universidade paulista – letras – 2o + 3o semestres

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UNIVERSIDADE PAULISTA – LETRAS – 2o + 3o SEMESTRES
DISCIPLINA: MORFOSSINTAXE DA LÍNGUA PORTUGUEASA
PROFESSORA: MÔNICA OLIVEIRA SANTOS
ESQUEMA SOBRE AS “CLASSES DE PALAVRAS”, BASEADO EM JOSÉ R. MACAMBIRA (1978)
Por Luiz Francisco Dias
Classificação dos Vocábulos – SUBSTANTIVO
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
1. “Palavra com que designamos ou nomeamos os seres em
geral. São, por conseguinte, substantivos:
a) os nomes das pessoas, animais, vegetais, lugares e
coisas:
Carlos, gato, palmeira, América, lápis
B) Rocha Lima
“Palavra com que nomeamos os seres em geral, e as
qualidades, ações, ou estados, considerados em si mesmos,
independentemente dos seres com que se relacionam”.
(Gramática normativa da língua portuguesa. p. 61)
C) Hildebrando André
“Nome do ser”
(Gramática ilustrada)
b) os nomes das ações, estados e qualidades, tomados
como seres:
devoção, civismo, mocidade, alegria, altura
Brilho, altura, noite, temperatura
2. Do ponto de vista funcional, o substantivo é a palavra
que serve, privativamente, de núcleo de sujeito, do objeto
direto, do objeto indireto e do agente da
passiva.”(Gramática da língua portuguesa. p.186)
II. Classificações
a) Comum ou próprio
b) Concreto ou abstrato
c) Simples ou composto
d) Primitivo ou derivado
e) Coletivo
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto mórfico (critério morfológico)
A) Quanto à flexão (paradigma flexional)
- Quadriforme: menino, menina, meninos, meninas;
- Biforme: livro, livros, animal, animais;
- Uniforme: lápis, pires, óculos, férias.
Aplica-se também ao artigo, adjetivo, numeral,
pronome
Bocarra, casebre, lebre, rapazote, amor, êxtase,
Tertuliano, Washington
II. Aspecto sintático (critério sintático)
Artigo
Pronome possessivo
.................
Pronome demonstrativo
Pronome indefinido
B) Quanto à derivação (paradigma derivacional)
....................
-inho(a)
-zinho(a)
pequeno
III. Aspecto semântico (critério semântico)
Substantivo = ser
nada, desenvolvimento, passado.
....................
-ão (ona)
-zão (zona)
grande
ladrão (é um ser ou uma qualidade/defeito?)
Classificação dos Vocábulos – ADJETIVO
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
1. “Espécie de palavra que serve para caracterizar os seres
ou os objetos nomeados pelo substantivo, indicando-lhes:
a) uma qualidade (ou defeito): moça gentil; pensamento
obscuro;
b) o modo de ser: pessoa hábil;
c) o aspecto ou a aparência: jardim florido;
d) o estado: criança enferma.
Obs: Por vezes o adjetivo marca apenas uma relação de
tempo, de espaço, de matéria, de finalidade, de
propriedade, de procedência, etc. Assim, em nota mensal,
casa paterna, perfume francês relacionamos as noções de
nota e mês (nota relativa ao mês), de casa e pais (casa
onde habitam os pais) e de perfume e França (perfume
procedente da França). De regra, esses adjetivos de relação
não admitem graus de intensidade. Uma nota não pode ser
mais mensal nem uma casa muito paterna, nem um
perfume menos francês. (Gramática da língua portuguesa.
P.251)
B) Rocha Lima
“Palavra que modifica o substantivo, exprimindo
aparência, modo de ser, ou qualidade”.
Exemplos: homem magro, gramática histórica, criança
talentosa.
(Gramática normativa da língua portuguesa. p. 86)
C) Hildebrando André
“Palavra que expressa qualidade ou propriedade ou estado
de ser”. (Gramática ilustrada. p. 122)
O brilho do diamante ofuscava os olhos.
A altura das ondas impressionou o surfista.
Ela é charmosa.
II. Classificações
a) Explicativo (expressa qualidade essencial do ser): pedra
dura, gelo frio, leite branco.
b) Restritivo (expressa qualidade acidental do ser): pedra
preciosa, gelo útil, leite caro.
c) Adjetivos pátrios: brasileiro, campinense, mineiro.
d) Locuções adjetivas: animal da noite, paixão sem freio,
gente de fora, andar de cima.
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto mórfico (critério morfológico)
A) Admite grau superlativo
-íssimo(a) = feiíssimo
....................
-érrimo(a) = celebérrimo
-limo(a) = facílimo
Muito / pouco-------
II. Aspecto sintático (critério sintático)
tão
quão
.................
