2 UNIDADE BASES CIENTÍFICAS DA METROLOGIA ___________________________________SUBUIDADE 1- QUATIDADES E UIDADES AULA 3 – TERMODIÂMICA E ELETRICIDADE "Eu quero saber como Deus criou este mundo. ão estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer os pensamentos Dele, o resto são detalhes.” Albert Einstein “O começo de todas as ciências é o espanto de as coisas serem o que são.” Aristóteles 2 Prezado (a) aluno (a), Seja bem-vindo (a) à terceira aula da Unidade 2, Bases Científicas da Metrologia, e Subunidade 1, Quantidades e Unidades, do Curso de Formação de Agentes Fiscais em Metrologia Legal. Nesta aula, vamos estudar os conceitos de grandezas dos domínios da Termodinâmica e Eletricidade. Dentre alguns assuntos que trataremos destacam-se: a temperatura, as escalas termométricas, a corrente elétrica, a diferença de potencial. Apresentamos alguns conceitos básicos e úteis que o auxiliarão a seguir os estudos neste curso. O texto desta aula é adaptado da Wikipedia: a enciclópedia livre. Após a leitura do texto, assista a um vídeo muito interessante sobre o referido assunto. Ao final desta aula, você encontrará alguns exercícios que deverão ser resolvidos. Bons Estudos! 3 1. Temperatura A Temperatura é um parâmetro que descreve um sistema físico. Vulgarmente se associa às noções de frio e calor, bem como às transferências de energia térmica. De um ponto de vista microscópico, pode ser definida mais exatamente como a medida da energia cinética associada ao movimento aleatório das partículas que compõem um dado sistema físico. As partículas em um sistema se movem em todas as direções, no que chamamos de movimento aleatório. A energia cinética, como já vimos, é proporcional à massa de cada partícula vezes sua velocidade ao quadrado. Assim, levando em conta que a massa de uma partícula não varia, quanto maior a temperatura, maior será a velocidade com que as partículas se movimentam. Observe abaixo duas situações representando temperaturas diferentes. As setas são proporcionais às velocidades das partículas. No caso à esquerda, a energia cinética é menor do que no caso à direita. POUCO CALOR MUITO CALOR Como sabemos, a matéria é constituída por unidades básicas: átomos ou moléculas. No estado sólido, essas unidades básicas estão em posições mais ou menos bem definidas. Elas podem se agitar em torno de posições de equilíbrio, mas não podem se mover ao longo do objeto. No estado líquido, as ligações que mantinham essas unidades em torno de pontos fixos se desfazem e os átomos ou moléculas podem se mover. Não se movem tão livremente, pois mantém distâncias entre si muito parecidas com aquelas que tinham no estado sólido. No estado gasoso, as moléculas ou átomos se movem quase que livremente. Isso tem como conseqüência a expansão enorme que ocorre na transição do estado líquido para o gasoso. 4 No estado sólido, as moléculas estão organizadas (não necessariamente numa rede ordenada), conforme a situação representada à esquerda na figura abaixo. No estado líquido, representação no centro, essa organização desaparece, mas mantêm-se as distâncias médias. No estado gasoso, as moléculas se dispersam e a densidade diminui, conforme ilustrado na parte direita da figura abaixo. ESTADO SÓLIDO ESTADO LÍQUIDO ESTADO GASOSO É importante lembrar que, na dilatação, as distâncias entre os pontos fixos aumentam, pois a agitação das moléculas ou átomos também aumenta. É esta agitação das moléculas que causa a expansão do sólido. A diferença de temperatura permite a transferência da energia térmica, ou calor, entre dois ou mais sistemas. Quando dois sistemas estão na mesma temperatura, eles estão em equilíbrio térmico e não há transferência de calor. Quando existe uma diferença de temperatura, o calor é transferido do sistema de temperatura maior para o