1 Dia Arquidiocesano do Catequista – 10.09.2011 SACRAMENTOS

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Dia Arquidiocesano do Catequista – 10.09.2011
SACRAMENTOS. PORQUÊ
Bom dia a todos.
Começamos por dar graças a Deus pela oportunidade de nos reunirmos em Seu Nome;
dar os parabéns aos responsáveis (a começar pelo nosso Pastor D. Jorge, à Comissão
Arquidiocesana para a Educação Cristã, ao Serviço Arquidiocesano de Formação e a
toda a equipe do DAC (Rosinha) e seus colaboradores) pela iniciativa e realização do
dia Arquidiocesano do Catequista que aqui estamos a viver.
Um agradecimento especial a todos os catequistas (aos presentes e aos que por algum
motivo não quiseram ou não puderam estar aqui) porque os catequistas são a «jóia da
coroa» da Igreja que garante e nos dá a esperança de levarmos a educação cristã a todos
e, em particular aqueles que mais necessitam. Assim, com alegria de sermos irmãos em
Cristo Jesus, vamos durante uns minutos partilhar com todos vós algo que nos é muito
querido a Formação Cristã. É com este propósito que pedimos ao Senhor da Vinha que
nos ajude a verdadeiramente anunciarmos e testemunharmos o Seu Reino de Paz e
Amor.
História: rato, gato… fada madrinha
O tema da nossa conversa é: Sacramentos. Porquê?
Porque todos sabemos que são 7: Baptismo, Reconciliação (ou Penitência), Eucaristia,
Confirmação (ou Crisma), Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimónio.
Porque todos sabemos que foram instituídos por Jesus Cristo.
Porque os definimos como sendo sinais eficazes da graça e fundamentais na vida do
cristão.
Toda a gente concorda?
Dado que todos estamos de acordo e sabemos do que vamos falar se calhar era melhor
dar algum tempo ao Espírito Santo para que nos sopre algo de novo.
De pé: Vinde, Espírito Santo
- Enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor.
Enviai, Senhor, o Vosso Espírito e tudo será criado
- E renovareis a face da terra
Oremos. Ó Deus que iluminastes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito
Santo, concedei-nos que apreciemos rectamente todas as coisas segundo o mesmo
espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor Nosso Amén.
Vamos ver, ouvir e reflectir sobre um vídeo com música do Roberto Carlos. Estejam
atentos…
Gostaram?
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Sendo assim, quase poderíamos ir embora, porque aquilo que agora vamos fazer é
provavelmente para alguns muito cansativo, para outros pouco profundo e para outros,
quem sabe, traz alguma novidade.
Não vamos apresentar uma aula sobre sacramentos e ou um curso sobre teologia
sacramental.
Vamos procurar caminhar com os objectivos a que nos propusemos para a nossa
apresentação:
1º Conhecer o significado e finalidade dos sacramentos;
2º Perceber os sacramentos nas etapas e momentos importantes da vida do cristão;
3º Reconhecer a Eucaristia como «Sacramento dos Sacramentos».
Em função dos objectivos, muitas perguntas podem e devem ser colocadas mas, mais
que perguntas gostaríamos de os convidar a investigarem mais e a fazerem outras
reflexões, procurando compreender o alcance e a eficácia das respostas que lhes são
sugeridas… porque não com o director espiritual de cada um.
Por isso sugerimos que vos coloqueis em contexto pedagógico para que cada qual possa
e deva fazer, desta apresentação, um encontro pessoal com Cristo.
Relembrando a questão que nos colocamos hoje: Sacramentos. Porquê?
Porque os sacramentos são o elemento fundamental e constitutivo da vida cristã (Carlos
Cabecinhas).
Vamos então caminhar, procurar fazer um caminho de descoberta para a vida: Fé e vida.
Os sacramentos com o Credo, o Pai Nosso e os Mandamentos são pilares fundamentais
da iniciação cristã. Diria mesmo que os sacramentos assumem algo de especial nos
momentos essenciais da vida de fé de todo o cristão. Mais não é que compreender a
maneira de Deus se comunicar com o homem.