Tão pouco, tão homem, tão burro, tão anjo
Tão bem, (?)tão campinense, (?)tão suposto
Muitíssimo, pouquíssimo, portuguesíssimo, coisíssima,
(?)campinensíssimo, sem vergonhíssima
III. Aspecto semântico (critério semântico)
B) Admite sufixo adverbial –mente
.................
-mente
“Palavra que exprime qualidade”
Primeiro, duplo, (?)calvo, (?)campinense
Bondade, bem
Classificação dos Vocábulos – VERBO
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
1)“Verbo é uma palavra de forma variável que exprime o que se
passa, isto é, é um acontecimento representado no tempo:
“Ninguém ria, ninguém estranhava”
“Éramos arrebatados pelo espaço”
“Onde está a poesia da vida?”
“Cai o crepúsculo. Chove.”
“O meliante fugiu rápido como um raio” (Não é um advérbio
que está determinando o verbo e sim um adjetivo)
II. Modos verbais
Diferentes maneiras de um fato se realizar:
a) Indicativo (Exprime um fato certo, positivo)
b) Subjuntivo (Exprime um fato possível duvidoso, hipotético)
2) O verbo não tem, sintaticamente, uma função que lhe seja c) Imperativo (Exprime ordem, proibição, pedido)
privativa, pois também o substantivo e o adjetivo podem ser
núcleos do predicado. Individualiza-se, no entanto, pela função
obrigatória de predicado, a única que desempenha na estrutura III. Formas nominais
Diferentes apresentações do processo verbal:
oracional.” (Gramática da língua portuguesa. p. 367)
a) Infinitivo (Apresenta o processo verbal em potência)
“As formas nominais do verbo identificam-se pelo fato de b) Gerúndio (Apresenta o processo verbal em curso)
não poderem exprimir por si nem o tempo nem o modo. O ser
valor temporal e modal está sempre em dependência do contexto c) Particípio (Apresenta o resultado do processo verbal)
em que aparecem.” (idem.p.456)
B) D. P. Cegalla
“Verbo é uma palavra que exprime ação, estado, fato ou
fenômeno”.
O criado abriu o portão [abriu exprime uma ação]
Fernando estava doente [ estava: um estado, uma situação]
Nevou em São Joaquim [ nevou: um fato, um fenômeno]
(Novíssima gramática da língua portuguesa.p.162)
A crise mexicana assustou os investidores.
A guerra atingiu o mercado de capitais.
C) Enéas Martins de Barros
“É uma unidade morfossintática que se distingue das demais
classes:
 pela conjugação, conjunto estruturado peculiar, oposto à
declinação, que é um conjunto estruturado de formas atinentes ao
substantivo,adjetivo ou pronomes;
 por suas propriedades sintáticas, pode ser determinado por um
advérbio, mas não por um adjetivo; concorda com o núcleo do
sintagma nominal sujeito.
Opõe-se ao nome, constitui-se o núcleo da frase, quer esta
seja representada como junção de um grupo nominal (GN) e um
grupo verbal (GV), que pode eventualmente ser composto de um
verbo e de um GN; quer seja considerada como resultado de um
relacionamento entre termos nominais efetuado através do
verbo.” (Nova gramática da língua portuguesa. p.114)
IV. Tempos compostos e locuções verbais
a) Tempos compostos:
Formados de um verbo auxiliar (“ter” ou “haver”) mais um
particípio, que é o verbo principal.
Tenho andado com dificuldade (pret. Perfeito do indicativo)
Se ele não houvesse partido,... (pret. mais-que-perfeito do
subjuntivo)
b) Locuções verbais:
Combinação de dois verbos, sendo o primeiro auxiliar e o
segundo o verbo principal, que pode estar no infinitivo, no
gerúndio ou no particípio.
1) “ter de”+ VERBO NO INFINITIVO
Tenho de estudar hoje
2) “haver de”+ VERBO NO INFINITIVO
O País haverá de sair da crise
3) “estar”, “andar”, “ir”, “vir”+ VERBO NO GERÚNDIO
Não estamos conseguindo ainda vencer a fome
Venho reclamando dos erros de pontuação
4) “ser”+ VERBO NO PARTICÍPIO
Ela foi conquistada pelo olhar
Se ela tivesse sido conquistada pelas pernas...
c) Locuções com auxiliares modais
{querer, dever, saber, poder, ir, vir} + V. NO INFINITIVO
“Nem tudo são flores”; “Há rosas aqui” (Não há Ela quer estudar os modos verbais
concordância dos Verbos com os núcleos dos SNs “tudo” e João vai conhecer Nova Jerusalém
“rosas”)
Nós não podemos pagar essa bicicleta à vista
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto mórfico (critério morfológico)
-r
-ndo
-rei
-ria
Ex: amar, vender, partir, pôr
Amando, vendendo, partindo, pondo
Amarei, venderei, partirei,porei
Amaria, venderia, partiria, poria
.................
