COLEÇÃO INICIAÇÃO MESSIÂNICA NATALIDADE? Fevereiro de 2014 Charles Guimarães Filho 1 2 INTRODUÇÃO Natalidade é o número proporcional dos nascimentos que ocorrem numa população num tempo determinado. O objetivo deste trabalho é contribuir na investigação e reflexão da narração sobre a natalidade, ou melhor, sobre o controle populacional com a finalidade de aprofundar no seu conhecimento e assim colaborar no desenvolvimento dos seres humanos e de suas religiões no que se refere à missão de nascer no planeta Terra. O conteúdo deste vídeo apresenta as diversas problemáticas da natalidade, frases de pessoas célebres como à de desconhecidas a seu respeito, religiões escolhidas pelo envolvimento com ela, bem como delas os seus pontos de vista. 3 4 ÍNDICE Conceitos Manifestações Religiões Visões • Catolicismo • Espiritismo • Islamismo • Messianismo 07 25 27 29 29 33 38 38 5 6 CONCEITOS Para a demografia, a taxa de natalidade é uma medida de quantificação da fecundidade. Em geral, a natalidade é medida sobre o período de um ano e tem por base o número de nascimentos de uma população por cada mil habitantes. De 8.000 a.C. até 1650, que representa o iniciar da modernidade, a população mundial levou quase dez mil anos para atingir a cifra dos 500 milhões de indivíduos. Um crescimento relativamente lento se comparado com o período de tempo consumido. Porém, já no início da modernidade, pode-se perceber uma aceleração no ritmo de crescimento. Foram necessários apenas dois séculos para a população, em 1850, chegar a 1,2 bilhão de habitantes. Um século depois, em 1950, ela havia duplicado, mas o mais espantoso crescimento da população estaria reservado para o momento seguinte. Entre os anos 1950 e 2010, a população mundial passa de 2,5 bilhões para mais de 7 bilhões de indivíduos. Esse fantástico crescimento da população mundial merece destaque, e precisa ser analisado para se entender suas causas e conseqüências e as medidas que a humanidade talvez deva tomar para arrefecer esse ritmo de crescimento. Por meio de indicadores demográficos (crescimento demográfico, migrações e outros) é possível observar a dinâmica de uma população. Aqui se mostra um estudo em cinco fases. Fase 1: Era uma fase que tinha o índice de natalidade e mortalidade elevados; Fase 2: Os índices de mortalidade iniciam uma importante descida motivada por diferentes razões: a melhoria 7 nas condições sanitárias, a evolução da medicina, e a urbanização, aumentando a expectativa de vida, mas os índices de natalidade não acompanham essa tendência, causando um rápido crescimento populacional. Em muitos países, essa fase teve início com a revolução industrial. Hoje em dia, muitos países subdesenvolvidos vivem essa fase; Fase 3: Ocorre um declínio na taxa de natalidade devido ao acesso à métodos anticoncepcionais, e à educação (fazendo com que o planejamento familiar fique mais difundido). O resultado é um crescimento vegetativo reduzido em relação à fase 2; Fase 4: Os índices de natalidade e mortalidade voltam a se estabilizar criando um crescimento populacional novamente pequeno. Há uma estabilização; Fase 5: Enquanto o modelo original de Transição Demográfica descrito por Warren Thompson apresenta só quatro fases, atualmente se aceita uma quinta fase, onde a mortalidade superará a natalidade, devido ao alto custo de se criar filhos (principalmente em países desenvolvidos), famílias optam por ter um número muito reduzido (entre 1 e nenhum) de filhos para manter o padrão de vida. Esse efeito é muito temido por analistas, e já está iniciado em países como a Alemanha ou Itália, pois com crescimento populacional negativo, a população terá num futuro próximo mais idosos do que jovens, o que pode acarretar num rombo para a previdência dos países na quinta fase. Países por taxa de natalidade (estimativas da ONU para o período de 2005-2010): Mundo (20%), os três primeiros 1º) Niger (100,9%), 2º) Mali (49,6%); 3º) Uganda (48,1%); o maior 8 país da América do Sul 122º) Brasil (16,3%); os três últimos 191º) Alemanha (8,2%); 192º) Japão (8,1%); 193º) Hong Kong (7,3%). O crescimento demográfico de hoje. Há que assinalar, no entanto, que na atualidade não há nenhum país que se encontre ainda na fase 1 porque, felizmente, as taxas de mortalidade próximas de 40 ou 50‰ não são registradas há décadas. O resultado final ao início e ao fim do processo é o mesmo: um crescimento natural baixo. Ora, as circunstâncias são radicalmente opostas: na etapa 1 porque as taxas natalidade e