universidade federal do rio grande do norte

Propaganda
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PRO-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
ÉVERTON DO NASCIMENTO ALENCAR
Avaliação da atividade antimicrobiana de sistemas emulsionados contendo óleos
naturais para o tratamento de infecções cutâneas
Natal-RN
2013
ÉVERTON DO NASCIMENTO ALENCAR
Avaliação da atividade antimicrobiana de sistemas emulsionados contendo óleos
naturais para o tratamento de infecções cutâneas
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como requisito para obtenção do título de
Mestre em Ciências Farmacêuticas.
Área de
concentração:
Bioanálises e
Medicamentos
Orientador: Prof. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa de Egito
Coorientador: Prof. Dr. Guilherme Maranhão Chaves
Natal-RN
2013
"Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há
os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes
são imprescindíveis."
(Bertold Brecht)
Dedico este trabalho:
Aos meus pais, que apesar de todas as dificuldades, sempre me
apoiaram nesta jornada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Graça e Manoel, pelo apoio incondicional que sempre me
deram.
Às minhas irmãs, Clélia e Lidiane, pelo importante papel que tem na minha vida.
Aos meus sobrinhos Hanry, Ravana e Derick pela felicidade que sempre me
trouxeram.
Aos amigos Gutemberg, Arion, Maria Luiza, Janaina, Deyse, Aline, Karídia e
Leonardo pelos momentos de conversas, conselhos e alegrias.
Aos que fazem parte do Laboratório de Sistemas Dispersos, Nednaldo, Rafael,
Thales, Scheyla, Laura, Izabel, Alexandrino, Cybelle, Sarah, Christian Assunção, André e
demais que compartilham alegrias e conhecimentos no dia-a-dia.
Aos amigos e companheiros de equipe, Andreza, Lucas, Christian Melo, Teresa,
Renata e em especial a Junior Xavier, pela orientação.
À Elizabeth, por toda a disponibilidade e ensinamento no que diz respeito às
bactérias utilizadas neste trabalho.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelo excelente ensino e pela
estrutura fornecida para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Arnóbio Silva, Coordenador do Programa de Pós Graduação em
Ciências Farmacêuticas, através do qual agradeço a todos os professores e funcionários do
programa.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Eryvaldo Sócrates pelos conhecimentos, correções e
suporte financeiro em aquisição de materiais necessários.
Ao Prof. Dr. Guilherme Maranhão, meu co-orientador, pelo apoio, interesse e
correções. Assim como a seus alunos de pós-graduação Mariana e Plínio pelo apoio no
Laboratório de Micologia Médica e Molecular.
Não menos importante, agradeço a CAPES pela bolsa concedida e CNPq pelo
financiamento de alguns materiais do projeto.
LISTA DE SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS
®
Registrado
%
Porcentagem
µg
Micrograma
µL
Microlitro
µm
Micrômetro
A/O
Água em óleo
A/O/A
Água em óleo em água
AC
Amostra Clínica
AnfB
Anfotericina B
ANOVA Análise de Variância
ATCC
American Type Culture Collection
BHI
Brain Heart Infusion
C1
Primeira fração obtida na bioautografia do óleo de copaíba
C2
Segunda fração obtida na bioautografia do óleo de copaíba
CCD
Cromatografia em camada delgada
Cet
Cetoconazol
CG-EM
Cromatografia gasosa acoplada a detector de espectrometria de massa
CIM
Concentração Inibitória Mínima
Clor
Cloranfenicol
CLSI
Clinical and Laboratory Standards Institute
DMSO
Dimetilsulfóxido
EHL
Equilíbrio hidrofílico-lipofílico
EOC
Emulsão de óleo de copaíba
EOEC
Emulsão de óleo essencial de copaíba
EOR
Emulsão de óleo de rã-touro
HPTLC
High performance thin layer chromatography
ICA
Intercellular adhesion gene cluster
IL-4
Interleucina 4
2
m
Metros quadrados
mg
Miligrama
min
Minuto
mL
Mililitro
mm
Milímetro
mOC
Óleo de copaíba metilado
mOEC
Óleo essencial de copaíba metilado
mOR
Óleo de rã-touro metilado
mR1
Fração metilada obtida na bioautografia do óleo de rã-touro
mRC
Fração resina do óleo de copaíba metilada
NIST
National Institute of Standards and Technology
O/A
Óleo em água
O/A/O
Óleo em água em óleo
OC
Óleo de copaíba
ºC
Graus Celcius
OEC
Óleo essencial de copaíba
OR
Óleo de rã-touro
p/p
Peso/peso
R1
Fração obtida na bioautografia do óleo de rã-touro
RC
Fração Resina do óleo de copaíba
S80
Span 80®
T20
Tween 20®
Th2
Células T helper tipo 2
TR
Tempo de retenção
YPD
Yeast-Peptone-Dextrose
LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1-
Árvore de Copaíba (Copaifera langsdorffii)...................................
18
Figura 2-
Rã-Touro (Rana catesbeiana Shaw)................................................ 20
Figura 3-
Corte histológico da pele apresentando as três camadas e
estruturas anexas (a). Disposição da epiderme, monócitos basais e
vasos sanguíneos na derme (b).......................................................
22
Figura 4-
Cultivo de S. aureus ATCC 29213 em ágar manitol salgado.......... 25
Figura 5-
Cultivo de S. epidermidis ATCC 12228 em ágar manitol salgado.. 26
Figura 6-
Cultivo de P. aeruginosa ATCC 27853 em ágar cetrimida............. 27
Figura 7-
Espécies de Candida diferenciadas em meio cromogênico
CHROMagar Candida.....................................................................
Figura 8-
Esquema dos diferentes tipos de emulsão, O/A (A), A/O/A (B),
A/O (C) e O/A/O (D).......................................................................
Figura 9-
29
32
Cromatograma obtido por CG-EM. A: óleo-resina de copaíba; B:
óleo-resina de copaíba metilado; C: óleo essencial de copaíba; D:
óleo essencial de copaíba metilado; E: fração resina metilada do
óleo de copaíba obtido como resíduo da extração de óleo
essencial...........................................................................................
Figura 10-
41
Cromatograma obtido por CG-EM. A: óleo de rã-touro; B: óleo
de rã-touro metilado......................................................................... 44
Figura 11-
Perfil cromatográfico dos óleos de copaíba e rã-touro em
Cromatografia de Camada Delgada. Adsorvente: Sílica; FM: 53
Hexano: Acetato de etila (9:1); Revelador: Vanilina Sulfúrica.......
Figura 12-
Cromatograma obtido por CG-EM da primeira fração (Rf 0,2) de
óleo de copaíba obtida pela Bioautografia................................
Figura 13-
Cromatograma obtido por CG-EM da segunda fração (Rf 0,15) de
óleo de copaíba obtida pela Bioautografia..................................
Figura 14-
54
Cromatograma da fração (Rf 0,6) de óleo de rã-touro obtida pela
Bioautografia..........................................................................
Figura 15-
53
56
Cromatograma da fração (Rf 0,6) metilada de óleo de rã-touro
obtida pela Bioautografia..........................................................
56
Figura 16-
Formação de biofilme na presença de óleos de copaíba e
emulsões contendo estes óleos......................................................... 58
Figura 17-
Formação de biofilme na presença de óleo de rã-touro e emulsão
contendo este óleo............................................................................ 59
LISTA DE TABELAS
Pág.
Tabela 1-
Porcentagem dos compostos terpênicos majoritários das amostras
de Copaíba (Copaifera langsdorffii).................................................
Tabela 2-
43
Porcentagem dos compostos majoritários das amostras de rã-touro
(Rana catesbeiana Shaw).................................................................. 45
Tabela 3-
Caracterização físico-química das emulsões...............................
46
Tabela 4-
Medidas dos halos de inibição (mm) da triagem antibacteriana.......
47
Tabela 5-
Medidas dos halos de inibição (mm) da triagem antifúngica............ 48
Tabela 6-
Concentração Inibitória Mínima dos óleos de copaíba e das
emulsões contendo estes óleos (mg/L)...........................................
Tabela 7-
Concentração Inibitória Mínima dos óleos de rã-touro e da
emulsão contendo este óleo (mg/L)...............................................
Tabela 8-
50
52
Porcentagem dos compostos majoritários nas amostras obtidas da
bioautografia...................................................................................... 55
RESUMO
Os óleos naturais vêm chamando atenção da comunidade científica devido a suas
atividades farmacológicas e seu caráter renovável. Os óleos de copaíba (Copaifera
langsdorffii) e de rã-touro (Rana catesbeiana Shaw) ganham destaque, especialmente
devido a ampla utilização na medicina popular como anti-inflamatórios e antimicrobianos.
Sistemas emulsionados a base destes óleos podem ser produzidos com a finalidade de
melhorar o odor e a palatabilidade dos mesmos, além de potencializar ação e reduzir
toxicidade dos seus componentes. O objetivo deste trabalho foi investigar a atividade
antimicrobiana de emulsões contendo óleos de copaíba (óleo-resina e óleo essencial) e óleo
de rã-touro frente a cepas de micro-organismos causadores de infecções cutâneas.
Inicialmente, foi realizada a extração de óleo essencial e sua caracterização química por
cromatografia gasosa acoplada a espectroscopia de massas. Em seguida, foram produzidas
emulsões, ensaios de triagem microbiológica, microdiluição para determinação de
concentração inibitória mínima, bioautografia para determinação dos componentes
antimicrobianos e avaliação da atividade antibiofilme. Foram utilizadas cepas da American
Type Culture Collection (ATCC) e clínicas de Staphylococcus aureus, S. epidermidis,
Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, C. parapsilosis, C. glabrata, C. krusei e C.
tropicalis. Foi observado que os sistemas emulsionados de óleo-resina de copaíba e óleo
essencial de copaíba contribuíram na potencialização da atividade antimicrobiana,
especialmente contra cepas do gênero Staphylococcus e Candida resistentes aos azóis. A
emulsão de óleo de rã-touro assim como o óleo puro, apresentou menor atividade que as
amostras de copaíba, porém exibiu significativa ação antibiofilme, demonstrando que este
sistema é um potencial inibidor da adesão de micro-organismos. Deste modo, pode-se
inferir que as emulsões a base destes óleos são promissores sistemas para o tratamento de
infecções cutâneas fúngicas e bacterianas.
Palavras-chave: Emulsão; Óleo de copaíba (Copaifera langsdorffii); Óleo de rã-touro
(Rana catesbeiana Shaw); Atividade antimicrobiana.
ABSTRACT
Natural oils have shown a scientific importance due to its pharmacological activity and
renewable character. The copaiba (Copaifera langsdorffii) and Bullfrog (Rana catesbeiana
Shaw) oils are used in folk medicine particularly because the anti-inflammatory and
antimicrobial activities. Emulsion could be eligible systems to improve the palatability and
fragrance, enhance the pharmacological activities and reduce the toxicological effects of
these oils. The aim of this work was to investigate the antimicrobial activity of emulsions
based on copaiba (resin-oil and essential-oil) and bullfrog oils against fungi and bacteria
which cause skin diseases. Firstly, the essential oil was extracted from copaiba oil-resin
and the oils were characterized by gas chromatography coupled to a mass spectrometry
(GC-MS). Secondly, emulsion systems were produced. A microbiological screening test
with all products was performed followed (the minimum inhibitory concentration, the
bioautography method and the antibiofilm determination). Staphylococcus aureus, S.
epidermidis, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, C. parapsilosis, C. glabrata, C.
krusei and C. tropicalis American Type Culture Collection (ATCC) and clinical samples
were used. The emulsions based on copaiba oil-resin and essential oil improved the
antimicrobial activity of the pure oils, especially against Staphylococcus e Candida
resistant to azoles. The bullfrog oil emulsion and the pure bullfrog oil showed a lower
effect on the microorganisms when compared to the copaiba samples. All the emulsions
showed a significant antibiofilm activity by inhibiting the cell adhesion. Thus, it may be
concluded that emulsions based on copaiba and bullfrog oils are promising candidates to
treatment of fungal and bacterial skin infections.
Keywords: Emulsion; Copaiba (Copaifera langsdorffii) oil; Bullfrog (Rana catesbeiana
Shaw) oil; Antimicrobial activity.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
14
2
REVISÃO DA LITERATURA
16
2.1 ÓLEOS NATURAIS NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MEDICAMENTOS
16
2.1.1
O óleo de copaíba
17
2.1.2
O óleo de rã-touro
20
2.2 A PELE
22
2.3 MICRO-ORGANISMOS CAUSADORES DE INFECÇÕES CUTÂNEAS
23
2.3.1
Staphylococcus aureus
24
2.3.2
Staphylococcus epidermidis
25
2.3.3
Pseudomonas aeruginosa
26
2.3.4
Candida albicans
27
2.3.5
Candida parapsilosis
28
2.3.6
Candida tropicalis
28
2.3.7
Candida krusei
29
2.3.8
Candida glabrata
30
2.4 SISTEMAS EMULSIONADOS
30
3
33
OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
33
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
33
4
34
MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
34
4.1.1 Substâncias químicas
34
4.1.2 Micro-organismos
34
4.2 MÉTODOS
35
4.2.1 Extração do óleo essencial de copaíba
35
4.2.2 Análise da composição química dos óleos
35
4.2.3 Preparo e caracterização das emulsões
36
4.2.4 Triagem antimicrobiana
36
4.2.5 Concentração Inibitória Mínima (CIM)
37
4.2.6 Bioautografia
38
4.2.7 Atividade antibiofilme
39
4.2.8 Análises estatísticas
39
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO
40
5.1 EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS
40
5.2 PRODUÇÃO DOS SISTEMAS EMULSIONADOS
45
5.3 TRIAGEM MICROBIOLÓGICA
46
5.4 CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM)
49
5.5 BIOAUTOGRAFIA
52
5.6 AVALIAÇÃO DA INIBIÇÃO DE BIOFILME
56
6
CONCLUSÕES
61
7
REFERÊNCIAS
63
8
APÊNDICE
70
1 INTRODUÇÃO
A pele é constantemente exposta a inúmeros micro-organismos patogênicos por
apresentar contato com o meio externo e atuar como barreira física de proteção do
organismo humano. Porém, fatores como imunodeficiência, alta virulência dos microorganismos ou abrasões locais podem facilitar a instalação de diversas infecções
podendo-se
destacar
as
infecções
fúngicas
ou
bacterianas
nesse
órgão
(BHAGAVATULA; POWELL, 2011).
Dentre os micro-organismos causadores das infecções de pele estão as bactérias
gram-positivas do gênero Staphylococcus, gram-negativas como Pseudomonas
aeruginosa e fungos leveduriformes do gênero Candida (ROSENTHAL et al., 2011b;
DAWSON; DELLAVALLE; ELSTON, 2012a).
Os óleos naturais são utilizados como antimicrobianos na medicina popular
desde séculos passados (SALEEM et al., 2010a). Devido ao crescente número de microorganismos resistentes aos fármacos utilizados na terapêutica, estes óleos estão sendo
reconhecidos cientificamente, o que incentiva a inserção de novos produtos de origem
animal e vegetal no mercado (SALEEM et al., 2010a). Dentre estes, o óleo de rã-touro
(Rana catesbeiana Shaw) e o óleo de copaíba (Copaifera langsdorffii) são amplamente
utilizados na medicina popular.
O óleo de copaíba é extraído de árvores conhecidas como Copaibeiras
(Copaifera spp.) que estão distribuídas pela América do Sul e África. O óleo-resina de
copaíba é utilizado tradicionalmente pela medicina popular por suas atividades antiinflamatória e antimicrobiana (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002b). No cenário atual, a
este óleo é dado grande destaque devido uma série de propriedades farmacológicas e
cosméticas já elucidadas na literatura (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002b; PIERI;
MUSSI; MOREIRA, 2009a).
O óleo de rã-touro (Rana catesbeiana Shaw) é extraído através do processo de
aproveitamento biotecnológico de descartes dos tecidos adiposos em ranários. Assim
como a carne e a pele, seu óleo é rico em ácidos graxos poli-insaturados do tipo ômega,
bastante importantes para sua atividade farmacológica (GONÇALVES; OTTA, 2008a;
LOPES, V. D. S. et al., 2010).
O uso in natura desses óleos por parte dos pacientes possui baixa adesão devido
as suas características organolépticas desagradáveis. Deste modo, pode-se introduzir as
emulsões, que são sistemas de liberação formados por fases imiscíveis, em que uma fase
14
está dispersa no interior da outra na forma de gotículas estabilizadas por tensoativos
(BIBETTE; CALDERON; POULIN, 1999a). Sistemas emulsionados contendo estes
óleos objetivam melhorar a biodisponibilidade, potencializar ou modificar a liberação
dos componentes ativos e ainda melhorar as características organolépticas (XAVIERJÚNIOR et al., 2012a).
15
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ÓLEOS
NATURAIS
NO
DESENVOLVIMENTO
DE
NOVOS
MEDICAMENTOS
A resistência de patógenos humanos a fármacos é um dos problemas mais
relevantes durante a atualidade. O consumo exagerado e sem orientação adequada de
antimicrobianos resulta na resistência de populações bacterianas, causando sérios
problemas de saúde pública (SALEEM et al., 2010a).
Apesar dos intensos estudos e pesquisas nos últimos anos, poucos novos
antimicrobianos sintéticos têm sido aprovados para comercialização. Diante deste
contexto, a busca por novas substâncias antimicrobianas a partir de fontes naturais,
incluindo óleos animais e vegetais, de forma sustentável e sem prejudicar a
biodiversidade, tem ganhado importância nas companhias farmacêuticas. Além disto, o
uso de óleos com atividade farmacológica para desenvolvimento de novos sistemas de
liberação de fármacos também tem sido almejados, visto que estes visam a
potencialização da atividade terapêutica, redução dos padrões de resistência e
diminuição de toxicidade (SALEEM et al., 2010a).
Estes óleos naturais, sejam de origem vegetal ou de origem animal, podem
apresentar em sua constituição componentes não coerentes com sua real composição
química. Este fato pode ser devido a adulterações praticadas pelos fabricantes,
distribuidores ou revendedores. As adulterações são usualmente praticadas com óleos de
menor valor agregado, como óleos vegetais ou minerais facilmente encontrados e de
baixo custo. Adicionalmente, a não identificação correta da espécie envolvida pode
acarretar em diferentes constituições químicas. Assim, a qualidade do óleo estará
comprometida, influenciando em suas características físico-químicas e farmacológicas.
Deste modo o conhecimento da constituição real dos óleos estudados através de técnicas
analíticas faz-se necessário a fim de garantir a confiabilidade destes produtos (VEIGA
JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005).
16
2.1.1 O óleo de copaíba
O óleo de copaíba é extraído das copaibeiras (Copaifera spp.), pertencentes à
família Fabaceae (Leguminosae), subfamília Caesalpinioideae. A família Fabaceae é de
distribuição cosmopolita, na qual estão incluídas cerca de 18000 espécies divididas em
650 gêneros. Esta família é uma das maiores representantes das Angiospermas em todo
o mundo. No Brasil, aproximadamente 1500 espécies de plantas são pertencentes a esta
família. Os ecossistemas naturais brasileiros possuem dentre suas principais famílias, a
Fabaceae. Destaca-se na região de cerrado a presença de barbatimão (Stryphnodendron
spp.) e copaíba (Copaifera langsdorffii) (SOUZA; LORENZI, 2008).
São conhecidas 43 espécies do gênero Copaifera e estas estão amplamente
distribuída na América do Sul (37 espécies), na América Central (4 espécies) e na
África ( 4 espécies). Dentre as espécies Sul-americanas, 28 delas encontram-se
presentes em território brasileiro (DWYER, 1951; NASCIMENTO et al., 2012).
Embora as primeiras descrições das árvores de copaíba datem de próximo ao
descobrimento do Brasil, a primeira espécie, Copaifera officinalis, foi oficialmente
descrita em 1760 e somente em 1821 o francês Desfontaines adicionou a espécie C.
langsdorffii ao gênero (Figura 1) (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002b).
A espécie Copaifera langsdorffii é citada na literatura como a principal espécie
brasileira do gênero Copaifera de uso medicinal. No Brasil, ela ocorre em seu habitat
mais favorável, Amazonas, assim como em outros estados, entre eles Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Pará, São Paulo, na floresta da bacia do
Paraná e nas partes mais úmidas da região Nordeste do País (LOZENZI; MATOS,
2008).
A árvore de copaíba (Copaifera langsdorffii) é uma planta heliófita, semidecídua
e seletiva xerófita, comuns das formações de transição do cerrado brasileiro.