II. Aspecto sintático (critério sintático)
amar, correr, sentir (as formas nominais não aceitam essa
relação sintática)
III. Aspecto semântico (critério semântico)
Verbo = exprime a cousa na perspectiva do tempo: ação,
fenômeno, estados outras cousas que o verbo possa exprimir
(Larochette)
“Além, muito além daquela serra que ainda azula no
horizonte, nasceu Iracema”
inundação, tiroteio (substantivos = ação)
chuva, trovão (substantivos = fenômeno meteor.)
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
Vou, sou, estou
Vais, és, estás
Vai, é, está
Vamos, somos, estamos
Ides, sois, estais
Vão, são, estão
Chover, nevar
morte, sono (substantivos = estado)
O verbo indica os processos, quer se trate de ações, estados ou
passagens dum estado para o outro (A. Meillet)
Amei! (com verbos imperativos não há processo/passagem
dum estado a outro)
Classificação dos Vocábulos – ADVÉRBIO
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
1) “Advérbios são palavras que se juntam a verbos, para
exprimir circunstâncias em que se desenvolve o processo
verbal, e a adjetivos, para intensificar uma qualidade:
“Ternura leu-o depressa e, meio atordoado, guardou-o no
bolso”
2) Salienta-se ainda que:
a) os advérbios chamados de intensidade podem reforçar o
sentido de outro advérbio:
“A vida não lhes correra nem muito bem, nem muito mal”.
b) certos advérbios aparecem modificando toda a oração:
“Felizmente, estava vago o lugar de inspetor escolar”
(Gramática da língua portuguesa. p.498)
B) D.P.Cegalla
“Advérbio é uma palavra que modifica o sentido do verbo, do
adjetivo e do próprio advérbio”
O navio chegou ontem
Paulo jogou bem
Paulo jogou muito bem
A moça é muito linda
(Novíssima gramática da língua portuguesa. p.221)
O amigo aqui gosta muito de cerveja
c) Enéas M. de Barros
“Pensamos que o advérbio é uma palavra intransitiva, com que
se diferencia formalmente da preposição, que é transitiva.
Assim:
Ele chegou depois e quis um lugar de honra (advérbio)
Ele chegou depois da irmã quando já não chovia (locução
prepositiva)
É uma palavra adjunta, isto é, modificadora, porque pode ser
determinante do adjetivo, do advérbio, do pronome, do verbo e
até de orações e substantivos.”
(Nova gramática da língua portuguesa. P.203)
Quase cem mortos: esse foi o resultado do terremoto.
A pedra caiu quase sobre a minha cabeça.
II. Classificações
a) Advérbios de afirmação: sim, certamente, efetivamente,
realmente, etc.
b) Adv. de dúvida: acaso, possivelmente, provavelmente,
talvez, etc.
c) Adv. de intensidade: bastante, demais, bem, mais, muito,
pouco, tanto, tão, mais, meio, etc.
d) Adv. de lugar: abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém,
aqui, através, atrás, cá, dentro, junto, longe, onde, perto, etc.
e) Adv. de modo: assim, bem, depressa, devagar, mal, melhor,
pior, bondosamente, regularmente, etc.
f) Adv. de tempo: agora, ainda, amanhã, anteontem, antes,
breve, cedo, depois, hoje, jamais, nunca, sempre, outrora, já,
logo, etc.
g) Adv. de negação: não
h) Adv. interrogativos: por quê? (causa); onde? (lugar); como?
(modo); quando? (tempo)
Só, somente (a palavra “só” pode ser adjetivo, advérbio e
proposição; “somente” é advérbio, porém acompanha/modifica
substantivos)
III. Locução Adverbial
Formada de uma preposição com um substantivo, adjetivo ou
advérbio.
Ex.: com certeza, sem dúvida, à direita, à esquerda, ao lado, de
dentro, de longe, em cima, por ali, por dentro, por perto, à
vontade, à toa, às avessas, de cor, em geral, em vão, passo a
passo, por acaso, frente a frente, de forma alguma, de modo
nenhum, à noite, de manhã, de vez em quando, em breve.
Obs.: de dentro = locução adverbial
dentro de = locução prepositiva
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto mórfico (critério morfológico)
A) terminado pelo sufixo mente
.................
-mente
B) responde às perguntas “onde?”, “quando?”, “como?”