sistema de temperatura menor até atingir um novo equilíbrio térmico. Esta transferência de calor pode acontecer por condução, convecção ou radiação. Na condução, existe apenas transferência de energia, como a que ocorre quando você esquenta uma ponta de uma barra de metal e aos poucos toda ela vai se aquecendo. Este fenômeno é a forma predominante em sólidos. Na convecção existe a transferência de matéria. Quando você aquece um líquido numa panela, você vê a formação de correntes de convecção. Este mecanismo é predominante em líquidos e gases. A transferência de calor por radiação ocorre em todos os corpos, em todas as temperaturas. Apenas no zero absoluto cessa a irradiação de energia. Mas é mais fácil de percebê-la, quando você aproxima a mão perto de um objeto muito aquecido e sente o calor emanando desse objeto. 5 A temperatura é diretamente proporcional à quantidade de energia térmica num sistema. Quanto mais energia térmica se junta a um sistema, mais a sua temperatura aumenta. Ao contrário, uma perda de calor provoca um abaixamento da temperatura do sistema. Na escala microscópica, este calor corresponde à transmissão da agitação térmica entre átomos e moléculas no sistema. Assim, uma elevação de temperatura corresponde a um aumento da velocidade de agitação térmica dos átomos. Muitas propriedades físicas da matéria como as suas fases, a densidade, a solubilidade, a pressão de vapor e a condutibilidade elétrica dependem da temperatura. A temperatura tem também um papel importante no valor da velocidade das reações químicas. É por isso que o corpo humano possui alguns mecanismos para manter a temperatura a 37°C, visto que uma temperatura um pouco maior pode resultar em reações nocivas à saúde, com conseqüências sérias. A temperatura controla, também, o tipo e a quantidade de radiações térmicas emitidas pela área. Uma aplicação deste efeito é a lâmpada incandescente, em que o filamento de tungstênio é aquecido eletricamente até uma temperatura, em que uma quantidade notável de luz visível é emitida. A unidade básica de temperatura é o kelvin (K). Observe que não é correto falar de graus kelvin, como se vê muitas vezes. Um kelvin é, rigorosamente, definido como sendo 1/ 273,16 da temperatura do ponto triplo da água, ou seja, o ponto onde água, gelo e vapor de água coexistem em equilíbrio. O ponto triplo da água é exatamente 273,16 kelvin (0,01 °C) e a pressão é 611,73 pascal. 6 A temperatura 0K é chamada zero absoluto e corresponde ao ponto em que as moléculas e átomos possuem a menor quantidade possível de energia térmica. Para aplicações diárias, é sempre conveniente utilizar a escala Celsius, na qual 0ºC corresponde à temperatura onde a água congela e 100 ºC corresponde ao ponto de ebulição da água ao nível do mar. Nesta escala, a diferença de temperatura de 1 grau Celsius é a mesma que 1K de diferença de temperatura. A escala Celsius é essencialmente a mesma que a escala kelvin, porém com um deslocamento da temperatura de congelamento da água (273,16 K). Assim, a seguinte equação pode ser utilizada para converter Celsius em kelvin: K = °C + 273.15 Nos Estados Unidos, a escala Fahrenheit é geralmente utilizada. esta escala, o ponto de congelamento da água corresponde a 32ºF e o ponto de ebulição a 212ºF. A seguinte fórmula pode ser utilizada para converter Fahrenheit para Celsius: °C = 5/9 · (°F – 32) 7 1.2 Dilatação Um fenômeno importante, que tem bastante utilidade em instrumentos de medida, é o da dilatação. Como dissemos, a dilatação corresponde a uma expansão que ocorre num corpo sólido, devido ao aumento da agitação molecular. A equação que descreve a dilatação linear é a seguinte: L = Lo (1 + α ∆T) Onde L é o comprimento final, após a barra ter alcançado o equilíbrio térmico, ou seja, após estar toda a uma mesma temperatura. Lo é o comprimento da barra antes de ser aquecida. α é o chamado coeficiente de dilatação linear (cujas unidades são K-1) e ∆T é a variação de temperatura. 