Anualmente, os especimes produzem uma grande quantidade de sementes viáveis, as
quais são amplamente disseminadas por pássaros. Adicionalmente, esta árvore pode
ocorrer nas regiões de mata primária densa como em formações secundárias
(LORENZI, 2008). O óleo provindo desta espécie é comumente obtido como
subproduto da indústria madeireira na Amazônia bem como de processos extrativos
sustentáveis desenvolvidos na região (LOZENZI; MATOS, 2008).
17
Figura 1 –
Árvore de Copaíba (Copaifera langsdorffii). (Fonte: PIERI; MUSSI;
MOREIRA, 2009).
O óleo de copaíba encontra-se nos canais secretores presentes em todo o tronco
da árvore. Os canais secretores são formados a partir de espaços intercelulares (meatos)
e são responsáveis por liberar exsudados em situação de lesão ou como defesa do
vegetal a agentes externos (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002b). Sendo assim, o óleo é
responsável pela desintoxicação da árvore e atividade contra fungos, bactérias e insetos
(BRITO et al., 2005).
A extração sustentável do óleo-resina é realizada através de perfurações com
dois cilindros no tronco da árvore, de modo que o primeiro furo seja feito a 1 metro da
base do vegetal e o segundo a 1,5 metros do anterior (RIGAMONTE-AZEVEDO;
WADT; WADT, 2006). A coleta do óleo é realizada pelo furo inferior com auxílio de
um cilindro e para cessar o escoamento do óleo o furo superior deve ser obstruído. A
obstrução dos furos pode ser realizada com material vedante plástico a fim de reduzir a
chance de contaminação por fungos e bactérias. Esta medida se faz importante para que
não seja necessário realizar novos furos na próxima coleta (RIGAMONTE-AZEVEDO;
WADT; WADT, 2006).
O óleo-resina é formado por uma mistura de compostos diterpênicos e uma
porção volátil (óleo essencial) formada por componentes sesquiterpênicos, como álcoois
ou hidrocarbonetos (NASCIMENTO et al., 2012). É relevante saber que a composição
química do óleo varia quantitativa e qualitativamente de acordo com alguns fatores,
18
dentre eles a espécie, as condições climáticas, de solo, entre outros fatores (HERREROJAUREGUI et al., 2011).
Entre seus principais componentes, o óleo de copaíba é composto por
sesquiterpenos como: β-cariofileno, α-bisaboleno, α-humuleno (α-cariofileno), α e βselineno, α-bisabolol,
β-elemeno, ciclosativeno, α-copaeno, β-elemeno, cis- α -
bergamoteno, α-guaieno, γ-muuroleno, dentre outros (VEIGA JUNIOR; PINTO,
2002b). Além destes componentes, os diterpenos contidos na porção resinosa descritos
na literatura são: ácido hardwíckico, colavenol, ácido copaiférico ou copaífero, ácido
copaiferólico, ácido calavênico, ácido patagônico, ácido copálico, entre outros, sendo
este ultimo utilizado como um dos principais marcadores para identificação de óleo de
copaíba. Estes componentes são normalmente comuns às várias espécies de copaíba,
porém, quantitativamente há variações nas proporções dos componentes de acordo com
estas diferentes espécies (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002b; HERRERO-JAUREGUI et
al., 2011; NASCIMENTO et al., 2012).
Os óleos essenciais são constituídos de compostos mono e sesquiterpênicos,
além de fenilpropanóides, que dispõem de relevantes atividades farmacológicas. Estes
óleos são a fração volátil do Bálsamo (óleo-resina) de copaíba. Por concentrarem a
maioria dos compostos sesquiterpênicos os óleos essenciais são conhecidos por sua
elevada atividade farmacológica quando comparadas às partes dos quais são extraídos.
Este processo extrativo é usualmente realizado por arraste a vapor das folhas, flores e
óleos-resina de diversas espécies vegetais (BIZZO; HOVELL; REZENDE, 2009).
Desde o período pré-colombiano os índios brasileiros já costumavam utilizar o
óleo de copaíba externamente para tratamento de doenças de pele e proteção contra
picadas de insetos. Após a introdução deste óleo em compêndios oficiais como
antiblenorrárigo, seu uso como cicatrizante, antiinflamatório, antimicrobiano, diurético
e expectorante passou a ser difundido popularmente. Além disto, comercialmente este
óleo vem sendo utilizado em estabelecimentos farmacêuticos de manipulação na
produção de sabonetes e outros cosméticos para tratamento de acnes e processos
inflamatórios faciais (EL-NUNZIO, 1985).
Atualmente, o óleo de copaíba é amplamente utilizado na medicina popular
como antisséptico, anti-inflamatório e cicatrizante (LOZENZI; MATOS, 2008).
Pesquisas científicas vêm atribuindo ao óleo de copaíba atividades antibacteriana
(MENDONÇA; ONOFRE, 2009a; SOUZA et al., 2011), antifúngica (DEUS; ALVES;
ARRUDA, 2011), anti-Leishmania (SANTOS et al., 2012), anti-inflamatória (BASILE
19
et al., 1988) cicatrizante (COMELLI JÚNIOR et al., 2010), antinociceptiva (GOMES et
al., 2007), larvicida (SILVA; ZANON; SILVA, 2003), antineoplásica (GOMES NDE et
al., 2008), entre outras (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002b).
Diante do descrito, a atividade antimicrobiana destaca-se devido à necessidade
da inserção de novos medicamentos que apresentem potencial atividade contra fungos e
bactérias. Atualmente, pesquisas vêm trazendo resultados preliminares de atividade
antimicrobiana contra Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Cryptococcus
neoformans, Saccharomyces cerevisiae dentre outros micro-organismos, porém os
parâmetros de resistência envolvidos, a cinética de morte e o mecanismo de ação ainda
precisam ser elucidados (LIMA et al., 2011; PIERI et al., 2012a).
2.1.2 O óleo de rã-touro
A rã-touro é um anfíbio da espécie Rana catesbeiana Shaw, que também é
chamada de Lithobates catesbeianus, pertencente à ordem Anura e família Ranidae.
Esta família possui mais de 9 gêneros e 300 espécies identificadas. As espécies desta
família abrangem os anfíbios menores (Asiáticos) e os de porte maior (Americanos).
Após a deposição dos ovos e a liberação dos girinos, estes passam por cerca de 2-4 anos
nesta forma até atingir a idade adulta (ZUG; VITT; CALDWELL, 2001). A rã-touro
(Figura 2) vive preferencialmente em ambientes aquáticos ou terrestres úmidos, é nativa
da América do Norte e foi trazida ao Brasil por volta de 1935 (NÓBREGA et al., 2007).
Figura 2 -
Rã-Touro (Rana catesbeiana Shaw). (Fonte: GONÇALVES; OTTA,
2008).
O Rana catesbeiana Shaw é um animal ectotérmico, isto é, seu metabolismo
depende da temperatura ambiente. Este fato interfere no processo de criação do animal,
20
pois, quando a alimentação ocorre numa faixa de temperatura ótima, ocorre maior
consumo de alimentos e absorção de nutrientes, possibilitando maior ganho de massa e
aumento do tecido adiposo (BRAGA; LIMA, 2001). Esta espécie tem sido cada vez
mais requerida no mercado internacional no ramo alimentício, estimulando assim, seu
cultivo em países Latino-americanos e Asiáticos (OLVERA-NOVOA; ONTIVEROSESCUTIA; FLORES-NAVA, 2007). A criação da rã-touro tem buscado reduzir as
perdas na produção de modo que seus músculos são utilizados para fins alimentícios, o
couro é utilizado pela indústria de bolsas e sapatos, a carcaça e patas são requeridas para
produção de ração para girinos da mesma espécie. A carne de rã vem se tornando cada
vez mais apreciada, não só pelo seu sabor, mas também por ser fonte de proteína de alto
valor biológico (GONÇALVES; OTTA, 2008a).
O tecido adiposo das rãs, material de descarte nos ranários, vem sofrendo
aproveitamento biotecnológico e crescendo o seu uso para fins científicos, através da
extração do óleo. A extração do óleo pode ser realizada com diferentes parâmetros,
porém destaca-se que o uso de temperaturas mais brandas (aproximadamente 80 ºC)
confere uma melhor relação de rendimento/características físico-químicas adequadas do
óleo quando comparado a processos extrativos a temperaturas elevadas (200 ºC) ou
temperaturas baixas (35 ºC) (MÉNDEZ et al., 1998a; LOPES, V. D. S. et al., 2010).
Estudos de caracterização química do óleo demonstram seu potencial
farmacológico, devido a presença de 62 compostos de ácidos graxos, dentre eles, ácido
oleico (ômega 9), ácido linoleico (ômega 6), ácido linolênico (ômega 3), além dos
ácidos esteárico, palmítico, mirístico (MÉNDEZ et al., 1998a; LOPES, V. D. S. et al.,
2010).
O óleo de rã-touro é utilizado pela população do estado do Rio Grande do Norte,
Brasil, no tratamento de processos alérgicos e asma (LOPES, V. D. S. et al., 2010).
Além disto, sua atividade antioxidante e reguladora de ácidos graxos vem sendo
estudada (SILVA et al., 2004), assim como a atividade antiedematogênica, porém não
são encontrados relevantes relatos científicos de sua atividade antimicrobiana.
Entretanto, os estudos realizados até então demonstram elevada concentração de ácidos
graxos do tipo ômega e estes são citados como responsáveis por exercer atividade
antimicrobiana em alguns produtos (ISAACS; LITOV; THORMAR, 1995b; MÉNDEZ
et al., 1998a; LOPES, V. D. S. et al., 2010).
Diante deste cenário, o estudo da atividade antimicrobiana do óleo de rã-touro de
forma sustentável e sem prejudicar a biodiversidade vem a contribuir para a busca de
21
novos compostos antimicrobianos e para seu uso no tratamento de infecções. No
entanto, este óleo possui algumas desvantagens quando utilizado na forma in natura,
dentre elas a baixa espalhabilidade, o odor desagradável e a baixa absorção cutânea.
Sendo assim, se lança a possibilidade de desenvolvimento de sistemas emulsionados
com base em óleos naturais, que almejam diminuir estes problemas e proporcionar uma
liberação modificada dos princípios ativos.
2.2 A PELE
A pele é um órgão humano que corresponde a cerca de 15 % do peso total do
corpo de um indivíduo adulto e possui uma área de superfície em torno de 2 m2 (Figura
3). Sua camada mais externa é a epiderme, formada principalmente por queratinócitos
(95 %), além de melanócitos e células do sistema imune. A epiderme pode ser
subdividida em camadas de acordo com o grau de maturação dos queratinócitos e é de
grande importância para o estudo dos quadros infecciosos, visto que alguns microorganismos possuem os queratinócitos como alvo de instalação e de nutrição (CANDI;
SCHMIDT; MELINO, 2005).
Figura 3 -
Corte histológico da pele apresentando as três camadas e estruturas
anexas (a). Disposição da epiderme, monócitos basais e vasos sanguíneos
na derme (b). (Fonte: LAI-CHEONG; MCGRATH, 2009).
A camada posterior à epiderme é a derme, que é constituída na sua maioria por
colágeno (cerca de 70 % do peso seco da derme), além de outros elementos intersticiais
22
e celulares, como os fibroblastos, células dendríticas e histiócitos. Além disso, a derme
é irrigada por vasos sanguíneos, linfáticos e terminações sensoriais. A camada mais
profunda da pele é a hipoderme, que é formada especialmente por adipócitos e constitui
a grande reserva de tecido adiposo do organismo (LAI-CHEONG; MCGRATH, 2009).
A pele é um órgão constantemente exposto a diferentes micro-organismos, a
maioria dos quais vive comensalmente, embora outros sejam extremamente patogênicos
e causem infecções em todo o organismo (BHAGAVATULA; POWELL, 2011). Os
organismos comensais, de acordo com o status imunológico do hospedeiro, podem
provocar infecções oportunistas (SLAVIN; CHAKRABARTI, 2012).
As bactérias dos gêneros Staphylococcus, Corynebacterium, Propionibacterium,
Micrococcus, Streptococcus, Brevibacterium, Acinetobacterium e Pseudomonas são
descritas por alguns estudos como gêneros de bactérias residentes da pele humana.
Além das bactérias, algumas leveduras do gênero Candida vivem comensalmente nas
superfícies de mucosas. Os indivíduos em situações de imunodepressão e hiperglicemia
são predispostos a desenvolverem quadros de infecção cutânea na presença dessas
leveduras (UENO et al., 2011).
2.3 MICRO-ORGANISMOS CAUSADORES DE INFECÇÕES CUTÂNEAS
As infecções de pele podem ser causadas por agentes bacterianos, fúngicos e
virais, as quais têm como fatores determinantes do seu prognóstico o micro-organismo
causador, as camadas e as estruturas da pele afetadas (FLEISCHER; FELDMAN;
RAPP, 2000). As bactérias são as causas mais recorrentes de infecções de pele e
mucosas. Todavia, os fungos também são de alta recorrência e de difícil tratamento,
quando comparados às bactérias. As infecções virais são de difícil erradicação e nos
casos mais comuns, o vírus se mantém em estado latente e após eventos de diminuição
da imunidade do indivíduo este retorna ao estado ativo e os sintomas se tornam
evidentes novamente (DAWSON; DELLAVALLE; ELSTON, 2012).
Assim sendo, é importante ressaltar alguns dos principais causadores das
doenças que acometem a pele. Dentre as bactérias mais relevantes nas infecções de pele,
o gênero Staphylococcus se destaca. S. aureus, e mais recentemente S. epidermidis vem
adquirindo padrões de resistência e se tornando grandes causadoras de infecções
cutâneas (OUMEISH; OUMEISH; BATAINEH, 2000).
23
Os fungos filamentosos e os leveduriformes também são causadores de
infecções de pele e mucosas. Infecções superficiais são comumente causadas por
dermatófitos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. Além destes,
as leveduras do gênero Malassezia e, especialmente, as do gênero Candida são grande
causadoras de infecções oportunistas da pele e mucosas (UENO et al., 2011).
As espécies de Candida são comensais dos humanos, mas em quadros de
imunossupressão agem como agentes oportunistas e causam infecções de pele, mucosa,
unhas e até infecção disseminada, denominada de candidemia. Os fatores de virulência
são importantes na conversão de agentes comensais em causadores de infecções.
Destacam-se como fatores de virulência, a adesão a células epiteliais e endoteliais,
formação de hifas (fenômeno conhecido como morfogênese), formação de biofilme,
produção
de
fosfolipases
e
proteinases,
além
do
“phenotypic
switching”
(JAYATILAKE; TILAKARATNE; PANAGODA, 2009).
2.3.1 Staphylococcus aureus
S. aureus é uma bactéria extracelular gram-positiva causadora da maioria das
doenças infecciosas de pele. Dentre elas, destacam-se impetigo que é de localização
superficial, além das mais invasivas como celulites, foliculites e abscessos subcutâneos
(KRISHNA; MILLER, 2012).
Cepas de S. aureus apresentam uma maior resistência a altas concentrações
salinas, é possível observar esse comportamento no cultivo em ágar manitol salgado
devido sua alta concentração de Cloreto de Sódio (7,5 %), evidenciando a fermentação
do D-manitol com liberação de intermediários ácidos e provocando o aparecimento de
coloração amarela em presença do indicador Vermelho de fenol (Figura 4) (STOAKES
et al., 2006).
24
Figura 4 -
Cultivo de S. aureus ATCC 29213 em ágar manitol salgado (Fonte:
autoria própria).
Um dos fatores mais relevantes na instalação de uma infecção cutânea por S.
aureus é sua fixação a componentes como fibrinogênio, fibronectina e citoqueratinas
através do reconhecimento de moléculas matriciais adesivas. Esse mecanismo tem
grande relevância em pacientes com dermatites, pois a resposta celular a essa patologia
é mediada por citocinas Th2 (como IL-4) que aumentam a quantidade de fibrinogênio e
fibronectina no local da inflamação, propiciando condições ideais para a instalação de S.
aureus (CHO et al., 2001).
Além disso, esta bactéria produz superantígenos (enterotoxinas A e B, toxina 1
da síndrome do choque tóxico) que escapam da resposta mediada por citocinas Th2,
ação que favorece ainda mais a instalação do micro-organismo (WEIDENMAIER;
GOERKE; WOLZ, 2012).
2.3.2 Staphylococcus epidermidis
S. epidermidis é um micro-organismo comensal que possui como principal fator
de virulência sua alta capacidade de adesão a superfícies sólidas, entre elas dispositivos
médico-hospitalares. Assim sendo, devido à ampla utilização de cateteres em pacientes
hospitalizados, este micro-organismo tornou-se um importante patógeno em infecções
nas unidades hospitalares (ROGERS; FEY; RUPP, 2009). Adicionalmente, com a
disseminação das cepas mais resistentes, a pele que é um habitat natural vem se
tornando sitio alvo de infecções. À exemplo disto, as doenças causadas por S.
epidermidis desencadeadas pela formação de biofilmes em equipamentos médicos são
25
mais difíceis de serem tratadas. Os biofilmes são ricas comunidades microbianas,
constituídas de células sésseis embebidas em uma matriz exopolimérica, assim os
micro-organismos permanecem protegidos da alta quantidade de antimicrobianos, em
contrapartida se mantêm constantemente expostos a baixas concentrações dos fármacos
antimicrobianos, gerando um mecanismo de resistência frente à maioria dos
medicamentos (VUONG et al., 2004).
Na figura 5 são observadas colônias de S. epidermidis ATCC 12228 em ágar
manitol salgado. De modo semelhante aos outros Staphylococcus, S. epidermidis é
capaz de crescer em ambiente com grande concentração salina, no entanto, difere-se de
S. aureus por não provocar fermentação do D-manitol (STOAKES et al., 2006).
Figura 5 -
Cultivo de S. epidermidis ATCC 12228 em ágar manitol salgado. (Fonte:
autoria própria).
2.3.3 Pseudomonas aeruginosa
Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria gram-negativa causadora de diversas
infecções, dentre elas, artrite séptica em pacientes que fazem aplicações injetáveis nas
articulações, pneumonia, otite externa, bacteremia (ZHANEL et al., 2010; HIRSCH et
al., 2012), ceratite por lente de contato (TRAN et al., 2012), infecções em regiões de
queimaduras e foliculite (AGUSTI-MEJIAS et al., 2012). Um de seus principais fatores
de virulência é a produção de biofilmes (TART; WOZNIAK, 2008). Esta bactéria vem
apresentando
progressivos
aumentos
no
quadro
de
resistência
a
diversos
antimicrobianos (COOK et al., 2008). Na figura 6 pode-se observar crescimento de P.
aeruginosa ATCC 27853 em ágar cetrimida, evidenciando a pigmentação esverdeada
26
provocada pela produção de piocianina e pioverdina (BREIDENSTEIN; DE LA
FUENTE-NÚÑEZ; HANCOCK, 2011).
Figura 6 -
Cultivo de P. aeruginosa ATCC 27853 em ágar cetrimida. (Fonte:
autoria própria).
2.3.4 Candida albicans
C. albicans é a espécie mais estudada do gênero e apresenta todo seu genoma
sequenciado. Adicionalmente, essa espécie é a mais prevalente em infecções. Em
condições normais, C. albicans é predominantemente encontrada na mucosa
gastrointestinal. Nas mucosas, este fungo tem seu crescimento controlado pela
microbiota residente, sistema imune inato e pelas barreiras epiteliais (GOW; HUBE,
2012).
Até o início da década de 90, C. albicans ainda era a espécie mais isolada de
infecções causadas por Candida spp, sendo responsável por cerca de 80% dos casos
(FIDEL; VAZQUEZ; SOBEL, 1999). Desde o início dos anos 2000, as espécies de
Candida não-C.albicans vem ganhando mais destaque nos estudos clínicos
(KRCMERY; BARNES, 2002), visto que os estudos apresentam uma redução de
infecções por C. albicans para cerca de 40% conforme a população avaliada e sítios de
infecção (KRCMERY; BARNES, 2002). Deste modo, sabe-se que é importante o
estudo de outras espécies diferentes de Candida devido ao elevado índice de
mortalidade em casos de candidemia e maior padrão de resistência a antifúngico.
Neste contexto, espécies como C. parapsilosis, C. glabrata, C. krusei, C.
tropicalis, além de outras menos prevalentes como C. dubliniensis, C. lusitaniae, C.
27
rugosa e C. guilliermondii vem sendo cada vez mais estudadas e novas espécies sendo
descobertas (TAVANTI et al., 2005).
2.3.5 Candida parapsilosis
Apesar de C. albicans continuar sendo a espécie mais isolada dentre as demais
do gênero, C. parapsilosis tem sido a segunda mais encontrada em isolados sanguíneos
de indivíduos da América Latina e Ásia (TAVANTI et al., 2005).