Nunquinha (advérbio não deveria receber o sufixo –inha)
II. Aspecto sintático (critério sintático)
tão
bem
(palavra invariável)
quão
Ex: tão depressa, bem depressa, quão depressa, tão tarde, tão
cedo, tão perto, bem aqui, bem cedo, quão cedo etc
(?)tão/quão ali, (?)tão/quão acolá, (?)tão/quão aqui
III. Aspecto semântico (critério semântico)
“Palavra que exprime qualidade ou circunstância”
Ainda, cedo, cedinho, jamais, quase, nunca
Eu durmo com tranqüilidade/ tranqüilo/ tranqüilamente
Classificação dos Vocábulos – ARTIGO
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
“Dá–se o nome de artigo às palavras o (com as variações a, os,
as) e um (com as variações uma, uns, umas), que se antepõem
aos substantivos para indicar:
a) que se trata de um ser já conhecido do leitor ou ouvinte, seja
por ter sido mencionado antes, seja por ser objeto de um
conhecimento de experiência, como neste exemplo:
“A vila tomava ares de festa”
b) que se trata de um simples representante de dada espécie ao
qual não se fez menção anterior.
“O pequeno- burguês britânico atinge ao auge da felicidade
quando se encontra com um nobre, um lorde, um duque, um
príncipe de casa real.”
No primeiro caso dizemos que o artigo é definido; no segundo,
indefinido.”
(Gramática da língua portuguesa.p. 214)
B) D.P.Cegalla
“Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para
determiná-los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o
número.
Os artigos definidos determinam os substantivos de modo
preciso, particular:
Viajei com o médico (um médico referido, conhecido,
determinado)
Os artigos indefinidos determinam os substantivos de modo
vago, impreciso, geral:
Viajei com um médico (um médico não referido, desconhecido,
indeterminado)”
(Novíssima gramática da língua portuguesa. p.135)
C) Rocha Lima
“O artigo é uma partícula que precede o substantivo, assim à
maneira de ‘marca’ dessa classe gramatical”
(Gramática normativa da língua portuguesa. p.84)
D) Enéas M. de Barros
“[O artigo] contribui, com seu poder expressivo, para a
aplicação da ênfase, para a distinção dos sentidos, para a
harmonia da frase. Num contexto como:
Guimarães Rosa, romancista brasileiro
Em que se omitiu o artigo antes do aposto, o escritos passa de
um entre os muitos romancistas brasileiros. Se, entretanto, for
consignado o artigo antes do aposto:
Guimarães Rosa, o romancista brasileiro
O aposto passa a ter outro valor. Guimarães Rosa é aí o
romancista por excelência, o mais notório, o mais conhecido, o
mais completo. Do mesmo modo:
Este é bom automóvel
Este é o bom automóvel
O artigo eleva a categoria do objeto, atribuindo à qualidade
um caráter de inexcedibilidade, de superioridade, um valor
superlativante.
Também o indefinido oferece excelentes contribuições ao
estilo. Seu caráter impreciso atribui à sensibilidade,
sentimentos de mistério, dilui e obscurece os efeitos,
produzindo com que sobressaltos e impressões profundas.
 Tem caráter superlativante, tal a sua intensificação
Ex: É uma naturalidade morrer. Transformar-se, transmutarse
 Destina-se, ainda, a colocar em cena uma pessoa ou objeto.
Depois dessa apresentação segue-se o artigo definido.
Ex: Com uma toalha no pescoço e um copo na mão, chamoume para o banho.
 Dada a sua grande força generalizadora, precedendo um
nome no singular, traduz toda a espécie.
Ex: Um homem é um homem; um gato é um gato.
 A presença do indefinido permite entonação especial
intensificadora.
Ex: É uma beleza de mulher! ; Uma delícia de prato!
 Precedido de preposição de, intensificando uma qualidade ou
um defeito
Ex: Era de uma beleza que chegava ao imponderável.
 Junto a numerais, traduz idéia aproximativa.
Ex: Pesava ele na ocasião uns cem quilos de corpo e umas
tantas toneladas de coração.
 Indica membro de uma família de certa notoriedade.
Ex: Ela é uma Carneiro Ribeiro; Ele é um Bragança.
 Traduz aspectos novos, diferentes, imprevistos, quase
desconhecidos, de uma pessoa ou coisa.
Ex: Desde que voltou da Europa, você é uma Alzira diferente,
uma jovem meio desnacionalizada, talvez contrariada por
voltar a ser uma Alzira de todo dia”.
(Nova gramática da língua portuguesa. p.229,233-4)
A carne é fraca (o artigo determina ou generaliza a carne?)
Dê-me uma folha de papel (‘uma’ = artigo ou numeral?)
Aquele um não é meu irmão (‘um’ generaliza ou
particulariza?)
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto mórfico (critério morfológico)
Assume flexões de gênero e número; recusa os sufixos
aumentativo e diminutivo (característicos do substantivo) e os
sufixos superlativos (característicos do adjetivo).
