Anais FAEF 2016 Agronomia VOL 12 04 FINAL.pmd

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SOCIEDADE C U LTURAL E
EDUCACIONAL DE G ARÇA
Anais do XIX Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF
AGRONOMIA
VOLUME 12
Garça/SP: Editora FAEF, 2016. Vol 12 (14 vols.) - ISSN 1676-6814
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ISSN 1676-6814
Anais
AGRONOMIA - VOLUME 12
GARÇA/SP - 2016
Anais do XIX Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF
SOCIEDADE CU LTURAL E
EDUCACIONAL DE G ARÇA
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SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA
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Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de
acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP
www.grupofaef.edu.br / [email protected]
Telefone: (14) 3407-8000
EDIÇÃO, EDITORAÇÃO ELETRÔNICA e ARTE FINAL
Aroldo José Abreu Pinto
Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da
Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral - FAEF
630
Anais do XIX Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF.
S621a
XIX Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. Anais... – Garça:
Editora FAEF, 2016.
328 p. vol 12 - (14 vols.)
15x22cm.
ISSN 1676-6814
1. Ciências Agrárias 2.Ciências Contábeis 3. Administração 4.
Agronomia 5. Engenharia Florestal 6. Medicina Veterinária 7. Pedagogia
8. Psicologia 9. Direito. 10 Enfermagem. 11 Comércio Exterior
Os autores são responsáveis pelo conteúdo das
palestras e trabalhos científicos.
Reprodução permitida desde que citada a fonte.
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SUMÁRIO
Apresentação ..................................................... 11
Comissão Organizadora ......................................... 13
Agradecimentos .................................................. 17
TRABALHOS APRESENTADOS
A EFICÁCIA DA PERMANÊNCIA DAS FOLHAS NO PROCESSO
DE ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE Coffea Canephora
CORRÊA, Gabriel Pereira Dias; CORREIA, Pedro Augusto da
Cruz; KATO, Jessé de Carvalho; MONTEIRO, Luís Felipe
Travensolo; IOST, Regiane ....................................... 23
CONTROLE BIOLÓGICO ATRAVÉS DE FITOPATÓGENOS
CONTATO, Luis; FRANCO, Mateus; GREGIO, Matheus;
CAMILO, Vitor; IOST, Regiane ................................... 31
DEFENSIVOS ALTERNATIVOS NATURAIS PARA CONTROLE
BIOLÓGICO DE DOENÇAS E PRAGAS DE PLANTAS
LUCENA, Mayara de Brito; IOST, Regiane; .................... 39
DESENHO TÉCNICO APLICADO AS CONSTRUÇÕES RURAIS
NUNES, Camila Fernanda; ANDRADE, Carlos Henrique Jacob;
CARVALHO, Gabriel Malheiros; ASSI, Lucas Cordeiro ........ 47
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DESENHO TÉCNICO DENTRO DA TOPOGRAFIA
Luis Carlos de SOUZA; Vitor Camilo FASSINA; Mateus de
Campos FRANCO; Matheus Vernier GREGIO; Alexandre da
Silva FELIPE ........................................................ 53
DESENHO TÉCNICO GEOMÉTRICO
MENDES, Flávio; PEREIRA, Vanessa; Valle, Flavia; FELIPE,
Alexandre .......................................................... 63
DETERMINAÇÃO DA UMIDADE RELATIVA UTILIZANDO O
PSICRÔMETRO (REVISÃO DE LITERATURA)
TOSCANO, Guilherme A.; LEONÇO, Lucas R.; LUCAS, Thales
A.; BARBOSA, Rogério Zanarde ................................. 71
EFEITO RESIDUAL DE HERBICIDA NO SOLO – UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
SANTOS, Janaína Aparecida Sales dos; WIRGUES, Larissa
Marques; BRAVARESCO, Lilian Lopes; MANCUSO, Mauricio
Antonio Cuzato .................................................... 79
EFEITOS DO EXCESSO DE LASTRO E DA PATINAGEM NA
COMPACTAÇÃO DO SOLO
BERTOZZO, Daniel; MENDES, Guilherme; SANTOS, Jonas;
BARBOSA, Rogério Zanardi ...................................... 87
EFICÁCIA DO INSETICIDA ATABRON NO CONTROLE DE
Chrysodeixis includens E Helicoverpa armigera (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE)
Ana Flávia Rufino TAMARA; Krishna Galvão SANTANA; Marcelo
Munhoz Venâncio de OLIVEIRA; José Paulo Gonçalves Franco
da SILVA ............................................................ 95
EFICIÊNCIA DO POTÁSSIO EM NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO
JANISCH, Paulo Ricardo Santos; SANINI, Jordan Santos;
GUERREIRO, Gustavo ............................................ 105
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ESCALAS DIAGRAMÁTICAS PARA AVALIAÇÃO DA SEVERIDADE
DE DOENÇAS EM PLANTAS
DUARTE, Danilo Leme; DURÃES, Kryssia Taina Araújo;
KRUGNER, Lucas de Almeida;
IOSR, Regiane .................................................... 113
ESPÉCIES EXÓTICAS ARBÓREAS NA PRAÇA ISABEL ARRUDA
EM BOTUCATU-SP
Marcos Vieira FERRAZ; Lucas Tombi SCARAMUZZA .......... 121
ESTUDO DA MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA NA
MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL
CONCEIÇAO, Fernando S.; OLIVEIRA, Marcelo M.V.; CHRISTIAN Norberto V.R.M.; BARBOSA, Rogério Zanarde ......... 127
ETANOL: SUAS MATÉRIAS-PRIMAS E A QUÍMICA EM SUA
PRODUÇÃO
Alex COIMBRA; Lucas SANTOS; Matheus FERREIRA; Juliana
Iassia GIMENEZ ................................................... 135
EVOLUÇÃO DA MECANIZAÇÃO NA CULTURA DO CAFÉ
MANFLIN, Fábio Henrique; RODRIGUES, Vagner; NETO,
Antonio Alves; SCARAMUZZA, Lucas Tombi .................. 141
EVOLUÇÃO MÁQUINAS AGRÍCOLAS NO BRASIL E NO MUNDO
BEZERRA, Júnior Simon; BARRETO, Gabriel Feltrin; PEREZ,
Leonardo Mantovani; BARBOSA, Rogério Zanarde .......... 149
FAMÍLIA ARECACEAE (PALMAE)
RODRIGUES, Aline Franciele Santos; SANTOS, Nathalia
Carvalho dos; AMARO, Amanda Cristina Esteves ............ 159
FAMILIA ARECACEAE
SANTOS, João Vitor Sobrinho; SILVA, Stefani Caroline Chaves;
ASSI, Lucas Cordeiro; AMARO, Amanda Cristina Esteves ... 167
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FAMÍLIA CUCURBITACEAE
PEREIRA NETO, Sebstião Garcia; MARINO JUNIOR, José
Roberto; AMARO, Amanda Cristina Esteves .................. 177
FAMÍLIA FABACEAE
LUCENA, Mayara de Brito; LION, Pedro Augusto Oliveira;
AMARO, Amanda Cristina Esteves ............................. 185
FAMILIA POACEAE
GODOI, Cauê Lourenço; SOUZA-FILHO, Fernando Ferreira;
SILVA, Helber Leme Costa; BARBOSA, Matheus Rodrigues;
AMARO, Amanda Cristina Esteves ............................. 195
IDENTIFICAÇÃO, INCIDÊNCIA E MANEJO DE Sphenophorus
levis NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR (REVISÃO DE
LITERATURA)
João Victor Franco Rosa; Guilherme Augusto Toscano;
José Paulo Gonçalves Franco da Silva ........................ 203
IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA CAD APLICADO NO DESENHO
TÉCNICO
Thales Andrei LUCAS; Alexandre Luis da Silva FELIPE ...... 213
INOCULAÇÃO DE MILHO COM Azospirillum brasilense REVISÃO DE LITERATURA
João Victor Franco Rosa; Leonardo Diniz Ramires
Casola ............................................................. 221
INOVAÇÃO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA
DA SILVA Enrique; DE PAULA João; COLOMBO Victor;
BARBOSA Rogério Zanarde ...................................... 229
IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO PARA A ECONOMIA
BRASILEIRA
Lucas Rinaldi LEONÇO; Guilherme Augusto TOSCANO;
João Victor Franco ROSA; Felipe Camargo de Campos
Lima ............................................................... 237
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A IMPORTÂNCIA DO DESENHO TÉCNICO
Tiago Rodrigues GABRIEL; Alexandre Lui da Silva
FELIPE ............................................................. 245
A IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES DE ESCALA – UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
Janaína A. Sales dos SANTOS; Lucas ZIMIANI; Matheus
Henrique BIASOTO; Alexandre Luis da Silva FELIPE ......... 251
AGRICULTURA DE PRECIÇÃO
GATTI João Vitor; BARBOSA Rogerio Zanarde; FELIPE
Alexandre da Silva ............................................... 259
AMBIGUIDADES NO SISTEMA GNSS
Junior Simon BEZERRA; Gabriel Feltrin BARRETO; Leonardo
Mantovani PEREZ; Alexandre Luiz da Silva FELIPE .......... 265
ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO
CARVALHO, Gabriel Malheiros de; NUNES, Camila
Fernanda; CONTATO, Luiz Carlos de Souza; GIMENEZ,
Juliana Iassia .................................................... 275
APLICAÇÃO DO SIG NO MANEJO DE BACIAS HIDROGRAFICAS
SOUZA, André Andrade; VICTORIO, Tomaz Ferrazzini Marvulo;
MATHEUS, Victor Paes Carolino; FELIPE, Alexandre Luiz da
Silva ................................................................ 281
APLICAÇÃO DO VANT NA CANA-DE-AÇÚCAR
FREITAS JUNIOR, Dirceu; MASSSUCATO, Otavio Bodoni;
BASSAN, Vinicius; BARBOSA, Rogerio Zanarde............... 289
AQUAPONIA: UM SISTEMA BIOINTEGRADO
FROIO, Renata; GATTI, João Victor; UNAMUZAGA, Pedro;
FELIPE, Alexandre ............................................... 299
ASPECTOS DAS OPERAÇÕES MECANIZADAS NA PRODUÇÃO
CAFEEIRA
SILVA, Anelize Raad Soares da; ZUPELLI, Iara da Silva;
SANTOS, Tiago Pereira dos; BARBOSA, Rogério Zanarde ... 309
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AUXINA: HORMÔNIO DE DESENVOLVIMENTO FISIOLOGICO
VEGETAL
PEREIRA, Júlio César Santos; ALTHMAN, Michael Patrick
Ferreira; MORETI, Uidson De Souza; SCARAMUZZA, Lucas
Tombi .............................................................. 317
Normas para elaboração de artigo científico do Simpósio
da FAEF ........................................................... 327
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APRESENTAÇÃO
A FAEF de Garça/SP vem se consolidando como Instituição de
Ensino Superior capaz de contribuir para o desenvolvimento da região,
do Estado e também do País colocando profissionais competentes
no mercado de trabalho. Sua história inicia em 1989 e, de lá para
cá, a respeitabilidade e o compromisso da Instituição é constatável,
especialmente quanto à percepção de seu esforço para enveredar
pelo caminho próprio das escolas sérias de nível superior, com eixo
na tríade: Ensino, Pesquisa e Extensão. Em sua 19a edição, o evento
vem enriquecido o desenvolvimento de virtudes, tendo como
principais objetivos:
- Estimular a criação cultural e o desenvolvimento humanístico;
- Formar recursos humanos nas áreas de conhecimento que atua,
aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira;
- Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica,
visando ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e a difusão da
cultura;
- Promover a divulgação de conhecimentos cultural, científico e
técnico que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de
comunicação junto à sociedade.
No evento, alunos e professores da FAEF, bem como alunos e
profissionais de outras Instituições e demais interessados, puderam
aprimorar seus conhecimentos, publicar suas pesquisas, apresentar
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trabalhos científicos, além de terem mantido contatos com
palestrantes renomados nas diversas áreas do saber e desenvolver
suas virtudes. Todas estas atividades e produção científica deram
origem a mais uma edição dos Anais do Simpósio da FAEF que, com
imensa satisfação, oferecemos aos leitores. Acima de tudo, os Anais
do XIX Simpósio de Ciências Aplicadas são resultantes de um esforço
conjunto dos nossos alunos, professores, coordenadores, diretores e
mantenedora e concretizam o estímulo e a valorização à pesquisa
científica promovidos por esta Faculdade.
COMISSÃO ORGANIZADORA
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COMISSÃO ORGANIZADORA
- Presidente de Honra:
Profª. Drª. Dayse Maria Alonso Shimizu
- Presidente Excecutivo:
Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
- Vice-presidente:
Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto
Profª. Drª. Vanessa Zappa
Profª MSc. Renata Shimizu Locatelli da Rosa
Profª Msc. Kelly Karine Paschoal
Profª Esp. Deise Aparecida Estanislau Dereça
Prof. Msc. Odair Vieira da Silva
Prof. Msc. Rangel Antônio Gazzola
Prof. Esp. Lucas Tombi Scaramuzza
Prof. MSc. Osni Álamo Pinheiro Júnior
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COMISSÃO DE SECRETÁRIA, TESOURARIA E EXPEDIÇÃO DE
CERTIFICADOS
Prof MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Sra. Daniela de Almeida Funakawa Cirillo
Sr. Leandro Matta
Profª Drª Vanessa Zappa
Prof. Esp. Lucas Tombi Scaramuzza
Profª Esp. Deise Aparecida Estanislau Dereça
Prof. Martinho Otto Gerlack Neto
Prof. Rangel Antônio Gazzola
Profª MSc. Renata Shimizu Locatelli da Rosa
Profª Msc. Kelly Karine Paschoal
COMISSÃO DE CAPTAÇÃO DE PARCEIROS
Prof Msc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Prof. Martinho Otto Gerlack Neto
Prof. Esp. Lucas Tombi Scaramuzza
Profª Esp. Deise Aparecida Estanislau Dereça
Profª. Júlia Kawazaki Hori
Prof. Esp. Paulo Jacobino
Prof. Daniel Aparecido Marzola
Profª Drª Saara Scolari
Profª Drª Suzana Más Rosa
Sr. Leandro Matta
Sr. Sidney Marques Roberto
Sr. Thiago Ramirez Cavalheiro
Sr. Adriano Pereira da Silva
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COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA
Prof. MSc. Osni Álamo Pinheiro Júnior
Prof. Esp. Lucas Tombi Scaramuzza
Prof. Daniel Aparecido Marzola
Sra. Maria Aparecida da Silva
Prof. Esp. Paulo Jacobino
Profª MSc. Fernanda Tamara Neme Mobaid Agudo Romão
Prof. Dr. Renan Botelho
Sr. Denis Dias V. Barbosa
Sr. Sidney Marques Roberto
COMISSÃO DE CULTURA E ENTRETENIMENTO
Prof MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Profª. Júlia Kawazaki Hori
Prof. Osni Alamo Pinheiro Junior
Profª MSc. Fernanda Tamara Neme Mobaid Agudo Romão
Profª. Esp. Deise Estanislau Dereça
Prof. Esp. Lucas Tombi Scaramuzza
Maria Aparecida da Silva
COMISSÃO DE MARKETING, COMUNICAÇÃO E MÍDIAS SOCIAIS
Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Profª. Drª. Vanessa Zappa
Sra. Suellen Nogueira Martins Alves
Sra. Érika Alves de Souza Santos da Costa
Sra. Euceny Caroline Pedroso Saccá
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Sr. Denis Dias V. Barbosa
Prof. Paulo César Jacobino
COMISSÃO DE APOIO AO ENSINO
Prof. MSc. Odair Vieira da Silva
Profª. MSc. Deise Aparecida Estanislau Dereça
Profª. MSc. Renata Shimizu Locatelli da Rosa
Profª. MSc. Kelly Karine Paschoal
Profª MSc. Karla Borelli
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AGRADECIMENTOS
A Comissão Organizadora da XIX Edição do Simpósio de Ciências
Aplicadas da FAEF é grata aos patrocinadores e parceiros que
colaboraram com a nossa Instituição. Contribuindo para o
desenvolvimento da pesquisa científica do Brasil: Caixa Econômica
Federal, CREA-SP, AEAAG – Associação dos Engenheiros, Arquitetos e
Agrônomos de Garça, 3s Comércio de Embalagens, Agrofort, Amanda
Moretti: Podologia e Estética, Benemara, Bom Gás & Água, Burger
King, Cartório 1º Ofício Três Lagoas, Casa de Carnes Panorama, Celeiro
Vestuário, Cimento Marília, Comauto Auto Peças Marília, Composição
Confecções, Construgar transportes de materiais para construção,
Cooperativa Sul Brasil, Damásio Educacional, Dismagril, Eletro Center,
Escritório Fiscontábil, Flora Mix, Gamag, Sacca’s Acessórios e
Bijuterias, Ivo Madeiras, Javep – Veículos, Peças e Serviços Ltda,
Leila Tecidos, Life Sucos, Studio Lu Sestito, Luís Fernando Bautz
Gomes, Mafer Marília, Maria Morena Modas, Moreira’s Buffet e
Eventos, Ogata Veículos e Peças Ltda Marília, Ortiz Minichiello
(Advogacia e Consultoria), Auto Posto Rotatória de Garça – Ltda,
Reipel, Santa Maria Park Hotel, Semag, Sicoob Credicitrus, Sindicato
Rural de Garça, Status Formaturas, Tintas e Tintas, Top Cell – venda
e assistência técnica especializada, Total Utilidades, Vestigiu’s
Uniformes, VideoSystem – Filmagens Locações e vendas, Wizard Garça
e Academia Work Body Fitness e Khorus.
São raras as empresas que têm este grau de consciência da
responsabilidade social que deve permear sua atividade comercial.
Avante Brasil! Com Educação e Pesquisa Científica! O Grupo FAEF
valoriza seus parceiros.
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XIX
TRABALHOS APRESENTADOS
Agronomia
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A EFICÁCIA DA PERMANÊNCIA DAS FOLHAS NO
PROCESSO DE ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE
Coffea Canephora
CORRÊA, Gabriel Pereira Dias1
CORREIA, Pedro Augusto da Cruz1
KATO, Jessé de Carvalho1
MONTEIRO, Luís Felipe Travensolo1
IOST, Regiane 2
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo comparar duas formas
de manejo distintas no processo de estaquia, com a finalidade
de identificar a melhor e mais rápida forma de enraizamento
das mesmas; uma com a permanência das folhas e outra com
total desfolha da estaca, ambas em casa de vegetação. Tendendo
para maior eficácia no processo onde as folhas permaneceram
intactas, acelerando e potencializando o processo de
enraizamento, além de diminuir consideravelmente a
mortalidade das hastes utilizadas.
Palavras – Chave: Enraizamento, Estaca, Folhas, Manejo.
1
Acadêmico do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça
– FAEF – São Paulo. e-mail: [email protected]
Docente do curso de agronomia da FAEF – Garça/SP- Brasil. Email: [email protected]
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ABSTRACT
This article aims to compare two different management forms
in the process of cutting, with the purpose of identifying the best
and fastest way of rooting; with the permanence of the leaves
and another with total defoliation of the stake, both in the
greenhouse. Tending towards greater effectiveness in the process
where the leaves remained intact, speeding up and potentializing
the rooting process, in addition to considerably decrease the
mortality of stems used.
Keywords: Rooting, Stake, Sheets, Management.
1. INTRODUÇÃO
A cultura do café tem grande importância econômica no mundo
todo, e devido a sua influência muito estudos são realizados com o
objetivo de melhorar sua produtividade e acelerar alguns processos
para obtenção de exemplares.
O processo usual de propagação do cafeeiro, tanto da espécie
arábica como canephora é por semente. Recentemente, alguns
Estados produtores vêm utilizando outro método que é a propagação
assexuada por meio de estacas, principalmente para espécies de
Coffea canephora (BERGO, 1998).
A estaquia é uma forma de propagação vegetativa, utilizada no
cafeeiro como forma de obtenção de clones, ou seja, plantas idênticas
a matriz, tendo como vantagem a garantia da preservação do material
genético, com todas as características, incluindo resistência; garantia
esta que não é possível na propagação por sementes, já que no caso
do Coffea Canephora, popularmente chamado de robusta, o grão de
pólen não tem a capacidade de fertilizar a planta, sendo necessário
que ocorra o cruzamento, perdendo assim as características fiéis a
da matriz.
O trabalho realizado teve como objetivo avaliar o efeito da
permanência das folhas no processo de enraizamento de estacas
de coffea canephora, variedade popularmente denominada
Robusta.
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2. DESENVOLVIMENTO
O experimento foi conduzido no Viveiro de Mudas de Café
localizado na cidade de Garça – SP, rodovia SP 294, km113 zona
rural, onde procurou comparar duas formas de manejo de estacas
para obtenção de clones de Coffea Canephora. A primeira é
comumente utilizada no processo, que consiste no corte das folhas
presentes nos ramos, técnica esta que só se faz necessária em
processos que não envolvem casa de vegetação, permitindo assim a
maior retenção de água nos ramos, mas por costume acaba sendo
utilizada também em cultivo protegido. Já a segunda consiste na
permanência das folhas nos ramos, gerando estacas com um par de
folhas que posteriormente são inseridas na casa de vegetação (Fig.
1 e 2).
Geralmente no processo de estaquia, as mesmas em fase semilenhosa são retiradas de ramos ortotrópicos do cafeeiro, sendo estes
os ramos que crescem na vertical e dão origem a tronco e hastes.
Este método é utilizado pelo objetivo de se obter plantas idênticas
a matriz. Já que o fruto é o resultado do cruzamento entre plantas,
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caso o utilize como semente a planta obtida não será de fato idêntica
à planta mãe, este fato é uma particularidade da espécie Coffea
Canephora.
A produção de mudas por estacas reproduz uma cópia idêntica
da mãe, permitindo um aumento de produtividade de até 30%, apenas
com a seleção e clonagem de plantas superiores (BERGO, 1998).
2.1 Materiais e métodos
Na execução do trabalho foram coletados ramos em seu ponto
chamado de perfeito para o ‘pegamento’ (enraizamento) das mudas.
Os ramos coletados foram separados em dois grupos para formas de
manejo diferentes, sendo elas a desfolha onde parte das folhas
presentes nos ramos é cortada e a não desfolha onde as folhas são
preservadas inteiras.
Os dois grupos para fins de estaquia receberam o mesmo corte,
sendo estes nas duas extremidades mantendo um ângulo 65º (sessenta
e cinco graus) com o objetivo de aumentar a superfície de contato e
a área de absorção (Fig. 3).
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Ambos os grupos foram colocados em recipientes chamados
“cochos” com areia grossa e fundo perfurado para drenagem,
evitando o acumulo de água e proliferação de fungos. Areia por
sua vez é utilizada como substrato por ser neutra, não sendo de
fácil retenção de patógenos e de melhor drenagem alem de
proporcionar a temperatura ideal para o desenvolvimento de
plantas, como mostra a figuras 4 e 5.
Após o estaqueamento na areia, os recipientes “cochos” com
as estacas foram postos em casa de vegetação onde permaneceram
por aproximadamente 45 a 60 dias, até aparecer o brotamento nas
estacas. Os brotos apareceram na parte superior das estacas
formando folhas novas. Isto é sinal de um bom “pegamento” da
mesma, assim resultando no enraizamento.
Vale ressaltar que não foi utilizado nenhum tipo de hormônio
enraizador, foram utilizadas apenas as técnicas de manejo.
Dando sequência ao processo as estacas que obtiveram sucesso
no enraizamento foram transplantadas para tubetes (Fig. 6). As
raízes foram cortadas de maneira que permanecessem apenas duas
principais, que posteriormente resultariam nas pivotantes. O
transplante se deu em um substrato que contém fibra de coco,
palha de arroz carbonizada, espuma fenólica e adubo de liberação
lenta (Fig. 7 e 8).
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2.2. Resultados e discussão
Como pode ser observado nas figuras abaixo (Fig. 9 e 10), as
estacas que tiveram suas folhas cortadas apresentaram grande
diferença (negativa) em relação à outra forma de manejo. Tanto no
enraizamento quanto na brotação.
Vale salientar também que as estacas sem folhas tiveram um
atraso no processo de enraizamento com maior perda do que as
estacas que permaneceram com folha.
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Nas estacas em que foram deixadas as folhas houve menor perda
de água, o que ajudou no processo de enraizamento, devido à
permanência das mesmas em casa de vegetação, onde ficam
constantemente expostas a umidade presente naquele ambiente,
favorecendo os processos em questão.
Se o processo fosse fora da casa de vegetação à forma correta
seria um corte na metade da folha, ou seja, deixar apenas a metade
da folha na estaca, assim evitando a maior perda de água, mas nunca
é aconselhado retirar todas as folhas das hastes em processos fora
da casa de vegetação.
3. CONCLUSÃO
A permanência das folhas nas estacas de Coffea Canephora
aparenta ter grande influência positiva no processo de clonagem,
gerando raízes claramente maiores e melhores desenvolvidas.
No entanto, os resultados apresentados nesse trabalho são
preliminares. Novas pesquisadas precisam ser realizadas, tanto em
condições de casa de vegetação como em campo, para que os
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resultados possam ser analisados estatisticamente e conclusões mais
concretas sejam obtidas.
5. REFERÊNCIA
PROPAGAÇÃO VEGETATIVA do cafeeiro (Coffea canephora) por
enraizamento de estacas. Embrapa Nº 128, Nov/98, p.1-2. Disponível
em: <www.embrapa.br>. Acesso em: 30 de abr de 2016.
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CONTROLE BIOLÓGICO ATRAVÉS DE
FITOPATÓGENOS
CONTATO, Luis¹
FRANCO, Mateus¹
GREGIO, Matheus¹
CAMILO, Vitor¹
IOST, Regiane²
RESUMO
Um dos objetivos do presente trabalho é apresentar alternativas
que colaborem na redução do uso de agrotóxicos por unidade de
área, pois esse é um dos grandes problemas da agricultura mundial.
Além disso, objetiva também estabelecer um marco da situação do
controle biológico de doenças de plantas no Brasil, relatando alguns
casos e apresentando também alguns produtos que servem para o
controle de doenças, e esses produtos tem uma grande importância
na redução do uso de agrotóxicos.
Palavra-chave: Redução, agrotóxicos e controle biológico.
ABSTRACT
One of the publication’s goals is to present alternatives to
collaborate in the reduction of pesticide use per unit area, because
this is one of the major problems of world agriculture. In addition,
it aims also to establish a framework of biological plant disease
control situation in Brazil, reporting some cases happened. Featuring
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also some products that cater to disease control, and these products
have great importance in reducing the use of pesticides.
Keyword: reduction, pesticides and biological control
1. INTRODUÇAO
Por um lado, o uso intensivo de agrotóxicos para o controle de
doenças, pragas e plantas invasoras na agricultura, tem,
reconhecidamente, promovido diversos problemas de ordem
ambiental, como a contaminação dos alimentos, do solo, da água e
dos animais; a intoxicação de agricultores; a resistência de Patógenos,
de pragas e de plantas invasoras a certos princípios ativos dos
agrotóxicos; o surgimento de doenças iatrogênicas (as que ocorrem
devido ao uso de agrotóxicos); o desequilíbrio biológico, alterando
a ciclagem de nutrientes e da matéria orgânica; a eliminação de
organismos benéficos e a redução da biodiversidade entre outros.
Por outro lado, a proteção de plantas por meio do uso de agrotóxicos,
apresenta características atraentes, como a simplicidade, a
previsibilidade e a necessidade de pouco entendimento dos processos
básicos do agroecossistema para a sua aplicação. Para o sucesso
com a aplicação de um fungicida de amplo espectro é importante o
conhecimento de como aplicar o produto, sendo necessária pouca
informação sobre a ecologia e a fisiologia de espécies, interações
biológicas, ecologia de sistemas e ciclagem de nutrientes entre outras
(Bettiol & Ghini, 2003). Essa simplificação interessa basicamente à
comercialização de insumos que interferem em muitas espécies e
consequentemente desequilibram o sistema (Bettiol, 2008).
Entretanto, a preocupação da sociedade com o impacto da agricultura
no ambiente e a contaminação da cadeia alimentar com agrotóxicos
está alterando o cenário agrícola, resultando em mercados de
alimentos produzidos sem o uso de agrotóxicos ou aqueles com selos
que garantem que os agrotóxicos foram utilizados adequadamente.
Esses aspectos estão fazendo com que a situação do uso dos
agrotóxicos permeie a agenda ambiental de diversos países (Bettiol,
2008). Dentre as alternativas para a redução do uso de agrotóxicos
o controle biológico é um dos mais discutidos, podendo tanto
aproveitar o controle biológico natural quanto realizar a introdução
de um agente de controle biológico (Bettiol, 2008). Como por
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exemplo, alguns produtos que tem um alto rendimento em relação
ao controle biológicos de pragas, são os Sonata® e Serenade®.
2. DESENVOLVIMENTO
A história do controle biológico de doenças no Brasil é
relativamente recente e marcada por interrupções. De uma forma
resumida os principais acontecimentos foram:
1950 – Primeiro artigo publicado sobre o tema por Reinaldo Foster
(Foster, R. 1950: Inativação do vírus do mosaico comum do fumo
pelo filtrado de culturas de Trichodermasp. Bragantia 10: 139-148),
pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas.
1986/1987 – 1ª e 2ª Reunião Brasileira sobre Controle Biológico
de Doenças de Plantas, realizada em Piracicaba, SP, marcando a
estruturação da área.
1987 – Primeiro produto comercial disponibilizado – Trichoderma
viride -para o controle de Phytophthora cactorum em macieira,
disponibilizado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Fruteiras de
Clima Temperado, da Embrapa e desenvolvido por Rosa Maria
Valdebenito-Sanhueza.
1990 – Utilização de Acremonium para o controle da lixa do
coqueiro pela Maguari SA, sendo o produto desenvolvido por Shinobu
Sudo.
1991 – Publicação do primeiro livro intitulado “Controle Biológico
de Doenças de Plantas”, editado por Wagner Bettiol e publicado
pelo então Centro Nacional de Pesquisa de Defesa da Agricultura, da
Embrapa, atual Embrapa Meio Ambiente.
1992 – Realização da primeira sessão exclusiva de apresentação
oral de trabalhos sobre controle biológico de doenças de plantas
num Congresso Brasileiro de Fitopatologia (XXV), realizado em
Gramado, RS, sob coordenação do Dr. Wilmar Corio da Luz.
1992 – Criada a primeira disciplina sobre “Controle biológico de
doenças de plantas” no curso de pós-graduação em Proteção de
Plantas, na UNESP/Botucatu por Wagner Bettiol.
1992 - Primeira empresa (BIOAGRO ALAM LTDA. Incubada no
Departamento de Fitossanidade na Faculdade de Agronomia – UFRGS)
especializada na produção e comercialização de Trichoderma.
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1997 – Publicação pelo IBAMA da portaria 131 de 03 de novembro
de 1997 estabelecendo os critérios e procedimentos para efeito de
registro e avaliação ambiental de agentes microbianos empregados
na defesa fitossanitária.
2000 - produção de Tricovab® à base de Trichoderma stromaticum
para o controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro pelo CEPEC/
CEPLAC em Ilhéus, BA.
2007 - IX Reunião Brasileira sobre Controle Biológico de Doenças
de Plantas, realizada em Campinas, SP e criação da Associação
Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio).
2008 – Registro do primeiro fungicida biológico comercial
contendo um antagonista para o controle de doenças de plantas –
Trichodermil® (Trichoderma harzianum), pela Itaforte Bioprodutos
Ltda.
2009 – Mais de 20 marcas comerciais de produtos contendo
agentes de controle biológico de fitopatógenos estão disponíveis para
os agricultores;
2009 – Em vários cursos de pós-graduação em Fitopatologia é
ministrada disciplina de controle biológico de doenças de plantas.
2009 - Aprovação pelo CNPq de projeto para determinação de
metodologias e avaliação de qualidade dos produtos biológicos para
o controle de doenças de plantas.
O controle biológico de pragas e doenças constitui-se em um
processo importante para atender a demanda, cada vez maior, de
produtos e alimentos livres de resíduos deixados pelas aplicações de
agrotóxicos. A sociedade vem pressionando os setores de produção
na direção do aumento da oferta de alimentos mais saudáveis, a
exemplo dos protocolos estabelecidos pelo mercado europeu que
visam a segurança alimentar do consumidor. O Brasil e outros países,
que tem na agricultura a base da sua economia, já sentem essa
necessidade e começam a implantar sistemas mais sustentáveis de
produção integrada, onde o controle biológico é ferramenta
indispensável. Além da preocupação relacionada aos resíduos de
agrotóxicos nos alimentos, a questão ambiental está diretamente
associada a esse ensejo social de mudança do padrão químico
convencional para métodos integrados de produção. A viabilidade
econômica de um sistema de produção é um fator que afeta
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diretamente o agricultor e talvez deva ser o primeiro a ser
considerado para a maior aceitação do controle biológico. Se existem
viabilidade econômica e eficácia no método, existe também o
estímulo para o agricultor usar o insumo biológico.
Dois produtos estão sendo utilizados como exemplo, que são
Serenade® e Sonata®.
O Serenade® é um fungicida bactericida microbiológico que possui
múltiplos modos de ação. Os lipopeptídeos produzidos pelo Bacillus
subtilis QST713 presentes na formulação atuam na membrana celular
das estruturas reprodutivas do fungo, provocando sua deformação e
produzindo rupturas. O Bacillus subtilis também age por competição
de espaço e nutrientes na superfície vegetal da planta e no solo
junto ao sistema radicular. É usado em pulverização preventiva no
controle de doenças, como Mancha - de - alternaria (Alternaria
dauci), Mancha – púrpura (Alternaria porri), Mofo – cinzento (Botrytis
cinerea), Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides, Podridão –olho
– de – boi (Cryptosporiopsis perennans), Amarelão Tombamento
(Pythium ultimum), Oídio(Sphaerotheca macularis), Rizoctoniose
Tombamento (Rhizoctonia solani) e Mofo - branco Podridão – de –
Sclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum). O Sonata® é um fungicida
biológico que possui múltiplos modos de ação. Atua no metabolismo
celular levando à destruição das células e à morte do patógeno.
Impede a germinação dos esporos do fungo nas plantas formando
uma barreira física entre os esporos e a superfície da folha,
colonizando os esporos do fungo. Compete por espaço e nutrientes
com os patógenos, especialmente onde os nutrientes são raros como
nas superfícies das folhas. Esse fungicida controla algumas doenças
como, Antracnose (Colletotrichum lindemuthianum), Mancha –
púrpura (Alternaria porri), Mofo – cinzento (Botrytis cinerea), Oídio
(Sphaerotheca fuliginea), Oídio (Sphaerotheca macularis), Oídio
(Uncinula necator), Pinta – preta (Alternaria solani) e Podridão –
Olho – de –boi (Cryptosporiopsis perennans).
2.1. RELATO DE CASO
Por volta de 1950, tivemos a primeira publicação do uso de
Trichoderma como agente de controle biológico de doenças de plantas
no Brasil, quando Foster (1950) descreveu a inativação do vírus do
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mosaico do fumo (TMV) por filtrados da cultura de Trichoderma sp.
No estudo, o filtrado da cultura do antagonista reduziu em ate
90% a capacidade infectiva do vírus, avaliado pelo número de lesões
locais nas folhas de Nicotiana glutinosa. Porem, somente em 1997
um produto a base de Trichoderma viride foi usado comercialmente
no Brasil contra o apodrecimento de raízes e colo em macieira casada
por Phytophthora cactorum (Valdemenito-Sanhueza, 1991). O agente
de controle biológico foi escolhido por ter a capacidade de colonizar
o solo e fazer a proteção das mudas após o plantio. O antagonista
fui multiplicado em grãos de sorgo e acondicionado em pequenos
sacos plásticos contendo a dose recomendada para uma cova de
macieira (24 gramas). Durante os anos de 1989 e 1990, mais de 50
mil unidades desse produto foram produzidas pela Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e usadas no sul do Brasil.
A primeira empresa privada especializada na produção em massa
e comercialização de trichoderma no Brasil começou suas atividades
em 1992, no estado do Rio Grande do Sul com o nome de BIOAGRO
ALAM LTDA. fazendo parte do Departamento Fitosanidade da
Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Logo após, diversas empresas surgiram no mercado, havendo
uma dezena de produtos comercias em uso no país. Trichoderma é
agente de controle biológico de doenças de plantas mais estudado e
utilizado no Brasil e em outros países da America Latina (Bettiol et
AL., 2008). Com levantamento realizado em abril de 2008 por Bettiol
e Morandi foi caracterizada a situação no mercado de trichoderma
no Brasil, sendo identificadas 13 empresas com produzem e
comercializam trichoderma, sendo restritas a 6 estados,
principalmente no Centro-Sul do país. Todas as empresas aplicam a
técnica de fermentação solida em grãos de mileto, arroz ou cereais,
o volume de produção em torno de 550 toneladas por ano de grãos.
As formulações disponíveis no mercado são: pó-molhável,
grânulos dispersáveis, suspensão concentrada, grãos colonizados,
esporos secos e óleo emulsionavel. Trichoderma harzianum,
Trichoderma stromaticum e Trichoderma viride são as principais
espécies de agentes de biocontrole comercializados. Sendo assim,
em alguns produtos comercializados não tem há identificação da
espécies. Foi verificado no estudo que entre os patógenos alvos,
incluem, principalmente: Fusarium, Pythium, Rhizoctonia,
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Macrophomina, Sclerotinia, Selerotium, Botrytis e Crinipellis, para
culturas de cebola, alho, fumo, soja, feijão, algodão, tomate, plantas
ornamentais, morango e cacau. Além desta, alguns produtos são
recomendados para o tratamento de sementes e tratamento de
substratos.
É de grande importância salientar que atualmente há apenas um
produto a base de Trichoderma registrado no Brasil para o controle
de Fusarium solani e Rhizoctonia solani na cultura do feijão. Porem,
estão sendo analisadas, pelos órgãos competentes, solicitações de
diversas empresas. Além disso, é fundamental considerar o trabalho
da ABCBio (Associação brasileira das empresas de controle biológico)
para que os filiados liberam o mais rapidamente possível os produtos
junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A
condição da produção e comercialização do Trichoderma no Brasil
mostra o momento do controle biológico de doenças de plantas.
Simultaneamente, com esse antagonista outros estão em situação
semelhante, mas com menor volume de produção.
3. CONCLUSÃO
Com base no exposto, concluímos que a redução de agrotóxicos
é fundamental para o melhoramento na agricultura mostrando alguns
fatos importantes acontecidos no decorrer da história, mostrando o
quanto é importante para o controle biológico e usando a
microbiologia como base para esse melhoramento na agricultura.
Além disso, mostramos alguns produtos que são importantes e tem
uma boa qualidade para esse propósito.
4. REFERENCIAS
BETTIOL, W. Conversão de sistemas de produção. In: Poltronieri,
L.S. & Ishida, A.K.N.(Eds.)MétodosAlternativos de Controle de InsetosPraga, Doenças e Plantas Daninhas:Panoramaatual e perspectivas.
Belém. Embrapa Amazônia Oriental. 2008. pp. 289-308
BETTIOL, W. Controle de doenças de plantas com agentes de controle
biológico e outras tecnologiasalternativas. In: Campanhola, C. &
Bettiol, W. (Eds.) Métodos Alternativos de ControleFitossanitário.
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Jaguariúna. Embrapa Meio Ambiente. 2003. pp. 191-215.
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BETTIOL, W.; GHINI, R.; MORANDI, M. A. B.; STADNIK, M.J.; KRAUSS,
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Piracicaba.FEALQ. 2008. pp. 303-327.
BETTIOL, W. & MORANDI, M.A.B. Trichoderma no Brasil: história,
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FOSTER, R. Inativação do vírus do mosaico comum do fumo pelo
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VALDEBENITO-SANHUEZA, R.M. Possibilidades do controle biológico
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Disponível em: <http://www.adapar.pr.gov.br/arquivos/File/defis/
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30: 25.
Disponível em: <http://www.adapar.pr.gov.br/arquivos/File/defis/
DFI/Bulas/Fungicidas/serenade2016.pdf>. Acesso 20 set. 2016, 15:
42: 33.
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DEFENSIVOS ALTERNATIVOS NATURAIS PARA
CONTROLE BIOLÓGICO DE DOENÇAS E PRAGAS
DE PLANTAS
LUCENA, Mayara de Brito¹.
IOST, Regiane²
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo salientar a importância de
utilizar defensivos naturais, pois atualmente o uso de agrotóxicos nas
lavouras vem crescendo gradativamente e prejudicando o solo, em geral,
o meio ambiente e causando resistência nas plantas. Portanto, é de
grande importância a conscientização ao se utilizar produtos para
proteger plantas, ou seja, que não seja tóxico para o homem e para o
meio ambiente, podendo utilizar óleos essenciais, produtos naturais
extraídos das plantas e caldas produzidas sem químicos.
Palavras-chave: Agrotóxicos, Ambiente, Óleos essenciais, Resistência.
ABSTRACT
This study aimed to highlight the importance of using natural
pesticides, as currently the use of pesticides on crops has been growing
gradually and damaging the soil in general, the environment and
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected]
²Professora dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
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causing resistance in plants. Therefore, it is of great importance when
using awareness products to protect plants, or that is not toxic to
man and the environment and can use essential oils, natural products
extracted from plants and grout produced without chemicals.
Keywords : Agrochemicals, Environment, Essential oils,
Resistance.
1.INTRODUÇÃO
Atualmente, com o crescimento da população mundial, houve
um aumento muito grande na demanda de produção de alimento, ou
seja, a ciência com sua tecnologia desenvolveram defensivos agrícolas
muito poderosos, capazes de produzir alimentos em grande escala,
de forma que pragas e doenças sejam controladas rapidamente.
Mas nem sempre foi assim, com o tempo, o uso excessivo desses
produtos começou acarretar grandes problemas, como resistência
das plantas ao produto, ou seja, climas desfavoráveis ou quando são
utilizados agrotóxicos em excessos, são liberados na seiva da planta
radicais livres como, aminoácidos e açúcares que são alimentos
prontamente disponíveis aos insetos nocivos e patógenos. Isso faz
com que essas pragas se tornem mais resistentes ainda contra o
produto químico, que é utilizado com frequência, sem um intervalo
entre uma plantação e outra.
O controle natural de pragas e doenças é uma prática antiga,
por meio de óleos essenciais e produtos naturais extraídos das
plantas. Esse método é muito eficiente e produtivo, pois garante
vida útil prolongada ao fruto pós-colheita, resistência contra pragas,
doenças e mudanças climáticas, sendo bom para o meio ambiente e
para o homem. Porém, o uso desse método em grandes produções é
uma alternativa complicada, mas não impossível. Pois, por exemplo,
para adquirir produtos naturais, como óleos essenciais, a planta passa
por processos demorados de hidrodestilação.
Portanto, a utilização dos defensivos naturais, pode ser aplicada
para pequenas propriedades, pois é um produto viável que tem a
capacidade de atender a demanda de pequenas lavouras. Mas estudos
devem ser realizados com o objetivo de viabilizar a utilização desse
método também em grandes propriedades.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O QUE SÃO DEFENSIVOS ALTERNATIVOS NATURAIS
Os defensivos alternativos são todos os produtos químicos,
biológicos, naturais ou orgânicos, desde que possuam as seguintes
características:
Não podem ser tóxico, devem ser eficiente no controle de insetos,
pragas e microrganismos nocivos, não podem ser agressivo a natureza
e ao homem, não influenciem a ocorrência de resistência de
microrganismos e pragas, custo baixo para adquirir, fácil manejo e
aplicação e o produto deve estar disponível ou material para adquirilo (PENTEADO, 2001).
2.1.1 CALDAS DEFENSIVAS
2.1.2 CALDA BORDALESA
A calda bordalesa é umas das formulações mais antigas, ela é
indicada para ação fungicida e bacteriostática em modo preventivo
e tem função de atuar como repelente de vários insetos.
Na mistura utiliza-se sulfato de cobre + cal virgem (hidratada).
(PENTEADO, 2001).
2.1.3 CALDA VIÇOSA
A calda viçosa tem a função fertiprotetora, ou seja, tem
tratamento preventivo contra doenças fúngicas e nutriente foliar.
(PENTEADO, 2001) A mancha angular tem como o agente causal da
doença o fungo Pseudocercospora griseola (Sacc) Ferr, isto é, em
pesquisas a calda viçosa mostrou se eficiente na prevenção dessa
doença. (WENDLAND, 2016)
2.1.4 CALDA SULFOCÁLCICA
Tem a função acaricida, inseticida e fungicida, para o tratamento
de fruteiras.
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No inverno é recomendado para fruteira de clima temperado,
passar em cobertura total. Já para fruteiras de clima tropicais,
é aplicado em troncos e ramos. Atualmente vem sendo utilizado
para tratamento fitossanitário, no período vegetativo, pois tem
baixo custo e eficiência, tornando viável seu emprego
(PENTEADO, 2001).
2.1.2 PLANTAS DEFENSIVAS
É de grande importância o uso de produtos naturais para controlar
doenças e pragas e não existe nada melhor do que as próprias plantas.
O uso de extratos de chás ou suco de plantas é uma alternativa
viável no combate de pragas e doenças. As plantas mais utilizadas
em nível comercial são:
2.1.2.1 ALHO
O extrato do alho tem ação fungicida, controlando doenças como
míldio e ferrugens, além da ação bactericida. Controla e repele
insetos nocivos. Ex: Lagarta da maçã e pulgão (PENTEADO, 2001).
2.1.2.2 CAVALINHA
Seu nome científico é Uquisetum arvense ou Equisetum
giganteum muito utilizado na agricultura orgânica para aumentar a
resistência das plantas contra insetos nocivos em geral (PENTEADO,
2001).
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2.1.2.3 CONFREI
Seu nome científico é Symphytum officinale, tem a função de
combater pulgões em hortaliças e frutíferas e também funciona como
adubo foliar (PENTEADO, 2001).
2.1.2.4 ÓLEO DE NEEM
O óleo de neem é um produto orgânico extraído da árvore nim
cujo nome científico é Azadirachta indica A. Juss. O óleo é muito
conhecido no mercado pelas suas inúmeras funções, sendo elas,
fertilizante, repelente contra pragas em hortaliças, traças, pulgões,
lagartas, gafanhotos, formigas e etc. Seu princípio ativo é
Azadiractina, podendo ser aproveitado folhas e frutos (PENTEADO,
2001).
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2.1.2.5 FUMO
O fumo tem em sua composição a nicotina, que funciona como
um maravilhoso inseticida, contra pulgões, tripes e outras pragas.
Ao aplicar como cobertura de solo previne ataque de lesmas,
caracóis e lagartas. Mas os órgãos certificadores não recomendam
seu uso, por conta da composição (PENTEADO, 2001).
2.3 ÓLEOS ESSENCIAIS
Óleos essenciais são misturas complexadas de substâncias
voláteis, ou seja, passam com facilidade do estado líquido para vapor
ou gasoso sem necessidade de aquecimento, são lipofílicas,
geralmente com odor, com pequeno peso molecular e líquido. O óleo
pode ser extraído por meio de hidrodestilação, pelo método de
expressão do pericarpo de frutos cítricos ou pelo método de refluxo
solvente. Existe também o método, muito utilizado pelas indústrias
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chamado “Enfleurage”, ou seja, é a extração do CO 2 supercrítico.
Apresenta em temperatura ambiente, um aspecto oleoso, com
características voláteis. Geralmente são incolores ou levemente
amarelados, com sabor picante e acidificado, podendo ficar pouco
estáveis a luz, ar e calor, e pouco solúvel em água.
2.3.1 PIMENTA-DE-MACACO
Conhecida como pimenta de macaco o óleo de Piper aduncum
tem alto teor de dilapiol. É uma espécie de planta que vem ganhando
cada vez mais o interesse econômico, ainda mais quando se trata da
extração do seu óleo para a proteção de plantas, contra lagartas
(FAZOLIN, 2006).
2.4 VANTAGENS
O uso de produtos alternativos pode aumentar a resistência
natural da planta, pois, por exemplo, as plantas tratadas com as
caldas defensivas apresentam grande resistência a patógenos,
insetos nocivos e a mudanças climáticas como o intemperismo.
Obtêm-se produtos saudáveis com preços diferenciados, já que os
produtos sem agrotóxicos são mais valorizados pelo mercado, por
causa de sua qualidade, com sabor mais agradável e isenção de
contaminantes.
O equilíbrio nutricional é muito importante, isso ocorre ao utilizar
produtos ricos em enxofre, cobre, micronutrientes e entre outras
substâncias naturais, podendo ser complexados ou não com a cal,
representam grande equilíbrio nutricional e favorecem mecanismos
de defesa natural.
Os defensivos naturais garantem as plantas longevidade da vida
útil, pois fornecem nutrientes importantes e renovam o vigor
vegetativo, fornecem uma vida útil mais prolongada dos frutos na
pós-colheita e aumento da produção da planta.
De modo geral, a ação desses defensivos é benéfica, pois
não favorecem a resistência de patógenos, tem baixo nível de
toxidade e não prejudica o meio ambiente e o homem
(PENTEADO, 2001).
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de defensivos naturais nas grandes propriedades não é
viável ainda, pois, por exemplo, as plantas repelentes são produzidas
em pequena escala, o que dificulta seu acesso. Mas na agricultura
orgânica é possível o que torna os alimentos mais saudáveis e de
boa qualidade sem prejudicar o meio ambiente e o homem.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PENTEADO, S.R. Agricultura orgânica. Piracicaba: ESALQ, 2001.41p.
BETTIOL, W; MORANDI; M.A.B. Biocontrole de Doenças de plantas:
Usos e perspectivas. Jaguariúna: Fundag, 2009.341p.
FAZOLIN, M. et al. Potencialidades da pimenta-de-macaco (Piper
aduncum L.): Características gerais e Resultados de
Pesquisa.2006.53f.Dissertação- Empresa Brasileira de pesquisa
agropecuária, Rio Branco/AC.2006.
CAMPANHOLA, C. Métodos alternativos de
fitossanitário.2.ed.Jaguariúna: Embrapa, 2003.279p.
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controle
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DESENHO TÉCNICO APLICADO AS
CONSTRUÇÕES RURAIS
NUNES, Camila Fernanda¹
ANDRADE, Carlos Henrique Jacob¹
CARVALHO, Gabriel Malheiros¹
ASSI, Lucas Cordeiro¹
RESUMO
O desenho técnico surgiu através da necessidade de
representar suas ideias no papel, com precisão e detalhe. Os
desenhos técnicos permitem aos engenheiros criarem projetos
que possam ser executados por terceiros. Podemos usar o
desenho técnico em construções rurais, como projetos de
irrigações, projetos de drenagem, criação de animais,
armazenamento e beneficiamento da produção obtida,
habitações rurais, recuperação de solo e controle da erosão,
entre outros. Com o desenho técnico aplicado a agronomia e
construções rurais o engenheiro deverá saber expressar e
interpretar, graficamente, elementos de desenho projetivo,
arquitetônico, topográfico e cartográfico. Todos os projetos
devem seguir suas respectivas normas.
Palavras chaves: desenho técnico, rurais, normas.
¹Acadêmicos do curso de Engenharia Agronômica da FAEF-Garça-Brasil. Email:
[email protected]; [email protected]; [email protected].
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ABSTRACT
The technical design emerged through the need to represent
your ideas on paper, with precision and detail. Technical drawings
allow engineers to create projects that can be performed by third
parties. we can use the technical drawing in rural buildings, such as
irrigation projects, drainage projects , animal husbandry , storage
and processing of the obtained production, rural housing , soil
reclamation and erosion control, among others. Technical design
applied agronomy / rural constructions engineer should know how
to express and interpret graphically design elements projective,
architectural, topographic and cartographic. All projects must follow
their respective standards.
Keywords: design technician, rural, standards.
1. INTRODUÇÃO
O desenho é a forma mais antiga de registro e comunicação de
informação, mesmo ocorrendo diversas mudanças quanto ao seu
modo de apresentação e produção diferente das mudanças
tecnológicas verificadas ao longo da história, porém nunca foi
substituída por nenhuma outra. Sendo assim, o desenho é considerado
uma ferramenta de trabalho para todos os engenheiros e arquitetos
(Arlindo, 2006).
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem
uma certa finalidade fazer a representação de forma, dimensão e
posição. Nos dias atuais temos os processamento de imagens via
satélite, fotografia, vídeo, desenho manual e outros meios
informáticos e sujeito ou não a regras previamente estabelecidas,
como no caso do desenho técnico, ao qual elevam o nível da
linguagem que permite o registro de toda simbologia gráfica
possibilitando a comunicação (Carlos, 2006)
As primeiras ideias do desenho são meramente transmitidas
através de esboços, que nem sempre tão elaborados, já nas fases
seguintes vão evoluindo e ganhando formas, podendo até mesmo
passar por programas de computadores (João,2006).
Na pratica pode-se dizer que, para interpretar um desenho
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técnico é necessário enxergar o que não é visível, e tem a capacidade
de entender uma figura plana onde poderíamos entender está técnica
em dois grandes grupos:
·
Desenho projetista: São os desenhos que podem resultar as
projeções de um objeto ou mais planos, e correspondem a observação
ortográfica e as perceptivas.
·
Desenho não-projetivo: Nesses casos a maioria das vezes
eles correspondem às determinados desenhos dos cálculos algébricos
( é o conceito dos processos empregados para transformar uma
expressão em outra equivalente) , e compreendem os desenhos de
gráficos, diagramas, etc...
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A construção rural é uma parte da engenharia rural importante
em qualquer tipo de planejamento para realizar seus objetivos. O
seu campo de atuação é bastante amplo, tendo um aumento de
produtividade, usando métodos racionais da produção, o
aproveitamento da industrialização em mercado, como os principais.