Estudos vêm demonstrando que esta espécie é a mais heterogênea geneticamente
dentro do gênero. A espécie vem sendo aos poucos identificada como complexo
Candida parapsilosis, em que existem três grupos distintos: o grupo I (C. parapsilosis),
grupo II (C. orthopsilosis) e grupo III (C. metapsilosis). A nomenclatura do grupo foi
feita por analogia aos compostos químicos aromáticos. Visto que já existia a espécie
com prefixo -para, as demais foram nomeadas -ortho e -meta. Clinicamente esta nova
nomenclatura ainda não está sendo levada em consideração, porém, à medida que o
número de casos de pacientes infectados pelas novas espécies se aproximar dos casos de
infecções por C. parapsilosis, espera-se que as diferentes espécies sejam levadas em
consideração, visto que a diversidade genética influencia nos parâmetros de virulência e
resistência (TAVANTI et al., 2005).
2.3.6 Candida tropicalis
Candida tropicalis é uma espécie frequentemente encontrada em pacientes
neutropênicos e em tratamento com medicamentos quimioterápicos.
Em aspectos
gerais, esta espécie é tão virulenta quanto C. albicans. A espécie C. tropicalis tem
mostrado maior poder de disseminação nos pacientes neutropênicos que as demais
espécies deste gênero, contribuindo assim para a alta mortalidade de pacientes em
tratamento. Inicialmente, a espécie foi descrita como pouco susceptível a Miconazol e
Cetoconazol, enquanto possuía relevante susceptibilidade a Fluconazol e Anfotericina
B, porém, sabe-se que atualmente vem adquirindo resistência a esses antifúngicos
devido ao uso indiscriminado (KRCMERY; BARNES, 2002).
28
2.3.7 Candida krusei
Candida krusei é uma espécie emergente que tem ganhado relevância em casos
de infecções em pacientes leucêmicos e transplantados, em sua maioria, associadas ao
uso de Fluconazol como profilaxia, sendo raras em pacientes cirurgiados e neonatos.
Sabe-se ainda que cerca de 30% das cepas reportadas como resistentes aos azólicos, são
resistentes a Anfotericina B (KRCMERY; BARNES, 2002). Dentre as demais espécies
mais prevalentes de Candida, suas características macroscópicas são diferenciadas
especialmente pelo aspecto rugoso das colônias, além disso, em meio cromogênico
CHROMagar as colônias apresentam coloração rosa claro (Figura 7).
Figura 7-
Espécies de Candida diferenciadas em meio cromogênico CHROMagar
Candida. A: C. glabrata; B: C. parapsilosis; C: C. albicans; D: C.
Tropicalis; E: C. krusei. (Fonte:(ODDS; BERNAERTS, 1994).
29
2.3.8 Candida glabrata
Dentre o gênero Candida, a espécie C. glabrata é a única espécie das mais
estudadas que não forma pseudo-hifas em temperaturas acima de 37ºC. Seus
blastoconídeos são considerados menores que os de C. albicans e suas colônias em ágar
Saboraud Dextrose são semelhantes, de modo que a diferenciação macroscópica pode
ser auxiliada pelo semeio em CHROMagar Candida, em que o crescimento de C.
glabrata tem coloração rosa escuro (Figura 5) (FIDEL; VAZQUEZ; SOBEL, 1999).
No âmbito hospitalar esta espécie vem se tornando relevante devido ao crescente
número de infecções proporcionadas pela diminuída sensibilidade aos antifúngicos
azólicos (FIDEL; VAZQUEZ; SOBEL, 1999).
2.4 SISTEMAS EMULSIONADOS
As emulsões podem ser definidas como sistemas constituídos da mistura de, no
mínimo, dois líquidos imiscíveis, um disperso no interior de outro, formando gotículas
de aproximadamente 1µm relativamente estabilizadas pela presença de um sistema
tensoativo. Estes sistemas são utilizados para diversas finalidades, dentre elas para
produção de cosméticos, alimentos, sistemas contendo imunobiológicos e fármacos
insolúveis (BIBETTE; CALDERON; POULIN, 1999).
Sistemas emulsionados são bastante úteis na veiculação de princípios ativos de
administração desvantajosa quando comparados a sistemas mais tradicionais, como
suspensões e soluções. Estes sistemas compartimentalizados são bem estabelecidos na
indústria cosmética devido a capacidade de incorporar ativos insolúveis e proporcionar
espalhabilidade e hidratação desejadas. Na indústria farmacêutica, além destas
vantagens para desenvolvimento de formulações de uso tópicos as emulsões
proporcionam adequadas absorções e garantem a segurança e eficácia durante o
tratamento, baseado na liberação prolongada dos componentes ativos e na redução da
liberação imediata destes compostos, reduzindo assim a toxicidade (SCHARAMM,
2005). Assim, o desenvolvimento de emulsões a base de produtos naturais,
especialmente para uso tópico, para tratamento de doenças de pele vêm sendo
requisitado como uma necessidade da sociedade afim de melhor aproveitar as
propriedades terapêuticas que os produtos naturais têm a oferecer (XAVIER-JÚNIOR et
al., 2012).
30
Os tensoativos são substâncias anfifílicas que interagem com as fases interna e
externa diminuindo a tensão interfacial entre os líquidos, favorecendo a emulsificação e
melhorando a estabilização do sistema (BIBETTE; CALDERON; POULIN, 1999).
Usualmente a quantidade de tensoativos utilizada para gerar emulsões varia de 1 a 10
%. Como consequência dos componentes deste sistema e da estabilização gerada pelos
tensoativos, o comportamento de fases deste tipo de sistema disperso é de extrema
importância. Este comportamento de fases é uma propriedade relativa ao equilíbrio
termodinâmico que ocorre nos sistemas formados e depende das variáveis relacionadas
ao sistema, isto é, natureza dos diferentes componentes, temperatura, pressão e outros
(SJÖBLOM, 2006).
As emulsões apresentam-se geralmente como Óleo em Água (O/A), Água em
Óleo (A/O) e ainda como Emulsões Múltiplas (O/A/O ou A/O/A) como esquematizado
na figura 8 (FERRARI et al., 2008). Do mesmo modo que outros coloides, as emulsões
exibem propriedades características do grupo: movimento Browniano, transição de fases
reversível que pode ser gerada por forte alteração na interação das gotículas e ainda
transições de fase irreversíveis levando a desestabilização e colapso do sistema
(BIBETTE; CALDERON; POULIN, 1999). Relativo à sua formação e estabilidade,
sabe-se também que, as emulsões possuem melhor estabilidade quando a mistura de
tensoativos atinge o equilíbrio hidrofílico-lipofílico (EHL) requerido pela fase oleosa da
emulsão usada no sistema (GRIFFIN, 1949; FERREIRA et al., 2010).
Um dos métodos mais utilizados para produção de emulsões em nível de
desenvolvimento baseia-se na inversão de fases. Esta inversão pode ser realizada de
diversas maneiras, dentre eles a catastrófica, que consiste em adicionar crescentes
quantidades do componente da fase interna a uma emulsão pré-formada (TYRODE et
al., 2004). Além desta, a inversão transicional baseia-se na elevação da temperatura
durante o processo de produção de uma emulsão até ultrapassar o ponto chamado de
temperatura de inversão de fases, após atingida esta temperatura, o processo de
produção da emulsão é iniciado devido a mudança da afinidade dos tensoativos. Este
método é bastante utilizado, pois há a formação momentânea do sistema com uma
característica contrária a desejada, e à medida que o componente que irá compor a fase
externa é adicionado, o sistema inverte de fases, obtendo-se o sistema final devido à
temperatura específica de inversão de fases dos tensoativos utilizados para formação do
sistema (SJÖBLOM, 2006).
31
Figura 8 -
Esquema dos diferentes tipos de emulsão, O/A (A), A/O/A (B), A/O (C) e
O/A/O (D). (Fonte: autoria própria)
Os parâmetros de tamanho de gotícula, distribuição das populações de gotículas,
EHL e o potencial zeta são essenciais para a formulação de uma emulsão estável. Além
destes, pH e condutividade podem ser utilizados objetivando auxiliar na identificação
do tipo de sistema obtido. Quando estes parâmetros não são bem estudados e aplicados
a emulsão pode não vir a ser formada ou pode se desestabilizar com maior facilidade
devido a uma série de fenômenos (BIBETTE; CALDERON; POULIN, 1999).
As emulsões estão sujeitas a fenômenos como cremagem, floculação,
coalescência, separação de fases e pontes de Ostwald podem ocorrer nesses sistemas. A
cremagem ocorre quando constituintes da emulsão sedimentam ou flutuam, levando a
formação de uma porção mais opaca e cremosa na superfície do sistema, isto pode
ocorrer devido a grandes diferenças de densidade dos componentes (ROLAND et al.,
2003). No fenômeno de floculação, gotículas se aproximam formando agregados, porém
estas são separadas por uma fina camada de constituintes da fase externa. A
coalescência é caracterizada por grandes distribuições de tamanhos de gotícula devido à
fusão das gotículas inicialmente formadas (ROLAND et al., 2003). No processo de
instabilidade por pontes de Ostwald, pequenas gotículas com restrita solubilidade na
fase externa tendem a se agregar a maiores gotículas, levando ao aumento das mesmas.
Por fim, a separação de fases ocorre quando não é possível reverter o quadro de
instabilidade do sistema (ROLAND et al., 2003).
Os sistemas emulsionados tornam-se alternativas viáveis como sistemas de
liberação de óleos naturais, visto que quando administrados in natura estes apresentam
problemas de espalhabilidade, biodisponibilidade, além de odor e sabor muitas vezes
desagradáveis (XAVIER-JÚNIOR et al., 2012).
32
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a atividade antimicrobiana de emulsões contendo óleo de rã- touro e óleos
de copaíba (óleo-resina e essencial) frente a leveduras e bactérias.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Obter óleo essencial de copaíba a partir de extração do óleo-resina;
 Realizar a caracterização química dos óleos do estudo através de Cromatografia
Gasosa acoplada a detector de Espectroscopia de Massa;
 Obter sistemas emulsionados a base de óleo de rã-touro e óleos resina e essencial
de copaíba;
 Realizar testes de triagem microbiológica dos sistemas e dos óleos puros frente a
diferentes cepas clínicas e de referência da American Type Culture Collection
(ATCC), dentre elas, leveduras oportunistas, bactérias gram-negativas e grampositivas;
 Conhecer a Concentração Inibitória Mínima dos sistemas que apresentarem
atividade na triagem microbiológica;
 Identificar as frações e compostos antimicrobianos dos óleos de copaíba e de rãtouro através de Bioautografia e CG-EM;
 Determinar o efeito das emulsões sobre a formação de biofilmes pelos microorganismos.
33
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
4.1.1 Substâncias químicas
O óleo de copaíba (Copaifera langsdorffii) foi adquirido pela Flores & Ervas
(Piracicaba, SP, Brasil), o óleo de rã-touro foi doado pela Asmarana Produtos Naturais
(Natal, RN, Brasil), o Span 80® (sorbitan 80 monooleate) foi adquirido da Sigma
Aldrich Inc (St Louis, MO, USA), Tween 20® (polyoxyethylene 20 sorbitan
monolaurate) pela VETEC (Rio de Janeiro, RJ, Brasil). Os meios de cultura: Ágar
Mueller-Hinton, Ágar Saboraud Dextrose, Caldo BHI (Brain Heart Infusion) e Caldo
Mueller Hinton foram obtidos da Himedia (Mumbai, MU, India). Todos os reagentes
utilizados foram de grau farmacêutico.
4.1.2 Micro-organismos
As cepas bacterianas American Type Culture Collection (ATCC) utilizadas neste
estudo foram: S. aureus ATCC 29213, S. epidermidis ATCC 12228 e P. aeruginosa
ATCC 27853. De cada bactéria citada foram utilizadas três cepas (uma ATCC e duas
clínicas). As leveduras utilizadas foram todas do gênero Candida, de modo que foram
utilizadas uma cepa ATCC e uma amostra clínica (AC) de cada espécie conforme
descrito: C. albicans ATCC 90028 e AC (14), C. parapsilosis ATCC 22019 e AC (73),
C. glabrata ATCC 2001 e AC (15V3C), C. krusei ATCC 6258 e AC (LMMM54), C.
tropicalis ATCC 13803 e AC (67A), de modo que todas as cepas clínicas de leveduras
foram obtidas de sítio vaginal. Todas as cepas clínicas e de referência foram fornecidas
pelo LMMM (Laboratório de Micologia Médica e Molecular), UFRN. As bactérias
foram mantidas em Caldo BHI e as leveduras em Caldo YPD (Yeast-PeptoneDextrose), estocadas a -80 °C até o início dos experimentos.
34
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Extração do óleo essencial de copaíba
O óleo-resina de copaíba foi submetido à hidrodestilação com água deionizada
por um período de 4 horas a 100 ºC utilizando o Clevenger. O óleo essencial obtido
após extração foi seco com sulfato de sódio anidro e filtrado com uma membrana porosa
(GALVÃO et al., 2012). Além do óleo essencial foi obtida fração resinosa
remanescente do processo de hidrodestilação.
4.2.2 Análise da composição química dos óleos
As amostras de óleo-resina de copaíba, óleo essencial de copaíba e óleo de rãtouro foram submetidas à análise de sua composição. Adicionalmente, foram realizadas
análises das amostras metiladas, objetivando a melhor investigação dos componentes
dos óleos, visto que o processo facilita a melhor separação e volatilização dos
componentes que possuem ácidos carboxílicos. A derivatização das amostras foi
realizada através de um processo utilizando diazometano, em que os óleos a serem
derivatizados foram diluídos em acetato de etila, seguido da adição do diazometano e
posterior evaporação, obtendo assim a amostra metilada.
As análises foram realizadas em um cromatógrafo à gás Hewlett-Packard 6890
acoplado a detector seletivo de massas HP-5975 (CG-EM). A coluna utilizada para
realização das análises foi a HP-5MS capilar (30 m x 0.25 mm x 0,25 µm). Para a
amostra de óleo essencial de copaíba as condições cromatográficas foram as seguintes: a
temperatura inicial da coluna foi de 60 ºC, com posterior aquecimento de 3 ºC/min até
240 ºC mantendo essa temperatura por 7 min. As temperaturas do Detector e Injetor
foram 250 ºC e 220 ºC, respectivamente. As condições para as demais amostras foram:
temperatura inicial da coluna: 110 ºC, seguido de aquecimento de 5 ºC/min até 280 ºC
(26 min). Temperaturas do detector e injetor foram 300 ºC e 250 ºC, respectivamente. O
volume injetado de cada amostra foi de 1 µL e a vazão do gás de arraste (Hélio super
seco) foi 1,0 mL/min, independente do método.
A identificação dos compostos foi baseada na comparação dos espectros de
massa obtidos com os da biblioteca NIST (Software package, Finnigan) e dos
35
respectivos índices de retenção com a literatura. A determinação quantitativa foi
baseada na área dos picos analisados.
4.2.3 Preparo e caracterização das emulsões
Foram preparadas três emulsões distintas conforme desenvolvidas a partir de
estudos anteriores, em que a fase oleosa foi óleo-resina de copaíba, óleo essencial de
copaíba e óleo de rã-touro. As emulsões óleo em água continham a seguinte formulação:
5 % (p/p) de óleo, 93 % (p/p) de água, 1,56 % (p/p) de Tween 20® e 0,44 % (p/p) de
Span 80® (XAVIER-JÚNIOR et al., 2012). Os sistemas foram preparados conforme a
técnica de inversão de Fases (YU et al., 1993). A quantidade requerida de Span 80® foi
dispersa na fase oleosa. Enquanto que o Tween 20® foi disperso na fase aquosa. As
fases foram aquecidas separadamente a 70 ºC e em seguida, para formação do sistema, e
em seguida foram homogeneizadas utilizando Ultra-Turrax® T 25 (IKA, Staufen,
Germany) a 13.000 rpm por 10 minutos.
Após um período de 24 horas do preparo das amostras, as análises de
propriedades físico-químicas foram realizadas à temperatura de 25 ± 2 °C. O pH foi
mensurado utilizando um pHmetro PG-2000 (GEHAKA, Morumbi, SP, Brasil). A
condutividade elétrica foi avaliada utilizando um condutivímetro DM-32 (Digicrom
Analytical, Campo Grande, SP, Brasil). Adicionalmente, as amostras foram diluídas em
água deionizada numa proporção de 1:100 e foram avaliadas as medidas de tamanho de
gotícula, polidispersividade e potencial zeta utilizando um ZetaPlus (Holtsville, NY,
USA).
4.2.4 Triagem antimicrobiana
A triagem foi realizada com os micro-organismos citados no item 4.1.2 frente às
seguintes amostras diluídas separadamente em DMSO 1%: Óleo-resina e óleo essencial
de copaíba, óleo de rã-touro, além do resíduo resinoso de copaíba obtido como descarte
do processo de extração do óleo essencial. Também foram utilizadas soluções aquosas
de Tween 20® 1,56 %, Span 80® 0,44 %, DMSO 1 %, Cloranfenicol 1,5 mg/mL,
Cetoconazol 2,5 mg/mL e Anfotericina B 5 mg/mL como controle. Cloranfenicol foi
usado frente às bactérias, enquanto Cetoconazol e Anfotericina B foram os
antimicrobianos de referência frente aos fungos, de modo que as concentrações finais
36
por poço fosse equivalente a dos discos padronizados (CLSI, 2009b; a). As emulsões
somente foram avaliadas na investigação da concentração inibitória mínima após a
determinação dos resultados desta triagem. As bactérias utilizadas tiveram crescimento
prévio de 24 h em ágar BHI e as leveduras de 48 h em ágar Saboraud Dextrose.
A avaliação inicial da atividade antibacteriana e antifúngica foi realizada
utilizando a adaptação para poços do teste de susceptibilidade com Agar Muller-Hinton
para bactérias e Ágar Mueller-Hinton + Glicose 2% e 0,5 µg/mL de Azul de metileno
para as leveduras (CLSI, 2009b; a). Uma quantidade de 20 µL de cada amostra foi
adicionada aos poços no ágar após o semeio dos micro-organismos. O experimento em
triplicata foi repetido três vezes a fim de garantir a confiabilidade dos resultados. As
placas foram incubadas a 35 ± 2 ºC por 24 h e 48 h para as bactérias e fungos,
respectivamente. A avaliação foi feita pela medição dos halos de inibição, considerando
a medida inicial a partir de 5 mm, visto que esse é o diâmetro do poço.
4.2.5 Concentração Inibitória Mínima (CIM)
A determinação da CIM foi realizada após a triagem dos micro-organismos com
os óleos diluídos em DMSO a 1 % e as emulsões contendo estes óleos. O procedimento
com os óleos e emulsões de copaíba foi feito com os micro-organismos que se
demonstraram sensíveis na triagem, enquanto para as amostras de rã-touro foi
determinada a CIM frente aos micro-organismos de referência (ATCC). As bactérias
utilizadas tiveram crescimento prévio de 24 h em ágar BHI e as leveduras de 48 h em
ágar Saboraud Dextrose.
Para determinação da CIM das amostras foi utilizado o método de microdiluição
em caldo. Para isto, foram realizadas sucessivas diluições volumétricas das amostras
antimicrobianas em Caldo Mueller-Hinton estéril em concentrações de 1,0 a 248750,0
mg/L por poço (OSTROSKY et al., 2008). A suspensão de cada micro-organismo foi
preparada em solução salina 0,9 % ajustada à escala 0,5 de McFarland e em seguida
diluída em caldo Mueller-Hinton para obter uma concentração final entre 0,5 a 2,5 x 103
UFC/mL. Posteriormente, 100 µL de cada diluição foi adicionada nos poços. O teste foi
realizado em triplicata e em seguida as microplacas foram incubadas a 35 ± 2 ºC em
agitador horizontal (Tecnal) a 150 rpm por 24 h e 48 h para as bactérias e leveduras,
respectivamente.
37
4.2.6 Bioautografia
Para a realização da bioautografia, somente foram utilizados o óleo de rã e o
óleo-resina de copaíba frente aos seguintes micro-organismos: S. aureus ATCC 29213,
S. epidermidis ATCC 12228, P. aeruginosa ATCC 27853, C. albicans ATCC 90027, C.
parapsilosis ATCC 22019, C. glabrata ATCC 2001, C. krusei ATCC 6258 e C.
tropicalis ATCC 13803. As bactérias utilizadas tiveram crescimento prévio de 24h em
ágar BHI e as leveduras de 48h em ágar Saboraud Dextrose.
Foram realizadas cromatografias de camada delgada (CCDs) utilizando placas
de HPTLC (High performance thin layer chromatography) com uma mistura de
hexano/acetato de etila (9:1), como fase móvel. As amostras de óleo (copaíba e rãtouro) foram diluídas em metanol (2:8) e aplicadas com capilares na placa
cromatográfica.
