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INFORMAÇÃO À IMPRENSA
Investigação nacional
Cientistas portugueses recebem bolsa europeia
Proof of Concept, no valor de 150 mil euros, da European Research Council distingue
investigação na área das perturbações musculares, controlo do cérebro sobre as
máquinas e resistência celular no tratamento de doenças
27 de janeiro de 2016 – Os investigadores Edgar Gomes, do Instituto de Medicina Molecular
(iMM Lisboa), António Jacinto, do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (CEDOC-NMS|FCM) e Rui Costa, da
Fundação Champalimaud (FC), receberam, respetivamente, 150 mil euros, valor da bolsa de
Investigação europeia Proof of Concept, concedida pela European Research Council (ERC). Os
cientistas foram distinguidos por projetos que terão a duração de um ano e meio, sobre
perturbações musculares, controlo do cérebro sobre as máquinas e a resistência celular no
tratamento de doenças.
Novo sistema in vitro tridimensional de doenças musculares para identificar e validar
fármacos
O projeto intitulado "A novel muscle disorders 3D in vitro system for drug screening and
validation”, da responsabilidade do investigador Edgar Gomes, do iMM Lisboa, visa o
desenvolvimento de um protótipo de um sistema in vitro tridimensional de doenças
musculares para identificar e validar fármacos.
Muitas doenças musculares levam à imobilização parcial ou total dos doentes tendo, por isso,
um grande impacto socioeconómico. Atualmente, não existem bons sistemas para testar
fármacos que possam melhorar ou corrigir os sintomas destas doenças. No laboratório de
Edgar Gomes, os investigadores desenvolvem um sistema celular tridimensional que mimetiza
algumas doenças musculares e identificam um novo processo que ocorre nessas doenças. Com
este projeto, os cientistas pretendem desenvolver um protótipo deste sistema que possa ser
usado por outros laboratórios, a nível mundial, na identificação de novos fármacos eficazes no
tratamento e cura de múltiplas doenças musculares.
Edgar Gomes esclarece que “no final deste projeto esperamos ter um protótipo funcional que
será a base do produto que iremos comercializar” e ainda que “o financiamento irá também
ser usado para realizamos pesquisas de mercado e identificar potenciais compradores para os
nossos produtos”.
Controlo do cérebro sobre as máquinas
Conseguir controlar uma máquina com a atividade do cérebro já não é mera ficção científica,
aliás, as chamadas Interfaces Cérebro-Máquina são hoje uma promessa no campo da neuroreabilitação e a sua aplicação em próteses e em simples equipamentos representa um
mercado em potencial crescimento.
O desafio agora é trazer esta tecnologia para simples tarefas do dia a dia. É exatamente este o
foco de estudo do grupo liderado por Rui Costa, investigador principal da FC.
O projeto “Brain Control” tem por base a criação do protótipo de uma Interface CérebroMáquina com características únicas. “A nossa proposta é desenvolver uma interface CérebroMáquina portátil, de fácil utilização para o utilizador e adaptável a diferentes equipamentos.
Queremos desenvolver algo que tenha um impacto na sociedade, que ofereça uma melhoria
na vida das pessoas, seja na área da saúde, do entretenimento ou outras”, explica Rui Costa.
Com este financiamento, o grupo irá desenvolver novos algoritmos e hardware para que a
interface Cérebro-Máquina possa tornar-se num produto que ofereça vantagens para doentes
e para a população em geral.
Resistência celular no tratamento de doenças
O grupo de investigação liderado por António Jacinto, investigador principal do Grupo de
Morfogénese e Regeneração de Tecidos do CEDOC-NMS|FCM, foca-se no estudo da
regeneração de tecidos, mais concretamente nos mecanismos moleculares que estão
envolvidos nesta reparação. No âmbito desta investigação, este grupo identificou uma classe
de moléculas essencial no processo de cicatrização, denominadas junções de oclusão.
Com esta descoberta nasceu a possibilidade de se intervir nos processos de reparação do
epitélio, promovendo a cicatrização dos mesmos. Em parceria com a empresa Thelial, o grupo
de António Jacinto propôs-se a testar fármacos que a Thelial tinha já identificado como tendo
potencial regenerador em lesões ligadas às junções de oclusão, para então manipular a
reparação das lesões.
O Conselho Europeu de Investigação apostou neste projeto e financiou esta parceria com
cerca de 150 mil euros com o objetivo de explorar a potencialidade terapêutica destes
fármacos nos processos de cicatrização.