Observando suas características próprias, que requerem
conhecimentos relacionados a área agronômica, sendo aliado a
simplicidade e a economia da execução, proporcionando dentro da
técnica, o desejável funcionamento das instalações (Luís, 2006).
As principais matérias usadas nas construções rurais são:
·
Pedra;
·
areia;
·
saibro;
·
gesso;
·
cal;
·
betume;
·
cimento;
·
produtos cerâmicos ( Tijolo, Telha, Manilhas, Ladrilhos e Azulejos );
·
madeira ( De lei, branca );
·
ferro;
·
cimento – amianto;
·
plásticos.
Podemos usar a desenho técnico aplicado nas construções rurais,
como desenvolver técnicas básicas e fundamentais para a
aprendizagem do desenho técnico de acordo com as normas e
objetivando o desenvolvimento de projetos que são feitos na área
das ciências rurais. Um dos exemplos de desenho técnico aplicado
nas construções rurais, são os projetos de irrigações, projetos de
drenagem, criação de animais, em armazenamento e beneficiamento
da produção obtida, habitações rurais, recuperação de solo e controle
da erosão (Jorge, 1997).
2.DESENVOLVIMENTO
O desenho técnico é constituído por normas de ABNT, com a
intenção de padronizar os procedimentos. As normas que se aplicam
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ao desenho técnico em vigor no Brasil são NBR 8402, NBR 8403, NBR
10067, NBR 10126, NBR 12296.
Outras normas podem ser utilizadas para desenhos específicos:
arquitetura, elétrica, hidráulica e construções. São utilizados alguns
instrumentos como:
·
Esquadros são usados em pares: um de 45° e outro de 30°/
60°. A combinação de ambos permite obter vários ângulos comuns
nos desenhos, bem como traçar retas paralelas e perpendiculares).
·
Compasso é usado para traçar circunferências e para
transportar medidas.
·
Escalímetro Conjunto de réguas com várias escalas usadas
em engenharia.
O formato usado é o baseado na norma NBR 10068, que por padrão
são os seguintes tamanhos:
Esses são os principais elementos onde cabe ao desenhista
escolher o formato adequado, no qual o desenho será visto com
clareza.
3.CONCLUSÃO
Conclui-se, portanto que uma boa expressão gráfica para se obter
um projeto, parte-se inicialmente um mero desenho, onde é
elaborado por engenheiros tornando-se um grande projeto para ser
construído. Com o desenho técnico aplicado a agronomia/construções
rurais o engenheiro deverá saber expressar e interpretar graficamente
os seus projetos. Todos os projetos devem seguir suas respectivas
normas.
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4.REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8402: Execução
de Caracteres para Escrita em Desenhos Técnicos. Rio de Janeiro,
1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403: Aplicação
de Linhas em Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1984.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067: Princípios
Gerais de Representação em Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126: Contagem
de desenho técnico. Rio de Janeiro, 1987.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12296:
Representação de Área de Corte por Meio de Hachuras em Desenho
Técnico. Rio de Janeiro, 1995.
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DESENHO TÉCNICO DENTRO DA
TOPOGRAFIA
Luis Carlos de SOUZA¹
Vitor Camilo FASSINA¹
Mateus de Campos FRANCO¹
Matheus Vernier GREGIO¹
Alexandre da Silva FELIPE²
RESUMO
O órgão responsável pela normalização técnica do país é a
associação brasileira de normas técnicas (ABNT), fundada em 1940
para fornecer a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro. A normalização é um processo para se estabelecer e aplicar
regras com fins de abordar ordenadamente uma atividade especifica
e com a participação de todos os interessados. Exemplos de normas
da ABNT que envolvem o desenho técnico dentro da topografia são:
NBR 8196 e NBR 10647.
Palavras-chave: ABNT, desenho técnico, normas, regras e
topografia.
ABSTRACT
The body responsible for technical standardization in the country
is the Brazilian Association of Technical Standards (ABNT), founded
in 1940 to provide the necessary basis for Brazil’s technological
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development. Normalization is a process to establish and enforce
rules with the purpose of addressing neatly one specific activity and
with the participation of all stakeholders. Examples of relevant
standards involving technical drawing within the topography are:
NBR 8196 and NBR 10647.
Keywords: ABNT, technical drawing, standards, rules and
topography.
1. INTRODUÇÃO
A topografia tem como principal objetivo efetuar o levantamento
(efetuando medições de ângulos, distancias e desníveis) permitindo
representar uma porção da superfície terrestre em uma escala
adequada. Tais operações efetuadas em campo tem o objetivo de
coletar dados para posterior representação, denomina-se de
levantamento topográfico.
Na topografia trabalhamos com medidas (lineares e angulares)
realizadas sobre a superfície da terra e com essas medidas são
calculados áreas coordenadas, volume etc. Essas grandezas podem
ser representadas de forma gráfica através de mapas ou plantas;
mas para isso é necessário um solido conhecimento sobre
instrumentação, técnicas de medição, estimativa de precisão e
métodos de cálculos (KAHMEN; FAIG, 1988).
Trabalhos de engenharia tem como base a topografia, onde o
conhecimento das dimensões e formas do terreno que são
importantes. Exemplos de tais aplicações:
Locação de obras;
Projetos e execuções de estradas;
Trabalhos de terraplanagem;
Planejamento urbano
Grandes obras da engenharia tais como portos, tuneis, viadutos,
pontes, etc.;
Monitoramento de estruturas;
Reflorestamento;
Irrigação e drenagem;
Etc.
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Em muitos trabalhos a topografia está presente na etapa de
planejamento e projeto e fornecendo informações sobre o terreno.
Na execução e no acompanhamento da obra, realizando locações
e fazendo verificações métricas, e no monitoramento da obra após
a sua execução, determinando, por exemplo, deslocamentos de
estruturas.
Dentro da topografia existem varias técnicas a serem aplicadas, como:
Sistemas de coordenadas;
Superfícies de referencias;
Classificação dos erros de observação;
2. DESENVOLVIMENTO
A topografia tem fundamental importância em muitos trabalhos
ou projetos relacionados à área de agronomia, uma vez que fornecem
dados e informações da área a serem trabalhada, facilitando o
planejamento e a execução das ações a serem implantadas (locações
de obras, demarcações de terras, loteamentos etc.)( FERREIRA,
FALEIRO & SOUZA, 2008).
Ao se projetar qualquer obra de Agronomia, é necessário o
levantamento topográfico do lugar onde a obra será implantada.
Daí a importância da Topografia, que se incumbe do levantamento
ou medição, que deverá ser precisa e adaptada ao terreno. Apenas a
Topografia pode medir ou calcular distâncias horizontais e verticais,
calcular ângulos horizontais e verticais com alta ou altíssima precisão,
como medir distâncias horizontais com erro provável de 1 para
100.000, calcular altitudes com precisão de um décimo de
milímetro(FERREIRA et al., 2008).
Aplicações:
Mapeamento de pequenas áreas: a Topografia é o meio pelo qual
se obtém as coordenadas planimétricas ou horizontais (X, Y) e as
coordenadas altimétricas (Z) (FERREIRA et al., 2008).
Estradas (rodovias e ferrovias): a Topografia participa do
reconhecimento, ajuda no anteprojeto, executa a linha de ensaio
ou linha básica, faz e loca o projeto do traçado geométrico, projeta
a terraplanagem; resolve o transporte de terra, controla a execução
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e pavimentação (infraestrutura, no Desenho Técnico 43 caso das
ferrovias), colabora na sinalização, corrige falhas como curvas mal
traçadas, etc(FERREIRA et al., 2008).
Barragens: a Topografia faz os levantamentos planialtimétricos,
loca o projeto, determina o contorno da área inundada, controla a
execução da obra monitorando problemas de níveis e
alinhamentos(FERREIRA et al., 2008).
A aplicação da interpretação do desenho técnico para os
profissionais da agronomia não se restringe apenas ao projeto de
instalações rurais, edificações de armazenamento de grãos (desenho
arquitetônico) ou interpretação do relevo (desenho topográfico).
Atualmente as propriedades rurais utiliza-se de sofisticados recursos
de gestão de uso do solo, entre eles a interpretação de fotos de
satélites para definição de área de plantio(FERREIRA et al., 2008).
Com o melhoramento da informatização do desenho técnico
topográfico, o instrumental ficou reduzido a um microcomputador e
uma impressora. Mas ainda existem profissionais que usam a técnica
do desenho técnico tradicional, e mesmo em um escritório totalmente
informatizado, tem a necessidade dos instrumentos básicos
(Nascimento).
Os instrumentos mais usados para o desenho técnico convencional
são pranchetas, régua paralela, par de esquadros, escalimetros e
transferidores (Nascimento).
2.1. Revisão de literatura
Sistemas de coordenadas
Um dos principais objetivos da topografia é a determinação de
coordenadas relativas de pontos. São utilizados dois tipos de sistemas
para definição da posição tridimensional de pontos:
Sistemas de coordenadas cartesianas;
Sistemas de coordenadas esféricas(Veiga, Zanetti & Faggion,
2007).
Superfícies de referencias
Divido as irregularidades da superfície terrestre, utilizam-se
modelos para sua representação, mais simples, regulares e
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geométricas e quem mais se aproximam da forma real ou quanto
mais complexa a figura empregada para a representação da terra,
mais complexos serão os cálculos sobre essas superfícies (Veiga et
al., 2007).
Modelo esférico: Em diversas aplicações a terra pode ser
considerada uma esfera como no caso a astronomia. Tratando-se de
astronomia essas coordenadas são denominadas em latitude e
longitude astronômica (Veiga et al.,2007).
Modelo Elipsoidal: O elipsóide de revolução ou biaxial é a figura
geométrica gerada pela rotação de uma semi-elipse (geratriz) em
torno de um de seus eixos (eixo de revolução); se este eixo for o
menor tem-se um elipsóide achatado (Veiga et al.,2007).
Modelo Geoidal: O modelo geoidal é o que mais se aproxima da
forma da Terra. É definido teoricamente como sendo o nível médio
dos mares em repouso, prolongado através dos continentes. Não é
uma superfície regular e é de difícil tratamento matemático (Veiga
et al.,2007).
Modelo Plano: Considera a porção da Terra em estudo com sendo
plana. É a simplificação utilizada pela Topografia. Esta aproximação
é válida dentro de certos limites e facilita bastante os cálculos
topográficos. A NRB 13133 (Execução de Levantamento Topográfico)
admite um plano com até aproximadamente 80 km (Veiga et
al.,2007).
Classificação dos erros de observação
Para representar a superfície da Terra são efetuadas medidas
de grandezas como direções, distâncias e desníveis. Estas
observações inevitavelmente estarão afetadas por erros. As fontes
de erro poderão ser:
Condições ambientais: causados pelas variações das condições
ambientais, como vento, temperatura, etc. Exemplo: variação do
comprimento de uma trena com a variação da temperatura (Veiga
et al.,2007).
Instrumentais: causados por problemas como a imperfeição na
construção de equipamento ou ajuste do mesmo. A maior parte dos
erros instrumentais pode ser reduzida adotando técnicas de
verificação/retificação, calibração e classificação, além de técnicas
particulares de observação (Veiga et al.,2007).
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Pessoais: causados por falhas humanas, como falta de atenção
ao executar uma medição, cansaço, etc. Os erros, causados por estes
três elementos apresentados anteriormente, poderão ser classificados
em (Veiga et al.,2007).:
Erros grosseiros
Erros aleatórios
Erros sistemáticos
Unidades de medida: Metro e medida angular (Sexagesimal,
Centesimal e Radianos)(Souza, Filho, Victer, Marques & Moreira, 1989)
Listagem dos principais equipamentos topográficos e suas
finalidades (Souza et al.,1989) :
Nível óptico - trabalhos altimétricos.
Teodolito - destinados à medição de ângulos, horizontais ou
verticais, objetivando a determinação dos ângulos internos ou
externos de uma poligonal, bem como a posição de determinados
detalhes necessários ao levantamento
Planimetro - determinação da área de uma poligonal.
Cabo de agrimensor e trena - medição direta de alinhamento.
Bússola - determinação de direções.
Piquete - materialização do ponto topográfico.
Nivelador de alvo - demarcação de curvas de nível e declividade
do terreno.
Goniòmetro - obtenção de ângulos horizontais.
Nível de pé-de-galmha - demarcação de curvas de nível, locação
de canais e cordões de terraço.
Mira falante - medição indireta de distância e trabalho de
nivelamento.
Estaca testemunha - identificação do piquete.
Ficha - marcação e controle das trenadas.
Cimómetro - trabalhos altimétricos.
Trapèzio - práticas altimétrícas.
Nível de mangueira - práticas altimétrícas.
Para facilitar a coincidência do centro óptico do aparelho com o
ponto topográfico, utiliza-se o fio de prumo ou prumo óptico. Em
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terrenos planos, o estacionamento do aparelho é obtido, formandose um triângulo aproximadamente equilátero. As técnicas para
nivelamento do aparelho diferem em função do número de parafusos
calantes e posição dos níveis, ficando, assim, seu detalhamento
condicionado ao tipo de aparelho utilizado. Para facilitar o
estacionamento do aparelho, o prato deve ficar o mais horizontal
possível. A altura do instrumento deve ficar condicionada à altura
do operador (Souza et al.,1989).
Principais escalas e suas aplicações: A seguir encontra-se uma
tabela com as principais escalas utilizadas por engenheiros e as suas
respectivas aplicações (Souza et al.,1989).
MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS
A medida de distâncias de forma direta ocorre quando a mesma
é determinada a partir da comparação com uma grandeza padrão,
previamente estabelecida, através de trenas ou diastímetros (Souza
et al.,1989).
Trena de fibra de vidro: A trena de fibra de vidro é feita de
material resistente, estes equipamentos podem ser encontrados com
ou sem envólucro, os quais podem ter o formato de uma cruzeta, ou
forma circular e sempre apresentam distensores (manoplas) nas suas
extremidades (Souza et al.,1989).
Piquetas: Os piquetes são necessários para marcar
convenientemente os extremos do alinhamento a ser medido (Souza
et al.,1989).
Estacas testemunhas: São utilizadas para facilitar a localização
dos piquetes, indicando a sua posição aproximada (Souza et al.,1989).
Balizas: São utilizadas para manter o alinhamento, na medição
entre pontos, quando há necessidade de se executar vários lances
(Souza et al.,1989).
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Nivel de cantoneira: A qualidade com que as distâncias são obtidas
depende, principalmente de: cuidados tomados durante a operação,
tais como: manutenção do alinhamento a medir; horizontalidade da
trena; tensão uniforme nas extremidades (Souza et al.,1989).
Algumas normas da ABNT são apresentadas a seguir:
NBR 13133 – Execução de levantamento topográfico (Veiga et
al., 2007).
NBR 14166 – Rede de referência cadastral municipal –
procedimento (Veiga et al., 2007).
NBR 13133 – EXECUÇÃO DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS
Esta norma fixa as condições exigíveis para a execução de
levantamentos topográficos destinados a obter o conhecimento geral
do terreno, relevo, limites, confrontantes, área, localização,
amarração, posicionamento, informações sobre o terreno destinadas
a estudos preliminares de projeto, informações sobre o terreno
destinadas a anteprojeto ou projeto básico e informações sobre o
terreno destinadas a projetos executivos.
Também é objetivo desta norma estabelecer condições exigíveis
para a execução de
um levantamento topográfico que devem compatibilizar medidas
angulares, medidas lineares, medidas de desníveis e as respectivas
tolerâncias em função dos erros, relacionando métodos, processos e
instrumentos para a obtenção de resultados compatíveis com a
destinação do levantamento, assegurando que a propagação dos erros
não exceda os limites de segurança inerentes a esta destinação (Veiga
et al., 2007).
NBR 14166 – REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL MUNICIPAL –
PROCEDIMENTO
O objetivo desta norma é fixar as condições exigíveis para a
implantação em manutenção de uma Rede Cadastral Municipal. A
destinação desta Rede Cadastral Municipal é apoiar e elaboração
e a atualização de plantas cadastrais municipais, amarrar, de um
modo geral, todos os serviços de Topografia, visando as
incorporações às plantas cadastrais do município, referenciar
todos os serviços topográficos de demarcação, de anteprojeto,
de projetos, de implantação e acompanhamento de obras de
engenharia em geral, de urbanização, de levantamentos de obras
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como construídas e de cadastros imobiliários para registros
públicos e multifinalitários (Veiga et al., 2007).
3. CONCLUSÃO
Com estudo do desenho técnico que é a base para varias
áreas de trabalho, como a topografia, temos que seguir diferentes
normas criadas pela ABNT, desiguinadas para o uso e manejo correto
dessa prática, como:
Uso de matérias
Escalas
Unidades de medida
Sistemas de Coordenadas
Superfícies de referencias
Observação e anotação dos erros
4. REFERENCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13133:
Execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro, 1994. 35p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14166:
Rede de referência cadastral municipal - procedimento. Rio de
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FERREIRA, C.Regis; et al. DESENHO TÉCNICO. Goiânia, 2008.
Manual de Orientação DESENHO E TOPOGRAFIA, Brasília, 1989.
NASCIMENTO, Cristiano. Desenho Técnico Topográfico (instrumental
em normas). Florianópolis.
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VEIGA, L. A. K. Sistema para Mapeamento Automatizado em campo:
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Anais do XIX Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF
DESENHO TÉCNICO GEOMÉTRICO
MENDES, Flávio¹
PEREIRA, Vanessa¹
Valle, Flavia¹
FELIPE, Alexandre²
RESUMO
Este artigo teve como objetivo de mostrar a importância
da disciplina do desenho técnico geométrico, quanto na
profissão, quanto pessoal. O artigo teve a finalidade de
demonstrar o surgimento do desenho técnico geométrico e
descrever um pouco da sua importância e da historia no Brasil,
que foram marcados pelos altos e baixos. Durante cada processo
do desenho inúmeras ferramentas são utilizadas para
concretização do desenho, normalmente essas ferramentas são
como lápis, papel e materiais de modelagem, mas agora, o
computador lhe oferece novas ferramentas e simulações bem
mais avançadas, assim diminuindo o tempo de realizações das
atividades desenvolvidas no desenho.
Palavras chave: CAD, Desenho Geométrico no Brasil e a
Importância do Desenho Geométrico.
¹Acadêmicos do curso de Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP –
Brasil.
e-mail:
[email protected];
[email protected];
[email protected].
²Docente do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected]
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ABSTRACT
This article aims to show the importance of the discipline of
geometric technical drawing, as in the profession and personal.
The article aims to demonstrate the emergence of geometric
drawing and describe some of its importance and history in Brazil,
which were marked by ups and downs. During each process are
numerous drawing tools used to achieve the design, typically these
tools are like pencils, paper and modeling materials, but now,
the computer offers new tools and simulations much more
advanced, thus reducing the time of achievement of the activities
developed in the drawing.
Keywords:CAD, Geometric Design in Brazil and the importance
of Geometric Design.
1.INTRODUÇÃO
O objetivo desse artigo é estudar a importância do desenho
técnico na geometria, no aspecto argumentativo a favor da
necessidade do desenho técnico em todos os estágios, ao longo das
necessidades exigidas para o desenho geométrico para futuro
trabalho.
O desenho técnico é uma estrutura didática que prevalece as
atividades que desenvolvem a capacidade de transmitir um desenho
segundo as normas da ABNT. O desenho tem por instrução a
representação dos objetos mais perto possível, em formato real.
Entendo assim o mesmo, o uso de ambos desenhos formais e
não formais e de grande existência ajuda para formular um longo
desenvolvimento dos sistemas do CAD e do desenho,
esquematizando a importância do desenho na consultoria de um
projeto, ajudando a manter metas e habilidades durante sua
execução de trabalho.
A geometria ira lhe conceder habilidades de promover
atendimentos e de outras sabedorias, em outros estágios das
atividades executadas, também ira-lhe capacitar e resolver
raciocínio lógico, pensando em diversas organizações e
criatividades.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O Desenho técnico geométrico no Brasil
O Desenho Geométrico permaneceu no Brasil como uma
componente curricular escolar durante 40 anos – de 1931 a 1971.
Apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961,
propor opções onde o Desenho não seria uma matéria obrigatória
nos currículos, ela permaneceu até aparecer neste mesmo período
uma emergente desvalorização da disciplina (ZUINT, 2000).
As Construções Geométricas executadas com instrumentos como
régua e compasso também não seriam mais obrigatórias em
vestibulares de Arquitetura e Engenharia na década de 70 (ZUINT,
2000).
2.2 Desenho geométrico no desenho técnico e em projetos
arquitetônicos
Para a construção de um projeto, por meio do desenho técnico,
torna-se necessário, a utilização de uma linguagem que seja comum
a todos, com linhas e símbolos definidos, para que todas as pessoas
envolvidas na execução da obra possam compreender o projeto
elaborado, para isso a representação gráfica, que é trabalhada no
ensino do Desenho Geométrico, exerce um papel de extrema
importância. Essa padronização é feita no Brasil pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), (MARINHO, J.; et al).
Por meio do Desenho Técnico, a representação arquitetônica
torna-se bem mais eficiente, pois apresenta dados precisos, com
informações numéricas e textuais, que influenciam diretamente na
execução da obra. (MARINHO, J.; et al).
2.3 Desenho Geométrico: Conceito e Importância
Segundo (MARINHO, J.; et al) que o Desenho Geométrico é um
conjunto de técnicas e processos para construções de formas
geométricas. É muito fácil observar as formas geométricas em tudo
ao nosso redor, presentes no cotidiano como, por exemplo, nas ruas,
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nas casas, nas estampas das roupas, nos brinquedos, na natureza.
Lima (1991, Apud OLIVEIRA, s/d) considera os desenhos das figuras
geométricas parte importante para a compreensão, a fixação e a
imaginação criativa. Ele acha fundamental que o estudante por si só
desenhe a figura, procurando caminhos, imaginando construções,
pesquisando interconexões, forçando o raciocínio, e exercitando a
mente.
A percepção visual é muito importante também para o
desenvolvimento científico. GARDNER (1994), nos trás um exemplo
deste “olhar” nesta comparação: A visão de John Dalton do átomo
como um minúsculo sistema solar, são produtivas figuras que originam
e ajudam a incorporar concepções científicas chave. O Desenho
Geométrico desenvolve ainda a criatividade, que aliado ao
conhecimento, são muito importantes para o desenvolvimento
tecnológico, onde se tem por finalidade a criação de novos produtos
e serviços.
Mesmo que uma boa porcentagem da representação gráfica em
engenharia seja na forma de esboço informal, é o desenho formal
que é o foco de muito treinamento pesado em CAD para engenheiros.
Por outro lado, muitos engenheiros não recebem treinamento formal
em desenho de esboço. Ele é assumido como um dom natural. Três
textos típicos usados no ensino básico de desenho mecânico foram
examinados. Cada um deles apresentou apenas algumas poucas
páginas de informação sobre o esboço, “sketching”. Adicionalmente,
os sistemas de CAD não facilitam, nem possuem meios significativos
de suporte ao desenho de esboço. GARDNER (1994)
Para os efeitos deste artigo, o termo CAD é definido como o uso
de computador gráfico interativo para ajudar a resolver os problemas
de projeto mecânico. As atuais ferramentas de CAD ajudam no
processo de projeto de quatro maneiras: como uma ferramenta
avançada de desenho; como assistente na visualização de objetos e
dados; como organizador e comunicador de dados; e como pré e
pós-processador para as técnicas analíticas de avaliação por
computador, tais como elementos finitos, determinação das
propriedades de peso e massa, análise cinemática etc. Para todos
esses usos o “desenho” precisa estar suficientemente refinado para
que isso possa ser feito. Assim, para os sistemas correntes de CAD, o
D significa desenho e não projeto. (SCHEER,S.; et al).
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2.4 Suas principais vantagens são:
1. O Desenho permite concretizar os conhecimentos teóricos da
geometria, confirmando graficamente as propriedades das figuras
geométricas (OLIVEIRA, s/d).
2. Ao estudar as demais matérias, os alunos aprendem as
linguagens verbal e simbólica. Ao estudar Desenho, aprende a
linguagem gráfica, precisa e concisa, a mais antiga das linguagens.
A criatividade técnico-científica, que é a capacidade de pesquisar e
encontrar soluções consegue-se com uma teoria mínima, curta e
inesquecível do Desenho. É como se estivéssemos desemaranhando
um fio. Numa ponta do fio: o que se sabe. Na outra ponta: o que se
quer (OLIVEIRA, s/d).
3. Nada melhor que o desenho geométrico para resolver
capacidades importantes como: organização, autodisciplina,
iniciativa, serenidade e capricho. d. Com exercícios de Desenho
apropriados para estimular a conexão de neurônios cerebrais,
desenvolve-se a visão espacial (OLIVEIRA, s/d).
Buscando o aprofundamento do estudo da relação entre Desenho
Geométrico e outras disciplinas que envolvem a representação de
projetos foi realizada uma pesquisa exploratória aplicada em alunos
do curso Técnico em Edificações. Este curso foi escolhido, pois tanto
a disciplina Desenho Geométrico quanto desenho técnico e outras
relacionadas à representação de projetos são lecionados. (MARINHO,
J.; et al)
Neste levantamento buscou-se perceber se os alunos
consideravam essa disciplina importante, e se, sob a ótica dos
estudantes, gera realmente algum enriquecimento ao aluno,
contribuindo para seu crescimento pessoal e profissional (MARINHO,
J.; et al)
2.5 A Relação do Desenho com a Solução com a Solução de
Problemas.
A análise inicial das fitas de vídeo feitas durante o processo de
desenvolvimento de projetos levou à constatação de sete usos ou
funções para o ato de desenhar: (SCHEER,S.; et al).
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1. Arquivar e documentar a forma geométrica do projeto;
(SCHEER,S.; et al).
2. Comunicar ideias entre projetistas e entre projetistas e pessoal
da manufatura; (SCHEER,S.; et al).
3. Agir como ferramenta de análise (SCHEER,S.; et al).
4. Simular o projeto (SCHEER,S.; et al).
5. Servir de elemento complementar de checagem da integridade
do projeto (SCHEER,S.; et al).
6. Tornar aparentes para o projetista os detalhes a serem
projetados os esboços ou outros desenhos estão sendo feitos
(SCHEER,S.; et al).
7. Atuar como uma extensão da memória de curto termo do
projetista. Projetistas, muitas vezes inconscientemente, fazem
esboços para ajudá-los a relembrar ideias que eles, de outros modos,
possivelmente esqueceriam. Foram constatado que essas observações
são ambas transitórias (sobrepostas) e incompletas. Em particular,
baseado nos dados e leituras na literatura da psicologia cognitiva,
conclui-se que o último item é potencialmente mais rico do que ele
aparenta (SCHEER,S.; et al).
2.6 Descobertas e criações de grandes geômetras:
- A área sob o arco de uma parábola (Arquimedes);
- A aproximação do valor numérico do numero PI (Arquimedes);
- O volume de superfícies de revolução (Arquimedes);
- Sistema de Coordenadas (Arquimedes);
- A união da geometria com a álgebra, o que resultou na geometria
analítica (Descartes);
- O diâmetro que divide o círculo em duas partes iguais (Tales
de Mileto);
- Os ângulos opostos pelo vértice são iguais (Tales de Mileto);
- Geometria euclidiana (Euclides).
2.7 Subáreas da Geometria:
Geometria analítica: relaciona a álgebra e a análise matemática
com a geometria (SCHEER,S.; et al).
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·
Geometria plana: também chamada de Geometria
Euclidiana, estuda o plano e o espaço baseando-se nos postulados
de Euclides;
Geometria Espacial: realiza o estudo de figuras tridimensionais.
Nessa área de estudo, é possível calcular o volume de um sólido
geométrico (SCHEER,S.; et al).
2.8 Visualização da informação.
O sistema CAD geométrico é utilizado no escritório estudado tanto
para desenhos bidimensionais quanto tridimensionais. No entanto,
esses desenhos têm pouca ou nenhuma correspondência automática,
exigindo ao projetista maior tempo para alterações e atualizações do
projeto. De fato, como observado na utilização de três viewports no
AutoCAD 2002 por parte do projetista, os desenhos eram
completamente independentes entre si, apesar de se referirem à
mesma informação (corte, planta e perspectiva). (SCHEER,S.; et al).
2.9 Gerenciamento da informação do projeto.
No sistema CAD geométrico, o projetista representa as
informações através de desenhos técnicos com pouca ou nenhuma
conexão entre si. Desta maneira, para uma leitura da totalidade da
informação do projeto, é necessário um gerenciamento manual desses
diversos desenhos, que podem estar em arquivos separados ou em
locais diferentes da mesma prancha de desenho. Isso requer
constantes transposições das informações de um local para outro, o
que demanda tempo, pode comprometer a qualidade da informação
e dificultar o controle de atualizações e versões. (SCHEER,S.; et al).
3.CONCLUSÃO
Na atualidade o projeto sofre com inúmeras falta de integração,
nas fases iniciais por até mesmo modernas praticas do CAD, que
vem sendo o material mais utilizado didaticamente. Devem-se propor
mudanças na realidade de ensino, implantando projetos que
desenvolvam melhorias e propostas atrativas tanto na formação,
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assim incentivando os alunos a estudarem a disciplina, já que sua
prática significa um grande ganho em outras áreas do conhecimento,
permitindo assim, novas descobertas.
O objetivo principal desse trabalho foi mostrar a necessidade
da disciplina de Desenho Geométrico nos currículos escolares, e
especificamente no currículo de curso superior, em edificações, para
que auxilie na formação de pessoas que tenham criatividade e
percepção visual, características próprias do desenho e necessárias
no mundo atual. A persistência no uso do sistema CAD geométrica
também pode ser resultado da falta de informação não a respeito
da potencialidade dos sistemas CAD-BIM, mas sim de que a sua
implantação, em geral, demanda modificações no próprio processo
de projeto. Por exemplo, são comuns os relatos a respeito da
dificuldade no preenchimento dos parâmetros dos elementos
tridimensionais, por conta do hábito dos projetistas de postergar
decisões projetuais, e não por conta da interface do programa.
4.REFRENCIAS BIBLIOGRAFICAS
MARINHO,J.; et al. A importância do Desenho Geométrico no ensino
básico e nível médio.2010. Disponível em: http://www.ifto.edu.br/
jornadacientifica/wp-content/uploads/2010/12/06-AIMPORT%C3%82NCIA-DO.pdf
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em:https://www.ucb.br/sites/100/103/TCC/12005/ClezioLemes
deOliveira.pdf
ROHELEDE,E.; SPECK,H,J.; GÓMEZ,L,A. A importância no processo
de projeto.2000. Disponível em: http://www.abenge.org.br/
CobengeAnteriores/2000/artigos/026.PDF
SCHEER,S.; et al. Impactos do uso do sistema CAD geométrico e do
uso do sistema CAD-BIM no processo de projetos em escritório de
arquitetura. Disponível em: http://s3.amazonaws.com/
academia.edu.documents/3242682/Artigo-30.pdf?AWSAccess
KeyId=AKIAJ56TQJRTWSMTNPEA&Expires=1473629085&Signature
=U%2FUpDBnnkYCfO2QYQns88JwXpD8%3D&response-contentdisposition=inline%3B%20filename%3DImpactos_Do_Uso_Do_Sistema
_CAD_Geometric.pdf
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DETERMINAÇÃO DA UMIDADE RELATIVA
UTILIZANDO O PSICRÔMETRO (REVISÃO DE
LITERATURA)
TOSCANO, Guilherme A.1
LEONÇO, Lucas R.1
LUCAS, Thales A.1
BARBOSA, Rogério Zanarde2
RESUMO
O presente trabalho trata-se em determinar a umidade relativa
do ar utilizando o psicrômetro, assim mostrando passo a passo de
como funciona o mesmo, como os cálculos são utilizados junto com
a tabela padronizada para determinar a umidade relativa, foi revisado
também a umidade relativa em ponto de orvalho, pressão de vapor,
pressão parcial de vapor, pressão de saturação.
Palavras chave: : bulbo-umido, bulbo-seco, pressão, ar.
ABSTRACT
The present work this consists in determining the relative humidity
using psicrómetro, so displaying step by step how to run the same as
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF.
Email: [email protected]
2
Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF. Email: [email protected]
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calculations are used along with the standard table to determine the
relative humidity was revised also relative humidity in dew point,
vapor pressure, partial pressure of vapor pressure saturation.
Keywords: bulb–humid, bulb-dry, pressure, air.
1.INTRODUÇÃO
No final do século dezenove que a maior parte dos pesquisadores
começaram a usar o psicrômetro, a invenção desse aparelho veio a
partir do termômetro que já tinha surgido no ano de 1592 inventado
pelo físico Galileu Galilei (MARIN ET AL,. 2001).
O ar atmosférico é composto por 78% de nitrogênio, 21% de
oxigênio e 1% de outros gases, podendo ser eles argônio, dióxido de
carbono e vapor d’água. O ar seco pode ser considerado o nitrogênio,
o dióxido de carbono e os outros gases e em relação ao ar úmido é
considerado o vapor d’água (ALMEIDA, 2005).
A organização mundial da saúde tem uma classificação, sendo
que entre 40 a 30% já é considerado em situação de observação,
entre 29 a 20% é considerado em situação de atenção, entre 19 a
12% a situação já é de alerta e abaixo de 12% a situação é de
emergência. Essa divisão ajuda ao órgão de prevenção a ter um
controle maior (DOPHEIDE ET AL,. 2013).
A umidade relativa do ar é a razão entre a pressão parcial de
vapor (Pv) exercida pela moléculas de água presentes no ar e a
pressão de saturação (Pvs), nessa mesma temperatura, ou seja, UR%=
(Pv/Pvs)*100 (LOPES et al,. 2008).
A umidade é a quantidade de vapor de água que está presente
na atmosfera em um determinado momento, por exemplo, se a
umidade relativa do ar estiver se cinquenta por cento, temos a
metade da quantidade de vapor de água que o ar consegue suportar,
quando essa quantidade chega ao limite ocorre o ponto de saturação
(ALMEIDA et al,. 2014).
A psicrometria é baseada em três leis, sendo elas a Lei dos Gases
Perfeitos, na Lei de Dalton e no Primeiro Princípio do Termo Dinâmico
(SENTELHAS e ANGELOCCI, 2009).
O psicrômetro ele tem um par de termômetros, sendo que a
primeiro termômetro é a temperatura do ar (bulbo seco), e o segundo
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termômetro vai mostrar o valor da temperatura do bulbo úmido (bulbo
molhado), como mostra a figura 1. A temperatura do segundo
termômetro vai ser sempre menor que a temperatura do ar, então
quanto maior a diferença entre a temperatura do ar em relação com
a do bulbo úmido terá uma menor umidade relativa (SILVA et al,. 2007).
Figura 1: Psicrômetro
Fonte: www.euro-didacta.com
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A temperatura em relação ao bulbo seco é indicada com o auxílio
de um termômetro comum, sendo um termômetro de mercúrio ou
digital, já a temperatura do bulbo molhado é necessário ter um
psicrômetro, assim ele já contém a temperatura do bulbo seco e
para se obter a temperatura do bulbo molhado é só umedecer o
bulbo do psicrômetro e depois daí terá a temperatura do bulbo
molhado (INDRIUNAS, 2010).
2. DESENVOLVIMENTO
A umidade relativa do ar é importante que façamos esse tipo de
medicação para mostrar, por exemplo, o benefício de uma densa
vegetação sobre a temperatura, pois a temperatura do termômetro
seco provavelmente estará mais baixa do que em uma área que não
existe vegetação, e temperatura do termômetro de bulbo úmido será
mais baixa, o que podemos observar que a umidade relativa do ar estará
mais eleva onde estiver uma densa vegetação (LIMA et al,. 2009).
A Tabela 1 mostra como estimar a umidade relativa do ar apenas
comparando as duas temperaturas:
Na primeira coluna esta as temperaturas de bulbo seco, e na
primeira linha esta as temperaturas do bulbo úmido (depressão do
bulbo úmido), assim podemos observar que se obtendo as duas
temperaturas por forma de acompanhar as linhas onde as duas
temperaturas se juntam, temos a umidade relativa do ar (SCHNEIDER,
2000).
A umidade relativa do ar é um fator abiótico muito importante
do sistema respiratório. Para saber realmente o valor da umidade
relativa do ar é necessário saber a temperatura do bulbo seco junto
com a do bulbo úmido, assim será retirada a diferença entre o bulbo
seco com a do bulbo úmido, com esse resultado e a temperatura de
bulbo seco e com a ajuda da tabela teremos o resultado da umidade
relativa do ar (CUNHA, 2012).
A temperatura do ponto de orvalho é a temperatura em que o ar
úmido se torna saturado (momento em que o vapor d’água começa a
condensar devido a um processo de resfriamento), esse momento
ocorre nas madrugadas em torno das quatro e cinco da manhã
(OLIVEIRA, 2010).
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Tabela 1:
Fonte: www.ebah.com.br
Pressão de vapor é o valor da pressão exercida pelo vapor d’água
presente na atmosfera, sendo que este valor é função da temperatura
do ar atmosférico. Quando o ar está confinado em um ambiente,
esse ar exerce uma determinada pressão, como a água que contem
no ar está na forma de vapor, essa água na forma de vapor exerce
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também tentando ocupar todo o volume, exercendo toda a pressão
nessa parede, assim sendo chamada de pressão de vapor. Essa pressão
tem um valor máximo e um valor mínimo estimado para cada
temperatura (AMOEDO et al,. 2013).
Pressão de saturação (Pvs) é o valor máximo de vapor d’água na
atmosfera para uma temperatura. É quando o ar não consegue mais
absorver água na forma de vapor é chamado de pressão de saturação
(ALMEIDA, 2005).
Pressão parcial de vapor (Pv) é o valor de pressão de vapor d’água
quando o ar atmosférico não esta saturado. Se caso o ar estiver
saturado normalmente a pressão de vapor é uma pressão parcial de
vapor (SILVA et al,. 2007).
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para se obter a umidade relativa do ar com a utilização do
psicrômetro é uma das formas mais simples, pois com os cálculos
utilizados e a tabela disponibilizada acaba se tornando uma maneira
simples, pois acaba sendo uma diferença do termômetro de bulbo
seco com a do bulbo molhado.
4. REFERÊNCIAS
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aspirado de termopar de baixo custo em micrologger para estudos
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EFEITO RESIDUAL DE HERBICIDA NO SOLO –
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
SANTOS, Janaína Aparecida Sales dos1
WIRGUES, Larissa Marques1
BRAVARESCO, Lilian Lopes1
MANCUSO, Mauricio Antonio Cuzato2
RESUMO
O uso intenso de herbicidas vem sendo solução eficaz e
rápida no combate a plantas daninhas. Entre esses herbicidas,
encontram-se os com elevado poder residual, que se não
observados diversos fatores inerentes à sua composição e às
características físico-químicas do solo, podem afetar
severamente as culturas subsequentes, havendo redução
drástica da produtividade das culturas agrícolas. Além disso,
se utilizados de forma inadequada, podem estimular a
ocorrência de biótipos de plantas daninhas resistentes a
herbicidas. Desse modo, é extremamente importante seguir
certos critérios de boas práticas agrícolas, sempre sob
orientação de algum engenheiro agrônomo qualificado.
Palavras-chave: controle químico; meia-vida; plantas daninhas.
1
Discentes do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF. Email autor principal: [email protected]
2
Professor Doutor, docente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação
Integral – FAEF. E-mail: [email protected]
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ABSTRACT
The intense use of herbicides has provided an effective and quick
control against weed. Among several types of herbicides, there are
some with high residual effect, and if it is not observed some
herbicide composition and soil related-characteristics, subsequent
crops might be affected, with drastic yield decreasing. Also, herbicide
misapplication might influence weed resistance to the molecules.
Thus, it is extremely important to follow certain criteria of good
agricultural practices, always under a qualified agronomist
supervision.
Key-words: chemical control; half-life; weed.
1.INTRODUÇÃO
Assim como a infestação por plantas daninhas, o efeito residual
prolongado de herbicidas no solo é uma grande preocupação para os
produtores. Em virtude da variabilidade genética das plantas daninhas
e pela eficácia do método, o uso de herbicida com poder de controle
residual após sua aplicação vem sendo cada vez mais constante,
sendo que tal efeito também pode ser prejudicial em alguns tipos
de solos ou para culturas subsequentes, especialmente se aplicado
de forma inadequada.
A importância de se usar herbicidas com efeito residual está no
interesse em se ter uma área livre de infestantes até o fechamento
do dossel das plantas da cultura, aumentando, assim o período anterior
à interferência (PAI), onde plantas daninhas e cultivadas convivem
harmonicamente, sem haver prejuízos na produtividade das mesmas.
Além disso, o fato do controle por tempo mais prolongado,
proporcionado por herbicidas com efeito residual, faz com que seja
necessário menor número de aplicações para se obter a mesma
eficiência de controle em relação aos herbicidas sem efeito residual,
culminando, assim, em menor risco de contaminação ambiental.
Entretanto, deve-se ficar atento a diversos fatores inerentes ao
solo e ao herbicida, como, por exemplo, suas características físicoquímicas, solubilidade, volatilidade, distância de mananciais de água,
deriva (vento), composição da fauna e flora do solo, meia-vida do
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herbicida, hora e modo de aplicação, treinamento do aplicador, dose
e regulagem de pulverizadores, entre outros, que podem tornar o
efeito residual dos herbicidas prejudiciais caso não sejam observados
com critérios.
Diante do exposto, objetivou-se, mediante a presente revisão
bibliográfica, abordar os principais aspectos sobre o efeito residual
dos herbicidas no solo e suas consequências.
2.DESENVOLVIMENTO
As plantas daninhas têm elevada capacidade competitiva por
agua, luz e nutrientes com qualquer cultura cultivada, além de poder
apresentar efeitos alelopáticos nocivos às mesmas, tornando-se de
fundamental interesse a redução de infestação dessas plantas a níveis
abaixo do dano econômico, onde a produtividade das culturas não
seria afetada. Para tanto, tem se utilizado, especialmente em cultivos
de larga escala, a aplicação de herbicidas com efeito residual visando,
além do controle das plantas daninhas, a redução do banco de
sementes. Entretanto, expressivo número de produtores ainda
utilizam esses herbicidas sem levar em consideração as condições
do local, como clima, solo, rotação de cultura, além da má utilização
dos produtos químicos, entre outros fatores, acarretando em resíduos
no solo que podem trazer danos significativos às culturas, reduzindo
a produtividade (SILVA et al., 2007).
Como exemplo de prejuízos causados por plantas daninhas, citase a redução em 42% no rendimento da cultura da soja. Desse modo,
a utilização de herbicidas residuais em mistura com dessecantes
tem aumentado, com o intuito de diminuição significativa na
quantidade de aplicações e redução nos custos de aplicação, além
de diminuir a exposição do aplicador e ter uma menor compactação
dos solos (VALENTE, 2000).
Grande parte dos herbicidas é aplicada diretamente no solo, em
pré-plantio incorporado ou pré-emergência. Sendo assim, o controle
das plantas daninhas e como o produto vai reagir com o solo, até o
resultado final dessa aplicação, vai depender da interação e do
comportamento da molécula no meio, pois durante o ciclo da cultura
principal os herbicidas podem não ser degradados por completo,
devido a estruturas químicas e condições edafoclimáticas, deixando
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resíduos no solo que podem ser tóxicos ou não. Os solos brasileiros
têm ampla variabilidade das características químicas, físicas e
biológicas, contudo o estudo do comportamento de herbicidas em
cada um desses solos ainda é praticamente inexistente (INOUE, 2011).
Para se evitar perdas e redução de rendimento das culturas
subsequentes, é necessário levar em consideração a degradação dos
herbicidas no solo e isto depende de alguns fatores: A) decomposição
microbiana, com algas, fungos e actinomicetos; B) decomposição
química, ocorrendo oxidação, hidrogenação e dissociação; C)
adsorção dos herbicidas aos colóides do solo, que está associada às
características do solo, da água e da composição físico-química do
herbicida; D) lixiviação, ligada à solubilidade que o herbicida tem
com a água; E) volatilização, que pode ocorrer tanto na aplicação,
quanto quando estiverem nas folhas e implicará na fase em que o
herbicida passa do estado líquido para o gasoso; F) fotodecomposição,
quando a radiação solar faz com que ocorra a decomposição do
herbicida, influenciado por diversos fatores; G) absorção pelas
plantas, que pode ocorrer tanto pelas raízes como pelas folhas, bem
como outros órgãos, porém em menores quantidades (KARAN, 2005).
Os solos podem apresentar efeitos residuais decorrentes de
pulverizações de culturas anteriores ou também com aplicações
durante o ciclo, pois ainda existem produtores que não levam em
consideração diversos fatores inerentes à atividade agrícola, como
clima, cultivar e solo, acarretando em baixa produtividade. Assim
sendo, é importante saber o efeito residual dos herbicidas no solo, de
acordo com suas características químicas, físicas e biológicas. É
necessário o conhecimento na hora da escolha dos produtos e sua
dosagem, assim como levar em consideração o impacto ambiental
que esses efeitos residuais possam vir a causar, para evitar perdas de
produção, tendo métodos que podem ser usados para a recuperação
de solos contaminados como a fitorremediação (MANCUSO, 2011).
Como já relatado anteriormente, as plantas daninhas apresentam
ampla variabilidade genética, além de possuírem elevada capacidade
de adaptação e sobrevivência em condições adversas ambientais e
nos agro ecossistemas, fazendo com que produtores tomem como
medida de controle e principal ferramenta em seu combate o uso
intensivo de herbicidas. Como consequência do uso dos herbicidas,
muitas vezes de forma inadequada, pode ocorrer a seleção de biótipos
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resistentes de plantas daninhas, ou seja, elas passam a não serem
mais mortas ou prejudicadas com ação dos componentes químicos
do produto, inviabilizando a utilização dos mesmos e ocasionando
maiores custos com o controle, o que reduz o rendimento e a
qualidade dos produtos agrícolas (MONSANTO, 2016).
Em trabalho realizado por Nascimento e Yamashita (2009), foram
observados sintomas visuais de toxicidade nas culturas da alface,
pepino e tomate, semeadas em solos contaminados com resíduos de
2-4-D + Picloram, quatro dias após a semeadura. Os sintomas visuais
observados nas plântulas foram retorcimento do caule, crescimento
anormal e amarelecimento gradativo das folhas, quando comparadas
à testemunha, que foi semeada em solos livres de resíduos de
herbicidas. Os sintomas mais severos foram constatados na cultura
da alface. Sendo assim, os autores concluiram que se o solo estiver
contaminado com resíduos de herbicidas, os danos acarretados às
culturas podem ser irreversíveis, afetando o desenvolvimento da
planta e diminuindo seu rendimento econômico.
Johnson e Talbert (1996), em estudos sobre o efeito residual do
herbicida imazaquin, observaram que resíduos do mesmo no solo
afetaram as culturas de melão, pepino, girassol e mostarda, até
quando semeadas aos 112 dias após aplicação. Em países de clima
temperado, recomenda-se que o período de tempo entre a aplicação
do imazaquin e o plantio de culturas subsequentes varie de 11 meses,
no caso das culturas do sorgo, tabaco, feijão e soja, e até 26 meses
para a cultura da beterraba açucareira (BHALLA et al., 1991). Walsh
et al. (1993) estudaram os efeitos residuais do imazaquin aplicado
via solo na cultura da soja sobre algumas culturas subsequentes (trigo,
milho, sorgo e algodão). Os autores observaram que a maior dose
aplicada do herbicida afetou o desenvolvimento apenas da cultura
do algodão, sem, no entanto, causar redução na produtividade.
No Brasil, tem sido relatados, em varias regiões, problemas com
resíduos de herbicidas aplicados via solo nas culturas antecessoras,
acarretando em prejuízos paras as subsequentes, principalmente quando
a cultura antecessora passou por algum período de estiagem ou veranico,
o que causa menor decomposição e lixiviação das moléculas aplicadas
no solo. Cada herbicida reage de forma diferente com cada tipo de
solo. Dentre os fatores que podem interferir nessa reação, estão a
persistência do herbicida no solo (relacionada com a meia-vida década
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produto), temperatura e pH do solo, precipitação ou umidade do solo,
presença de microrganismos decompositores das moléculas, entre
outros. Assim, para determinação do período de controle de plantas
daninhas é importante que se saiba o tempo que o herbicida permanecerá
ativo no solo, determinando-se, portanto, o potencial residual desse
herbicida quais problemas isso pode acarretar à utilização agrícola dessas
áreas em plantios subsequentes (KARAN, 2005).
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de herbicidas em culturas para o controle de plantas
daninhas é essencial, mas o mesmo pode acarretar em prejuízos. O
efeito residual deixado no solo após uma aplicação, mesmo que
executada de forma adequada, pode afetar a próxima produtividade
das culturas subsequentes. O controle químico, através do uso de
herbicidas, é o meio mais rápido e eficaz de combate à infestação
de plantas invasoras. Contudo, deve ser ministrado seguindo critérios
definidos por pesquisas, respeitando-se as condições ambientais e
as características inerentes aos produtos. Além disso, se associado a
outros métodos de controle, o uso de herbicidas é vantajoso e seu
impacto ambiental e como agente colaborador da resistência de
plantas daninhas é reduzido drasticamente.
Portanto, é de suma importância o estudo e conhecimento das
plantas daninhas que afetam a área, bem como da herbicidologia.
Além disso, o conhecimento das características físico-química dos
solos é necessário quando se faz aplicação de herbicidas com elevado
poder residual. Diante desse cenário, o papel do engenheiro agrônomo
é de fundamental importância na orientação de funcionários e
produtores, visando à boa prática agrícola no manejo de plantas
daninhas com o emprego de técnicas adequadas. Com boa orientação,
evitam-se gastos desnecessários, reduzindo o impacto ambiental da
atividade agrícola e obtendo-se elevadas produtividades.
4.REFERÊNCIAS
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EFEITOS DO EXCESSO DE LASTRO E DA
PATINAGEM NA COMPACTAÇÃO DO SOLO
BERTOZZO, Daniel1
MENDES, Guilherme1
SANTOS, Jonas1
BARBOSA, Rogério Zanardi2
RESUMO
Com a evolução na área da mecanização agrícola,
consequentemente aumentou se o uso de maquinário dentro das
plantações, isso é um dos principais fatores de compactação do solo.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar, a partir de um a
revisão bibliográfica, os efeitos do excesso de lastro e de patinagem
na compactação do solo. Após a realização do trabalho concluiu-se
que o lastro e a patinagem influenciam significativamente na
compactação do solo sendo, a patinagem influenciada pelo lastro
do trator. No entanto, deve ser bem realizada a lastragem e o índice
de patinagem dos tratores antes do uso no campo.
Palavras chave: equilíbrio, manejo; tipo de solo.
ABSTRACT
With the evolution in the field of agricultural mechanization,
consequently increased the machinery traffic in the plantations, it
1. Alunos acadêmicos do curso de Agronomia/ E-mail: [email protected].
2. Professor do curso de Agronomia/ E-mail: [email protected].
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is one of the main soil compaction factors. This study aimed to
evaluate, from a bibliographical review, the effects of excess ballast
and skating in soil compaction. After completion of the study
concluded that the ballast and skating significantly influence on soil
compaction being, skating influenced by tractor ballast. However, it
should be well performed and ballasting of the tractor slip rate before
use in the field.
Key words: balance; management; soil type.
1.INTRODUÇÃO
Com o passar do tempo houve uma grande evolução em relação às
tecnologias voltadas a área da agricultura, principalmente na área de
maquinários agrícolas. Consequentemente o uso desses maquinários
se tornou intenso e diário em praticamente todos os manejos dentro
das lavouras. Porém, de acordo com estudos já é comprovado que o
tráfego excessivo de máquinas é um dos grandes fatores que
contribuem para a compactação dos solos das lavouras, principalmente
em sistemas de plantio convencional (STRECK; et al,2004).
Por outro lado, vários são os nos métodos de plantio que foram
criados com o objetivo de conservar o solo, como plantio direto e cultivo
mínimo. Mas até esses necessitam de cuidados isso porque, em todos
os sistemas o tráfego de máquinas é indispensável (RALISCH, 2007).
Desde muito tempo, a compactação do solo é um problema grande
e que pode em casos extremos causar a inviabilidade de produção
em uma determinada área, ou ao menos ser muito caro para reverter
o processo (NOVAK; et al, 1992).
A compactação do solo é um problema muito sério causado pelos
maus manejos do solo e por tráfego excessivo de maquinário. Atua
destruindo a estrutura física do solo impedindo ou interrompendo o
desenvolvimento das raízes das plantas, assim diminuindo a produção
da área. Normalmente ocorre primeiramente na camada mais
superior do solo de 0- 10 cm (STRECK; et al,2004).
As máquinas agrícolas são constituídas de várias partes e peças,
sendo que cada uma exerce um papel importante para que a máquina
realize seu trabalho perfeitamente. Dentre essas partes estão os
lastros, que tem o papel de proporcionar a máquina (trator) melhor
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estabilidade, e eficiência de tração (realização de atrito com o solo)
(RINALDI, 2011).
O processo de colocação de lastro em um trator é denominado
lastragem, que consiste em aumentar o peso deste, podendo ser
feita com a colocação de pesos líquidos (colocados nos pneus,
normalmente água), pesos metálicos maciços (colocados na parte
externa das rodas), ou ainda com pesos na estrutura do trator (na
parte frontal, colocação de pneus duplos, dentre outros)
normalmente peças com peso específico (KLAVER, 2013).
Entretanto, o presente trabalho teve como objetivo a partir de
uma revisão bibliográfica ver os efeitos do excesso de lastro e da
patinagem na compactação do solo.