A corrida cromatográfica foi de 5,0 cm, realizada com revelação por vanilina
sulfúrica em estufa a 100 ºC por 5 min (Placa 1). Este revelador foi preparado conforme
padrões farmacopéicos (ANVISA, 2010). Posteriormente, esta cromatografia foi
replicada para cada micro-organismo, onde foram introduzidas em placas de Petri
estéreis e colocadas em contato com o meio de cultura contendo a cepa em estudo
(Placas 2), uma terceira CCD foi realizada para extrair os compostos das bandas
cromatográficas , seguindo a caracterização por CG-MS da fração que apresentou
atividade (Placas 3).
O procedimento de bioautografia foi realizado conforme seguinte metodologia:
Em tubos cônicos (Falcon) de 50 mL foram preparados os inóculos conforme escala de
turvação 0,5 de McFarland em ágar fundido estéril a temperatura de aproximadamente
50 ºC. As bactérias foram inoculadas em ágar Mueller-Hinton, enquanto as leveduras
foram inoculadas em ágar Mueller-Hinton acrescido de glicose 2 % e azul de metileno
0,5 µg/mL, conforme recomendação do CLSI para teste de sensibilidade (CLSI, 2009b;
a).
Depois de inocular cada micro-organismo com as placas de CCD (Placas 2)
houve incubação a 35 ºC por 24 h para bactérias e 48 h para as leveduras.
O resultado foi dado pela visualização de um halo de inibição na placa 2 ao
redor de uma banda cromatográfica (Rf) que continha as substâncias antimicrobianas no
devido óleo testado. Neste ponto foi medido o fator de retenção (Rf) das substâncias
com base na banda cromatográfica que gerou um halo de inibição. Em seguida, a sílica
38
das áreas de inibição das placas 3, com o mesmo valor de Rf das placas 2, foram
raspadas para cada micro-organismo. Para extração dos componentes do óleo, foi
pesado 20 mg das amostras em sílica e foi adicionado 1,0 mL de acetato de etila seguido
de 25 minutos de agitação em banho de ultrassom e filtração. Posteriormente, estas
frações antimicrobianas foram submetidas a análises em Cromatografia Gasosa
acoplada a detector de Espectrometria de Massas (CG-EM), conforme metodologia no
tópico 4.2.2.
4.2.7 Atividade antibiofilme
Os mesmos micro-organismos submetidos a analise da CIM foram analisados na
avaliação da atividade antibiofilme frente aos óleos e emulsões previamente utilizados
no teste de determinação da CIM. As cepas foram inoculadas em Caldo Mueller-Hinton
e ajustadas conforme escala 0,5 McFarland. As amostras foram diluídas em Caldo
Mueller-Hinton nos poços (12,5 %) e em seguida as suspensões de micro-organismos
foram adicionadas. As microplacas foram incubadas a 35 ± 2ºC em agitador horizontal a
150 rpm por 24 h e 48 h para as bactérias e leveduras, respectivamente. Em seguida, o
sobrenadante dos poços foi removido e os poços lavados com água estéril para remoção
dos micro-organismos não aderidos. O conteúdo de micro-organismos aderidos foi
corado com 200 µL de cristal violeta por 20 minutos. As placas foram lavadas com água
corrente estéril e deixadas para secar, posteriormente, foram adicionados 200 µL de
etanol PA e a Densidade Óptica foi medida em um leitor de ELISA (BioTek, µQuant) a
570 nm. Cetoconazol 2,5 mg/mL e Cloranfenicol 1,5 mg/mL foram utilizados como
antimicrobianos de referência para fungos e bactérias, respectivamente.
4.2.8 Análises estatísticas
Os resultados do trabalho são expressos como Média ± Desvio Padrão.
Significância estatística entre 3 grupos ou mais foram avaliados por Análise de
Variância (ANOVA) seguido do teste Tukey para múltipla comparação de médias.
Análise entre 2 grupos foi realizado por Teste t de Student. Valores de P menores que
0,05 (p < 0,05) foram considerados como significantes.
39
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS
O óleo essencial de copaíba extraído pelo método de hidrodestilação apresentou
um rendimento de aproximadamente 10% em relação ao óleo-resina utilizado para
extração, indicando que a fração volátil compõe uma parcela do óleo de copaíba. O
percentual de óleo essencial obtido a partir do óleo-resina foi superior ao encontrado em
outro estudo desta mesma espécie (Copaifera langsdorffii), em que o rendimento foi de
aproximadamente 7,3% (GRAMOSA; SILVEIRA, 2005). Sendo assim, esse resultado
nos permite sugerir que os parâmetros utilizados na metodologia de extração foram
significantes para obtenção de um bom rendimento na extração do óleo essencial a
partir de óleo-resina de copaíba.
As análises dos óleos de copaíba demonstraram que os compostos terpênicos
presentes apresentam menor tempo de retenção no óleo-resina de copaíba, quando
comparados aos mesmos compostos no óleo essencial de copaíba (Figura 9), de modo
que pode ser observado um deslocamento de todos os picos para a direita. Estes picos
característicos dos compostos terpênicos podem ser observados em diversos estudos que
analisaram a constituição química de óleos de copaíba (VEIGA JUNIOR; PINTO,
2002; BARRETO JÚNIOR et al., 2005).
Além do deslocamento dos picos foi possível observar uma melhor resolução
dos sinais no óleo essencial de copaíba (Figura 9). Essa separação dos sinais pode ter
ocorrido devido às temperaturas menos elevadas utilizadas no processo, ocasionando
dessa forma o aumento no tempo de retenção e possibilitando uma melhor
resolutividade dos picos (BARTLE; MYERS, 2002).
40
Figura 9 -
Cromatograma obtido por CG-EM. A: óleo-resina de copaíba; B: óleoresina de copaíba metilado; C: óleo essencial de copaíba; D: óleo
essencial de copaíba metilado; E: fração resina metilada do óleo de
copaíba obtido como resíduo da extração de óleo essencial. (Fonte:
autoria própria).
Para que fosse possível visualizar melhor os picos cromatográficos de
componentes ácidos presentes nas amostras, foi realizada a metilação dos óleos de
copaíba. Com essa técnica foi possível identificar a presença de ácidos graxos, visto que
os ésteres formados foram melhor visualizados (BIAVATTI et al., 2006). Porém, a
metilação proporcionou a variação da porcentagem dos hidrocarbonetos terpênicos, já
que através da metilação há formação de diferentes hidrocarbonetos (BIAVATTI et al.,
41
2006). Assim, a metilação mostrou-se de grande utilidade na investigação de diterpenos
ácidos, assim como ácidos graxos.
Conforme observado após a metilação do óleo de copaíba e da fração resinosa,
permitiu-se a formação de dois grupos de picos cromatográficos, visto que após a
metilação, é possível detectar com mais facilidade os terpenos ácidos, responsáveis pelo
segundo grupo de picos cromatográficos (Figuras 9).
Conforme demonstrado, o óleo de copaíba exibiu o primeiro grupo de picos no
intervalo de 7 a 14 minutos e o segundo grupo entre 21 a 30 minutos (Figura 9). Estas
faixas de tempo entram em concordância com o que está descrito para o óleo de copaíba
em estudos de revisão deste gênero, ressalvando pequenas variações que podem ser
ocasionalmente geradas pela diferença de espécies, conservação da amostra, do
processo de extração ou ainda do equipamento (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002).
Por outro lado, o óleo essencial metilado não apresentou o mesmo
comportamento das amostras anteriores (Figura 9). Sabendo-se que o óleo essencial
contém principalmente hidrocarbonetos terpênicos, não há a evidente formação de um
segundo grupo de picos cromatográficos. Em contrapartida, o resíduo resinoso obtido
após extração do óleo essencial, apresenta poucos compostos sesquiterpênicos restantes
e maior quantidade de terpenos ácidos (segundo grupo de picos) (Figura 9).
As análises dos cromatogramas do óleo-resina de copaíba sugerem que o βbisaboleno foi o composto majoritário identificado. Essa informação pode ser melhor
visualizada na Tabela 1, que demonstra além do composto majoritário, outros
componentes. O β-cariofileno e α-bermagoteno são os outros componentes que
demonstram apresentar maior percentual. A porção resinosa obtida como resíduo após
extração
do
óleo
essencial
apresentou
menor
quantidade
de
componentes
sesquiterpênicos que o óleo-resina e o óleo essencial, além disso, outros componentes
não se mostraram mais presentes, conforme exibido na Tabela 1.
O óleo essencial apresentou um aumento relativo na concentração de alguns
componentes presentes na sua constituição. Essa característica deve-se ao fato de que os
sesquiterpenos concentram-se na porção volátil, restando menor quantidade no resíduo
resinoso. Entretanto, tem sido observado que existe uma extensa variabilidade na
composição dos óleos essenciais de copaíba de uma mesma espécie, inclusive quando
extraído de diferentes porções da planta.
42
Tabela 1 -
Porcentagem dos compostos terpênicos majoritários das amostras de
Copaíba (Copaifera langsdorffii).
Composição química
TR
(min)
OC
mOC
mRC
TR
(min)
OEC
mOEC
δ-elemeno
6,90
0,37
0,15
-
21,17
0,63
0,47
(+)-ciclosativeno
7,52
0,45
0,16
-
22,31
0,67
0,45
α-copaeno
7,66
0,93
0,35
0,06
22,76
1,39
1,08
β-elemeno
7,92
1,44
0,61
0,17
23,46
2,41
1,93
β-cariofileno
8,57
18,30
7,72
2,34
24,62
21,68
21,14
α-bergamoteno
8,74
15,61
6,97
2,26
25,29
20,53
18,90
α-guaieno
8,83
1,17
0,51
0,20
25,38
0,88
0,95
β-farneseno
9,03
1,61
0,75
0,30
26,11
1,56
1,66
α-cariofileno
9,22
2,80
1,25
0,53
25,95
2,85
2,82
τ-muuroleno
9,60
0,82
0,38
0,20
26,88
0,53
0,50
β-cubebeno
9,75
4,83
2,25
0,99
27,06
1,72
3,12
β-selineno
9,88
4,34
2,03
1,10
27,27
6,16
5,55
α-selineno
-
-
-
-
27,62
2,31
2,62
τ-gurjeneno
-
-
-
-
27,78
0,89
0,56
β-camigreno
10,04
5,63
2,72
1,52
-
-
-
β-bisaboleno
10,21
24,76
12,13
7,14
28,24
23,67
24,26
β-sesquifelandreno
10,55
2,44
1,19
0,82
-
-
-
α-curcumeno
12,29
0,35
0,17
0,20
-
-
-
α-cedreno
12,85
0,53
0,07
0,08
-
-
-
β-cedreno
-
-
-
-
28,76
1,40
2,12
α-himacaleno
13,01
1,74
-
-
33,39
0,46
0,43
Caureno
20,98
0,39
0,23
0,31
-
-
-
TR (min): Tempo de retenção em minutos; OC: Óleo de copaíba; mOC: Óleo de
copaíba metilado; mRC: Fração resina de copaíba metilada; OEC: Óleo essencial de
Copaíba; mOEC: Óleo essencial de copaíba metilado.
Nascimento et al (2012) realizaram um estudo da composição química de
diferentes amostras de óleos essenciais de Copaifera langsdorffii extraídos das folhas,
frutos, caules e sementes, diferentemente do nosso estudo, que utilizou o óleo-resina
43
para obter este componente volátil. Pode ser observado que não há uma manutenção nas
proporções dos componentes no óleo essencial quando se compara as diferentes fontes
de obtenção do mesmo. Outros estudos com a espécie C. langsdorffii demonstraram
concordância na presença da maioria dos componentes aqui apresentados, porém, foram
observadas algumas divergências em relação aos componentes majoritários, estas
podem ter sido apresentadas em decorrência da origem da amostra, data e condições
climáticas na época de extração deste óleo-resina (GELMINI et al., 2013).
O cromatograma do óleo de rã-touro apresentou poucos picos bem definidos,
mostrando a prevalência de poucos compostos isolados (Figura 10), evidenciando que a
análise direta de ácidos graxos não possibilita uma boa resolução de picos e separação
ideal dos componentes.
Figura 10 - Cromatograma obtido por CG-EM. A: óleo de rã-touro; B: óleo de rãtouro metilado. (Fonte: autoria própria).
O processo de metilação o qual foi submetido o óleo rã-touro propiciou a melhor
separação dos picos, bem como revelou a presença de ácidos graxos em sua forma
esterificada que não haviam sido identificados anteriormente (Figura 10).
O método de metilação de óleo de rã-touro foi utilizado previamente por
Mendez et al (1998) e foi demonstrado que a derivatização dos ácidos graxos favorecem
sua melhor separação e identificação. Assim como no estudo de Mendez et al (1998), os
derivados do ácido oléico foram os compostos predominantes na amostra de óleo de rãtouro estudada, além da predominância de derivados do ácido palmítico e linoléico.
Sendo estes três, os ácidos graxos monoinsaturados, saturados e polissaturados
predominantes, respectivamente na amostra.
44
Na tabela abaixo é possível observar que o monooleato de glicerila apresenta-se
como composto majoritário das amostras de rã-touro (Rana catesbeiana Shaw). Após
processo de metilação da amostra, componentes esterificados com a adição de
grupamento metila foram encontrados, dentre eles, palmitoleato de metila, palmitato de
metila, linoleato de metila e oleato de metila. Conforme mencionado anteriormente,
estes ésteres encontrados após metilação correspondem aos ácidos graxos presentes no
óleo de rã-touro.
Tabela 2 -
Porcentagem dos compostos majoritários das amostras de rã-touro (Rana
catesbeiana Shaw)
Composição química
TR (min)
OR
mOR
Palmitoleato de metila
18,25
-
2,23
Palmitato de metila
18,65
-
5,87
Linoleato de metila
21,84
-
4,79
Oleato de metila
21,94
-
9,26
1,2-dipalmitoil de glicerol
25,32
15,31
-
Monooleato de glicerila
28,22
55,08
7,59
TR (min): Tempo de retenção em minutos; OR: Óleo de rã-touro; mOR: Óleo de rãtouro metilado.
Estes resultados também se encontram em conformidade com o que foi
observado por Lopes et al. (2010), que realizaram diferentes metodologias de extração
de óleo de rã-touro e também observou a predominância dos ácidos oléico, linoléico e
palmítico através da presença de seus ésteres.
5.2 PRODUÇÃO DOS SISTEMAS EMULSIONADOS
Os sistemas demonstraram macroscopicamente uma característica leitosa e
fluida. Além disto, não foi observado cremagem na região superior dos sistemas. As
análises de condutividade confirmaram a fase externa aquosa do sistema, conforme
esperado (XAVIER-JÚNIOR et al., 2012). Os valores de pH observados foram baixos,
porém esta característica pode ser modificada a fim de obter a formulação final com
compatibilidade adequada com a pele. O tamanho de gotícula médio observado para
45
todas os sistemas foi cerca de 0,2 µm, assim como apresentaram baixa
polidispersividade, indicando que durante a produção destes sistemas são formadas
poucas populações de tamanhos distintos.
As análises de potencial zeta demonstraram valores distintos para os sistemas,
conforme mostrados na Tabela 3. Esta variação aconteceu, provavelmente, devido a
variação da composição dos óleos. O potencial zeta da emulsão de oleo de rã (- 11,86 ±
1,99) pode ser modificado através da adição de sais para que este esteja conferindo a
estabilidade adequada à formulação final.
Tabela 3 -
Caracterização físico-química das emulsões
EOC
EOEC
EOR
pH
3,40
3,48
3,22
Condutividade (µS)
187,51
226,20
220,30
Tamanho (µm)
0,20 ± 0,00
0,28 ± 0,01
0,26 ± 0,00
Polidispersividade
0,24 ± 0,01
0,14 ± 0,02
0,27 ± 0,01
Potencial Zeta
- 34,37 ± 2,50
- 27,08 ± 0,89
- 11,86 ± 1,99
EOC: Emulsão de óleo-resina de copaíba; EOEC: Emulsão de óleo essencial de
copaíba; EOR: Emulsão de óleo de rã-touro.
5.3 TRIAGEM MICROBIOLÓGICA
As análises microbiológicas realizadas para verificar se as amostras de óleo de
copaíba
apresentavam
atividade
antibacteriana
frente
às
linhagens
descritas
demonstraram que cerca de 44 % das cepas estudadas foram inibidas por algumas das
amostras de óleo de copaíba (Tabela 4). Os ensaios para testar o efeito antifúngico dos
óleos de copaíba demostraram ação de inibição frente a 40 % das leveduras testadas,
sendo as cepas de C. glabrata e C. krusei clínicas e ATCC as que se demonstraram mais
sensíveis (Tabela 5).
Os halos de inibição observados nas placas com micro-organismos cultivados
nos permitiram observar que as cepas foram sensíveis aos óleos de copaíba e que o óleo
de rã-touro não demonstrou ação antimicrobiana sobre os organismos testados. Não
existem na literatura outros relatos de ensaios antimicrobianos com óleo de rã-touro,
porém, estudos com óleos de copaíba extraídos da espécie Copaifera multijuga
46
demonstram halos de inibição em torno de 7,0 mm para cepa de S. aureus,
assemelhando aos nossos resultados obtidos pelos óleos da espécie C. langsdorffii, em
que o óleo-resina exibiu halo de inibição de 6,22 mm e o óleo essencial provocou
inibição em torno de 9,0 mm para a cepa em questão (MENDONÇA; ONOFRE, 2009).
Tabela 4 -
Medidas dos halos de inibição (mm) da triagem antibacteriana
Micro-organismos
OC
RC
OEC
OR
Clor
S. aureus ATCC
6,66 ± 1,32
6,00 ± 1,50
9,88 ± 2,14
27,78 ± 2,04
29213
22,11 ± 2,31
S. aureus AC1
22,44 ± 2,06
S. aureusAC2
S. epidermidis
5,44 ± 0,72
5,44 ± 0,72 14,00 ± 2,39
35,11 ± 3,68
ATCC 12228
S. epidermidis
11,89 ± 1,96
27,89 ± 3,14
AC1
S. epidermidis
13,11 ± 3,14
24,44 ± 6,34
AC2
P. aeruginosa
5,11 ± 0,33
ATCC 27853
P. aeruginosa
15,78 ± 2,77
AC1
P. aeruginosa
11,44 ± 1,59
AC2
(-): Não houve inibição; OC: Óleo de copaíba; RC: Fração resina de copaíba; OEC:
Óleo essencial de copaíba; OR: Óleo de rã-touro; Clor: Cloranfenicol 1,5 µg/mL.
Os ensaios de triagem para testar atividade antimicrobiana com óleo de rã-touro
não demonstraram nenhuma atividade significante. Contudo, os dados encontrados
podem nortear futuras pesquisas com esse óleo. Além disso, estudos baseados nos testes
de sensibilidade por difusão em ágar não são conclusivos, visto que são requeridos
testes posteriores de maior sensibilidade a fim de obter a confirmação dos dados obtidos
(OSTROSKY et al., 2008).
Embora a ação do óleo de rã-touro seja pouco investigada, estudos já avaliaram
a ação antimicrobiana de peptídeos obtidos da rã-touro (Rana catesbeiana). Sabe-se que
estes peptídeos foram isolados do estômago do anfíbio e em seguida foram
quimicamente modificados. Além disso, a estrutura destes peptídeos serviu de base para
a construção de peptídeos sintéticos. Estes compostos purificados e concentrados
47
exibiram atividade frente a cepas de Streptococcus mutans, Staphylococcus aureus,
Bacillus subtilis, Pseudomonas putida, Escherichia coli, além de fungos como Candida
albicans e Cryptococcus neoformans (MINN; KIM; KIM, 1998).
Tabela 5 -
Medidas dos halos de inibição (mm) da triagem antifúngica
Micro-organismos
OC
RC
OEC
OR
Cet
AnfB
C. albicans ATCC
38,11 ± 2,61 20,89 ± 1,69
90027
40,00 ± 2,55 21,78 ± 3,63
C. albicans 14 (AC)
C. glabrata ATCC
6,33 ± 2,06
12,89 ± 6,03
28,33 ± 2,50 20,44 ± 2,45
2001
C. glabrata 15V3C
9,88 ± 0,78
28,11 ± 2,08 21,89 ± 3,48
(AC)
13,67 ± 3,42
24,67 ± 2,87 17,00 ± 3,50
C. krusei ATCC 6258
C. krusei LMM54
13,78 ± 3,23
24,22 ± 4,35 18,33 ± 2,17
(AC)
C. parapsilosis ATCC
24,22 ± 4,38 25,00 ± 1,73
22019
C. parapsilosis 73
29,78 ± 2,02 18,56 ± 1,94
(AC)
C. tropicalis ATCC
29,56 ± 1,33
17,00 ±1,11
13803
43,56 ± 3,90 25,00 ± 3,84
C. tropicalis 67A (AC)
(-): Não houve inibição; OC: Óleo de copaíba; RC: Fração resina de copaíba; OEC:
Óleo essencial de copaíba; OR: Óleo de rã-touro; Cet: Cetoconazol 2,5 µg/mL; AnfB:
Anfotericina B 5 µg/mL.