8 2. Eletricidade Como já vimos, o ampère (A) é uma das unidades de base do Sistema Internacional de Unidades (SI). O ampère é definido como a intensidade de uma corrente elétrica constante que, mantida entre dois condutores paralelos, retilíneos, de comprimento infinito, de seção circular desprezível, e situada à distância de 1 metro entre si, no vácuo, produz entre estes condutores uma força igual a 2x10-7 newton por metro de comprimento. Assim, o ampère é uma medida da corrente elétrica. A corrente elétrica é uma grandeza que representa o fluxo de carga elétrica em condutores. Vamos observar um exemplo simples para entender o que acontece. Na figura abaixo, temos um condutor simples, um fio metálico. Quando uma corrente flui nesse condutor, se medimos quanta carga passa por uma seção reta, ou seja, uma das duas faces do fio, num certo intervalo de tempo, teremos a medida da corrente. Microscopicamente, sabemos que a matéria é constituída de átomos e que estes têm elétrons como seus componentes. Em certos materiais, alguns desses elétrons podem se mover dentro do material. Normalmente, seu movimento é aleatório e não se observa nenhum efeito macroscópico (figura 1). Contudo, se um agente externo, uma força elétrica, agir nessas cargas, elas passam a se mover numa certa direção preferencial e aí surge a corrente elétrica (figura 2). Figura 1 9 Figura 2 Essa nossa visão é bastante simplificada e busca dar uma idéia esquemática do fenômeno físico. Mas com essa idéia podemos entender alguns dos fenômenos mais importantes que fazem parte de nosso cotidiano. A eletricidade está presente em quase tudo que fazemos. Ao acender uma lâmpada, ao ligar um forno de microondas, um aparelho elétrico. Um carro tem diversos componentes que dependem de eletricidade, motores de todos os tipos. Um sem número de aplicações. Muitos desses fenômenos terão relação com a passagem da corrente. 3. Resistência Ao olharmos a figura acima (1 e 2), podemos imaginar que o percurso dos elétrons poderá ter obstáculos. Em alguns materiais, os elétrons podem fluir mais livremente. Em outros, esse movimento poderá ter mais obstáculos. A propriedade que relaciona essa dificuldade de movimento é conhecida como resistência elétrica. Assim, os materiais podem ser classificados, em uma primeira análise, como condutores ou isolantes. São condutores aqueles que permitem passagem de corrente elétrica. Os exemplos mais comuns de condutores são os metais. No outro lado, os isolantes não permitem a passagem de corrente elétrica. São exemplos de materiais isolantes os plásticos e o vidro. Existem outros tipos de materiais que exibem comportamento mais complexo: os semicondutores e os supercondutores. Os semicondutores estão cada vez mais presentes em nosso dia-a-dia. São eles os materiais que permitem a existência dos chips presentes em todos os nossos equipamentos eletrônicos, como os computadores. A unidade de medida SI da resistência elétrica é o ohm, representado pela letra grega Ω. 10 A resistência depende da geometria, do formato do condutor. Vamos imaginar outro exemplo simples. Uma calçada numa grande cidade. Muitas pessoas caminhando. Seu esforço aumenta se tiver que percorrer um caminho mais longo. Mais energia será consumida. Contudo, num calçadão mais largo, seu esforço diminui, pois a competição por espaço é maior. Por essa razão, a resistência não é uma característica fundamental de um material, mas depende da forma como ele se apresenta. A propriedade fundamental é conhecida como resistividade e sua unidade é Ωm (ohm vezes metro). A resistividade de um material depende, entre outras coisas, da temperatura, e é