2.DESENVOLVIMENTO
2.1.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A lastragem é um fator que pode influenciar diretamente no
índice de patinagem de um trator, por estar relacionada com o peso
do trator. Onde, seus efeitos podem influenciar além da compactação
do solo, no desempenho operacional, isso levando também em
consideração o tipo de solo e de serviço exercido pelo trator/
implemento (LOPES; et al, 2003).
O lastro e a patinagem estão interligados e são fatores que podem
influenciar no desenvolvimento do serviço pelo trator. Sendo assim,
a falta ou o desequilíbrio entre eles pode acarretar vários problemas
tanto no desenvolvimento do serviço, como economicamente, por
influenciar no gasto de combustível e no desgaste dos pneus (FILHO;
et al, 2010).
Isso se agrava se essas tiverem a quantidade de lastro irregular,
pois o excesso de lastro também significa excesso de peso. Além
disso, pois como o lastro e a patinagem estão ligados, o lastro
irregular vai influenciar na porcentagem de patinagem desse trator.
A patinagem de acordo com pesquisas pode influenciar até mais que
o excesso de lastro na compactação do solo (LOPES; et al, 2005).
O excesso de lastro do trator juntamente com o peso deste
aumenta a pressão sobre o solo fazendo assim com que se diminuam
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macro poros entre as partículas de solo, fazendo assim que esse
fique mais adensado. Podendo se agravar de acordo com o tipo de
solo e a quantidade de vezes que esse trator passa na mesma área
(NOVAK; et al, 1992).
Já a porcentagem de patinagem se da a partir da regulação do
lastro, esta acaba pela forma de agir compactando mais ainda o
solo, pois faz com que a força seja exercida durante um tempo maior
sobre o mesmo local (KLAVER, 2013).
Os solos argilosos possuem menor quantidade de macro poros e
normalmente são mais úmidos, sendo assim mais sensível a
compactação, ou seja, o inverso dos solos arenosos. O grau de
compactação pode variar de acordo com as condições e o tipo de
solo em questão, sendo que esta ocorre de acordo com a pressão
exercida, diminuindo o volume do solo e aumentando sua resistência
a penetrações e a densidade do solo, diminuindo principalmente os
macroporos (por raízes principalmente) (STONE; GUIMARAES;
MOREIRA, 2002).
As consequências são dessa compactação são varias, podendo variar
de acordo as condições do solo, cultura cultivada, implemento/trator.
Acarretando uma diminuição significativa na produção da área pelo
fato das plantas não conseguirem desenvolver plenamente seu sistema
radicular, se agravando com o passar do tempo (BEUTLER; et al, 2006).
Para que não ocorra compactação pelo excesso de lastro ou alto
índice de patinagem, deve se ser feitos cálculos a partir de uma
coleta de valores obtidos após um teste que deve ser feito com o
trator sem e com o implemento, percorrendo uma distância de 50
metros lineares. Isso, para verificar a porcentagem de patinagem,
se esta está acima ou abaixo do indicado levando em consideração o
tipo de solo. Porem, atualmente os implementos já sai das fabricas
com a lastragem certa e com instruções e avisos em relação a estes
itens. No entanto, usa- se a fórmula a seguir:
P(%) =
90
100
·
P(%) – índice de porcentagem;
·
Tc – tempo com carga;
·
Ts – tempo sem carga;
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Após a realização dos cálculos será possível verificar se o índice
de patinagem está dentro dos padrões adequados. Caso não esteja
acima do recomendado deve- se diminuir o lastro do trator, já se
estiver abaixo do recomendado deve- se aumentar a quantidade de
lastro no trator.
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo, concluiu se que a lastragem deve ser bem testada para
que esta fique dentro dos padrões específicos de cada solo e máquina.
Assim, o índice de patinagem provavelmente estará também dentro
dos limites. Isso porque, a patinagem pode ser até mais compactadora
que o excesso de lastro, sendo um causado pelo outro, podendo
ocasionar sérios problemas na área relacionada à estrutura física do
solo (diminuindo a produtividade e dificultando os manejos deste).
4.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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EFICÁCIA DO INSETICIDA ATABRON NO
CONTROLE DE Chrysodeixis includens E
Helicoverpa armigera (LEPIDOPTERA:
NOCTUIDAE)
Ana Flávia Rufino TAMARA¹
Krishna Galvão SANTANA ¹
Marcelo Munhoz Venâncio de OLIVEIRA ¹
José Paulo Gonçalves Franco da SILVA²
RESUMO
As lagartas Crysodeixis includens e Helicoverpa armigera
(Lepidoptera: Noctuidae) estão entre as principais pragas da soja no
Brasil. O objetivo do ensaio foi avaliar a eficiência do inseticida
Atabron, Nomol, Rimon e Match, em diferentes dosagens, no controle
das lagartas, em plantas de soja, sobre condições de campo. Os
inseticidas foram pulverizados após constatação das pragas. Foram
realizadas cinco avaliações, utilizando-se pano-de-batida. Embora
os inseticidas tenham reduzido a quantidade de lagartas, a eficiência
se mostrou baixa. Sugere-se ajustes nas dosagens e na tecnologia de
aplicação, visando melhor a eficiência dos inseticidas.
Palavras-chave: controle químico, Glycine max L., lagarta falsamedideira.
¹ Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF - Garça - SP - Brasil. [email protected]
² Professor do curso de Agronomia da FAEF - Garça - SP - Brasil
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ABSTRACT
Caterpillars Crysodeixis includens and Helicoverpa armigera (
Lepidoptera: Noctuidae) are among the main soybean pests in Brazil.
The objective of the test was to evoluate the efficiency of insecticide
Atabron, Nomol, Rimon and Match at different dosages, in control
of caterpillars in soybean plants on field conditions. Insecticides
were sprayed after finding pest. Five evaluations were performed
using rags-to-beat. Although insecticides have reduced the amount
of caterpillars, the effiency proved to be low. It is suggested
adjustments in the dosage and application technology, aiming at
better efficiency of the insecticides.
Keywords: chemical control, Glycine max L. , false - medideira
caterpillar.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil se destaca como o segundo maior produtor mundial de
soja, Glycine max L. (Merrill), sendo responsável por mais de 85
milhões de toneladas na safra de 2013/2014 (CONAB, 2015). Durante
seu desenvolvimento, a cultura pode ser afetada por diversas pragas,
com destaque para a lagarta-falsa-medideira Chrysodeixis includens
(Walker 1857) (Lepidoptera: Noctuidae), capaz de causar danos à
soja em todas as áreas cultivadas no território nacional (EMBRAPA,
2006). Mesmo com a possibilidade de ocorrência de forma simultânea
com a lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis (Hübner, 1818)
(Lepidoptera: Noctuidae), há relatos de ocorrência isolada,
principalmente nos primeiros estágios de desenvolvimento das
lavouras (PAPA e CELOTO, 2011).
A lagarta C. includens era considerada praga de menor
importância até algumas safras agrícolas atrás, pois seu controle
populacional ocorria de forma natural, através de parasitóides e
fungos entomopatogênicos. Entretanto, as sucessivas pulverizações
de inseticidas vêm afetando o complexo de inimigos naturais da
lagarta, favorecendo surtos populacionais desse inseto (MOSCARDI,
2008). Somado a isso, as pulverizações de fungicidas para controle
da ferrugem asiática e outros fitopatógenos da soja, têm contribuído
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significativamente para a redução de fungos entomopatogênicos
importantes para o controle natural de populações de C. includens
(SOSA-GÓMEZ, 2006).
A lagarta de C. includens apresenta coloração verde-clara,
com linhas brancas longitudinais sobre o dorso e três pares de
pernas abdominais, fazendo com que seu deslocamento seja do
tipo mede palmo (PAPA e CELOTO, 2011). Atinge cerca de 35 mm
de comprimento e o seu ciclo pode durar cerca de 15 dias. Os
adultos possuem as asas anteriores de coloração marrom brilhante
com um pequeno desenho prateado. Em geral, as mariposas
ovipositam mais de 600 ovos sobre a face abaxial das folhas
durante períodos noturnos. As lagartas eclodem após três dias,
medindo cerca de 5 mm de comprimento e passam por seis estádios
de desenvolvimento antes de completarem a fese jovem (PINTO e
SILVA, 2011).
Os danos causados pelas formas imaturas do inseto se
caracterizam pela presença de folhas com aspecto rendilhado, uma
vez que as lagartas não consomem as nervuras das mesmas, e
geralmente ocorrem antes da floração, comumente antecedendo a
ocorrência da lagarta-da-soja (PAPA e CELOTO, 2011). O consumo de
folhas dessa espécie é maior em comparação a A. gemmatalis,
podendo chegar a 200 cm2 (GAZZONI, 2011). No Brasil, seu manejo
vem sendo realizado principalmente através do controle químico
(PAPA e CELOTO, 2011).
Além dessa praga, houve recentemente, a incidência de
Helicoverpa armigera (Hübner, 1805) (Lepidoptera: Noctuidae) em
lavouras do território nacional, o que vem causando enormes
preocupações por parte dos produtores agrícolas (CZEPAK et al.,
2013). A importância dessas espécies se dá pelos danos causados às
plantas, incidência e dificuldade no manejo por métodos tradicionais,
como a aplicação de inseticidas (MENDES e WAQUIL, 2009).
Os danos severos causados por essas pragas na cultura da soja e
sua baixa suscetibilidade a alguns ingredientes ativos, elevam a
importância da escolha do inseticida a ser utilizado, bem como o
emprego da dosagem correta, a fim de oferecer aos produtores uma
estratégia eficaz e ao mesmo tempo duradoura de manejo.
Adicionalmente, a busca por novas moléculas merece ser estimulada,
a fim de ampliar as opções de controle da praga.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Material e Métodos
O ensaio foi conduzido na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão
(FEPE), pertencente à FCA/UNESP de Botucatu, entre os meses de
novembro e fevereiro de 2016. Foi verificada a eficiência de diferentes
dosagens do inseticida Atabron em comparação com os inseticidas
presentes na (Tabela 1), no controle da lagarta-falsa-medideira, C.
includens, e H. armigera em soja. Para tanto, uma área foi semeada
com soja, cultivar ‘Conquista’ no espaçamento de 45 cm entre linhas.
O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com
11 tratamentos e 4 repetições, sendo as parcelas experimentais
constituídas de 5 fileiras de soja com 6 m de comprimento (Figura
1). Durante o ensaio foram mantidos os tratos culturais normalmente
recomendados para a cultura.
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Ao início da incidência das pragas, quando as plantas
apresentavam cerca de 45 dias de idade, as parcelas foram
pulverizadas com os diferentes tratamentos (volume de calda de
200 L/ha), utilizando-se um pulverizador manual experimental
(Modelo Herbicat), propelido por CO2 comprimido, equipado com
quatro pontas de jato leque e com pressão de trabalho de 35 psi
(Figura 2).
Foi avaliado o número de lagartas vivas aos 0 (prévia), 3, 7, 10,
14 e 21 dias após a aplicação (DAA) e para tanto, foram efetuadas
duas amostragens por parcela (4 metros lineares), utilizando-se pano
de batida. Durante o período de avaliações, também foi verificada a
possível fitotoxidez dos produtos sobre as plantas.
A eficácia dos produtos no controle das lagartas foi determinada
através da fórmula proposta por Abbott (NAKANO et al., 1981),
conforme descrição a seguir:
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Os dados obtidos foram analisados através do teste F e as médias
comparadas pelo teste de LSMeans a 5% de probabilidade. Para as análises
foi utilizado o software estatístico SAS 9.2 (SAS INSTITUTE, 2001).
2.2. Resultados e Discussão
A avaliação prévia realizada quando as plantas apresentam cerca
de 45 dias de idade demonstrou que havia infestação suficiente de
C. includens na área, permitindo a realização do ensaio (Tabela 2).
Entretanto, não houve infestação significativa de H. armigera,
inviabilizando assim a contagem dessa segunda espécie durante a
condução do ensaio.
Aos três dias após a aplicação (3 DAA), todos os tratamentos,
com exceção a Rimon na dose mais baixa (15 g i.a./ha), diferiram
do controle em relação ao número de lagartas vivas por pano de
batida. Entretanto, ao verificar a eficiência dos produtos, foi
observado uma baixa eficiência dos tratamentos, sendo inferior a
50% (Tabela 3). Aos 7 DAA, todos os tratamentos diferiram do controle
(Tabela 2), com destaque para Atabron (15 g i.a./ha) e
Atabron+Orthene, que apresentaram os valores mais baixos em
relação ao número de lagartas vivas (5 e 4,75 respectivamente).
Porém, novamente os valores de eficiência dos inseticidas foram
inadequados (abaixo de 53.66%).
Aos 10 DAA, novamente todos os tratamentos diferiram do
tratamento controle em relação ao número de lagartas vivas por
pano de batida. Cabe destacar os produtos Atabron (25 g i.a./ha) e
Nomolt (30 g i.a./ha), que apresentaram eficiência de controle acima
de 70%. Os demais tratamentos apresentaram um acréscimo na
eficiência de controle em relação as avaliações anteriores, com
exceção a Atabron na dose mais baixa.
Nas demais avaliações, 14 DAA e 21 DAA, não houve diferença
entre os tratamentos e os valores de eficiência se mantiveram abaixo
de 55%. Isso sugere que novas aplicações podem ser realizadas após
14 dias da primeira aplicação.
Em relação a eficiência dos produtos, embora tenham atingido
níveis mais satisfatórios apenas aos 10 da aplicação, deve-se levar
em conta que se tratam de inseticidas fisiológicos, que atuam no
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desenvolvimento dos insetos, e que por isso requeerem um certo
intervalo de tempo para reagirem nos insetos. Diante disso, pode-se
sugerir novas investigações a campo, utilizando-se dosagens mais
elevadas de Atabron, assim como novas alternativas relacionadas à
tecnologia de aplicação, como volume de calda, número de aplicações,
bicos de aplicação, utilização de adjuvantes, entre outros.
3. CONCLUSÕES
Nas condições em que o ensaio foi realizado, pode-se concluir
que o inseticida Atabron e os demais testados, reduzem a infestação
de C. includens a campo. Porém, apresentaram baixa eficiência de
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controle (menor que 80%), justificando alterações nas dosagens,
modificações relacionadas à tecnologia de aplicação dos inseticidas
e/ou reaplicações que antecedem 21 dias.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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EFICIÊNCIA DO POTÁSSIO EM NUTRIÇÃO E
ADUBAÇÃO
JANISCH, Paulo Ricardo Santos1
SANINI, Jordan Santos1
GUERREIRO, Gustavo1
RESUMO
A presente pesquisa busca por meios de artigos científicos
e livros um levantamento de informações sobre a eficiência do
potássio, na aplicação de calcário também na adubação. É
levada em conta a transição do K no solo, para desenvolvimento
do cultivar. O manejo correto da adubação potássica pode
minimizar perdas assim como evitar o esgotamento de K do
solo. No Brasil, muitos trabalhos referentes à adubação
potássica apontam para a ausência de resposta a este nutriente
disponível mesmo que a maioria dessas pesquisas seja
desenvolvida em solos com teores de K de médio a alto; outro
aspecto que deve ser levado em consideração é a presença de
plantas de cobertura no sistema que podem influenciar a
resposta a este nutriente.
Palavras-chave: absorção, calagem, disponibilidade de
nutrientes, K trocável, K não-trocável.
2 Docente do curso de Agronomia Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral-FAEF, GarçaSP, Brasil. E-mail:
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ABSTRACT
This research aims by means of scientific articles and books survey
information on potassium efficiency, lime application also in
fertilization. It is taken into account the transition of K in the soil
for farming development. The correct handling of potassium
fertilization can minimize losses as well as to prevent the depletion
of soil K. In Brazil, many works on the potassium fertilization point
to the lack of response to this nutrient available even though most
of such research is developed in soils with K content of medium to
high; another aspect that must be taken into account is the presence
of cover plants in the system which may influence the response to
this nutrient.
Keywords: absorption, liming, nutrient availability, exchangeable
K, K non-exchangeable.
1.INTRODUÇÃO
A forma com que o potássio (K) se liga à matéria mineral sólida
do solo, bem como a energia dessas ligações, dá origem a diversas
formas de K no solo: estrutural, trocável, não-trocável e solúvel
(VILLA; FERNANDES; FAQUIN, 2004; CABBAU et al., 2004). Nos solos,
as formas não-trocáveis, trocáveis e solúveis estão em equilíbrio
dinâmico, de modo que qualquer alteração nos teores de K na solução
do solo provocada pela adubação, absorção pela planta ou perda
por lixiviação, irá alterar os teores das demais formas desse elemento
no solo, principalmente das formas trocável e não-trocável.
O período de maior exigência do K ocorre no estádio de
crescimento vegetativo da soja, apresentando a velocidade de
absorção máxima do nutriente nos trinta dias que antecedem ao
florescimento (Bataglia & Mascarenhas, 1977).
Bataglia e Mascarenhas (1977) e Rosolem (1980) deixam clara a
posição de importância ocupada pelo potássio na nutrição mineral
da soja, destacando que é um dos macronutrientes mais absorvidos
e exportados pela cultura.
Para que os solos esgotados em potássio possam ser recuperados
mediante aplicações de adubos potássicos, existem problemas
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causados em parte pela lixiviação do nutriente (Raij, 1991). Por outro
lado, a seleção de cultivares com maior eficiência em absorver o K
do solo e/ou utilizar o nutriente absorvido, passa a ser alternativa
útil e viável.
Baseando-se em evidências disponíveis, pode-se afirmar que as
variáveis consideradas nos processos fisiológicos que abrangem a
eficiência nutricional, tais como a absorção de um dado elemento,
sua translocação e uso pela planta, sugerem controle genético da
nutrição. Vários autores têm relatado as particularidades do assunto:
Vose (1963); Gerloff & Gabelman (1983); Epstein & Jefferies (1984);
Marschner (1986) e Duncan & Baligar (1990).
Os possíveis mecanismos de controle das necessidades
nutricionais das plantas abrangem a aquisição dos nutrientes do
ambiente, sua movimentação através das raízes e liberação no
xilema, sua distribuição nas plantas e utilização no metabolismo e
crescimento (Marschner, 1986; Mengel & Kirkby, 1987).
Diante das adversidades do meio, os ajustes das plantas, sejam
morfo- fisiológicos, que apresentem respostas diferenciais, quanto
à capacidade de produzir matéria seca com os nutrientes disponíveis,
mantendo a concentração tissular adequada (ou pelo menos, mínima)
podem vir a contribuir com eventual ganho de produção.
Assim, o presente trabalho teve por objetivo estudar o
comportamento de quatro cultivares de soja, quanto à eficiência na
utilização de K, quando cultivados em dois níveis de potássio na
solução nutritiva.
Verifica-se que há concordância de opiniões, colocando o
requerimento de nutrientes como componente necessário à qualidade
e quantidade de produção, seja esta expressa em ganho de matéria
seca ou quantidade de bens produzidos, ao final do período produtivo
da planta.
2.DESENVOLVIMENTO
Com a ampliação do sistema plantio direto, aumentou-se a
necessidade de se conhecer a mobilidade vertical de cada nutriente
no solo principalmente aquelas que afetam diretamente a nutrição
da planta, uma vez que, nesse sistema, os fertilizantes são aplicados
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nos centímetros superficiais, sem incorporação posterior. A
mobilidade dos nutrientes no perfil pode afetar a sua disponibilidade
aos vegetais (Kepkler & Anghinoni, 1996) e as perdas por lixiviação
entre outros fatores (Ceretta et al., 2002). Por isso, também pode
influenciar na escolha das técnicas mais adequadas de fertilização
do solo, como épocas e doses, pois o manejo inadequado da adubação
potássica pode trazer problemas ambientais e, ou, econômicos.
A disponibilidade de K, assim como a capacidade de suprimento
deste nutriente pelo solo, depende da presença de minerais primários
e secundários, da aplicação de fertilizantes e da CTC do solo, além
da ciclagem do nutriente pelas plantas. Em outras palavras, a
disponibilidade depende das formas de K presentes e da quantidade
armazenada em cada uma dessas formas (McLean & Watson, 1985;
Nachtingall & Vall, 1991), aspectos que contribuem na movimentação
e dinâmica do K no perfil do solo.
2.1 Calagem
Baseado em Goerdet (1975) Acredita-se que a relação entre Ca e
Mg deve ser aplicada em 3:1, entretanto novas pesquisas mostram
que a relação ideal não condiz necessariamente nesse numero, mas
na transição do Mg no solo, uma adubação maior por tonelada será
eficaz apenas nesse mecanismo.
A calagem promove o aumento das concentrações de Ca e Mg do
solo, relativamente à do K, podendo reduzir a absorção de K pelas
raízes e provocar sua deficiência (Goedert et al., 1975). No entanto,
a calagem favorece a manutenção do teor de K trocável do solo,
pois aumenta a CTC efetiva e reduz as perdas por lixiviação. Em
certos casos, pode aumentar a disponibilidade de K às plantas mais
do que a de Ca e Mg, devido ao menor grau de atração do K pelas
cargas negativas do solo (Barber & Humbert, 1963).
O balanço ideal de cátions no complexo de troca deve estar
ocupado por 65% de Ca2+, 10% de Mg2+, 5% de K+ e 20% de H+ ,
perfazendo uma saturação igual a 80% (Bear & Toth, 1948). No
entanto, essa proporção é variável com a cultura, o tipo de solo e
também com o nível de saturação por bases. A resposta da soja à
fertilização potássica tem se mostrado dependente da relação
(Ca+Mg)/K trocável nos solos, alcançando as produtividades mais
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elevadas quando seus valores encontravam-se entre 22 e 31
(Mascarenhas et al., 1987; Mascarenhas et al., 1988; Mascarenhas
et al., 2000) ou menores que 40 (Rosolem et al., 1992). Contudo, a
correlação entre o (Ca+Mg)/K trocável no solo e a produção de
matéria seca pelas plantas não tem apresentado resultados
satisfatórios para solos e culturas distintos (Usherwood, 1982).
2.2 Lixiviação no solo
O suprimento de K para as plantas se dá através da solução e dos
sítios de troca dos colóides do solo, que estão em equilíbrio com o K
fixado e o K estrutural dos minerais (Sparks & Huang, 1985).
No entanto, Sparks (1987) relata que o K do solo também pode
ser classificado em função da velocidade com que se disponibiliza
às plantas, sendo considerado K solúvel (prontamente disponível), K
rapidamente trocável, K vagarosamente trocável, e K estrutural
(praticamente indisponível). O tipo de solo pode influenciar nessa
velocidade de suprimento às plantas. Rosolem et al. (1996)
argumentam que as divisões entre as formas de K do solo são
arbitrárias, e deveriam corresponder às diferenças quanto à
disponibilidade deste nutriente às plantas.
Quando se fala em passagem do K da forma trocável para a não
trocável pode ser rápida, dependendo da concentração do nutriente
na solução do solo, fazendo com que seja possível a ocorrência de
perdas por lixiviação das formas inicialmente não disponíveis, devido
à tendência natural de equilíbrio do solo (Rosolem et al., 2006).
2.3 Plantio Direto
Para recomendações de adubação potássica às culturas,
principalmente no sistema de plantio direto, é importante definir a
disponibilidade das diferentes formas de K no solo às plantas (Elkhatib
& Hern, 1988) e suas influências na dinâmica do K no perfil do solo.
Isso porque a aplicação insuficiente de adubo pode levar ao
esgotamento das reservas do solo, e a aplicação excessiva pode
intensificar as perdas, mesmo em solos com média e alta capacidade
de troca catiônica (Ernani et al., 2007a).
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3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado nessa revisão bibliográfica conclui-se em relação ao ciclo
do K, que os fatores idade, cultivar e estado nutricional em K afetam
as relações de eficiência e o índice de utilização de potássio. A
movimentação de K varia com o tipo de solo, além disso, o sistema
de plantio acarreta uma maior movimentação e retenção de umidade
e microrganismos.
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ESCALAS DIAGRAMÁTICAS PARA AVALIAÇÃO DA
SEVERIDADE DE DOENÇAS EM PLANTAS
DUARTE, Danilo Leme
1
DURÃES, Kryssia Taina Araújo
KRUGNER, Lucas de Almeida
IOST, Regiane
2
3
4
RESUMO
A quantificação de doenças de plantas é parte fundamental para
a correta interpretação de estudos de controle e epidemiologia. As
escalas diagramáticas devem ser de fácil aplicabilidade podendo
representar os estágios de desenvolvimento da doença, permitindo
a avaliação imediata. São elaboradas consideram- se aspectos do
patógeno e do hospedeiro. O presente trabalho analisou diversas
escalas diagramáticas de diferentes doenças e elaborou escalas
diagramáticas para a avaliação da ferrugem do cafeeiro. Para tanto
foram coletadas 100 folhas ao acaso no Sítio São Bento localizado
em Garça- SP, e escolhidas 15 com 5 níveis de severidade de 1 a 9
pontos. As escalas diagramáticas são fundamentais na avaliação de
doenças determinando a necessidade ou não de controle da doença.
1
Acadêmico do curso de Agronomia na Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal – FAEF
Garça/SP ([email protected])
2
Acadêmica do curso de Agronomia na Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal – FAEF
Garça/SP ([email protected]
3
Acadêmico do curso de Agronomia na Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal – FAEF
Garça/SP ([email protected])
4
Professora de Fitopatologia, Proteção Florestal e Microbiologia Agrícola na FAEF Garça/SP
Doutoranda em Proteção de Plantas - FCA/Unesp - Campus de Botucatu e Embrapa Meio Ambiente
([email protected])
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PALAVRAS-CHAVE: Epidemiologia; Fitossanidade; Incidência;
Severidade.
ABSTRACT
Quantification of plant diseases is an essential part for the correct
interpretation of studies of control and epidemiology. The
diagrammatic scales should be easy to apply and may represent the
disease development stages, allowing for immediate evaluation. They
consider prepared to aspects of the pathogen and the host. This study
examined a number of diagrammatic scales of different diseases and
developed diagrammatic scales for the assessment of coffee rust.
Therefore, were collected 100 leafs at random in Site São Bento located
in Garça/SP and chosen 15 leafs with 5 levels of severity from 1 to 9
points. The diagrammatic scale is critical in the assessment of disease
determining whether or not to control the disease.
KEYWORDS: Epidemiology; Phytosanity; Incidence; Severity.
1.INTRODUÇÃO
A quantificação de doenças de plantas é parte fundamental para
a correta interpretação de estudos de controle e epidemiologia. A
fitopatometria é uma ferramenta que visa analisar e avaliar os
sintomas e sinais (Cunha, 2001) podendo assim estudar a
epidemiologia e o progresso da doença, avaliando a eficiência e
resistência dos patógenos, facilitando assim a diagnose e
determinação de manejo adequado em épocas de maior incidência,
eficiência de defensivos e determinação de perdas (Moraes, 2015).
As doenças podem ser quantificadas em métodos diretos; onde se
avalia os sintomas, sinais, incidência, severidade, intensidade,
distribuição do patógeno na planta e os efeitos causados. E métodos
indiretos, onde se avalia a população do patógeno.
Os diagramas consideram as lesões, tamanhos, estádios,
distribuições e níveis de severidade da planta, representando-as
graficamente o formato do órgão afetado, levando em consideração
as características do patógeno e da doença, sendo possível realizar
avaliações precisas. Tais dados permitem a construção de escalas
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diagramáticas e curvas de progresso da doença (Alves; Nunes, 2012).
Devendo se considerar as características da doença e do hospedeiro.
2.DESENVOLVIMENTO
Uma escala diagramática é a representação gráfica de uma série de
plantas, ou partes de plantas com sintomas em diferentes níveis de
severidade da doença. Para elaboração da escala diagramática consideramse os limites inferiores e superiores, correspondendo à quantidade máxima
e mínima da doença, considerando as limitações em que se distinguem
claramente as informações de campo (Martins, et al., 2004).
As doenças são quantificadas em métodos diretos e indiretos. A
quantificação em métodos diretos é realizada pelos parâmetros de
incidência; severidade e intensidade; onde incidência é o parâmetro
simples e de maior facilidade em uma amostra e consiste na
frequência ou porcentagem de plantas doentes; severidade são
parâmetros em que se observam os sintomas e sinais visíveis em
porcentagem da área lesionada, sendo o mais apropriado para
quantificar doenças foliares; e intensidade são o nível e estádio da
doença, compreendendo incidência e severidade. E métodos indiretos
se avaliam a infestação e propagação do patógeno estimada em
população. Este método vem ser utilizado quando os sintomas são
diminuição de vigor e produção.
As estratégias fundamentais para avaliação e definição de
desenvolvimento são:
·
Chaves descritivas que para quantificar a severidade da
doença utilizam escalas arbitrárias com número de graus;
·
Análise de imagem que consiste na transferência de imagens
de câmara ou vídeo para microcomputador gerando uma visão para
avaliação das áreas doentes e sadias;
·
Escalas diagramáticas que são a principal ferramenta de
avaliação onde representam série de plantas com sintomas em
diferentes níveis de severidade em ilustrações;
·
Sensoriamento remoto obtido por câmaras e sensores de
satélites proporcionando resultados promissores.
A escala diagramática para determinação do grau de severidade
da ferrugem (Hemileia vastatrix) do cafeeiro foi desenvolvida a partir
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da coleta manual ao acaso de folhas doentes de Coffea arábica L. cv
Mundo Novo ao longo de toda a plantação, localizada no sítio São
Bento, cidade de Garça-SP. Foram coletadas e avaliadas 100 folhas,
e escolhidas 15 para representar a escala proposta, onde o índice de
severidade varia de 1 a 9 pontos com 5 níveis de severidade. As
folhas foram avaliadas por diferentes pessoas, e todas apresentaram
resultado satisfatório e próximo à escala proposta.
Após a separação, as folhas foram colocadas em uma cartolina
branca e cobertas utilizando papel autoadesivo transparente. Foram
feitas 3 linhas com 5 folhas em cada linha, sendo a primeira e a
terceira linha demonstrando a parte abaxial, onde aparecem os sinais
da doença, e a segunda linha apresentando a parte adaxial da folha,
onde fica visível a necrose do tecido nos diferentes níveis de
severidade (Fig. 1).
Ferrugem do cafeeiro
1 - Sem doença (ou sem sinais visíveis)
3 - 1% a 15% de severidade
5 - 16% a 30% de severidade
7 - 31% a 45% de severidade
9 - (o nível mais alto) >46% de severidade
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Outras escalas diagramáticas estão representadas nas figuras
abaixo (Fig. 2, 3, e 4).
Mancha ocular em milho
0,9% de severidade
18% de severidade
2% de severidade
32% de severidade
4% de severidade
51% de severidade
9% de severidade
Mancha do alvo da soja
1% de severidade
19% de severidade
2% de severidade
33% de severidade
5% de severidade
52% de severidade
9% de severidade
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3.CONCLUSÃO
As escalas diagramáticas são métodos simples e eficazes para a
diagnose visual da severidade das doenças, porém para serem
propostas como método seguro e preciso, as escalas diagramáticas
já devem ter sido testadas e validadas por diversos profissionais
para correção de seus índices em caso de resultados insatisfatórios.
4.REFERÊNCIAS
ALVES, S. A. M.; NUNES, C. C. Metodologia para elaboração de escalas
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ESPÉCIES EXÓTICAS ARBÓREAS NA PRAÇA
ISABEL ARRUDA EM BOTUCATU-SP
Marcos Vieira FERRAZ1
Lucas Tombi SCARAMUZZA2
RESUMO
A presença de espécies arbóreas exóticas em praças municipais
merecem maior atenção. Muitas dessas espécies podem servir como
disseminadoras de sementes a menor ou maior distância da planta
que as originou, provocando, assim, uma invasão dessas espécies
no município, e com isso, tornarem-se um problema local.
Objetivou-se o levantamento das espécies exóticas na Praça Isabel
Arruda, no município de Botucatu-SP. A maioria das árvores são de
porte elevado, ao exemplo de Dillenia indica, Jacaranda
mimosifolia, Michaelia champaca e Magnolia grandiflora. A Praça
Isabel Arruda possui um total de 109 indivíduos arbóreos,
distribuídos em 26 diferentes espécies, onde destaca-se a sibipiruna
(Caesalpinia pluviosa), nativa, sendo representada por 24
indivíduos, seguida de jacarandá-mimoso (Jacarandá mimosifolia),
exótica, com 06 indivíduos. Desse total de espécies, 85 são de
origem nativa e 24 são de origem exótica.
Palavras chave: praça, árvore exótica, árvore nativa.
1
Engenheiro agrônomo, Professor Substituto, Departamento de Horticultura, FCA/UNESP, Rua José
Barbosa de Barros, 1780, Botucatu, SP, CEP 18610-307. [email protected]
2
Engenheiro Agrônomo, Coordenador do Curso de Agronomia da FAEF, Garça-SP
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ABSTRACT
The presence of exotic tree species in municipal squares deserve
greater attention. Many of these species can work as seed
disseminators from close or far from the plant that it were
originated, thus causing an invasion of these species in the
municipality and thereby become a local problem. The objective
of this survey was to identify the exótic species at Isabel Arruda
Square, in Botucatu-SP. Most of the trees are high-sized, like Dillenia
indica, Jacaranda mimosifolia, Michaelia champaca and Magnolia
grandiflora. The Isabel Arruda Square has a total of 109 trees, spread
over 26 different species, where there is the sibipiruna (Caesalpinia
pluviosa), native, represented by 24 individuals, followed by
Jacaranda mimoso (Jacarandá mimosifolia), exotic, with 06
individuals. Of these species, 85 are native origin and 24 are of
exotic origin.
Key words: square, exotic tree, native tree
1. INTRODUÇÃO
No momento atual, algumas praças e jardins no município de
Botucatu, SP, estão sendo reformadas. Alguns estudos estão sendo
feitos pelo poder público local, no intuito de se conhecer e/ou
acompanhar o desenvolvimento das espécies, principalmente
arbóreas e exóticas, já existentes, que compõem estes espaços
públicos e a arborização urbana municipal.
Uma das preocupações diz respeito à origem destas espécies e
têm como intuito verificar, através de levantamentos
fitossociológicos, a sua origem. Essas árvores, através da
disseminação de suas sementes, podem servir como fonte de
propágulos das espécies arbóreas invasoras do ambiente urbano.
Ziller et al. (2004) comentam que espécies exóticas invasoras
são aquelas que ocorrem numa área fora de seu limite natural
historicamente conhecido, como resultado de dispersão acidental
ou intencional por atividades humanas.
As possíveis origens dessas espécies invasoras podem ser as praças
e jardins municipais. Entende-se que uma praça é, ou não, uma área
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verde, e têm a função principal de lazer, e que havendo vegetação é
considerado jardim (BORTOLETO, 2004).
Portanto, objetivo deste trabalho foi identificar as espécies
arbóreas exóticas introduzidas no paisagismo da Praça Isabel Arruda,
que fica localizada no Centro do município de Botucatu, SP.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Material e métodos
A Praça Isabel Arruda localiza-se compreendida entre as ruas
José Dal Farra, Dr. Costa Leite, Major Leônidas Cardoso e Avenida
Santana, sendo dividida, ao meio, pela Avenida República do Togo,
no município de Botucatu, SP, situado a 22º53’09" de latitude sul,
48º26’42" de longitude oeste (WIKIPÉDIA, 2015).
Identificou-se e levantou-se as espécies in loco com posterior
confirmação de algumas espécies que no local apresentaram dúvidas,
comparando-se as excicatas com a literatura especializada na
Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal (BRUMMITT e
POWELL, 1992; LORENZI, 1992; APG II, 2003; SOUZA e LORENZI, 2008).
2.2 Resultados e discussão
A Praça Isabel Arruda possui um total de 109 indivíduos arbóreos,
distribuídos em 26 diferentes espécies, onde destacam-se a sibipiruna
(Caesalpinia pluviosa), nativa, sendo representada por 24 indivíduos,
seguida de jacarandá-mimoso (Jacarandá mimosifolia), exótica, com
06 indivíduos. Desse total de espécies, 85 são de origem nativa e 24
são de origem exótica.
A altura média calculada dos vegetais foi de sete metros e
sessenta e sete centímetros. A Caesalpinia ferrea (pau-ferro) foi a
espécie de maior porte, com 19 metros de altura.
A distribuição de todas as espécies arbóreas exóticas presentes
na Praça Isabel Arruda, do município de Botucatu, SP, são
apresentadas na tabela 1, e as espécies arbóreas nativas são
apresentadas na tabela 2.
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A Praça apresenta um percentual de 22% para espécies exóticas, o
que pode ser considerado como sendo um valor elevado quando
comparado com as espécies nativas. Os valores percentuais comparativos
entre as origens das espécies são apresentados no quadro 1.
3. CONCLUSÃO
Há grande influência de plantas exóticas na Praça Isabel Arruda,
no município de Botucatu, SP.
A área do estudo apresenta uma população de 109 espécies, sendo
que 24 delas são exóticas.
A espécie de maior ocorrência entre as nativas foi a sibipiruna
(Caesalpinia pluviosa), sendo representada por 24 indivíduos.
A espécie de maior ocorrência entre as exóticas foi o jacarandámimoso (Jacaranda mimosifolia), com seis indivíduos.
4. REFERÊNCIAS
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ESTUDO DA MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA NA
MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL
CONCEIÇAO, Fernando S1
OLIVEIRA, Marcelo M.V1
CHRISTIAN Norberto V.R.M
1
BARBOSA, Rogério Zanarde
2
RESUMO
Com o aumento populacional ao longo dos anos, os setores
de produção, pesquisas e tecnologia tiveram que se adaptar
rapidamente, para suprir a demanda de alimentos que havia
sendo requerida. Isto fez com que muitos avanços nas áreas
tecnológicas fossem incentivados, logo surgiram novas
tecnologias que serão apresentadas nesta revisão enfatizando
a grande contribuição destes setores para a produção de
maquinas de implementos agrícolas, visando relatar o grande
aumento na produção de grãos, que só foi possível devido a tal
avanço.
Palavras Chaves: Evolução tecnológica, Equipamento,
Implemento, Maquinas, Produtividade.
1
Discentes do curso de Agronomia e Engenharia Florestal, Faculdade de Ensino Superior e Formação
Integral-FAEF, Garça-SP, Brasil. E-mail: [email protected], [email protected],
[email protected].
2
Docente do curso de Agronomia Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral-FAEF, Garça-SP,
Brasil. E-mail: [email protected].
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ABSTRACT
With the increase in population over the years, the sectors of
production, research and technology had to adapt quickly to supply
the demand for food that was being required. This made many
advances in technology areas being encouraged, soon came new
Technologies that Will be presented in this review with emphasizes
in the great contribution of these sectors to the production of
agricultural implements machines, with aim to report the large
increase in grain production, which was only possible because such
development.
Key words: technological evolution, equipment, Implement,
Machine tools, Productivity.
1.INTRODUÇÃO
O aumento populacional mundial ao decorrer dos anos tem gerado
grandes preocupações em relação ao abastecimento de alimentos
para suprir a demanda e paralelo a isto, também houve um grande
avanço da ciência para poder contribuir com a tentativa de maximizar
o setor de produção de alimentos em todo o mundo, contribuindo
também na mecanização agrícola. Tal evolução científica permitiu
ao homem a produção de alimentos em larga escala 3e que também
reduziu o trabalho manual, o uso da tração animal e aumento do
trabalho mecanizado bem como o uso de tratores.
Segundo ZERBINATI (2011), o fator do sucesso na agricultura é
devidamente advindo de vários estudos que permite sempre buscar
melhoras na produção. Os mesmos autores ainda relatam o aumento
no uso de máquinas agrícolas ao longo dos anos nos sistemas de
produção e a procura de produtores rurais que investem no campo
ao adquirirem tratores e implementos.
De acordo com dados da ANFAVEA, (2006), no ano de 1970 as
indústrias no Brasil que fabricavam tratores, ao longo do ano
venderam 16,7 mil unidades para os produtores e em 1971 um grande
aumento chegando a 25,5 mil. Com a grande demanda, em 1980
foram fabricadas no território brasileiro 7,478 tratores, sendo um
recorde. Já nos anos 2000 até 2004 as unidades vendidas passam de
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35, 5 mil para 69,4 mil unidades de máquinas agrícolas
respectivamente, respondendo no aumento de áreas cultivadas e
alta elevação no setor de grãos onde, a soja teve um crescimento de
39,8% na Região Sul e 66,1% na região Centro-Oeste.
As grandes fabricantes de máquinas e implementos ao observarem
o aumento constante nas vendas, vêm cada vez mais investindo em
novas tecnologias como, maior potência das máquinas, melhor
conforto e estabilidade para o operador e buscando melhorias sem
atacar o meio ambiente e que possa atingir a demanda de produção
de alimentos.
O presente trabalho objetiva levar informações, através de
levantamentos bibliográficos, o avanço da mecanização agrícola,
apresentando as tecnologias do mercado neste setor, a grande
contribuição da ciência para produção de máquinas e implementos,
e relatar o aumento da produtividade de grãos nos últimos anos que
só foi possível em tão pouco tempo, devido sua evolução tecnológica.
2.DESENVOLVIMENTO
2.1.REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Neto (1985), a mecanização agrícola se iniciou no Brasil
por conta da instalação da indústria de tratores em 1959, quando o
Plano Nacional da Indústria de Tratores de Rodas foi instituído e as
primeiras unidades começaram a ser produzidas no ano seguinte
(1960). Várias tentativas governamentais, anteriormente a este
acontecimento, foram realizadas com o objetivo de proporcionar
uma maior independência de importação maquinário, sendo que,
até então, nosso mercado era suprido por uma grande variedade de
máquinas de todos os modelos e origem.
Um dos motivos que mais ajudou para o surgimento e a
viabilização das indústrias de tratores no Brasil foi à implantação da
indústria automobilística (ocorrida nos anos 50) e a consequente
expansão do setor de autopeças, que se apresentou em primeira
fase, uma admissível capacidade de inatividade (NETO, 1985).
Ainda para Neto (1985), as providências por parte do governo
Federal, encadeado pelo efetivo início da produção de tratores
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agrícolas no Brasil, vieram com a Resolução nº 224, de 1959, do
Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), onde frisou as
determinações técnicas para cada categoria de trator de rodas a ser
produzido pelas empresas. Inicialmente foram apresentados vinte
projetos com diversas propostas e justificativas, sendo que apenas
dez foram aprovados pelo Geia, que ressaltava como exigência
importante, o emprego do motor diesel, a participação de capitais
nacionais no empreendimento, o cumprimento dos índices de
nacionalização dentro dos prazos estabelecidos e fixados etc. Dos
dez projetos aprovados, apenas seis foram aptos a se efetivarem.
Decorrente a esses acontecimentos, em 1960 se registrava um
total de trinta e sete tratores de rodas de média potência produzido,
sendo que trinta e dois pela Ford e cinco pela Valmet. Observando
assim, a predominância de empresas subsidiárias de outras empresas
estrangeiras nesse setor industrial (NETO, 1985).
De acordo com o Portal do Agronegócio (2015), houve uma grande
melhoria na adaptação de equipamentos com mais precisão em sua
funcionalidade e no resultado de todo trabalho no campo, após essas
mudanças industriais na mecanização. As vantagens ocorreram
principalmente no plantio, possibilitando assim colheitas mais
rápidas, permitindo o cultivo de mais de uma safra anualmente.·.
O setor de maquinário agrícola passa por uma fase de
modificação, acarretando no aumento cada vez mais da fabricação
de equipamentos com maiores níveis de tecnologia e estrutural,
devido ao crescimento da agricultura de precisão. A tendência é que
ocorra, de forma gradual, as substituições de algumas máquinas por
um menor número de tratores ou colhedoras, porém com melhor e
maior desempenho e rapidez. (PORTAL DO AGRONEGÒCIO, 2015).
Segundo Celeres (2014), a mecanização agrícola, além criar
condições favoráveis para as atividades de campo, é atualmente
uma necessidade. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), a população rural é economicamente ativa
(trabalhadores rurais) no Brasil, sofreu uma redução de 16% entre
2005 e 2011. De 64% do total populacional do País em 1950 a
população rural caiu para 16% em 2010, observando assim que hoje
existe um menor número de pessoas que habitam e vivem no campo,
e que produz alimento para uma crescente população urbana.
É importante ressaltar que o crescimento da produção agrícola,
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foi bastante relevante e expressivo nas últimas décadas no CentroOeste, Norte e Nordeste do Brasil. Por serem áreas com menores
populações e grandes áreas de cultivo ativo, acaba aumentando-se
a necessidade de mecanização adequada e funcional no campo.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB),
o Brasil em 2013/2014 colheu 193 milhões de toneladas de grãos,
significando no aumento de quase 70% em uma década. No mesmo
período houve uma expansão de 16% de área cultivada (CELERES,
2014).
Segundo a Fealq (1979), começou ser implantada a partir de
1966 a indústria de colheitadeiras no Brasil, com uma maior
concentração de unidades indústrias de produção na região Sul do
País. Pelo surto e rápido crescimento da produção de soja nessa
região, além da consorciação do mesmo com trigo nesta região, a
demanda por esse maquinário agrícola foi impulsionada inicialmente,
o que explica a concentração locacional industrial. Porém, a partir
da década de 70 essa indústria ganhou maior impulso, com o aumento
da exportação de cereais e de grãos a agricultura brasileira,
principalmente as localizadas nas regiões Sul e Sudeste, que já vinha
automatizando suas fases de etapas produtivas através da utilização
de cultivadores motorizados, juntamente com tratores e de seus
implementos, passou, a partir de então, a incorporar
progressivamente as colheitadeiras automotrizes.
De acordo com Moreira (2009), na safra de 2008/2009 constatou
um índice de 49,1% de colheita total utilizando colheitadeiras no
estado de São Paulo, com a soma de 3.9 milhões de hectare (há) de
área colhida, demonstrando um aumento de 15 mil (há) comparado
com a safra de 2007/2008.
Além da pressão de ambientalistas a colheita mecanizada também
foi influenciada pela diminuição de custo de 15% e 20% menor quando
comparada a colheita manual (BATISTA, 2007).
Para Neto (1985), a grande variedade de tipos, modelos e
especificações, assim como a enorme diversidade de
estabelecimentos que as fabricam, o último segmento da indústria
de máquinas agrícolas, os implementos agrícolas, constitui-se em
um dos mais difíceis de ser definido e estudado. O espectro desses
produtos inclui desde pequenas ferramentas de uso manual como
enxadas, pás, foices, passando por grades e arados dos mais diversos
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tamanhos e modelos, até equipamentos com maior grau de
complexidade tecnológica, como por exemplo, as modernas máquinas
de plantio direto.
Visto que, na maioria das vezes são utilizados junto com os
tratores, os implementos agrícolas, principalmente aqueles mais
sofisticados, tem sua produção e, consequentemente, suas vendas
vinculadas ao desempenho da demanda de tratores agrícolas
comprados e produzidos. Neste sentido, observa-se que o mercado
de implementos não tem uma dinâmica própria, sendo bastante
dependente do mercado de tratores agrícolas. Em relação ao conjunto
das empresas que compõem este segmento industrial, destaca-se a
ampla diversidade dos tipos de organizações produtivos, tendo como
exemplo pequeno, médio e grandes empresas; simples oficinas de
origem familiar com processos semi-artesanais até fábricas complexas
que se utilizam de equipes especializadas em projetos (NETO, 1985).
3.CONCLUSÃO
A modernização e os avanços tecnológicos na mecanização
agrícola permitiram um grande aumento da produtividade nas últimas
décadas centuplicando a produção de grãos, mas ainda é um grande
desafio para cumprir a demanda de alimentos. Com base nas
informações, conclui-se que este setor está em expansão, entretanto,
é necessário que se tenha ciência para a utilização de maquinários
agrícolas de forma que possa preservar o meio ambiente e que o
produtor possa ter mais informações sobre as novas tecnologias neste
setor para melhorar a produtividade.
4.REFERENCIAS
MOREIRA, R. (2009) – As inovações tecnológicas no campo. Disponível
em <http://monografias.brasilescola.uol.com.br/agriculturapecuaria/as-inovacoes-tecnologicas-no-campo.htm> Acessado em
15/09/2016.
BATISTA, F. (2007) – Comércio de colheitadeiras para cana vai crescer
70%. Disponível
em
<http://www.paginarural.com.br/
noticias_detalhes. php?id=75119> Acessado em 14/09/2016.
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FEALQ, I. - Ipea Fealq-IEA-Esalq - Estudo nacional de máquinas
agrícolas. São Paulo fev. 1979, v.1, Estrutura industrial.
NETO, J. Amato – A indústria de máquinas agrícolas no Brasil - origens
e evolução. São Paulo jul. 1985, vol.25 no.3, Revista de
Administração.
CELERES, (2014) – O setor de máquinas agrícolas no Brasil – evolução
nos últimos anos e perspectivas. Disponível em <http://
www.celeres.com.br/o-setor-de-maquinas-agricolas-no-brasilevolucao-nos-ultimos-anos-e-perspectivas> Acessado em 12/09/2016.
PORTAL DO AGRONEGÒCIO, (2015) – Evolução das tecnologias
agrícolas. Disponível em <http://www.portaldoagronegocio.com.br/
noticia/agricultura-precisao-2101/evolucao-das-tecnologiasagricolas-130496> Acessado em 14/09/2016.
ZERBINATI, Matheus T. (2011) – Mecanização agrícola – história e as
tendências do mercado. Disponível em <https://
agrimanagers.wordpress.com/2011/05/28/mecanizacao-agricolahistoria-e-as-tendencias-do-mercado/> Acessado em 13/09/2016.
ANFAVEA ,(2006) – Máquinas agrícolas. Disponível em <http://
www.anfavea.com.br/50anos/154.pdf> Acesso em 28/09/2016
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ETANOL: SUAS MATÉRIAS-PRIMAS E A QUÍMICA
EM SUA PRODUÇÃO
Alex COIMBRA 1
Lucas SANTOS¹
Matheus FERREIRA ¹
Juliana Iassia GIMENEZ2
RESUMO
O etanol, o qual pode ser produzido a partir de várias matériasprimas, vem sendo amplamente estudado desde que pesquisas
revelaram que ele pode substituir o petróleo, matéria fóssil que
pode esgotar
Palavras-chave: etanol, combustível, matéria-prima
ABSTRACT
Ethanol, which can be produced from various raw materials, has
been widely studied since research has shown that he can replace
oil, fossil matter that may exhaust
Keywords: ethanol, fuel, raw material
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]; [email protected]; [email protected];
2
Docente dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
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1.INTRODUÇÃO
Desde a crise petrolífera que atingiu o mundo na década de 70
(1970) é constante a busca por novas fontes de combustíveis que
possam competir com os derivados de petróleo existentes no mundo
e que possam substituí-las.
Consequentemente reduzir a quantidade de CO2 entre outros
gases que que desde a era da industrialização tem-se concentrado
cada vez mais na atmosfera terrestre, pela utilização desta matéria
fóssil.
Com isso o etanol tem sido estudado por diversas pesquisadores
mundo a fora, como o futuro substituto dos combustíveis fósseis, e
também substituto para indústrias químicas que usam derivados de
petróleo.
Este que pode ser obtido através da cana-de-açúcar, sorgo
sacarino entre outras matérias como milho, beterraba, cereais.
Neste contexto, o etanol tem sido tema de estudo de diversos
pesquisadores em todo o mundo, colocando-o como o futuro
substituto dos combustíveis fósseis, e também substituto para
indústrias químicas que usam derivados de petróleo.
O objetivo deste trabalho é apresentar o etanol, matérias-primas
que podem ser utilizadas para a sua produção, e descrição do processo
químico empregado na sua fabricação.
2.DESENVOLVIMENTO
De acordo com SIAMIG (2016), com a crise do petróleo em 1975
criou-se o primeiro programa mundial usando o álcool (etanol) como
combustível no Brasil, visando o uso alternativo deste combustível
em substituição ao petróleo e seus derivados.
O Proálcool em 1975 (Decreto nº 76.593), tinha o objetivo de
estimular a produção do combustível, abastecendo o mercado interno
e externo. De acordo com o decreto, a produção oriunda da canade-açúcar, da mandioca ou de qualquer outro insumo deveria ser
incentivada por meio da expansão da oferta de matérias-primas,
com especial ênfase no aumento da produção agrícola, na
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modernização, na ampliação e instalação de novas unidades
produtoras e na construção de unidades armazenadoras (NOVA CANA,
2016).
O etanol é o álcool etílico (C2H5OH) produzido desde os tempos
antigos pela fermentação dos açúcares encontrados em produtos
vegetais, como (cereais, beterraba e cana). Ainda hoje, boa parte
do etanol industrial é feita por meio da fermentação (BASTOS, 2007).
Diversas são as matérias-primas utilizadas na produção de etanol,
as quais podem ser divididas em três categorias de acordo com a
composição: sacaríneos, amiláceos e celulósicos.
Entre os produtos chamados sacaríneos, assim conhecidos por
possuírem majoritariamente o açúcar sacarose, que dá origem ao
etanol, citam-se a cana-de-açúcar, sorgo sacarino (colmo), beterraba,
sucos de frutas em geral, entre outros. Com relação aos amiláceos,
que possuem esse nome por conterem majoritariamente o amido,
mencionam-se a mandioca, cereais de um modo geral, sorgo (grãos),
batata e babaçu (mesocarpo). A outra categoria é a de matériasprimas celulósicas, na qual o etanol é produzido a partir da celulose
existente em sua composição, na qual se destacam o eucalipto,
marmeleiro, serragem, bagaço de cana, pericarpo de babaçu, casca
de arroz, entre outros (OLIVEIRA; SERRA; MAGALHÃES apud MACEDO
(1993).
O novo conceito de etanol (ou bioetanol) corresponde a sua
fabricação utilizando como matéria-prima a biomassa lignocelulósica.
O conceito de biorrefinarias emergem como fundamentais para a
expressiva ampliação pretendida da produção de etanol
(BASTOS,2007).