Ponto 1 – Definição e perspectivas de vida
O que significa a palavra Sacramento?
Na Sagrada Escritura não se encontra o conceito SACRAMENTO. A palavra latina
SACRAMENTUM pelo dicionário é um sinal sensível instituído por Deus para dar ao
homem a Sua graça ou aumentar-lha; é acto religioso que tem por fim a santificação e
acto de consagração – Eucaristia entre outros.
Sacramentum traduz a palavra grega MYSTERION. Mistério para nós (verdade de fé
inacessível à razão), embora inexplicável é compreensível, é-o de facto porque todos
sabemos do que estamos a falar. Não na ordem natural mas espiritual. A vida espiritual,
como a palavra indica, é vida de fé, vida no Espírito, vida de união com Deus. Se não
estou em união com Deus, torna-se muito complicada a compreensão.
Daí termos começado pela invocação ao Espírito Santo.
No Novo Testamento, a palavra MYSTERION é rara e indica o plano de Salvação de
Deus que se manifestou na história e teve a sua plena actuação em Jesus Cristo: “dandonos a conhecer o mistério da Sua vontade” (Ef 1, 9); “elucidar a todos sobre qual seja a
economia do mistério escondido” (Ef 3, 9); “Fui encarregado de anunciar a palavra de
Deus, ministério este que foi escondido aos séculos e às gerações passadas, mas que,
agora foi manifestado aos Seus santos” (Col 1, 25-26); “Desejo que os seus corações
sejam reconfortados e que, sejam enriquecidos de uma plenitude de inteligência, a fim
de conhecerem o mistério de Deus isto é Cristo” (Col 2, 2); “E Aquele que é poderoso
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para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, segundo a
revelação do mistério da salvação” (Rom 16, 25). A garantia de verdade está na Palvra
de Deus e não na minha palavra ou naquilo que posso dizer.
Numa tradução literal, sacramento significa dizer e fazer aquilo que é sagrado. Ou seja,
manifestar, tornar presente para nós aquilo que é de Deus, o seu Amor e a sua
Misericórdia através da linguagem humana, de palavras, de sinais e de ritos.
Tal como a Bíblia em linguagem humana é a Palavra de Deus, também os sacramentos
são sinais que nos mostram e revelam a Salvação, o Amor de Deus.
Foram instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja. "Cristo age e comunica a graça,
independentemente da santidade pessoal do ministro", embora "os frutos dos
sacramentos dependam também das disposições de quem os recebe".
É o Espírito Santo que nos prepara para a recepção dos sacramentos, por meio da
Palavra de Deus e da fé que acolhe a Palavra (CCE, 1133) nos corações dos cristãos.
Para que assim seja é precisa a nossa colaboração, já que por parte de Cristo, a Sua
presença e acção está garantida pelos sacramentos. Então, os sacramentos fortalecem e
exprimem a fé. O fruto da vida sacramental é, ao mesmo tempo, pessoal e eclesial
(CCE, 1134). Por um lado, este fruto é para cada crente uma vida para Deus em Jesus;
por outro, é para a Igreja o seu contínuo crescimento na caridade, na sua missão e no
testemunho.
Será que há uma definição exacta de sacramento?
A definição que melhor define Sacramento, parece-me a mim que é: "Um sinal
sensível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo, para nossa santificação".
Nesta definição encontramos três partes:
1ª Um sinal sensível
2ª Instituído por Jesus Cristo
3ª Graça
1ª parte -Um sinal sensível constitui a parte material do Sacramento. Nos sinais
que constituem a parte material de um sacramento, temos dois elementos: O primeiro é
o objecto material que se utiliza, que denominamos matéria do Sacramento; por
exemplo: água no Baptismo, óleo no Crisma.
Deve ser "sensível" porque se não pudéssemos percebê-lo, deixaria de ser um sinal.
O conhecimento humano começa pelos sentidos e, para chegarmos ao transcendente,
temos que utilizar imagens, símbolos ou comparações, que nos dizem um pouco do que
é desconhecido. Cristo procedeu connosco do mesmo modo, instituindo os sinais
sensíveis, sacramentos, para expressar as realidades sobrenaturais da graça. Mas a
omnipotência divina faz mais do que nós podemos fazer. Deus concedeu a estes sinais
sensíveis a capacidade de SIGNIFICAR e de PRODUZIR a graça.