representada normalmente pela letra grega ρ (rho). Em geral, a resistência dos metais aumenta com a temperatura. Isto não é uma surpresa, pois com o aumento da temperatura os átomos se movem mais rapidamente dentro do material, promovendo com isto o crescimento dos choques entre os elétrons livres e os átomos. Se a temperatura não varia muito, podemos dizer que a resistividade ρ(T) dos metais aumenta linearmente com a temperatura. Isto pode ser expresso na seguinte equação: ρ(T) = ρo [ 1 + α (T - To )] Onde ρo é a resistividade a uma temperatura de referência, To e α é coeficiente da temperatura para a resistividade, como pode ser visto na tabela abaixo. Note que o coeficiente de temperatura pode assumir valores negativos. Por quê? Isto significa que, em altas temperaturas, alguns elétrons que não estavam livres, ficaram livres e vão, conseqüentemente contribuir para a corrente elétrica. 11 Material Coeficiente de Temperatura α (o C)-1 Resistividade ρ (Ωm) a 20 o C CODUTORES -8 Prata 1,59 x 10 Cobre 1,72x 10 Alumínio 2,82 x 10 Tungstênio 5,60 x 10 Ferro 1,0 x 10 -8 0,0038 0,0039 -8 0,0039 -8 0,0045 -7 0,005 -5 -0,0005 -1 -0,048 2 -0,075 SEMICODUTORES Carbono (grafite) 3,5 x 10 Germânio 4,6 x 10 Silício 6,4 x 10 ISOLATES 10 Vidro 10 Borracha 10 13 14 - 10 15 - 10 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Resistividade, acessada em 20/10/2008 4. Diferença de potencial Como dissemos, a corrente surge, se uma força age nos elétrons e os força numa determinada direção. Essa força externa é criada pela ação de um campo elétrico externo. Esse campo elétrico externo cria o que conhecemos por uma diferença de potencial. Para entender melhor esse conceito, vamos usar um exemplo mecânico. Imagine uma caixa cheia de bolinhas. Se ela for colocada no chão e aberta, as bolinhas se mexem “pra lá e pra cá”, mas se ajeitam no chão mesmo. No entanto, se ela for colocada numa certa altura, as bolinhas “despencam”. Quanto maior a altura, maior será a velocidade que elas adquirem. 12 Assim, quanto maior a diferença de potencial, ou voltagem, como dizemos em nossa linguagem cotidiana, maior será a energia adquirida pelos elétrons e maior será a corrente elétrica. É claro que há limites para essas definições. Voltagens muito elevadas podem danificar os circuitos. A unidade SI de diferença de potencial é o volt (V). A relação entre essa três grandezas: corrente, resistência e voltagem é expressa na conhecida lei de Ohm, que não é uma lei fundamental: V=RI Onde V é a voltagem, R a resistência e I a corrente. A energia dissipada em uma resistência é feita pela forma de calor. Essa propriedade pode ser inconveniente para algumas situações. Significa perda num condutor e exige cuidados no dimensionamento de condutores. Para certas instalações elétricas, condutores muito finos ou muito longos, com maior resistência, podem dissipar muito calor e colocar em risco a segurança dos usuários. Mas essa história tem um lado bom. A dissipação de calor é um fenômeno muito útil. É ela que garante um banho quente para muitas pessoas. O aquecimento de água num chuveiro elétrico ocorre devido ao aquecimento da resistência do chuveiro. A luz da lâmpada incandescente aparece devido ao aquecimento de um filamento de metal, em geral o tungstênio. Inclusive essa propriedade é base para definição de uma das unidades de base do SI, a candela. A dissipação de calor, ou a energia térmica irradiada por um condutor, é em geral expressa através da potência irradiada. Potência é definida como energia emitida ou consumida, dividida pelo intervalo de tempo desse consumo. Sua unidade SI é o watt (W). Assim: 1 W = 1 J/s 13 A relação entre as grandezas potência, corrente, voltagem e resistência é expressa nas relações: P = V I = V 2R-1 = R I2 Onde P é a potência, V é a voltagem, I a corrente e R a resistência. 