De acordo com NOVA CANA (2016), o etanol não é um produto
encontrado na natureza, para que possa obtê-lo é necessário extraílo de outras substâncias, sendo a forma de obtenção mais simples
através de moléculas de açúcar encontradas em vegetais como canade-açúcar, milho, beterraba, batata, trigo e mandioca.
O processo chamado fermentação consiste basicamente em
adicionar ao caldo da cana-de-açúcar micro-organismos que quebrem
moléculas de açúcar (C6H12O6), transformando-as em duas moléculas
de etanol (C2H5OH) mais duas moléculas de gás carbônico (CO2).
São etapas da produção do etanol:
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- Lavagem: A cana de açúcar, chegando às usinas é colocada em
uma esteira rolante, onde é submetida à lavagem para retirada de
poeira, areia, terra e outros tipos de impurezas. Na sequência, a
cana é picada e passa por um eletroímã, que retira materiais
metálicos do produto.
- Moagem: Nesse processo, a cana é moída por rolos trituradores,
liberando um líquido denominado melado. Cerca de 70% do produto
original forma o melado, enquanto 30% constitui a parte sólida
transformando-se em bagaço. Do melado, é dada continuidade ao
processo de fabricação do etanol, enquanto o bagaço pode ser
utilizado para geração de energia na usina, através de sua queima.
- Eliminação de impurezas: Para eliminar os resíduos presentes
no melado (restos de bagaço, areia, etc.), o líquido é passado por
uma peneira, sendo posteriormente encaminhado para repouso em
um tanque, fazendo com que as impurezas se depositem ao fundo –
processo chamado decantação. Depois do processo de decantação,
o melado puro é extraído e recebe o nome de caldo clarificado. O
último processo de extração de impurezas é a esterilização, em que
o caldo é aquecido para eliminar os micro-organismos presentes.
- Fermentação: Finalmente puro, o caldo é levado a dornas
(tanques) no qual é acrescentado fermento com leveduras (fungos
ou mais frequentemente a levedura Saccharomyces cerevisiae). Esses
microrganismos se alimentam do açúcar presente no caldo, ou seja,
quebram as moléculas de glicose, liberando etanol e gás carbônico.
O processo de fermentação cerca de 24 horas, e como resultado
produz o vinho, chamado também de vinho fermentado, que possui
leveduras, açúcar não fermentado e cerca de 10% de etanol.
- Destilação: Estando o etanol misturado ao vinho fermentado,
o próximo passo é separá-lo da mistura. Neste processo, o líquido é
colocado em colunas de destilação, nas quais ele é aquecido até se
evaporar. Na evaporação, seguida da condensação (transformação
em líquido), é separado o vinho do etanol, ficando pronto o álcool
hidratado, usado como etanol combustível, com grau alcoólico em
torno de 96%.
- Desidratação: Do álcool hidratado é necessário retirar a água
contida nele para finalmente se obter o álcool anidro, para a
desidratação, um solvente é colocado ao álcool hidratado, o qual
mistura-se apenas com a água e os dois são evaporados juntos. Outros
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sistemas, chamados peneiração molecular e pervaporação, utilizam
tipos especiais de peneiras que retêm apenas as moléculas da água.
Após ser desidratado, surge o álcool anidro, com graduação alcoólica
em cerca de 99,5%, o qual é utilizado isolado ou misturado à gasolina,
como combustível.
Segundo OLIVEIRA et al. (2012) a produção de etanol a partir da
beterraba é idêntica ao processo de produção a partir da cana-deaçúcar, enquanto o processo de produção a partir da mandioca, batata
doce e milho necessita da etapa de conversão do amido em açúcares
solúveis, o qual é realizado por meio do cozimento destes com
enzimas que realizam a quebra.
De acordo com NOVA CANA (2016) existem outros processos para
a obtenção de etanol, tais como:
- Hidratação do etileno (gás incolor obtido no aquecimento da
hulha – tipo de carvão mineral), o qual consiste na síntese química
entre as moléculas de água (H20) e moléculas do etileno (C2H4),
resultando no etanol (C2H6O). Esse método, controlado em laboratório,
utiliza ácidos como catalizadores, como o ácido sulfúrico (H2SO4), ou
o ácido fosfórico (H3PO4), que possibilitam a ocorrência da reação;
- Redução do acetaldeído (composto orgânico de fórmula C2H4O).
Também chamado de etanal, o acetaldeído possui estrutura molecular
muito semelhante ao álcool etílico, diferindo apenas pela ausência
da hidroxila (OH-). Com a ação de um agente redutor, o acetaldeído
ganha um íon de hidrogênio (H+) que se liga ao oxigênio formando a
hidroxila, e consequentemente, o etanol. A matéria-prima deste
processo costuma ser o acetileno (gás incolor de forma C2H2), que
em processo de hidratação produz o acetaldeído, que finalmente
produz o etanol.
3.CONCLUSÃO
Verifica-se com esta revisão, a existência de diversas matériasprimas para a produção de etanol, demonstrando a possibilidade da
total substituição dos combustíveis fósseis, os quais constituem uma
fonte não-renovável.
Salientamos a necessidade de pesquisas para o desenvolvimento
de manejo mais prático e viável, para que se possa atrair novos
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produtores destas matérias-primas visando a produção do etanol.
Com tudo isso, chegamos à conclusão das diferentes formas da
geração do etanol, nos mostrando diferentes mercados, abrindo mais
a visão para um futuro em que o combustível fóssil não será mais
uma opção. E ao sabermos de todos esses fatos, facilitamos o
entendimento e a forma de se enxergar esse mercado, juntamente
com a possibilidade de pesquisas para manejos mais práticos e viáveis
para que se possa atrair novos produtores para destinarmos essas
culturas alternativas para a obtenção do etanol.
4. REFERÊNCIAS
BASTOS, V. D. Etanol, alcoolquímica e biorrefinarias. Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social Setorial, Rio de Janeiro,
n. 25, p. 5-38, 2007.
NOVA CANA. Nova Cana: Tudo sobre etanol, cana, açúcar e cogeração.
Disponível em:
https://www.novacana.com/estudos/
contextualizacao-historica-do-etanol-120913/. Acesso em 19 de
setembro de 2016.
NOVA CANA. Nova Cana: Tudo sobre etanol, cana, açúcar e cogeração.
Disponível em: https://www.novacana.com/etanol/fabricacao/.
Acesso em 19 de setembro de 2016.
SIAMIG, Associação das Industrias Sucroenergéticas de MG. Disponível
em:
http://www.siamig.com.br/index.php?option=com
_content&view=article&id=79&Itemid=77. Acesso em 19 de setembro
de 2016.
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EVOLUÇÃO DA MECANIZAÇÃO NA CULTURA DO
CAFÉ
MANFLIN, Fábio Henrique1
RODRIGUES, Vagner¹
NETO, Antonio Alves ¹
SCARAMUZZA, Lucas Tombi²
RESUMO
A mecanização no processo da colheita da cultura do café, trouxe
grandes benefícios em toda a estrutura da cadeia produtiva do grão,
que desempenha fundamental importância econômica e cultural na
sociedade. Apresentamos o processo evolutivo da mecanização e
principais equipamentos, visando o auxilio tanto ao engenheiro
agrônomo, quanto demais profissionais ligados à área.
Palavras-chave: Colheita, Cultura do café, Mecanização
ABSTRACT
The mechanization in the coffee crop harvest process, brought
great benefits throughout the structure of grain productive chain,
which plays a fundamental economic and cultural importance in
society. Here the evolutionary process of mechanization and main
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF - Garça - SP - Brasil. E-mail: [email protected]
² Coordenador do curso de Agronomia da FAEF - Garça - SP - Brasil
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equipment, aiming to assistance both the agronomist, the other
professionals working in this field.
Key words: Crop, Coffe culture, Mechanization
1. INTRODUÇÃO
De origem etíope e centenária, o café tem participação
fundamental na estrutura da sociedade ocidental, tanto no aspecto
cultural e, principalmente, no econômico. A estrutura de colheita
segue o desenvolvimento tecnológico, iniciando-se pela colheita
manual até a utilização das mais modernas máquinas e equipamentos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2016), a safra brasileira de café arábica foi estimada em 39,2 milhões
de sacas, enquanto a de robusta foi prevista em 11 milhões de sacas.
No Estado de São Paulo, os produtores estão animados com o
desenvolvimento dos grãos e a expectativa é de que a produção seja
40% maior do que a registrada no ano de 2015.
Segundo Santinato (2015) , o sucesso de um setor agrícola está
ligado à modernização das práticas culturais, onde enquadra-se a
mecanização. Esta pode ser utilizada em praticamente todas as
etapas do manejo da cultura do café, do preparo do solo à colheita
e recolhimento do grão de café do chão. O fator decisivo para a
mecanização é o relevo em que a cultura está implantada; lavouras
em declives acentuados não possibilitam a mecanização em algumas
operações. As regiões com maior possibilidade para expansão da
mecanização são o cerrado de Minas Gerais, Goiás, Bahia e São Paulo.
O objetivo principal deste trabalho é apresentar o processo
evolutivo da mecanização da colheita do café e os principais
equipamentos envolvidos.
.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Evoluções agronômicas na cafeicultura
O Brasil é o maior e o mais eficiente parque cafeeiro do mundo,
promovendo pesquisa e desenvolvimento de variedades mais
produtivas e resistentes a ferrugem e nematoides; desenvolvendo
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novas tecnologias de espaçamentos de plantios, nutrição das plantas,
controles fitossanitários, podas e irrigação; promovendo mecanização
total das lavouras e plantio alinhado e em renque, espaçamento
reduzidos, maior número de plantas. Também apresenta o uso de
sistemas de irrigação em pivô central, gotejamento e outros.
Segundo Camargo et al (2001), o café arábica (Coffea arabica
L.) leva dois anos para completar o ciclo de frutificação, ao contrário
da maioria das plantas que completam o ciclo reprodutivo no em um
mesmo ano. Após muitas tentativas para definição e esquematização
das fases evolutivas do cafeeiro, chegou-se a uma forma constituída
de seis fases envolvendo os dois anos fenológicos, iniciados em
setembro. As fases são:
·
1ª fase: Fase vegetativa, com duração de sete meses e vai
de setembro a março (meses com dias longos);
·
2ª fase: Fase também vegetativa, vai de abril a agosto (meses
com dias curtos), quando há indução das gemas vegetativas, dos nós
formados na fase 1, para gemas reprodutivas. No final da fase 2, em
julho e agosto, as plantas entram em relativo repouso com formação
de um ou dois pares de folhas pequenas, que aparecem no período
de relativo repouso do cafeeiro, entre os dois anos fenológicos. Em
seguida vem a maturação das gemas reprodutivas após a acumulação
de cerca de 350 mm de evapotranspiração potencial (ETp), a partir
de abril;
·
3ª fase: Fase de florada e expansão dos frutos (setembro a
dezembro). As floradas ocorrem cerca de 8 a 15 dias após o aumento
do potencial hídrico nas gemas florais (choque hídrico), causado por
chuva ou irrigação;
·
4ª fase: Fase de granação dos frutos (janeiro a março);
·
5ª fase: Fase de maturação dos frutos ao completar cerca
de 700 mm de somatório de ETp, após a florada principal;
·
6ª fase: Fase de senescência e morte dos ramos produtivos,
não primários, em julho e agosto.
2.2 Breve histórico da introdução da cultura do café no brasil
·
Introdução no Brasil em 1727 – Primeira plantação no Estado
do Pará;
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·
1728 - Estado do Maranhão;
·
1770 - Estado da Bahia;
·
1773 - Estado do Rio de Janeiro (Carência de Mão de Obra);
·
1825 - Vale do Paraíba – SP/MG (Formação da Serra da
Mantiqueira);
·
1840 a 1930 - Todo Estado de São Paulo;
·
1940 a 1960 - Estado do Paraná;
·
1970 - Início da mecanização do café ocorreu na década de
70 com surgimento da Ferrugem do Cafeeiro (Hemileia vastatrix) ;
·
Jacto desenvolve seu primeiro turbo- atomizador – Café
·
1975 – Geada Negra nos estados de São Paulo e Paraná, que
quase erradicou os cafezais.
2.3 Dificuldades no desenvolvimento da colheita mecanizada
Um dos grandes problemas enfrentados na mecanização é a
mudança de paradigma do agricultor. Antes da mecanização e da
evolução agronômica, o sistema de plantio era em covas, com quatro
plantas por covas, árvores de grande porte, diâmetro dos troncos
grandes, alto número de quebra das lâminas recolhedoras e muito
café no chão.
O sistema de arruação enleirava grande quantidade de terra no
centro da rua, e as ruas eram de difícil dirigibilidade para as
máquinas; as hastes vibratórias da colhedeira era de má qualidade e
tinha um alto índice de quebra.Os proprietários tinham grande
preconceito em relação a máquina pois consideravam que
danificariam as árvores, que arrancariam os pés de cafés, e que no
ano seguinte não teriam mais colheita.
Devido ao alto custo da mão-de-obra no preparo da pré-colheita/
colheita, do êxodo rural, das exigências trabalhistas, encargos sociais,
custo de EPIS, adequações fitossanitárias a evolução tecnológica é
uma realidade presente nas lavouras de café de todo o Brasil. A
mecanização é um caminho sem volta. Realidade: colher café com
mínimo de mão de obra ou zero dia homem por hectare.
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2.4 Máquinas de colheita
2.4.1 Colheita na árvore:
Conforme Martins (2015), em 1979, a empresa Jacto lançou a
primeira colhedora de café automotriz do mundo, a 4x2 K3, sendo
pioneira no setor. O trabalho seria árduo para mudar a mentalidade
do cafeicultor, e o então vice-presidente da República Aureliano
Chaves esteve presente no lançamento da colhedora, sendo um marco
na história mundial, pois houve muito trabalho para demonstração,
conscientização e quebra de preconceitos.
Em 1983 foi lançado o Derriçador Unilateral de café “Kokinha”,
equipamento com sistema de vibração, rotação, sendo tracionado
por trator; porém ele somente derriça o café no chão, chacoalhando
os ramos do cafeeiro.
Em 1986 foi lançado o Derriçador Bilateral de café “Koplex”, um
equipamento com sistema de vibração, rotação, tracionado por
trator, que derriça o café no chão, chacoalhando os ramos do cafeeiro,
porém de ambos os lados, passando por cima do pé do café com
rolos.
Em 1996 iniciou-se o desenvolvimento de um novo protótipo,
início da série KTR e em 1997 foi lançado a K3 4x2 com novos
transportadores.
Em 2000 a Jacto lançou a K3 4X2 Advance, e a KTR Advance, com
bicas laterais de descarga móvel. Em 2002 foi lançado lança a K3
Challenger 4x4. Em 2007, foi lançado a K3 Millennium 4x4, deixando
mais um marco na história da cafeicultura brasileira, vendendo a
colhedora de número 1000.
Em 2013 foi lançado a KTR 3500, e em 2015 a K 3500. Mais novo
lançamento no mercado, a K3500 colhe, descarrega em todos os
sentidos (laterais e traseiros), poda, esqueleta, pulveriza e aduba,
podendo ser utilizada o ano todo em todas as operações.
Em 2011, houve um salto na evolução tecnológica do maquinário
através do Otmis Maps (GPS). Possui sensor de volume, antena (GPS),
medidor de volume, monitor de colheita proporcionando o
mapeamento da produtividade. O agricultor descarrega as
informações do pen-drive no portal www.otmis.com.br, que gerará
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automaticamente os mapas e permitirá o acesso mediante user name
e senha, mapa da colheita em percurso.
Para o preparo da colheita mecanizada na árvore, primeiramente,
efetua-se a dessecação em tempo hábil; procede-se a retirada do
material vegetal debaixo do cafeeiro para o centro da rua sendo em
seguida triturado; faz-se a colheita mecânica com uma ou duas
passadas, podendo haver o repasse manual conforme necessidade.
2.4.2. Máquinas de varrição
Máquinas que recolhem os grãos em baixo dos pés de café,
tiveram uso iniciado na década de 90. Nesse processo, sopram as
folhas restando somente o grão. Porém observava-se muitas perdas,
tanto de tempo quanto de grãos, pois o maquinário era lento e os
grãos tinham de ser ensacados e deixados para recolhimento
posterior. Ofereciam também riscos ao operador, pois produziam
grande nuvem de poeira. Como exemplo deste maquinário temos o
modelo Urso Branco, Dragão Sol e a Selecta.
Nos anos 2000, houve a expansão da colheita de varrição, com o
lançamento de máquinas que recolhem os grãos de café centralmente,
através de raspadores. Neste processo, equipamentos enfileiram os
grãos no centro das ruas, e a recolhedora “raspa” esses grãos, podendo,
em alguns modelos, triturar as folhas, limpando o solo. Após o
recolhimento, os grãos passam por um processo de pré-limpeza, através
de bicas de jogo. Ainda assim restam muitos resíduos para os lavadores.
Os modelos de varrição disponíveis no mercado são Miac, Mogiana,
Dragão Central, Gafanhoto, Arábica I, Pinhalense, Solution, Terra,
dentre outros.
2.4.2.1. Como proceder ao preparo e o processo para colheita
mecanizada por varrição
Efetua-se a dessecação em tempo, retira-se o material vegetal
debaixo da planta para o centro da rua e tritura-se o mesmo, A
colheita mecânica é feita com uma ou duas passadas, com repasse
manual se necessário; o grão é enleirado no centro da rua onde a
máquina de varrição o recolhe.
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2.6. Avanços através da mecanização
A mecanização total garantiu a sustentabilidade da cafeicultura
brasileira, viabilizou o investimento em grandes áreas de plantio de
café e promoveu uma administração facilitada, reduzindo os custos.
O modelo adotado para a colheita mecanizada otimiza todas as outras
operações, adubação, colheita, poda, pulverização e irrigação;
aumento da qualidade do café colhido com menores indices de café
no chão.
Há ganhos de valor agregado com a “Colheita Seletiva
Mecanizada”, podendo a colheita ser feita por colheita seletiva da
planta toda, colheita das ponteiras, colheita do meio e Colheita das
saias
Existe a possibilidade da colheita ser efetuada em declividade
de até 30%, sem alteração na eficiência de colheita, mas com
acréscimo de até 21,6% no tempo demandado para a colheita.
-
Vantagens da mecanização
Menor custo final por saca colhida; eliminação de problemas
trabalhistas; menor desgaste com mão de obra (greve); maior
controle da qualidade do serviço; dispensa as adequações
fitossanitárias.
-
Desvantagens da mecanização
Custo inicial do investimento; qualificação dos operadores
temporários; assistência integral (manutenção); dimensionamento
da frota ,transporte, turnos do lavador com demanda aumenta no
momento da colheita.
3. CONCLUSÃO
A mecanização promoveu uma otimização da cafeicultura,
proporcionando revolução tecnológica para o setor. Para o Brasil,
possibilitou a manutenção da liderança mundial como produtor, a
entrada de recursos e diversificação no agronegócio, através da
competitividade no setor.
Para o setor comercial, além da agregação de faturamento, houve
melhora no nível de qualificação técnica e comercial, para a
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promoção da revenda, da prestação de serviços, operações de
manutenção (oficina), e aluguel do maquinário.
Para o produtor, proporcionou maior retorno de investimentos,
menor número de operadores e tratores e otimização do maquinário.
4.REFERÊNCIAS
CAMARGO, A. P.; et al. Definição e esquematização das fases
fenológicas do cafeeiro arábica nas condições tropicais do Brasil.
Revista Bragantia. v. 60, n. 1. Campinas: Instituto Agronômico de
Campinas, 2001. Disponível em <http://dx.doi.org/10.1590/S000687052001000100008>. Acesso em 29/04/2016.
DUARTE, A. P. Colheita Mecanizada de café do chão. Disponível em
<http://fundacaoprocafe.com.br/sites/default/files/publicacoes/
pdf/3%20-%20Opera%C3%A7%C3%A3o%20e%20rendimento
%20na%20colheita%20mec%C3%A2nica%20do%20caf%C3%A9%20do%20ch%
C3%A3o.pdf> Acesso em 29/04/2016.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). 2016. Disponível em < http:/
/www.sidra.ibge.gov.br/bda/prevsaf/>. Acesso em 01/05/2016.
MARTINS, W. G. Colheita Mecanizada de Café. Portfolio para clientes
Empresa Jacto. Boa Esperança - Minas Gerais. Setembro de 2015.
SANTINATO, F.; et al. Mecanização - um caminho sem volta. Revista
Campo e Negócios Grãos. Edição 146. Uberlândia: Agrocomunicação,
2015. Disponível em <http://www.revistacampoenegocios.com.br/
mecanizacao-um-caminho-sem-volta>. Acesso em 28/04/2016.
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EVOLUÇÃO MÁQUINAS AGRÍCOLAS NO BRASIL E
NO MUNDO
BEZERRA1, Júnior Simon
BARRETO1, Gabriel Feltrin
PEREZ1, Leonardo Mantovani
BARBOSA2, Rogério Zanarde
RESUMO
Num mundo onde cada vez mais a demanda pela maior produção
de alimentos, ocorre a evolução dos maquinários agrícolas que é de
grande importância para que haja um aumento na produtividade na
mesma quantidade de área cultivada. Essa evolução aconteceu com
o desenvolvimento da agricultura mundial devido ao grande aumento
na população mundial, no Brasil essa indústria de maquinários foi
implantada um pouco tardia mais hoje em dia com o Brasil sendo
um dos maiores produtores agrícolas do mundo essa tecnologia cresce
a cada dia mais. Com as grandes montadoras agrícolas crescendo
cada vez mais as projeções futuras são inimagináveis.
Palavras-chave: Agricultura, Desenvolvimento, Evolução, Maquinários.
ABSTRACT
In a world where more and more demand for increased food
production, is the development of agricultural machinery which is
1
2
Discentes do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected].
Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected].
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very important for there to be an increase in productivity in the
same amount of acreage. This evolution happened with the
development of world agriculture because of the large increase in
the world population in Brazil that the machinery industry was set a
little late more today with Brazil being one of the largest agricultural
producers in the world this technology grows every day more. With
large agricultural manufacturers growing increasingly future
projections are unimaginable.
Key-words: Agriculture, Development, Evolution, Machinery
1 INTRODUÇÃO
A produção agrícola, nos últimos 50 anos, foi em média superior
ao crescimento da população mundial. O primeiro fato que podemos
destacar e que marcou a evolução da agricultura mundial e brasileira
teve início nas décadas de 60 e 70. A chamada “Revolução Verde”
foi iniciada nos EUA e disseminada nos países menos desenvolvidos,
referindo à invenção e disseminação de novas práticas agrícolas que
permitiram um vasto aumento na produção agrícola (FONSECA, 1990).
Nos últimos anos com a maior demanda na produção de alimentos
e elevação dos preços das commodities agrícolas especialmente os
grãos que possibilitou a produção de grãos no País, foi um dos
principais fatores que impulsionaram as vendas de maquinários
agrícolas para se produzir em maior escala (FONSECA, 1990).
O surgimento das máquinas e implementos para a agricultura no
século XIX possibilitou ganhos de produtividade agrícola e do trabalho,
mudando definitivamente a trajetória das técnicas de produção e elevando
a oferta de produtos agrícolas no mundo. Por outro lado, este processo
reduziu a necessidade de envolvimento de mão de obra na produção
agrícola. Desde esta época, a evolução técnica do setor foi constante e
gerou crescente oferta de equipamentos que utilizam tecnologias cada
vez mais avançadas, contribuindo para o aumento da produtividade no
campo. Por outro lado, a indústria se concentrou e passou a investir altas
quantias em inovação tecnológica (FONSECA, 1990).
Este trabalho tem por objetivo mostrar evolução da máquinas
agrícolas no Brasil e no mundo e também os principais marcos que
dessa evolução.
E EVOLUÇÃO
DA- INDÚSTRIA
150 2 SURGIMENTO
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AGRÍCOLAS NO MUNDO
Até o século dezoito, os instrumentos agrícolas ainda eram
rudimentares. A revolução industrial e a crescente população
demandando cada vez mais de alimentos colocou a Europa (e
principalmente a Inglaterra) em geral em situação bastante delicada,
precisava aumentar a produtividade agrícola para cobrir a
necessidade de subsistência da população (FONSECA, 1990).
Foi a partir das semeadeiras que o processo de mecanização
tomou grande impulso, já que este tipo de plantio, para grãos
economizava 54,5 litros de sementes e elevava a produtividade da
colheita em 10,5 hectolitros1 por hectare, demonstrado por Thomas
Coke (FONSECA, 1990).
As colheitadeiras, inventadas na Grã-Bretanha e Estados Unidos
da América em meados de 1780, foram efetivamente usadas meio
século depois. Uma nova versão de colheitadeiras surgiu em 1833,
quando o americano Obed Hussey, criou uma máquina mais prática
que a colheitadeira do escocês Bell, projetada para ser puxada por
animais de tração (FONSECA, 1990).
Entre 1830 e 1860, as ceifadeiras e segadeiras para feno e trigo
foram as grandes inovações, gerando espaço para o desenvolvimento
de outros equipamentos dedicados à colheita. Entre 1850 e 1870, a
Inglaterra e a Europa deixaram de ser o principal centro técnico da
agricultura. Nesse período, Estados Unidos, Austrália, Argentina,
entre outros, tornaram-se grandes supridores de produtos essenciais,
como trigo, produtos lácteos, carne e produtos tropicais. A máquina
de descaroçar o algodão foi um dos principais avanços na época,
projetada por Eli Whitney. Considerada uma verdadeira inovação, já
que este processo precisava de grande de mão de obra, foi um
equipamento que gerou grande aumento na produtividade da cultura
(FONSECA, 1990).
O ferreiro John Deere (Illinois – EUA) desenvolveu, em 1837,
arados de ferro forjado liso, que se adaptavam bem à agricultura da
pradaria. O sucesso das ceifadeiras e enfardadeiras de tração animal
encorajaram inovações para a cultura do milho que aravam,
semeavam e cobriam em uma mesma operação (FONSECA, 1990).
Os EUA foram os pioneiros no uso de tratores, grandes trilhadoras
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e “combines”, as colhedeiras movidas a vapor, que executavam em
um dia a colheita de 12 hectares de trigo e realizavam todas as
operações necessárias até o ensacamento do grão (FONSECA, 1990).
Em Dakota, por volta de 1880, fazia-se aração em grande escala,
com dezenas de arados trabalhando simultaneamente e
paralelamente. Esses arados eram montados sobre pequenos carros
sobre duas rodas em que um homem direcionava quatro cavalos que
geravam a tração para o cultivo de imensas áreas (FONSECA, 1990).
Vale observar que a mecanização não ficou limitada às grandes
fazendas monocultoras, mas expandiu-se para outros agricultores.
Essa tendência mecanização firmou-se no começo do século XX. As
vendas anuais de máquinas agrícolas dos Estados Unidos, incluindo
as exportações, alcançaram 101 milhões de dólares, frente a 7
milhões de dólares ao ano, alcançados 50 anos antes (FONSECA,
1990).
As empresas deixaram de ser unidades artesanais para serem
manufaturas. No fim do século XIX, já se formavam oligopólios nos
Estados Unidos e na Europa (CLARK, 1929).
Segundo Fonseca (1990) nos anos de 1980 apontava a Deere como
a líder no mercado de maquinas agrícolas com cerca de 20 % do
mercado mundial, e em segundo a Case/IH com 15 %, seguida pela
Massey com 10 % e a Ford 5%.
Um fato marcante na evolução dos maquinários foi a fusão e
aquisição que tem por destaque nos anos de 1980 a aquisição da
International Harvester pela Case e da New Holland pela Ford, e na
década seguinte aconteceu a fusão das duas empresas que formaram
a CNH Case New Holland que faz parte do grupo Fiat depois que
ocorreu o processo de integração com a Fiat Allis.
2.1 EVOLUÇÃO DAS MÁQUINAS AGRÍCOLAS NO BRASIL
O Brasil é o quarto maior mercado de tratores agrícolas do mundo,
ficando atrás apenas da Índia, China e Estados Unidos. Em 2013, o
País apresentou o segundo maior crescimento de vendas, de 17% frente
a 2012, de acordo com a Agrievolution Alliance (VIAN ET AL. 2014).
A mecanização agrícola no Brasil teve seu marco com a
implantação da indústria de tratores no Brasil no ano de 1959 com a
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instituição do Plano Nacional da Industrias de Tratores de Roda com
as primeiras unidades produzidas em 1960 (VIAN ET AL. 2014).
Um dos fatores que possibilitou a implantação da indústria de
tratores foi o surgimento do setor automobilístico nos anos 50 e
também com a expansão do setor de autopeças que foi capaz de
suprir a demanda de peças (VIAN ET AL. 2014).
No ano de 1960 registrou-se uma produção de 37 tratores de
roda de potência media, sendo 32 deles produzidos pela Ford e 5
produzidos pela Valmet, empresas essas subsidiarias no mercado
estrangeiro. No ano seguinte a indústria teve uma impulsão e colocou
um total de 1.679 maquinas no mercado brasileiro. Segundo MELO
(1976) no ano de 1963 a indústria de maquinas agrícolas era composta
de seis firmas com capacidade de produção de 21.600 unidades
considerando apenas um turno de trabalho.
Em 1960 a relação era de um trator para cada 440ha cultivados
sendo diminuída para 99ha/trator em 1980. No ano de 1993 o índice
de mecanização mundial era de 52,2ha/trator representando a
metade do índice brasileiro em 1995 (VIAN ET AL. 2014).
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Segundo Sarti, Sabbatini e Vian (2009) a tendência do mercado
agrícola são uma maior potencia e automação dos maquinários, o
que permite uma melhor eficiência, ganho maior e uma redução dos
custos com as empresas do setor que buscam cada vez mais a
diferenciação pela qualidade, potencia dos tratores e colheitadeiras.
2.2PRINCIPAIS MONTADORAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS
O Fordson, foi o primeiro trator a obter grande sucesso, montado
pela Ford e lançado em 1917. A grande inovação deste trator foi na
linha de produção, onde pela primeira vez um trator foi montado
em série, permitindo uma grande redução nos custos, em relação
aos outros tratores montados descontinuamente, abrindo caminho
para sua difusão na agricultura (MELO, 1976)
Em 1917 a General Motors adquiriu a Samson Sieve-Grip Trator
Company, de Stockton, Califórnia e planejou uma linha de carros e
caminhões para ser produzida com os tratores. O modelo M foi
produzido em 1919 mais era extremamente caro em relação ao Ford,
o modelo Iron Horse foi produzido no mesmo ano movido por quatro
cilindros da série 490 (MELO, 1976).
Em 1837, John Deere, ferreiro e inventor, tinha pouco mais do
que uma forja, um pedaço de aço polido que tinha sido jogado fora
e uma ideia que viria ajudar os agricultores, alterando para sempre
o rosto da agricultura. Em 1848, Deere dissolveu a sociedade com
Andrus e mudou-se para Moline (Illinois), um pouco mais ao sul, para
aproveitar a água e a facilidade de transporte que o Rio
Mississipi poderia oferecer (MELO, 1976)
Deere morreu em casa em 17 de maio de 1886. A companhia que
ele fundou, continuou crescendo após a sua morte, e se tornou uma
das maiores fabricantes mundiais de equipamentos para a agricultura
e de construção do mundo, com negócios em mais de 160 países e
com cerca de 46 mil funcionários no mundo inteiro. Entre os anos de
1920 e 1940 foram lançadas outras novidades, a John Deere introduz
o modelo “D” com um custo menor em relação ao Fordson, que
serviu como referência para outros tratores de sua linha, até os
anos de 1960 (FONSECA, 1990).
H. Hans, em 1921, desenvolveu o Lanz Bulldog que tinha como
vantagem, em relação ao trator da John Deere, é que poderia ser
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operado com qualquer tipo de combustível (gasolina ou óleo vegetal),
assim apresentando um menor número de componentes (FONSECA,
1990).
A Minneapolis Moline no ano de1938 com o modelo UDLX
Comfartractor teve a intenção de combinar os atributos de um carro
a um trator, foi o primeiro trator a ter cabine fechada (MELO, 1976).
Depois da segunda guerra mundial Lamborghini começou a montar
tratores com o equipamento excedente da guerra, em 1948 ele fundou
a Lamborghini Trattori S.P.A. em sua garagem com o modelo Carioca
que ajudou a impulsionar a Lamborghini ao posto de maior companhia
agrícola da Itália (MELO, 1976).
A Fiat é um enorme conglomerado em todos os tipos de industrias,
ela está no ramo detratores a muito tempo operando no mercado da
agricultura desde 1919 e é a segunda maior do segmento atrás apenas
da John Deere, ela carrega marcas como a New Holland e a Case
(MELO, 1976).
O sistema Ferguson de engate de três pontos é conhecido no
mundo todo. É uma marca que surgiu em 1958 da fusão entre marcas
Massey Haris originaria dos Estados Unidos e Canadá e Ferguson
originaria da Inglaterra, essa marca possui linha completa de
equipamentos agrícolas incluindo tratores, colheitadeiras de grãos,
pulverizadores e diversos implementos (MELO, 1976).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A evolução dos maquinários agrícolas vem junto com o
desenvolvimento da agricultura, num mundo onde a procura
de alimentos vem crescendo junto com a população a
necessidade de uma maior produção vem tomando conta dos
principais centros agrícolas do mundo. Os maquinários vêm
evoluindo e a cada dia que passa novas tecnologias vem
surgindo para suprir essa demanda de alimentos, hoje em dia
já existem sistemas de precisão que tornam a agricultura cada
vez mais eficientes, no Brasil essa evolução demorou para
acontecer mais hoje em dia devido à grande produção que
ocorre no Brasil a indústria de maquinários ocupa um grande
espaço na economia.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMATO NETO, João. A indústria de máquinas agrícolas no Brasilorigens e evolução. São Carlos: Revista de Administração de
Empresas, 1985.
DEERE, J. Anual Report. 1999-2008
FONSECA, M. D. G. D. Concorrência e progresso técnico na indústria
de máquinas para agricultura: um estudo sobre trajetórias
tecnológicas. 1990. 268 (Doutorado). Instituto de Economia,
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo.
MELO, Fernando Homem de. Substituição de importações e insumos
modernos. São Paulo: FIPE/USP, 1976. 142p.
SARTI, F.; SABBATINI, R.; VIAN, C. E. F. Perspectivas do investimento
em Mecânica. ProjetoPIB. 2009. Disponível em: <http://
www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/
Galerias/Arquivos/empresa/pesquisa/pib/pib_mecanica.pdf>.
VIAN, Carlos Eduardo de Freitas et al. Origens, Evolução e
Tendências da Indústria de Máquinas Agrícolas. Piracicaba: Resr,
2014.
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FAMÍLIA ARECACEAE (PALMAE)
RODRIGUES, Aline Franciele Santos
1
SANTOS, Nathalia Carvalho dos ¹
AMARO, Amanda Cristina Esteves
2
RESUMO
As palmeiras estão entre as plantas mais importantes para os
seres humanos. Delas podem ser obtidos alimentos, material para
construção civil, utensílios diversos, bijuterias de luxo, óleo para
uso medicinal e energético, lubrificantes e muitos outros produtos
industrializados. Além disso, elas têm lugar de destaque em projetos
de paisagismo e na recuperação de ambientes degradados. O objetivo
deste trabalho foi fazer um levantamento de gêneros e espécies,
descrevendo a família estudada, citando os locais de ocorrência e a
sua importância para o agronegócio.
Palavras-chave: Palmeiras; Arecaceae; Palmae.
ABSTRACT
The Palm are among the most important groups of plants to
humans. Of these can be obtained food, construction material,
various tools, luxury jewelry, oil for medicinal use and energy,
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected];
2
Professora dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
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lubricants and many other industrial products. In addition, they have
a prominent place in landscaping projects and in the recovery of
degraded environments. The objective of this study was to survey of
genera and species, describing the family studied, citing the
occurrence of sites and their importance for agribusiness.
Keywords: Palm trees; Areceae; Palmae.
1.INTRODUÇÃO
Pertencentes a família Arecaceae (Palmae), as palmeiras são plantas
monocotiledoneas, lenhosas, formando um grupo natural de plantas,
com morfologia muito característica, que permite, mesmo aos mais
leigos, a sua identificação sem maiores dificuldades (SODRÉ, 2002).
Essa família apresenta espécies das mais relevantes entre os
grupos vegetais de importância econômica regional, tornando
essenciais para o sustento destas comunidades. Além disso, são
plantas magníficas, com grande beleza e potencial altamente
ornamental nas composições paisagísticas, traduzindo nos jardins,
o mais fiel estilo tropical, admirado por todos os aficionados desta
arte (SODRÉ, 2002).
O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento de gêneros
e espécies, descrevendo a família estudada, citando os locais de
ocorrência e a sua importância para o agronegócio.
2. DESENVOLVIMENTO
De acordo com Judd (2009) e Aguiar (2013), a família Arecaceae,
conhecida como a família das Palmeiras, apresenta plantas com caule
raramente ramificados e com grande potencial meristemático apical,
originando uma das características mais conhecidas que é o seu
tamanho.
Com grande potencial meristemáticos as espécies desta família
levam consigo uma caraterística diferentes de algumas famílias, que
é a altura podendo chegar até os 5 metros. Umas das peculiaridades
desta família é que ela possui a maior semente do mundo pertencente
a espécie Lodoicea maldivica (coco do mar) de acordo com JUDD
(2009).
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Fisionomicamente as palmeiras, são árvores e arbustos, com caule
revestido pela bainha das folhas ou lisos com cicatrizes evidentes
(AGUIAR, 2013). E plantas as vezes espinhosas devido a modificações
foliares, fibras expostas, raízes de pontas agudas, ou expansões de
pecíolo (JUDD, 2009).
Segundo Judd (2009) e Aguiar (2013), as folhas da Arecaceae são
alternas e espiraladas, em geral agrupadas em coroa terminal, mas
as vezes bem separadas simples e inteiras, ou grandes e
pseudocompostas.
Apresentam inflorescência de grande dimensão, axilares e
terminais, envolvidas, pelo menos de início por uma grande bráctea
(espata), geralmente lenhosa (AGUIAR, 2013). Suas flores são muito
pequenas, trímeras, heteroclamídeas, actinomórficas, concrescentes
ou livres, sésseis, unissexuais ou hermafroditas. Estames (3) 6 “.
Ovário súpero de 3(-10) carpelos. Polinização por insetos; com néctar
como recompensa (AGUIAR, 2013).
Os frutos desta família são do tipo drupa, em geral com uma
semente, frequentemente fibroso, raramente baga, endoperma com
óleos ou carboidratos, às vezes ruminado (JUDD, 2009).
FORMULA FLORAL:
Com espécies amplamemte distribuídas em zonas tropicais e
subtropicais, sobretudo nas Américas, muitas espécies são de grande
importância para a economia (AGUIAR, 2013).
O número exato de espécies é muito contraditório dependendo
dos autores. Segundo o livro “Field Guide to the Palms of The
Americas”, seriam aproximadamente 200 espécies típicas. Se forem
incluídas as hibridas naturais, variedades botânicas e subespécies
este número ultrapassaria 300.
De acordo com Souza & Lorenzi (2012), apresentam 200 gêneros
e 2000 espécies, sendo que, no Brasil, ocorrem aproximadamente
40 gêneros e 260 espécies entre as nativas e exóticas.
Gêneros nativos:
· Acrocomia - com a macaúba brasileira
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·
Aiphanes
·
Allagoptera
·
Aphandra
·
Astrocaryum - com o tucum
·
Attalea - com a piaçava
·
Bactris - a que pertence a pupunha
·
Barcella
·
Butia
·
Chamaedorea
·
Chelyocarpus
·
Cocos – no qual se situa o coco-da-bahia
·
Copernicia - que tem a carnaúba
·
Desmoncus
·
Dyctyocaryum
·
Elaeis - como o dendê
·
Euterpe - com o açaí e palmito-juçara
·
Geonoma
·
Hyosphate
·
Iriartea
·
Iriartella
·
Itaya
·
Leopoldinia
·
Lepidocaryum
·
Lytocaryum
·
Manicaria
·
Mauritia - a que pertence o buriti
·
Mauritiella
·
Oenocarpus
·
Pholidostachys
·
Phytelephas
·
Prestoea
·
Raphia - palmeira da ráfia
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·
Socratea
·
Syagrus - com o jerivá e o catolé
·
Trithrinax
·
Wendlandiella
·
Wettinia
Gêneros introduzidos:
·
Acoelorraphe
·
Archonthophoenix
·
Areca- com a palmeira de betel
·
Arenga
·
Balaka
·
Bismarckia
·
Borassus
·
Brassiophoenix
·
Calamus
·
Calyptrocalyx
·
Carpentaria
·
Caryota
·
Chamaerops
·
Chambeyronia
·
Chryosophila
·
Coccothrinax
·
Corypha
·
Cyrtostachys
·
Dictyosperma
·
Drymophloeus
·
Dypsis
·
Gaussia
·
Gronophyllum
·
Heterosphate
·
Howea
·
Hyophorbe
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·
Hyphaene
·
Latania
·
Licuala
·
Livistona
·
Nypa
·
Oncosperma
·
Orania
·
Oredoxa
·
Phoenicophurum
·
Phoenix - com a tamareira
·
Pigafetta
·
Pinanga
·
Pritchardia
·
Pseudophoenix
·
Ptychosperma
·
Ravenea
·
Reinhardtia
·
Rhapis - palmeira rápis
·
Roystonea - a que pertence a palmeira imperial
·
Sabal - com o sabal
·
Satakentia
·
Schippia
·
Seafortia
·
Serenoa
·
Synechasthus
·
Thrinax
·
Trachycarpus
·
Veitchia
·
Verschaffeltia
·
Wallichia
·
Washingtonia
·
Wodyetia
·
Zombia
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Agronomicamente falando várias espécies da família Arecaceae
apresentam interesse econômico, geralmente tropicais (AGUIAR,
2013). Segundo Judd (2009), são espécies alimentícias como, por
exemplo, Cocos (coqueiro), Elaeis (dendê), e as que apresentam
meristema apical comestível (palmito) como os gêneros Euterpe (açaí
e jussara) e Bactrix (pupunha).
Consoante a Judd (2009), diversos gêneros além de produzirem
frutos comestíveis, são importantes economicamente falando pois
fornecem fibras e material de cobertura como as espécies dos gêneros
Caleemus, Copercicia e Raphia. Há espécies da família de uso
ornamental de acordo com Aguiar (2013) como as Chamaerops
humilis, Roystonea regia, Washingtonia filifera, W. robusta,
Trachycarpus fortunei, Phoenix canariensis.
3.CONCLUSÃO
As palmeiras juntamente com ás arvores, arbustos, gramados e
plantas rasteiras constituem elementos componentes de parques e
jardins. São as plantas mais características da flora tropical, com
capacidade de transmitir ao meio em que são cultivadas, algo do
aspecto luxuriante e do fascínio das regiões tropicais. São por esse
motivo elementos muito importantes na composição do paisagismo
nacional.
A importância agronômica, no caso das palmeiras é que elas têm
dupla renda, os seus frutos são comercializados e o palmito também,
além das folhas que servem para a agricultura familiar, pela
quantidade de fibras que contem sendo utilizada na produção de
artesanatos.
4. REFERÊNCIAS
AGUIAR, C. Botânica: para Ciências Agrarias e do Ambiente. Bragança:
Instituto Politécnico de Bragança, 2013, 90 p.
JUDD, W. S. et al. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético.
3ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, 632 p.
SOUZA, V.C; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para
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identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas do Brasil
baseado em APG III. 3ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2012.
LORENZI, H. SOUZA, H. M. de. COSTA, J. T. M. CERQUEIRA, L. S. C.
de. VON BEHR, N. Palmeiras no Brasil – nativas e exóticas. Nova
Odessa: Editora Plantarum, 1996.
SODRÉ, J. B. Palmeiras no Paisagismo. Apostila – INAP. Belo Horizonte
– Minas Gerais / Brasil. 2002.
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FAMILIA ARECACEAE
SANTOS, João Vitor Sobrinho1
SILVA, Stefani Caroline Chaves¹
ASSI, Lucas Cordeiro¹
AMARO, Amanda Cristina Esteves2
RESUMO
Este artigo refere-se às plantas da família botânica Arecaceae
(Palmae), a qual é conhecida popularmente como ‘’Palmeiras’’. Nesta
pesquisa poderá ser encontrada descrição da família botânica, listas
de principais espécies, importância econômica, características,
gêneros e uso em paisagismo.
Palavra-chave: Arecaceae, Palmeiras. Espécies.
ABSTRACT
This article refers to the plants of the botanic family Arecaceae
(Palmae), commonly known as ‘Palm tree’. In this research can be
found description of the botanic family, lists of major species,
economic importance, characteristics, gender and use in landscaping.
Keyword: Arecaceae, Palm tree, Species.
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF-Garça-SP-Brasil. E-mail: [email protected],
[email protected], e [email protected].
2
Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected]
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1. INTRODUÇÃO
A família Arecaceae está incluída entre as Angiospermas mais
antigas do planeta contendo mais de 200 gêneros e 3.000 espécies
restritas às regiões tropicais ou temperadas. As plantas dessa família
são palmeiras lenhosas, caule do tipo estipe, com vasos em todos os
órgãos vegetativos, com crescimento secundário atípico (sem
formação de um cambio vascular), com menor amplitude ecológica
(número de habitats), se comparada as eudicotiledôneas lenhosas
(BAUERMANN, 2010).
Ao contrário das árvores, as palmeiras não apresentam
crescimento de ramos laterais (galhos), por que lhe falta à camada
geradora responsável pela formação de estruturas secundaria
(BAUERMANN, 2010).
Devido a suas características botânicas constituem um grupo bem
peculiar e com grande importância econômica e nutricional por se
tratar de uma família que contem grande utilidade na fabricação de
cosméticos e produtos alimentícios (BAUERMANN, 2010).
A maior parte das palmeiras é nativa das regiões tropicais, mas
algumas espécies ocorrem em regiões subtropicais ou mesmo em
temperadas quentes, como a Chamaerops humilis L., existente nas
margens do mar Mediterrâneo entre outras (BAUERMANN, 2010)
O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento
bibliográfico de gêneros e espécies pertencentes à essa família
botânica, informando a descrição morfológica e sua importância
Agronômica.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Ocorrência
As plantas da família Arecaceae são plantas típicas dos trópicos,
mas se encontram espalhadas nos mais diferentes habitats,
mostrando adaptações específicas a cada meio. Parecem desenvolverse melhor nas florestas quentes e úmidas e nas ilhas (RODRIGUES,
2009).
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2.2. Características
Apresentam diversos tipos de folhas, formadas por bainha,
pecíolo e lâmina, contem margens lisas, denteadas ou com
espinhos podendo ter dois formatos, pinadas e palmadas (SOUZA
et al, 2004). As inflorescências são formadas por brácteas
pedunculares, raque e ramos florais, ocorre sua florada assim
que as palmeiras atingem as formas adultas, porém diversos tipos
de palmeiras chegam a seu estágio adulto em diferentes idades e
podem florescer com três anos de idade ou até mesmo de trinta a
oitenta anos (SODRÉ, 2005).
Os frutos são majoritariamente do tipo drupa, ou seja, fruto
carnoso envolvido por um endocarpo duro, são muito variáveis,
popularmente conhecido como cocos ou coquinhos (SOUZA et al,
2004). Geralmente o fruto é preenchido por uma única semente
dura e densa com formato variável. A maior parte da semente é
formada por um endosperma conhecido como albúmen. O embrião
está imerso no endosperma, normalmente em um extremo (SODRÉ,
2005).
As raízes são cilíndricas do tipo fasciculada (cabeleira), nas quais
não contem raiz principal, podendo ocorrer raízes aéreas em locais
úmidos. Os caules são alongados, cilíndricos ou colunares, geralmente
sem ramificação, caule com estipe, raramente dicotomicamente
ramificada, terminando em uma coroa de folhas pinadas ou
flabeliformes, ou trepadeiras, podendo conter espinhos e bainhas
cobrindo o caule (SOUZA et al, 2004).
2.3. Importância econômica
A família Arecaceae é de suma importância pois possui grande
utilidade na produção de muitos produtos como, por exemplo,
alimentos, combustível, medicamentos caseiros ou confecção de
utensílios e adornos domésticos e, em alguns casos, como matéria
prima para as indústrias locais. Além disso, são plantas com muito
potencial na área de paisagismo por conter formas airosas e esbeltas,
produzindo belos efeitos ornamentais em qualquer espaço que seja
plantada (SODRÉ, 2005).
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2.4. Gêneros que pertencem a essa família
Nativos: Acrocomia, Aiphanes, Allagoptera, Aphandra,
Astrocaryum, Attalea, Bactris, Barcella, Butia, Chamaedorea,
Chelyocarpus, Cocos, Copernicia, Desmoncus, Dyctyocaryum, Elaeis,
Euterpe, Geonoma, Hyospathe, Iriartea, Iriartella, Itaya,
Leopoldinia, Lytocaryum, Manicaria, Mauritia, Mauritiella,
Oenocarpus, Pholidostachys, Phytelephas, Prestoea, Rhapia,
Socratea, Syagrus, Trithrinax, Wendlandiella, Wettinia (SOUZA;
LORENZI, 2012).
Introduzidos: Acoelorrhaphe, Archontophoenix, Areca, Arenga,
Balaka, Bismarckia, Borassus, Brassiophoenix, Calamus,
Calyptrocalyx, Carpentaria, Caryota, Chamaerops, Chambeyronia,
Chryosophila, Coccothrinax, Corypha, Cyrtostachys Dictyosperma,
Drymophloeus, Dypsis, Gaussia, Gronophyllum, Heterosphathe,
Howea, Hyophorbe, Hyphaene, Latania, Licuala, Livistona, Nypa,
Oncosperma, Orania, Oreodoxa, Phoenicophorum, Phoenix,
Pigafetta, Pinanga, Pritchardia, Pseudophoenix, Ptychosperma,
Ravenea, Reinhardtia, Raphis, Roystonea, Sabal, Satakentia,
Schippia, Seafortia, Serenoa, Synechasthus, Thrinax, Trachycarpus,
Veitchia, Verschaffeltia, Wallichia, Washingtonia, Wodyetia, Zombia
(SOUZA; LORENZI, 2012).
2.5. Principais espécies
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.): espécie originária
do Brasil com ocorrência marcante em áreas de vegetação aberta,
até 15m de altura, espinhos escuros e agressivos. Folhas pinadas,
compridas, de aspecto crespo, também associada a espinhos.
Inflorescências interfoliares vistosas, formadas por flores amareladas.
Frutos globosos, na cor acastanhada quando maduros. Multiplica-se
exclusivamente por sementes. Com grande potencial ornamental
(SODRÉ, 2005).
Archontophoenix cunninghamii H.Wendl & Drud: espécie
originária da Austrália, apresentando palmito espesso e muito vistoso,
folhagem pinada, arqueada, composta por pinas longas e planas.
Inflorescências subfoliares, abaixo do palmito, em vistosos cachos
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brancos ou púrpuros. Frutos globosos, na cor vermelho-brilhante,
muito ornamentais. Propaga-se facilmente por sementes (SODRÉ,
2005).
Areca vestiaria Giseke: planta pertencente a um dos mais
importantes gêneros da família Arecaceae, com cerca de 50 espécies
amplamente distribuídas pela Índia, Malásia, Filipinas, Indonésia e
sul da China, habitando geralmente áreas de extratos inferiores das
florestas. Com palmito aparente, atingindo até cerca de 5m de altura.
Folhas pinadas, com pinas largas, muito ornamentais. Inflorescências
subfoliares, curtas, com flores miúdas e discretas. Frutos pequenos,
na cor vermelha, quando maduros. Propaga-se por sementes (SODRÉ,
2005).
Bismarckia nobilis Hildebrandt & H. Wendl.: única espécie do
gênero, nativa de Madagascar, atingindo por volta de 12m de altura,
com estipe solitário, robusto e retilíneo. Folhagem palmada, verdeazulada, muito vistosa, de consistência rígida, chegando o seu limbo
alcançar 3m de diâmetro. Inflorescências interfoliares, longas e
ramificadas, seguidas de frutos pretos quando amadurecidos.
Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
Butia capitata (Mart.) Beccari: espécie pertencente a um gênero
de plantas bem brasileiras, de porte pequeno a médio, com até 6m
de altura, estipe solitário e robusto, marcado por textura oriunda
do desprendimento das folhas velhas. Folhagem pinada, com pinas
rígidas e estreitas, na cor verde-acinzentada, presas a pecíolo
bastante arqueado. Inflorescências interfoliares, pendulares e
ramificadas na cor esbranquiçada. Frutos pequenos, amarelo-claros
quando maduros. Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
Caryota mitis Loureiro: planta originária da Índia e sudeste
Asiático, com altura em torno de 6m, conforme a espécie. Apresenta
conformação de touceira densa. Folhagem bipinada, grande,
constituída por pinas recortadas nas extremidades. Inflorescências
interfoliares, agrupada em cachos pendentes e curtos. Propaga-se
por sementes e divisão de touceira (SODRÉ, 2005).
Caryota urens (Lam.) Mart.: planta originária da Índia e Malásia,
de porte médio para grande, podendo atingir mais de 15m de altura.
Estipe solitário, robusto e altaneiro, marcado por anéis brilhantes
provocados pelos desprendimentos das folhas velhas. Folhagem
bipinada, bastante grande, constituída por pinas recortadas nas
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extremidades, em forma de cunha. Inflorescências interfoliares,
pendulares e volumosas na cor verde. Propaga-se por sementes
(SODRÉ, 2005).