Essa acção em si não teria significado se não manifestasse algum propósito. Tem
que se acompanhar de algumas palavras ou gestos que lhe dêem significado. A esse
segundo elemento do Sacramento chamamos forma. No Sacramento do Baptismo a
água é a matéria; as palavras: “eu te baptizo em Nome do Pai do Filho e do Espírito
Santo” são a forma.
2ª parte - Instituído por Jesus Cristo - O poder humano não pode ligar a graça
interior a um sinal externo. Isso é algo que somente Deus pode fazer e que nos leva à
segunda parte da definição de Sacramento: "Instituído por Jesus Cristo" - só Deus pode
ligar um sinal visível à faculdade de produzir a graça. A Ascensão do Senhor pôs um
ponto final na instituição dos Sacramentos; e não pode haver nem mais, nem menos que
sete Sacramentos, os setes Sacramentos que Jesus nos deu.
Podemo-nos perguntar por que é que Cristo quis fazer assim as coisas?
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Ele pode comunicar a graça directamente, sem recorrer a nenhum meio sensível. No
Baptismo, por exemplo, quis a água porque todos sabemos que a água lava e purifica,
naturalmente, o sacramento purifica: o sacramento lava e limpa sobrenaturalmente a
alma, tirando o pecado original (diria originante como diz Frei Fernando Ventura para
que não fique a ideia de que foi uma coisa que aconteceu no passado e hoje não tem
nada a ver connosco… não tem é a ver com as ideias preconcebidas que nos impedem
de ir mais longe) e qualquer outro pecado que possa existir, mediante a infusão da
graça. Esta foi a pedagogia de Cristo durante a Sua vida pública, servindo-se de coisas
naturais, de acções externas e de palavras. Tocou com a Sua mão o leproso e disse-lhe;
"fica limpo" (Mateus 8,3); untou com barro os olhos do cego de nascimento e ele
recuperou a vista (João 9,6-7); para comunicar aos Apóstolos o poder de perdoar os
pecados, soprou sobre eles “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20, 19) e pronunciou as
palavras “Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a
quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”(Jo 20, 22). Assim como a Santíssima
Humanidade de Cristo é o instrumento único à Divindade de que se serve o Verbo para
realizar a Redenção da Humanidade, assim as coisas ou acções dos sacramentos são os
instrumentos separados pelos quais Deus nos santifica, acomodando-se à nossa maneira
de ser e de entender. Deus não obriga, mas abriga-nos e dá-nos a liberdade de sermos
nós mesmos.
3ª parte - Graça - Voltando a nossa atenção para a terceira parte da definição de
Sacramento, vemos que o seu fim essencial é dar a Graça santificante. Graça é um dom
sobrenatural e interior de Deus, concedido para nossa própria salvação. É a estreita
união; é a sintonia com Deus. Isto é, tem como objectivo distribuir-nos os efeitos e
méritos da redenção que Jesus Cristo nos legou.
Querendo ou não, todos os homens devem viver da graça – vida espiritual de união
com Deus ou se perderão eternamente. Ou escolhem a vida de Cristo que é a graça, ou a
vida da carne que é o vício; por outras palavras ou escolhem a salvação ou a perdição
(Gal 5, 16 e ss)
Santo Agostinho define a graça: "como o prazer que nos atrai... Não há nada de
duro na santa violência com que Deus nos atrai... tudo é suave e benfazejo" (Serm 133,
cap. XI). Diz, ainda: A graça é, pois, a vida de Deus em nós: "Participatio quaedam
naturae divinae".
Para nos comunicar a sua vida, Deus podia agir imediatamente sobre a nossa alma;
e fá-lo às vezes (por exemplo pela oração). Mas Cristo instituiu meios particulares para
nos comunicar as suas graças, meios indispensáveis, que são os sacramentos.
