150 Eymar Silva Sampaio .......................... 68 Sérgio ............................................ 96 López Díez Abel ............................................. 194 Losnak Sérgio Ricardo ................................. 150 Lourenço Luciano ... 22, 29, 55, 78, 95, 148, 149, 157, 160, 163, 210, 211, 236, 253, 259, 261, 262, 267, 268 Lucioni Nora .............................................. 64 Luiz Rafael Alexandre Ferreira ................... 141 Luna Braulio José C. ................... 181, 254, 255 297 | Índice de autores III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 M Macedo Eduardo Soares de ............................176 Madureira Rita ........................... 279, 281, 282, 283 Magalhães Camilla Silva ...................................104 Magnoni Jr Lourenço......................................... 68 Maio Rui A. ............................................ 79 Marques António .........................................284 Jorge ............................................119 Margarida Correia ...................... 248, 273 Martín Pérez Sebastián .......................................194 Martínez Suárez Pedro ............................................127 Martins Bruno ....................................... 78, 212 Fernando .......................... 105, 166, 184 José R. Scarati.................................. 63 Mascarenhas Ana Margarida .................................273 Massano José .............................................. 67 Medeiros Raimundo Mainar..............................231 Mellado San Gabino Ana ............................................... 69 Merzoug Dounia ........................................... 99 Messias Cassiano ......................................... 61 Mirandola Fabrício Araujo ................................176 Molina David ............................................264 Moreau Ana Maria S. Santos ...................... 80, 218 Moreira Ivo ...............................................284 Moreno Maria Augusta Fernandéz ....................103 Moreno Jiménez Antonio .................................... 69, 127 Morgado Mariana .................................. 129, 242 Muniz Emerson de Oliveira ........................... 94 N Nadal Jordi .............................................264 Nardocci Adelaide Cássia ................................141 Nascimento Geissa Samira L. ..............................224 Nascimento Jr Lindberg ......................................... 89 Neri Luís ............................................. 285 Neto João Lima Sant’Anna 20, 89, 108, 139, 193, 197 Neves Daniel Márcio F. ................................ 51 Nouaceur Zeineddine .................................... 115 Noui Abderahmane ................................. 102 Nunes Adélia ................. 157, 160, 163, 259, 262 Baltazar ........................................ 119 Fabiano dos Santos ............................. 80 Joan ............................................ 264 Lucí Hidalgo .......................... 52, 90, 206 O Olivato Débora ................................... 109, 178 Oliveira Alberlene Ribeiro de ......................... 113 Edson Aparecida A. Q. ........... 171, 247, 249 Maria Galleno de Souza ..................... 153 Regina Célia ................................... 174 Sandra .......................................... 259 Orvalho Verónica ....................................... 284 P Paneque Pilar............................................... 53 Pascoalino Aline ...................................... 120, 169 Patraquim Nuno ............................................ 282 Pedras Celestina ................................. 105, 166 Pedrosa António de Sousa .................. 86, 104, 212 Pèlachs Albert........................................... 264 Pereira Cláudio ......................................... 277 Cristina S....................................... 237 Iolanda Braga ................................. 278 J.V. Silva ....................................... 237 Kátia Gisele O. .................................. 86 Perez Letícia Palazzi .................................. 63 Pérez Aaron ........................................... 264 Pérez-Obiol Ramon .......................................... 264 298 | Authors Index III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 Pimentel Franciele de Oliveira ..........................94 Pina Denise .......................................... 126 Pinheiro Helena ............................................65 Liliana .......................................... 222 Pinto Francisco Taveira ............................. 228 Josefa Eliane S. Siqueira ........111, 113, 114 Pires Patrícia ...........................................75 Pitton Sandra E. Contri .............................. 120 Portela Maria Manuela................... 54, 91, 93, 100 Poseiro Pedro ............................... 222, 228, 230 Póvoas Hogana Sibilla S. .............................. 218 Purcz Pavol ..............................................91 Rocha Geraldo César ................................. 196 José Manuel ............................. 209, 266 Raphael Costa C. ................... 78, 211, 212 Valmir ............................................ 92 Rocheta Vera ...................................... 105, 166 Rodrigues Armanda ........................................ 222 Cristiana ........................................ 273 Joana............................................ 228 Lea Carvalho ................................... 152 Maria Conceição .............................. 222 Ricardo Manuel C. ............................ 265 Rodríguez Juan Jose Eduardo ........................... 221, 239 Rosado Maria ............................................. 67 Roure Joan Maria ..................................... 264 Roxo Maria José ......................... 101, 175, 285 Russo Cristina ......................................... 248 Q Queirós Cristina .... 278, 279, 280, 281, 282, 283, 284 Margarida ........................................47 Quintas Sílvia ............................................ 284 R Ramalheira Ana ................................................54 Ramalho Maria F. J. L. .................................. 229 Rampazzo Camila Riboli .................................. 193 Raposeiro Paulo............................................ 222 Rasilla Domingo .................................. 107, 264 Rego José Carlos ........................ 279, 281, 283 Reis Ana Mafalda .......... 133, 134, 154, 195, 199 Claudio Henrique ...............................66 Maria Teresa ...................... 222, 228, 230 Rui de Almeida ................................ 222 Taiana Evangelista dos ........................70 Remoaldo Paula Cristina A. C. .......................... 241 Ribeiro Marta Foeppel ............................ 70, 179 Rivas Victoria ................................... 