5. Circuitos elétricos As propriedades físicas de determinados materiais ou arranjo de materiais são utilizados para transportar ou transformar energia. Um condutor transporta energia de uma fonte a um consumidor. Um resistor dissipa energia. Um capacitor armazena energia. Um circuito elétrico é qualquer caminho fechado no qual flui uma corrente elétrica. Os elementos que podem ser colocados num circuito são de dois tipos: os ativos, como fontes de corrente ou de tensão, e os passivos, como os resistores, os capacitores ou os indutores. Cada elemento tem uma representação gráfica, como mostrada a seguir. Um dos exemplos mais simples de circuitos elétricos é aquele que combina resistores e fonte de tensão, que são, muitas vezes, chamadas de fontes de força eletromotriz, ou f.e.m. 14 No circuito abaixo, temos dois resistores e uma fonte de tensão (uma bateria, por exemplo). Dizemos que esses elementos estão ligados “em série”, pois a corrente que passa em todos eles é a mesma. No circuito que estamos usando como exemplo, a voltagem da fonte é 10V e cada resistor tem resistência de 2Ω e 3Ω, respectivamente. A PERGUTA, nesse caso, é: qual a corrente que circula nesse circuito? Tem-se a relação conhecida como lei de Ohm que explica a resposta de um resistor a uma tensão: I=V/R Onde I é a corrente, V a tensão e R a resistência do resistor. Mas, no presente caso, temos dois resistores. A SOLUÇÃO para resolver esse problema é calcular um valor de resistência equivalente. Ou seja, o valor de resistência de um único resistor que substitui aqueles dois. Como eles estão em série, a resistência equivalente é calculada como: Req = R1 + R2 = 2Ω + 3Ω = 5Ω E a corrente, então, vale: I = V / Req = 10 / 5 = 2 A 15 Se os resistores estiverem ligados em paralelo, e não mais em série como no caso anterior, como ilustra a figura abaixo, a resistência equivalente será calculada como o que resulta em Req = 6/5 Ω. A corrente no circuito pode ser calculada e vale I = 50/6 A. É importante chamar a atenção para o fato de que a corrente para os resistores em paralelo é maior que a obtida para os resistores em série. Isso ocorre porque num circuito em série a resistência equivalente é a soma das resistências. Aumenta a resistência, diminui a corrente. No caso em paralelo, a resistência equivalente é menor que as duas. Assim, diminui a resistência, aumenta a corrente. Você precisa entender que numa ligação em série, a mesma corrente passa por todos os elementos; numa ligação em paralelo, todos os elementos estão submetidos à mesma tensão ou voltagem. Diversas combinações de diversos tipos de elementos podem ser feitas. Deixamos à sua curiosidade a busca por maior aprofundamento, que pode ser obtido em livros textos de Física ou de Eletrotécnica. 16 SÍTESE DA AULA 3 • A temperatura pode ser entendida como um parâmetro que descreve um sistema físico ou como a medida da energia cinética associada ao movimento aleatório das partículas que compõem um dado sistema físico. Desta forma, quanto maior a temperatura de um corpo, maior será a velocidade do movimento das partículas. • No estado sólido, os átomos e moléculas já estão em posições definidas, organizados; no estado líquido, essa organização desaparece, mas mantém distância média, não se movem livremente. Já, no estado gasoso, as moléculas se dispersam e a densidade diminui. Na dilatação, as distâncias entre os pontos fixos aumentam, pois a agitação das moléculas ou átomos também aumenta. É esta agitação das moléculas que causa a expansão do sólido. • A diferença de temperatura permite a transferência de energia térmica ou calor, entre dois ou mais sistemas. Esta transferência de calor pode acontecer por condução, convecção ou radiação. Na condução, existe, apenas, a transferência de energia. Este fenômeno ocorre predominantemente em sólidos. Na convecção, existe a transferência de matéria, pode ser observada, por exemplo, na corrente que se forma na panela quando aquece um líquido. Observa-se esse fenômeno em líquidos e gases. Já a radiação ocorre em todos os corpos em todas as temperaturas. • A unidade básica de temperatura é o kelvin (K). O ponto triplo da água ou seja, o ponto onde água, gelo e vapor de água coexistem em equilíbrio, é exatamente 273,16 kelvin (0,01 °C) e a pressão é 611,73 pascal. 