Há, pois, duas vidas em nós: a vida do pecado e a vida da graça. A da graça é a do
dom de Deus, proveniente dos méritos de Jesus Cristo. É a seiva desta graça que deve
circular em nós (CCE, 1108): "Eu sou a videira, vós as varas” (Jo 15, 4-5). Deve haver
união completa, íntima entre os meios de transmissão da graça e a alma que recebe esta
graça, como há união completa entre o tronco e os ramos. Gostaria de relembrar o
programa pastoral da nossa diocese para este ano, da imagem da Igreja como vinha
muito amada do Senhor.
A oração e as boas obras não completam esta união... Os sacramentos tornam-se,
neste sentido, os canais transmissores da graça divina às almas. Canais estabelecidos
por Jesus Cristo.
Cristo confiou os sacramentos à Sua Igreja e podemos dizer que são "da Igreja" num
duplo sentido: a Igreja faz, administra e celebra os sacramentos e os sacramentos
constroem a Igreja (por ex. o Baptismo gera novos filhos da Igreja, etc..). Existem, pois,
por ela e para ela.
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Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de
Cristo e, em definitivo, a dar culto a Deus, mas como sinais têm também uma finalidade
educativa. É aqui que vos pedimos que sejais educadores da fé cristã, dos valores
evangélicos, pois, se o não formos, corremos o risco de deitar tudo a perder, porque
falámos por nós e não por Cristo que está em nós, como nos dizia S. Paulo. Não só
supõem a fé, também a fortalecem, a alimentam e a expressam com palavras e acções;
por isso são chamados sacramentos da fé (CCE, 1123).
Em síntese: um sacramento compõe-se de matéria, forma e um ministro que o realiza
com a intenção de fazer o que faz a Igreja.
A matéria é a realidade ou acção sensível, como a água natural no Baptismo, os actos
do penitente na Reconciliação (contrição, confissão e satisfação).
A forma são as palavras que, ao celebrá-lo, se pronunciam.
O ministro é a pessoa que faz ou administra o sacramento.
Os frutos são três: evidentemente que para produzirem fruto, os sacramentos têm que
ser recebidos nas condições requeridas:
1. Graça santificante. Todos os sacramentos conferem a graça santificante a quem não
coloca obstáculos. Esta graça é «o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica»
(CCE 2003). Os sacramentos dão ou aumentam a graça santificante. O baptismo e a
reconciliação dão a graça; os outros cinco aumentam a graça santificante e só se devem
receber estando na graça de Deus. Aquele que os recebe em pecado mortal comete
pecado de sacrilégio.
2. Graça sacramental. Além da graça santificante que concedem os sacramentos, cada
um outorga algo especial a que chamamos graça sacramental. É a graça «própria de
cada sacramento» (CCE 1128): um certo auxílio divino para conseguir o fim desse
sacramento. É um direito de receber de Deus, no momento oportuno, a ajuda necessária
para cumprir as obrigações contraídas ao receber aquele sacramento. Assim, o Baptismo
dá a graça especial para viver como bons filhos de Deus; a Confirmação concede a força
e o valor para confessar e defender a fé até a morte, se for preciso; o Matrimónio, para
que os cônjuges sejam bons esposos e eduquem de forma cristã os filhos; etc.. Não só
recebemos a graça santificante, mas também o próprio Espírito Santo. «É pelos
sacramentos da Igreja que Cristo comunica aos membros do seu corpo o seu Espírito
Santo e santificador» (CCE, 739) [9]. O fruto da vida sacramental consiste em que o
Espírito Santo deifica os fiéis unindo-os vitalmente a Cristo (CCE, 1129).
3. Carácter sacramental. O Baptismo, Confirmação e Ordem conferem, além da graça, o
chamado carácter sacramental, que é um selo espiritual indelével impresso na alma,
pelo qual o cristão participa do sacerdócio de Cristo e forma parte da Igreja segundo os
diversos estados e funções (todos somos sacerdotes segundo a ordem de Melquisedec).