107, 264 S Sá Cristina .................................. 248, 273 Luis ............................................... 75 Sabino André ........................................... 222 Said Madi Mouhamed ............................... 102 Salgado José ............................................. 263 Sanches Filipe Gomes ................................... 217 Santos Angela ........................................... 47 Emanuel ........................................ 281 Flávio Cabreira ......................... 192, 227 João Alfredo ................................... 222 Maria Crizalda Ferreira ....................... 60 Maria Gonçalves C. ........................... 146 Miguel Cerqueira dos .......................... 56 Rafael Carvalho ................................ 83 Tula Ornellas F. ............................... 146 Sbaï Abdelkader .............................. 221, 239 Schomwandt David ............................................. 64 Scopinho Rosemeire ............................... 148, 149 Seco Fátima .......................................... 183 299 | Índice de autores III International Congress, I Ibero-American Symposium, VIII National Meeting of Risks “Multidimension and Territories of Risk” Guimarães, 5-7 of November of 2014 Silva Adeildo Cabral da .............................132 António Leitão da .............................278 Bernardo Barbosa da .................. 223, 224 Carlos ...........................................222 Carlos Pereira da ..............................101 Elisa .............................................166 Isa João Baptista ..............................134 Lígia Maria Marques O. T. ...................241 Marta ............................................121 Rita Marques da ...............................133 Susana ..........................................222 Susana das Neves P. ..........................119 Vicente de Paulo da ....... 123, 137, 142, 173 Silvestre Miriam Rodrigues ..............................108 Simões Anabela .........................................222 Nuno .............................................184 Soares Carla G. .........................................237 Isabel Linhares P. .............................158 Soriano Joan Manuel ...................................264 Souidi Zahira ............................................ 84 Sousa Edicarlos Pereira de ................... 110, 231 Francisco de Assis Salviano de ......... 92, 223 Souza Carla Juscélia de Oliveira .......... 48, 49, 50 Stračarová Michaela ......................................... 93 T Tadeucci Marilsa de Sá R. ...............................247 Talaia Mário ............ 121, 122, 126, 129, 242, 243 Tarôco Larissa Trindade ................................ 49 Tavares Alexandre Oliveira ..................... 177, 277 Isabel ............................................122 Tedim Fantina ..........................................102 Teixeira Leonor ............................. 122, 129, 242 Telhado Maria João....................................... 75 Torres Rúben ...........................................266 Trelles Manuel ..........................................138 Tubaldini Maria Aparecida S. ............................253 V Valencio Arthur L. S. ...................................... 59 Norma ........................145, 147, 148, 149 Vara Natália ......................................... 280 Vargas Cuervo Germán .......................................... 85 Vargas Molina Jesús ....................................... 53, 112 Vázquez Iago ............................................. 264 Verges João Vitor G. ...................... 181, 254, 255 Vicêncio Henrique ....................................... 272 Vicente Romeu ............................................ 79 Vidal Domínguez María Jesús ............................... 69, 127 Vieira António .......... 163, 164, 217, 259, 262, 263 Francisco ....................................... 222 Vigário Carla ............................................ 243 W Wang Charles H.-T. .................................... 59 Z Zamparoni Cleusa Aparecida G. P. ................ 206, 225 Zangalli Jr Paulo Cesar .................................... 139 Zeleňáková Martina ................................ 91, 93, 100 Zêzere José Luís .................................. 51, 185 Zucherato Bruno ........................................... 205 300 | Authors Index ÍNDICE GERAL III Congresso Internacional, I Simpósio Ibero-Americano, VIII Encontro Nacional de Riscos “Multidimensão e Territórios de Risco” Guimarães, 5-7 de novembro de 2014 NOTA DE ABERTURA ....................................................................................... 3 ORGANIZAÇÃO.............................................................................................. 7 PROGRAMA ................................................................................................ 13 CONFERÊNCIAS ............................................................................................ 17 ‘IN MEMORIAM’ ............................................................................................ 23 MESA REDONDA ........................................................................................... 33 COMUNICAÇÕES ORAIS ................................................................................... 41 Painel 1- Teoria, modelos conceptuais e comunicação do risco ............................... 43 Painel 2- Geotecnologias aplicadas à análise e gestão de riscos .............................. 57 Painel 3- Territórios de risco (previsão, prevenção, consequências e reabilitação) ........ 71 Painel 3.1- Riscos geológicos e geomorfológicos ......................................... 73 Painel 3.2- Riscos climáticos e hidrológicos ............................................... 87 Painel 3.3- Riscos ambientais e saúde ................................................... 117 Painel 3.4- Riscos tecnológicos e desenvolvimento .................................... 135 Painel 3.5- Riscos sociais no contexto de crise global ................................. 143 Painel 3.6- Riscos dendrocaustológicos (incêndios florestais) ........................ 155 Painel 4- Aplicação do planeamento/planejamento e ordenamento do território à gestão de riscos ......................................................................... 167 Painel 5- Análise e Prevenção de Riscos nas Organizações de Defesa/Proteção Civil .... 187 POSTERS ................................................................................................. 201 PARTICIPANTES ......................................................................................... 287 ÍNDICE DE AUTORES .................................................................................... 293 ÍNDICE GERAL ........................................................................................... 301 303 | Índice Geral – Table of Contents