17 • Para o dia-a-dia, é mais viável se utilizar a escala Celsius, na qual 0ºC corresponde à temperatura onde a água congela e 100 ºC corresponde ao ponto de ebulição da água ao nível do mar. Para o dia-a-dia, é mais viável se utilizar a escala Celsius, na qual 0ºC corresponde à temperatura em que a água congela e 100 ºC corresponde ao ponto de ebulição da água ao nível do mar. • Para converter Celsius em kelvin, utiliza-se a seguinte equação: K = °C + 273.15 • Nos Estados Unidos, a escala Fahrenheit é, geralmente, utilizada. esta escala, o ponto de congelamento da água corresponde a 32ºF e o ponto de ebulição a 212ºF. A fórmula utilizada para converter Fahrenheit para Celsius é: °C = 5/9 · (°F – 32) • Para se medir a dilatação, que é a expansão que ocorre em um corpo sólido, utiliza-se a fórmula: L = Lo (1 + α ∆T) • A matéria é constituída de átomos e estes têm elétrons como seus componentes. Se um agente externo, uma força elétrica, agir nesses átomos, eles passam a se mover numa certa direção preferencial e aí surge a corrente elétrica. Assim, a corrente elétrica é observada, quando partículas eletricamente carregadas, se movem de forma ordenada. A unidade de base da medida da corrente elétrica é o ampère (A). 18 • A propriedade que relaciona a dificuldade de movimento dos elétrons é conhecida como resistência elétrica. A partir desta definição, classificam-se os materiais como condutores ou isolantes. No primeiro, condutores são aqueles materiais que permitem a passagem de corrente elétrica; já os isolantes não permitem essa passagem. A unidade de medida SI da resistência elétrica é o ohm, representado pela letra grega Ω. • A resistência de um material depende da forma como ele se apresenta. A resistividade de um material depende, entre outras coisas, da temperatura, e é representada normalmente pela letra grega ρ (rho). Em geral, a resistência dos metais aumenta com a temperatura. A fórmula que expressa a resistividade de um material é: ρ(T) = ρo [1 + α (T - To )] • Quanto maior a diferença de potencial, ou voltagem, como dizemos em nossa linguagem cotidiana, maior será a energia adquirida pelos elétrons e maior será a corrente elétrica. A unidade SI de diferença de potencial é o volt (V) e pode ser expressa por V=RI • A dissipação de calor ou a energia térmica irradiada por um condutor, é, em geral, expressa através da potência irradiada. Potência é definida como energia emitida ou consumida, dividida pelo intervalo de tempo desse consumo. Sua unidade SI é o watt (W). Assim: 1 W = 1 J/s • Um circuito elétrico é qualquer caminho fechado no qual flui uma corrente elétrica. E pode ser representado pelos seguintes elementos: a) Condutor é o que transporta energia de uma fonte a um consumidor. b) Resistor, é o que dissipa energia. c) Capacitor, é o que armazena energia. 