Para o efeito, com este investimento, o António Jacinto e a Thelial vão testar o efeito dos
fármacos no caso concreto do epitélio do intestino cuja integridade quando comprometida
pode levar a patologias como o Leaky Gut associada a vários processos inflamatórios. Com a
aplicação terapêutica destes fármacos existe a possibilidade de se repararem as lesões
potenciando a cura ou a prevenção destas doenças.
Caso se revele um efeito positivo nos testes efetuados primeiramente em modelos celulares e
animais, esta descoberta será patenteada e seguirá para ensaios clínicos em humanos.
O “Proof of Concept” é
sistema
de
financiamento
aberto a investigadores que já receberem bolsas ERC, como foi o caso de Edgar Gomes em
2014, Rui Costa em 2009 e 2013 e António Jacinto em 2008. Este financiamento tem como
finalidade ajudar os cientistas a explorar o
potencial de inovação das suas pesquisas ou apoiar a comercialização dos resultados da sua
investigação. Mais informações em: https://erc.europa.eu/proof-concept.
Notas para o editor:
Mais informação sobre Edgar Gomes, investigador do iMM Lisboa:
Edgar Gomes é natural do Porto e licenciou-se em Bioquimica em 1996 pela Universidade de Coimbra.
Após concluir o seu doutoramento na mesma universidade em 2002, atravessou o atlântico para realizar
o seu treino pós-doutoral na Universidade de Columbia, em Nova York, EUA. Em 2007 rumou a Paris,
Franca, para lideram uma equipa na Universidade Pierre et Marie Curie, a estudar a organização de
células musculares e a sua implicação para doenças esqueléticas. Em 2014 migrou o seu laboratório para
o iMM Lisboa. O trabalho do Edgar Gomes tem sido financiado por múltiplos organismos internacionais
tais como MDA, EUA; AFM, França; EMBO e ERC, UE, e publicado em revistas internacionais tais como a
Cell, Nature e Science.
Mais informação sobre Rui Costa, investigador da Fundação Champalimaud:
Rui Costa nasceu na Guarda, em 1972. Licenciou-se em Medicina Veterinária na Universidade Técnica de
Lisboa. Doutorou-se em Ciências Biomédicas pela Universidade do Porto e pela Universidade da
Califórnia, em Los Angeles, onde fez trabalho para elucidar os mecanismos que causam as deficiências
de aprendizagem em Neurofibromatose do tipo I. Este trabalho valeu-lhe o prémio de Jovem
Investigador da Fundação Nacional de Neurofibromatose Americana, em 2001, e foi destacado pelo
Presidente da Sociedade Americana de Neurociência num discurso ao congresso Americano em 2002
como um dos mais promissores avanços no estudo de doenças cognitivas. Fez o pós-doutoramento em
Neurobiologia na Universidade de Duke, também nos EUA, onde começou a investigar os mecanismos
de aprendizagem das ações, e doenças que afetam a iniciação de ações, como o Parkinson. Depois disso
liderou vários anos a secção de Neurobiologia da Ação nos Institutos Nacionais de Saúde Americanos,
onde pertenceu ao Comité de Planeamento Interno. Em 2009 regressou a Portugal para ser Investigador
do Programa de Neurociência da Fundação Champalimaud. Em 2009 recebeu uma prestigiada bolsa do
European Research Council (ERC) no valor de 1.6 milhões de euros, e em 2013 recebeu uma nova bolsa
do ERC no valor de 2 milhões de euros, tornando-se o primeiro investigador português a ter dois
projetos do ERC. Em 2010 recebeu o prémio Seeds of Science de Ciências da Vida, e em 2012 a
International Early Career Scientist Grant do Howard Hughes Medical Institute. Ainda em 2012 recebeu
o Young Investigator Award da Sociedade Americana de Neurociências. Em 2014 foi eleito Chairman do
Programme Commitee das Federações de Neurociências Europeias, e também eleito como membro da
European Molecular Biology Organization. Ainda em 2014 recebeu a medalha de serviços distintos do
Ministério da Saúde, grau prata, foi feito Comendador da Ordem de Santiago de Espada pelo Presidente
da Republica de Portugal, e recebeu o prémio Young Investigator Career Award da Fundação Jean-Louis
Jeantet, da Suiça. É Presidente do American Portuguese Biomedical Research Fund, e Vice-Presidente da
Sociedade Portuguesa de Neurocência. Pertence ao Conselho Científico dos Prémios Santa Casa da
Misericórdia e da Fundação Bial.