Chamaedorea elegans Mart.: palmeira originária do México e
Guatemala, de porte pequeno, com altura inferior a 2 metros,
apresentando estipe solitário e fino. Folhas pinadas, constituídas de
pinas curtas, largas e lanceoladas. Inflorescência interfoliar,
ramificada e voltada para cima, na cor amarelo-alaranjada. Frutos
pequenos, presos a hastes avermelhadas, arredondados e negros
quando maduros. Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
Chamaerops humilis L.: espécie originária da região
Mediterrânea, de porte pequeno, atingindo até 4m de altura, estipes
frequentemente múltiplos, curvos, marcados por cicatrizes foliares,
formando touceira densa. Folhagem palmada na cor verde ou
acinzentada, conforme a variedade; a lâmina da folha apresenta-se
profundamente dividida, enquanto que os pecíolos são armados por
espinhos pequenos e recurvados. Inflorescência interfoliar com cachos
curtos de flores creme-amareladas. Propaga-se por sementes ou
separação de mudas que surgem ao lado da planta-mãe (SODRÉ,
2005).
Cocos nucifera L.: espécie das mais populares em todo o mundo,
com origem incerta, embora observa-se ocorrência espontânea no
litoral brasileiro, mais precisamente entre Rio Grande do Norte e
Bahia. Apresenta porte médio para grande, atingindo até 20m de
altura, frutificando precocemente, motivo que os leva a ser chamados
de anãs. Seu estipe solitário apresenta-se revestido de fibras,
retilíneo ou curvado. Folhagem composta por pinas planas na cor
verde forte. Inflorescência interfoliar, creme, ininterrupta ao longo
do período produtivo. Frutos grandes, muito decorativos. Palmeira
de grande importância econômica em todo o mundo devido a seu
fruto do qual se extrai água para consumo in natura; outras partes
são usadas para fabricação de doces, recipientes e substratos para
plantas. Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
Copernicia macroglossa H.Wendl. ex Becc.: espécie exótica de
porte pequeno, com até 6m de altura, originária de Cuba, com estipe
solitário, revestido pelo aglomerado de folhas secas, persistentes,
durante grande parte do ciclo vital da planta. Folhagem palmada
com recortes profundos, rija, pecíolo curto, disposta densamente.
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Inflorescência interfoliar, ramificada e longa, excedendo o limite da
folhagem. Frutos pequenos, globosos, escuros quando maduros.
Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
Corypha umbraculifera L.: planta exótica, originária da Índia e
Ilha Sri Lanka, de grande porte, chegando a ultrapassar 20m de altura,
estipe solitário, robusto, retilíneo e revestido pelos restos de bainhas
das folhas velhas desprendidas. Folhagem densa, com folhas digitadas
de grandes dimensões e sustentadas por fortes pecíolos.
Inflorescência terminal, muito ramificada, na cor creme. A
inflorescência que só ocorre em média aos 50 anos de vida da planta,
determina sua morte paulatina. Frutos na cor castanha quando
maduros. Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
Cyrtostachys renda B.: espécie originária da Tailândia, Malásia,
Sumatra e Borneu, de porte pequeno a médio, com até 8m de altura,
apresentando estipes múltiplos, esguios, visivelmente anelados, com
palmito muito vistoso, na cor vermelho-brilhante. Folhagem pinada,
arqueada, constituída por pinas longas e planas. Inflorescências
subfoliares formadas por flores pequenas que se transformam em
frutinhos vermelhos quando maduros. Propaga-se por sementes ou
divisão de touceiras (SODRÉ, 2005).
Dypsis decaryi Dypsis decaryi (Jum.) Beentje & J. Dransf: espécie
originária de Madagascar, de porte pequeno a médio, até 6m de
altura, estipe solitário. Folhagem pinada, arqueada no extremo, com
folíolos finos na cor verde-acinzentada. Os folíolos inferiores
transformam-se em filamentos pendentes, enquanto que um
polvilhamento branco recobre as folhas desde o pecíolo.
Inflorescência interfoliar, votada para cima, com frutos arredondados,
amarelo-pálidos, quando maduros. Propaga-se por sementes (SODRÉ,
2005).
Pritchardia pacifica W.: planta originária das Ilhas Fiji e outras
do Pacífico, de grande porte, com altura até 12m, estipe solitário,
retilíneo, de textura lisa e pardacenta. Folhagem em leque, com o
limbo plissado e consistente. Inflorescência interfoliar, muito
ramificada. Frutos pequenos, inicialmente, vermelhos que vão se
transformando em negro-acastanhados. Propaga-se por sementes
(SODRÉ, 2005).
Ptychosperma elegans B.: espécie originária da Nova Guiné e
ilhas circundantes, estendendo-se pelas Ilhas Salomão, Carolina e
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norte da Austrália. Apresenta estipe solitário, delgado, elegante,
com palmito proeminente e folhas pinadas, curtas, constituídas de
pinas com ápices recortados irregularmente, em geral planas, ao
longo da raque. Inflorescência subfoliares, abaixo da zona do palmito,
ramificada, sucedida de frutos pequenos, globosos, na cor vermelhavivo, quando maduros. Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
Roystonea regia (Kunth) O.F.Cook (syn. R. elata, R. floridana):
planta originária do Panamá, Cuba e Guiana, de grande porte, com
até 15m de altura. Estipe solitário, robusto, liso, aparentando
coloração esbranquiçada, abaulado na base ou não, com palmito
volumoso revestido de verde. Grandes folhas pinadas, com folíolos
longos, inseridos em ângulos diferentes. Inflorescência subfoliar, na
base do palmito, bastante ramificada. Frutos arredondados, pequenos
e arroxeados. Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
Washingtonia filifera Wendl.: planta originária da América do
Norte, de grande porte, chegando até 15m de altura. Estipe solitário,
muito robusto, com textura atraente, produzida pela reminiscência
das folhas velhas ainda aderentes, produzindo um desenho trançado.
Folhagem em leque, com folhas grandes, rígidas, divididas em
segmentos pendulares com muitos fios. E sustentadas por pecíolos
vigorosos e fortemente armados por espinhos recurvados.
Inflorescência interfoliar, ramificada e pendente, chegando a
sobressair o limite da copa. Frutos diminutos e pretos quando
maduros. Propaga-se por sementes (SODRÉ, 2005).
3. CONCLUSÃO
Com este artigo, concluímos que a família botânica Arecaceae
tem uma grande importância no reino vegetal, pois além do seu grande
papel no paisagismo, muito utilizados em qualquer canto do mundo,
também tem grande importância econômica sendo utilizada em muitos
produtos, tanto cosméticos quanto alimentícios, entre outros.
4. REFERÊNCIAS
BAUERMANN, S. G. et al. Diferenciação polínica de Butia, Euterpe,
Geonoma, Syagrus e Thritrimax e implicações paleoecológicas de
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Anais do XIX Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF
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RODRIGUES, B. N. Análise morfológica e cromossômica de
populações da palmeira clonal Geonoma elegans Mart., em
diferentes altitudes no núcleo Picinguaba, Parque Estadual da Serra
do Mar – SP. 2009. 55 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação
em Ciências Biológicas) - Universidade de Taubaté, Serra do Mar/SP.
2009.
SODRÉ, J. B. Morfologia das palmeiras como meio de identificação
e uso paisagístico. 2005. 62 f. Especialização (Plantas Ornamentais
e Paisagismo) - Universidade Federal de Lavras. Lavras/MG. 2005.
SOUZA, H. M. et al. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas.
Nova Odessa: Instituto Plantarium de Estudos da Flora LTDA., 2004.
416 p.
SOUZA, V.C; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para
identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas do Brasil
baseado em APG III. 3ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2012.
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FAMÍLIA CUCURBITACEAE
PEREIRA NETO, Sebstião Garcia1
MARINO JUNIOR, José Roberto1
AMARO, Amanda Cristina Esteves2
RESUMO
As cucurbitáceas se agrupam em mais de 850 espécies
constituídos por 120 gêneros, no Brasil destaca-se a produção dos
gêneros Cucurbita, Citrullus, Cucumis e Sechium. São plantas de
ciclo anuais, eudicotiledôneas, herbáceas, monoicas possuem flores
masculinas e femininas na mesma planta, sendo o processo de
polinização de extrema importância, pois aumentam a viabilidade,
variabilidade genética, produtividade e qualidade dos frutos. As
cucurbitáceas apresentam grande diversidade e aceitação na
alimentação ocupando espaços nas mesas tendo participação
significativa na produção mundial, possuindo grande importância
agronômica e econômica gerando pesquisas e empregos visando à
variabilidade genética, tolerância e produtividade.
Palavras-chaves: Cucurbitaceae, Cucumis, Citrullus, Cucurbita.
ABSTRACT
The cucurbitaceas get together over more them 850 species and
constituded by 120 genus, in Brazil stands out the production of genus
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected];
[email protected]
2
Professora do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected]
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Cucurbita, Citrullus, Cucumis and Sechium. They are plants with annual
cycle, eudicotyledon, herbaceous, monoecious, with malee and female
flowers on the same plant, the process of pollination is extremely
important, it increases the reability and genetic variability, productivity
and fruit quality. The cucurbitaceas present great diversity and
acceptance in food, occupying spaces in the table, having significant
participation in world production, presenting great agronomic and
economic importance, creating research, jobs, targeting the genetic
variability, tolerance and productivity.
Key-words: Cucurbitaceae, Cucumis, Citrullus, Curcubita
1.INTRODUÇÃO
A família Cucurbitaceae é de extrema importância econômica e
alimentar, pois agrupa mais de 850 espécies constituído por 120
gêneros, os quais apresentam valores funcionais reconhecidos (NUNES
et al., 2011). Está classificada dentro da divisão Magnoliophyta, classe
Magnoliopsida e se divide em duas subfamílias Cucurbitoideae e
Zanonioideae, distribuídas em regiões de clima quentes e úmidas
subtropicais, tropicais e temperadas (SILVA, 2004).
Devido à variedade de espécies constituindo grande variabilidade
genética localizado no Brasil há várias pesquisas sobre polinização,
produção de frutos, sementes e incidência de doenças nos cultivares,
visando alternativas e tecnologias na criação de híbridos resistentes para
aumentarem a produção, viabilidade e qualidade dos frutos (LEAL, 2013)
O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento
bibliográfico sobre a família Cucurbitaceae, descrevendo suas
peculiaridades, locais e importância agronômica e econômica.
2.DESENVOLVIMENTO
As cucurbitáceas são plantas anuais, herbáceas, de crescimento
indeterminado ou determinado (abobrinha de árvore),
eudicotiledôneas de hábito rastejante ou trepador, podendo possuir
gavinhas para sustentação e proteção das ramas e frutos contra
ventos. Possuem ramos primários vigorosos e secundários, as folhas
são dispostas de forma alternada (NETO et al., 2008). As plantas são
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monoicas, as quais possuem flores unissexuais masculinas e
unissexuais femininas, na mesma planta. Suas flores são
actinomorfas, diclamídeas, cujo o cálice apresenta (3-)5(-6) sépalas,
dialissépalas ou gamossépalas, e a corola apresenta (3-)5(-6) pétalas,
geralmente gamopétalas (SOUZA; LORENZI, 2012).
A flor feminina apresenta hipâncio geralmente alongado, ovário
ínfero, (2-)3(-5) carpelos, unilocular ou dividido em falsos lóculos
pela intrusão de placentas parietais. As flores masculinas contêm
(1-)3-5 estames livres entre si com ou sem estaminódios. O número
de estames e a sua disposição, constituem caráter de valor na
sistemática das cucurbitáceas (SILVA, 2004).
No Brasil ocorrem cerca de 25 gêneros e 150 espécies (SOUZA;
LORENZI, 2012).
Gêneros nativos:
Apodanthera
Cayaponia
Ceratosanthes
Cucurbitella
Cyclathera
Echinopepon
Elaterium
Fevillea
Gurania
Helmontia
Luffa
Melancium
Melothria
Melothrianthus
Posadaea
Pseudocyclanthera
Psiguria
Pteropepon
Rytidostylis
Selysia
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Sicana
Sicydium
Sicyos
Siolmatra
Wilbrandia
Gêneros introduzidos:
Citrullus
Cucumis
Cucurbita
Ecballium
Lagenaria
Momordica
Peponopsis
Sechium
Trichosanthes
Os gêneros Cucurbita e Cyclanthera são originários do continente
Americano e os demais gêneros são originários da África e da Ásia.
No Brasil, destaca-se em todo país a produção dos gêneros Cucurbita
(abóboras, abobrinhas, morangas e abóboras de árvore), Citrullus
(melancia), Cucumis (melão, pepino e maxixe) e Sechium (chuchu),
sendo estes produzidos em grande escala em relação aos gêneros
Luffa sp. (Bucha vegetal), Legenaria (cabaças e caxis). Nos estados
de Minas Gerais e Bahia se concentra os maiores produtores de
abóbora nativa e de moranga; já o cultivo de pepino está concentrado
nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, onde se destaca o
cultivo em sistema protegido os principais produtores de melancia
estão situados no Nordeste e Sul (PINHEIRO; AMARO, 2010).
A polinização é de extrema importância para fecundação e
pegamento dos frutos, esse processo ocorre intensamente pela
manhã, sendo as abelhas os principais agentes polinizadores
aumentando a frutificação, qualidade, variabilidade e produtividade
dos frutos. Recomenda- se ter colmeias próximas aos plantios na
fase de frutificação e evitar pulverizações com inseticidas nesta fase
ou na presença de abelhas (DIAS et al., 2010). São plantas sensíveis
às variações de fotoperíodo, sendo que o maior fotoperíodo favorece
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o crescimento e o florescimento da cultura (NETO et al., 2008).
As cucurbitáceas são exigentes em nutrição sendo necessário
implantar a cultura em solos balanceados de acordo com a cultura,
com temperatura constante superior a 12 graus centígrados, necessita
de rega contínua e de solos drenados para que se alcance a
produtividade esperada (PONCINI, 1975). Se possível deve-se adotar
práticas de proteção e posicionamento dos frutos melhorando sua
aparência, pois diminui o contato direto com o solo para evitar o
apodrecimento e manchas (DIAS et al., 2010). É alta a incidência de
doenças nas cucurbitáceas, pois são sensíveis as variações climáticas,
em casa de vegetação o ataque de fitopatógenos é favorecido pela
temperatura e umidade, destacando-se os fungos e ataque de insetos
vetores de vírus causando danos representativos na produção, na
qualidade e no valor de mercado. A técnica de enxertia é empregada
nas cucurbitáceas tendo como finalidade conferir resistência à
doenças, pragas de solo, variações climáticas e proporcionar vigor
ao cultivar (PEIL, 2003).
O cultivo intenso promove o desenvolvimento e resistência de
diversas pragas (PINHEIRO; AMARO, 2010) como doenças, vermes de
solos e insetos. Deve promover boas práticas como manejo da água
de irrigação, controle de pragas daninhas, manejo de defensivos
agrícolas e rotação de cultura para diminuir o ciclo e ataque de pragas
e doenças, promovendo o cultivo sustentável (DIAS et al., 2010).
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3. CONCLUSÃO
A família Cucurbitaceae tem grande diversidade entre espécies,
apresentando participação significativa na produção mundial e na
alimentação, na qual são consumidos frutos e sementes. Possui grande
importância econômica, pois demanda grande mão de obra nos tratos
culturais como preparo do solo, plantio, desbaste, condução das
ramas, colheita, comercialização, permitindo gerar empregos diretos
e indiretos aumentando a renda da agricultura no campo.
As cucurbitáceas são exigentes em nutrição e tratos culturais,
os extencionistas rurais devem promover boas práticas para diminuir
o ciclo e ataque de pragas e doenças, visando à produtividade
promovendo o cultivo sustentável com mínimo de impacto ao meio
ambiente e á saúde humana e animal.
4. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, D. P. F. Cucurbitáceas hortícolas. Faculdade de Ciências Universidade do Porto, 2002. A cesso em: 10 set 2016. Disponível
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DIAS, R. C. S.; SILVA, A. F.; COSTA, N. D. et al. Tratos culturais comum
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peculiares ao cultivo orgânico. Aspectos relacionados ao uso de
leguminosas e Práticas culturais inerentes ao cultivo de melancia
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FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia
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UFM, 2003. p.329
LEAL, I.A.B. Estudo taxonômico das espécies da família
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Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal, 2013. Acesso
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NETO, C. R.; TEIXEIRA, C. A. D.; FERNANDES, C. F. et al. Cultivo da
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NUNES, E. D.; LIMA, M. A. C.; BORGES, R. M. E. et al. Atributos
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PEIL, R. M. A enxertia na produção de mudas de hortaliças: revisão
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PINHEIRO, J. B.; AMARO, G. B. Ocorrência e controle de nematoides
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ROCHELLE, L. A. Descrição taxonômica de cultivares de Cucurbita
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PONCINI. S. Manual de horticultura. Lisboa: Editora Boa Presença,
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SEDIYAMA, M. A. N; NASCIMENTO, J. L. M;. SANTOS, M. R. Produção
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(RBAS), v.2, n.2., p.65-74, Dezembro, 2012. Acesso em: 12 set 2016.
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Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Documents/Artigos/
revista_4_artigo_83%20PEPINO.pdf
SOUZA, V.C; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para
identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas do Brasil
baseado em APG III. 3. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2012.
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Anais do XIX Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF
FAMÍLIA FABACEAE
LUCENA, Mayara de Brito
1
LION, Pedro Augusto Oliveira1
AMARO, Amanda Cristina Esteves
2
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo buscar informações sobre a Família
Fabaceae. Nele buscaram-se a descrição da família botânica,
antigamente conhecida como Leguminosae, sendo a terceira maior
família das Angiospermas, seus locais de ocorrência é por todos
continentes exceto no Polo norte e sul. As Fabaceae apresenta três
subfamílias sendo elas Caesalpinoideae, Papilionoideae e a Mimosoideae.
Foi incluso na pesquisa sua importância agronomicamente como plantas
alimentícias, por produzir grãos utilizados como base na alimentação
humana. Assim a elaboração deste artigo foi importante para um
aprendizado mais profundo da família botânica.
Palavras-chave: Botânica; Fabaceae; Leguminosae; Sistemática.
ABSTRACT
This study aimed to seek necessary information on the Fabaceae
family. It sought the description of the botanical family, formerly
known as Leguminosae, being the third largest family of Angiosperms
, their places of occurrence is for all continents except North and
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected]
Professora dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
2
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South Pole. The fabaceae has three subfamilies and they
Caesalpinoideae, Papilionoideae and Mimosoideae . It has been
included in the research importance agriculturally as food plants by
producing grains used as the basis for human consumption. So the
writing of this article was important for a deeper learning of the
botanical family.
Keywords: Botany; Fabaceae; Leguminosae; Systematics.
1.INTRODUÇÃO
A família Fabaceae, antigamente conhecida como Leguminosae, é a
terceira maior família das Angiospermas, sua distribuição é cosmopolita,
podendo ser encontrada em diversos habitats e ecossistemas. Nessa família
inclui-se cerca de 650 gêneros e aproximadamente 19 mil espécies. Os
maiores gêneros são: Indigofera - 500 espécies; Crotalaria -500 espécies;
Trifolium – 300 espécies; Phaseolus – 200 espécies; Lupinus e Dalbergia –
200 espécies (CAPELLARI, 2000).
Sua importância agronomicamente é que suas espécies
combinadas com outras plantas melhora a fertilidade do solo, elas
são muito empregadas como adubo verde, pois suas raízes contêm
nódulos que são resultados da ação com bactérias do gênero
Rhizobium, que fixam nitrogênio no solo. Já os resíduos da cultura
podem servir como forragem. Além de função alimentícia (por
exemplo, feijão, ervilha e grão-de-bico), as leguminosas podem ser
ricas em fibras (crotalaria), forrageiras (trevo-forrageiro, alfafa),
oleaginosas (soja, amendoim), e, também, podem fornecer madeira
(jacarandá-da-bahia, caviúna), ornamentais, invasoras e medicinais
(CAPELLARI, 2000).
O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento
bibliográfico sobre a família Fabaceae, descrevendo suas
peculiaridades, locais e importância agronômica e econômica.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 DISTRIBUIÇÕES DA FAMÍLIA FABACEAE
Fabaceae é uma das maiores famílias de plantas no mundo, em
relação a gêneros e espécies, e em importância economicamente e
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agronomicamente. Sendo registrada no Brasil com 2.735 espécies e
212 gêneros (16 endêmicos), sendo abundantes em quase todos os
seus biomas e ecossistemas (LIMA et al, 2014).
Com o tempo, a família sofreu algumas modificações, quanto à
posição, organização intrafamiliar e relações evolutivas com outros
grupos de plantas. Reconheceram que mesmo dentro de um único
grupo, identificaram três subfamílias para fabaceae, sendo elas:
Papilionoideae, Caesalpinioideae e Mimosoideae, também
apresentada no presente trabalho (MARTINS, 2009).
2.2 CARACTERISTICAS MORFOLÓGICAS
São plantas diversificadas, tanto em seu hábito quanto em porte
e folhas. Seu hábito é variado podendo ser herbáceas, trepadeiras,
arbustivas, arbóreas, trepadeiras lenhosas, e raramente
espinescentes. Ramos frequentemente armados com acúleos ou
espinhos (QUEIROZ, et al 2009).
As raízes de quase todas as plantas possuem a simbiose que com
auxilio das bactérias Bradirbizobium e Rhizobium, as quais fazem
com que o nitrogênio se fixe com mais facilidade no solo. Suas flores
são hermafroditas, completas, 4-5 pétalas sua inflorescência
geralmente é racemosa, com flores vistosas ou não. Corola é
dialipétala ou gamopétala, actinomorfa ou zigomorfa. O androceu é
dialistêmone ou gamostêmone, podendo ser oligo (raro) diplo ou
polistêmone. O gineceu pode ser unicapelar, súpero e característico
de toda família. A corola geralmente é pentâmera. Suas pétalas são
semelhantes entre si ou diferenciadas em carenas ou quilhas, alas
ou asas e vexilo ou estandarte (QUEIROZ, et al, 2009).
Seu fruto é característico como vagem ou legume, podendo
ocorrer em alguns casos como: folículo, lomentos, sâmara, drupa e
legumes atipicamente indeiscentes (QUEIROZ, et al, 2009).
Suas folhas são alternas e compostas, podendo ser pinadas,
bipinadas, trifoliadas e digitadas. Alguns têm a presença de estipulas,
que em muitos casos se transforma em espinhos. Na base de suas
folhas contém articulações chamadas de pulvinos e pulvínulos.
Algumas espécies do gênero Mimosa utilizam essas articulações para
se movimentar mais rápido contra agente externos, denominado
como plantas sensitivas (QUEIROZ, et al, 2009).
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2.3 PRICIPAIS ESPÉCIES
Arachys hypogaea L. (amendoim); Crotalaria juncea L.
(crotálaria); Crotalaria paulina Scharank (crotálaria); Dalbergia nigra
Allem. (jacarandá-da-bahia); Erythrina crista-galli L. (eritrina-cristade-galo); Erythrina falcata Benth (suinã); Glycine max (L.) Merr.
(soja); Glycine wightii (Wight & Arn.) Verdc. (soja perene); Lathyrus
odoratus L. (ervilha-de-cheiro); Lens esculenta Moench. (lentilha);
Lupinus albus L. (tremoço); Medicago sativa L. (alfafa); Myrocarpus
frondosus Allemão (cabreúva-amarela); Ormosia arborea Harms
(olho-de-cabra); Phaseolus vulgaris L. (feijão); Stizolobium
aterrimum Piper & Tracy (mucuna-preta) (CAPELLARI, 2000).
2.4 SUBFAMÍLIAS
2.4.1 PAPILIONOIDEAE
É a maior subfamília entre a Fabaceae, representando cerca de
13.800 espécies divididas em 483 gêneros, em 28 tribos. Sendo o
grupo mais importante economicamente é o maior grupo que contem
plantas capazes de fixar o nitrogênio atmosférico (RODRIGUES;
GARCIA, 2008). Tem função de recuperar áreas degradadas e na
manutenção da sustentabilidade do solo. Dentre as principais espécies
de interesse econômico destacam-se a soja (Glycine max (L.) Merr.),
o feijão (Phaseolus vulgaris L.), o amendoim (Arachys hypogaea L.),
a ervilha (Pisum sativum L.), o grão de bico (Cicer arietinum L.) e a
alfafa (Medicago sativa L.), importantes na indústria alimentícia
(CARDOSO et al., 2012).
Compreendem plantas que variam de espécies herbáceas até
espécies arbóreas, espalhadas por todo o planeta, apesar de ser
representantes herbáceos encontrados em regiões temperadas.
Caracteriza-se por folhas pinadas, em geral trifoliadas,
inflorescência racemosa ou paniculada e flor papilionóide,
característica morfológica comum a quase todas as Papilionoideae
(CARDOSO et al., 2012). As flores têm simetria zigomorfa e
prefloração imbricada vexilar, havendo algumas exceções (LEWIS
et al., 2005; RODRIGUES; GARCIA, 2008). Também exibem sementes
com a região do hilo bem delimitada e embrião com eixo da radícula
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curvo, característica que as diferencia das Caesalpinioideae e
Mimosoideae (CARDOSO, 2008).
2.4.2 MIMOSOIDEAE
Mimosoideae é a segunda maior subfamília de Fabaceae, com
3.270 espécies pertencentes a 82 gêneros e quatro tribos (Mimoseae,
Acacieae, Ingeae e Mimozygantheae). São distribuídas nas regiões
tropicais e subtropicais, com diversos gêneros distribuídos nas regiões
temperadas. A América tropical, África, Ásia e Austrália são os maiores
centros de diversidade dos táxons de Mimosoideae, sendo que na
América tropical sua diversidade é ainda maior. No Brasil, foram
encontradas 580 espécies nativas em 26 gêneros (BARROS et al.,
1999).
Estudiosos apontam o monofiletismo de Mimosoideae, posição
que tem ganhado força a partir de estudos moleculares e
morfológicos. De outra forma, trabalhos recentes mostraram
resultados que indicam a possibilidade de classificar as Mimosoideae
como grupo parafilético devido ao fato de os gêneros Dinizia e
Piptadeniastrum serem mais próximos filogeneticamente dos gêneros
de Caesalpinioideae (SANTOS, 2011).
Seu hábito é variado com espécies arbóreas, arbustivas, lianas e
herbáceas. Morfologicamente, Mimosoideae apresentarem folhas em
geral bipinadas, com folíolos frequentemente numerosos; corola com
prefloração valvar, flores pequenas, actinomorfas e agrupadas de
diversos modos, principalmente espiciforme e capituliforme.
Apresentam sépalas e pétalas geralmente unidas na base, sendo os
estames a parte mais vistosa da flor. No que se refere à semente,
apresentam pleurograma, e quanto ás raízes, apresentam nódulos.
Os frutos podem ser de diversos tipos (LEWIS et al., 2005).
2.4.3 CAESALPINIOIDEAE
A justificativa das indefinições quanto à classificação filogenética
de Fabaceae é o fato das Caesalpinioideae constituírem um grupo
parafilético (SOUZA; LORENZI, 2012; QUEIROZ, 2009). A insuficiência
de estudos aprofundados sobre o grupo justifica a permanência dessas
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plantas ao lado das Mimosoideae e Papilionoideae como subfamília
de Fabaceae apesar das diferenças. As Caesalpinioideae
compreendem 171 gêneros e cerca de 2.250 espécie. Estão
distribuídas em quatro tribos (Caesalpinieae, Detarieae, Cassieae e
Cercideae) esta última, à qual pertence o gênero Bauhinia, é
claramente distante das demais, o que justifica o seu monofiletismo
Tem hábitos variados, sendo caracterizados especialmente pelas
folhas paripinadas; flores zigomorfas, diclamídeas ou mais
dificilmente monoclamídeas, dialipétalas, com prefloração
imbricada, de modo geral com o número de estames sendo o dobro
do de pétalas, sendo livres entre si e pouco vistosos. As sementes
apresentam pleurograma (SOUZA; LORENZI, 2012).
2.5 PRINCIPAIS GÊNEROS
2.5.1 Indigofera
Os representantes do gênero são arbustos, subarbustos ou ervas,
eretos ou prostrados. O indumento geral das plantas é constituído
predominantemente por tricomas bifurcados que, são raros na família
Fabaceae, e em menor grau por tricomas simples. Todas as espécies
possuem os tricomas bifurcados predominantemente com os braços
retos, de mesmos tamanhos e adpressos, orientados na mesma
direção e em sentidos opostos. Na folha possuem duas estípulas na
base das folhas, normalmente subuladas e com o comprimento
variando. Sobre a inflorescência constituem-se de racemos axilares,
subsésseis, em geral as inflorescências apresentam um indumento
denso. Suas flores são pediceladas protegidas por brácteas, com o
pedicelo e o cálice coberto por tricomas bifurcados (MOREIRA; TOZZI,
1997).
2.5.2 Crotalaria
Constitui-se em um dos maiores gêneros da família Fabaceae,
com cerca de 500 espécies, distribuídas em regiões tropicais e
subtropicais. É o único dentre todos os gêneros que apresenta
representantes nativos do Brasil. Caracterizam-se por adotar porte
herbáceo ou arbustivo; folhas digitado-trifolioladas, unifolioladas
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ou simples; flores com corola predominantemente amarela; estames
10, monadelfos, formando um tubo aberto por fenda, anteras
dimorfas e legumes inflados. São encontradas em diferentes
condições ambientais, sendo áreas próximas a rios, morros litorâneos,
restingas, campos e cerrados. E ainda, são oportunistas e muito
comuns como invasoras e aparecem em locais como: margem de
estradas e pastagens. (MIOTTO 2005; LEWIS et al., 2005) O legume
inflado, quando este próximo à deiscência, suas sementes ficam livres
em seu interior e, assim, quando agitado produz som parecido ao de
um chocalho ou ao guizo de cascavel (QUEIROZ, 2009).
2.5.3 Trifolium
Este gênero abrange toda a melhoria de um pasto degradado,
por possuir alto valor nutritivo e excelente produção de forragem.
São plantas herbáceas, às vezes com rizomas lenhosos, pequenas e
médias empresas, com hastes ereto, ascendente, enraizamento nos
nós ou não (MORAES, et al, 1989).
2.5.4 Phaseolus
Representado pelos diversos tipos de feijão. De modo geral, podem
ser utilizados como adubo verde ou cultura de cobertura para proteção
do solo, sendo, portanto, uma fonte de renda e alimento. Outra
característica que favorece a produção do gênero Phaseolus é a
variabilidade climática que se adaptam facilmente (NOBRE et al., 2012).
2.5.5 Lupinus
São plantas herbáceas, anuais ou perenes. Raramente arbustos.
Contém hastes eretos. Folhas alternas, estipuladas, largamente
pecioladas, digitadas, persistentes; estípulas na base do pecíolo;
folíolos (3)5-10(15). Inflorescências racemosas, terminais, eretas,
com flores dispersas ou agrupadas em verticilos ao longo do eixo,
brácteas normalmente caducas; bractéolas persistentes, geralmente
adnatas a base do copo. A cor pode variar de amarelo para verde
(DURAN, 2011).
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2.5.6 Dalbergia
Contém a presença de nódulos radiculares do tipo
aesquinomenóides sendo a sinapomorfia do grupo; tricomas com base
glandular em órgãos vegetativos e reprodutivos e o lobo abaxial bem
desenvolvido do cálice, entretanto, em alguns taxa, estes últimos
traços foram secundariamente transformados (LIMEIRA, 2012).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo, a família Fabaceae adota diversas utilizações como,
por exemplo, compõem a alimentação básica humana, pode ser
incluída na ração animal, melhoram a fertilidade do solo, são
ornamentais, e medicinais, também podem ser utilizadas como
forrageiras e fornecer madeira. Portanto, as Fabaceae são
importantes para a economia e traz grandes benefícios para a
agricultura em si.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
SCHWIRKOWSKI, P. Fabaceae. FloraSBS, 2016. Disponível em: <https:/
/sites.google.com/site/florasbs/fabaceae>. Acesso em:
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68p.
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natureza: diagnóstico do programa estadual de Unidades de
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Acesso em: 27 de setembro, 2016.
MORAES, C.O.C; ET AL. Avaliação de leguminosas do gênero Trifolium.
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em: < https://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/view/
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NOBRE, D.A.C; ET AL. Qualidade física, fisiológica e morfologia
externa de sementes de dez variedades de feijão-fava (Phaseolus
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Disponível em: < http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/
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LIMA, H.C.; QUEIROZ, L.P.; SOUZA, V.C.; MIOTTO, S.T.S; GARCIA, F.C.P
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Acesso em 10 de setembro, 2016.
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FAMILIA POACEAE
GODOI, Cauê Lourenço1
SOUZA-FILHO, Fernando Ferreira¹
SILVA, Helber Leme Costa¹
BARBOSA, Matheus Rodrigues¹
AMARO, Amanda Cristina Esteves2
RESUMO
Poaceae é uma família do Reino Plantae, do Filo Magnoliophyta,
da Classe Liliopsida e da Ordem Poales. É uma das famílias que são
mais utilizadas na agricultura, por sua variabilidade de produção,
pois dela geram-se: alimentos, biocombustíveis, alimentos para
animais, entre outros. Ela também apresenta resistência ao clima
quente, e visa um bom lucro para o País. Suas culturas podem ser
anuais, semi-perene ou perene. Também a principal família
economicamente falando, pelo sistema Angiosperm Phylogeny Group.
Palavras chaves: Família, Poaceae, Táxon.
ABSTRACT
Poaceae is a family of the Kingdom Plantae, Phylum
Magnoliophyta, Class Liliopsida and Poales Order. It is one of the
families that are most widely used in agriculture, in variability of
1
Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected],
[email protected], [email protected], [email protected]
2
Professora do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected]
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production, as it generates up: food, biofuels, animal feed, among
others. It also has a lot of resistance to hot weather, and aims at a
good profit for the country. Their cultures may be annual, semievergreen or evergreen. Also the main family economically speaking,
by the Angiosperm Phylogeny Group system.
Key words: family, Poaceae, Taxon.
1. INTRODUÇÃO
A família Poaceae, anteriormente chamada de Gramineae, e,
por isso, também conhecida como gramíneas. Seus representantes
consistem em plantas floríferas, monocotiledôneas e é a família mais
importante dentre as famílias economicamente relevantes para os
humanos. Em 1789, no Sistema de Jussieu, Gramineae era o nome
de uma ordem que tinha 58 gêneros. Com o passar dos anos e novas
descobertas, em 1981 o Sistema de Cronquist incluiu esta família na
ordem Cyperales. Só que mais tarde, esta ordem deixou de existir e
foi então que o Angiosperm Phylogeny Group (APG) em 1998
determinou esta família, que recebia o nome de Gramineae, e tinha
perto de 700 gêneros e 12.000 espécies, numa nova ordem: Poales
(SOARES, 2009).
Uma das principiais espécies da família Poaceae é o Arroz (Oryza
sativa), um dos alimentos mais consumidos pelo mundo,
principalmente na Ásia. O seu cultivo vem da China e Índia, e existem
evidencias que certificam que o arroz existe há mais de 7000 anos.
Devido ao nome desse vegetal, não se sabe como surgiu o nome, as
informações mais concretas remontam ao ano de 2822 a.C., durante
uma cerimônia instituída pelo imperador da China, que consistia em
semear o arroz, ele próprio. O nome arroz derivou-se da Arábia, que
chamavam de Uruz, Rouz, ou Arous. Na América, não existem
documentos seguros para afirmar a época precisa do início do cultivo
do arroz no continente. Contudo, as informações que se têm data
de 1694, na Carolina do Norte, e em 1718, na Louisiana, nos Estados
Unidos. O arroz é um dos alimentos mais populares do Brasil. Foram
os portugueses que trouxeram para cá e deram para os índios. No
Brasil, as notícias sobre cultivo do arroz começam ao início da
colonização, depois ele se dispersa pelo litoral do nordeste, sendo
somente para o próprio consumo. Somente com a abertura dos portos
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por D. João VI, em 1808, é que o cereal começou a ser importado
para o país, fazendo com que o arroz entrasse no habito dos
brasileiros. Em 1904, no município de Pelotas, surge a primeira
lavoura empresarial, já irrigada. Depois, a cultura chegou a Cachoeira
do Sul e, a partir de 1912, teve grande impulso, graças aos veículos
movidos a vapor. Eles acionavam bombas de irrigação nos veículos,
o que facilitava a inundação das lavouras de arroz. Assim sendo,
junto com a tecnologia, veio o desenvolvimento genético,
aprimorando elas e integrando tecnologias do plantio à colheita,
melhorando a qualidade do grão, mas em 1940, quando maiorias das
pessoas moravam na zona rural, o trituramento dos grãos era feito
através do pilão, que exigia muito esforço, com o crescimento da
população e da demanda de alimentos, foram criados meios
industriais para colheita e plantio. (SANTANA, 2012).
Também temos o Trigo (Triticum sp.) é uma gramínea cultivada
em todo o mundo, sendo a segunda maior cultura de cereal. Ele é
um alimento básico, utilizado para fazer farinha, e junto dela o
pão, também alimentos dos animais, e até junto na fabricação de
cerveja. O trigo também é plantado como uma forrageira, para
produção de feno. Ele foi primeiramente cultivado no Oriente Médio,
originado da Síria, Turquia e Iraque, há 10.000 anos, ela teve sucesso
como uma planta para a produção de alimentos, tendo um maior
sucesso como planta de semente pequena, e que não se dispersa
pelo vento. O cultivo de trigo é chamado de triticultura, e em 2003,
foi um dos maiores consumos mundial (67 kg per capita), perdendo
somente para o ano de 1997, que foi 101 kg per capita. O trigo é o
alimento básico, ao contrario do arroz, ele é mais difundido
globalmente. O manejo dele necessita de conhecimento dos estágios
da plantação, aplicando fertilizantes, fungicidas, ajudando
corretamente nos estádios de desenvolvimento da planta. Sabendo
isso, também será preciso saber como identificar os períodos de
maior risco para a planta quanto ao clima, ele deve ser livre de
insetos e doenças para poder dar uma boa produtividade ao produtor,
do contrario poderá perder totalmente a cultura. (SANTANA, 2012).
Temos também a Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum), que
vem também da Ásia, que foi introduzida no Brasil pelos portugueses,
começando pelo nordeste, sendo responsável por ter tido uma das
maiores exportadoras de açúcar do mundo, no século XVI. Hoje se
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encontra mais na região do interior do estado de São Paulo, um dos
maiores produtores do Brasil, produzindo atualmente o etanol, que
economicamente contribui para um desenvolvimento sustentável.
Geralmente ela era utilizada como alimento para o gado, e em
ingredientes de alimentos (rapadura), na aguardente, entre outros
produtos. Este arbusto apresenta o caule delgado, agradável
ao tato e extenso, o qual é recoberto de folhas igualmente compridas
e esverdeadas. Na haste há um elevado teor de açúcar. Ela se
desenvolve em temperaturas altas e úmidas, que juntando, facilitam
a germinação, e o progresso do vegetal. As terras apropriadas para
o cultivo desta planta são as mais fundas densas, dotadas de maior
estrutura e fecundas. Por ser grosseira, a cana-de-açúcar evolui de
forma satisfatória em territórios repletos de areia e menos
abundantes de recursos, como o cerrado. A cana-de-açúcar alem de
ajudar economicamente ela ajuda as regiões que tem usinas de açúcar
a dar empregos, a região que tem maior produtividade é de Ribeirão
Preto, e o cultivo dela é um dos mais significativos nas regiões
tropicais. (SANTANA, 2012).
No entanto, uma pequena mudança no sistema
APG para APGII, em 2003, e novos estudos científicos diminuíram a
quantidade de gêneros para 700 e de espécies para 10.000. No Brasil,
já foram encontradas e descritas 170 gêneros e 1500 espécies do
total. Estima-se que 20% da superfície da Terra seja coberta por
espécies dessa família.
A identificação das espécies que compõem as pastagens é
dificultada por existirem representantes dessa família que
apresentam uma morfologia basicamente igual as das outras espécies.
A família Poaceae tem uma grande diversidade para o agricultor que
lida tanto com ramo das pastagens para gado, quanto para
produtividade de grãos. As pastagens têm grandes valores
nutricionais, de extrema importância para o gado, e por isso às vezes
são escolhidas espécies da família Poaceae do que de outras famílias.
O conhecimento desta família e de suas espécies adquire especial
interesse no Rio Grande do Sul, onde a maior parte da pecuária é
baseada em pastagens naturais. Ela também possui grande valor
ornamental, pois apresenta varias plantas que são utilizadas para
paisagismo, como o mini-bambu (Pogonatherum paniceum (Lam.)
Hack (WELKER; LONGHI-WAGNER, 2007).
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O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento
bibliográfico sobre a família Poaceae, descrevendo suas
peculiaridades, locais e importância agronômica e econômica.
2. DESENVOLVIMENTO
As plantas da família Poaceae morfologicamente são plantas
herbáceas anuais, bianuais ou perenes, raramente lenhosas; sistema
radicular fasciculado, formando muitas vezes rizomas ou estolhos.
Caules geralmente cilíndricos e ocos. Folhas alternas, dísticas,
formadas por bainha, lígula e limbo; as bainhas envolvem o caule,
com as margens livres ou unidas, por vezes aureoladas na base do
limbo na inserção com a bainha; a lígula situada na junção da bainha
com o limbo, geralmente membranácea, em alguns casos reduzidos
a uma orla de pelos ou raramente nula. Limbo geralmente linearlanceolado, menos vezes ovado, com inervação paralelinérvea
(ARAUJO, 2006).
Flores em geral hermafroditas, secundariamente unissexuais,
constituídas por (1)3-6 estames e ovário súpero, bicarpelar ou
tricarpelar, unilocular, geralmente com dois estiletes; as flores são
aclamídeas, reunidas em espiguetas com1-2 glumas basais e duas
glumelas por flor (uma inferior, ou lema, e outra superior, ou pálea).
O fruto é do tipo cariopse (ARAUJO, 2006).
Alguns gêneros pertencentes à família Poaceae:
Achnatherum, Aegilops, Agrostis, Aira, Airopsis, Alopecurus,
Ammophila, Ampelodesmos, Anisantha, Anthoxanthum, Antinoria,
Apera, Aristida, Arrhenatherum, Arundo, Avellinia, Avena, Axonopus,
Bothriochloa, Brachiaria, Brachypodium, Briza, Bromopsis, Bromus,
Calamagrostis, Carex, Catapodium, Celtica, Cenchrus, Ceratochloa,
Chaetopogon, Chloris, Coix, Cortaderia, Corynephorus, Crypsis,
Cutandia, Cynodon, Cynosurus, Dactylis, Dactyloctenium, Danthonia,
Deschampsia, Dichanthelium, Dichanthium, Digitaria, Echinaria,
Echinochloa, Eleusine, Elymus, Elytrigia, Eragrostis, Festuca,
Gastridium, Gaudinia, Glyceria, Hainardia, Helictotrichon, Holcus,
Hordeum, Hyparrhenia, Imperata Koeleria, Lagurus, Lamarckia,
Leersia, Linkagrostis, Lolium, Megathyrsus, Melica, Melinis, Mibora,
Micropyrum, Milium, Miscanthus, Molineriella, Molinia, Nardus,
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Neoschischkinia, Oplismenus, Oryza, Oryzopsis, Panicum,
Parafestuca, Parapholis, Paspalidium, Paspalum, Pennisetum,
Periballia, Phalaris, Phleum, Phragmites, Phyllostachys, Pleioblastus
Poa, Polypogon, Pseudarrhenatherum, Pseudosasa, Psilurus,
Puccinellia, Rostraria, Rytidosperma, Saccharum, Schismus, Secale,
Setaria, Sorghum, Spartina, Sphenopus, Sporobolus, Stenotaphrum,
Stipa, Taeniatherum, Thamnocalamus, Triplachne, Trisetaria,
Trisetum, Triticum, Ventenata, Vulpia, Vulpiella, Wangenheimia,
Zea.
Do ponto de vista econômico, ela é a principal família da
Angiospermas, não pela quantidade de espécies, mas pela
importância dela na alimentação, pastagens, construção civil,
paisagismo, e ainda algumas espécies são usadas como plantas
medicinais. Na alimentação são mais usados o arroz (Oryza sativa
L.) e o trigo (Triticum aestivum L.). Nas pastagens são mais usadas
as braquiárias, o capim marmelada (Urochloa spp.) e o capim elefante
(Pennisetum purpurem Schum.). Na construção civil são usados alguns
bambus dos gêneros Bambusa, Dendrocalamus e Guadua. No
paisagismo são mais utilizadas as grama batatais (Paspalum notatum
Flüggé), grama são carlos (Axonopus compressus (Sw.) Beauv.). No
caso de plantas medicinais o capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.)
Stapf) e a citronela (Cymbopogon martinii (Roxb.) Wats) são os mais
comuns (CANTO-DOROW; LONGHI-WAGNER, 2001).
Ela é a família mais importante na agricultura, produzindo:
cereais (75% originado de trigo, arroz e milho; fornecem 50% da
proteína e 60% da energia na alimentação); e produzindo forragem
para os ruminantes. As mais conhecidas são: milho (Zea mays L.),
cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.), braquiária (Brachiaria
brizantha (Hochst.) Stapf.) (CANTO-DOROW; LONGHI-WAGNER, 2001).
Para identificar ou determinar exemplos de Poaceae a primeira
vista pode-se parecer uma prática muito difícil, mas na verdade
esta família é uma das únicas que apresentam uma grande diferença
de variabilidade genética dentre todas as outras famílias. Para
podermos identificar ou diferenciar, utilizam-se caracteres como a
presença de espigueta, e também da inflorescência. Deve-se levar
em conta a dimensão e o número de flores da espigueta, a eventual
presença de dois tipos de espiguetas diferentes, a presença e o tipo
de arista, o arranjo das várias espiguetas no conjunto da
200
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inflorescência, e o tipo de inflorescência (CANTO-DOROW; LONGHIWAGNER, 2001).
3. CONCLUSÃO
Conclui-se que a família Poaceae é uma das mais importantes
para agronomia, dela são retirados alimentos, pastagens para
animais, construções civis, paisagismos, e até para ajudas medicinais,
sendo uma das mais importantes famílias, economicamente. É uma
família extremamente versátil, pois através destas múltiplas espécies
que contém, e não fugindo muito a uma morfologia padrão, conseguiu
ocupar quase todos os tipos de habitat disponíveis, em todos os
climas. A família Poaceae floresce na primavera, e apresentam um
grão de pólen muito uniforme, que ao microscópio óptico podemos
distinguir diversas espécies, com tamanho pequeno a mediano. A
família Poaceae abrange um considerável numero de plantas
ornamentais, utilizadas em todo o mundo, como as diversas espécies
de gramas, utilizadas em jardins que tem um bom tamanho, como
plantas usadas para formação de sombras em áreas de pisoteio.
4. REFERÊNCIAS
CANTO-DOROW, T, S.; LONGHI-WAGNER, H, M. Novidades
taxonômicas em digitaria haller (Poaceae) e novas citações para o
gênero no Brasil. 1º Ed. Florianópolis: Universidade Federal de Santa
Catarina, 2001. 197p.
NAKAMURA, A, T.; LONGHI-WAGNER, H, M.; SCATENA, V, L.
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(poales). Revista Brasil, v.32. n.1, 2009.
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em: <http://naturdata.com/taxa/plantae/magnol/iophyta/
liliopsida/poales/poaceae>. Acesso em 13 Set. 2016.
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Morro Santana, Rio Grande do Sul, Brasil. 2007. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/viewFile/
571/331>. Acesso em: 13 Set. 2016.
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IDENTIFICAÇÃO, INCIDÊNCIA E MANEJO DE
Sphenophorus levis NA CULTURA DA CANA-DEAÇÚCAR (REVISÃO DE LITERATURA)
João Victor Franco Rosa1
Guilherme Augusto Toscano1
José Paulo Gonçalves Franco da Silva2.
RESUMO
O Brasil possui as matrizes energéticas mais sustentáveis do
mundo. Somente a cana-de-açúcar produz cerca de 15 a 18% da
energia no Brasil, acima de toda a produção das hidroelétricas
que geram em torno de 13 a 15% da energia brasileira. A cultura
da cana-de-açúcar é muito afetada pela presença de pragas de
solo. A correta identificação é o ponto inicial para o MIP,
principalmente se tratando de Sphenophorus levis, cuja espécie
apresenta semelhança morfológica com Metamasius hemipterus.
Este presente estudo tem como objetivo descrever as
características do inseto, para sua correta identificação. Também
tem a finalidade de relatar os tipos de manejo presentes para
controle dessa espécie.
Palavras-chave: manejo, pragas, Saccharum officinarum.
1
Dicente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF
Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF
E-mail: [email protected]
2
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ABSTRACT
Brazil has the most sustainable energy matrixes in the world.
Only sugarcane produces about 15 to 18% of energy in Brazil, above
all production of hydroelectric generating around 13 to 15% of the
Brazilian energy. The culture of sugarcane is greatly affected by the
presence of soil pests. Correct identification is the starting point for
the MIP, especially when dealing with Sphenophorus levis who has
similar insects in crops, Metamasius hemipterus. This present study
aims to describe the morphological characteristics of this insect, in
order to support the correct identification. It also has the objective
to describe the methods for the management of this species.
Keywords: management, pest, Saccharum officinarum
1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui as matrizes energéticas mais sustentáveis do
mundo. A capacidade do país em produzir energia limpa é enorme.
No centro de toda essa produção a cana-de-açúcar ocupa um lugar
de destaque, sua produção é das mais ecológicas auxiliando na
redução de CO2. Somente a cana-de-açúcar produz cerca de 15 a
18% da energia no Brasil, juntando etanol e cogeração de energia,
acima de toda a produção das hidroelétricas que geram em torno de
13 a 15% da energia brasileira (MIRANDA, 2008). Cada tonelada de
cana-de-açúcar é capaz de produzir 1,2 barris de petróleo em
comparação no potencial energético (CICERO et al., 2009). O Brasil
é o maior produtor mundial de cana, sendo o estado de São Paulo
responsável por 51,7% de toda produção nacional (CONAB, 2016).
A cultura da cana-de-açúcar é afetada por diversas espécies de
pragas, sendo muitas delas, pragas de solo. Em geral, são de difícil
controle por estarem protegidas abaixo da camada superficial de
solo. Dentro da classe de pragas de solo está a Sphenophorus levis.
Sua primeira ocorrência nos canaviais foi na década de 1970
(ALENCAR, 2016).
Levando em consideração que hoje a melhor forma de controle
de pragas é o manejo integrado de pragas (MIP), o estudo dos insetos
pragas e dos insetos parasitas é imprescindível. A correta
204
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identificação é o ponto inicial para o MIP, principalmente se tratando
do S. levis, cujas características morfológicas são semelhantes a
outra espécie de besouro, Metamasius hemipterus, considerado praga
secundária e cujo os danos são presentes em colmos já danificados
(DINARDO-MIRANDA, 2005).
A importância de estudos sobre o S. levis tem aumentado devido
aos danos que causa à cana-de-açúcar e ao crescente número de
regiões afetadas. Nas regiões onde já foram registradas a ocorrência
da espécie, as alterações no processo de colheita, partindo do método
da queima de cana e para a colheita mecanizada, tem aumentado a
incidência dessa espécie nas lavouras (DINARDO-MIRANDA, 2014).
Este presente estudo tem como objetivo a descrição das
características morfológicas dessa espécie, a fim de auxiliar na
correta identificação do inseto. Além disso, tem o objetico de
descrever os tipos de manejos adotados para o manejo da praga.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. CANA-DE-AÇÚCAR
A cana-de-açúcar tem sua origem na Ásia. Pertence a família
Poaceae e ao gênero Saccharum. A maioria dos plantios no Brasil são
com híbridos adquiridos pelo melhoramento genético (ALENCAR,
2016).
A propagação é realizada de forma vegetativa. Seus colmos
possuem gemas axilares capazes da formação de novas plantas, já
que entre os nós e entrenós, são acumulados teores açúcares. Fatores
como água, luz, temperatura e nutrição são responsáveis pelo
crescimento dos colmos (GONÇALVES, 2008). A planta tem a
capacidade de perfilhar, fato que contribui para a alta produtividade
da cultura. Também é afetado por fatores climáticos além dos
espaçamentos de plantio, profundidade, épocas de corte e plantio e
o controle de pragas, doenças e plantas daninhas (SOARES et al.,
2009).
O ataque de pragas influência diretamente na produção de canade-açúcar, sendo esse o principal problema enfrentado atualmente.
Com o aumento das áreas de cultivos também aumentam a incidência
dos insetos (ALENCAR, 2016). São inúmeras as pragas que infestam
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os canaviais, umas das mais importantes é a broca-da-cana Diatrae
saccharalis, facilita a entrada de fungos, alimentando-se do colmo
promove a redução de peso, morte de gema apical e encurtamento
dos entrenós. A broca gigante Telchin licus provoca os mesmos
sintomas (POLANCZYK et al., 2004). A cigarrinha das raízes Mahanarva
spp. é outra importante praga encontrada nos canaviais brasileiros.
O inseto se alimenta da seiva e introduz toxinas na planta, causando
prejuízos de até 80% em condições não controladas (SANTOS & BORÉM,
2016).
As pragas de solo apresentam difícil controle devido ao seus
aspectos bioecológicos, permanecendo protegidas abaixo da camada
superficial de solo ou em touceiras de planta. Geralmente, a
incidência dessas pragas é notada apenas quando a planta começa a
apresentar os sintomas do ataque do inseto (ALENCAR, 2016). As
pragas de solo que requerem uma maior atenção são besouros e
cupins. Besouros, entre eles, migdolus e gorgulhos-da-cana, bem
como os cupins, se alimentam das bases das touceiras e do sistema
radicular, podendo levar a morte das plantas em condições de alta
infestação (SANTOS & BORÉM, 2016).