19 • Quando os resistores estão ligados “em série”, a corrente que passa em todos eles é a mesma. A fórmula utilizada para calcular a resistência, neste caso, é: Req = R1 + R2 • Quando os resistores estiverem ligados em paralelo, todos os elementos estão submetidos à mesma tensão ou voltagem. A fórmula a ser utilizada é: GLOSSÁRIO CODUTIBILIDADE ELÉTRICA – quando é aplicada uma diferença de potencial, por meio de uma fonte elétrica às paredes de um cristal metálico, os elétrons livres adquirem um movimento ordenado, ou seja, passam a mover-se do pólo negativo para o pólo positivo, formando um fluxo eletrônico orientado na superfície do metal, pois como se trabalha com cargas de mesmo sinal, estas procuram a maior distância possível entre elas. Quanto mais elétrons livres no condutor, melhor a condução se dá. SOLUBILIDADE - é a medida da capacidade de uma determinada substância dissolver-se num líquido. Pode-se expressar em mols por litro, em gramas por litro, ou em percentagem de soluto/ solvente. TUGSTÊIO - é um metal de transição que, à temperatura ambiente, encontra-se no estado sólido. MACROSCÓPICO - que se vê sem auxílio de microscópio ou lente. ELÉTROS - são partículas subatômicass que circundam o núcleo atômico, possuem carga negativa e são os responsáveis pela criação de campos magnéticos e elétricos. 20 Referências - LUFT, Celso Pedro, 1921 – Minidicionário Luft / colaboradores Francisco de Assis Barbosa, Manuel da Cunha Pereira; organização e supervisão Lya Luft. – São Paulo: Ática 2000. - Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de Metrologia: portaria IMETRO nº. 029 de 1995 / INMETRO, SENAI - Departamento Nacional. 5. ed. – Rio de Janeiro: Ed. SENAI, 2007. - http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal VÍDEO DA AULA 3 Assista agora ao vídeo muito interessante sobre o assunto tratado nesta aula. Em seguida, você estará apto a desenvolver os exercícios. Comunique ao seu interlocutor quando estiver pronto para assistir ao vídeo! EXERCÍCIOS 1. A temperatura no inverno numa região dos Estados Unidos da América varia entre 0oF e 60oF. A que temperatura isso equivale na escala Celsius? 2. Duas barras de metal, uma de cobre e outra de alumínio, têm inicialmente o comprimento de 0,20 m e temperatura inicial de 20 oC. Qual será o comprimento dessas barras, quando forem aquecidas a 80 oC? 21 3. A água é uma substância que apresenta um comportamento bastante interessante. Numa determinada temperatura, ela apresenta máxima densidade. Descubra A) qual é essa temperatura. B) qual é a densidade. 4. Na aula de hoje, não abordamos os fenômenos de transição de fase, ou seja, as mudanças dos estados em que a matéria pode se encontrar, dependendo da temperatura e pressão. A) Discuta essas transições, usando o gráfico abaixo, em que mostramos o ponto triplo da água. As letras S, L e V representam sólido, líquido e vapor, respectivamente. B) Para uma temperatura de 300K e à pressão de 1atm, pesquise o que significa essa unidade de pressão e a quantos pascais ela equivale. C) Em qual estado se encontra a água, às circunstâncias expostas na letra “B”, acima? D) Mostre, de forma esquemática, esse ponto no gráfico. E) Para que pressão podemos encontrar a água em estado líquido a 130 oC? Você pode utilizar um valor aproximado. ATEÇÃO! A escala vertical nesse gráfico está em logaritmos. 22 5. Queremos descobrir o coeficiente da temperatura da resistividade para um determinado condutor. Na tabela abaixo, encontram-se medidas que foram feitas em diversas temperaturas. Com base nesses valores, calcule o valor de α. Temperatura (oC) Resistividade (x 10-8 Ωm) 20 1,72 50 1,92 100 2,24 150 2,57 200 2,9 Sugestão: escolha dois valores de referência para ρo e To ; por exemplo, os valores a 20oC. A) Faça um gráfico com os valores calculados, conforme as fórmulas expostas no gráfico abaixo. B) Finalmente, calcule a inclinação da melhor reta que passa pelos pontos que você colocou no gráfico. Esse valor corresponde ao coeficiente de temperatura. 23 6. Calcule a corrente que passa em cada um dos resistores no circuito abaixo: Em caso de dúvidas, comunique ao monitor, que estará presente na sala para auxiliar os participantes, esclarecendo as questões. Capriche em suas repostas e bom trabalho! 24