O carácter sacramental permanece para sempre no cristão como disposição positiva para
a graça, como promessa e garantia da protecção divina e como vocação para o culto
divino e serviço da Igreja. Por isso, estes sacramentos só se recebem uma única vez e
não podem ser repetidos (CCE, 1121)
Ponto 2 - OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA
(CCE, 1210) “Os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Cristo e são em
número de sete, a saber:
1. O Baptismo, (Mt 28, 18-20)
2. A Confirmação, (Jo 14, 26)
3. A Eucaristia, (1Cor 11, 23-26)
4. A Penitência, (Jo 20, 21-23)
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5. A Unção dos Enfermos, (Tg 5, 14-15)
6. A Ordem, (Lc 22, 19)
7. O Matrimónio. (Mt 19, 4-6)
Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cristão:
outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui
uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual”.
S. Tomás explica esta analogia entre a vida espiritual dos sacramentos e o crescimento
normal da vida. Começa por nos dizer que os sacramentos são necessários e bastam para
a vida, para a conservação e prosperidade espiritual, quer do corpo inteiro da Igreja,
quer de cada um em particular.
Diz-nos que os cinco primeiros são para o aperfeiçoamento pessoal e os dois
últimos para o governo e a multiplicação da Igreja.
Como:
Na ordem natural para o aperfeiçoamento pessoal, é preciso: 1º nascer; 2º fortificarse; 3º alimentar-se; 4º curar-se na doença; 5º refazer-se nas circunstâncias da velhice (os
primeiros cinco)
Os dois últimos: para o aperfeiçoamento moral a humanidade carece de: 1º
Autoridade para governar e 2º Propagação para perpetuar-se.
Temos agora a mesma sequência dos elementos na ordem espiritual:
Os cinco primeiros:
1º O Baptismo é o nascimento da graça;
Matéria – água
Forma – “Eu te baptizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amén”
Graça – Apaga o pecado original (originante), torna-nos filhos de Deus – é o
nascimento espiritual
2º O Crisma é o desenvolvimento da graça;
Matéria – o óleo sagrado do Santo Crisma
Forma –“Eu te marco com o sinal da Cruz e te Confirmo com o Crisma da
Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amén”.
Graça – Confirma-nos na fé e torna-nos soldados de Cristo – é o crescimento
espiritual.
3º A Eucaristia é o alimento da alma;
Matéria – o pão e o vinho consagrados na Santa Missa
Forma – “Isto é o meu Corpo” (para a consagração do pão); “Este é o cálice do meu
sangue, do sangue da nova e eterna aliança, mistério da fé que será derramado para vós
e para muitos para o perdão dos pecados (para a consagração do vinho).
Graça – É a presença do próprio Jesus Cristo na nossa alma, com o seu corpo,
sangue, alma e divindade – é o alimento espiritual
4º A Penitência é a cura das fraquezas da alma;
Matéria – pecados confessados diante do sacerdote
Forma – eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Amén
Graça – o perdão dos pecados, devolve a graça santificante – é o remédio espiritual.
5º A Unção dos Enfermos é o restabelecimento das forças espirituais.
Matéria – óleo sagrado dos enfermos
Forma – por esta Santa unção, que o Senhor te perdoe os pecados que fizeste pela…
(a unção é feita nos olhos, boca, nariz, mãos e pés)
6
Graça –prepara a alma para ir para o céu, apaga os pecados e imperfeições –
reanima o corpo doente
Os dois Últimos
-
6º A Ordem gera a autoridade sacerdotal;
Matéria – A imposição das mãos pelo Bispo
Forma – A oração consecratória na ordenação Presbiteral
Graça – Dá ao Sacerdote o poder de celebrar a Santa Eucaristia e os outros
Sacramentos
7º O Matrimónio assegura a propagação dos católicos, da sua doutrina e educação.
Matéria – contrato entre os noivos
Forma – a aceitação pública do contrato – o “sim”
Graça – capacidade de ter e educar os filhos, viverem juntos em harmonia e
buscando a vida eterna.
Não se pode negar que a analogia é admirável e estabelece que deve haver sete
sacramentos. Se houvesse menos, faltaria qualquer coisa; se houvesse mais, haveria um
supérfluo.