Os ensaios com os óleos vegetais descritos no trabalho apresentaram resultados
diferentes. Esse comportamento pode estar associado a sua composição diferenciada,
conforme descrito em alguns estudos (SANTOS et al., 2008). Em seu estudo, foi
realizada uma triagem microbiológica com poucos micro-organismos frente a diferentes
óleos-resina obtidos de várias espécies de copaíba. A partir desta triagem foi observado
que independente da composição química e das variadas espécies os óleos de copaíba
foram mais ativos frente aos micro-organismos gram positivos, em concordância com
os resultados obtidos neste estudo.
O óleo essencial de copaíba mostrou uma atividade cerca de 50 % maior que o
óleo-resina e que a fração resinosa residual frente à cepa de S. epidermidis ATCC
12228, indicando que a maior concentração dos compostos terpênicos proporciona uma
48
maior ação antibacteriana (Tabela 4) e antifúngica (Tabela 5). Outros estudos
envolvendo atividade antimicrobiana de óleo de copaíba da espécie C. langsdorffii já
demonstraram que este óleo provocou inibição no crescimento de S. aureus, P.
aeruginosa e Escherichia coli (PIERI et al., 2012).
PIERI et al. (2012) observaram que o óleo de copaíba da espécie C. langsdorffii
induziu a formação de halos de inibição de diferentes tamanhos para cepas de referência
de S. aureus. A cepa S. aureus ATCC 29213 foi utilizada neste estudo, assim como por
estes autores, porém em nosso estudo o halo de inibição provocado pelo óleo de copaíba
foi 50 % menor do que o observado por PIERI et al. (2012). Este fato pode ocorrer
devido a variabilidade da composição química que ocorre entre plantas da mesma
espécie, sendo assim, dá-se a importância de analisar a composição química do óleo em
estudo para que se possa comparar a demais estudos.
Um fato relevante a ser considerado foi a expressiva ação do óleo essencial de
copaíba frente às cepas de C. krusei e C. glabrata, que são conhecidas por sua
resistência aos antifúngicos azólicos, o que ressalta a importância desta atividade do
óleo essencial frente a cepas resistentes aos antifúngicos mais utilizados no tratamento
de infecções cutâneas.
Além da realização dos testes para verificação de quais cepas do estudo seriam
inibidas pelos óleos naturais, os tensoativos (Tween 20® e Span 80®) e o DMSO 1 %
foram testados a fim de observar se estes provocariam inibição frente às linhagens de
micro-organismos observados. Esta avaliação não demonstrou halos de inibição do
crescimento de nenhum micro-organismo. Este dado é relevante, pois os tensoativos
compõem o sistema emulsionado, porém não influenciam diretamente na atividade
antimicrobiana, e sim, facilitam a interação do óleo com os micro-organismos através da
redução da tensão interfacial entre a gotícula e o componente aquoso.
5.4 CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM)
As medidas de CIM sugerem que todas as amostras de óleo vegetal e animal
utilizadas possuem uma ação inibitória de crescimento de bactérias e fungos. O óleoresina de copaíba apresentou menor CIM que o óleo essencial frente a S. epidermidis
AC1 e C. glabrata AC1, possivelmente porque estas cepas possuem maior sensibilidade
aos ácidos graxos presentes na fração resinosa do óleo-resina (Tabela 6).
49
Tabela 6 -
Concentração Inibitória Mínima dos óleos de copaíba e das emulsões
contendo estes óleos (mg/L)
Microorganismos
S. aureus ATCC
OC
EOC
OEC
EOEC
> 234000,0 ± 0,0
> 249750,0 ± 0,0
55437,5 ± 0,0
> 249250,0 ± 0,0
> 234000,0 ± 0,0
> 249750,0 ± 0,0
221715,0 ± 0,0
> 249250,0 ± 0,0
0,9 ± 0,0
45,5 ± 21,5
221715,0 ± 0,0
> 249250,0 ± 0,0
> 234000,0 ± 0,0
> 249750,0 ± 0,0
221715,0 ± 0.0
> 249250,0 ± 0,0
> 234000,0 ± 0,0
971,7 ± 0,00
108,3 ± 76,6
15578,1 ± 0,0
0,9 ± 0,0
1,0 ± 0,0
108,3 ± 38,3
973,6 ± 0,0
> 234000,0 ± 0,0
> 249750,0 ± 0,0
34648.8 ± 0,0
15578,1 ± 0,0
> 234000,0 ± 0,0
> 249750,0 ± 0,0
34648,8 ± 0.0
3894,5 ± 0,0
29213
S. epidermidis
ATCC 12228
S. epidermidis
AC1
S. epidermidis
AC2
C. glabrata
ATCC 2001
C. glabrata
15V3C (AC)
C. krusei ATCC
6258
C. krusei
LMM54 (AC)
OC: Óleo de copaíba; EOC: Emulsão de óleo de copaíba; OEC: Óleo essencial de
copaíba; EOEC: Emulsão de óleo essencial de copaíba.
Embora os estudos envolvendo atividades biológicas do óleo de copaíba
apontem que os terpenos são seus principais compostos bioativos (VEIGA JUNIOR;
PINTO, 2002), sabe-se que os ácidos graxos possuem propriedades antimicrobianas e
que estes podem estar relacionados com a atividade deste óleo, especialmente do óleoresina (ISAACS; LITOV; THORMAR, 1995).
As emulsões apresentaram uma ação antibacteriana e antifúngica com apenas
5% de óleo sendo bastante semelhante ao efeito obtido com o mesmo percentual para
testes com óleos puros, sugerindo que um sistema em que o óleo está disperso em
gotículas favorece o direcionamento dos componentes para o sítio alvo ocasionando
50
uma melhor ação dos óleos naturais, conforme descrito na literatura (FERREIRA et al.,
2010; XAVIER-JÚNIOR et al., 2012).
Adicionalmente, foi observada uma diminuição significativa (p < 0,05) na CIM
para C. glabrata ATCC 2001 frente à emulsão de óleo de copaíba, o que contribui para
afirmar a potencialidade dos sistemas emulsionados de óleos naturais. Foi observado
um fenômeno para a cepa clínica de C. glabrata que se pode sugerir que seja um efeito
paradoxal, em que as células fúngicas se mostram sensíveis a baixas concentrações de
antimicrobiano, porém uma vez elevando-se a concentração do antimicrobiano ocorre
crescimento fúngico, provavelmente devido a mecanismos de resistência. Outros
estudos entraram em concordância com o fenômeno sugerido neste estudo, de modo que
foi observado um efeito paradoxal na avaliação da concentração inibitória mínima de
extratos de Alfavaca (Ocimum gratissimum) (LOUIS; NGUEFACK; ROY, 2011). Este
fenômeno está sendo bastante descrito frente a um novo grupo de antifúngicos, as
equinocandinas (CHAMILOS et al., 2007). Porém, mais testes precisam ser realizados
para a confirmação deste resultado.
O óleo de rã-touro e a emulsão contendo este óleo exibiram CIM superiores a
maior concentração da diluição utilizada nesta metodologia (Tabela 7). Os dados
obtidos com o óleo de rã-touro demonstraram uma menor atividade quando comparadas
às amostras de óleo de copaíba, porém, não se descarta a atividade deste óleo e utilidade
da emulsão como sistema de liberação de seus componentes, visto que outras cepas
podem ser mais sensíveis que as utilizadas no presente estudo.
Os óleos de origem animal possuem menos resultados reportados sobre atividade
antimicrobiana que os óleos vegetais. Porém, este fato não indica que os componentes
de origem animal possuem menor atividade. Isto ocorre devido o fato de que não é
viável a utilização de animais para obtenção de componentes bioativos se este processo
não for realizado de maneira ética e sustentável. Assim sendo, os produtos vegetais por
serem fontes renováveis possuem maiores estudos, devido a viabilidade de futuros
estudos.
51
Tabela 7 -
Concentração Inibitória Mínima do óleo de rã-touro e da emulsão
contendo este óleo (mg/L).
Micro-organismos
OR
EOR
S. aureus ATCC 29213
>228500,0 ± 0,0
>248500, 0 ± 0,0
S. epidermidis ATCC 12228
>228500,0 ± 0,0
>248500, 0 ± 0,0
P. aeruginosa ATCC 27853
>228500,0 ± 0,0
>248500, 0 ± 0,0
C. albicans ATCC 90027
>228500,0 ± 0,0
>248500, 0 ± 0,0
C. glabrata ATCC 2001
>228500,0 ± 0,0
>248500, 0 ± 0,0
C. krusei ATCC 6258
>228500,0 ± 0,0
>248500, 0 ± 0,0
C. parapsilosis ATCC 22019
>228500,0 ± 0,0
>248500, 0 ± 0,0
C. tropicalis ATCC 13803
>228500,0 ± 0,0
>248500, 0 ± 0,0
OR: Óleo de rã-touro; EOR: Emulsão de óleo de rã-touro.
Diferente da maioria dos produtos de origem animal, o óleo de rã-touro é obtido
através de aproveitamento biotecnológico das partes do animal que são utilizadas no
ramo alimentício, assim sendo, mais estudos a fim de investigar a atividade
antimicrobiana envolvendo este óleo frente a outros micro-organismos podem ser
desenvolvidos, visto que a obtenção do mesmo é feita de maneira sustentável e sua
futura utilização na terapêutica é viável.
5.5 BIOAUTOGRAFIA
A bioautografia revelou duas bandas do óleo-resina de copaíba que provocaram
inibição dentre as diversas bandas cromatográficas exibidas na cromatoplaca através de
revelação com Vanilina Sulfúrica (Figura 11). Ainda no tocante ao óleo-resina de
copaíba, uma banda cromatográfica inibiu a cepa de P. aeruginosa ATCC 27853 (Rf
0,2) e outra banda inibiu o crescimento de S. aureus ATCC 29213 e S. epidermidis
ATCC 12228 (Rf 0,15).
52
Figura 11 - Perfil cromatográfico dos óleos de copaíba e rã-touro em Cromatografia
de Camada Delgada. Adsorvente: Sílica; FM: Hexano: Acetato de etila
(9:1); Revelador: Vanilina Sulfúrica.
Os perfis cromatográficos das frações obtidas pela bioautografia do óleo de
copaíba demonstram-se semelhantes em sua constituição (Figuras 12 e 13).
Figura 12 - Cromatograma obtido por CG-EM da primeira fração (Rf 0,2) de óleo de
copaíba obtida pela Bioautografia. (Fonte: autoria própria).
53
Figura 13 - Cromatograma obtido por CG-EM da segunda fração (Rf 0,15) de óleo de
copaíba obtida pela Bioautografia. (Fonte: autoria própria).
Análises dos cromatogramas das frações nos permite verificar que poucos
terpenos foram identificados, enquanto ésteres de glicerol e de ácidos graxos foram
predominantes nestas frações, assemelhando-se aos resultados obtidos para o óleo de rãtouro em relação aos componentes graxos (Tabela 8).
Os compostos α-curcumeno, α-himacaleno, Isotujol e α-fencheno estavam
presentes na primeira fração de óleo de copaíba extraídos a partir da bioautografia
enquanto que a segunda fração apresentou α-curcumeno e α-himacaleno na sua
composição. A presença desses pode estar associada à propriedade antimicrobiana
frente às cepas em testadas.
Os compostos terpênicos do óleo de copaíba vêm sendo indicados como
componentes ativos por diversos estudos. Os terpenos majoritários vêm sendo estudados
isoladamente a fim de verificar suas atividades biológicas. Vários estudos vêm
investigando a ação antimicrobiana especialmente do β-cariofileno, óxido de cariofileno
e ácido copálico, por estarem presentes em grandes quantidades no óleo-resina de
copaíba (LEANDRO et al., 2012).
A amostra de óleo de rã-touro apresentou somente uma banda cromatográfica
que exibiu atividade antimicrobiana dentre as bandas cromatográficas exibidas em CCD
(Figura 11). Essa banda demonstrou uma ação de inibição de crescimento da cepa de P.
aeruginosa ATCC 27853 (Rf 0,6).
54
Tabela 8 -
Porcentagem dos compostos majoritários nas amostras obtidas da
bioautografia
Composição química
TR (min)
C1
C2
R1
mR1
α-curcumeno
12,42
*
*
-
-
α-himacaleno
13,13
*
1,46
-
-
Isotujol
13.31
*
-
-
-
α-fencheno
13,58
*
-
-
-
Palmitoleato de metila
18,25
-
-
-
-
Palmitato de metila
18,65
-
-
-
0,90
Linoleato de metila
21,84
-
-
-
-
Oleato de metila
21,94
-
-
-
-
Estearato de metila
22,46
-
-
-
0,69
1,2-dipalmitoil de glicerila
25,32
8,56
7,73
8,06
-
Monooleato de glicerila
28,22
33,62
63,31
46,55
46,54
Ácido Oleico
28,69
13,71
14,23
8,75
2,12
TR (min): Tempo de retenção em minutos; C1: Primeira fração obtida na bioautografia
do óleo de copaíba; C2: Segunda fração obtida na bioautografia do óleo de copaíba; R1:
Fração obtida na bioautografia do óleo de rã-touro; mR1: Fração obtida na bioautografia
do óleo de rã-touro metilada. *Foi identificado por CG-EM, mas não quantificado.
O perfil cromatográfico da fração obtida pela bioautografia do óleo de rã-touro
demonstrou a presença de derivados dos ácidos linoléico, oléico e palmítico (Figura 14).
Para visualizar e elucidar melhor sua constituição a fração foi metilada e dessa forma foi
possível observar que ela é constituída também por ácido esteárico, que foi identificado
na forma de éster após metilação (Figura 15).
As amostras de óleo de rã-touro apresentaram predominância de compostos
derivados do ácido oléico (Tabela 8). Essa informação é importante quando
consideramos os estudos que indicam que o ácido oléico e monoglicerídeos são
responsáveis por ação antimicrobiana no leite materno (ISAACS; LITOV; THORMAR,
1995), assim, sugere-se que este seja o componente ativo do óleo de rã-touro.
55
Figura 14 - Cromatograma da fração (Rf 0,6) de óleo de rã-touro obtida pela
Bioautografia. (Fonte: autoria própria).
Figura 15 - Cromatograma da fração (Rf 0,6) metilada de óleo de rã-touro obtida pela
Bioautografia. (Fonte: autoria própria).
Comparando-se os cromatogramas das figuras 12, 13 e 14 observou-se perfis
cromatográficos semelhantes. Sabendo que estes cromatogramas representam as bandas
cromatográficas que ocasionaram inibição de micro-organismos, pode-se sugerir que
nas diferentes amostras existem diversos componentes em comum que podem estar
proporcionando a inibição do crescimento bacteriano, dentre eles os ácidos graxos
(ISAACS; LITOV; THORMAR, 1995).
5.6 AVALIAÇÃO DA INIBIÇÃO DE BIOFILME
56
Os fatores de virulência, que são grandes responsáveis pelos baixos prognósticos
conferidos a pacientes com infecções bacterianas ou fúngicas, devem ser estudados a
fim de verificar a influência do uso de emulsões de óleos terapêuticos na diminuição
destes fatores.
Nesse estudo foram desenvolvidos biofilmes constituídos por comunidades de
micro-organismos acumulados nas superfícies, arranjados tridimensionalmente e
integrados a uma matriz polimérica extracelular (MARSH, 2006). Este estudo torna-se
importante devido ao desenvolvimento de biofilmes promoverem modificações
fenotípicas
nos
micro-organismos
quando
comparados
àqueles
na
forma
individualizada, e na maioria dos casos, essa mudança confere uma maior resistência
aos antimicrobianos e aos fatores de defesa do sistema imunológico do hospedeiro
(ARCIOLA et al., 2012).
A avaliação da inibição de biofilme foi realizada com as amostras de óleo de
copaíba e óleo de rã-touro e suas emulsões. As emulsões de óleo-resina e de óleo
essencial de copaíba mostraram-se efetivas na diminuição da formação de biofilme
frente a algumas das cepas em estudo. Quando comparamos as atividades das emulsões
dos óleos de copaíba, observa-se uma semelhança na ação frente a maioria das cepas,
porém houve um decréscimo significativo (p < 0,05) na formação de biofilme das cepas
S. aureus ATCC 29213 e S. epidermidis ATCC 12228 pela emulsão de óleo essencial,
em contrapartida, a cepa C. krusei LMMM54 (AC) foi mais sensível à ação da emulsão
de óleo-resina.
Adicionalmente, a emulsão do óleo essencial de copaíba demonstrou uma
melhor ação antibiofilme que o Cetoconazol contra a cepa de referência de C. krusei
ATCC 6258. Este resultado pode estar ligado à resistência intrínseca que as cepas de C.
krusei possuem aos azólicos, especialmente fluconazol, porém devido a estrutura
química semelhante, pode haver resistência cruzada dos micro-organismos frente aos
antifúngicos (Figura 16).
57
Figura 16 - Formação de biofilme na presença de óleos de copaíba e emulsões
contendo estes óleos. OC: Óleo de copaíba; EOC: Emulsão de óleo de
copaíba; OEC: Óleo essencial de copaíba; EOEC: Emulsão de óleo
essencial de copaíba; Clor/Cet: Cloranfenicol e Cetoconazol como
antimicrobiano de referência para bactérias e fungos, respectivamente;
CP: Controle positivo, sem antifúngico. (Fonte: autoria própria).
As análises da formação de biofilme na presença das amostras de óleo de rãtouro e emulsão demonstraram uma significante atividade inibitória contra todas as
leveduras quando comparados ao Cetoconazol, provavelmente porque as pequenas
gotículas de óleo promovem uma melhor interação com a membrana fúngica e
melhoram a ação farmacológica contra estes micro-organismos (Figura 17).
A inibição da formação de biofilme causada pela emulsão do óleo de rã-touro
frente à cepa de P. aeruginosa mostrou uma significante atividade quando comparada a
inibição provocada pelo Cloranfenicol. Para esclarecer o mecanismo de ação do óleo de
rã-touro frente à P. aeruginosa será necessária a realização de outras analises.
58
Figura 17 - Formação de biofilme na presença de óleo de rã-touro e emulsão
contendo este óleo. OR: Óleo de rã-touro; EOR: Emulsão de óleo de rãtouro; Clor/Cet: Cloranfenicol e Cetoconazol como antimicrobiano de
referência para bactérias e fungos, respectivamente. (Fonte: autoria
própria).
Adicionalmente, os micro-organismos mais responsivos À ação antibiofilme da
emulsão de óleo de rã-touro foram cepas de Candida, dentre elas, C. glabrata and C.
krusei, que são pouco sensíveis e resistentes aos antifúngicos azólicos, respectivamente.
Assim, sugere-se que este sistema pode ser utilizado na terapia de infecções
desencadeadas por formação de biofilme causado por fungos do gênero Candida, que
são responsáveis por cerca de 80% das infecções fúngicas em ambiente hospitalar
(COLOMBO; GUIMARÃES, 2003).
Destaca-se com relação à ação antibiofilme da emulsão de óleo de rã-touro, a
possibilidade de utilizar um sistema capaz de impedir somente o crescimento de
biofilmes e assim, impedir o desenvolvimento de infecções, ou ainda, reduzir quadros
infecciosos desenvolvidos pelo crescimento de biofilmes microbianos. Adicionalmente,
por não apresentarem atividade antimicrobiana relevante, este sistema combateria a
infecção por diminuir a formação de biofilmes e provavelmente não induziria
59
resistência microbiana devido a sua inexpressiva atividade de inibição do crescimento
dos micro-organismos.
É relevante destacar que esta metodologia analisa apenas a formação do
biofilme. Sendo assim, não se pode afirmar que os micro-organismos não estão viáveis,
somente podendo ser observado a viabilidade se os dados forem comparados com aos
valores de CIM obtidos. Porém, sabendo que a redução do biofilme está relacionada
com a gravidade da infecção, mesmo que a concentração utilizada para inibir a
formação de biofilme seja inferior ao CIM, o sistema exibe uma atividade significativa
para tratar indivíduos imunocompetentes sem a necessidade de utilizar um agente
antifúngico ou antibacteriano mais potente.