2.2. Sphenophorus levis
O S. levis pertence a família Curculionidae, ordem Coleoptera
(ARRIGONI & ALMEIDA, 2003). No estágio adulto, apresentam aparelho
bucal mastigador, característico pela forma de bico ou rostro, descrito
pela família a qual pertence (SANTOS & BORÉM, 2016).
O inseto pode medir de 12 a 15 mm de comprimento, e apresenta
coloração marrom com listras escuras ao longo do dorso, tendo a
área ventral negra (DINARDO-MIRANDA, 2005). As fêmeas ovipositam
na parte interior da base de colmos e perfilhos, e as larvas, assim
que eclodem, inicial alimentação causando galerias e podendo levar
as plantas a morte, redução nas brotações das soqueiras e reduz a
longevidade do canavial, geralmente no segundo ano de ataque já
deve ser renovado. A larva possui coloração branco-leitosa, tornandose amarelada com o desenvolvimento. Existe uma mancha no primeiro
segmento torácico, próximo a cabeça de coloração castanho escura
com espiráculos visíveis no abdome. Possui a cabeça castanho206
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avermelhada (PÉREZ, 2008). O ciclo do inseto é de 7 a 10 dias na
fase de ovos, 30 a 60 dias fase larval, 10 a 15 dias fase de pupa e 200
a 224 dias para adultos (Figura 1). Não é capaz de voos longos (SANTOS
& BORÉM, 2016). Os prejuízos dos ataques podem chegar a reduções
de 20 a 23 toneladas/ha/ano (ARRIGONI & ALMEIDA, 2003).
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2.2.1. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E DISPERSÃO
A espécie Sphenophorus levis é encontrada somente na América
do Sul, presente em países como o Brasil, Paraguai, Argentina e
Uruguai. Descrita como praga no Brasil no ano de 1978 no Estado de
São Paulo. Inicialmente na cidade de Piracicaba, hoje está presente
em todas as regiões do Estado de São Paulo, no Estado do Mato
Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais (DINARDOMIRANDA, 2005; ALENCAR, 2016; MACEDO).
O inseto possui baixa capacidade de dispersão, sendo capaz de
se locomover de 3 a 5 metros por dia. Sua principal forma de
disseminação é através de mudas infestadas, contendo ovos, larvas
ou até mesmo insetos adultos. Seus ataques acontecem em formas
de reboleiras, sendo capazes de infestar cerca de 167 ha/ano
(CANASSA, 2014).
2.2.2. PLANTAS HOSPEDEIRAS
Além da cana-de-açúcar, outras plantas podem são
consideradas plantas hoespedeiras do inseto. Já foram relatadas
plantas daninhas que servem como hospedeiros alternativos para
S. levis. Entre elas, estão: o capim-marmelada (Brachiaria
plantaginea L.), grama-seda (Cynodon dactylon L.) e capimcolchão (Digitaria horizontalis Willd.) (PÉREZ, 2008). Além dessas
plantas, estudos também relataram a ocorrência da praga em
plantas de milho (Zea mays) e em plantas de capim-colonião
(Panicum maximum Jacq.) (PRECETTI & ARRIGONI, 1990)
2.2.3. Metamasius hemipterus
Uma espécie considerada secundária, mas muito semelhante ao
S. levis, é a M. hemipterus. A diferença entre essas espécies está na
coloração dos adultos, onde M. hemipterus apresenta tons mais claro
no tegumento em relação a S. levis (Figura 4). Na fase de larvas, a
espécie M. hemipterus não possui mancha castanha próxima a região
da cabeça (ALENCAR, 2016).
208
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Além disso, outras diferenças podem ser descritas em relação
ao comportamento do inseto. A fêmea dessa espécie tende a depositar
seus ovos em rachaduras nos colmos ou em danos causados por outros
insetos pragas. Entretanto, ela própria não tem capacidade de
danificar a planta. As larvas consomem os tecidos próximos ao dano,
passando para o colmo e podendo provocar a morte da planta,
infestando desde o rizoma até os entrenós (DINARDO-MIRANDA, 2014).
2.2.4. MONITORAMENTO E CONTROLE
O monitoramento de insetos adultos do besouro é a colocação
de toletes de cana, rachados ao meio, embebidos em inseticidas
químicos durante 24 horas. Os toletes devem ser envolvidos em palha
de cana e depositados próximos as touceiras, totalizando 100 toletes
por hectare (ALMEIDA, 2005). Após 20 dias, deve-se proceder a
contagem dos insetos mortos nas armadilhas. Esse método também
serve como armadilha para deposição dos ovos de fêmeas recém
emergidas (CÍCERO, 2009). A abertura de trincheiras de tamanho
0,5 m x 0,5 m x 0,3 m de profundidade serve para a coleta de pupas
e larvas, sendo aconselhado a realização de 2 trincheiras por hectare
(ALENCAR, 2016).
Um dos principais métodos de manejo de S. levis é o controle
mecânico, que consiste na destruição das soqueiras de cana-de-açúcar
infectadas, objetivando a exposição das larvas e pupas a predadores
naturais, como aves. Após a destruição deve-se deixar a área em
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pousio, livre de plantas hospedeiras do inseto e realizar o plantio
tardio de cana. O plantio deve ser realizado com aplicação de inseticida
registrado para a praga (DINARNDO-MIRANDA, 2005; ALENCAR 2016).
A pulverização química pode ser realizada de diferentes formas,
umas delas é a aplicação direta pela colhedora. São acoplados bicos
de pulverização com indução de ar, em jato dirigido nas touceiras. O
inseticida atinge toda a touceira recém cortada, palha cobre o
produto impedindo a incidência de raios solares e o produtor
economiza, reduzindo a operação de aplicação do produto, volume
de 100 l/ha de calda (GARCIA, 2016). Outra forma de aplicação de
inseticidas consiste na utilização do cortador de soqueiras. Um disco
de corte de 26 polegadas corta as touceiras de cana soca e possui
um jato dirigido logo atrás do disco, a produto é depositado cerca
de 10 cm dentro do solo, volume de 150 a 200 l/ha (DINARDOMIRANDA, 2014; GARCIA, 2016).
O controle biológico pode ser explorado através do uso de fungos,
bactérias e nematoides. O fungo Beauveria bassiana é o microrganismo
mais utilizado atualmente, tendo apresentado resultados próximos a
92% de mortalidade da praga (GIOMETTI, 2009). Em estudo realizado
por TAVARES (2006), o nematoide Sternernema sp. IBCB n6, apresentou
resultados de mortalidade de 67% de larvas e 70% de adultos quando
misturado a ¼ da dose recomendada do inseticida Thiamethoxam.
Em outro estudo, a bactéria Bacillus thurigienses se mostrou eficiente
e promissora no controle de S. levis, sendo necessário mais estudos
sobre a forma de controle (CÍCERO, 2009).
3. CONCLUSÃO
A exploração do manejo integrado de Sphenophorus levis na
cultura da cana-de-açúcar, bem como sua correta identificação, são
imprescidíveis para o manejo adequado da praga. A busca por novos
métodos de manejo de pragas de solo é fundamental dentro da cultura
da cana-de-açúcar.
4. REFERÊNCIAS
ALENCAR, M. A. V. Sphenophorus levis VAURIE, 1978 (Coleoptera:
curculionidae): Caracterização macroscópica e determinação de
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doutorado. 68p. UNESP, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
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ARRIGONI, E. B.; ALMEIDA, L. C. Pragas da cana-de-açúcar.
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IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA CAD APLICADO
NO DESENHO TÉCNICO
Thales Andrei LUCAS1
Alexandre Luis da Silva FELIPE2
RESUMO
O desenho técnico engloba um conjunto de metodologias e
procedimentos indispensáveis para o desenvolvimento e
comunicação de projetos. Com o desenvolvimento das
tecnologias informáticas e dos sistemas de informação que
ocorreu durante as ultimas duas décadas, os processos e métodos
de representação gráfica utilizados pelo desenho técnico também
passaram por diversas mudanças, passando de uma régua e
esquadro para programas de desenho 2D até sistemas que
utilizam modelação geométrica 3D. Protótipos virtuais são
facilmente construídos e visualizados e os projetos desenvolvidos
podem ser verificados em termos de folgas, interferências e até
atravancamentos em situações de movimento através da
tecnologia CAD.
Palavras-chave: desenho técnico, informática, representação
gráfica, tecnologia.
1
Acadêmico do curso de Agronomia da FAEF –Garça–SP –Brasil. E-mail: [email protected].
Professor dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected].
2
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ABSTRACT
The technical drawing includes a set of methodologies and
procedures which are essential for the development and reporting
of projects. With the development of computer technology and
information systems that occurred during the last two decades, the
procedures and methods of graphic representation used by the
technical drawing also went through various changes, passing of a
ruler and square to 2D drawing programs to systems using 3D
geometric modeling. Virtual prototypes are easily constructed and
viewed and developed projects can be verified in terms of clearances,
interferences and to footprint you in situations of movement through
CAD technology.
Keywords: technical drawing, computer, graphic representation,
technology.
1.INTRODUÇÃO
De acordo com as necessidades dentro das diversas áreas da
engenharia o desenho técnico tem como função auxiliar e facilitar a
elaboração de projetos (VESCOVI, 2011), englobando varias
metodologias tornando necessário o uso de um conjunto constituído
por linhas, números, símbolos e indicações escritas normatizadas
internacionalmente (FERREIRA et al., 2008).
A evolução dos softwares nos últimos anos apresenta uma
importância significativa dentro das empresas, sejam para elaborar
textos, planilhas, desenhos, cálculos ou banco de dados. Entretanto,
enfatiza-se o uso do software AutoCAD por ser um programa mais
completo para realização de projetos e pela facilidade encontrada
para exercer suas funções (MARQUES E BOTREL, 2000).
O seguinte trabalho tem como objetivo mostrar a importância
do desenho técnico para o engenheiro e as mudanças ocorridas
através do surgimento da tecnologia CAD, após a década de 1980,
trazendo informações precisas sobre a melhor elaboração de
projetos com qualidade e precisão e uma breve historia do seu
surgimento e do seu conceito para melhor compreensão da sua
importância.
214
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2.DESENVOLVIMENTO
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica, que tem
como objetivo de representar formas, dimensões e posições de um
objeto de acordo com as varias formas exigidas pelas diversas
modalidades de engenharia (VESCOVI, 2011). O surgimento veio através
da necessidade de representar máquinas, peças, ferramentas e outros
instrumentos de trabalho com precisão, que é sua principal finalidade,
ou seja, uma representação de formas do mundo material, que possa
ser reproduzida de forma espacial e precisa. No geral, engloba uma
serie de procedimentos necessários para o desenvolvimento e
comunicação de projetos através de diversas metodologias, conceitos
e ideias, tornando necessário o uso de um conjunto constituído por
linhas, números, símbolos e indicações escritas normatizadas
internacionalmente (FERREIRA et al., 2008). Essa padronização é feita
através de normas técnicas que são seguidas e respeitadas
internacionalmente, necessárias para a universalização da linguagem
gráfica e são resultados de esforço cooperativo para estipular códigos
técnicos que regram as relações entre engenheiros, empreiteiros,
produtores e consumidores, e também dos clientes. Cada país possui
suas normas e devem ser seguidas, direta ou indiretamente, por todos
que estão ligados ao setor da engenharia, em todo o território nacional.
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas – ABNT, que foi fundada em 1940. Para induzir a
globalização dessas normas foi e facilitar o intercambio de produtos e
serviços entre os países do mundo todo, foi criado a Organização
Internacional de Normalização – ISO, fundada em 1947, numa reunião
entre representantes de cada país, realizada em Londres, tornando
uma regra criada por um país e aprovada pelos demais países, como
uma regra internacional. No Brasil há muitas normas que estão de
acordo com a ISO, que são editadas pela ABNT e registradas pelo
INMETRO, chamadas de NBR, e regem a linguagem do desenho técnico
em seus mais diversos parâmetros (FERREIRA et al., 2008). Os trabalhos
que exigem certo conhecimento em tecnologia estão completamente
ligados à expressão gráfica, que através de gráficos, diagramas e
desenhos que expressam o que deve ser executado, resumindo muitas
vezes cálculos exaustivos, estudos econômicos entre outros (RIBEIRO
et al,.).
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O desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal
da engenharia, e exige estudo e treinamento para a execução e
interpretação de linguagem gráfica, que utiliza figuras para
representar formas espaciais, que nada mais é que enxergar o que
não é visível. Para sua confecção, são necessárias uma serie de
operações para fabricação e montagem, sendo assim na criação de
qualquer equipamento exige o uso do desenho técnico. No século
XVII, com intenção de facilitar as construções de fortificações, um
matemático francês chamado Gaspar Monje, que era um ótimo
desenhista, utilizava projeções ortogonais com um sistema de
correspondência entre os elementos do plano e do espaço,
denominado sistema de Geometria Descritiva, que era a base do
desenho técnico, que após a revolução que o desenvolvimento
industrial causou, foi necessário normalizar esse sistema de
Geometria Descritiva como linguagem gráfica da engenharia,
chamando-a de Desenho Técnico (VESCOVI, 2011).
Para que um desenho chegue à produção, primeiramente é feito
um esboço, onde nele o desenho é dividido em vista frontal, vista
lateral e área de corte. A vista frontal é a mais importante por
normalmente representar o objeto na posição de utilização, com
maior riqueza de detalhes voltados para quem estiver observando.
Após a elaboração do esboço, eles são passados para os
computadores, que através de vários softwares, facilitam a
elaboração da apresentação do desenho e sua manipulação (VESCOVI,
2011).
Com o avanço da tecnologia nos últimos anos, houve uma
popularização dos computadores em praticamente todos os setores
da engenharia, onde empresas de todos os tamanhos utilizam-se
deles para desenvolver seus trabalhos, sejam em textos, cálculos,
banco de dados ou até desenhos, através de softwares e hardwares
especializados que realizam diversas operações com precisão e
agilidade, além de facilitar a correção de erros ocorridos na confecção
de um projeto se feito em um computador (MARQUES E BOTREL,
2000). Na medida em que a agricultura se torna um negócio, a
tecnologia promove um controle seguro e confiável de sua produção
além de um controle eficiente sobre a força de trabalho, fazendo
com que o computador ocupe um lugar primordial na construção de
qualquer tipo de projeto de qualidade, com destaque na agricultura,
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facilitando a administração de grandes recursos produtivos realizado
por um número bem menor de pessoas se comparado a outros
sistemas, sendo assim uma ferramenta com grande potencial de
ajudar empresários, administradores e produtores na concepção de
um programa agrícola dinâmico e coerente. Em centros de pesquisa
e universidades têm sido desenvolvidos softwares cada vez mais
direcionados para cada área do setor agrícola, mostrando claramente
o quando a informática é importante para o setor (PINO, 2005).
Estações de CAD são capazes de dispensar etapas de um projeto
como o rascunho e o trabalho de um desenhista, onde o próprio
projetista pode desenvolver um desenho em CAD, porem o programa
exige estudo e conhecimento para conduzir um processo de criação
de um desenho, e muitos ainda tem dificuldades em confeccionar
detalhes necessários na produção de um projeto objetivo. O CAD
(Computer Aided Design – Projeto Assistido por Computador) nada
mais é que um instrumento de automação de desenhos, dentre eles
o AutoCAD, que se tornou o software mais importante relacionado a
desenho na informática, devido a muitos benefícios, como formatos
de arquivos compatíveis com uma grande quantidade de sistemas,
uma grande variedade de softwares que trabalham junto com o
AutoCAD aperfeiçoando ainda mais suas funções, grande variedade
de hardwares de visualização, plotagem e impressão de arquivos
CAD e também pela facilidade de acesso e treinamento, através de
escolas, cursos e treinamentos específicos oferecidos por instituições
ligadas à indústria (MARQUES E BOTREL, 2000).
O uso de programas que utilizam tecnologias CAD se difundiu
amplamente em praticamente todas as áreas que envolvem
engenharia, porem nas ciências agrárias seu uso ainda é limitado
devido ao alto custo de implantação, falta de conhecimento do
potencial de aplicação em projetos que envolvem cálculos e desenhos
além da falta de tempo para treinamento. (PINO, 2005). Durante a
década de 1980, o uso das pranchetas foi substituído pelo sistema
CAD para a elaboração de projetos, após praticamente 10 anos o
sistema apresentou grande evolução com a inclusão de projetos em
3D, no qual é possível analisar um projeto mais próximo da realidade
possível, tanto de objetos como peças automobilísticas até um
projeto de arquitetura completo como representado na figura abaixo
(SILVA et al., 2004).
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O AutoCAD é um programa desenvolvido pela AUTODESK, de alta
precisão não apresentando limites em relação aos tipos de desenhos
que podem ser elaborados por ele, ou seja, se é possível fazer
manualmente, também é possível fazer no AutoCAD. Outro ponto
importante do sistema CAD, é que ele permite implantar novos
comandos através de uma programação AutoLisp, que é um programa
que trabalha com o processamento de listas, e uma vez que aplicado
ao código do AutoCAD, se torna um interpretador natural de códigos
fonte AutoLisp, possibilitando a criação de novos comandos no
AutoCAD, muito utilizado nas áreas de estudo agronômico, mais
precisamente em irrigação e drenagem com o RainCAD, que é um
programa para auxilio e simulação de irrigação em projetos
paisagísticos (PINO, 2005).
Como a aplicação dos sistemas CAD são bem limitados nas
ciências agrárias, uma área de destaque é na utilização em sistemas
de irrigação e drenagem, como na visualização de plantas e imagens
aéreas para estudo de aptidão de áreas e culturas a implantação
de sistemas de irrigação; determinação de posição e espaçamento
entre drenos; projetos, simulações e construção de protótipos de
emissores de irrigação; construção de plantas de redes hidráulicas
em projetos de irrigação; visualizações de equipamentos em 3D;
cálculos de linhas laterais, secundarias e principais utilizando
recursos da programação AutoLisp; e também desenhos e ilustrações
de equipamentos utilizados na irrigação e drenagem, tornando o
uso da tecnologia CAD cada vez mais promissora dentro da
agricultura (PINO, 2005).
3.CONCLUSÃO
Conclui atraves deste trabalho que o estudo do desenho tecnico
é de fundamental importância não apenas em areas ligadas a
engenharia como em todos os setores de uma indústria, sendo
necessario o seu uso em praticamente todo tipo de confecção de
equipamentos ou qualquer outro tipo de construção de projetos com
qualidade e precisão, além da grande revolução que a tecnologia
CAD trouxe para o desenho tecnico, facilitando e tornando muito
melhor o desenvolvimento de qualquer tipo de projeto atraves de
um computador.
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Técnico.
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2004.
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2011.
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INOCULAÇÃO DE MILHO COM Azospirillum
brasilense - REVISÃO DE LITERATURA
João Victor Franco Rosa1
Leonardo Diniz Ramires Casola2
RESUMO
O produtor brasileiro vem se tecnificando cada vez mais em busca
de maiores produções em menos espaço. A utilização de bactérias
fixadoras de nitrogênio é recorrente no meio agrícola, e a bactéria
diazotrófica Azospirillum brasilense é uma ferramenta a ser utilizada
em gramíneas como o milho. Ela é capaz de retirar o gás dinitrogênio
(N2) do ambiente e transformá-lo em amônio (NH3), forma que é
utilizável pela planta. Este artigo tem como objetivo avaliar a forma
como a bactéria Azospirillum brasilense atua no aumento de
produtividade e de melhorias no crescimento de plantas de milho,
através de revisão de literatura.
Palavras-chave: inoculantes, nitrogênio, Zea mays L.
ABSTRACT
The brazilian producer has been improving more and more in
search of higher yields in less space. The use of nitrogen-fixing
bacteria recurs in the farmed environment, and diazotrophic bacteria
1
Dicente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF
Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF
E-mail: [email protected]
2
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Azospirillum brasilense is a tool to be used in grasses such as maize.
She is able to remove the dinitrogen gas (N2) environment and turn
it into ammonia (NH3), so that is usable by the plant. This article
aims to assess how the bacterium Azospirillum brasilense operates
in increased productivity and improvements in the growth of corn
plants, through literature review.
Keywords: inoculants, nitrogen, Zea mays L.
1. INTRODUÇÃO
Cerca de 80% da produção brasileira de grãos é composta
basicamente por milho e soja. A principal diferença entre os dois
grãos é que a soja é uma commodity, sendo que sua venda já é dada
logo após a colheita. O milho, por sua vez, é destinado ao comércio
interno, seguindo para consumo humano e animal. A produção de
milho tem crescido cerca de 3,0% e sua área plantada cresceu em
torno de 0,4% (EMBRAPA, 2015).
Segundo a CONAB (2016), a área total plantada de milho,
incluindo primeira e segunda safra, no ano de 2014/2015 foi de 15693
mil hectares. Com produção de 84672 mil toneladas de grãos.
O produtor de milho vem se especializando e tecnificando cada
vez mais. Um maior fluxo de informações promovidas pela iniciativa
privada e por órgãos governamentais, através de técnicos e
profissionais do meio agrícola, auxilia o produtor na inserção de
tecnologias e tomada de decisões (EMBRAPA, 2015). O uso dessas
tecnologias visa o aumento de produção de maneira econômica e
diminuindo as agressões ao meio ambiente, buscando substituir as
formas tradicionais de tratos culturais que consistem no uso
exagerado de defensivos agrícolas e fertilizantes (MELLO, 2012).
A produção de grãos de milho é muito influenciada pelo nitrogênio
(N). Sua falta pode acarretar numa redução de 14% a 80%. Sua
aplicação deve ser realizada no plantio e em cobertura, sendo um
dos tratos culturais mais onerosos ao agricultor (PANDOLFO et al.,
2014).
Para uma agricultura mais sustentável, a melhor forma de
incorporação de nitrogênio no solo é a fixação biológica de N2
(MARTINS et al.,2014).
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Uma das formas de produção consiste no uso de bactérias
promotoras de crescimento de plantas (BPCP), que consistem em
microrganismos benéficos as plantas que tem a capacidade de
colonização de áreas das plantas, essenciais ao crescimento e
absorção de nutrientes. As BPCP podem promover o crescimento do
sistema radicular, auxiliam na fixação biológica de nitrogênio,
aumentam a produção de hormônios e agem como agentes biológicos
no combate a alguns patógenos (HUNGRIA, 2011).
Atualmente, a bactéria diazotrófica, Azospirillum brasilense é
a mais pesquisada no Brasil para o crescimento de raízes e fixação
de nitrogênio em plantas de milho (HUNGRIA, 2011).
Este artigo tem como objetivo avaliar a forma como a bactéria
Azospirillum brasilense atua no aumento de produtividade e de
melhorias no crescimento de plantas de milho, através de revisão
de literatura.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO
A deficiência de nitrogênio em solos tropicais é muito acentuada.
Estudos mostram que apenas 50% do que é aplicado via cobertura é
aproveitado pelas plantas, o restante se perde via volatilização e
lixiviação (REPKE et al., 2013).
A adubação orgânica tem se mostrado cada mais eficiente ao
longo dos anos, foram observados aumentos significativos na
produtividade, resistência das plantas a pragas e doenças e na
quantidade dos nutrientes encontrados nas plantas (VASCONCELOS,
2006).
Segundo Coelho & França (1995), com o aumento da
produtividade também crescem a extração de nitrogênio, fósforo,
potássio, cálcio e magnésio. Tendo o milho maior exigências quanto
ao teor de nitrogênio e potássio, seguidos por cálcio, magnésio e
fósforo.
A exportação de nitrogênio pela cultura do milho é muito alta,
sendo necessárias adubações de cobertura ao longo do ciclo para
sua reposição. Experimentos realizados no Brasil mostram que cerca
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de 70 a 90% dos testes obtiveram êxito, quanto ao aumento de
produção, com aplicações do nitrogênio (CRUZ et al., 2008).
A fertilização compõe cerca de 40% dos gastos culturais. Dessa
porcentagem, cerca de 70% corresponde a adubação nitrogenada. A
utilização de genótipos adaptados a ambientes com pouca presença
de nitrogênio e capazes de associação às bactérias fixadoras de N,
podem ajudar os agricultores na redução de custos. A genética da
planta e o ambiente são variáveis importantes que devem ser
avaliados para obtenção do resultado esperado (VOGT et al., 2014).
2.2. BACTÉRIA Azospirillum brasilense
O ato da fixação biológica é considerado o segundo mais
importante processo biológico atrás somente da fotossíntese. Cerca
de 65% do N na terra foi fixado via atuação de bactérias fixadoras
(REPKE et al., 2013).
Estudos brasileiros mostram que a inoculação com A. brasilense
apresenta um aumento significativo não somente no teor de N, mas
também aumento nos teores de P e K, resultados semelhantes a
outros relatados em outros países (HUNGRIA, 2011).
As bactérias do gênero Azospirillum são capazes de utilização
de nitrogênio exclusivamente da atmosfera para seu crescimento.
Conhecidas como diazotróficas, são aeróbicas e se associam com
diversas plantas gramíneas de interesse econômico. Com a utilização
do gênero Azospirillum pode-se observar um crescimento significativo
da produção de grãos, paralelamente um aumento nos teores de
fósforo, potássio e de nitrogênio nas plantas (HUERGO, 2006).
As diazotróficas são os únicos seres capazes de transformar o
gás dinitrogênio (N2), presente em 80% da atmosfera, em amônio
(NH3), forma que é utilizável pelas plantas (HUERGO, 2006).
A fixação de nitrogênio pela Azospirillum brasilense difere-se
da forma como ocorre em leguminosas com Bradyrhizobium
japanicum, não há simbiose entre a planta e a bactéria. A
disponibilidade do N ocorre pela excreção da bactéria ou por
mineralização em sua morte. A Azospirillum brasilense está presente
na rizosfera, não ocorrendo sua penetração no tecido das raízes e
nem existindo formação de nódulos. Essa bactéria promove também
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a produção de hormônios, como a giberelina e auxina, que auxiliam
um crescimento dos tecidos radiculares, caulinares e foliares das
plantas. Tornando maior e mais eficiente a absorção de nutrientes e
água, resultando inclusive em maior resistência a veranicos
(PANDOLFO et al., 2014; MELO & AZEVEDO, 1998).
Estima-se que a fixação promovida por Azospirillum brasilense
varie de 40 a 200 kg/ha-1/ano-1 de nitrogênio, dependendo da genética
da planta, da estirpe bactéria e do ambiente (CHAVARRIA & MELLO,
2011). Na aplicação deve-se avaliar a microbiota já existente no
solo, levando em consideração que as bactérias diazotróficas somente
são competitivas com outras bactérias em ambientes com baixa
concentração de N (SILVA et al., 2007).
2.3. A INOCULAÇÃO COM Azospirillum brasilense
Estudos realizados por pesquisadores do estado do Paraná
resultaram em 4 estirpes da bactéria para utilização com gramíneas,
sendo estes resultados usados para autorização da produção de
produtos comerciais contendo as bactérias. As estirpes Ab-V4, AbV5, Ab-V6 e Ab-V7 são as com melhores resultados chegando de 24 a
30% a mais no rendimento de grãos (HUNGRIA, 2011).
A inoculação é semelhante a usada na cultura da soja, podendo
ser utilizada na forma sólida (turfa) e na forma líquida. Devem ser
tomadas cautelas quanto a temperatura, não exposição direta ao
sol e não aplicar conjuntamente com produtos químicos (HUNGRIA
et al., 2010).
A maneira mais comum do tratamento ainda é por sementes. A
aplicação em sulcos ainda é estudada como forma de reduzir a
mortalidade com o tratamento químicos utilizado para proteção das
sementes (BASI, 2013). Segundo Basi et al. (2011) não houve diferença
de resultados na aplicação de bactérias, estirpes Ab-V5 e Ab-V6, via
semente ou via sulco.
3. CONCLUSÃO
A inoculação de sementes de milho com a bactéria Azospirillum
brasilense se mostra muito eficiente no aumento de produtividade.
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Promove uma maior produção de fito-hormônios do crescimento das
raízes melhorando a absorção de nutrientes e de água, gerando maior
resistência a veranicos.
Sendo capazes de fixarem no solo o nitrogênio atmosférico, as
bactérias diazotróficas auxiliam na preservação do meio ambiente,
já que o produtor evita a aplicação de fertilizantes químicos,
reduzindo também seu custo de produção.
4. REFERÊNCIAS
BASI, S.; LOPES, E. C. P.; KAMINSKI, T. H.; PIVATTO, R. A. D.; CHENG,
N. C.; SANDINI, I. E. Azospirillum brasilense nas sementes e no
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cobertura na cultura do milho. Dissertação Mestrado. Universidade
Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO PR, p. 63, 2013.
COELHO, A. M.; FRANÇA, G. E. de. Seja o doutor do seu milho:
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71, p. 1-9, 1995.
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Indicadores da
Agropecuária, n. 8, 2016.
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INOVAÇÃO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA
DA SILVA Enrique1
DE PAULA João1
COLOMBO Victor1
BARBOSA Rogério Zanarde2
RESUMO
O presente trabalho propõe-se a descrever o comportamento da
Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas. No Brasil os produtos
agropecuários sempre tiveram grande impacto na formação do produto
interno bruto e com destaque para o superávit da balança comercial.
No período pós-guerras, com a revolução verde, houve necessidade
de mais terras para o cultivo de novos produtos, como a soja, e também
para a expansão das pastagens destinadas à produção pecuária. Este
trabalho trata-se de um estudo de caso da Indústria de Máquinas
Agrícolas e seu desenvolvimento de pulverizadores e também de bicos,
demonstrando como a inovação de máquinas evoluiu em decorrência
das ampliações e alterações de demandas. Esse comércio exige que
as empresas de máquinas e implementos agrícolas instaladas no Brasil,
estejam preparadas para competir nesses mercados, através de uma
eficiência produtiva de classe mundial e capacitação do setor.
Palavras chaves: Agricultura. Inovação. Indústria de Máquinas.
Implementos Agrícolas. Tecnologia.
1
Acadêmicos do curso de Engenharia Agronômica da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]; [email protected]; [email protected].
2
Docente do curso de Engenharia Agronômica da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected].
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ABSTRACT
The present work is proposed to describe the behavior of the
machinery and agricultural implements. In Brazil the agricultural
products have always had great impact on the formation of the gross
domestic product and the trade balance surplus. In the post war period,
with the green revolution, there was need for more land for the
cultivation of new products, such as soybeans, and also for the expansion
of pastures intended for livestock production. This work deals with a
case study of Agricultural machinery industry and its development of
pulverisers and nozzles, demonstrating how the innovation of machines
evolved due to the expansions and updates to demands. This trade
requires companies of agricultural machinery and implements installed
in Brazil, are prepared to compete in these markets, through a worldclass production efficiency and capacity in the sector.
Key words: Agriculture. Innovation. Machinery industry.
Agricultural Implements. Technology.
1.INTRODUÇÃO
Os impactos da abertura econômica, iniciada nos anos 1990,
foram em sua grande maioria na direção esperada e desejada, uma
vez que teriam a virtude de corrigir as distorções trazidas pelo regime
de industrialização por substituição de importações dos anos
anteriores (DAHAB, S., 1993).
De acordo com essa interpretação, as mudanças ocorridas na
estrutura industrial brasileira assumiriam um caráter basicamente
positivo, uma vez que essas teriam trazido importantes ganhos de
eficiência técnica e alo cativa, graças ao aumento das escalas
produtivas e à realocação dos recursos em linha com as vantagens
comparativas do país (setores intensivos em saídas naturais e mão
de obra), o que colaboraria para a retomada de uma trajetória de
crescimento econômico sustentado e para o aumento do bem estar
na economia (MOREIRA, M. M., 1999).
A Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas caracteriza-se
por uma estrutura econômica e bem-sucedida bastante heterogênea,
pois faz parte de uma cadeia produtiva que abrange diversos e
distintos setores, envolvendo relações interindustriais. O setor é
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composto por empresas de grande e pequeno porte, de capital
estrangeiro e nacional, e que se cultivam à produção de bens que
são bastante distintos entre si no que tange aos insumos requeridos
e às características físicas e funções técnicas (de uso) dos produtos.
A expressão desta heterogeneidade é uma estrutura de oferta
segmentada, onde se distinguem dois principais campos de atuação
das empresas do setor: máquinas agrícolas automotrizes e
implementos agrícolas. Essa segmentação do mercado se reflete
ainda sobre os condicionantes da dinâmica competitiva da indústria,
de modo que em termos de fontes de barreiras à entrada, fontes de
vantagens competitivas, formas de capacidade tecnológica e padrões
de estratégias produtivas e mercadológicas observam-se diferenças
marcantes ao nível de cada segmento (COUTINHO, L. O., 1997).
Outra característica é a necessidade das empresas em
acompanhar a modernização da agropecuária, situação que exige
constantes mudanças nas características desses produtos. Dois fatos
colaboraram para isso, sendo o primeiro na década de 1970, quando
a crise do petróleo atingiu o Brasil, que passou a incentivar a busca
de máquinas movidas a combustíveis alternativos, e o segundo na
década de 1980, quando houve a necessidade de adaptação das
máquinas para serem utilizadas no plantio direto (ESALQ, 2005).
O setor de bens de capitais mecânicos, que ocupa a décima
posição no ranking mundial, tem mantido aumento constante, com
valores superiores aos do Produto Interno Bruto (PIB), apesar da
oscilação da economia nacional, observando-se investimentos na
produção, desenvolvimento tecnológico e aumento no nível de
emprego (ABIMAQ, 2006).
Trabalho tem objetivo de contribuir para a compreensão de vários
fatores relacionados à inovação tecnológica adotada pelas empresas,
mostrando as trajetórias tecnológicas percorridas pela indústria de
máquinas e implementos agrícolas nos últimos anos.
2.DESENVOLVIMENTO
2.1 CENÁRIO MUNDIAL
Ao final da década de 1980, a rápida difusão de inovações de
produtos e de processos em particular as tecnologias de automação
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flexível de base microeletrônica e as novas Técnicas de organização
da produção – promoveu uma sensível elevação dos padrões de
qualidade e de produtividade da indústria mundial. A maioria das
nações industrializadas, assim como diversos países de
industrialização recente do sudeste asiático, respondeu
positivamente às consequentes transformações nos critérios
definidores da competitividade internacional, conseguindo manter
posições ou avançar na disputa pelos mercados internacionais. Ao
mesmo tempo, a indústria brasileira encontrava-se em um quadro
de estagnação. A longa duração da instabilidade macroeconômica
travava as possibilidades de expansão do mercado interno enquanto
a saída exportadora, embora tenha se consolidado no período,
mostrava-se insuficiente para dinamizar a economia. Níveis de
produção, emprego e produtividade oscilavam em torno de um
patamar, sem demonstrarem qualquer tendência de retomada de
crescimento (KUPFER, 1998).
De acordo com a FAO (2003), existiam cerca de 26,4 milhões de
tratores agrícolas no mundo e um volume exportado, no ano de 2000,
de 1,21 milhão de unidades, perfazendo US$ 8,3 bilhões em valor.
Este crescimento assume fundamental importância quando se observa
que a maioria dos países concorrentes do Brasil vem diminuindo suas
terras aráveis, como, por exemplo, os EUA e a Rússia. Este fato
demonstra as enormes possibilidades de crescimento da produção
brasileira e de se tornar cada vez mais um importante player na
produção agrícola mundial, influenciando sobremaneira a produção
de máquinas agrícolas no Brasil, em função das enormes
potencialidades de crescimento futuro do mercado doméstico
(VEGRO, C. L. R., 2009).
No que diz respeito à tecnologia (difundida e acessível), as
grandes empresas produtoras de máquinas agrícolas têm apostado
na chamada agricultura de precisão, considerada a nova fronteira
tecnológica na mecanização agrícola. Trata-se de novos produtos
lançados pelas indústrias de máquinas agrícolas que incorporam
equipamentos computadorizados e tecnologia de satélites que
permitem precisar a quantidade e a localização de insumos como
fertilizantes, sementes e pesticidas, reduzindo o desperdício e os
poluentes. Nessa linha, as empresas têm procurado lançar novos
produtos que impliquem em menor erosão do solo, mais leves e menos
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compactadores do solo, máquinas com menor emissão de poluentes
e mais econômicas e o uso crescente de inovações no campo da
informática que permita aperfeiçoar a utilização de insumos agrícolas
(MARANGONI J. C., 2002).
2.2 NO BRASIL
O Brasil tem potencial para ter uma área de cultivo maior do
que os EUA, devido ao seu clima mais favorável, que é geralmente
mais úmido e chuvoso, sua topografia relativamente plana e uma
provisão enorme de terras cultiváveis, que são apropriadas à
agricultura mecanizada. Pode-se concluir que o futuro da agricultura
no Brasil tem grande potencial e a expansão gradual da área de
terras agricultáveis do país acontecerá inevitavelmente durante os
próximos 50 a 100 anos. A taxa de crescimento de longo prazo em
área foi calculada em, aproximadamente, 3 a 4 % ao ano, sob
condições existentes, entretanto, esta taxa acelerou recentemente,
devido a uma moeda corrente local fraca e preços de artigos agrícolas
relativamente fortes. Até mesmo com este crescimento modesto, a
área de soja poderia aumentar 200% durante os próximos 50 anos,
elevando-se de 18 milhões de há, em 2002, para 54 milhões de ha
em 2052 (PROJETO G. D. C., 2003).
O padrão tecnológico da Indústria de Máquinas e Implementos
Agrícolas é caracterizado pelas inovações adaptativas, o que é fácil
de compreender quando se leva em conta que praticamente cada
solo/cultivo/operação apresenta requisitos específicos do conjunto
“máquina/usuário”. Nas empresas brasileiras, esta característica é
marcante mesmo entre as produtoras de tratores e cultivadores,
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que tem se limitado às adaptações marginais, buscando robustez e
simplificação de funções (DAHAB S., 1993).
3.CONCLUSÕES
Na agricultura as maquinas agrícolas vem com o objetivo de
inovação mais avançados, fazendo com que seus serviços sejam
mecanizados e com um tempo menor de mão de obra. Sendo assim
um serviço onde deveria ter várias pessoas foi substituído pela
máquina que tende a ter mais facilidade. Por tanto a evolução é
bem favorável e útil, trazendo importantes ganhos de eficiência
técnica, cativando os fazendeiros, sendo assim terá um aumento de
lucro em sua produtividade terá renovação em ambas às partes,
tanto lucrativas como uma colheita com benefícios, já que maquinas
tende a ter o mínimo de desperdício possível.
4.REFERÊNCIAS
ABIMAQ. Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos. Anuário ABIMAQ 2005. 2005. Disponível em: <http:/
/www.anuarioabimaq.com.br>. Acesso em: 20 jun. 2009.
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DAHAB, S. Estudo da competitividade da indústria brasileira.
Campinas, 1993.
ESALQ. Escola Superior de Agricultura “Luiz De Queiroz”. A evolução
do PIB do
agronegócio no Brasil de 1994 a 2001. 2005. Disponível em: <http:/
/cepea.esalq.usp.br/pib/zip/artigo%20PIB.pdf>. Acesso em: 01 jul.
2009.
KUPFER, D. Trajetórias de reestruturação da indústria brasileira
após a abertura da estabilização. 1998. Tese (Doutorado em
Economia) Instituto de Economia da Universidade do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro.
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MARANGONI, J. C. & PLÁ, J. Comportamento tecnológico das
empresas da indústria de máquinas agrícolas. São Paulo: FINEP,
2002.
MOREIRA, M.M., A Indústria Brasileira nos Anos 90. O que já se Pode
Dizer? In: GIAMBIAGI, F.; MOREIRA, M. M. (orgs.). A Economia
Brasileira nos Anos 90. Rio de Janeiro: BNDES, 1999.
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do Rio Grande do Sul. Análise do segmento de Máquinas Agrícolas.
Porto Alegre: IGEA-FINEP, 2003.
VEGRO, C. L. R.; FERREIRA, C. R. R. P. T. Mercado de máquinas
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dos Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 3, n. 7, jul. 2008.
Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br>. Acesso em 2 jul. 2009.
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IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO PARA A
ECONOMIA BRASILEIRA
Lucas Rinaldi LEONÇO1
Guilherme Augusto TOSCANO¹
João Victor Franco ROSA¹
Felipe Camargo de Campos Lima
2
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo discorrer sobre o setor
econômico do agronegócio, bem como elencar sua importância par
a economia brasileira. Assim é possível mostra como é importante o
agronegócio para a economia brasileira, pois 22% de toda a economia
do nosso pais é representada pelo agronegócio, e como os números
dizem que a cada ano que passa a nossa agricultura vem batendo
recordes de anos anteriores, com a ajuda dos outros países o Brasil
está sendo um dos mais exportadores do mundo em relação a
agricultura, com isso o país movimento cerca de 22% do PIB brasileiro.
A representatividade desse setor demonstra sua grande importância
para o país, embora ainda seja necessário cuidados específicos com
os entraves do agronegócio, como custos elevados de tributos e
dificuldades logísticas em transporte.
Palavras-Chave: economia, Brasil, agricultura, exportação.
1
Discente da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça – FAEF – Garça-SP, Brasil,
[email protected]
2
Docente da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça – FAEF – Garça-SP, Brasil,
[email protected]
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ABSTRACT
This article aims to discuss the economic agribusiness sector and
to list its importance even the Brazilian economy. Thus it is possible
to show how the agribusiness to the Brazilian economy is important
because 22% of the economy of our country is represented by
agribusiness, and as the numbers say that every year our agriculture
has reached record highs of previous years, with the help of other
countries, Brazil being one of the world’s exporters in relation to
agriculture, thus the country move about 22% of Brazilian GDP. The
representation of this sector demonstrates its great importance for
the country, although further specific care barriers of agribusiness,
such as high costs of taxes and logistical difficulties in transportation.
Keywords: economy, Brazil, agriculture, export.
1.INTRODUÇÃO
A vida do agricultor mudou muito nas última décadas, a atividade
ganhou respeito e possui grande importância econômica no mundo e
no Brasil, e o agronegócio representa 22% de toda a riqueza do país
(PACHECO et al,. 2012).
Boa parte da realidade vivida no campo se deve a força do
cooperativismo, com a filosofia da união pregada pelas cooperativas
ultrapassou os limites do campo e está presente em diversos outros
setores da nossa sociedade (PACHECO et al,. 2012).
Desde a colonização o Brasil é grande produtor e exportador de
cana-de-açúcar, em meados do século XVII o algodão, tabaco e o
cacau também passam a entregar a pauta de exportações da colônia
portuguesa, o café também dirigido ao mercado externo tem seu
auge de produção no século XIX, a pecuária por sua vez era uma
atividade voltada para o mercada interno, estratégica para ocupação
de território (SILVA et al,. 2007).
Mais de cento e noventa anos após a independência do Brasil, o
agronegócio do país passou por uma grande revolução tecnológica,
possibilitou não só o aumento da produtividade, mais diversificação
dos cultivos e cuidados com o meio ambiente. Até os anos 80 o Brasil
não exportava carne nem se quer produzia soja, o país enfrentava
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uma forte crise econômica que minava suas possibilidades de
crescimento (SILVA et al,. 2007).
O presente artigo tem como objetivo discorrer sobre o setor
econômico do agronegócio, bem como elencar sua importância par
a economia brasileira.
2.DESENVOLVIMENTO
No ano de 2014 o Brasil exportou 96 bilhões de dólares em
produtos do agronegócio, resultados dos investimentos que o país
vem fazendo desde os anos 70 em pesquisas, tecnologias, extensão
rural e políticas de incentivo à produção. Nos anos de 2014 o Brasil
está entre os maiores produtores e exportadores de alimentos do
mundo, com destaque para o açúcar, café, sofá, milho, suco de
laranja e carnes (CONCEIÇÃO e CONCEIÇÃO 2014).
No início dos anos 2000, o ranking de produção e exportação
apontava o Brasil como o número 1 em suco de laranja, 4º maior
produtor em milho e se tornou um fenômeno na produção da soja,
sendo o segundo produtor e o segundo exportador mundial do grão,
a soja é exportada para 95 países, sendo que o maior comprador é a
China, o milho tem exportação para 48 países, sendo que o maior
comprador é o Irã e o suco de laranja tem uma exportação para 68
países, sendo que o maior comprador é a Bélgica (GUILHOTO et al,.
2006).
Porém, mais recentemente, vemos que os principais produtos
do país ainda são os mesmo da época colonial, hoje o Brasil é o
maior produtor e exportador de café, e açúcar. O açúcar te uma
exportação para 126 países, sendo que o principal comprador é a
Rússia, e o café tem uma exportação para 133 países, sendo que o
maior comprador é o Estados Unidos (CONCEIÇÃO e CONCEIÇÃO 2014).
Com a crise financeira internacional do início dos anos 2000, os
obstáculos foram grandes na tentativa de ganhar competividade, o
setor produtivo cobra do governo soluções mais rápidas, afinal o
agropecuária já sustentava 22% do produto interno bruto brasileiro
(GUILHOTO et al,. 2006).
No mercado internacional o Brasil está entre os líderes do produção
e exportação de carnes bovinas, suínas e de frango, é na pecuária
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alias que enfrenta a concorrência mais acirrada. A pecuária brasileira
em relação a carne bovina é o segundo produtor e o terceiro exportador,
sendo o mais comprador a Rússia, tendo concorrentes como Índia,
Estados Unidos e a Austrália, a carne de frango o Brasil é o terceiro
maior produtor e o primeiro exportador , tendo como maior comprador
o Japão, sendo os maiores concorrentes os Estados Unidos e a Tailândia,
a carne suína o Brasil é o quarto maior produtor e o quarto maior
exportador, tendo como principal comprador a Rússia e os concorrentes
são Canadá, Estados Unidos, China e Ucrânia (SILVA et al,. 2013).
Para o governo brasileiro as perspectivas são positivas, pois as
projeções que o Brasil possui no Ministério de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento para os próximos 10 anos mostram que o Brasil
comparado com os países aliados como os Estados Unidos, Argentina,
China, Austrália entre outros tem a tendência de se tornar o segundo
maior exportador do mundo (MAREGA et al,. 2014).
O trabalho dos agricultores em resolver os problemas que se
encontravam em campo, agora tem alguns fatores que são muitos
importantes, o primeiro deles é o papel do estado em relação a
agricultura, nos anos 80 não tinha como financiar em bancos a
agricultura, já nos anos 90 com a chegada do Real a economia
brasileira começou a se estabelecer a área da agricultura, a partir
dos anos 90 o cenário comercial brasileiro para o agronegócio
começou a se conseguir mais ajuda com financiamentos para uma
melhor estabilidade como um todo. Um outro fator importante foi a
criação da EMBRAPA que proporcionou em alguns produtos
especificamente como soja, milho, trigo, arroz, feijão a criação de
tecnologias para adaptação ideal para o meio ambiente, que
possibilitou safras recordes a partir dos anos 70 (SILVA et al,. 2013).
Hoje o principal mercado externo do agronegócio brasileiro é a
China, cuja as importações crescem acima de 30%, e também os
países Árabes que no ano de 2000 importava do Brasil menos de 1
bilhão de dólares e chegaram em 2011 importando mais de 10 bilhões
de dólares, e ainda o setor ainda tem potencial para continuar
batendo recordes (MAREGA et al,. 2014).
No ano de 2012 as exportações Brasileiras do agronegócio
somaram um valor recorde de 95,81 bilhões de dólares, o setor gera
30% dos empregos no país, responde por 40% das exportações, produz
o equivalente à 22% do PIB nacional e movimenta cidade inteiras.
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Cristalina-GO é uma das cidades que antes era a terra dos cristais e
de 10 anos para cá se tornou um grande polo para o agronegócio do
país com o mais alto PIB agrícola, maior área irrigada da américa
latina acaba atraindo investimentos milionários e tem taxa de
desemprego próximo de zero (SILVA et al,. 2014).
Ainda existem nós que amarram a extensão do interno bruto
como a carência de infraestrutura, se for comparado os custos do
transporte brasileiro comparados no período de 2013 e 2012 o Brasil
teve um aumento do custo de 204%, já o mercado norte americano
teve um aumento de apenas de 53%. Mesmo com os investimentos
feitos pelo governo federal sendo muito volumosos, são
extremamente suficientes, o que é mesmo necessário para o Brasil
é uma maior agilidade dos processos de implementação desses
projetos (HEREDIA et al,. 2013).
A segurança jurídica é um ponto que o Brasil teve um avanço
significativo no ano de 2014 com a constituição do código florestal,
sendo possível ter uma produção expressiva ser um grande produtor
e preservar essa grande natureza que nós temos no Brasil (HEREDIA
et al,. 2013).
Porém alguns entraves como cargas de impostos que superam
35% do PIB dificultam o fechamento de balanço financeiro em algumas
condições de trabalhos, a maior parte dessa arrecadação recai sobre
o setor de serviços e sobre o agronegócio (MONTOYA, et al., 2011).
Embora seja visível a tentativa do governo de criar politicas
voltadas ao agronegócio, permanecendo atuante, seja por politicas
setoriais ou politicas generalistas voltadas a infraestrutura.
Eventualmente gerando alguns conflitos de interesses sobre os
caminhos dessas políticas púbicas (HEREDIA, et al., 2013).
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a prévia revisão sobre o agronegócio brasileiro fica caro
que o agronegócio brasileiro caminha em uma linha crescente em
relação ao Brasil, pois o PIB brasileiro está sempre em alta por causa
do nosso agronegócio está sempre batendo os recordes.
Historicamente o país tem uma agricultura representativa, que
se torna crescente ao longo do tempo.
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Ainda existem desafios para quem atua no agronegócio, como os
alto custos de transportes e as dificuldades logísticas para aquisição
de insumos e escoação de produtos.
Os programas governamentais de apoio a agricultura tem agido
em condições específicas, porém ainda há a necessidade de apoios
e investimentos em infraestrutura básica e comum como rodovias,
ferrovias e portos.
4.REFERÊNCIAS
CONCEIÇÃO, J. C. P. R.; CONCEIÇÃO, P. H. Z. Agricultura: Evolução
e importância para a balança comercial brasileira. Revista IPEA.
Brasília/DF. p.36. 2014.
GUILHOTO, J. J. M.; SILVEIRA, F. G.; ICHIARA, S. M.; AZZONI, C. R. A
importância do agronegócio familiar no Brasil. Ensino Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) USP. Piracicaba/SP. p.28. 2006.
HEREDIA, B.; PALMEIRA, M.; LEITE, S. P. Sociedade e economia do
“agronegócio” no Brasil. Revista Brasileira de Ciencias Sociais. v.25.
n.74. São Paulo/SP. 2013.
MAREGA, P. T.; GÉGLIO, A.; ROSSI, C. A.; GOMES, A. Agronegócio no
Brasil: perspectivas e limitações. Universidade Federal Fluminense
(UFF). Niterói/RJ. p.59. 2014.
MONTOYA, M. A.; FINAMORE, E. B.; PASQUAL, C. A.; BOGONI, N. M.
Evolução do custo da carga tributária no agronegócio e na economia
gaúcha: uma análise insumo-produto dos impostos indiretos. XVIII
Congresso Brasileiro de Custos, Rio de Janeiro, Brasil, 2011, 16p.
PACHECO, A. M.; SANTOS, I. R. C.; HAMZÉ, A. L.; MARIANO, R. S. G.;
SILVA, T. F.; ZAPPA, V. Importância do agronegócio para o BrasilRevisão de literatura. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina
Veterinária. Nº19. p.6. Garça/SP. 2012.
SILVA, A. C.; LIMA, E. P. C.; BATISTA. H. R. A importância da soja
para o agronegócio brasileiro: Uma análise sob o enfoque da
produção, emprego e exportação. Universidade Federal de
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SILVA, M. V. S.; NONEMBERG, M. J. B. A participação do agronegócio
no PIB brasileiro: controvérsias conceituais e propostas
metodológicas. Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (IPEA).
Rio de Janeiro/RJ. p.20. 2014.
SILVA, N. M. G.; CESARIO, A. V.; CAVALCANTI, I. R. Relevância do
agronegócio para economia brasileira atual. Universidade Federal
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A IMPORTÂNCIA DO DESENHO TÉCNICO
Tiago Rodrigues GABRIEL¹
Alexandre Lui da Silva FELIPE²
RESUMO
Nesta breve revisão vamos observar um pouco da importância e
funções do desenho técnico , observar que para se criar um desenho
técnico é necessário observar e seguir normas da ABNT que são
padronizadas mundialmente , para que um desenho possa ser lido e
interpretado em qualquer parte do mundo, no meio rural o desenho
técnico é empregado em diversas áreas , sendo indispensável o seu
conhecimento.
Palavras-chave: IMPORTÂNCIA ; DESENHO ; NORMAS .
ABSTRACT
In this brief review we watch a little of the importance and
functions of the technical design, to observe to create a technical
drawing is necessary to observe and follow ABNT standards that are
globally standardized so that a drawing can be read and interpreted
anywhere in the world in rural areas the technical design is employed
in several areas, being essential to their knowledge .
Keywords: IMPORTANCE ; DRAWING ; STANDARDS
¹Acadêmicos do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:[email protected]
²Professor dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
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1.INTRODUÇÃO
Para o projetista ou Engenheiro a arte de representar um objeto
ou fazer sua leitura através do Desenho Técnico é muito importante,
uma vez que nele estão contidas todas as informações precisas e
necessárias para a construção de uma peça. O Desenho Técnico surgiu
da necessidade de representar, com precisão, máquinas, peças,
ferramentas e outros instrumentos de trabalho, bem como edificações
de projetos de Engenharia e Arquitetura.
A principal finalidade do Desenho Técnico é a representação
precisa, no plano, das formas do mundo material, de modo a possibilitar
a reconstituição espacial das mesmas. Assim, constitui-se no único
meio conciso, exato e inequívoco para comunicar a forma dos objetos.
O desenho técnico é considerado como a linguagem gráfica
universal da Engenharia e Arquitetura. Da mesma forma que a
linguagem verbal escrita exige alfabetização, é necessário que haja
treinamento específico para a execução e a interpretação da
linguagem gráfica dos desenhos técnicos, uma vez que são utilizadas
figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.
