Resenha Histórica O início da era dos Transportes no seio do Exército, deve-se ao General Norton de Matos, Ministro da Guerra, que, através de Portaria nº 536-A, de 16 de dezembro de 1915, criou junto do Estado-Maior do Exército uma Comissão de Automobilismo Militar, embrião do atual Serviço de Transportes, com a finalidade de proceder a estudos e trabalhos que servissem de base à organização do Serviço Automóvel Militar, com a seguinte fundamentação: “São da mais palpitante atualidade os serviços que as viaturas automóveis prestam aos Exércitos em operações, e verificada está a necessidade impreterível de as utilizar, já para levarem até junto das tropas os víveres, as munições e o material de toda a ordem transportado pelas vias férreas, já para evacuarem rapidamente, para as estações de caminho de ferro, os feridos e doentes, já finalmente para prestarem outros serviços de guerra ou de paz. Urgente se torna, portanto, dotar o Exército Português com um serviço automóvel, tanto mais que raros são os Exércitos estrangeiros onde a necessidade impreterível de tal não está ainda montado.”. Foi estabelecido, sob proposta da Comissão, o funcionamento provisório em Lisboa e Coimbra, de dois Centros de Instrução de Automobilistas, para habilitar Oficiais, Sargentos e Praças do Exército nos serviços de condução, reparação e conservação das viaturas automóveis e prover pessoal devidamente habilitado para as conduzir e reparar. Estávamos em pleno auge do primeiro conflito mundial (1914-1918) e Portugal não poderia ficar indiferente à situação vivida no momento, tendo inclusivamente, um comboio automóvel formado por três grupos, partido do Entroncamento para França, com o objetivo de levar viaturas e material ao Corpo Expedicionário Português, que se encontrava a combater naquelas paragens. Porém, em 1918, por Portaria de 9 de fevereiro, é criado um único estabelecimento encarregado exclusivamente do serviço automóvel militar, afeto à Arma de Engenharia, de modo a conseguir não só uma exploração económica e regular como maior rapidez e perfeição na execução das reparações, a que foi dado o nome de Parque Automóvel Militar. Paralelamente, foi também criada a Garagem Militar de Lisboa, diretamente subordinada ao Parque Automóvel Militar, destinada à recolha de todos os carros do Ministério da Guerra e dos artigos de consumo que os mesmos necessitavam, tornando-se independente do Parque Automóvel, quando da aprovação do Decreto 8:319, de 12 de agosto. Nesta altura, define-se a constituição de uma Companhia de Automobilistas, adstrita ao Parque Automóvel Militar, passando em 1926, após a reorganização do Serviço a designar-se por Batalhão de Automobilistas e criadas 5 Companhias de Trem Auto, 3 das quais posteriormente extintas em 1928. Em 1937 é criado o Serviço de Trem tendo a seu cargo os transportes gerais, por estrada, automóveis e hipomóveis e compreendendo o trem automóvel e o trem hipomóvel. Este serviço, constituído apenas em 10 de fevereiro de 1940, compreendia 1 Grupo de Companhias de Trem Automóvel (GCTA), 2 Companhias de Trem Hipomóvel e 3 Centros de Mobilização. Em 1961, após o início do conflito em África, que durou até 1974, o contributo do Serviço de Transportes resultou na mobilização para os territórios de Angola, Moçambique e Guiné de cerca de trinta Companhias de Transportes e quinze Secções e Destacamentos de Transportes. Após a revolução de abril de 1974, em face das novas realidades do País e ao redimensionamento e reorganização do Exército, o Grupo de Companhias de Trem Auto (GCTA) passa a designar-se, desde 7 de abril de 1975, por Regimento do Serviço de Transportes (RST), por Despacho de 12 de março do General CEME. Posteriormente, em 1 janeiro de 1977, o Regimento do Serviço de Transportes (RST) muda a sua designação para Batalhão do Serviço de Transportes (BST), transferindo-se em julho do mesmo ano, da Avenida de Berna para o Campo Grande, em Lisboa. Em 20 de Maio de 1993, o Batalhão do Serviço de Transportes (BST) transferiu-se para o Quartel da Encarnação, antigo aquartelamento do Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS), sede atual da Unidade, mantendo até aos finais de 2005 uma Companhia de Transportes Administrativos, anteriormente designada de Companhia Auto de Transportes de Pessoal, na Calçada da Ajuda, onde parqueavam as diversas viaturas administrativas da zona de Lisboa. Em 2006, após aprovação da Lei Orgânica do Exército, através do DL 61/2006, são extintos os comandos territoriais e de natureza territorial e confirma-se uma Estrutura de Base em que o Regimento é a unidade de referência, enquanto componente fixa do sistema de forças nacional. Assim, na sequência dos Despachos nº 12251 e 12255, de 24 de maio de 2006, os Despachos nº 131/CEME/2006 e 132/CEME/2006, é extinto o BST e criado o Regimento de Transportes (RTransp), respetivamente. O RTransp permaneceu nas instalações do extinto BST, na Encarnação, como Unidade da Estrutura Base do Exército, sob o comando da Direção de Material e Transportes (DMT), Órgão do Comando da Logística (Cmd Log). O RTransp possui na sua orgânica, uma Companhia de Transportes como componente das Forças de Apoio Geral do Exército. O Regimento de Transportes é o herdeiro dos símbolos e tradições das Unidades de Transportes que o antecederam e comemora o seu dia festivo em 16 de dezembro, data da Portaria, que no longínquo ano de 1915 o então Ministro da Guerra, General Norton de Matos, criou a Comissão de Automobilismo Militar do Exército e tem como padroeiro “São Cristóvão”, santo padroeiro dos viajantes e motoristas. O Estandarte Nacional do Regimento de Transportes ostenta a Medalha de Ouro de Serviços Distintos, com que foi agraciado o Batalhão do Serviço de Transportes por Portaria de S. Ex.ª o Ministro de Estado e da Defesa Nacional em 28 de outubro de 2002. A disponibilidade para responder com oportunidade e a segurança na utilização dos meios empenhados, características basilares que servem de suporte à atuação dos militares do Regimento de Transportes, constam na sua divisa. “Prontidão e Prudência”.