60
6 CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos, pode-se inferir que o processo de metilação
utilizado para derivatizar as amostras de óleo de rã-touro e óleo-resina de copaíba a
serem analisadas por CG-EM possibilitou a obtenção de melhores cromatogramas,
viabilizando a identificação dos compostos presentes nos óleos. Assim, foi possível
verificar que o óleo-resina de copaíba apresentou uma predominância de componentes
diterpênicos e sesquiterpênicos, enquanto o óleo de rã-touro apresentou uma
composição predominante de ácidos graxos da classe ômega.
O óleo essencial de copaíba concentra os componentes terpênicos presentes no
óleo-resina, assim o óleo essencial apresenta uma maior atividade antimicrobiana
quando comparado ao óleo-resina para a maioria das cepas, especialmente frente às
bactérias do gênero Staphylococcus e às leveduras do gênero Candida que apresentam
baixa sensibilidade aos antifúngicos azólicos utilizados atualmente na terapêutica. Os
resultados demonstraram também que o óleo de rã-touro não demonstrou uma
significante atividade antimicrobiana.
Adicionalmente, foram identificados os principais componentes que exibem
atividade antimicrobiana frente às cepas de estudo. Os terpenos α-curcumeno, αhimacaleno, Isotujol e α-fencheno foram identificados na fração antimicrobiana do óleo
de copaíba e derivados dos ácidos linoléico, oléico e palmítico foram identificados na
fração antimicrobiana do óleo de rã-touro.
As emulsões demonstraram CIM semelhantes ou menores que os óleos puros,
demonstrando assim, resultados de grande relevância científica, visto que estes sistemas
apresentavam apenas 5 % de óleo em sua composição. Foi possível observar não
somente a atividade das emulsões a base de óleo de rá-touro, óleo-resina e óleo
essencial de copaíba, mas também foi demonstrada uma potencialização desta atividade,
tendo em vista as baixas concentrações inibitórias mínimas obtidas.
Destaca-se a
atividade da emulsão de óleo essencial de copaíba, que exibiu inibição de crescimento
significante para a maioria das cepas testadas.
As emulsões demonstraram significante poder de inibição da formação de
biofilmes. Destaca-se a ação da emulsão de óleo de rã-touro, que mesmo não exibindo
potencial ação inibidora do crescimento dos micro-organismos testados, foi capaz de
inibir o crescimento de biofilme.
61
Deste modo, baseado na potencial atividade antibiofilme da emulsão de óleo de
rã-touro e na expressiva atividade antimicrobiana da emulsão contendo óleo essencial
de copaíba, estes sistemas tornam-se alternativas viáveis para futura utilização no
tratamento de infeções de pele, especialmente frente a cepas de Staphylococcus e de C.
glabrata e C. krusei, que são micro-organismos que vêm exibindo resistência contra
muitos antimicrobianos tradicionais utilizados atualmente.
62
7 REFERÊNCIAS
AGUSTI-MEJIAS, A., et al. Foliculitis por Pseudomonas aeruginosa tras depilación.
Med Clin Barcelona, v.139, n.4, p.184, 2012.
ANVISA. FARMACOPÉIA BRASILEIRA. Brasilia, 5 ed., 2010
ARCIOLA, C. R., et al. Biofilm formation in Staphylococcus implant infections. A
review of molecular mechanisms and implications for biofilm-resistant materials.
Biomaterials, v.33, n.26, p.5967-5982, 2012.
BARRETO JÚNIOR, A. G., et al. Cromatografia de troca-iônica aplicada ao isolamento
da fração ácida do óleo de copaíba (Copaifera multijuga) e da sacaca (Croton cajucara).
Quim Nova, v.28, p.719-722, 2005.
BARTLE, K. D.;MYERS, P. History of gas chromatography. TrAC, v.21, n.9–10,
p.547-557, 2002.
BASILE, A. C., et al. Anti-inflammatory activity of oleoresin from Brazilian copaifera.
J Ethnopharmacol, v.22, n.1, p.101-109, 1988.
BHAGAVATULA, M.;POWELL, C. Common superficial skin infections and
infestations. J Paediatr Child Health, v.21, n.3, p.132-136, 2011.
BIAVATTI, M. W., et al. Análise de óleos-resinas de copaíba: contribuição para o seu
controle de qualidade. Rev Bras Farmacogn, v.16, p.230-235, 2006.
BIBETTE, J.; CALDERON, F. L.;POULIN, P. Emulsions: basic principles. Rep Prog
Phys, v.62, n.6, p.969, 1999.
BIZZO, H. R.; HOVELL, A. M. C.;REZENDE, C. M. Óleos essenciais no Brasil:
aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas. Quim Nova, v.32, p.588-594, 2009.
BRAGA, L. G. T.;LIMA, S. L. Influência da Temperatura Ambiente no Desempenho da
Rã-touro, Rana catesbeiana (Shaw, 1802) na Fase de Recria. Rev Bras Zootecn, v.30,
p.1659-1663, 2001.
BREIDENSTEIN, E. B. M.; DE LA FUENTE-NÚÑEZ, C.;HANCOCK, R. E. W.
Pseudomonas aeruginosa: all roads lead to resistance. Trends Microbiol, v.19, n.8,
p.419-426, 2011.
BRITO, M. V. H., et al. Copaiba oil effect on urea and creatinine serum levels in rats
submitted to kidney ischemia and reperfusion syndrome. Acta Cir Bras, v.20, p.243246, 2005.
CANDI, E.; SCHMIDT, R.;MELINO, G. The cornified envelope: a model of cell death
in the skin. Nat Rev Mol Cell Biol, v.6, n.4, p.328-40, 2005.
63
CHAMILOS, G., et al. Paradoxical effect of Echinocandins across Candida species in
vitro: evidence for echinocandin-specific and candida species-related differences.
Antimicrob Agents Chemother, v.51, n.6, p.2257-9, 2007.
CHO, S. H., et al. Fibronectin and fibrinogen contribute to the enhanced binding of
Staphylococcus aureus to atopic skin. J Allergy Clin Immunol, v.108, n.2, p.269-74,
2001.
CLSI. CLSI document M44-A2. IN: Method for Antifungal Disk Difusion
Susceptibility Testing o Yeasts. 2 ed., 2009a, p.23
______. CLSI document M02-A10. IN: Performance Standards for Antimicrobial Disk
Susceptibility Tests. 10 ed., 2009b, p.58
COLOMBO, A. L.;GUIMARÃES, T. Epidemiologia das infecções hematogênicas por
Candida spp. Rev Soc Bras Med Trop, v.36, p.599-607, 2003.
COMELLI JÚNIOR, E., et al. Rupture point analysis of intestinal anastomotic healing
in rats under the action of pure Copaíba (Copaifera Iangsdorfii) oil. Acta Cir Bras,
v.25, p.362-367, 2010.
COOK, P. P., et al. Effect of a program to reduce hospital ciprofloxacin use on
nosocomial Pseudomonas aeruginosa susceptibility to quinolones and other
antimicrobial agents. Infect Control Hosp Epidemiol, v.29, n.8, p.716-22, 2008.
DAWSON, A. L.; DELLAVALLE, R. P.;ELSTON, D. M. Infectious skin diseases: a
review and needs assessment. Dermatol Clin, v.30, n.1, p.141-51, 2012.
DEUS, R. J. A.; ALVES, C. N.;ARRUDA, M. S. P. Avaliação do efeito antifúngico do
óleo resina e do óleo essencial de copaíba (Copaifera multijuga Hayne). Rev Bras
Plantas Med, v.13, p.01-07, 2011.
DWYER, J. D. The Central American, West Indian and South American species of
Copaifera (Caesalpinaceae). Brittonia, v.7, n.3, Jan. 31, p.143-172, 1951.
EL-NUNZIO, M. J. Óleo de copaíba e seu emprego cosmético. Aerosol Cosmet, v.7,
n.41, p.7-9, 1985.
FERRARI, M., et al. In Vivo Evaluation of the Photoprotective Efficacy of O1/W/O2
Multiple Emulsions with Andiroba Oil (Carapa guianensis). J Disper Sci Technol,
v.29, n.9, 2008/09/19, p.1203-1208, 2008.
FERREIRA, M., et al. Development and Evaluation of Emulsions from Carapa
guianensis (Andiroba) Oil. AAPS PharmSciTech, v.11, n.3, p.1383-1390, 2010.
FIDEL, P. L., JR.; VAZQUEZ, J. A.;SOBEL, J. D. Candida glabrata: review of
epidemiology, pathogenesis, and clinical disease with comparison to C. albicans. Clin
Microbiol Rev, v.12, n.1, p.80-96, 1999.
64
FLEISCHER, A. B., JR.; FELDMAN, S. R.;RAPP, S. R. The magnitude of skin disease
in the United States. Dermatol Clin, v.18, n.2, p.xv-xxi, 2000.
GALVÃO, L. C. D. C., et al. Antimicrobial Activity of Essential Oils against
Streptococcus mutans and their Antiproliferative Effects. Evid Based Complement
Alternat Med, v.2012, p.12, 2012.
GELMINI, F., et al. GC–MS profiling of the phytochemical constituents of the
oleoresin from Copaifera langsdorffii Desf. and a preliminary in vivo evaluation of its
antipsoriatic effect. International Journal of Pharmaceutics, v.440, n.2, p.170-178,
2013.
GOMES NDE, M., et al. Antineoplasic activity of Copaifera multijuga oil and fractions
against ascitic and solid Ehrlich tumor. J Ethnopharmacol, v.119, n.1, p.179-84, 2008.
GOMES, N. M., et al. Antinociceptive activity of Amazonian Copaiba oils. J
Ethnopharmacol, v.109, n.3, p.486-492, 2007.
GONÇALVES, A. A.;OTTA, M. C. M. Aproveitamento da carne e da carcaça de RãTouro Gigante do desenvolvimento de hamburguer. Rev Bras Eng Pesca, v.3, n.2, Jul,
2008.
GOW, N. A. R.;HUBE, B. Importance of the Candida albicans cell wall during
commensalism and infection. Cur Opin Microbiol, v.15, n.4, p.406-412, 2012.
GRAMOSA, N. V.;SILVEIRA, E. R. Volatile Constituents of Copaifera langsdorffii
from the Brazilian Northeast. J Essent Oil Res, v.17, n.2, 2005/03/01, p.130-132, 2005.
GRIFFIN, W. C. Classification of surface-active Agents by “HLB”. J Soc Cosmet
Chem, p.311-326, 1949.
HERRERO-JAUREGUI, C., et al. Chemical variability of Copaifera reticulata Ducke
oleoresin. Chem Biodivers, v.8, n.4, p.674-85, 2011.
HIRSCH, E. B., et al. A model to predict mortality following Pseudomonas aeruginosa
bacteremia. Diag Micr Infec Dis, v.72, n.1, p.97-102, 2012.
ISAACS, C. E.; LITOV, R. E.;THORMAR, H. Antimicrobial activity of lipids added to
human milk, infant formula, and bovine milk. J Nutr Biochem, v.6, n.7, p.362-366,
1995.
JAYATILAKE, J. A.; TILAKARATNE, W. M.;PANAGODA, G. J. Candidal
onychomycosis: A Mini-Review. Mycopathologia, v.168, n.4, p.165-173, 2009.
KRCMERY, V.;BARNES, A. J. Non-albicans Candida spp. causing fungaemia:
pathogenicity and antifungal resistance. J Hosp Infect, v.50, n.4, p.243-60, 2002.
KRISHNA, S.;MILLER, L. S. Host–pathogen interactions between the skin and
Staphylococcus aureus. Cur Opin Microbiol, v.15, n.1, p.28-35, 2012.
65
LAI-CHEONG, J. E.;MCGRATH, J. A. Structure and function of skin, hair and nails.
Medicine, v.37, n.5, p.223-226, 2009.
LEANDRO, L. M., et al. Chemistry and biological activities of terpenoids from copaiba
(Copaifera spp.) oleoresins. Molecules, v.17, n.4, p.3866-3889, 2012.
LIMA, C. S., et al. Pre-clinical validation of a vaginal cream containing copaiba oil
(reproductive toxicology study). Phytomedicine, v.18, n.12, p.1013-23, 2011.
LOPES, V. D. S., et al. Obtenção de um Tensoativo Aniônico a Partir de Óleo de Rana
catesbeiana SHAW. Rev Ser Cienc Vida, v.30, n.2, Jul-Dez, p.85-97, 2010.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Nova Odessa - SP - Brazil: Instituto Plantarum de
Estudos da Flora LTDA, 5 ed., 2008
LOUIS, B.; NGUEFACK, J.;ROY, P. Evaluation of antifungal potential of Ocimum
gratissimum extracts on two seedborne fungi of rice (Oryza sativa L.) in cameroon.
Asian J. Biol. Sci., v.4, p.306-311, 2011.
LOZENZI, H.;MATOS, F. J. D. A. Plantas Medicinais do Brasil. Nova Odessa - SP Brazil: Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2 ed., 2008
MARSH, P. Dental plaque as a biofilm and a microbial community - implications for
health and disease. BMC Oral Health, v.6, n.Suppl 1, p.S14, 2006.
MÉNDEZ, E., et al. Fatty acid composition, extraction, fractionation, and stabilization
of bullfrog ( Rana catesbeiana ) oil. J Am Oil Chem Soc, v.75, n.1, p.79-83, 1998.
MENDONÇA, D. E.;ONOFRE, S. B. Atividade antimicrobiana do óleo-resina
produzido pela copaiba - Copaifera multijuga Hayne (Leguminosae). Rev Bras
Farmacogn, v.19, p.577-581, 2009.
MINN, I.; KIM, H. S.;KIM, S. C. Antimicrobial peptides derived from pepsinogens in
the stomach of the bullfrog, Rana catesbeiana. BBA - Mol Basis, v.1407, n.1, p.31-39,
1998.
NASCIMENTO, M. E., et al. Chemical variability of the volatiles of Copaifera
langsdorffii growing wild in the Southeastern part of Brazil. Biochem Syst Ecol, v.43,
n.0, p.1-6, 2012.
NÓBREGA, I. C. C., et al. Volatile constituents of cooked bullfrog (Rana catesbeiana)
legs. Food Chem, v.102, n.1, p.186-191, 2007.
ODDS, F. C.;BERNAERTS, R. CHROMagar Candida, a new differential isolation
medium for presumptive identification of clinically important Candida species. J Clin
Microbiol, v.32, n.8, p.1923-9, 1994.
OLVERA-NOVOA, M. A.; ONTIVEROS-ESCUTIA, V. M.;FLORES-NAVA, A.
Optimum protein level for growth in juvenile bullfrog (Rana catesbeiana Shaw, 1802).
Aquaculture, v.266, n.1–4, p.191-199, 2007.
66
OSTROSKY, E. A., et al. Methods for evaluation of the antimicrobial activity and
determination of Minimum Inhibitory Concentration (MIC) of plant extracts. Rev Bras
Farmacogn, v.18, p.301-307, 2008.
OUMEISH, I.; OUMEISH, O. Y.;BATAINEH, O. Acute bacterial skin infections in
children. Clin Dermatol, v.18, n.6, p.667-78, 2000.
PIERI, F. A.; MUSSI, M. C.;MOREIRA, M. A. S. Óleo de copaíba (Copaifera sp.):
histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Rev Bras Plantas
Med, v.11, p.465-472, 2009.
PIERI, F. A., et al. Antimicrobial profile screening of two oils of Copaifera genus. Arq
Bras Med Vet Zoo, v.64, p.241-244, 2012.
RIGAMONTE-AZEVEDO, O. C.; WADT, P. G. S.;WADT, L. H. D. O. Potencial de
produção de óleo-resina de copaíba (Copaifera spp) de populações naturais do sudoeste
da Amazônia. Rev Árvore, v.30, p.583-591, 2006.
ROGERS, K. L.; FEY, P. D.;RUPP, M. E. Coagulase-Negative Staphylococcal
Infections. Infect dis clin N Am, v.23, n.1, p.73-98, 2009.
ROLAND, I., et al. Systematic characterization of oil-in-water emulsions for
formulation design. I J Pharm, v.263, n.1–2, p.85-94, 2003.
ROSENTHAL, M., et al. Skin microbiota: Microbial community structure and its
potential association with health and disease. Infect Genet Evol, v.11, n.5, p.839-848,
2011.
SALEEM, M., et al. Antimicrobial natural products: an update on future antibiotic drug
candidates. Nat Prod Rep, v.27, n.2, p.238-54, 2010.
SANTOS, A. O., et al. Copaiba Oil: An Alternative to Development of New Drugs
against Leishmaniasis. Evid-Based Comp Alt, v.2012, 2012.
SANTOS, A. O. D., et al. Antimicrobial activity of Brazilian copaiba oils obtained from
different species of the Copaifera genus. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.103,
p.277-281, 2008.
SCHARAMM, L. L. Emulsions, foams and suspensions. Mörlenbach - Alemanha:
WILEY-VCH2005
SILVA, I. G.; ZANON, V. O. M.;SILVA, H. H. G. Larvicidal activity of Copaifera
reticulata ducke oil-resin against Culex quinquefasciatus Say (Diptera: Culicidae).
Neotrop Entomol, v.32, p.729-732, 2003.
SILVA, L. P., et al. Effect of bullfrog (Rana catesbeiana) oil administered by gavage
on the fatty acid composition and oxidative stress of mouse liver. Braz J Med Bio Res,
v.37, p.1491-1496, 2004.
67
SJÖBLOM, J. Emulsions and emulsion stability. Boca Raton - Florida - USA: Taylor
& Francis Group 2ed., 2006 (Surfactant science series)
SLAVIN, M. A.;CHAKRABARTI, A. Opportunistic fungal infections in the AsiaPacific region. Medical Mycology, v.50, n.1, p.18-25, 2012.
SOUZA, A. B., et al. Antimicrobial activity of terpenoids from Copaifera langsdorffii
Desf. against cariogenic bacteria. Phytother Res, v.25, n.2, p.215-20, 2011.
SOUZA, V. C.;LORENZI, H. Botânica Sistemática. Nova Odessa - SP - Brazil:
Intituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2 ed., 2008
STOAKES, L., et al. Prospective Comparison of a New Chromogenic Medium,
MRSASelect, to CHROMagar MRSA and Mannitol-Salt Medium Supplemented with
Oxacillin or Cefoxitin for Detection of Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus. J
Clin Microbiol, v.44, n.2, February 2006, p.637-639, 2006.
TART, A. H.;WOZNIAK, D. J. Shifting paradigms in Pseudomonas aeruginosa biofilm
research. Curr Top Microbiol Immunol, v.322, p.193-206, 2008.
TAVANTI, A., et al. Candida orthopsilosis and Candida metapsilosis spp. nov. To
Replace Candida parapsilosis Groups II and III. J Clin Microbiol, v.43, n.1, January 1,
2005, p.284-292, 2005.
TRAN, V. B., et al. Effects of aqueous polymeric surfactants on silicone-hydrogel softcontact-lens wettability and bacterial adhesion of Pseudomonas aeruginosa. Cont Lens
Anterior Eye, v.35, n.4, p.155-162, 2012.
TYRODE, E., et al. Emulsion Catastrophic Inversion from Abnormal to Normal
Morphology. 4. Following the Emulsion Viscosity during Three Inversion Protocols and
Extending the Critical Dispersed-Phase Concept. Industrial & Engineering Chemistry
Research, v.44, n.1, 2005/01/01, p.67-74, 2004.
UENO, K., et al. Intestinal Resident Yeast Candida glabrata Requires Cyb2p-Mediated
Lactate Assimilation to Adapt in Mouse Intestine. PLoS ONE, v.6, n.9, p.e24759, 2011.
VEIGA JUNIOR, V. F.;PINTO, A. C. O gênero copaifera L. Quim Nova, v.25, p.273286, 2002.
VEIGA JUNIOR, V. F.; PINTO, A. C.;MACIEL, M. A. M. Plantas medicinais: cura
segura? Quim Nova, v.28, p.519-528, 2005.
VUONG, C., et al. Polysaccharide intercellular adhesin (PIA) protects Staphylococcus
epidermidis against major components of the human innate immune system. Cell
Microbiol, v.6, n.3, p.269-75, 2004.
WEIDENMAIER, C.; GOERKE, C.;WOLZ, C. Staphylococcus aureus determinants
for nasal colonization. Trends Microbiol, v.20, n.5, p.243-250, 2012.
68
XAVIER-JÚNIOR, F. H., et al. Prospective study for the development of emulsion
systems containing natural oil products. J Drug Del Sci Tech, v.22, n.4, p.367-372,
2012.
YU, W., et al. A novel-approach to the preparation of injectable emulsions by a
spontaneous emulsification process. Int J Pharm, v.89, n.2, Jan 15, p.139-146, 1993.
ZHANEL, G. G., et al. Prevalence of antimicrobial-resistant pathogens in Canadian
hospitals: results of the Canadian Ward Surveillance Study (CANWARD 2008).
