Ejacular mais diminui o risco de câncer de próstata

Ejacular mais diminui o risco de câncer de próstata
A última edição do periódico European Urology trouxe o resultado de um
estudo capitaneado pela pesquisadora Jennifer Rider, epidemiologista na
área de oncologia da
Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, que mostra a
relação entre ejaculação e uma menor incidência do câncer de próstata.
O tema já havia sido discutido na reunião anual da American Urological
Association (AUA), em 2015, mas só agora foi divulgado para toda a
comunidade.
A constatação foi feita após o acompanhamento de 31.925 homens, com
idade média de 59 anos, entre 1992 e 2010. No início do estudo, foi
solicitado aos participantes que informassem a média de sua frequência
mensal de ejaculação em três fases da vida: dos 20 aos 29 anos, dos 40
aos 49 anos e no ano anterior.
Depois de controlar os potenciais elementos de confusão para a análise
multivariada, o risco relativo de câncer de próstata foi aproximadamente
20% menor entre os homens que ejacularam pelo menos 21 vezes por
mês do que entre aqueles que ejacularam de quatro a sete vezes no
mesmo período. Houve também uma redução de 10% do risco relativo
entre os avaliados que informaram ter tido de oito a 12 ejaculações por
mês, dos 40 aos 49 anos de idade, e de 20% entre os homens que
relataram de 13 a 20 ejaculações por mês, na mesma faixa etária.
Numa entrevista para o site Medscape, a Dra. Rider salientou que a
atividade sexual protegida pode ser benéfica para a saúde da próstata e
advertiu que não se deve fixar nos números exatos de episódios de
ejaculação, mas, preferivelmente, na relação da ‘dose-resposta’.
De acordo com o Dr. Marcelo Bonanza, médico da Jovial Clinica - Centro
de Medicina Funcional e Integrativa, a explicação pode estar no pH das
secreções prostáticas. “Sabemos que a principal função da próstata é
armazenar e secretar um fluido claro, levemente alcalino, que constitui de
10% a 30% do volume do sêmen. Essas secreções são ricas
em cálcio, zinco e ácido cítrico, que são antioxidantes, o que nos leva a
pensar que, em tese, quanto maior o número de ejaculações, mais
material antioxidantes é produzido, diminuindo o fator de necrose
tumoral”, explica.
“Fazendo uma leitura grosseira sobre os resultados apresentados na
pesquisa, percebe-se que à medida que acontecem mais ejaculações há
mais contrações musculares, oxigenação, transporte de zinco, cálcio e
óxido nítrico, mais dopamina, mais prazer, desejo, mais testosterona e,
portanto, menos aromatase, menos hiperplasia prostática, mais secreções
alcalinas e menos ambiente ácido, ideal para a prevalência do câncer. Em
resumo, a pesquisa mostra que sexo é vida”, pontua Bonanza.
O estudo fornece as mais sólidas evidências até hoje coletadas sobre as
vantagens da ejaculação para a prevenção do câncer de próstata, mas,
apesar disso, a Dra. Rider enfatiza que o efeito de redução do risco
observado no estudo ainda é "modesto". Assim sendo, é preciso seguir
todas as recomendações já existentes, no que diz respeito aos bons
hábitos de vida, para diminuir ao máximo os fatores de risco que fazem
com que o indivíduo desenvolva o câncer de próstata. Além disso, faz-se
necessária toda a investigação médica através dos exames regulares
bastante conhecidos para rastrear e, uma vez detectada, tratar a doença.
O que se espera é que os dados de alta qualidade apresentados no estudo
liderado pela Dra. Jennifer Rider sirvam de estímulo para a realização de
mais pesquisas sobre como a ejaculação pode alterar o microambiente da
próstata.
Marcelo Bonanza | CRM-BA 14.684
Diretor Médico da Jovial Clínica
www.jovialclinica.com
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