mortalidade são muito altas; e na etapa 4 porque as mesmas taxas se equalizam em valores baixos. Crescimento da população mundial entre 10.000 a.C. 2000. Desde suas origens e até o século XVIII, a humanidade esteve ancorada no estágio 1 da transição demográfica. Pode-se observar a lentidão com que cresceu a população mundial durante este longo período de tempo. Com o estalido da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, os países hoje desenvolvidos fizeram o salto no estágio 2, iniciando o rápido crescimento da população mundial. Os países ricos completaram todo o processo no final do século XX, momento no qual estabilizaram à baixa suas taxas de natalidade e mortalidade. Portanto, a transição demográfica começou aqui lentamente ao longo de uns 250 anos. Os países em via de desenvolvimento ou do Terceiro Mundo, em mudança, iniciaram a transição demográfica mais tarde e repentinamente. Atualmente, a maioria deles -sobretudo os países africanos- se encontram no estágio 2 do processo: mantêm a natalidade muito alta mas, em geral, estão reduzindo consideravelmente a mortalidade. Outros países, especialmente em América Latina, em Ásia e também algum de África, já se encontram na fase 3 do processo porque reduziram muitíssimo a 9 mortalidade e, ao mesmo tempo, estão diminuindo paulatinamente a natalidade. Os demógrafos consideram que o atual ritmo de crescimento da população mundial tem data de caducidade, dado que os países em via de desenvolvimento, tarde ou temporão, completarão a transição demográfica e acabarão desfrutando de umas taxas de natalidade e mortalidade semelhantes as que têm os países desenvolvidos. Por esta razão, os demógrafos consideram que a catástrofe malthusiana prognosticada por Thomas Malthus ao princípio do século XIX não acabará produzindo-se. A moderação no crescimento da população mundial dependerá da velocidade com que os países em via de desenvolvimento sejam capazes de completar a transição demográfica. Segundo cálculos da ONU, se os países pobres aceleram o ritmo, no ano 2050 terão no planeta uns 7,5 bilhões de habitantes. Se, por contra, o processo se modera a população mundial se poderia situar aquele ano em cerca dos 11 bilhões de habitantes. Teoria Populacional Malthusiana Ela foi desenvolvida por Thomas Malthus, economista, estatístico, demógrafo e estudioso das Ciências Sociais. Malthus percebeu que o crescimento populacional entre os anos 1650 e 1850 dobrou com o aumento da produção alimentícia, das melhores condições de lazer, aperfeiçoamento, ao combate as doenças, dos melhoramentos feitos nos saneamentos básicos e o beneficio da revolução industrial. Com essas melhorias, fizeram que a taxa de mortalidade diminuísse e a taxa de natalidade aumentasse. 10 Preocupado com o crescimento populacional acelerado, Malthus publica em 1798 uma série de ideias alertando a importância do controle da natalidade, afirmando que o bem estar populacional estaria intimamente relacionado com crescimento demográfico do planeta. Malthus alertava que o crescimento desordenado acarretaria na falta de recursos alimentícios para a população gerando como consequência a fome. Thomas dizia que a população crescia em progressão geométrica, enquanto que a produção de alimentos crescia em progressão aritmética. Com base nesses dados, Malthus concluiu que inevitavelmente a fome seria uma realidade caso não houvesse um controle imediato da natalidade. A definição de praga biológica é quando uma população fica com alta taxa de natalidade e baixa taxa de mortalidade e o número de indivíduos cresce em progressão geométrica de forma anormal no ambiente. Profecias malthusianas previam fome no mundo em virtude desse crescimento. A superpopulação fica então sem controle até que surjam predadores que façam esse controle externo ou se os predadores e parasitas (doenças) não aparecerem, o descontrole continua até que acabe o alimento disponível no ambiente, gerando competição intraespecífica e controle populacional por fome. No caso da população humana esse controle vem sendo feito com guerras, doenças e miséria. Ela está em explosão demográfica desde a revolução industrial, que começou na Inglaterra no século XVII por volta de 1650. 