Dividimo-los em três grupos
1º Sacramentos da iniciação Cristã: Baptismo, Confirmação e Eucaristia
O Homem recebe a vida nova de Cristo
2º Sacramentos da Cura: Reconciliação (Penitência) e Unção dos enfermos
Conversão pela qual o homem se esforça por regressar à união com Deus e a Igreja
encomenda ao senhor, o sofredor glorificado, para que o alivie e salve
3º Sacramento ao serviço da comunhão: Ordem e Matrimónio
- Contribuem para a salvação pessoal, através do serviço ao outro.
Os Sacramentos são aquilo que nós conhecemos, porque de facto durante a história da
Igreja, não surgiram outros e o Concílio de Trento declarou que não existem outros.
Vamos retomar a questão inicial Sacramentos. Porquê?
Vamos procurar sublinhar e perceber o porquê, o como e o para quê da presença dos
sacramentos no diferentes momentos da vida de cada cristão.
Para responder a estas questões é preciso, antes de mais, entender o motivo da vinda de
Jesus Cristo à Terra.
Ponto 3. Cristo Sacramento do Pai
Perguntarmo-nos:
Porque é que o Filho de Deus se fez homem (Jo 1 )?
Porque é que Deus se manifestou em Jesus Cristo?
A questão aborda a encarnação. Sem grandes teologias diremos que a finalidade da
encarnação do Filho de Deus é o nascimento de Cristo em nós “Filhinhos meus, por
quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gal 4, 19);
é a libertação do homem a partir do pecado até à comunhão pessoal de graça e de amor
com Deus: “Ele transformará o nosso corpo miserável, tornando-o conforme o Seu
corpo glorioso” (Fil 3,21) pois “com Ele nos ressuscitou e nos fez sentar lá nos Céus,
em Cristo Jesus” (Ef 2,6).
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Deus criou-nos para vivermos eternamente. Mas o pecado impede-nos de participarmos
na vida de Deus. É preciso dizer não ao pecado, praticar o bem para entrar no Reino de
Deus: “invejas, homicídios, embriaguez, orgias e outras coisas semelhantes, contra as
quais vos previno (…) os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus”(Gal 5,21).
Então “o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, do alto dos Céus, nos abençoou
com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. Foi assim que n’Ele nos escolheu
antes da constituição do mundo para sermos santos e imaculados diante dos seus olhos”
(Ef 1, 3 - 4).
Deus ama-nos desde a concepção e por toda a eternidade.
Sem nos alongarmos muito, gostariamos que compreendessem que, no nosso caminhar
nesta vida, quando encontramos Cristo encontramos Deus.
Porquê?
Porque Cristo é Deus de uma maneira humana. Enquanto vive a Sua Divindade na
humanidade, tudo o que Ele realiza como homem é acto do Filho de Deus, acto de Deus
como manifestação humana – o Seu amor humano é a forma humana do amor redentor
de Deus, possui a força, a graça Divina da Salvação.
Jesus Cristo é a única e definitiva manifestação do Amor e da misericórdia, da aliança
de Deus-Trindade para toda a humanidade.
Deus ama-nos e salva-nos.
Sendo a força interior de Salvação da vontade e do amor de Jesus, a força de Salvação
do próprio Deus em forma humana, as acções de Jesus são o Dom divino da graça em
manifestação humana visível, o que quer dizer que fazem o que significam.
Neste sentido, podemos dizer que Cristo é o Único Sacramento – O Sacramento do Pai.
Porque assim é, torna-se urgente e necessário fazer o nosso encontro com Cristo.
Alguns dirão então porque é que ensinamos os sete sacramentos?
Não se assustem nem pretendo gerar confusão, mas sim procurar levá-los a que
compreendam o significado e finalidade dos sacramentos.
Para lá da definição de que partimos (sinal eficaz da graça), podemos acrescentar que,
SACRAMENTO significa Dom Divino de Salvação, em, e por uma forma
exteriormente constatável, que concretiza esse Dom.
Jesus Cristo Sacramento do Pai – Salvação – Felicidade eterna.
Mas enquanto caminhamos vivemos em Igreja.