Não é umazinha como você que vai me intimidar
II. Aspecto sintático (critério sintático)
Formas “o”, “a”, “os”, “as”, “um”, “uma”, “uns”, “umas” que
imediata ou mediatamente precedem o substantivo, e com ele
formam sintagma:
 Imediatamente: o professor, os professores, um herói
 Mediatamente: o bom filho, uma boa irmã
Este professor, meus professores
Dois bons filhos, todo bom filho
III. Aspecto semântico (critério semântico)
“Palavra acessória que particulariza ou generaliza o
substantivo, conforme se trate do artigo definido ou indefinido”
Meu livro (o pronome possessivo particulariza)
Qualquer homem (o pronome indefinido generaliza)
Classificação dos Vocábulos – PRONOME
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
“1) Os pronomes desempenham na frase funções equivalentes
às exercidas pelos elementos nominais.
Servem pois:
a) para representar um substantivo:
‘Invejava os homens e copiava-os’
b) para acompanhar um substantivo, determinando-lhe a
extensão do significado:
‘Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei’
No primeiro caso desempenham a função de um substantivo
e, por isso, recebem o nome de pronomes substantivos, no
segundo chamam-se pronomes adjetivos, porque modificam o
substantivo, que acompanham, como se fossem adjetivos.
O pronome substantivo representa, de fato, o nome; o pronome
adjetivo acompanha, como determinante, o substantivo. O
pronome relativo, ao mesmo tempo que representa o nome,
indica-lhe a função em que se acha na frase, de acordo com o
relacionamento que nesta passe a assumir. Assim:
Meu dever é este que estou enfrentando (‘Meu”= pron.
Adjetivo; ‘este’ = pron. Substantivo; ‘que’ = pron relativo)”.
(Nova gramática da língua portuguesa. p.161)
2) Facilmente, aliás, se distinguem na prática essas duas classes
de pronomes, porque os pronomes substantivos aparecem
isolados na frase, ao passo que os pronomes adjetivos se
empregam sempre junto de um substantivo, com o qual
concordam em gênero e número. Por exemplo na frase:
‘Aquele é o corpo de meu filho’
‘aquele’ é pronome substantivo, e ‘meu’ pronome adjetivo.”
(Gramática da língua portuguesa.p.276)
b) Pronomes de Tratamento
“Usado no trato cortês e cerimonial com as pessoas” (D.P.
Cegalla)
Você, o senhor, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa
Santidade, Vossa Alteza
B) D. P.Cegalla
“Pronomes são palavras que representam os nomes dos seres ou
os determinam, indicando a pessoa do discurso.”
(Novíssima gramática da língua portuguesa. p.150)
C) Enéas M. de Barros
“O nome o define: substituto do nome: uma unidade lingüística
que, em determinado ponto da cadeia, representa ou substitui a
unidade correspondente. Pode substituir:
 Um substantivo: Ela (Fernanda) é irmã de Eduardo;
 Um adjetivo: Dizem que o Eduardo é inteligente e eu o sei;
 Um enunciado: Eduardo quebrou o vidro, mas eu sei que isto
não foi ele...;
Representa o nome, indica-lhe a função em que se acha na
frase, de acordo com o relacionamento que nesta passe a
assumir. Assim:
Meu dever é este que estou enfrentando (‘Meu’= pron.
Adjetivo; ‘este’= pron. Substantivo; ‘que’= pron. Relativo)”
 Uma situação global: Isto é pura imaginação de vocês.
A NGB distingue dois tipos de pronomes:
 Pronome substantivo (classe principal)
 Pronome adjetivo (classe adjunta).
Mas há, ainda, uma terceira classe para acrescentar a essa
divisão. É a do pronome relativo que constitui a classe de
relação.
II. Classificações
a) Pronomes Pessoais
Substituem os nomes e representam as pessoas do discurso
1) Caso reto (função de sujeito)
Eu, tu, ele, nós, vós, eles
2) Caso oblíquo (função de objeto ou complemento)
Me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, os, as, lhe, lhes, se, si,
consigo, nos, conosco, vos, convosco
Ex: Eu te convido; Nós o ajudamos
c) Pronomes Possessivos
Referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de
alguma coisa.
Meu, minha, meus, minhas, teu, seu, (1a pessoa do singular),
nosso, vosso, seu (3a pessoa do plural)
d) Pronomes Demonstrativos
São os que indicam o lugar, a posição,ou a identidade dos seres,
relativamente às pessoas do discurso.
Este, estes, esse, aquele, mesmo, próprio, tal, semelhante, isto,
aquilo, o, a, os,as
Ex: Estes rapazes são os mesmos que vieram ontem.
Os próprios sábios podem enganar-se
Há três casas: a do meio é nossa. (ambíguo)
e) Pronomes Indefinidos
Referem-se à terceira pessoa do discurso, designando-a de
modo vago, impreciso, indeterminado.
1) Substituem o substantivo
Algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, quem,
tudo.