Antimicrob Agents Chemother, v.54, n.11, p.4684-93, 2010.
ZUG, G. R.; VITT, L. J.;CALDWELL, J. P. Herpetology: An Introductory Biology
of Amphibians and Reptiles. San Diego - California - USA: Academic Press, 2 ed.,
2001
69
8 APÊNDICE
MANUSCRITO DE ARTIGO
Journal of Nanoscience and Nanotechnology
Qualis B2 na área de Farmácia – JCR (2011) 1,536
70
Chemical characterization and antimicrobial activity evaluation of natural
oil nanostructured emulsions
Éverton N. Alencara, Francisco H. Xavier-Júniorb,c, Andreza R. V. Moraisb,
Teresa R. F. Dantas b, Nednaldo Dantas-Santosb, Lourena M. Verissimob, Vera
L. G. Rehderd, Guilherme M. Chavesa, Anselmo G. Oliveirae, E. Sócrates T.
Egitoa,b*
a
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Centro de Ciências
da Saúde (CCS) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
(PPGCF) –Av. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, S/N, Petrópolis, 59010-180,
Natal-RN-Brazil.
b
UFRN, CCS – Faculdade de Farmácia, Laboratório de Sistemas Dispersos
(LaSiD) - Av. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, S/N, Petrópolis, 59010-180,
Natal-RN-Brazil.
c
UFRN, Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO) – Programa de Posgraduacao, 59000-000, Natal-RN-Brazil
d
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – Centro Pluridisciplinar de
Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas. Rua Alexandre Cazelatto, 999,
Vila Betel, Paulínia – SP.
e
Departamento de Fármacos e Medicamentos, Faculdade de Ciências
Farmacêuticas (UNESP), Rodovia Araraquara, Jaú Km 01, 14801-902
Araraquara, SP, Brazil.
* Correspondence:
Prof. E. S. T. Egito,
Rua General Gustavo de Farias
59012-570 Natal/RN - Brazil.
Fax: +55 84 3342-9808/ +55 84 3342-9817. E-mail: [email protected]
71
Abstract
The aim of this work was to investigate the antimicrobial activity of
nanostructured emulsions based on copaiba (Copaifera langsdorffii) resin-oil,
copaiba essential oil, and bullfrog (Rana catesbeiana Shaw) oil against fungi
and bacteria related to skin diseases. Firstly, the essential oil was extracted
from copaiba resin-oil and these oils, along with bullfrog oil, were characterized
by gas chromatography combined with mass spectrometry (GC-MS). Secondly,
nanostructured emulsion systems were produced and characterized. The
antimicrobial susceptibility assay was performed, followed by the Minimum
Inhibitory Concentration (MIC) determination, the bioautography assay, and the
antibiofilm determination. Strains of the genera Staphylococcus, Pseudomonas,
and Candida were used. The CG-MS analysis was able to identify the
components of copaiba resin-oil, copaiba essential oil, and bullfrog oil. The MIC
assay in association with the bioautography revealed that some esters of
palmitic and oleic acids—α-curcumene, α-himachalene, isothujol, and αfenchene—probably inhibited some strains. The nanostructured emulsions
based on copaiba resin-oil and essential oil improved the antimicrobial activity
of the pure oils, especially against Staphylococcus and Candida, resistant to
azoles. The bullfrog oil nanostructured emulsion showed a lower antimicrobial
effect when compared to the copaiba samples. However, bullfrog oil-based
nanostructured emulsion showed a significant antibiofilm activity (p < 0.05).
Given the significant antimicrobial and antibiofilm activities of the evaluated oils,
it may be concluded that nanostructured emulsions based on copaiba and
bullfrog oils are promising candidates for the treatment of infections and also
may be used to incorporate other antimicrobial drugs.
Keywords: Nanostructured emulsion; Copaiba (Copaifera langsdorffii) oil;
Bullfrog (Rana catesbeiana) oil; Antimicrobial activity.
72
INTRODUCTION
Natural oils have been used in popular medicine as antimicrobial agents
for treatment of various infections.
1
Nowadays, due to the substantial number
of drugs resistant to microorganisms, these oils and other natural products have
become scientifically recognized, encouraging the introduction of new products
originated from animal and vegetable sources in the market.
products,
bullfrog
(Rana
catesbeiana
Shaw)
and
2
Among these
copaiba
(Copaifera
langsdorffii) oils are widely used in popular medicine.
Copaiba oil is extracted from trees known as Copaibeiras (Copaifera
spp.), which are distributed in South America and Africa.
3
The copaiba resin-oil
is traditionally used in popular medicine due to its anti-inflammatory and
antimicrobial activities, among other pharmacological and cosmetic properties
already elucidated in the literature.
4
Phytochemical studies of resin-oil reveal
that it contains about 28 diterpenes and 72 sesquiterpenes hydrocarbons. 5 The
essential oil extracted from the copaiba resin-oil concentrates the majority of the
sesquiterpenes, which are associated with the pharmacological activity of this
compound. Therefore, the copaiba essential oil has become a highly demanded
product in the pharmaceutical field. 6
The bullfrog oil is biotechnologically extracted from bullfrog adipose
tissues, which are usually discarded in the frog farms in the food industry. In this
way, it is possible to reuse an animal residue to provide an active oil to treat
diseases. 7 Because it belongs to the muscular tissue and skin, the bullfrog oil is
rich in polyunsaturated fatty acids such as the omega group, which are
pharmacologically relevant for their medicinal use. 8 Additionally, other chemical
components from bullfrogs, such as peptides from their stomach, have been
studied due to their antimicrobial activity. 9
Because the skin acts as a physical barrier of the human organism, it is
constantly exposed to several pathogenic microorganisms through the contact
with the external environment. Therefore, this organ may be susceptible to
infections. Among the microorganisms that are involved with such infections,
gram-positive bacteria of the genus Staphylococcus, gram-negative bacteria
such as Pseudomonas aeruginosa, and yeasts belonging to the genus Candida
are prevalently found.
10, 11
It is well known that many antimicrobial agents are
73
no longer effective against several microorganisms that may have become
resistant to antimicrobial agents. Nevertheless, these microorganisms are still
sensitive to natural products. On the other hand, the use of oils in natura leads
to low adherence to treatment due to its unpleasant organoleptic characteristics.
Natural oils may also not provide desirable pharmacokinetic properties and
permeability. Therefore, the delivery systems, such as nanostructured
emulsions, are viable systems to improve these characteristics.
Nanostructured emulsion systems containing natural oils are suitable
alternatives against infectious pathogens because of the synergic effect induced
by the antimicrobial activity of the renewable source of oils and the advantages
conferred to the nanostructured emulsions.
12
The development of these
systems is economically viable and aims to improve the bioavailability, to
enhance or modify the release of the oil’s active components, and to improve
their organoleptic characteristics.
13
Those emulsified systems may be defined
as homogeneous milky systems formed by two phases that are immiscible, in
which one phase is dispersed within the other in the form of droplets stabilized
by surfactant molecules. 14
The aim of this work was to determine the antimicrobial activity of
nanostructured emulsions based on bullfrog and copaiba (resin and essential)
oils. Therefore, first, a chemical characterization of the oils used to develop the
nanostructured emulsions was performed to identify their antimicrobial
compounds. Moreover, the antimicrobial activity of the nanostructured emulsion
systems produced through different methods was evaluated.
MATERIALS AND METHODS
Materials
Chemicals
The copaiba (Copaifera langsdorffii) resin-oil was purchased from Flores
& Ervas (Piracicaba, SP, Brazil). Bullfrog (Rana catesbeiana Shaw) oil was a
gift from Asmarana Natural Products (Natal, Brazil). Span 80®, methylene blue
dye, glucose, and tetrazolium chloride were purchased from Sigma Aldrich Inc
(St Louis, MO, USA). Tween 20®, DMSO, hexane, ethyl acetate, ethanol, and
74
violet crystal were purchased from Vetec Quimica Fina LTDA (Rio de Janeiro,
RJ, Brazil). The copaiba essential oil was obtained by hydrodistillation of
copaiba resin-oil using a Clevenger apparatus for 4 h at 100 ºC. Brain Heart
Infusion (BHI) broth, Sabouraud dextrose agar, Mueller-Hinton agar, and
Mueller-Hinton broth came from Himedia (Mumbai, MU, India). Yeast ExtractPeptide-Dextrose (YPD) broth was a gift from MMML (Medical and Molecular
Mycology Laboratory), UFRN (Natal, Brazil). All other chemicals were of at least
analytical grade.
Microorganisms
The bacteria strains used in this study were Staphylococcus aureus
ATCC 29213, S. epidermidis ATCC 12228, Pseudomonas aeruginosa ATCC
27853, and two clinical strains of each species. The yeasts used during the
experiments were Candida albicans ATCC 90027, C. parapsilosis ATCC 22019,
C. glabrata ATCC 2001, C. krusei ATCC 6258, C. tropicalis ATCC 13803, and
also a clinical strain of each aforementioned tested species. The strains were
kindly provided by the MMML, UFRN (Natal, Brazil). The bacteria were
maintained in Nutrient broth (Mumbai, MU, India) medium, and the yeasts were
maintained in Sabouraud Dextrose broth medium (Mumbai, MU, India)
containing 20% glycerol, frozen at -80 ºC until the moment of the experiment.
All stored bacteria and yeasts were cultured in BHI agar for 24h and Sabouraud
dextrose agar for 48h, both at 37 °C respectively, before the tests.
Methods
Chemical characterization
Gas Chromatography - Mass Spectrometry (GC-MS) analysis of the oils
was performed on a Hewlett-Packard 6890 gas chromatograph interfaced to a
HP-5975 mass selective detector. The column used was a HP-5MS crosslinked fused silica capillary column (30 m x 0.25 mm x 0.25 µm). Before the
experiments, the bullfrog oil and copaiba resin-oil were methylated using
diazomethane aiming to perform the methyl ester’s identification of acid
compounds. The work temperatures for the copaiba essential oil were as
follows: oven temperature started at 60 °C, isothermal, then heating 3 °C/min to
75
240 °C, and isothermally for 7 minutes at 250 °C. The injector temperature was
220 °C. The following are the conditions for both copaiba resin-oil and bullfrog
oil: oven temperature started at 110 °C, isothermal, then, heating 5 °C/min to
280 °C, and isothermally for 26 minutes at 300 °C. The injector temperature
was 250 °C. The volume injected for all samples was 1µL. The split ratio was
1:25 and the ionization voltage 70 eV. Helium was the carrier gas at a flow rate
of 1 mL/min. The separated components were identified by matching them with
the National Institute of Standards and Technology (NIST) mass spectral library
data and by comparing their Kovat’s indices with those of authentic components
and with published data. The quantitative determination was carried out by peak
area integration.
Nanostructured emulsion preparation and characterization
The three different nanostructure emulsions were prepared containing
copaiba resin-oil, copaiba essential oil, and bullfrog oil according to previous
studies. 13 The system was produced using the following composition: oil at 5 %
(w/w),
water at 93 % (w/w), Tween 20® at 1.56 % (w/w), and Span 80® at 0.44 % (w/w).
Phase inversion technique (PIT) was used to produce the nanostructured
emulsion.
15
The amount of Span® 80 was dispersed in the oil (phase 1) while
Tween® 20 was dispersed in the water (phase 2). The phases were heated
separately to 70° C and then phase 1 was emulsified into phase 2 by an UltraTurrax® T25 (IKA, Staufen, Germany) homogenization for 10 minutes at 13,000
rpm.
Additionally, physicochemical analyses were carried out. pH was
measured using a PG-2000 pHmeter (GEHAKA, Morumbi, SP, Brazil) and
electrical conductivity measurement was performed using a DM-32 conductivity
(Digicrom Analytical, Campo Grande, SP, Brazil). Droplet size, polydispersity,
and zeta potential analysis were evaluated by Dynamic Light Scattering (DLS)
using a ZetaPlus (Holtsville, NY, USA). All analyses were performed at 25 ± 2
°C.
Antimicrobial Susceptibility Assay
76
Bacterial and fungal sensitivity of all strains described above was initially
performed using a susceptibility test with Muller-Hinton agar for bacteria and
Mueller-Hinton agar + 2 % glucose and 0.5 µg/mL methylene blue dye for
yeasts.
16, 17
The inocula were prepared in NaCl 0.9%(w/v) solution and adjusted
to the 0.5 McFarland standard. Subsequently, 10 µL of the copaiba resin-oil,
copaiba essential oil, bullfrog oil, and the three nanostructured emulsions
containing each of these oils were added to the wells. The oils were dispersed
in DMSO (1 %(w/w)) for all tests. Chloramphenicol (1.5 mg/mL) and ketoconazole
(2.5 mg/mL) were used as synthetic antimicrobial controls for bacteria and
yeasts, respectively. Tween 20® at 1.56 %(w/w), Span 80® at 0.44 %(w/w), and
DMSO 1 %(w/w) were also tested individually. Assays were carried out in
triplicate, three times (n = 9).
Broth Microdilution Assay
The inocula of microorganisms in NaCl 0.9 %(w/v) solution were adjusted
to the 0.5 McFarland standard. They were then used to prepare further dilutions
in Mueller-Hinton Broth, containing 0.5 to 2.5 x 103 CFU/mL. A broth
microdilution assay with serial dilutions of the samples was performed with
sterile Muller-Hinton Broth in a 96-well microplate from 0.0001 to 248.7 mg/mL.
18
Subsequently, 100 µL of each microorganism cell suspension was then
added to each well. The plates containing bacteria were incubated for 24 hours
at 35 °C while the fungi were incubated for 48 hours at 37 °C in an orbital
shaker (TE – 420 Tecnal, Piracicaba, SP, Brazil) at 150 rpm for Minimal
Inhibitory Concentration (MIC) determination. Assays were carried out in
triplicate.
Bioautography Assay
The Thin Layer Chromatography (TLC) was developed with copaibaoil/methanol and bullfrog-oil/methanol (2:8) and the hexane/ethyl acetate (9:1)
solution as the eluent system. The TLC plates were revealed with vanillinsulphuric acid to observe the chromatographic profile. Subsequently, the TLC
plates were reproduced and loaded into culture plates prepared with MuellerHinton agar and the bacterial inoculum adjusted to the McFarland 0.5 standard.
For the fungi strains, Mueller-Hinton agar plus 2%(w/w) glucose and 0.5 µg/mL
77
methylene blue dye were used. The inhibition halos were observed using
tetrazolium chloride (TTC) and the Retention Factors (Rfs) were calculated after
an incubation period of 24 and 48 hours for bacteria and fungi, respectively, at
35 ºC. The silica was removed at the Rf for extraction of the chemical retained
compounds. The extraction was performed with ethyl acetate in an ultrasound
bath for 20 minutes and filtration. Moreover, the samples were analyzed in GCMS. Assays were carried out in triplicate.
Antibiofilm Assay
Cell suspensions were prepared according to the microdilution assay.
The nanostructured emulsions and the respective oils (99:1(w/w) in DMSO) were
added (12.5 %
(v/v))
separately in sterile 96-well microliter plates containing
sterile Mueller-Hinton Broth and microorganism suspensions, incubated at 35°C
for 24 h and 48 h for bacteria and yeasts, respectively, in an orbital shaker at
150 rpm. Then, the supernatants were removed and the wells were washed
with sterile water to remove non-adherent cells. The biofilms were stained with
crystal violet for 20 minutes. Subsequently, 200 µL of absolute ethanol was
added and the optical density (OD) was measured with an ELISA microplate
reader (BioTek, µQuant) at 570 nm.
19
Ketoconazole and chloramphenicol were
used as control antimicrobial agents according to the antimicrobial screening.
Assays were carried out in triplicate.
Statistical Analysis
The results are presented as the mean ± S.D. Statistical significance
between 3 groups was performed by Analysis of Variance (ANOVA) followed by
Tukey’s post-test. Student’s t-test was used between 2 unpaired groups. p
values less than 0.05 (p < 0.05) were considered significant.
RESULTS AND DISCUSSION
Chemical characterization
Concerning the samples’ characterization, the GC-MS was a useful tool
to identify the chemical compounds of the studied oils. The technique showed a
78
required resolution and peak separation, allowing analyzing the compounds
individually in comparison with the spectra library and the retention times found
in the literature. Prior to the CG-MS analysis, the extraction of copaiba essential
oil showed a 10 %
and Silveira, 2005.
(v/v)
20
yield, which was superior to that reported by Gramosa
The CG-MS analyses showed that terpenes have lower
retention time in copaiba resin-oil analysis when compared to the same
compounds in the copaiba essential oil (Figure 1A and Figure 1B). These
characteristic terpene compound peaks can be observed in several studies that
analyzed the chemical composition of copaiba oils. 3, 21
Figure 1
The analysis of copaiba resin-oil chromatograms suggests that βbisabolene was the major identified compound (Table 1). Other components,
such as β-caryophyllene and α-bermagotene, were also present at high
amounts. The residue fraction obtained after extraction of the essential oil
showed a lower amount of sesquiterpenes, indicating that these compounds
were extracted by hydrodistillation and were concentrated in the essential oil
(data not shown).
Table 1
The bullfrog oil GC-MS analyses showed separated peaks in which
methyl oleate was the ester presented as the most abundant compound. The
oleic acid esters were the predominant compounds, followed by esters of
palmitic and linoleic acid (Figure 1C). Thus, these three compounds were the
predominant monounsaturated, saturated, and polyunsaturated fatty acids,
respectively.
These results are also in accordance with those observed in the literature
concerning the composition of bullfrog oil
7, 22
, which reported different
methodologies for bullfrog oil extraction and also indicated the predominance of
oleic, linoleic, and palmitic fatty acids (Table 2).
Table 2
79
Nanostructured emulsion characterization
The systems were macroscopically presented as milky and fluid
dispersions. Furthermore, the formulations were not creamy on top. The
conductivity (from187.51 µS to 226.20 µS) confirmed the external aqueous
phase of the systems. The DLS analysis showed a nanosized droplet size for all
nanostructured emulsions of about 200 nm, as well as a low polydispersity.
Additionally, pH values were low, ranging from 3.22 to 3.48, probably due to the
presence of fatty acids from both oils. The zeta potential was distinct for the
three systems, probably because this property is influenced by the chemical
composition of the nanostructured emulsion components, especially the oils
(Table 3). The bullfrog oil nanostructured emulsion showed the lowest zeta
potential (- 11.86 ± 1.99), which could predict low stability. However, all the
nanostructured samples remained quite stable over time.
Table 3
Antimicrobial Susceptibility Assay
The antimicrobial screening performed by the agar diffusion method was
performed to investigate whether the tested strains were sensitive to the oils
used to produce the nanostructured emulsion systems. The inhibition halos
showed that some strains were sensitive to copaiba oils. The resin-oil and the
essential oil exhibited an inhibition halo of 6.6 mm and close to 9.0 mm,
respectively, against S. aureus (Table 4). This result corroborates the findings
of other studies with copaiba oil from other species against S. aureus, including
the copaiba oil extracted from Copaifera multijuga, which showed inhibition
halos of 7.0 mm against S. aureus. 23
On the other hand, the bullfrog oil showed no significant antibacterial or
antifungal activity against all tested strains. However, it is important to
emphasize that studies based solely on susceptibility tests using agar diffusion
are not conclusive. In some occasions the antimicrobial compounds are not
80
able to migrate through the agar or are present at low concentrations.
Therefore, further microbiological assays such as broth microdilution and
bioautography would be required to confirm these results. 18
The microbiological behavior of the resin-oil and that of the essential oil
revealed in this work were significantly different, probably because of their
different chemical compositions. In fact, the essential oil showed an activity of
about 50 % more efficient than the resin-oil against S. epidermidis ATCC 12228
and was more effective than the resin-oil for most of the tested strains. This
indicates that the highest concentration of sesquiterpenes, such as βcaryophyllene and α-himachalene, provides greater antibacterial and antifungal
activity to the essential oil (Table 4). 24
Table 4
Several works found in the literature concerning the antimicrobial activity
of C. langsdorffii oil by agar diffusion technique show a different profile of
response. In fact, the copaiba oil used in this work presented an inhibition halo
that was about 50 % lower for some reference strains. This could be explained
by the variability of the methodology or by the variability of the chemical
composition of the oil in plants of the same species. Therefore, the evaluation of
the chemical composition of the oils is a crucial step in the development of
nanostructured emulsions using natural oil products.
25
Concerning the antifungal activity, it must be emphasized that copaiba
essential oil has potential activity against reference strains of C. krusei (12.89 ±
6.03) and C. glabrata (13.67 ± 3.42), which are known for possible resistance to
azole antifungals widely used for the treatment of superficial infections. On the
other hand, strains of C. albicans, C. tropicalis, and C. parapsilosis had full
growth and were not sensitive to the essential oil. Therefore, each strain should
be tested with the essential oil independently of the genus or species. However,
these Candida species are considered less able to develop resistance to
synthetic antifungal drugs currently in use. 26
It is important to note that both the DMSO (used to solubilize the oils) and
the surfactants (Tween 20® and Span 80®) present no activity when separately
81
used. This finding is relevant to prove that the surfactants would not directly
influence the antimicrobial activity of the nanostructured emulsion systems.