Ponto 4. Igreja Sacramento de Cristo
Igreja Sacramento de Jesus Cristo – Salvação – Felicidade “Ele é também a cabeça do
Corpo, a Igreja” (Col 2, 18)
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Jesus Cristo ressuscitado quis continuar a Sua presença e acção no meio de nós: “Estarei
sempre convosco, até ao fim do mundo” (Mt 28, 20). Jesus Cristo quer continuar a
salvar-nos, quer continuar a dar-nos o Seu Amor e Seu perdão.
A Igreja continua a proclamar a Sua Palavra e a realizar os seus actos de salvação.
“Fazei isto em Minha memória” (Lc 22, 19); Cristo continua presente no meio de nós
através da Sua Igreja com o alimento do Seu pão e entrega total ao seu Povo.
Assim o Sacramento que é Jesus Cristo está connosco através da Igreja, logo a Igreja é
sacramento de Cristo.
A Igreja ao longo da história vem definindo e celebrando para nós o único sacramento
que é Jesus Cristo e o seu mistério Pascal em sete momentos fundamentais da vida do
cristão.
Ponto 5 – Os Sacramentos – encontros de Cristo com a Igreja (CCE, 1098)
Podemos então dizer que são sete sacramentos ou que o único Sacramento é Cristo em
sete situações da vida cristã.
Somos mergulhados no Mistério Pascal de Jesus através do Baptismo, morremos com
Cristo e ressurgimos para uma vida nova… somos alimentados pela Eucaristia,
memorial do Mistério Pascal… Somos confirmados pela acção do Espírito Santo…
Somos perdoados na Sua morte e ressurreição… Somos fortalecidos nos nossos
sofrimentos e na doença pelo poder da Páscoa de Jesus… Somos marcados para o
serviço do Povo de Deus como Jesus se entregou ao serviço da Boa Nova do Reino…
Somos chamados a viver o matrimónio em entrega e doação total ao serviço do amor e
da vida como Jesus se deu e entregou por nós no Mistério Pascal…
É importante perceber que é Cristo que se torna presente para nós na e através da Igreja
em todos e em cada um dos sacramentos sempre que a Igreja realiza, celebra e vive.
A celebração dos sacramentos realiza-se pela acção da Palavra de Deus que escutamos e
que realiza em nós aquilo que anuncia /CCE, 1133), pelos gestos e sinais próprios de
cada sacramento, pela oração e pela proclamação da fé da Igreja e dos seus membros.
Os sacramentos são então gestos de Deus na vida de cada cristão, expressando-se
simbólica e espiritualmente, por isso os consideramos:
Sinais sagrados, porque exprimem uma realidade sagrada, espiritual;
Sinais eficazes, porque, além de simbolizarem um certo efeito, produzem o efeito
realmente;
Sinais da graça, porque transmitem dons diversos da graça divina;
Sinais da fé, porque supõem a fé de quem os recebe, nutrem, robustecem e exprimem a
fé.
(CCE, 1086) «Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, assim também Ele enviou os
Apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só para que, pregando o Evangelho a toda a
criatura, anunciassem que o Filho de Deus, pela sua morte e ressurreição, nos libertara
do poder de Satanás e da morte e nos introduzira no Reino do Pai, mas também para que
realizassem a obra da salvação que anunciavam, mediante o Sacrifício e os sacramentos,
à volta dos quais gira toda a vida litúrgica».
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Ou seja, todos somos corresponsáveis na educação Cristã da fé. Só em comunhão e
partilha da Palavra de Deus e mediante a vivência dos Sacramentos e em especial o da
Santa Eucaristia estaremos a alimentar a nossa fé.
Ponto 6 – Os Sacramentos estão ordenados para a Eucaristia
(CCE, 1118) Os sacramentos são «da Igreja», no duplo sentido de que são «por ela» e
«para ela». São «pela Igreja», porque ela é o sacramento da acção de Cristo que nela
opera, graças à missão do Espírito Santo. E são «para a Igreja», são estes «sacramentos
que fazem a Igreja» (31), porque manifestam e comunicam aos homens, sobretudo na
Eucaristia, o mistério da comunhão do Deus-Amor, um em três pessoas.