No seu contexto mais geral, o Desenho Técnico engloba um conjunto
de metodologias e procedimentos necessários ao desenvolvimento e
comunicação de projetos, conceitos e ideias. Para isso, faz-se
necessária a utilização de um conjunto constituído por linhas,
números, símbolos e indicações escritas normalizadas
internacionalmente.( FERREIRA, FALEIRO &SOUZA 2008).
Permite que projetos realizados por alguém sejam feitos por
terceiros.(GRAH , 2016)
DESENVOLVIMENTO
A fim de transformar o Desenho técnico em uma linguagem
padronizada, foi necessária a universalização dos procedimentos de
representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas
técnicas, que nada mais são do que códigos técnicos que regulam
relações entre produtores e consumidores, engenheiros, empreiteiros
e clientes. Cada país elabora as suas próprias normas que passam a
ser válidas em todo território nacional.
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No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940. Para facilitar
o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos
responsáveis pela normalização de cada país decidiram fundar, em
1947, a ISO (International Organization for Standardization), com
sede em Londres. Assim, quando uma norma técnica é criada por
algum país e é aprovada pelos demais, esta pode ser
internacionalizada, passando a compor a ISO.
No Brasil há uma série de normas, as NBRs, que estão de acordo
com a ISO e regem a linguagem do desenho técnico em seus mais
diversos parâmetros:
- NBR 10647 – Norma geral de Desenho Técnico;
- NBR 10068 – Layout e dimensões da folha de desenho;
- NBR 10582 – Conteúdo da folha para desenho técnico;
- NBR 8402 – Definição da caligrafia técnica em desenhos;
- NBR 8403 – Aplicação de linhas para a execução de desenho
técnico;
- NBR 13142 – Dobramento da folha;
- NBR 8196 – Emprego da escala em desenho técnico;
- NBR 10126 – Emprego de cotas em desenho técnico;
- NBR 6492 – Representação de projetos arquitetônicos.
( FERREIRA, FALEIRO &SOUZA 2008).
Atribuições do Técnico Agrícola
DECRETO Nº 90.922, DE 6 FEV 1985
Art. 6º - As atribuições dos técnicos agrícolas de 2º grau em suas
diversas modalidades, para efeito do exercício profissional e da sua
fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em:
[...] IV - responsabilizar-se pela elaboração e execução de
projetos compatíveis com a respectiva formação profissional;
V - elaborar orçamentos relativos às atividades de sua
competência;
VI - prestar assistência técnica e assessoria no estudo e
desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas, ou nos
trabalhos e vistorias, perícia, arbitramento e consultoria, exercendo,
dentre outras, as seguintes tarefas:
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[...] 2) desenho de detalhes de construções rurais;
3) elaboração de orçamentos de materiais, insumos,
equipamentos, instalações e mão-de-obra;
[...] VII - conduzir, executar e fiscalizar obra e serviço técnico,
compatíveis com a respectiva formação profissional;
[...] XVI - treinar e conduzir equipes de execução de serviços e
obras de sua modalidade;
[...] Parágrafo único - Em se tratando de obras, é obrigatória a
manutenção de placa visível ao público, escrita em letras de forma,
com nomes, títulos, números das carteiras e do CREA que a expediu,
dos autores e co-autores responsáveis pelo projeto e pela execução.
O revolucionário projetista do exército de Napoleão
Ainda adolescente, Monge foi incentivado a ingressar na escola
militar, onde desenvolveu sua técnica para representar no papel as
manobras militares, e mantiveram em segredo por 15 anos. Só era
permitido ensiná-lo aos futuros engenheiros militares. Somente em
1794, em plena Revolução Francesa, Monge pôde divulgar sua
invenção em escolas civis de Paris. (GRAH , 2016).
Utilizando de um conjunto constituído por linhas, números,
símbolos e indicações escritas normalizadas, o desenho técnico é
definido como linguagens gráficas universal da engenharia. Exige
alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica
do desenho técnico exigem um treinamento específico porque são
utilizados figuras (Bidimensionais) para representar formas espaciais,
na prática podem dizer que para interpretar um desenho é necessário
enxergar o que não é visível e a capacidade de entender uma forma
espacial a partir de uma figura. O Desenho Técnico é um desenho
operativo após sua confecção segue-se uma operação de fabricação
ou montagem, desta forma para fabricarmos ou montarmos qualquer
tipo de equipamento sempre precisará de um desenho técnico.
No Século XVII, por patriotismo e visando facilitar as contruções
de fortificações o Matematico Frances “Gaspar Monje”, tinha uma
habilidade como desenhista, utilizando projeções ortogonais um
sistema com correspondencia Buinivoca entre os elementos do plano
do espaço.
O Sistema criado por “Gaspar Monje” a geometria descritiva era
a base utilizada pelo desenho técnico. Com a explosão Mundial do
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desenvolvimento industrial, foi necessário normalizar a utilização
da Geometria Descritiva desta forma de utilização da Geometria
Descritiva como linguagem gráfica da engenharia chamando a de
Desenho Técnico.
Hoje em dia os Desenhos são elaborados por Computadores, pois
existem vários Softwares que facilitam a elaboração e apresentação
de desenhos técnicos. Nas áreas de atuação das diversas
especialidades de engenharia, os primeiros desenhos que darão início
a viabilização das idéias são desenhos elaborados a mão livre,
chamados de “Esboço”. utilizando computadores são elaborados os
desenhos preliminares que correspondem ao estágo intermediario
dos estudos que são chamados de antiprojeto.
2.CONCLUSÃO
Pretendeu-se com o trabalho explicar de forma simples como é
importante o conhecimento de normas e como deve ser interpretado
um desenho técnico , visto que é uma ferramenta indispensável nos
dias de hoje para se criar algum tipo de objeto, pode ser feito a mão
, mas nos dias de hoje quase não se utiliza esse método pois existem
programas de computador que contém todoas as ferramentas
necessárias para se fazer um desenho.
3.REFERÊNCIAS
FALEIRO, H. T. ; FERREIRA, R.C; SOUZA, R. F. Universidade federal
de goiás escola de agronomia e eng. de alimentos setor de
engenharia rural. Apostila de Circulação interna da Escola de
Agronomia e Eng. de Alimentos. ed.1, v.1, 2008
GRAH,V. Introdução ao Desenho Técnico e Construções Rurais, 2016
http://pt.scribd.com/doc/10257092/Desenho-tecnico-aula23escalas
RIBEIRO, A. C. . Curso de desenho técnico. 1. ed. LORENA: EEL-USP,
2009. v.1. 466 p
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A IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES DE ESCALA –
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Janaína A. Sales dos SANTOS1
Lucas ZIMIANI1
Matheus Henrique BIASOTO1
Alexandre Luis da Silva FELIPE2
RESUMO
A escala é a relação entre as dimensões de um desenho e a medida
real do que está sendo representado. A existência da escala é de
grande importância, pois permite que algo seja representado com
dimensões proporcionais. E sem ela não seria possível representar
grandes objetos e áreas. A escala está dividida em três tipos, que
seriam escala de redução, escala real e escala de ampliação. A escala
de redução é aplicada na representação de grandes objetos e a de
ampliação pequenos objetos, enquanto a escala real faz
representações com as mesmas dimensões reais.
Palavras-chaves: DESENHO TÉCNICO; REPRESENTAÇÃO; PROPORÇÃO.
ABSTRACT
The scale is the relationship between the ratio of the dimensions
of a design and actual measurement of what is being represented.
¹ Discente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF. Email: [email protected]
² Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF. Email: [email protected]
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The existence of the scale is of great importance because it allows
something to be represented with proportional dimensions. And
without it would not be possible to represent large objects and areas.
The scale is divided into three types, that would be downscaling,
real scale and scale. The downscaling is applied to the representation
of large objects and magnifying small objects, while the real scale
makes representations with the same real dimensions.
Keywords: TECHNICAL DRAWING; REPESENTATION; PROPORTION.
1.INTRODUÇÃO
A escala é a proporção entre as dimensões de um objeto e a
representação e sua utilização tem grande influência no nível de
detalhamento, em relação a precisão e a quantidade de detalhes
amostrados. Toda carta ou mapa deve ser produzido com o seu uso,
pois, não pode ser representado com as medidas reais, devido ao
fato de não caber no papel. A não ser que seja apenas um esboço
onde o objeto maior é representar os objetos.
Pode ser aplicada em qualquer desenho desde de que atenda as
normas do órgão regularizador (ABNT), que possui escalas
normalizadas. É comum o seu uso em cartas, mapas, plantas,
representação de objetos, entre outros.
As escalas adotadas podem ser de ampliação, redução e real. Na
escala de redução o objeto é reduzido à um tamanho que permita
ser representado. Na escala real o objeto e a representação possui
dimensões iguais. A escala de ampliação aplica-se na representação
de pequenos objetos sendo aumentado no papel. Pode ser indicada
no desenho de diferentes maneiras, seja no formato de fração com
números chamado de escala numérica ou indicada por escala gráfica.
A escala gráfica é representada através de uma reta segmentada, as
divisões possuem distâncias equivalentes.
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CONCEITO
A escala nada mais é que uma relação entre as dimensões de um
fenômeno, como por exemplo, um objeto ou um local e sua
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representação. Ou seja, a escala busca encontrar uma proporção
entre o tamanho daquilo que está sendo representado e sua
representação. Portanto através da escala é possível representar
algo que não caberia no papel, mas mesmo assim seria proporcional
à realidade, desde que se tenha a adoção de uma escala (CARVALHO;
ARAÚJO, 2008).
Existem vários tipos de representação, dentre eles estão as
cartas e mapas, podendo ser produzidas no formato digital ou
convencional. A representação é uma projeção de uma superfície
contendo os detalhes presentes nelas. Sendo esses detalhes
classificados como naturais ou artificiais, sendo que os naturais
são elementos da natureza como rios, montanhas, etc. os artificiais
são elementos criados pelo homem como estradas, edificações,
entre outros. A representação desses elementos é necessária o uso
de escala (SILVA et al., 1998).
A escala não só pode ser representada com a mesma unidade
de medida, ou seja, de centímetros para centímetros, como também
de centímetro para qualquer outra unidade de distância, desde
que sejam equivalentes. A exemplo dos mapas eles normalmente
são representados em centímetros ou milímetros enquanto o terreno
é medido em quilômetros ou metros (ROSA, 2004).
O grau de detalhamento de uma representação está diretamente
relacionado ao tamanho da escala, pois quanto menor a escala
pior será o nível de detalhamento, ou seja, maior será a
generalização da representação, conferindo uma menor clareza na
representação, tornando-a mais distante da realidade. E caso de
escalas maiores ocorre o inverso. Portanto em escalas maiores o
grau de detalhamento é superior, quando comparado a escalas
pequenas (MENEZES; COELHO NETO).
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A escala a ser utilizada deve ser determinada de acordo com a
finalidade do mapa e a conveniência da escala. O nível de
detalhamento do mapa é proporcional ao tamanho da escala. As
escalas são divididas três grupos quanto a sua finalidade e o grau de
detalhamento, como demonstrado na figura 1 (CARDOSO, 2006).
Para determinar o tamanho da escala a ser aplicada, deve-se
considerar a menor feição a ser representada, independentemente
do tamanho das feições maiores. Outro fator a ser considerado é o
tamanho da área. Toda escala deve ser a mais representativa possível.
O erro tolerável varia de acordo com a escala, quanto menor a escala
maior o erro tolerável (ROSA, 2004).
Quando possível o objeto deve ser representado com as dimensões
reais, mas isso dificilmente acontece, pois geralmente os objetos
são representados. Existem normas que regulariza a escala. O órgão
regularizador disponibiliza as escalas normalizadas (figura 2), mas
se essas escalas não atender as necessidades do usuário ele pode
calcular uma nova escala desde que esteja dentro das normas (SILVA
et al., 2011).
2.2 TIPOS DE ESCALA
Os objetos nem sempre podem ser representados em tamanho
real, quando se trata de grandes objetos ou áreas é necessário utilizar
a escala de redução, onde as dimensões reais do objeto ou local são
reduzidas a um tamanho representável em papel. Já a escala de
ampliação é utilizada na representação de objetos pequenos, devendo
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amplia-los para uma melhor visualização. Por fim a escala natural
ou real onde o objeto é representado com as dimensões reais. Ambos
estão representados na figura 3. (BARBOSA, 2010).
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS ESCALAS
A escala pode ser dividida em numérica e gráfica. Como
demonstrada na figura 4 a escala gráfica é representada através de
um ábaco com uma linha graduada, dividida em partes equivalentes
cada uma dessas partes apresentam uma unidade de comprimento
para o terreno ou um de seus múltiplos (SANTOS, 2013).
A escala numérica é representada por uma fração com números
que correspondem a medida do terreno e a medida do mapa com
unidade de medida equivalente. Por exemplo, uma escala (1:1000)
significa que 1 cm no papel equivale a 1000 cm no terreno, ou seja,
será mil vezes maior no terreno, sendo está uma escala de redução
(FERREIRA, 2008).
A escala de ampliação e escala real também pode ser
representada na forma numérica, como demonstrado anteriormente
na escala de redução. Uma escala de ampliação pode ser
representada da seguinte forma, 2:1, significando neste exemplo,
que a representação é duas vezes maior que o objeto. Na escala real
ou natural as dimensões reais e as representadas são iguais, sendo
representada na forma numérica como 1:1 (VALE, 2006).
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3.CONCLUSÃO
A escala é de extrema importância pois sem a sua adoção seria
impossível realizar a produção de mapas de forma representativa,
pois os mapas são usados para representar grande áreas que não
seria possível sua representação no papel de forma equivalente, mas
com o uso da escala da faz-se uma relação entre uma representação
e a área representada.
A escala deve ser usada de forma correta de acordo com a
finalidade do que está sendo representado, pois a escala está
diretamente ligada ao grau de detalhamento da representação, ou
seja, quanto maior a escala melhor é o nível de detalhes, ocorrendo
o inverso com as escalas menores.
A escala pode ser utilizada para diferentes finalidades como para
representação de mapas, cartas, plantas, entre outras finalidades.
É necessário tomar alguns cuidados no uso de escala, principalmente
quando se trata da interpretação para que não ocorra erros que
possa comprometer a representação. Principalmente quando se trata
de mapas, pois representa grande áreas, ou seja, são utilizados
grandes números.
4.REFERÊNCIAS
BARBOSA, J. P. Desenho técnico mecânico. Instituto Federal Espirito
Santo – São Matheus. 2010. 163 p.
CARDOSO, M. A. Geografia. Centro Federal de Educação Teológica
de Minas Gerais – Varginha, 2006. 63 p.
CARVALHO, E. A.; ARAÚJO, P.C. Escala. UDUFRN, Natal, 2008. 248 p.
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DENCKER, K. L. Apostila de desenho básico. UDESC – Santa Catarina,
2009. 74p.
FERREIRA, R. C. Escalas e cotagem. Universidade Federal de Goiás Goiânia, 2008. 11p.
MENEZES, P. M. L; COELHO NETO, A. L. Escala: estudo de conceitos e
aplicações. UFRJ - Rio de Janeiro. 6 p. Disponível em: <http://
w w w. r c . u n e s p . b r / i g c e / p l a n e j a m e n t o / d o w n l o a d / i s a b e l /
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ago. 2016.
ROSA, R. Cartografia básica. Universidade Federal de Uberlândia Uberlândia, 2004. 72 p.
SANTOS, A. R. Apostila de elementos da cartografia. UFES – Alegre,
2013. 57 p.
SILVA, A.; RIBEIRO, C. T.; DIAS, J.; SOUSA, L. Desenho técnico
moderno. 4ª Edição, 2011.
SILVA, I. F. T.; FREITAS, A. L. B.; MAGALHÃES, W. G.; AUGUSTO, M. J.
C.; OLIVEIRA, M. A. Noções básicas de cartografia. IBGE – Rio de
Janeiro, 1998. 126 p.
SOUZA, G. J.; ROCHA, S. P. Introdução ao desenho técnico. Instituto
Federal Santa Catarina – São José, 2010. 56 p.
VALE, F. A. M. Desenho de máquinas. UFES – Espirito Santo, 2006.
216 p.
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AGRICULTURA DE PRECIÇÃO
¹ GATTI João Vitor
²BARBOSA Rogerio Zanarde
³FELIPE Alexandre da Silva
RESUMO
A agricultura de precisão é um processo de gestão da variabilidade
do processo de produção agrícola onde pode estar gerenciando a
variabilidade de cada aspecto de um plantio tendo como objetivo
atingir o potencial máximo e preciso das lavouras, utilizando técnicas
e equipamentos (sistemas de posicionamento, mapeamentos de
produtividades, correção dos níveis de fertilidade, correção do nível
de compactação, correção de drenagem, manejos de pragas e
doenças, sistemas de direcionamentos, aplicação localizada de
insumo utilizando aplicação baseado no mapeamento) tudo isso é
feito para que ocorra o manejo preciso das lavouras assim tendo
uma produção maior e preciso da cultura.
INTRODUÇÃO
A agricultura de precisão baseia-se no gerenciamento localizado
de sistemas agrícolas, utilizando recursos como mapeamento dos
fatores de produção, ferramentas de suporte a decisão e aplicação
¹Docente de engenharia Agronômica, Sociedade Cultural e Educacional de Garça – FAEF
² Prof. Dr. Rogério Zanarde Barbos, Doutor em Irrigação e Drenagem | FCA-Unesp
³Prof Dr Alexandre da silva Felipe
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localizada de insumos. Em termos econômicos, está tecnologia
permite a priorização de áreas onde o potencial de produção é menor.
A principal redução em custo, é com insumos, usando apenas o
necessário, e deixando a adubação de luxo e desperdício. Diversas
técnicas e equipamentos estão disponíveis para a utilização, mas as
principais utilizadas são o monitoramento e o mapeamento da
produção em colhedoras automotrizes.
Análise de solo também está apresentando grandes resultados
na agricultura de precisão, principalmente pela agilidade em que se
é feita, e a quantidade de informação fornecida para o agricultor,
como por ex: (Compactação, condutividade elétrica, Profundidade
efetiva, temperatura, etc).
A agricultura de precisão pode ser definida como uma tecnologia
moderna para o manejo do solo, dos insumos e das culturas, de
modo adequado e considerando as variações espaciais e temporais
dos fatores que afetam a produtividade.
A agricultura de precisão visa a produção agrícola como um
todo, não somente á aplicação de insumos ou de mapeamentos
diversos , mas todos processos envolvidos em um plantio mecanizado
da cultura , utilizando sistemas via satélite.
Técnicas de aplicação localizadas de defensiva também estão
sendo desenvolvidas, outras já estão em uso. Outra técnica utilizada
é a aplicação de fertilizantes e corretivos de acordo com as
necessidades e recomendação de cada local do campo. Para tal
serviço, são utilizadas maquinas chamadas de distribuidores VRT
(“Variable Rate Technology”). Uma outra técnica utilizada, é o
mapeamento de produtividade, gerando mapas que ilustram uma
“radiografia” da cultura em cada ponto do talhão, possibilitando o
manejo mais adequado para cada talhão.
Outro tema importante da agricultura de precisão, é a
possibilidade de redução do impacto ambiental através da diminuição
do uso de insumos agrícolas.
DESENVOLVIMENTO
2.1 SISTEMA DE GEOPROCESSAMENTO GLOBAL(GPS)
O sistema de geoprocessamento global (GPS) na agricultura ele
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é projetado para dar coordenada e as enviando para o computador.
Existem vários tipos de sistema de posicionamento na agricultura
3 são mais utilizados, o DGPS (correção via satélite submétrico) GPS
absoluto (submétrico) e o RTK (real time kinematic). O GPS e o RTK
são utilizados para fazer mapa de produtividade e necessário para
fazer o plantio de adubo. “O funcionamento do GPS funciona com a
medição do tempo de emissão do sinal de cada satélite para a terra,
posicionando alguns satélites assim emitindo ondas para a terra
porem ocorre algumas perturbações no sinal assim causando alguns
erros na navegação, ocorre perturbação pela ionosfera e a troposfera
há erros de sincronia de horários, multicaminhamento e o DOP assim
tendo algumas falhas (MARINO 2003 p 6, 22-28).
2.2 MAPEAMENTO DE PRODUTIVIDADE
O mapeamento de produtividade é muito importante no
levantamentos de dados para a aplicação, assim tendo uma
agricultura de precisão e permite obter dados da produtividade, ao
fazer o mapeamento de produtividade, conseguindo obter dados para
as correções de fertilidade, compactação do solo, problemas de
drenagem e até mesmo pragas que estão no solo. “O mapeamento
de produtividade só tem vantagem pois possibilita obter das analises
uma maneire de correção do solo uma precisão no plantio assim
tendo uma economia de gastos e um aplicação correta tendo uma
produção muito mas eficaz” (ZERBATO 2002 p 01-87)
3 APLICAÇÃO LOCALIZADAS DE INSUMOS
A aplicação de insumos em mapeamento tem sido utilizado na
adubação e correção da fertilidade do solo. Isso possibilita a aplicação
de insumos apenas em locais necessários, aplicando doses variáveis
e não uniforme, gerando assim um a economia e evitando
desperdícios.
A aplicação localizada de insumos compreende três etapas:
Coleta de dados (mapeamento), interpretação dos mapas
(sistema de suporte a decisão) e aplicação localizada.
No caso de fertilizantes e corretivos, por exemplo, o sistema
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começa pelo mapeamento de produção da cultura. São utilizadas
colhedoras equipadas com sistema de posicionamento global (GPS),
monitores de produção e equipamentos para coleta de amostras de
solo georeferênciadas. Depois se utiliza sistemas de informação
geográficas (SIG) e conceitos geoestatístico, que são transformadas
em mapas. Esse planejamento torna-se em mapas de tratamento,
interpretados pelas máquinas que faz a aplicação localizada, apenas
em quantias necessárias (variável).
O posicionamento dos alvos é uma etapa muito importante, e
pode-se utilizar 2 métodos.
A primeira é um sistema on-line, onde as máquinas se deslocam
no campo, e os sensores detectam e aplicam somente onde é
necessário.
A segunda é mapas de tratamento georeferenciados, que com o
auxílio de sistemas de suporte a decisão, que utilizando os pontos
traçados no mapa, realizam a aplicação localizada.
3.1 DETECTAÇÃO DE ALVOS
A detectação instantânea das plantas, através de sensores óticos
que identificam as diferenças na reflexão da luz pelas diversas
superfícies que existem nas áreas agrícolas, como plantas daninhas,
restos vegetais, o solo, etc.
Outra opção é usar o sistema de imagens, que analisa, identifica,
e imediatamente os alvos e aplica o produto utilizado.
3.2 APLICAÇÃO BASEADA EM MAPEAMENO
O mapeamento é realizado de acordo com a infestação e suas
características, usando DGPS (Sistema de posicionamento global
diferencial). Durante a aplicação, o computador de bordo do
pulverizador, determina o posicionamento em que se encontra a
máquina (Via DGPS) e determina o tratamento recomendando para
esta posição, controlando a dose ao longo do deslocamento.
Para a coleta dos dados para a confecção dos mapas, podem ser
realizadas através de um (palm-top), acoplado a um DGPS, que
através do caminhamento no campo, pode-se coletar as informações.
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Mas esse método é para pequenas áreas. Neste caso, a coleta de
dados pode ser em conjunto com a colheita, podendo registrar as
informações enquanto a máquina se desloca pelo local. O
processamento de imagens também pode ser uma opção.
3.3 EQUIPAMENTOS PARA APLICAÇÃO LOCALIZADA
Os pulverizadores utilizados, são altamente sofisticado, o sistema
é controlado por um computador central, que armazena os dados,
sobre locais, doses, mapas, e além disso, ele analisa e interpreta. A
central de controle é capaz de analisar em tempo real os dados,
como posicionamento geográficos do DGPS. Isso lhe permite uma
aplicação localizada e sem desperdício, aplicando apenas o doce
certa, no local necessário. O princípio básico destes sistemas está
relacionado ao armazenamento do defensivo e do diluente em
recipientes separados, fazendo a mistura apenas no momento da
aplicação. A intensidade do fluxo varia de acordo com a velocidade
da máquina, largura da barra, dimensão dos bicos, a definição de
vazão dos defensivos, entre outros. Outro fator importante é a
segurança na troca de produtos, facilitando a logística da aplicação
e do deslocamento da máquina no campo.
4 GERENCIAMENTO DAS APLICAÇÕES VRT NO ALGODAO
A técnica se baseia para encontrar a melhor tipo de tratamento
médio do campo para começar as devidas aplicações em toda á
lavoura , embora este método este método trás bons resultados ,
tem um erro de imprecisão espaciais , isto causa uma diferença
significativa no campo. Para obter um bom resultado, foram tomadas
algumas medidas no uso do sistema espacial para correção de alguns
erros , como identificar , qualificar , mapear , e criar precisões
corretas.
4.1 INTEGRAÇÃO NDVI-POTENCIAL DE PRODUÇÃO
“Normalized difference vegetation index” nada mais é do que o
índice que analisa a condição da vegetação no campo, através de
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sensores remotos diante de uma unidade de precisão média, esse
índice é uma matemática de bandas espectrais que são captadas
por sensores nas maiorias dos casos de uso do NDVE “Satélites”.
Através disso é possível obter dados do monitoramento de cultura,
detectação de seca , localização de pragas , estimativas de
produtividade , modelagem hidrológica , mapeamento da cultura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agricultura de precisão veio revolucionar o plantio. Com as
tecnologias que ela proporciona, e maquinários disponíveis, é
possivelmente reduzir gastos, atingir a produção máxima da área,
com um tempo muito menor e maior qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
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AMBIGUIDADES NO SISTEMA GNSS
Junior Simon BEZERRA1
Gabriel Feltrin BARRETO1
Leonardo Mantovani PEREZ1
Alexandre Luiz da Silva FELIPE2
RESUMO
O Sistema Global de Posicionamento e de Navegação por Satélite
(Global Navigation Satellite System – GNSS) é um termo padrão para
sistemas de navegação por satélites, que foi lançado na década de
60 pelos Estados Unidos. Entre os sistemas que compõem o GNSS
estão o GPS (EUA), GLONASS (Rússia), Galileo (União Europeia),
Beidou/Compass (China). As maiores ambiguidades desse sistema
ficam por conta da Troposfera e da Ionosfera, sendo que cada camada
tem efeitos distintos na propagação das ondas. Este artigo tem por
objetivo mostrar quais são os efeitos que essas camadas oferecem
nas ondas de propagação e como afetam o sinal.
Palavras-chave: Ambiguidades, GNSS, Ionosfera, Satélites, Troposfera.
ABSTRACT
The Global Positioning System and Satellite Navigation (Global
Navigation Satellite System - GNSS) is a standard term for navigation
1
Discentes do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail:
[email protected]
2
Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail:
[email protected].
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systems by satellite , which was launched in the 60s by the United
States . Among the systems that make up the GNSS are GPS (US) ,
GLONASS (Russia), Galileo (European Union) , Beidou / Compass
(China) . The greatest ambiguity of this system are due to the
ionosphere and the troposphere , where each layer has different
effects on the propagation of the waves. This article aims to show
what are the effects that these layers provide the propagation of
waves and how they affect the signal.
Keywords: Ambiguities , GNSS , Ionosphere , Satellites ,
Troposphere .
1 INTRODUÇÃO
O GNSS - Sistema Global de Navegação por Satélite é a nova
designação para o conjunto de Sistema de Posicionamento Global, o
GNSS é uma das tecnologias espaciais de posicionamento mais
avançadas que surgiram recentemente, e tem revolucionado as
atividades relacionadas com posicionamento, o sistema não para de
evoluir e de criar dependências em todas as áreas do conhecimento.
Já são mais de trinta que aplicam o GNSS em suas atividades, estando
entre elas navegação marítima, segurança pessoal, agricultura de
precisão, meteorologia, lazer, aviação civil, meio ambiente, geodésia,
geodinâmica, e outras tantas. A expectativa e de que cada vez mais
essa tecnologia se aprimore, e num futuro próximo dispositivos
moveis, veículos, maquinas agrícolas terão um receptor de
posicionamento por satélite instalado a bordo. Essa tecnologia esta
se tornando cada vez mais precisa, para isso tem se utilizado o uso
de dados de redes de estação de referencia, esse posicionamento
tem se tornado efetivo nos últimos anos devido à alta acurácia
proporcionada pelo método RTK (Real Time kinematic) em rede,
detalhes desse método pode ser observados em Alves (2008; 2011) e
Alves e Monico (2011). Outra possibilidade para aplicações que
requerem acurácia dessimétrica é o DGPS em rede (ALVES et al.
2011).
Apesar de toda a eficiência desse sistema existem ainda algumas
ambiguidades a serem ajustadas, essas que ocorrem tanto na troposfera
quanto na ionosfera e também no multicaminhamento, esse que consiste
na reflexão do sinal por meio de obstáculos naturais ou artificiais. Este
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artigo busca retratar como esses fatores interferem na interceptação
ou propagação do sinal gerando falhas e erros de localização.
2 SISTEMAS GNSS
O GNSS (Global Navigation Satellite System), ao integrar os vários
sistemas de posicionamento por satélite existente, tem como principal
objetivo viabilizar a navegação de alta precisão. Os principais sistemas
que compõem o GNSS são: GPS (Global Positioning System), GLONASS
(Global’naya Navigatsionnaya Sputnikovaya Sistema), Galileo e mais
recentemente o Beidou/Compass. Acredita-se que num futuro próximo,
com a existência de diversos sistemas de posicionamento por satélite
disponíveis, seja realizada efetivamente a integração entre tais
sistemas. Com isso, poderá ser obtido um posicionamento mais
acurado, devido principalmente a grande quantidade de dados.
Schönemann et al. (2011) discute esse tema.
A fim de aumentar a precisão das informações dos sistemas GNSS
são utilizados sistemas de aumento de precisão denominados
genericamente pela OACI de GBAS (Ground Based Augmentation
System). O sistema opera através da transmissão, via estação
terrestre, das correções de erros para uma determinada localidade.
2.1 GPS
Em 1973 iniciou-se o desenvolvimento do Global Positioning
System (GPS), projetado pelo Departamento de Defesa dos Estados
Unidos da América (EUA) para oferecer a posição instantânea, bem
como a velocidade e o horário de um ponto qualquer sobre a
superfície terrestre ou bem próxima a ela num referencial
tridimensional (LETHAM, 1996).
O GPS consiste de três segmentos principais: espacial, controle
e de usuário.
2.1.1 SEGMENTO ESPACIAL
O sistema GPS utiliza a constelação (conjunto) NAVSTAR de 24
satélites, construídos pela divisão aeroespacial da Rockwell
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International e da Lockheed Martin, posicionados a cerca de 20200
km acima da superfície terrestre, distribuídos por seis planos orbitares
aproximadamente circulares, com inclinação de cerca de 55° em
relação ao equador, de tal modo que em qualquer lugar da superfície
terrestre se encontrem simultaneamente e no mínimo quatro satélites
acima do horizonte, podendo ser visíveis em determinados períodos
7 satélites da constelação.
2.1.2 SEGMENTO DE CONTROLE TERRESTRE
O segmento de controle terrestre compreende o sistema de
controle operacional, o qual consiste de uma estação de controle
mestra, estações de monitoramento mundial e estações de controle
de campo.
Estação mestra - está localizada na base FALCON da USAF em
Colorado Springs-Colorado.
Estações de monitoramento - rastreiam continuamente todos os
satélites da constelação NAVSTAR, calculando suas posições a cada
1,5 segundos.
Estações de Campo - formadas por uma rede de antenas de
rastreamento dos satélites NAVSTAR. Têm por finalidade ajustar os
tempos de passagem dos satélites, sincronizando-os com o tempo
da estação mestra.
O GPS é um sistema multipropósitos, que permite aos
usuários determinar suas posições expressa em latitude,
longitude e altura geométrica ou elipsoidal em função das
coordenadas cartesianas X, Y e Z em relação ao centro de massa
da Terra (SEGANTINE, 1999).
2.1.3 SEGMENTO DE USUARIO
O segmento dos usuários está associado às aplicações do sistema.
Refere-se a tudo que se relacionam com a comunidade usuária, os
diversos tipos de receptores e os métodos de posicionamento por
eles utilizado. Este segmento é composto pelos receptores localizados
na superfície terrestre, no ar, a bordo de navios e de alguns satélites.
As antenas captam sinais de quatro ou mais satélites
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simultaneamente, processam os dados determinando a posição,
velocidade e o momento da observação dos pontos.
2.2 GLONASS
Inicialmente desenvolvido pela antiga URSS (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas), consiste numa constelação de 24 Satélites
em 3 planos orbitais.
Foi completado em 1995, porém houve uma degradação do
serviço, o qual tem sido recuperado gradativamente pela Rússia desde
2001. O segmento de controle do GLONASS é composto por cinco
estações terrestres, distribuídas em território pertencente à antiga
União Soviética, localizadas em Moscou (Estação Principal), St.
Petersburg, Ternopol, Eniseisk e Komsomdsk-na-Amure.
2.3 GALILEO
Trata-se de um GNSS em construção pela União Europeia,
concebido desde o início como um projeto civil, em oposição
ao GPS americano, ao GLONASS russo e ao Compass chinês que são
de origem militar, tendo várias vantagens: maior precisão (ainda a
ser confirmado em testes reais), maior segurança (possibilidade de
transmitir e confirmar pedidos de ajuda em caso emergência) e menos
sujeito a problemas (o sistema tem a capacidade de testar a sua
integridade automaticamente), quando totalmente operacional
deverá ter uma precisão maior que aquela do GPS e uma constelação
de 30 Satélites em 3 planos orbitais.
2.4 BEIDOU/COMPASS
BEIDOU – Beidou Navigation System (China): Também chamado
de Beidou 1, é um sistema experimental com cobertura regional,
composto por 4 satélites.
COMPASS – (China): Também chamado Beidou 2, não é uma
extensão do Beidou 1, mas um novo sistema em desenvolvimento.
Deverá ser composto por uma constelação de 35 satélites, sendo 5
geoestacionários.
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3 AMBIGUIDADES DO SISTEMA
O GNSS tem sido cada vez mais utilizado para realizar
posicionamento em que se requer alta acurácia e curto intervalo de
tempo de coleta de dados.
Diversos são os tipos de erros que afetam as observáveis GNSS,
sendo que a maioria deles pode ser eliminada, minimizada ou ate
mesmo evitada, atualmente, as maiores fontes de erros nas
observáveis GNSS são as influências da troposfera e da ionosfera.
Como as camadas que compõem a atmosfera são altamente variáveis
espacialmente, a modelagem das mesmas deve ser regionalizada.
3.1 TROPOSFERA
A Troposfera é considerada a camada mais superficial da
atmosfera terrestre, com espessura média de aproximadamente 50
km. Ela é um meio não dispersivo para a faixa de frequência do
GNSS. O atraso troposférico pode ser dividido em duas componentes:
hidrostática e úmida. A primeira representa cerca de 90% do atraso,
é gerada pela influência da atmosfera hidrostática (ZHD – Zenithal
Hydrostatic Delay). O erro devido a essa componente é de
aproximadamente 2,3 m no zênite.
A segunda componente ocorre devido à atmosfera úmida (ZWD Zenithal Wet Delay), ou seja, pela influência do vapor d’água
atmosférico. Tal atraso é geralmente menor, representando cerca
de 10% do atraso troposférico total. Porém, sua variação temporal e
espacial é muito maior, chegando a 20% em poucas horas, o que
torna impossível uma previsão adequada a partir de medidas da
umidade na superfície (SPILKER, 1994). O atraso troposférico total
(ZTD – Zenithal Tropospheric Delay) pode aumentar cerca de 10 vezes
próximo ao horizonte (10° de elevação) (SEEBER, 2003).
A variação na refratividade atmosférica (N) causa mudanças na
direção e diminuição na velocidade das ondas eletromagnéticas ao
se propagarem na troposfera. Isso gera na trajetória dos sinais GNSS
uma leve curvatura, se comparada à trajetória geométrica entre um
satélite no espaço e um receptor na superfície da Terra. A diferença
entre a comprimento da trajetória efetivamente percorrida pelo sinal
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(S) e o comprimento da trajetória geométrica (Sg) é denominado
atraso troposférico (DTROP), dado por:
DTROP = S – Sg = 10-6 +” Nds.
Para facilitar a modelagem das variações da refratividade, e por
consequência o atraso troposférico, são empregadas as funções de
mapeamento (DAVIS, et al., 1985; NIEL, 1996; entre outros).
3.2 IONOSFERA
A ionosfera é uma das principais fontes de erros no
posicionamento GNSS. A radiação solar causa a fotoionização da
atmosfera terrestre nas altas altitudes, criando, na atmosfera
superior, regiões parcialmente ionizadas, conhecidas como ionosfera,
que estão compreendidas, aproximadamente, entre 50 a 1000 km
de altura. A ionosfera, como um meio dispersivo para a faixa de
frequência GNSS, afeta a modulação e a fase da portadora, fazendo
com que sofram, respectivamente, um retardo e um avanço
(CAMARGO, 1999).
Outros parâmetros que influenciam a refração ionosférica são
principalmente a atividade solar e o campo geomagnético. A refração
ionosférica também depende da localização geográfica e do tempo
(SEEBER, 2003). Assim, o TEC apresenta variações diárias, sazonais,
geográficas e de longo período (ciclo solar de 11 anos).
Além dos efeitos já citados, comparecem irregularidades
ionosféricas, como à anomalia equatorial, tempestades
geomagnéticas, bolhas ionosféricas e cintilação. As cintilações
ionosféricas são mudanças rápidas que ocorrem na fase e amplitude
do sinal de rádio recebido, as quais são causadas por irregularidades
na densidade de elétrons ao longo do caminho percorrido pelo sinal
na ionosfera, podendo enfraquecer o sinal recebido pelos receptores
GNSS, fazendo que ocorra em muitos casos a degradação ou até
mesmo perca do sinal (CONKER et al., 2003).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica claro que nos dias de hoje cada vez mais o uso dos sistemas
GNSS fica indispensável, tanto para praticas simples como no uso
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diário num GPS automotivo ou num dispositivo de telefone celular,
indo até no uso mais complexo como na agricultura de precisão,
topografia até no uso militar. Apesar de todas as tecnologias
empregadas nesses sistemas ainda existem algumas falhas de
localização devido às camadas que compõem a atmosfera (troposfera
e ionosfera), essas que fazem acontecer erros de ate alguns metros
na precisão. Espera-se que um dia todos os componentes do sistema
GNSS se unam tornando-se um único sistema que oferecera inúmeras
possibilidades aos usuários de todo o mundo.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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para Posicionamento Geodésico no Estado de São Paulo, 2011. PósDoutorado – Universidade Estadual Paulista - Departamento de
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10.1007/s10291-010-0187-3, p. 253-261, 2011.
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Geodetic Science. v.1, p. 1-7, 2011.
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ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO
CARVALHO, Gabriel Malheiros de1
NUNES, Camila Fernanda
CONTATO, Luiz Carlos de Souza
GIMENEZ, Juliana Iassia
RESUMO
Considerando que a acidez do solo é decorrente da escassez de
compostos derivados de bases dos nutrientes de origem, podemos
inferir que o solo brasileiro em sua grande maioria apresenta
significantes limitações para o estabelecimento, desenvolvimento e
manutenção dos sistemas de produção da maioria das culturas, devido
à sua acidez. Então para que o cultivo não seja prejudicado pela
acidez, a realização da análise química do solo apresenta-se como
etapa indispensável do sistema de produção.
Palavras-chave: acidez, fertilidade do solo, nutrientes.
ABSTRACT
Through analysis and studies we conclude that acidity in the
soil, has its origin in the lack of compounds derived from bases of
the source of nutrients. We therefore conclude that the brazilian
1
Acadêmicos do curso de Engenharia Agronômica da FAEF-Garça-Brasil. Email:
[email protected], [email protected], [email protected]
² Docente dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da FAEF- SP-BRASIL. Email:
[email protected]
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soil mostly presents significant limitations to the establishment,
development and maintenance of production systems of most
cultures, due to the acidity. So what the production system does not
have the acidity characteristics, chemical analysis of soil is extremely
important.
Keyword: acidity, nutrients, soil fertility.
1. INTRODUÇÃO
A maioria dos solos brasileiros apresenta limitações ao
estabelecimento e desenvolvimento dos sistemas de produção de
grande parte das culturas, em decorrência da sua acidez, a qual
pode ocasionar alterações na fertilidade dos solos, restringindo o
crescimento e desenvolvimento das plantas (SOUZA et al., 2007). Os
solos podem ser ácidos devido à pobreza em bases do material de
origem, ou devido a processos que acabam por favorecer a remoção
ou lavagem de elementos básicos como potássio (K), cálcio (Ca),
magnésio (Mg), sódio (Na), entre outros.
Em ambos os casos, a acidificação se inicia, ou se acentua, devido
à remoção de bases da superfície dos coloides do solo. Nesse contexto
a origem da acidez do solo é causada principalmente pela lavagem
de Ca e Mg do solo pela água da chuva ou irrigação, pelas colheitas
ou ainda pela utilização de fertilizantes químicos (OLIVEIRA et al.,
2005). Outra possível causa da acidificação do solo é a erosão laminar,
a qual, transporta solo superficial fértil para as maiores profundidades
e expõe as terras das camadas inferiores que são ácidas e,
normalmente não possuem a fertilidade necessária para as práticas
agrícolas (AMARAL, 1984).
Neste contexto, considerando a acidez da grande parte dos solos
do Brasil, para o satisfatório crescimento e desenvolvimento das
plantas torna-se necessária a aplicação de corretivos. A correção da
acidez consiste em neutralizar os íons H+, com os íons OH-. Neste
sentido, o calcário libera Ca²+, Mg ²+, e o Co²- que é a base química,
ou seja, o componente que proporciona a formação de OH-. O valor
da constante de ionização (Kb1) mostra que o Co² - é uma base fraca,
isto é, a reação de formação de OH- produzido neutralizará o H+ da
solução, responsável pela acidez (ALCARDE, 2005).
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2.DESENVOLVIMENTO
A análise química do solo é uma técnica utilizada há mais de um
século e meio, com a finalidade de auxiliar nas recomendações de
calagem e adubação, além de possibilitar o controle da fertilidade
do solo. O químico Justus von Liebig foi o primeiro a realizar análise
de solo, em 1840, no entanto, até o início de 1920 pouco progresso
foi observado. Já nas décadas de 20 e 30 foram realizadas importantes
contribuições e a partir daí esta análise tem sido amplamente
utilizada em todo mundo (MAGALHÃES, 1997).
Fator imprescindível para a produtividade sustentável na
agricultura, a análise química do solo é o instrumento básico para a
transferência de informações sobre calagem e adubação, do
laboratório para o agricultor. Por este conceito, pode-se dizer que a
análise de solo tem como objetivo conhecer o grau de fertilidade do
solo para a adequada recomendação de corretivos e fertilizantes,
com vista à produção. Esta análise de atual constante emprego,
recentemente tem sido utilizada também para o monitoramento da
poluição de solos (SILVA, 2009).
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A amostragem de solo é a primeira e principal etapa de um
programa de avaliação da fertilidade do solo. Neste contexto,
segundo Raij et al. (1997) alguns aspectos específicos como a
definição de glebas, retirada de amostras compostas, ferramentas
utilizadas, local e profundidade de amostragem e outros devem ser
considerados na amostragem, visando a maior uniformidade no
procedimento.
A interpretação da análise também é uma etapa muito importante
para o entendimento dos valores obtidos na análise de solo (laudo
técnico entregue pelo laboratório). Com isso, pode-se determinar
se o solo está adequado para o tipo de cultura que será implantada,
podendo haver a necessidade de aplicação de adubos e corretivos
no solo (calcário). A interpretação da análise de solo deve ser feita
por profissional habilitado (Eng. Agrônomo, Florestal ou Zootecnista),
o qual com base nas informações da propriedade agrícola e na análise
de solo e/ou planta poderá indicar se o solo apresenta adequada
disponibilidade de nutrientes para as culturas, e recomendar, caso
necessário, a adubação e calagem (SERRAT et al., 2002).
Portanto, a análise de solo é indispensável para se calcular a
dose de calcário que deve ser aplicada, do mesmo modo que não
pode ser dispensada para se determinar a dose necessária de
nitrogênio, fosforo e potássio (MALAVOLTA, 1984).
Além de corrigir a acidez, a calagem deve garantir teores
suficientes de magnésio no solo admitidos como 5 mol/dm³ para a
maioria das culturas e 9 mol/dm³ de magnésio para culturas muito
adubadas com potássio. O cálcio é, normalmente, suprido em
quantidade suficiente pela calagem (RAIJ et al., 1997).
A neutralização do alumínio é uma das formas utilizadas para
recomendação de calagem em diversas regiões do Brasil. O alumínio
trocável é um dos principais componentes relacionados à acidez dos
solos. Deve-se considerar que a dose de calcário calculado por esse
método é insuficiente para elevar o pH do solo de modo sensível,
geralmente só até pH 5,7, ou um pouco menos (LOPES et al., 1990).
O nitrogênio é um dos principais nutrientes requeridos pela
maioria das culturas, sendo ele extremamente móvel no solo. Além
disso, é grande a variação do seu teor no solo, em decorrência dos
processos de mineralização da matéria orgânica e da imobilização
do N, processos que atuam simultaneamente.
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O nitrogênio não é determinado na maioria dos laboratórios de
análises de solos em atividade no Brasil, pois até o momento não foi
desenvolvido um método que pudesse ser adotado em análises
rotineiras e que aliassem os requisitos de rapidez a uma interpretação
eficiente. Por estas razões, por exemplo, nas recomendações
apresentadas no manual de adubação para o estado do Rio de Janeiro,
atenção especial é dada ao suprimento de nitrogênio para cada
cultura, com ênfase na aplicação de adubos orgânicos, com ou sem
complementação de adubo mineral nitrogenado, dependendo da
exigência da cultura e do histórico da área ou da situação em que é
explorada (FREIRE et al., 1988).
3.CONCLUSÃO
Conclui-se que para se obter um resultado satisfatório de
produtividade, diante de qualquer cultura, é indispensável a
realização da análise de solo, pois a partir desta é possível definir
quais medidas devem ser tomadas e qual será o caminho traçado
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para uma devida e correta correção. Deste modo, verifica-se que a
análise química do solo é um dos métodos quantitativos mais
utilizados para a obtenção de dados de fertilidade, sendo vantajosa
pelo seu custo operacional e rapidez.
4.REFRENCIA BIBLIOGRAFICA
MUZILLI, O. et al. Análise de solos: interpretação e recomendação
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Instituto Agronômico do Paraná, Londrina, n. 9, p. 50, 1978.
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APLICAÇÃO DO SIG NO MANEJO DE BACIAS
HIDROGRAFICAS
SOUZA, André Andrade1
VICTORIO,1 Tomaz Ferrazzini Marvulo1
MATHEUS, ¹ Victor Paes Carolino1
FELIPE, Alexandre Luiz da Silva2
RESUMO
O seguinte trabalho buscou mostrar a importância do uso do
Sistema de Informação Geográfica - SIG no manejo de bacias
hidrográficas, e mostra a importância desse manejo e porque cada
vez mais as exigências aumentam para o uso desse recurso muito
precioso que é a água. Com o crescimento da população e o aumento
do uso da agua, regras para o seu uso foram criadas tornando a
necessidade de mapeamento e estudos dessas bacias cada vez mais
importantes. O SIG consiste em um programa de computador que
utiliza os dados coletados no campo para formar mapas e bancos de
dados com o intuito de facilitar nos desenvolvimentos de estudos do
manejo dessas bacias hidrográficas.
Palavras – chave: Sistema de informação Geográfica, Bacia
hidrográfica, Manejo e bacia hidrográfica
1
Acadêmicos do curso de Engenharia Agronômica da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected], [email protected], [email protected],
[email protected]
2
Docente do curso de Engenharia Agronômica da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
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ABSTRACT
The following study aimed to show the importance of the use of
Geographic Information System - GIS in watershed management, and
shows the importance of management and as more and more demands
increase for the use of this very precious resource that is water,
with population growth and increased water use, rules for its use
were created making the need for mapping and studies of these
increasingly important basins.
The GIS consists of a computer program that uses the data
collected in the field to form maps and databases in order to facilitate
the development of management studies of these watersheds.
Key - words : Geographic Information System, River Basin
Management and watershed
1.INTRODUÇÃO
O sistema de informação Geográfica é uma tecnologia nova e
muito abrangente, seu uso vem crescendo na elaboração de projetos
ambientais, agindo como um agente facilitador na definição dos
rumos que o projeto irá tomar, e seu uso é relativamente fácil pois,
através da base de dados do local qualquer pesquisador com uma
base cartográfica e um GPS, pode facilmente desenvolver um estudo
da hidrologia da região que ele pretende desenvolver seu projeto.
2.DESENVOLVIMENTO
A agua é um dos recursos mais importantes para o homem, e seu
manejo de forma sustentável está se tornando cada vez mais
imprescindível com o passar dos anos, este assusto está relacionado
com a forma natural de armazenamento, concentração e distribuição
desse recurso que segundo o autor (Figueira de Sá, 2010) ocorre
através das bacias hidrográficas, por essa questão o seu estudo e
seu manejo é tão importante nos dias de hoje.
Visto essa importância das bacias hidrográficas o SIG se mostra
uma ferramenta muito valiosa para esses estudos, ainda segundo o
autor esse estudo deve ser realizado como uma atividade que parte
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do campo para o escritório, e retornando ao campo com uma visão
sistêmica depois do uso do SIG e não apenas como uma ferramenta
facilitadora.
O sistema de informação geográfica é a ferramenta mais
atualizada nos dias de hoje e por isso o uso dessa ferramenta vem
crescendo na gestão ambiental segundo o autor (Figueira de Sá,
2010), a evolução do conceito SIG se relaciona também com
diferentes áreas de pesquisa que contribuem para o seu
desenvolvimento, com o intuito de gerar um sistema de informações
geográficas – SIG para a gestão e planejamento de bacias
hidrográficas.
Segundo o autor (Rocha), o uso do sistema de informações
geográficas se torna cada vez mais importante a medida que as
cidades crescem, polos industriais se desenvolvem e áreas irrigadas
aumentam sua extensão pois com esses aumentos a agua se torna
cada vez mais um recurso escasso, e com isso ocorreu o surgimento
de conflitos por esses recurso muito precioso, o que forçou o governo
federal, e alguns governos estaduais o desenvolvimento de medidas
para o controle do uso desse recurso, no estado de São Paulo o uso
dos recursos hídricos e regulamentado pela lei 7663/91 que
estabelece bacia hidrográfica como unidade territorial de
planejamento e manejo, tornando os estudos realizados utilizando
o SIG cada vez mais importantes.
Segundo o autor o SIG utiliza as características especiais da
superfície da terra como dados sobre vegetação e topografia, ou
qualquer outro dado relacionando com a distribuição espacial do
local, essas informações são registradas separadamente em formato
numérico, ou seja todas essas informações espaciais formam um
banco de dados, o SIG produz como resultados mapas, os quais podem
representar diferentes bancos de dados em conjunto, mas também
segundo o autor podem ser em forma de sumários estatísticos.
Na figura 1 podemos ver as diversas camadas de dados e
informações que o SIG coleta, essas camadas são sobrepostas afim
de se formar os mapas com todas as informações em apensas um
mapa.
Na figura 2 o autor também fala sobre as camadas de dados
utilizado pelo SIG, mostrando que com esse tipo de sistema os estudos
avançaram muito e se tornaram muito mais precisos e detalhados.
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Na figura acima podemos ver como é realizada essa coleta de
dados e a formação do banco de dados com essas informações que
segundo o autor Farias (2015) esses dados são sobrepostos em
camadas afim de fornecer um mapa com diversas informações sobre
o terreno estudado, ou seja em um mesmo mapa é fornecido
informações sobre a hidrográfica do terreno, relevo do terreno e
até o uso dos solos localizados no mapa.
Segundo o autor Farias (2015), o SIG é uma ferramenta acessível
a todas as pessoas desde que ela tenha um computador e internet,
pois existem sistemas ou softwares gratuitos como o Google Earth,
outro sistema é o Quantum GIS que é disponibilizado pelo governo,
no Brasil é possível encontrar alguns órgãos que usam o SIG como o
(INPE) Instituto nacional de pesquisas espaciais, (IBGE), instituto
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brasileiro de geografia e estatística e a (ANA) Agencia Nacional de
Aguas, essas agencias disponibilizam informações sobre essas regiões,
que podem auxiliar no estudo do local.
Segundo o autor (Becker) o sistema de informação geográfica
tem um potencial muito grande para o estudo de questões
fundamentais da ecologia, principalmente aquelas que envolvem
componentes espaciais, a utilização do SIG pode ser aplicada de
várias maneiras como expõe o autor:
·
Produção de mapas; dados secundários a partir de dados
originais, como exemplo
·
Quantificação de associação entre características espaciais
·
Quantificação de padrões da paisagem e relações espaciais
·
Quantificação de padrões temporais
·
Quantificação de mudanças temporais
·
Ligação entre dados espaciais e modelos
·
Zoneamento, classificação e priorização de bacias
conservação, manejo e planejamento
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3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como mostrado pelos autores o SIG está cada vez mais sendo
usados nas pesquisas e nos pretos ecológicos de manejo, e esse é
um processo que tende a aumentar com a acessibilidade a tecnologia,
ou seja todas as pessoas podem fazer uso do SIG, esse sistema é um
grande avanço pois utiliza a tecnologia de forma a facilitar o processo
de tomada de decisões sobre os projetos, podendo ser aplicados no
estudo de bacias hidrográficas cujo o manejo correto se torna cada
vez mais imprescindível para o ser humano visto a necessidade de
conservação desse recurso natural escasso e muito importante para
a manutenção da vida.