Ex.: Algo o incomoda?
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve
Quem avisa amigo é.
2) Acompanha o substantivo
Cada, certo, certas, alguns, demais, mais, menos, muitos,
nenhum, outro, pouco, que, qualquer, quanto, tantos, todos,
uns, vários.
Exemplos:
Menos palavras e mais ações
Que loucura você cometeu!
Uns partem, outros ficam
Fiquei bastante tempo à sua espera
3) Locuções pronominais indefinidas
Cada qual, cada um, qualquer um, seja quem for, todo aquele
que, um ou outro, etc.
f) Pronomes Interrogativos
Aparecem em frases interrogativas
Ex.: Que há?; Que dia é hoje?; Quem foi?; Reagir contra quê?
g) Pronomes Relativos
Representam nomes já referidos, com os quais estão
relacionados. Daí denominarem-se relativos.
O qual, os quais, cujo, quantos, quem, que, onde
Exemplos:
Armando comprou a casa que lhe convinha
O lugar onde paramos era deserto
Leve tantos ingressos quantos quiser
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto mórfico (critério morfológico)
A) O pronome rejeita:
1. sufixos aumentativos (-ão, -zão) e diminutivos (-inho, -inho)
2. sufixos superlativos (-íssimo, -érrimo, -limo) e o sufixo
adverbial (-mente)
Obs.: Tudinho não significa “pequeno tudo”; nadinha não
significa “pequeno nada”; mesmíssimo não significa “muito
mesmo”
Muitíssimo, pouquíssimo
B) O pronome admite oposição de pessoas gramaticais:
1. Eu X tu; meu X teu; este X esse
2. Eu e tu X ele; meu e teu X seu; este e esse X aquele
3. Eu, tu, ele X alguém; meu, teu, seu X alheio; este, esse,
aquele, X outro e qualquer
Próprio, certo, uns, tal
C) As formas pronominais não se distinguem por meio de
flexão : fazem o plural não pelo acréscimo de sufixo, mas pela
heteronímia:
O plural de “eu”não é “eus”, mas “nós”, o de “tu”não é “tus”,
mas “vós”.
Você-vocês, ele-eles, meu-meus, aquele-aqueles, própriopróprios
II. Aspecto sintático (critério sintático)
A) Pronomes Substantivos:
Não se articulam com o substantivo: eu, isto, nada, tudo, algo,
alguém, ninguém, quem, etc.
B) Pronomes Adjetivos:
Articulam-se com o substantivo, à semelhança do adjetivo:
Meu (pai), este (caderno), outro (livro), cuja (voz), algum (dia),
certo (homem), etc.
Mero professor, suposto ladrão (“mero” e “suposto”=
adjetivos)
III. Aspecto semântico (critério semântico)
A) Pronomes definidos: denotam a idéia de pessoa, posse,
referência de maneira precisa.
Os pessoais, os possessivos, os demonstrativos, os relativos
B) Pronomes indefinidos: denotam a idéia de referência de
maneira vaga.
Os indefinidos
Pronomes interrogativos
Classificação dos Vocábulos – NUMERAL
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
“Quando queremos indicar uma quantidade exata de pessoas ou
coisas, ou assinalar o lugar que elas ocupam numa série,
empregamos uma classe especial de palavras – os numerais.”
(Gramática da língua portuguesa. p. 357)
B) D. P. Cegalla
“Numeral é a palavra que exprime número”
(Novíssima gramática da língua portuguesa.p. 147)
II. Classificações
a) Cardinais
Os números básicos: um, dois, cem...
b) Ordinais
Indicam a ordem de sucessão que os seres e os objetos ocupam
em determinada série: primeiro, segundo, décimo...
c) Multiplicativos
Indicam o aumento proporcional da quantidade, a sua
multiplicação: dobro, triplo...
d) Fracionários
Exprimem a diminuição proporcional da quantidade, a sua
divisão: meio, terço, quinze avos ...
Obs.: (Celso Cunha. p. 358):
Numerais coletivos: dezena, década, dúzia... Comportam-se
como substantivos: milhão, bilhão. Ex.: três milhões
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto mórfico (critério morfológico)
Palavra supletiva cujo singular seja “um” ou “uma”. Rejeita o
aumentativo, o diminutivo, o superlativo e o sufixo adverbial
“mente”.
Não me deram chance, umazinha sequer
Obs.: não são numerais: milhões, dezenas, etc. (possuem
singular: milhão, dezena) e os ordinais e os multiplicativos
(flexionam-se no plural e aceitam sufixo em -mente)
II. Aspecto sintático (critério sintático)
Combina-se imediatamente com o substantivo; não se deixa
preceder por “tão”ou “bem”.