S. Tomás de Aquino: “todos os sacramentos estão ordenados para a Eucaristia, «como
para o seu fim»”.
Porquê?
Porque na Eucaristia renova-se o Mistério Pascal de Cristo (CCE, 1099) e actualizamos
e renovamos a salvação da humanidade.
O sacramento é para os fiéis receberem a graça de Deus e/ou conferirem a sacralidade a
certos momentos e situações da vida cristã.
(CCE, 1088) «Para realizar tão grande obra» – como é a dispensação ou comunicação
da sua obra de salvação – «Cristo está sempre presente na Sua Igreja, sobretudo nas
acções litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, quer na pessoa do ministro – "o
que se oferece agora pelo ministério sacerdotal é o mesmo que se ofereceu outrora na
Cruz" – quer e sobretudo sob as espécies eucarísticas.
Está presente com a sua virtude nos sacramentos, de modo que, quando alguém baptiza,
é o próprio Cristo que baptiza.” (CCE, 1127)
Os SACRAMENTOS são a continuação do sacramento da Salvação, que se tornou real
uma vez por todas em Cristo.
(CCE, 1091) “O Espírito Santo é o pedagogo da fé do povo de Deus, o artífice das
«obras-primas de Deus» que são os sacramentos da Nova Aliança. O desejo e a obra do
Espírito no coração da Igreja é que nós vivamos da vida de Cristo ressuscitado. Quando
Ele encontra em nós a resposta da fé que suscitou, realiza-se uma verdadeira
cooperação. E, por ela, a liturgia torna-se a obra comum do Espírito Santo e da Igreja”.
(CCE, 1097) Na Liturgia... A assembleia litúrgica recebe a sua unidade da «comunhão
do Espírito Santo», que reúne os filhos de Deus no único corpo de Cristo. Ultrapassa
todas as afinidades humanas, raciais, culturais e sociais”.
Em conclusão: compreender os sacramentos é compreender que Jesus Cristo é a Nova e
eterna aliança. É compreender e querer viver a vida da graça. Querer alimentar-se pela
Santa Comunhão para começar a viver aqui e agora a alegria da Felicidade eterna.
(CCE, 1116) «Forças que saem» do corpo de Cristo (29), sempre vivo e vivificante:
acções do Espírito Santo que opera no seu corpo que é a Igreja, os sacramentos são «as
obras-primas de Deus», na nova e eterna Aliança.
Como catequistas a nossa missão é ajudar a todos, crianças, adolescentes, jovens,
adultos, pais, formadores na fé, etc… a perceberem esta realidade dos sacramentos, a
entenderem o contexto dos sacramentos, a saborearem e viverem a alegria do encontro
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com o Senhor Jesus na Comunidade Cristã, na Família, na paróquia, na diocese e na
Igreja Católica universal.
Devemos preparar-nos para ajudar a que cada qual se prepare dignamente (dentro da
compreensão possível para a sua idade) para bem viver e celebrar os sacramentos, ou
seja, fazer o verdadeiro encontro pessoal com Cristo. Temos que ser bons exemplos
para cativar e sermos reconhecidos. O Mundo hoje é muito traiçoeiro. Apela-se muito à
razão, ao que se pode provar, mas depois verificamos que as pessoas agem mais por
emoção do que pela razão. O nosso Santo Padre diz-nos para conciliarmos fé, razão e
ciência. Temos que procurar uma educação integral do ser humano em todos os
domínios psico, social, emocional, intelectual e espiritual - como hoje se preconiza
inculturação. Cuidado com os vendedores de sonhos, de ilusões de vida fácil e feliz…(e
não estou a falar só dos políticos, em todos os ramos de actividade humana existem). É
preciso queimar as pestanas e querer deixar-se moldar pelo Espírito de Verdade e Vida
que é Jesus Cristo
Bem hajam que o Espírito Santo a todos continue a iluminar e a abençoar
Vem Espírito Santo vem, vem iluminar…
Vem Espírito Santo vem, vem abençoar.
Manuela e António Galvão
Sameiro, Braga
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