Mais
informação
sobre
António Jacinto, investigador
Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de
Lisboa (CEDOC-NMS|FCM):
António Jacinto é Coordenador do Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC) da Faculdade de
Ciências Médicas|NOVA Medical School, da Universidade Nova de Lisboa, e Professor Catedrático
Convidado da mesma faculdade na área de ensino de Medicina Celular e Molecular. O seu grupo de
investigação estuda a regeneração de órgãos e tecidos e tem nesta área científica publicado artigos em
revistas de elevado impacto e obtidos financiamentos internacionais altamente competitivos. António
Jacinto é licenciado em Bioquímica (1993) pela Universidade de Lisboa e fez o Doutoramento na
Universidade de Londres na área de Genética e Biologia do Desenvolvimento (1999) no âmbito do
Programa Gulbenkian de Doutoramento em Medicina e Biologia. Após um período de PósDoutoramento na University College London começou seu grupo independente de investigação no
Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras, em 2002. Mudou-se em 2004 para o Instituto de Medicina
Molecular, em Lisboa, onde desenvolveu até 2011 vários projetos de investigação e esteve envolvido em
atividades de coordenação do Programa Doutoral e do Programa de Biologia Celular e Desenvolvimento.
António Jacinto tem uma participação ativa na comunidade científica sendo com regularidade avaliador
de projetos de investigação e revisor de artigos científicos de revistas internacionais. É ainda membro do
Conselho Científico das Ciências da Vida e da Saúde da Fundação para a Ciência e Tecnologia e membro
do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Médicas|NOVA Medical School, da Universidade Nova
de Lisboa."
Sobre o iMM Lisboa
O Instituto de Medicina Molecular, fundado em 2002, é um dos principais institutos de investigação de
ciência em Portugal, que promove a investigação biomédica básica, clínica, de translação e a inovação
nestas áreas, contribuindo para a compreensão dos mecanismos da doença, o desenvolvimento de
novas abordagens terapêuticas e de ferramentas de diagnóstico. Para mais informações visite o novo
site do iMM Lisboa www.imm.medicina.ulisboa.pt
Sobre o Champalimaud Research
O Champalimaud Research teve início com o Champalimaud Neuroscience Programme, criado em 2007.
Trata-se de uma equipa de investigação fundamental, atualmente composta por 17 grupos de
Investigação que trabalham para um mesmo objetivo - perceber a função dos circuitos e sistemas
neuronais - aplicando para isso avançadas técnicas de biologia molecular, fisiologia e imagiologia e
recorrendo a diferentes modelos animais, incluindo moscas da fruta, ratinhos, ratos e peixes-zebra.
Sobre o CEDOC – Centro de Estudos de Doenças Crónicas
O CEDOC – Centro de Estudos de Doenças Crónicas, é um Centro de Investigação da NMS|FCM. Tendo
origem numa Faculdade de Medicina comunga da sua missão de serviço público para a qualificação de
excelência nos domínios das ciências médicas e tem como objetivo principal posicionar-se na vanguarda
da investigação científica na área das Doenças Crónicas. O CEDOC reúne num só espaço grupos de
investigação biomédica, translacional e clínica e adicionalmente, acolhe serviços dedicados à
comunidade e empresas de biotecnologia. Em conjunto com o iBET, o IPOLFG e o ITQB-UNL, o CEDOC
integra uma unidade de I&D chamada iNOVA4Heath - Programa em Medicina Translacional, que tem
por missão atingir a excelência
pré-clínica através de parcerias internacionais.
na investigação básica, clínica e
A NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM), unidade orgânica da
Universidade NOVA de Lisboa, é a Faculdade de Medicina com o melhor rácio tutor/aluno (1/3) nos anos
clínicos em Portugal, trabalha com várias unidades de saúde associadas, o que permite uma diversidade
de locais de ensino e um conhecimento da realidade hospitalar e de cuidados de saúde primários mais
abrangentes.
Para informação adicional, contactar:
iMM Lisboa | Joana Rodrigues | [email protected] | 92 678 06 66
Fundação Champalimaud| Maria João Soares | [email protected] | 213 845 720 | 914 237
487
Gabinete de Imagem e Relações Externas da NMS|FCM | Rosário Pinheiro | [email protected]
|218 803 086 | 925 946 068
Comunicação de Ciência da NMS|FCM | Maria S. Correia | [email protected] | 218 803 101
| 925 153 213
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