Dois cadernos, duas colegas
Tinha bem quatro carros capotados na estrada
III. Aspecto semântico (critério semântico)
Expressa quantidade exata de pessoas ou coisas, ou ainda
assinala o lugar que elas ocupam numa série.
Emiti duas ordens hoje: ... (ordens não é pessoa, nem coisa)
Classificação dos Vocábulos – INTERJEIÇÃO
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
“Interjeição é uma espécie de grito com que traduzimos de
modo vivo nossas emoções. (...) O valor de cada forma
interjectiva depende fundamentalmente do contexto e da
entonação.” (Gramática da língua portuguesa. p.547)
II. Classificações
a) Alegria: oh!, ah!, viva!
b) Dor: ai!, ah!, ai de mim!
c) Espanto: oh!, puxa!
d) Advertência: cuidado!, atenção!, calma!
e) Aprovação: muito bem!, bravo!
f) Silêncio: psiu!, silêncio!
B) D.P. Cegalla
“Interjeição é uma palavra ou locução que exprime um estado
emotivo.”
III. Locução interjetiva
Ex.: “Caramba! Isto é que se chama talento”
Grupo de palavras com valor de interjeição: Quem me dera!;
“Puxa vida! Outra vez! _exclamou Gumercindo”
Valha-me Deus!
(Novíssima gramática da língua portuguesa. p. 253)
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto mórfico (critério morfológico)
A) Exibe formas estranhas à estrutura do idioma: Ah, há, ih, hi,
psit, hum-hum
B) Presença da entonação
Deus queira que você volte
Alô (atendendo o telefone)
II. Aspecto sintático (critério sintático)
Palavra isolada, sem relação com as outras palavras, é
sintaticamente solta, não forma sintagma com outra.
Ai! O lobo matou o cordeiro
III. Aspecto semântico (critério semântico)
Classe gramatical que geralmente forma sentido completo por
si própria (palavra- frase).
Classificação dos Vocábulos – PREPOSIÇÃO
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
“Chamam-se de preposições os vocábulos gramaticais
invariáveis que relacionam dois termos de uma oração, de tal
modo que o sentido do primeiro (antecedente) é explicado ou
completado pelo sentido do segundo (conseqüente). Assim:
Antecedente Preposição
Conseqüente
Foi
A
Roma
Compareceu
À
hora prevista
Fugiu
De
casa
Vibrou
De
alegria
Mora
Com
a família
Combinou
Com
você
(Gramática da língua portuguesa.p.511)
B) D. P.Cegalla
“A preposição vincula um termo dependente a um termo
principal ou subordinante, estabelecendo entre ambos relações
de posse, modo, lugar, causa, fim, etc.
A motocicleta de Cláudio era nova.
Trabalhemos com alegria.
Isabel mora em Niterói.
Nos exemplos acima, as preposições “de”, “com” e
“em”estabelecem relações de posse, modo, e lugar,
respectivamente.”
(Novíssima gramática da língua portuguesa. p.229)
Comprei este livro por 20 reais (relação de preço?)
II. Classificações
a) Essenciais: palavras que sempre foram preposição. São elas:
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,
perante, por, sem, sob, sobre.
Exemplos com a preposição “de” (Hildebrando André):
Casa de Pedro (posse), ponta da mesa (parte), parafuso da
fechadura (pertença), piano de cauda (classificação), caixa de
jóia (finalidade), acontecimentos do Vietnã (lugar), espera de
um mês (tempo), copo de vidro (matéria), copo de pinga
(conteúdo), caneta de cem reais (preço), etc.
Exemplos com outras preposições:
Ir à cidade; dormir até dez horas por noite; lutar com as
paixões; lutar contra as injustiças; viver em paz; ir para o
norte; comunicar-se por gestos; falar sobre leis.
b) Acidentais: palavras de outras classes gramaticais
(principalmente advérbios) que acidentalmente funcionam
como preposições.
São elas: conforme, segundo, durante, mediante, visto, como,
etc. Ex: Vestir conforme a moda; Ter como prêmio um abraço;
Comportar-se segundo as etiquetas sociais; Dormir durante a
viagem; Ser solto mediante fiança.
III. Locuções prepositivas
Formadas de advérbio + preposição
Abaixo de, cerca de, acima de, a fim de, em cima de, através
de, a respeito de, em favor de, junto a, para com, de acordo
com, por meio de, em vez de, diante de, ao longo de, etc.
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto sintático (critério sintático)
A) Pertence à subclasse das preposições essenciais toda palavra
que ocupar a posição pontilhada em um dos três esquemas
seguintes:
......................
Mim
......................
Ti
......................
Si
Ex: a mim, a ti, a si; de mim, de ti, de si; sem; mim, sem ti, sem
si.