Além do grande crescimento das tecnologias que cada vez mais
faz parte das nossas vidas e está presente em cada vez mais processos
de mapeamento, trabalhando para melhorar o manejo e a
conservação dos recursos naturais escassos
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Acesso em 9 de Setembro de 2016
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APLICAÇÃO DO VANT NA CANA-DE-AÇÚCAR
FREITAS JUNIOR, Dirceu ¹
MASSSUCATO, Otavio Bodoni ¹
BASSAN, Vinicius ¹
BARBOSA, Rogerio Zanarde ²
RESUMO
No trabalho descrito abaixo, aborda-se o tema onde duas
tecnologias são colocadas para atuar juntas em favorecimento de
produtores de cana de açúcar, ajudando na diminuição de custos e
aumento e ganho de produtividade. Maquinas pesadas e
computadores serão os responsáveis para tal tarefa, onde tudo parte
de um planejamento feito de um veículo aéreo não tripulado (VANT),
que coleta as características de uma área e transfere para um
computador, onde é criado projetos para um melhor aproveitamento
da área, de modo que não traga risco de degradação do solo.
Palavras chave: Agricultura; Maquinas; Produtividade; VANT.
ABSTRACT
In the work described below, addresses the issue where two
technologies are put to work together in favor of sugar cane
producers, helping to decrease costs and increase productivity and
1
2
Discentes do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected]
Docente do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected].
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gain. heavy machinery and computers will be responsible for this
task where all part of a plan made of an unmanned aerial vehicle
(UAV ) , which collects the characteristics of an area and transfers it
to a computer, where it is created designs for a better use of area ,
so as not to bring the risk of soil degradation.
Keywords: Agriculture; Machine tools ; Productivity; UAV .
1. INTRODUÇÃO
Modelagem Numérica de Terreno (MNT) É uma representação
matemática computacional da distribuição de um fenômeno espacial
que ocorre dentro de uma região da superfície terrestre. Dados de
relevo, informações geológicas, levantamentos de profundidade do
mar ou de um rio, informações meteorológicas e dados geofísicos e
geoquímicos são exemplos típicos de fenômenos representados por
um MNT (CÂMARA et al., 2014)
Com os avanços das técnicas e equipamentos destinados a
aplicação da agricultura de precisão, os MNTs têm se tornado uma
importante ferramenta para o planejamento e gestão da produção
agrícola, sejam eles:
Na representação dos atributos químicos e físicos do solo, gerando
mapas de recomendação de fertilizantes, corretivos ou defensivos
agrícolas, ou na representação da altimetria, gerando mapas de
declividades utilizados para a análise dos potenciais de mecanização
em cada área ou gerando análises hidrológicas, como base aos
projetos de sistematização e conservação do solo (CORSEUIL, 2006).
Segundo Silva et al. (2014) mais recentemente, surgiram uma série
de modelos de Drones e/ou VANTs que entre algumas de suas
funcionalidades, possibilitam a geração de MNTs altimétricos, com altas
precisões altimétricas e ainda, o imageamento de grandes áreas em
pouco espaço de tempo. Eliminando assim a necessidade de operações
mais onerosas como o mapeamento utilizando-se de motocicletas e/ou
outros veículos passando por toda a área de interesse.
Podemos analisar essas grandes revoluções na tecnologia
observando os trabalhos que podem ser realizados na cana de açúcar,
que tem grande potencial econômico no Brasil desde a era colonial.
(RODRIGUES, 2010)
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Relato de caso
A utilização de equipamentos aéreos para criação de planos
altimetricos é de extrema importância principalmente para a
agricultura, pois isso facilita um dimensionamento melhor da área e
um melhor planejamento para futuras implantações com o avanço
da tecnologia pode perceber que a criação de novos equipamentos e
novos softwares está cada vez mais implicando na produção e no
dimensionamento de custos de produção. (SILVA et al, 2014)
Na cana de açúcar por exemplo, a adoção dos sistemas de
Piloto Automático que utilizam de receptores GNSS RTK para
direcionamento das máquinas agrícolas (colhedoras e plantadoras)
surgiu a possibilidade do uso dos dados coletados por estes durante
a operação(percorrendo todo o terreno) para a geração dos MNTs
a serem usados no momento do planejamento da reforma do
canavial, entretando esses dados obtidos ainda apresentavam uma
precisão altimetrica entre 7,5 cm a 15,0 cm aproximadamente e
não gerava uma resolução espacial, assim não sendo possível
identificar possíveis problemas de erosão ou até mesmo de
escoamento superficial, entretanto com o passar dos anos na
medida em a tecnologia avançou Drones e/ou VANTs que entre
algumas de suas funcionalidades, possibilitam a geração de MNTs
altimétricos, com altas precisões altimétricas entre 7,5 cm a 45
cm e ainda, o imageamento de grandes áreas com Resolução
espacial entre 3,0 cm a 30 cm em pouco espaço de tempo.
Eliminando assim a necessidade de operações mais caras e
dificultosas como o mapeamento utilizando-se de motocicletas
e/ou outros veículos passando por toda a área de interesse como
no sistema GNSS RTK. Devido à importância do mapeamento
planialtimétrico e utilização dos MNTs para as atividades de
planejamento da produção da cana-de-açúcar, principalmente às
relacionadas a Conservação dos Solos e Sistematização da cultura,
este trabalho tem por objetivo, discorrer sobre duas das mais
recentes tecnologias utilizadas para este fim (GNSS RTK e VANT),
demonstrando um comparativo entre a precisão dos MNTs gerados
a partir de cada uma delas. (MORIYA, 2015)
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Um dos receptores utilizados é o receptor GNSS RTK, marca
Trimble, modelo FMX ou FM-1000 e esse conjunto de receptor GNSS
RTK, que conectado ao sistema de direção das máquinas agrícolas,
possibilitam que esta percorra um trajeto pré-definido com precisão
de 2,8 cm. (TREVISAN et al, 2014)
FIGURA 1: Sulcação com GPS.
Fonte: (SANCHES, 2016.)
Simultaneamente à operação, há o registro automático de uma
nuvem de pontos (arquivo shapefile, contendo uma série de dados
relativos à navegação GNSS), os quais foram analisados e utilizados
para a geração do MNTOs veículos aéreos geralmente utilizados pelas
empresas que atuam nas áreas agrícolas são veículo Aéreo Não
Tripulado, tipo planador, marca SenseFly, modelo eBee.
(ALBUQUERQUE, 2013)
Os Vôos são geralmente realizados com resolução espacial de 10
cm e precisão altimétrica de H”15 cm, coletando os pontos de
controle em campo (pontos georreferenciados com GNSS L1 com
correção diferencial). Estes pontos de controle melhoram a precisão
de posicionamento do receptor GPS nativo do VANT. O MNT altimétrico
é gerado automaticamente no software PostFlight 3D (figura 6), por
meio de estereoscopia (fotografias áreas obtidas com 70%
sobreposição). (NUNES et al., 2013)
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Figura 2: 3 a 45 cm 16 MPixels de precisão
Fonte: ( AVANTE TOPOGRAFIA, 2016)
Com a geração dessas imagens, com sobreposição e com pontos
MNT coletados ao longo da área para aumentar a precisão, é possível
gerar o planialtimetrico do terreno e assim, facilitando a criação de
melhores linhas de plantio, identificação de corredeiras, identificação
de possíveis terraços, diminuindo manobras de operação e reduzindo
custos. (ALVES et al., 2015)
A partir da avaliação completa da cultura a ser produzida e com
amostras geo referenciadas, o produtor tem as informações
necessárias para a utilização racional dos insumos nos pontos corretos
(MUNDO CLIMA - EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO CLIMÁTICAS, 2016).
Esta será capaz de apresentar eficiência sem causar danos por excesso
de aplicação. Com todas essas vantagens, agricultores estão aderindo
a agricultura de precisão para poder ter em sua lavoura o meio mais
rentável e sustentável, assim não ocorrendo a perda de insumos,
gastos com plantio convencionais. (PRATES et al., 2015)
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Figura 3: plano altimetrico gerado a partir de dados captados pelo VANT.
Fonte: ( AVANTE TOPOGRAFIA, 2016)
Figura 4:projeto de linhas de manejo para cana de açúcar criado a partir de dados obtidos por
drone
Fonte: (BASSAN, 2016)
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Apesar dessa tecnologia trazer vários benefícios ao campo, alguns
agricultores mais tradicionais ainda não aceitam aderir a agricultura
de precisão, pois encaram como um custo a mais na produção. Esses
produtores enfatizam o gasto muito alto com a aquisição dos pacotes
de aparelhos que possibilitam o funcionamento dessa pratica, além
de se queixarem dos gastos de treinamentos com seus funcionários
e operadores. Atualizações constantes também devem ser realizadas
nos aparelhos, possibilitando assim o melhor funcionamento dos
mesmos. (PRATES et al., 2015)
Todas essas práticas geram custos, que são encarados como
prejuízo por alguns produtores. Outro fator que pode ser considerado
um maleficio é a questão social, pois com o avanço não só da
agricultura de precisão, mas também da mecanização, as vagas de
empregos no setor estão diminuindo consideravelmente e de forma
avançada, pois uma máquina consegue substituir o serviço braçal de
várias pessoas.
Figura 5: resultado de plantio com dados obtidos via VANT e aplicação com GPS.
Fonte: (BASSAN, 2016)
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Figura 6: exemplo de geo referenciamento do solo para aplicação
localizada com a utilização de GPS.
Fonte: ( AVANTE TOPOGRAFIA, 2016)
3. CONCLUSÃO
A utilização de veículos aéreos não tripulados(VANT) gera o
mesmo produto que a utilização de veículos tripulados que percorrem
a mesma área, porém a utilização de VANT facilita o processo no
computador e é possível analisar as imagens e gerar dados de
produção, falhas, daninha e até mesmo pragas que estão no campo
no momento, esse geoprocessamento facilita na elaboração de
projetos de linhas, criação de terraços a partir de corredeiras ou
até mesmo de possíveis bacias identificadas a partir do plano
altimetrico e assim reduzindo custos de manejo, reduzindo manobras
na pratica de colheita e tratos, reduzindo a perda, aumentando a
produtividade e a duração da cana-de-açúcar no canavial a partir da
utilização do GPS, reduzindo custos.
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AQUAPONIA: UM SISTEMA BIOINTEGRADO
FROIO, Renata¹
GATTI, João Victor¹
UNAMUZAGA, Pedro¹
FELIPE, Alexandre²
RESUMO
A palavra aquaponia vem da ligação entre duas outras:
aquicultura (produção de organismos aquáticos) e hidroponia
(produção de plantas sem solo) e diz respeito a produção de
ambos em um sistema biointegrado. A aquaponia refere-se então,
a uma estratégia onde se dá a produção de organismos aquáticos
juntamente com a hidroponia, de maneira que hajam benefícios
para ambos. Isso se dá devido à água proveniente dos organismos
aquáticos apresentar uma melhor qualidade por conta da solução
nutritiva que apresenta devido aos nutrientes nela presentes
(como compostos de fósforo e nitrogênio) do que a água
comumente utilizada.
Palavras-chave: Aquaponia, aquicultura, hidroponia, solução
nutritiva, sistema biointegrado.
1
Acadêmicos do curso de Engenharia Agronômica da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]; [email protected].
2
Docente do curso de Engenharia Agronômica da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
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ABSTRACT
The word aquaponics is the link between two others: aquaculture
( aquatic production ) and hydroponics (production plants without
soil ) and concerns the production of both in a biointegrado system.
Aquaponics then refers to a strategy which takes the production of
aquatic organisms with hydroponics so that have benefits for both.
This is due to the water coming from the aquatic organisms present
a better quality due to the nutrient solution which has present therein
due to nutrients (such as phosphorus compounds and nitrogen) than
the water usually used.
Keywords: Aquaponics , aquaculture , hydroponics , nutrient
solution , biointegrado system.
1.INTRODUÇÃO
A palavra aquaponia vem da junção entre duas outras: aquicultura
(produção de seres aquáticos) e hidroponia (produção de plantas sem
solo) e diz respeito a produção de ambos em um sistema biointegrado.
A aquaponia refere-se então, a uma estratégiaonde se dá a produção
de organismos aquáticos juntamente com a hidroponia, de maneira
que hajam benefícios para ambos (CASTELANNI et al.,2009).
Isso se dá devido à água proveniente dos organismos aquáticos
apresentaruma qualidade melhor por conta da presença de nutrientes
(como compostos de fósforo e nitrogênio) do que a água comumente
utilizada. Apesar de a aquicultura e a hidroponia serem técnicas de
produção de alimentos com mais de cinquenta anos, os resultados
mais relevantes em aquaponia só se apresentaram nesta última
década. (CARNEIRO et al.,2015).
A estratégia da aquaponia se destaca por sua relevância em um
contexto mundial onde nos deparamos com situações de estresse
hídrico. A forma de sistema biointegrado figura como uma técnica
agropecuária de produção inovadora que permite alcançar os
objetivos de fornecimento de alimentos junto à diminuição do
esgotamento dos recursos hídricos (HUNDLEY, 2013).
Desta forma, a aquaponia tem como objetivo a produção de
alimentos saudáveis através de uma visão de respeito ao meio
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ambiente, e considerando o princípio da sustentabilidade tão exigido
em nosso cenário atual com o reaproveitamento de restos de ração,
dejetos dos peixes e da água; sendo que a água utilizada no tanque
dos peixes é a mesma a ser utilizada para nutrir e regar as plantas
(CASTELANNI et al.,2009).
Existe uma grande expectativa para que esta alternativa seja
amplamente utilizada no Brasil devido aos seus benefícios e à
economia que proporciona com relação à água, assim sendo, este
trabalho visa lançar mão de inovações no sistema biointegrado de
forma a facilitar a implantação da técnica em propriedades rurais
(CASTELANNI et al.,2009).
2.O SISTEMA BIOLÓGICO: UM FLUXO CONTÍNUO
De acordo com Carneiro et al. (2015), a ração é o insumo mais
importante no sistema daaquaponia, os peixes após se alimentarem
da ração produzem excretas ricas em nutrientes que mais tarde serão
utilizados no desenvolvimento das plantas. Existe desta maneira um
fluxo contínuo de nutrientes entre os diferentes tipos de organismos
vivos envolvidos nesteciclo biológico natural, destacando-se
principalmente a nitrificação realizada pelas bactérias.
As bactérias nitrificantes responsáveis por esse processo são as
do gênero nitrosomonas e nitrobacter que convertem a amônia (NH3)
em nitrito (NO2) e em nitrato (NO3). Estas bactérias transformam
substâncias tóxicas provenientes dos peixes em nutrientes a serem
aproveitados pelas plantas em seu organismo, e as plantas por sua
vez ao se apropriarem destes nutrientes realizam uma filtragem
biológica da água que gera uma condição adequada para o
desenvolvimento dos peixes (CARNEIRO et al.,2015).
As plantas necessitam de um maior número de nitrogênio, por
isto o nitrato se configura na forma adequada para a absorção, desta
forma o manejo correto das colônias de bactérias existentes no
processo é um ponto crucial para o funcionamento do sistema. As
bactérias aparecem de forma natural mediante a sua existência no
ambiente de filtro biológico em que atuam, mas sua inserção também
pode ser induzida com água de outro local onde elas estejam
presentes. Após a introdução de peixes, são necessários de 20 a 40
dias em um sistema de aquaponia para que apresente um ciclo de
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nitrificação balanceado e para que se possa acrescentar a presença
de plantas. (CARNEIRO et al., 2015).
Outro ponto que demanda muito cuidado e atenção é o pH, devido
a existência de três organismos bastante diferentes (os peixes,
plantas e bactérias) em um mesmo espaço. Assim sendo, deve-se
considerar as reais necessidades de cada um deles para que o pH
seja mantido em um nível que possibilite a vida de todos (CARNEIRO
et al., 2015).
As plantas apresentam em um sistema hidropônico a necessidade
de um pH entre 5,5 e 6,5; já as bactérias nitrificantes que são
maiormente aeróbicas se desenvolvem em um pH de 7,0 e 8,0. E por
fim, os peixes de água doce e que se adequam ao sistema de
aquaponia têm seu pH ótimo para desenvolvimento entre 7,0 e 9,0.
Desta maneira, para garantir a existência de todos, recomenda-se
que o pH da água no sistema seja mantido entre 6,5 e 7,0 (CARNEIRO
et al.,2015).
Neste cenário a correção contínua do pH é extremamente
relevante para uma boa filtragem biológica, considerando que após
a colonização pelas bactérias e do equilíbrio do sistema, os níveis
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de pH podem cair. Para a realização da manutenção através da
correção em aquaponia faz-se uso de substâncias tamponantes à
base de potássio (K) e cálcio (Ca) como: hidróxido de potássio KHCO3,
hidróxido de cálcio Ca(OH)2 e calcário dolomíticoCaMg(CO3)2
(CARNEIRO et al.,2015).
Estas substância também atuam na suplementação das plantas
envolvidas no sistema, sendo que a adição KOH ou de Ca(OH)2 tem
de ser feita com o devido cuidado, poispodem aumentar de maneira
rápida o pH. Já KHCO3 e CaMg(CO3)2 aumentam a alcalinidade e
podem conferir menores variações nos níveis de pH (CARNEIRO et
al.,2015).
3. ESPÉCIES DE PEIXES E CRUSTÁCEO NO SISTEMA
BIOINTEGRADO
O peixe ou organismo a ser considerado no sistema deve ser
capaz de se adaptar a altas densidades para estocagem e a
exposição à manejos constantes (Rakocy, 2007). Exemplos de peixes
com estas características são a tilápia do Nilo Oreochromisniloticus,
peixes ornamentais como a carpa colorida Cyprinuscarpio e até
mesmo o camarão-da-amazônia Macrobrachiumamazonicum
(CASTELLANI et al.,2009).
Para Carneiro et al. (2015), a tilápia do Nilo se destaca por ser
um peixe mais rústico e resistente, tem uma boa adaptação
alimentar, é capaz de tolerar grandes necessidades de estocagem,
apresenta um bom valor comercial, e desta forma é o peixe mais
escolhido em sistemas aquapônicos com bons resultados.
Porém, há outras espécies que devem ser consideradas nesta
perspectiva tendo que se levar em conta que uma espécie nativa
apresenta: fatores relacionados a temperatura do sistema,
densidade de estocagem, disponibilidade de alevinos, juvenis e
ração, bem como a demanda no mercado para compra da espécie.
Outra espécie que é bastante utilizada considerando todo este
contexto é o tambaqui Colossomamacropomumque se destaca por
ser bastante resistente e interessante do ponto de vista comercial
(CARNEIRO et al.,2015).
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Como já foi feita a menção, o uso de peixes ornamentais também
é outra alternativa bastante atrativa, como o uso da carpa colorida
Cyprinus carpio também chamada de Koj. Esta é uma espécie que
possui um alto potencial de adaptação a variações na qualidade da
água e também tolera grandes densidades de estocagem, além de
ser um peixe bastante comercial e ter a possibilidade ser usado até
para fins educacionais ou de exposição (CARNEIRO et al.,2015).
4.PLANTAS ADEQUADAS AO SISTEMA
As espécies vegetais são sempre as mais recomendadas para este
sistema biointegrado considerando a sua melhor adaptação
relacionada à hidroponia. Espécies como o alface, o manjericão, o
agrião, o repolho, a rúcula, o morango, a pimenta, o tomate, o
quiabo, o pepino, dentre outras; também são capazes de se
adaptarem bem neste contexto (CARNEIRO et al.,2015).
Inicialmente, acreditava-se que apenas espécies de plantas menos
folhosas poderiam ser cultivadas, porém com o passar do tempo e o
aumento da demanda do mercado evidenciou-se a possibilidade criar
sistemas aquapônicos capazes de produzir, teoricamente, qualquer
vegetal que apresente de pequeno a médio porte. O desenho de um
sistema de aquaponia deve considerar o espaço, nutrição, aeração,
a temperatura e a radiação solar (CASTELANNI et al., 2008).
5.O CULTIVO DAS ESPÉCIES NO SISTEMA E SEU AMBIENTE
Uma das principais questões a se considerar para iniciar o cultivo
e criação em aquaponia diz respeito ao tamanho da área a ser
construída para o cultivo dos vegetais. Deverá se pensar e estabelecer
a relação entre a quantidade de plantas e a densidade de estocagem
de peixes, pois a disponibilidade de nutrientes está intimamente
ligada a esta relação (CASTELLANI et al.,2009).
Carneiro et al. (2015), propõe que para calcular esta relação
deve-se considerar a quantidade de alimento fornecido diariamente
aos peixes (a ração) com o tamanho da área disponibilizada para o
cultivo de vegetais. Desta forma, 60 a 100g de ração que são dados
aos peixes fornecem nutrientes para cada m2 da área de cultivo do
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vegetal envolvido, 60g/dia deve ser direcionado à produção de um
metro quadrado de vegetais que não exigem tantos nutrientes como
alface e outras folhosas (CARNEIRO et al.,2015).
Já as plantas mais exigentes, demandam uma maior quantidade
de nutrientes na água do sistema, considerando então 100g de ração
por dia para os peixes. Porém, pesquisas apresentaram resultados
demonstrando que em média os peixes se alimentam de 1,5% de seu
peso por dia, ou seja, 10 kg de peixes irão consumir por volta de 150
g de ração no dia, o que torna possível o aproveitamento para cultivo
de vegetais envolvendo uma área de aproximadamente 6 m2 com
alfaces ou 4m2 com tomateiros (CARNEIRO et al.,2015).
O ambiente para criação dos peixes se configura na presença de
um ou vários tanques em tamanhos e volumes variados, podendo ser
de poucos litros a vários metros cúbicos e de diferentes tipos de
materiais desde que sejam resistentes. Por ser um local destinado à
produção de alimento, é de extrema importância que sejam usados
materiais que não contaminem a água (CARNEIRO et al.,2015).
De acordo com Carneiro et al. (2015), os sistemas de aquaponia
menores, nos quais a densidade de estocagem de peixes são menores
que 10kg/m3 utilizam-se tanques ou caixas com 100 L e 1.000L,
podendo ser considerados os toneis de 200 L e containers tipo IBC de
1.000L.
Outro aspecto importante a se considerar é o do fluxo de água
que irá passar pelo tanque de criação dos peixes em que se deve
levar em conta a velocidade da água e a taxa de renovação da mesma.
A taxa de renovação está relacionada à densidade de estocagem dos
peixes existentes no tanque, devendo ser ao menos metade do volume
do tanque a cada hora para densidades até 10 kg/m3, o fluxo não
deverá ser tão rápido de forma a comprometer o desenvolvimento
dos peixes. Para densidades superiores a taxa deve ser de no mínimo
uma troca total por hora (CARNEIRO et al.,2015).
A existência de filtros de sólidos para densidades de peixes mais
elevadas é extremamente relevante para a limpeza dos resíduos
sólidos do ambiente. O filtro decantador mais eficiente no sistema
aquapônico possui um fundo cônico onde os resíduos densos se
sedimentam e são retirados através de uma válvula em sua base. Os
resíduos sólidos em suspensão são retirados por meio de filtro de
telas ou de peneiras finas (CARNEIRO et al.,2015).
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Carneiro et al. (2015), propõe que o sistema de aeração dentro
da aquaponia não é apenas destinado aos peixes, mas também
necessário para as raízes das plantas e bactérias nitrificantes
responsáveis pelo filtro biológico. A aeração deve estar presente
diretamente na água do tanque de criação de peixes e também no
cultivo de vegetais se considerar o ambiente flutuante.
Para Carneiro et al. (2015), o cultivo de vegetais é possível
destacar vários tipos de ambientes em um sistema aquapônico, cada
um com seus benefícios e desvantagens. O mais utilizado é o NFT
(nutrientfilmtechnique) ou ambiente de cultivo em canaletas, onde
as raízes das plantas se localizam em canaletas e ficam parcialmente
sob a água que apresenta os nutrientes requeridos para o
desenvolvimento das mesmas.
Este sistema demanda o uso de várias canaletas representadas
por tubos de PVC que são organizadas paralelamente considerando
desnível de 8% e 12% para que a água flua por gravidade. A água sai
do tanque dos peixes e passa por um sistema de filtro de resíduos
sólidos para não comprometer a nutrição e oxigenação das plantas.
Este sistema se destaca por sua ergonomicidade, conferindo a
possibilidade de um manejo facilitado das culturas e para limpeza
(CARNEIRO et al.,2015).
Outro sistema de interessante utilização é o DWC
(deepwaterculture), floating, raftou ambiente flutuante que é
escolhido para produção em média ou larga escala. Neste tipo de
ambiente há um grande volume de água e o ambiente flutuante irá
apresentar canais bem longos (dezenas de metros), estreitos(de 0,5m
a 1,5m) e rasos (de 0,2 a 0,4m) para a produção geralmente de
folhosas como o alface (CARNEIRO et al.,2015).
As plantas são organizadas em placas de poliestireno com orifícios
espaçados entre si com base na necessidade de crescimento de cada
espécie, as raízes ficam sob a água com nutrientes o tempo todo e
por isto deve-se levar em conta a fonte de aeração que deverá estar
presente em todo o canal (CARNEIRO et al.,2015).
Já no Media-filledbed, gravelbed ou ambiente de cultivo em
cascalho, dá-se o uso do substrato considerando uma grande relação
superfície/volume, como por exemplo o uso de argila expandida,
pedra brita, seixos de leito de rio, rochas vulcânicas, areia grossa,
dentre outros. Este mesmo substrato que sustentará os vegetais, é
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também colonizado pelas bactérias nitrificantes, que funciona
também como um filtro biológico (CARNEIRO et al.,2015).
Para Carneiro et al. (2015). mais incomum em termos de
utilização dos sistemas levantados é o Wickingbedou ambiente de
cultivo em areia, como o próprio nome já diz o cultivo se dá na areia
ou com o uso de pó de coco como substrato para o desenvolvimento
de vegetais. A água entra pela parte da base dos canos de PVC
perfurados, e com o auxílio de dreno permite a manutenção de uma
lâmina d’água com 5 cm de altura aproximadamente. Esta água com
os nutrientes presente é capaz de subir pela areia por volta de 20
cm até a superfície por capilaridade e favorecer o crescimento dos
vegetais.
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, a aquaponia tem se tornado uma boa alternativa
para um público cada vez maior que busca produzir o seu alimento
de forma mais saudável e sustentável. A união entre sistema
hidropônico e aquicultura (criação de peixes em cativeiro), configurase em uma relação de simbiose e forma um minissistema ecológico
fechado e grandemente favorável para o meio ambiente, pois nele
ocorre a reutilização de todos os elementos envolvidos no sistema.
Porém, mesmo aparentando ser muito simples, através do
presente estudo identifica-se um sistema muito complexo que irá
proporcionar interação entre biomassas extremamente diversas –
peixes (aquática), plantas (terrestre), além das bactérias – e
promover o equilíbrio entre estas diferentes biomassas não é de
todo fácil, exigindo estudo e muita atenção no manejo para alcançar
a produtividade numa perspectiva comercial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AQUINO, A. M. de, Agroecologia, Princípios e técnicas para uma
agricultura orgânica sustentável. Embrapa, Brasilia, DF, 2005.
Carneiro, P.C.F. ; Maria, A.N. ; Nunes, M.U.C. ; FUJIMOTO, R. Y. .
Aquaponia: produção sustentável de peixes e vegetais.. In: Tavares
Dias, M.; Mariano, W.S.. (Org.). Aquicultura no Brasil: novas
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perspectivas. 1ed.São Carlos: Pedro & João, 2015, v. 2, p. 683-706.
CASTELLANI, D.; ABIMORAD, E.G.; CAMARGO, A.F.M. Aquaponia:
aproveitamento do efluente do berçário secundário do camarão-daamazônia (Macrobrachium amazônicum) para produção de alface
(Lactuca sativa) e agrião (Rorippanasturtium aquaticum)
hidropônicos. Bioikos, v.23, n.2, p.65-75, 2009.
HUNDLEY, G. M. C.; NAVARRO, R. D. Aquaponia: a integração entre
piscicultura e a hidroponia. Revista Brasileira de Agropecuária
Sustentável,Viçosa, v. 3, p. 52-61, 2013.
Santos, A.O.; Neto, B.L.R.; Zwirtes, D.S.; Silva, R.B. & Yonenaga,
W.H. (2008). Produção de alface hidropônica: uma abordagem pela
dinâmicas de sistemas. Anais do 4ºCongresso Brasileiro de Sistemas
- UNI-FAEF, 2008, Franca,SP. v.1.
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ASPECTOS DAS OPERAÇÕES MECANIZADAS NA
PRODUÇÃO CAFEEIRA
SILVA, Anelize Raad Soares da1
ZUPELLI, Iara da Silva2
SANTOS, Tiago Pereira dos3
BARBOSA, Rogério Zanarde4
RESUMO
Os processos mecanizados realizados na produção cafeeira têm
promovido melhorias na qualidade dos produtos obtidos e na
minimização das perdas, o que proporciona o aumento dos lucros
dos cafeicultores. O cultivo deste tipo de cultura ainda carece de
pesquisas sobre os efeitos da mecanização exercidos na produtividade
da cultura ao decorrer do tempo. Esta pesquisa teve por objetivo
analisar os principais aspectos das operações mecanizadas na
produção de café, como a colheita, assim como a influência na
composição do custo de produção.
Palavras-chave: Análise financeira; cafeicultura; mecanização;
processos mecanizados; variáveis de produção.
1
Acadêmica do curso de Agronomia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected]
Acadêmica do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
3
Acadêmico do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
4
Professor dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail:
[email protected]
2
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ABSTRACT
Mechanized processes performed in coffee production have
promoted improvements in the quality of the products obtained
and to minimize the losses, which provides increased profits of
farmers. The cultivation of this kind of culture still lacks research
on the effects of mechanization exercised in the productivity of
the culture over time. This research aimed to analyze the main
aspects of mechanized operations in the coffee production as the
harvest, as well as the influence on the cost of production
composition.
Keywords: Financial analysis; coffee; mechanization; mechanized
processes; production variables.
1. INTRODUÇÃO
O setor agropecuário sempre teve grande importância à
economia brasileira, formando atualmente a base de um conjunto
agroindustrial que representa cerca de 20,6% do PIB nacional,
quando se agrupam as esferas de insumos agropecuários,
agroindústria e comercialização. Nota-se que nas últimas décadas
houve considerável pretensão à obtenção de novas tecnologias para
a realização mais eficaz de processos na agricultura em relação à
modernização da agropecuária, onde um dos mais relevantes fatores
neste processo é a mecanização da agricultura, especialmente na
produção de grãos (NOGUEIRA, 2001).
Este tipo de prática está enquadrada em um mercado
internacional excessivamente competitivo, onde os concorrentes
mais influentes são as economias desenvolvidas que financiam
vigorosamente seus produtores rurais e possuem barreiras à
importação de produtos agropecuários. A produção de grãos
demanda aumentos crescentes de escala para minimizar custos,
de maneira que se preserve a prática viável aos produtores rurais
(NOGUEIRA, 2001).
Para que se obtenha o sucesso desta escala é imprescindível a
realização dos processos mecanizados das várias etapas do
desenvolvimento produtivo, como o preparo do solo, aplicação de
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fertilizantes e defensivos, plantio e colheita. A agricultura brasileira
demonstra grandes contrastes no uso de tecnologia pelos produtores
rurais. Visando que o Brasil está dentre um dos poucos países com
habilidade de estender sua produção agropecuária, seja por
intermédio do prolongamento da área plantada ou pelo acréscimo
da produtividade, a mecanização pode exercer um papel
fundamental para que este potencial se concretize (NOGUEIRA,
2001).
A colheita do café é uma operação complexa, pois forma-se
por consecutivos procedimentos, como, arruação, derriça, varrição,
recolhimento, abanação e transporte, onde deve ser iniciada quando
a maioria dos frutos estiverem maduros e antes que se inicie a
queda dos frutos secos. Em comparação a outras culturas, a colheita
do café é mais árdua de ser realizada, em decorrência da morfologia
da planta, da desuniformidade de maturação e da alta porcentagem
de água dos frutos, prejudicando assim os processos executados
na mecanização (FILGUEIRAS, 2001).
A colheita é de essencial significância na produção, pois é o
momento de receber o lucro dos investimentos empreendidos. Desta
forma, os processos mecanizados da colheita transformam-se em
um coeficiente de fundamental relevância, visando a probabilidade
de aprimoramento das operações de campo e minimização de
despesas (SILVA, 2004).
A vibração das hastes, assim como o impacto que elas exercem,
têm-se evidenciado como um método eficaz de colheita de vários
produtos agrícolas, tais como: azeitona, citros e nozes. As máquinas
recomendadas para a colheita do café, independentemente de seu
porte, empregam essa técnica como base de derriça, tendo-se
apresentado como um processo eficaz no decurso da operação de
colheita (OLIVEIRA et al., 2007).
Esta pesquisa teve por objetivo analisar as relações da colheita
mecanizada através do percentual produtivo da cultura cafeeira,
além de avaliar os custos operacionais da colheita mecanizada do
cafeeiro, promovendo deste modo, a utilização de métodos eficazes
em relação aos processos mecanizados usados na produção do café,
com o objetivo principal de obter o aumento da produtividade e a
redução de custos em meio à técnicas sustentáveis.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1. ATIVIDADE AGRÍCOLA
O Brasil demonstra um enorme potencial de crescimento à sua
produção agrícola, pois possui um clima que favorece a possibilidade
de duas ou mais safras por ano, vastas extensões de áreas
agricultáveis não utilizadas; abundantes recursos hídricos; produtores
e agroindústrias que possuem considerável nível tecnológico; procura
em escala mundial por alimentos em crescimento; além de ampla
capacidade de aumento no consumo interno (VIEIRA; BRIZOLLA,
2000).
Ainda com todo esse potencial, a agricultura brasileira não
apresenta uma taxa crescente expressiva nos últimos anos. Neste
caso, é essencial à formação da esperança dos vários agentes
econômicos que atuam na economia brasileira, saber sobre os
principais impedimentos a um avanço mais vigoroso da agricultura,
como também avaliar as suas perspectivas para os anos conseguintes
(VIEIRA; BRIZOLLA, 2000).
Quando menciona-se a agricultura, não retrata-se somente a
produção de alimento e fornecimento de matéria-prima, mas
principalmente em desenvolvimento, pois todas os retornos obtidos
através da produção da atividade agrícola resulta em benefícios à
população de maneira geral (VIEIRA; BRIZOLLA, 2000).
Em frente às procedências, nota-se que a agricultura tem a
finalidade de produzir alimentos e matérias-primas indispensáveis
para a satisfação das necessidades de uma população em estado
crescente. Esta prática conceitua-se por intermédio das culturas
temporárias e permanentes (VIEIRA; BRIZOLLA, 2000).
2.1.2. INFLUÊNCIA DA COLHEITA MECANIZADA NA PRODUÇÃO
CAFEEIRA
Os apresentados nesta pesquisa foram estabelecidos a partir
da concretização de um experimento realizado nos anos de 2000
a 2004, conduzido na fazenda Capetinga, localizada no município
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de boa esperança, sul de Minas Gerais em uma área de latossolo
vermelho com 3,0ha de lavoura da variedade Mundo Novo, com
doze anos de idade, plantada no espaçamento de 4m entre linhas
e 1m entre plantas, totalizando 2.500plantas ha -1 (FIGUEIREDO,
2007).
Estabeleceu-se a produtividade da lavoura cafeeira antes da
colheita, onde foi observado uma carga pendente média de 7,0L
planta-1 na safra de 2000, 3,5L planta -1 na safra de 2001 e 7,0L
planta-1 na safra de 2002, com menos de 1% de grãos caídos no
chão antes da primeira passada (Tabelas 1, 2 e 3) (FIGUEIREDO,
2007).
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Nas safras estudadas, pôde-se observar que, conforme o
acréscimo da vibração de colheita, aumentou-se a quantidade
de café colhido, com 5% de probabilidade, pelo teste F (T1, T2 e
T3). A produtividade total média nos anos de 2000 e 2002 se
apresentaram semelhantes (Tabelas 1 e 3); já no ano de 2001, a
produtividade total média foi menor à dos anos anteriores (Tabela
2), retratando-se de um ano de baixa produtividade, causa da
característica fisiológica do cafeeiro, pois a planta alterna anos
de altas e baixas produtividades (FIGUEIREDO, 2007).
Re t r a t a n d o a i n f l u ê n c i a d a c o l h e i t a m e c a n i z a d a n a
produtividade da lavoura, não foi observada variação
significativa da produtividade total, sendo que os resultados não
distinguiram estatisticamente, a 5% de probabilidade, pelo teste
F, nas distintas safras estudadas (Tabelas 1, 2 e 3), nas áreas
colhidas tanto mecanicamente quanto manualmente
(FIGUEIREDO, 2007).
A colheita com uma única passada da colhedora (T7),
realizada com índice de verde variando de 0 a 5%, não
demonstrou diferença considerável aos outros tratamentos
estudados. A colheita manual demonstrou uma produtividade
média de 7,2L planta -1 na safra de 2000; 4,55L planta -1 na de
2001 e 6,62L planta -1 na safra de 2002, onde não diferiu
estatisticamente dos tratamentos colhidos mecanicamente
(FIGUEIREDO, 2007).
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2.2 MECANIZAÇÃO E A COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DE
PRODUÇÃO
A produtividade na agricultura aprimora-se em um processo
consecutivo de tomadas de decisão pelo produtor, que precisa
escolher quando e como elaborar os procedimentos
recomendados pela pesquisa ou técnicos, onde pode optar pela
realização ou não de certas práticas. A Ciência Contábil interage
nesse contexto, administrando os objetivos de desempenho,
assim como o custo-benefício da mecanização agrícola atuando
e influenciando diretamente as estratégias de competitividade
pela melhor eficácia e produtividade da cultura (VIEIRA;
BRIZOLLA, 2000).
A modernização da agricultura tem relação a investimentos
em máquinas, equipamentos e dispositivos que auxiliam a
produção a transformar materiais, informações e consumidores,
de maneira a agregar valor e alcançar a produtividade e
lucratividade desejadas. Os efeitos do acréscimo desses custos
na atividade agrícola resultam em maior gasto de produção
relacionado ao uso de máquinas e equipamentos, constituindo
parcialmente os custos variáveis, uma vez que seus valores são
classificados em função do tempo usado para a realização de
cada atividade na produção de grãos (VIEIRA; BRIZOLLA, 2000).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Mecanização Agrícola tem se demonstrado como um conjunto
de processos que ao decorrer do tempo se tornaram indispensáveis
à promoção de novos métodos e tecnologias que aprimorassem as
formas de produção no campo. De acordo com os dados obtidos
observou-se que a produção da lavoura de café não foi influenciada
pela colheita mecanizada ao decorrer dos anos. O aumento da
vibração fez com que o volume de grãos colhidos também fosse
aumentado, contudo a desfolha aumentou proporcionalmente. Os
custos de produção se apresentaram reduzidos conforme o aumento
do grau de mecanização.
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4. REFERÊNCIAS
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AUXINA: HORMÔNIO DE DESENVOLVIMENTO
FISIOLOGICO VEGETAL
PEREIRA, Júlio César Santos1
ALTHMAN, Michael Patrick Ferreira1
MORETI, Uidson De Souza1
SCARAMUZZA, Lucas Tombi2
RESUMO
Auxina são hormônios vegetais, também conhecidos como
fitormônios, são compostos orgânicos produzidos pelas plantas e
desempenham funções fundamentais no seu crescimento e
desenvolvimento, esses hormônios estão presentes em pequenas
quantidades e são produzidos nos tecidos vegetais.esse hormônio
influencia praticamente todos os estádios do ciclo de vida de um
vegetal, da germinação á senescência.
Palavra-chave:, Crescimento,fitormônios, hormônios, Vegetal.
ABSTRACT
Auxin vegetable hormones are also known as phytohormones arem
organic compounds produced by the plants and fundamental functions
in its play growth and development, such hormones are present in
1
PEREIRA, Júlio César Santos; ALTHMAN, Michael Patrick Ferreira; MORETI, Uidson De SouzaAcadêmicos do curso de Engenharia Agronômica.- FAEF – 2016.
2
SCARAMUZZA, Lucas Tombi- Especialista em Manejo e produção de grandes culturas.
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small quantities and are produced in plant tissue. hormone that
influence practically all life cycle stages of a vegetable, germinating
senescence.
Keywords: Growth, Phytohormones, hormone, vegetable.
1.INTRODUÇÃO
Auxina significa em grego “crescer” e o nome é dado a um grupo
de compostos que estimulam o crescimento.
A auxina foi o primeiro hormônio descoberto em plantas
e é um, dentre uma vasta gama, dos agentes químicos
sinalizados que regulam o desenvolvimento vegetal e o mais
comum de ocorrência natural é o ÁCIDO 4-CLOROINDOL-3ACÉTICO (4-CL-AIA), ÁCIDO INDOL-3-BUTIRICO (AIB) e oÁCIDO
INDOL-3-ACETICO (AIA) e tambémexiste auxinas sintéticas,
o ÁCIDO 2,4-DICLOROFENO-XIACÉTICO (2,4-D) e ÁCIDO 2METÓXI-3,6-DICLOROBENZÓICO (DICAMBA) que podem ser
utilizados como herbicidas na horticultura e na agricultura.
Uma das principais funções desse hormônio nos vegetais
superiores é a regulação do crescimentopor alongamento de
caules jovens e coleóptilos. Baixos níveis de auxina são
também necessários para o alongamento da raiz, embora altas
c o n c e n t ra ç õ e s a t u e m i n i b i n d o o c r e s c i m e n t o d e s s e
órgão(TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2004)
2.DESENVOLVIMENTO
A auxina pode ser de origem natural (hormônio) ou sintética e
podem estar em diferentes regiões nas plantas (folhas, caule, raiz,
frutos, sementes), que atuam como mediadores de processos
fisiológicos, provocando alterações nos processos vitais e estruturais,
com a finalidade de aumentar o crescimento dos órgãos, e com isso
vai melhorar produção, e promover uma melhor qualidade do da
planta (CASTRO; VIEIRA, 2001).
O efeito dessas substâncias sobre as plantas cultivadas tem sido
pesquisado com o intuito de melhorar qualitativa e quantitativamente
a produtividade das culturas (ALLEONI et al. 2000).
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2.1.LOCALIZAÇÃO DA AUXINA
Pôde-se comprovar que as auxinas estão largamente distribuídas
no reino vegetal. As quantidades de AIAque se medem oscilam entre
1 e 100µg por Kg. de importância seco, embora com as modernas
técnicas de extração e correção das perdas ao longo do processo os
valores máximos em alguns tecidos podem ser inclusive três vezes
maiores. (TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2004)
Quanto à distribuição da auxina nos diferentes órgãos ou tecidos,
viu-se, utilizando o teste de epicótilode ervilha, que na plántula de
trigo existia alto conteúdo no ápice do coleóptilo que ia diminuindo
à medida que se descia ao longo do mesmo, se atingindo o mínimo
na base e um incremento à medida que se progredia para o ápice da
raiz, sendo o valor neste ponto menor que o que existe
no ápice do coleóptilo(TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2004)
2.2.BIOSINTESES DA AUXINA
Segundo Pompelli, M. (2012),Existem informação suficiente para
demonstrar que o Ácido indol-3-acétilico (AIA) se sintetiza a partir
de triptófano. Esta transformação podem levá-la a cabo
microrganismos e inclusive pode ser produzido uma
conversãooxidativa quando o triptófano se encontra em presença
de peroxidasas e de radicais livres. As vias de sínteses
do AIA baseiam-se na evidência obtida a partir da presença de
intermediários e sua atividade biológica e o isolamento de enzimas
capazes de converter in vivo estes intermediários em AIA.
A produção de auxina sugere-se que pode estar unida
ao cambium de tal forma que a autólisis do conteúdo celular de
células de xilema em diferenciação liberta triptófano que é
convertido em AIA.(TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2004)
Em folhas encontrou-se AIA e parece que seu conteúdo decrece com
a idade, embora pode haver um novo acréscimo em tecido senescente,
provavelmente por causa do acréscimo de triptófano como consequência
da proteolisis. Se acrescenta-se C-triptófano a folhas, estas são capazes
do transformar emAIA, embora sejam mais eficientes as folhas mais
jovens.(TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2004)
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Há que considerar a possibilidade de que os elevados níveis
de AIA que se medem em tecidos jovens podem ser consequência da
presença de substâncias protetoras que evitem sua oxidação, e não
de uma elevada atividade biosintética.(CASTRO, P. 1979)
Pode ser concluído que os locais mais importantes de sínteses
de auxina são: as folhas jovens em expansão, o tecido cambial, os
ovários imaturos e sementes em desenvolvimento. No entanto, outros
tecidos também têm a capacidade de sintetizar AIA (folhas maduras,
caules e raízes).(CASTRO, P. 1979)
2.3.TRANSPORTE DAS AUXINAS
Um hormônio carateriza-se por mover nos organismos vegetal
desde um ponto de síntese até seu local de ação. Apesar de
algumas objeciones, está claro que existe um movimento
das auxinas através do organismo; esta deslocação de um local a
outro se denomina transporte da auxina, embora os mecanismos que
participam neste processo não sejam totalmente conhecidos.
(POMPELLI, M. 2012)
A particularidade mais notável do transporte auxínico é que se
realiza de forma polar, isto é, em um segmento de caule irá sempre
em direção basipétala, em um segmento de raiz irá em
direção aceopétala(se deslocaria para o ápice da raiz). A polaridad do
transporte de auxina foi evidenciada por Went emcoleóptilos de
aveia. Posteriormente demonstrou-se em outros tecidos, tanto de
caules como de raízes.(AMARAL, L. 2016)
2.4.CATABOLISMO AUXINICO
A concentração de auxina nas plantas pode ser regulado não só
por sua taxa de síntese e a velocidade de transporte para e desde o
órgão que se considere, senão pelos mecanismos de inactivación; de
fato, está claramente demonstrado que o AIA é inativado facilmente
por quase todos os tecidos vegetais. Às vezes a inativação do AIA pode
ser conseguido mediante conjugação do AIA com outras moléculas
como açúcares ou aminoácidos. Detectou-se em plantas o ácido indol3-acetil L-aspértico.(SANTOS, D. et al. 2013)
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2.5.RECEPTORES DAS AUXINAS
As plantas embora carecem de sistema nervoso, possuem, ao igual
que os animais, um sistema hormonalde comunicação a longa distância
mediante o qual as células alvo traduzem o sinal hormonal em uma
resposta específica. Embora desconhece-se quais são os mecanismos
que regulam esta transmissão se pensa que podem ser parecido aos
que funcionam nos animais.(SANTOS, D. et al. 2013)
Estes receptores são proteínas que se unem de forma específica e
reversível ao sinal químico; depois de realizar-se a união experimentam
uma mudança conformacional, passando de uma forma inativa a uma
forma ativa, pondo em marcha um programa molecular que conduz à
resposta caraterística.(SANTOS, D. et al. 2013)
Depois de ensaiar diversos substituintes e estudar seu
comportamento como auxinas, se chegou à conclusão de que, para
que existisse atividade, era necessária a presença de uma
carga fraccionalpositiva no anel, situada a uma distância de 0.50 nm
da carga negativa do grupo carboxilo.(SANTOS, D. et al. 2013)
Esta distância entre a carga positiva e negativa dá-se sempre entre
os compostos com atividade auxínica, sejam indólicos,
fenoxiacéticos, benzoicos ou picolínicos, inclusive na auxina sem
anelcarboximetildimentil-ditiocarbamato pode adotar uma
configuração plana que recorda a um anel e nesta situação o átomo
de N toma uma ligeira carga positiva situada a 0.50 nm do
grupo carboxilo.
Cabe pensar que, graças a esta configuração, as auxinas se unirão
ao receptor que apresente uma distribuição de cargas situadas à
mesma distância.
A busca de receptores para auxinas em plantas baseou-se no
estudo de duas respostas caraterísticas: a proliferação de callos e
indução de raízes ou caules regulado pelo balanço auxinas/
citoquininas e aelongación do coleóptilo ou seções de caule.
2.6.MECANISMO DE AÇÃO
Quando se aplica auxina a um tecido com capacidade de resposta
de crescimento há um período delatencia de duração variável antes
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de que aumente a taxa de crescimento. Depois desse período, que
quase nunca é inferior a 8 minutos, a taxa de crescimento aumenta
rapidamente durante 30-60 minutos até atingir o máximo;
posteriormente, a taxa de crescimento pode ser feito estável, atingir
um segundo máximo ou inclusive diminuir.(TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2004)
O período de latencia varia de uns tecidos a outros, aumenta ao
diminuir a concentração de auxinaaplicada ou se alonga ao diminuir
a temperatura, mas não pode ser eliminado o período de latencia nem
com temperatura elevada, nem com alta concentração de auxina nem
eliminando a cutícula que rodeia ao tecido. O atraso não pode ser
relacionado por tanto com o tempo que demora em penetrar
a auxina.(TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2004)
2.7.PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS AUXINAS
- Crescimento do caule e da raiz - ocorre através do processo de
alongamento das células vegetais. Quando a planta apresenta baixa
quantidade de auxinas, suas raízes podem crescer, porém o caule
não se desenvolve. Já a alta concentração desegundo Taiz, L. Zeigues,
E. auxinas pode provocar o crescimento do caule, deixando as raízes
pouco desenvolvidas
Dominância apical – auxinas fabricadas pelo meristema apical
do caule diminuem a atividade das gemas axilares que ficam perto
do ápice. Quando a gema apical é extraída da planta, ocorre o
surgimento de ramos, folhas e flores laterais(TAIZ, L. e ZEIGER, E.
2004)
Tropismos – as auxinas atuam no controle dos tropismos
(movimentos relacionados ao crescimento das plantas de acordo
com estímulos da natureza). Exemplo: fototropismo (movimento
das plantas em reação aos estímulos luminosos). Produção e
desenvolvimento de frutos – as auxinas são produzidas nas
sementes, possibilitando a formação dos frutos pelo ovário.(TAIZ,
L. e ZEIGER, E. 2004)
Queda de folhas velhas – como apresentam baixa concentração
de auxinas, as folhas velhas caem da planta. Formação de raízes –
são as raízes que brotam na base do caule. Este processo é gerado
pela presença das auxinas. (TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2004)
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2.8.AUXINAS SINTETICAS
Depois da descoberta do AIA, pensou-se que, se uma estrutura
tão simples era capaz de produzir respostas tão notáveis sobre o
crescimento, teria que haver mais compostos com propriedades
análogas; muitos pesquisadores começaram a ensaiar diferentes
moléculas para ver se tinham as propriedades descritas para o AIA,
e assim, cedo se descobriu que também era capaz de favorecer o
crescimento das células o ácido indenoacético, o ácido 2benzofuranacético, o ácido 3-benzofuranacético, o
ácidonaftalenacético e uma série de compostos.
Posteriormente, viu-se que outros compostos que possuíam
anel indólico também resultavam ativos, como o ácido 3indolpirúvico, e o ácido indolbutírico derivados do naftaleno como
o ácido naftil-1-acético e o ácido naftoxi-2-acético. Por último, o
fato
de
que
alguns
ácidos fenoxiacéticos tinham
atividade auxínicalevou
à
descoberta
do
2,4diclorofenoxiacético (2,4-D) com uma grande atividade. A partir de
aqui desenvolveu-se uma larga gama de moléculas com
atividade auxínica, como o ácido 2-metil, 4-clorofenoxiacético
(MCPA) e o ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético (2,4,5-T).(AMARAL, L.
2016).
EXEMPLO:
Alga Ascophyllumnodosum:
A Ascophyllumnodosum (L.) Le Jolis, membro da ordem Fucales
e a família Fucaceae, se destaca. É uma fonte natural de macro e
micronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Fe, Mn, Cu e Zn), aminoácidos
(alanina, ácido aspártico e glutâmico, glicina, isoleucina, leucina,
lisina, metionina, fenilalanina, prolina, tirosina, triptofano e valina),
citocininas, auxinas, e ácido abscísico, substâncias que afetam o
metabolismo celular das plantas e conduzem ao aumento do
crescimento, bem como ao incremento da produtividade.
É, ainda, portadora de compostos antioxidantes. Tais substâncias
afetam o metabolismo celular das plantas e conduzem ao aumento
do crescimento, bem como ao incremento da produtividade.
Os extratos de tais algas, pela riqueza de conteúdo, atuam na
divisão celular e na síntese de proteínas (por terem em sua
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composição citocininas, auxinas e giberelinas); mantêm a integridade
das membranas celulares por terem em sua composição antioxidantes
(capazes de proteger as células das toxinas que ela própria produz
naturalmente ou em resposta a estresses).
Benefícios
Estudos têm demonstrando que o emprego de extratos de algas
marinhas propicia aumento de taxa de germinação, enraizamento,
desenvolvimento inicial e produção de culturas como café, alface,
tomate, milho e feijoeiro, entre outras.
3.CONCLUSÃO
Neste trabalho deu-se a conhecer, alguns dos aspetos mais
importantes do ácido indol acético mais conhecido como a auxina.
Dá-se a conhecer aspetos tão importantes como sua síntese,
transporte, funções, caraterísticas, efeitos. Podem também ser muito
importante para novas pesquisas, auxiliando tecnicas para o
melhoramento vegetal. Do que se menciono do transporte auxínico é
que se realiza de forma polar, isto é, em um segmento de caule irá
sempre em direção basipétala, em um segmento de raiz irá em
direção aceopétala (se deslocaria para o ápice da raiz).
Também neste trabalho se mostram outras caraterísticas
da auxina de igual importância, para o correto desenvolvimento
fisiológico de uma planta.
4.REFERÊNCIAS
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