Broth Microdilution Assay
Following the evaluation of the sensitivity of the strains to the oils, a broth
microdilution assay was performed with the nanostructured emulsion systems
containing copaiba resin-oil, copaiba essential oil, and bullfrog oil. The copaiba
oil-based nanostructured emulsions presented lower MIC values when
compared to the pure oil samples, specifically for C. glabrata and C. krusei
(Table 5). It is important to highlight that, although with only 5% of oil, the
nanostructured emulsion systems containing the copaiba resin-oil and the
copaiba essential oil showed activity equivalent to or better than that of the pure
oil alone (Table 5). Such improvement of activity could be due to the
nanostructured emulsion system, in which the oil was dispersed as droplets and
which may improve the activity of the compounds, resulting in a better activity of
natural oils.
13, 27
This was again demonstrated by the significant decrease (p <
0.05) in the MIC for C. glabrata ATCC 2001 using the emulsion based on the
copaiba resin-oil rather than the oil itself.
Table 5
However, a paradoxical effect phenomenon for the clinical strain of C.
glabrata, which presented inhibition only at low concentrations and cells
restarting to grow with higher concentrations of the oil, was observed (results
not shown). It was already demonstrated by Chamilos et al. (2007), using a new
group of antifungal agents, the echinocandins
28
, that the fungal cells were
sensitive to low concentrations of antimicrobial agent, but at higher
concentrations the fungal cells grew, probably due to the resistance
mechanisms. However, additional studies are necessary to confirm the
suggested phenomenon in this study.
Since the nanostructured emulsion based on bullfrog oil and the pure oil
showed no activity in the susceptibility assay, the MIC was determined only
against the ATCC strains in order to confirm the preliminary results. As
82
expected, both the bullfrog oil nanostructured emulsion and the pure oil
exhibited MIC values > 228.5 ± 0.0 mg/mL for all tested strains. However, the
ineffective activity found for the bullfrog oil compared to the copaiba oils could
be due to the choice of the strains used in this study. Therefore, a
microbiological activity assay with additional strains would reveal the efficacy of
such product and the fatty acids found in its composition, as claimed by the
literature 29.
Bioautography
The
bioautography
of
copaiba
resin-oil
revealed
two
different
chromatographic zones that caused inhibition on the microorganisms’ growth.
The first chromatographic band inhibited P. aeruginosa ATCC 27853 (Rf 0.2)
and the second one inhibited the growth of S. aureus ATCC 29213 and S.
epidermidis ATCC 12228 (Rf 0.15). The GC-MS analysis showed traces of αcurcumene, α-himachalene, Isothujol, and α-fenchene in the first band, while
the second fraction showed α-himachalene (1.46 %) and traces of α-curcumene
in its composition (results not shown).
Additionally, other terpenes from the copaiba oil have been reported as
active compounds by several studies in which the antimicrobial activity of βcaryophyllene, caryophyllene oxide, and copalic acid, usually present in large
quantities in the copaiba resin-oils, was investigated.
30
Thus, it may be
suggested that the terpenes, identified by the GC-MS after the bioautography
method, were probably responsible for the antimicrobial activity of the copaiba
oil. However, further studies are required in order to investigate their activity
individually.
The bioautography of bullfrog oil followed by CG-MS analysis revealed
the presence of esters of oleic (48.6 %) and palmitic (0.9 %) acids in the zone
related to the inhibition growth of P. aeruginosa ATCC 27853 (Rf 0.6). As it can
be seen, the oleic acid was predominant in this oil (results not shown). Issacs et
al. (1995) demonstrated that oleic acid and monoglycerides are responsible for
the antimicrobial activity in breast milk.
29
Therefore, these fatty acids present in
large amounts in the bullfrog oil may be the compound responsible for its
antimicrobial activity. It is important to note that although the bioautography
83
results did not corroborate with the antimicrobial screening, it provides the
possibility of testing concentrated compounds through chromatographic bands,
which provides better sensitivity to the method and highlights the effective
antimicrobial activity of the bullfrog oil.
Antibiofilm activity
The reduction in biofilm formation is an important tool to corroborate the
antimicrobial
activity
because
phenotypic
changes
may
occur
with
microorganisms, making them more invasive than planktonic cells. In most
cases, biofilm formation confers greater resistance to antimicrobial molecules
and the immune defense of the host. 31
Both copaiba resin-oil and copaiba essential oil were able to provide
effective inhibition on the biofilm formation (Figure 2). Additionally, considering
most of the strains, the oils themselves and their nanostructured emulsions
presented the same profile of inhibition with no significant difference (P > 0.05).
However, for S. aureus ATCC 29213 and S. epidermidis ATCC 12228 strains, a
significant decrease (p < 0.05) in the biofilm formation was observed for the
copaiba essential oil nanostructured emulsion when compared to the pure oil. In
contrast, C. krusei CS improved the biofilm formation when cells were grown in
the presence of this system and ketoconazole (Figure 2). However, the copaiba
essential oil nanostructured emulsion showed a better antibiofilm activity than
ketoconazole for C. krusei ATCC 6258. This result may be related to the
intrinsic resistance of the C. krusei strains to fluconazole. In fact, because of the
similarity among the azole chemical structure, a cross-resistance against these
antifungal agents may be possible to appear. 32
Figure 2
The analysis of the biofilm formation for bullfrog oil nanostructured
emulsion showed a significant inhibitory activity against most of the yeast
strains when compared to the pure oil (Figure 3). It is important to highlight that
although bullfrog oil nanostructured emulsion did not present positive results for
Pseudomonas aeruginosa ATCC 90027 in the microbial sensitivity assay and in
84
the broth microdilution assay, a significant inhibition of the biofilm formation was
observed, suggesting that the bullfrog oil may act on the cells that form the
biofilm, impairing either adhesion initial steps or exopolymeric matrix secretion,
but not in planktonic cells of P. aeruginosa.
Figure 3
Additionally, bullfrog oil nanostructured emulsion inhibited the biofilm
formation of most of the tested Candida species. Thus, this system could be
used to treat fungal infections triggered by the biofilm formation caused by
yeasts of the genus Candida, which are responsible for about 80% of fungal
infections in the hospital environment. 33
It is important to highlight that the biofilm formation is related to the
severity of the infection. Therefore, its inhibition is a mandatory step to evaluate
whether a product has a good antimicrobial activity, even if the concentration
used to inhibit biofilm formation is below the MIC. Moreover, the nanostructured
emulsion system here evaluated could be a therapeutic choice to treat patients
without the use of synthetic antibacterial or antifungal agents.
CONCLUSION
Copaiba essential oil assembles the majority of sesquiterpenes, identified
as main antimicrobial compounds, presented in the copaiba resin-oil while
bullfrog oil contains a pool of omega fatty acids. Moreover, copaiba essential oil
exhibited better antimicrobial activity than the similar resin-oil, especially against
Staphylococcus and Candida species. Bullfrog oil and its nanostructured
emulsion, on the other hand, showed no significant antimicrobial sensitivity
against the tested strains in some experiments. However, the oleic acid, which
was identified as the main antimicrobial compound in this product, exhibited
antimicrobial activity against P. aeruginosa.
The nanostructured emulsions, even containing only 5%
(w/w)
of oil in its
formulation, showed their importance in preserving and enhancing the
antimicrobial activity of copaiba oils. Moreover, the nanostructured emulsion
systems were able to improve the antimicrobial activities of the original oils,
85
especially the bullfrog oil nanostructured emulsion, which demonstrated a poor
antimicrobial activity. Additionally, this system showed a significant result
concerning the biofilm inhibition against Pseudomonas aeruginosa, an
important multidrug resistant pathogen responsible for hospital infections in
immunocompromised patients.
Therefore, given the relevant antimicrobial and antibiofilm activities found
for the copaiba essential oil and the bullfrog oil nanostructured emulsions
against pathogenic species of bacteria and fungi involved with cutaneous
infections, it may be concluded that these formulations are suitable alternatives
to develop new medicines for future use in the treatment of infections triggered
by several microorganisms.
ACKNOWLEDGMENTS
The authors thank E. C. G. Santos from LABMULT (UFRN, Natal, Brazil)
and M. A. P. Medeiros and W. P. Silva form MMML for providing clinical
isolates. This research was supported by CNPq and CAPES, including a master
scholarship provided by the latter. The authors are also grateful to Glenn
Hawes, M.Ed. English from the University of Georgia, for editing this
manuscript.
86
REFERENCES
1. M. Saleem, M. Nazir, M. S. Ali, H. Hussain, Y. S. Lee, N. Riaz and A. Jabbar, Nat.
Prod. Rep. 27, 238-254 (2010)
2. P. Cos, A. J. Vlietinck, D. V. Berghe and L. Maes, J. Ethnopharmacol. 106, 290-302
(2006)
3. V. F. Veiga Junior and A. C. Pinto, Quim. Nova. 25, 273-286 (2002)
4. F. A. Pieri, M. C. Mussi and M. A. S. Moreira, Rev. Bras. Plantas Med. 11, 465-472
(2009)
5. V. F. Veiga Junior, L. Zunino, M. L. Patitucci, A. C. Pinto and J. B. Calixto, J.
Pharm. Pharmacol. 58, 1405-1410 (2006)
6. J. P. B. Sousa, A. P. S. Brancalion, A. B. Souza, I. C. C. Turatti, S. R. Ambrósio, N.
A. J. C. Furtado, N. P. Lopes and J. K. Bastos, J. Pharm. Biomed. Anal. 54, 653659 (2011)
7. V. S. Lopes, T. N. C. Dantas, A. F. Cunha, E. F. Moura and M. A. M. Maciel, Rev.
Ser. Cienc. Vida. 30, 85-97 (2010)
8. A. A. Gonçalves and M. C. M. Otta, Rev. Bras. Eng. Pesca. 3 (2008)
9. I. Minn, H. S. Kim and S. C. Kim, Biochim. Biophys. Acta. 1, 31-39 (1998)
10. M. Rosenthal, D. Goldberg, A. Aiello, E. Larson and B. Foxman, Infect. Genet. Evol.
11, 839-848 (2011)
11. A. L. Dawson, R. P. Dellavalle and D. M. Elston, Dermatol. Clin. 30, 141-151 (2012)
12. A. Yorgancioglu and E. E. Bayramoglu, Ind. Crop. Prod. 44, 378-382 (2013)
13. F. H. Xavier-Júnior, K. G. H. Silva, I. E. G. Farias, A. R. V. Morais, E. N. Alencar, I.
B. Araújo, A. G. Oliveira and E. S. T. Egito, J. Drug Del. Sci. Tech. 22, 367-372
(2012)
14. J. Bibette, F. L. Calderon and P. Poulin, Rep. Prog. Phys. 62, 969 (1999)
15. W. Yu, G. Barratt, E. S. T. Egito, H. Fessi, J. P. Devissaguet and F. Puisieux, Int. J.
Pharm. 89, 139-146 (1993)
16. CLSI, Performance Standards for Antimicrobial Disk Susceptibility Tests - CLSI
document M02-A10, Wayne, PA (2009).
17. CLSI, Method for Antifungal Disk Difusion Susceptibility Testing of Yeasts - CLSI
document M44-A2, Wayne, PA (2009).
18. E. A. Ostrosky, B. R. Freitas, M. K. Mizumoto, M. E. L. Lima, T. M. Kaneko and S.
O. Nishikawa, Rev. Bras. Farmacogn. 18, 301-307 (2008)
19. N. Wakimoto, J. Nishi, J. Sheikh, J. P. Nataro, J. Sarantuya, M. Iwashita, K.
Manago, K. Tokuda, M. Yoshinaga and Y. Kawano, Am. J. Trop. Med. Hyg. 71,
687-690 (2004)
87
20. N. V. Gramosa and E. R. Silveira, J. Essent. Oil Res. 17, 130-132 (2005)
21. A. G. Barreto Júnior, E. C. Biscaia Junior, V. F. Veiga Junior, A. C. Pinto, S. F.
Carvalhaes and M. A. M. Maciel, Quim. Nova. 28, 719-722 (2005)
22. E. Méndez, J. Sanhueza, S. Nieto, H. Speisky and A. Valenzuela, J. Am. Oil Chem.
Soc. 75, 79-83 (1998)
23. D. E. Mendonça and S. B. Onofre, Rev. Bras. Farmacogn. 19, 577-581 (2009)
24. A. B. Souza, C. H. Martins, M. G. Souza, N. A. Furtado, V. C. Heleno, J. P. de
Sousa, E. M. Rocha, J. K. Bastos, W. R. Cunha, R. C. Veneziani and S. R.
Ambrosio, Phytother Res. 25, 215-220 (2011)
25. F. A. Pieri, V. O. Silva, C. F. Souza, J. C. M. Costa, L. F. Santos and M. A. S.
Moreira, Arq. Bras. Med. Vet. Zoo. 64, 241-244 (2012)
26. Y.-L. Yang, H.-T. Chen, C.-C. Lin, W.-L. Chu and H.-J. Lo, Diagnostic Microbiology
and Infectious Disease. 76, 182-186 (2013)
27. M. Ferreira, R. Santiago, T. Souza, E. S. T. Egito, E. Oliveira and L. Soares, AAPS
PharmSciTech. 11, 1383-1390 (2010)
28. G. Chamilos, R. E. Lewis, N. Albert and D. P. Kontoyiannis, Antimicrob. Agents
Chemother. 51, 2257-2259 (2007)
29. C. E. Isaacs, R. E. Litov and H. Thormar, J. Nutr. Biochem. 6, 362-366 (1995)
30. L. M. Leandro, F. Sousa Vargas, P. C. S. Barbosa, J. K. O. Neves, J. A. Silva and
V. F. Veiga-Junior, Molecules. 17, 3866-3889 (2012)
31. C. R. Arciola, D. Campoccia, P. Speziale, L. Montanaro and J. W. Costerton,
Biomaterials. 33, 5967-5982 (2012)
32. E. W. Cross, S. Park and D. S. Perlin, Microb. Drug. Resist. 6, 155-161 (2000)
33. A. L. Colombo and T. Guimarães, Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 36, 599-607 (2003)
88
Table 1 – Percentage of terpenes from copaiba (Copaifera langsdorffii) oils.
RT
CO
RT
CEO
(min)
(%)
(min)
(%)
δ-elemene
6.90
0.37
21.17
0.63
(+)-cyclosativene
7.52
0.45
22.31
0.67
α-copaene
7.66
0.93
22.76
1.39
β-elemene
7.92
1.44
23.46
2.41
β-caryophyllene
8.57
18.30
24.62
21.68
α-bergamotene
8.74
15.61
25.29
20.53
α-guaiene
8.83
1.17
25.38
0.88
β-farnesene
9.03
1.61
26.11
1.56
α-caryophyllene
9.22
2.80
25.95
2.85
τ-muurolene
9.60
0.82
26.88
0.53
β-cubebene
9.75
4.83
27.06
1.72
β-selinene
9.88
4.34
27.27
6.16
α-selinene
-
-
27.62
2.31
τ-gurjenene
-
-
27.78
0.89
β-chamigrene
10.04
5.63
-
-
β-bisabolene
10.21
24.76
28.24
23.67
β-sesquiphellandrene
10.55
2.44
-
-
α-curcumene
12.29
0.35
-
-
α-cedrene
12.85
0.53
-
-
β-cedrene
-
-
28.76
1.40
α-himachalene
13.01
1.74
33.39
0.46
Kaurene
20.98
0.39
-
-
Chemical composition
RT (min): Retention time; CO: Copaiba resin-oil; CEO: Copaiba essential oil; (-) Not detected.
89
Table 2 – Percentage of fatty acid esters from bullfrog (Rana catesbeiana
Shaw) oil
RT
BO
(min)
(%)
Methyl palmitoleate
18.25
2.23
Methyl palmitate
18.65
5.87
Methyl linoleate
21.84
4.79
Methyl oleate
21.94
9.26
Glyceryl monooleate
28.22
7.59
Chemical composition
RT (min): Retention time; BO: Bullfrog oil.
90
Table 3– Physicochemical characterization of the nanostructured emulsions.
pH
Conductivity
Droplet
(µS)
Size (nm)
Polydispersity
Zeta
potential
COE
3.40
187.51
200 ± 0
0.24 ± 0.01
- 34.37 ± 2.50
CEOE
3.48
226.20
280 ± 1
0.14 ± 0.02
- 27.08 ± 0.89
BOE
3.22
220.30
260 ± 0
0.27 ± 0.01
- 11.86 ± 1.99
COE: Copaiba resin-oil nanostructured emulsion; CEOE: Copaiba essential oil nanostructured
emulsion; BOE: Bullfrog oil nanostructured emulsion.
91
Table 4– Microbial sensitivity (Inhibition halos (mm)) of copaiba resin-oil and
copaiba essential oil against susceptible strains)
Microorganisms
CO
CEO
Ref
S. aureus ATCC 29213
6.66 ± 1.32
9.88 ± 2.14
*27.78 ± 2.04
S. epidermidis ATCC 12228
5.44 ± 0.72 14.00 ± 2.39
*35.11 ± 3.68
S. epidermidis CS1
-
11.89 ± 1.96
*27.89 ± 3.14
S. epidermidis CS2
-
13.11 ± 3.14
*24.44 ± 6.34
C. glabrata ATCC 2001
6.33 ± 2.06 12.89 ± 6.03
C. glabrata 15V3C (CS)
-
9.88 ± 0.78
C. krusei ATCC 6258
-
13.67 ± 3.42
C. krusei LMM54 (CS)
-
13.78 ± 3.23
**28.33 ±
2.50
**28.11 ±
2.08
**24.67 ±
2.87
**24.22 ±
4.35
(-) Exhibited no inhibition halo; CO: Copaiba resin-oil; CEO: Copaiba essential oil; Ref:
Antimicrobial synthetic reference; *Chloramphenicol; **Ketoconazole.
92
Table 5– Microdilution Assay Results (MIC) of copaiba oils and nanostructured emulsions (mg/mL)
Microorganisms
CO
COE
CEO
CEOE
S. aureus ATCC 29213
> 234.0 ± 0.0
> 249.7 ± 0.0
55.4 ± 0.0*
> 249.3 ± 0.0*
S. epidermidis ATCC 12228
> 234.0 ± 0.0
> 249.7 ± 0.0
221.7 ± 0.0
> 249.3 ± 0.0
S. epidermidis CS1
0.0009 ± 0.0**
0.0455 ± 0.022**
221.7 ± 0.0
> 249.3 ± 0.0
S. epidermidis CS2
> 234.0 ± 0.0
> 249.750 ± 0.0
221.7 ± 0.0
> 249.3 ± 0.0
C. glabrata ATCC 2001
> 234.0 ± 0.0*
0.9717 ± 0.00***
0.1083 ± 0.076***
15.6 ± 0.0***
C. glabrata 15V3C (CS)
0.0009 ± 0.0
0.0001 ± 0.0
0.1083 ± 0.038***
0.9736 ± 0.0***
C. krusei ATCC 6258
> 234.0 ± 0.0
> 249.7 ± 0.0
34.7 ± 0.0*
15.6 ± 0.0*
C. krusei LMM54 (CS)
> 234.0 ± 0.0
> 249.7 ± 0.0
34.7 ± 0.0*
3.9 ± 0.0*
CO: Copaiba resin-oil; COE: Copaiba resin-oil nanostructured emulsion; CEO: Copaiba essential oil; CEOE: Copaiba essential oil nanostructured emulsion;
MIC = Minimum Inhibitory Concentration. * = p < 0.05; ** = p < 0.01; *** = p < 0.001, when comparing the emulsions with the oils themselves.
93
Figure File
Figure 1 – Chromatogram of natural oils. A: Copaiba resin-oil; B: Copaiba
essential oil; C: Bullfrog oil.
94
Figure 2 – Percentage of Biofilm growth in the presence of copaiba samples. CO:
Copaiba resin-oil; COE: Copaiba resin-oil nanostructured emulsion; CEO: Copaiba
essential oil; CEOE: Copaiba essential oil nanostructured emulsion; Ref:
Chloramphenicol (bacteria) and Ketoconazole (fungi).
95
Figure 3 – Percentage of Biofilm growth in the presence of bullfrog samples. BO:
Bullfrog oil; BOE: Bullfrog oil nanostructured emulsion; Ref: Chloramphenicol
(bacteria) and Ketoconazole (fungi).
96
Graphical abstract
97
Download