B) Pertence à subclasse de preposições acidentais as palavras
invariáveis que podem ocupar a posição pontilhada no seguinte
esquema:
Aqui tudo muda ..................................... o inverno
Ex: Aqui tudo muda durante/fora/salvo/menos/conforme/
segundo o inverno.
Para os casos de “nem”, “até”, “mesmo”, “só” vale o seguinte
esquema:
.................................................. o inverno falhou
Ex.: Nem/até/mesmo/só o inverno falhou.
Obs.: Os critérios mórfico e semântico não têm validade como
critério classificatório, no caso da preposição.
Classificação dos Vocábulos – CONJUNÇÃO
GRAMÁTICOS TRADICIONAIS
I. Definições
A) Celso Cunha
“Os vocábulos gramaticais que servem para relacionar duas
orações ou dois termos semelhantes da mesma oração chamamse conjunções.”
(Gramática da língua portuguesa. p. 533)
“O médico não veio nem me telefonou”
“Não só estudamos as lições, mas também fizemos as tarefas”
“Estudava muito, porém não tinha método”
“Decida-se: ou fuja ou enfrente as conseqüências”
“Penso, logo existo”
“Choveu durante a noite, pois as ruas estão molhadas.”
B) Hildebrando A. de André
“conjunção é a palavra invariável que liga duas orações entre
si, ou que, dentro da mesma oração, liga dois termos entre si
independentes. Exs.:
b) Conjunções Subordinativas
“Ligam duas orações, subordinando uma à outra” (D.P.Cegalla)
LIGANDO ORAÇÕES:
‘Vestia uma cueca preta e calçava enormes tamancos’
‘Sua Majestade entende que este dia já foi bastante
desgraçado’.
LIGANDO TERMOS:
‘Pedro e Paulo viajaram’.
‘Quero que você compre um romance ou um livro de versos’.”
(Gramática ilustrada. p.230)
II. Classificações
a) Conjunções Coordenativas
“São as que ligam duas orações ou dois termos (dentro da
mesma oração), sendo que ambos os elementos ligados
permanecem entre si independentes.” (Hildebrando André)
Principais conjunções coordenativas:
E, nem, (não só)... mas também (ADITIVAS) mas, porém,
contudo, entretanto, todavia, (ADVERSATIVAS) ou, ou...ou,
ora...ora, quer...quer (ALTERNATIVAS) logo, portanto, por
conseqüência
(CONCLUSIVAS)
pois,
porque,
que
(EXPLICATIVAS)
Exemplos:
Principais conjunções subordinativas:
Que, se (INTEGRANTES) porque, que, pois, como, porquanto,
visto que, já que, desde que, (CAUSAIS) como, assim como,
(tão ou tanto) como, (mais) do que, (tanto) quanto
(COMPARATIVAS) embora, conquanto, que, ainda que,
mesmo que, dado que (CONCESSIVAS) se, caso, desde que,
salvo se, a não ser que, a menos que, dado que
(CONDICIONAIS)
como,
conforme,
segundo
(CONFORMATIVAS) tal que, de sorte que, de forma que, sem
que, (CONSECUTIVAS) para que, a fim de que, (FINAIS) à
proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais
...(mais) (PROPORCIONAIS) quando, enquanto, logo que,
sempre que,antes que, até que, agora que (TEMPORAIS)
Exemplos:
“Sabemos que a vida é breve”
“Já que é impossível, não insistirei”
“Ele era arrastado como uma folha de vento”
“Ela vestia-se bem, embora não fosse rica”
“Ficaremos sentidos, se você não vier”
“Comprarei o quadro, desde que não seja caro”
“As coisas não são como dizem”
“Minha mão tremia tanto que mal podia escrever”
“Afastou-se depressa para que não o víssemos”
“À medida que se vive mais se aprende”
“Venha quando você quiser”
J. R. MACAMBIRA
I. Aspecto sintático (critério sintático)
A) Conjunção subordinativa: introduz oração inversível:
-Eu vi por trás o cadafalso (primeira posição), quando me
ofereceram o trono (segunda posição).
-Quando me ofereceram o trono (primeira posição), eu vi por
trás o cadafalso (segunda posição)
Exceções: consecutivas e comparativas
B) Conjunção coordenativa: não aceita a inversão:
-Sofro, mas espero
-* Mas espero, sofro
C) A conjunção, tanto coordenativa quanto subordinativa,
ocupa a posição pontilhada no esquema seguinte:
Verbo finito
------------------ Verbo finito
Exs.: Penso logo existo; Choro porque sofro; Espero e confio;
Seguirei quando puder; Voltarei, embora lamente.
Obs.: Os critérios mórfico e semântico não têm validade como
critério classificatório, no caso da preposição.
BIBLIOGRAFIA:
MACAMBIRA, J.R. Estrutura morfo-sintática do português. 3ed. São Paulo, Pioneira, 1978.
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