11 A solução defendida por Malthus seria: a sujeição moral de retardar o casamento; a prática da castidade antes do casamento; ter somente o número de filhos que se pudesse sustentar. Essa teoria foi então desmentida após a Revolução Industrial e com o avanço das técnicas agrícolas. Observe o crescimento populacional humano em bilhões de habitantes a partir de 1850 até os dias de hoje: 1 a 2 bilhões de pessoas entre 1850 a 1925 - 75 anos 2 a 3 bilhões de pessoas entre 1925 a 1962 - 37 anos 3 a 4 bilhões de pessoas entre 1962 a 1975 - 13 anos 4 a 5 bilhões de pessoas entre 1975 a 1985 - 10 anos 5 a 6 bilhões de pessoas entre 1985 a 1994 - 9 anos 6 a 7 bilhões de pessoas entre 1994 a 2011 - 17 anos A tendência é que nas próximas décadas a população comece a diminuir. Controle populacional é um assunto controverso Alguns países realizam medidas para implantação de controle da natalidade, essa pode ser desenvolvida a partir de divulgação nos meios de comunicação, doação de preservativos e pílulas anticoncepcionais, entre outros. No entanto, o controle populacional é um assunto política e eticamente controverso em muitas culturas e religiões, e existem vários graus de oposição. 12 Um deles é o paradoxo demográfico-econômico É a correlação inversa encontrada entre riqueza e fertilidade dentro e entre nações. Quanto maior o grau de educação e o PIB per capita de uma população, subpopulação ou estrato social humano, menor a quantidade de nascimentos de crianças em todo o país industrializado. Em uma conferência populacional da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1974 em Bucareste, Karan Singh, um ex-ministro populacional da Índia, ilustrou essa tendência ao afirmar que "o desenvolvimento é o melhor contraceptivo". Dados atuais sugerem que o paradoxo demográficoeconômico só é válido até certo ponto. Informações recentes apontam que uma vez que um país atinge um determinado nível de desenvolvimento humano e de prosperidade econômica, a taxa de fecundidade se estabiliza e depois se recupera ligeiramente para taxas de substituição populacional. Cita-se a desnatalidade que é uma taxa de fecundidade que, se sustentada, torna cada nova geração menos populosa que a anterior em uma determinada área. Nos países desenvolvidos, a desnatalidade é qualquer taxa abaixo de cerca de 2,1 filhos por mulher. Mundialmente, a taxa de fertilidade total era de 2,3 filhos por mulher em 2003. Isto pode ser "traduzido" como dois filhos por mulher para substituir os pais. Em 2010, cerca de 48% da população mundial vivia em países em processo de desnatalidade. No entanto as populações desses países ainda têm crescimento devido a fenômenos como a imigração, a dinâmica populacional e o aumento da expectativa de vida. Isto inclui a maioria das nações da Europa e países como Canadá, Austrália, Brasil, Rússia, Irã, Tunísia, China, Estados Unidos e muitos outros. Os países ou regiões que têm a 13 menor taxa de fertilidade do mundo são Hong Kong, Macau, Singapura, Taiwan, Ucrânia e Lituânia. No entanto, apenas alguns países têm taxas de desnatalidade baixas ou sustentadas o suficiente (por vezes combinadas com outros fatores populacionais, como a emigração) para causar um declínio populacional, como é o caso do Japão, da Alemanha, da Lituânia e da Ucrânia. Outro, é devastação e esgotamento dos recursos naturais Os pesquisadores, estudiosos, cientistas demonstram relatórios que incentivam o controle de natalidade. No entanto esse controle é direcionado aos países do sul (subdesenvolvidos) e não aos países do norte (desenvolvidos), eles recomendam, mas não praticam, pelo contrário, nesses países ocorrem incentivos para que as famílias tenham mais filhos. Essa polêmica tem explicação, é que a densidade demográfica dos países do norte está quase que decrescendo diferentemente dos países do sul que possuem altos índices de crescimento natural/vegetativo. Sem dúvida medidas de implantação de controle de natalidade pode ser o alicerce para a solução de vários problemas que assolam a sociedade atual, seja nos países do norte ou do sul. Quanto aos problemas ambientais, pode-se encontrar algumas soluções diminuindo-se a quantidade de pessoas automaticamente se diminui o consumo. A água, por exemplo, que é dos grandes problemas desse século, poderia ser mais poupada, se diminuir a quantidade de pessoas que necessitam desse recurso ter-se-ia mais reservas e se lançaria menos detritos na natureza, reduzindo a poluição. 14 No campo energético não seria necessário construir novas usinas hidrelétricas, que em suas instalações provocam profundos impactos ambientais e sociais. Outro fator importante é referente à emissão de gases que consequentemente seria amenizada, e que de certa forma, iria contribuir para neutralizar o processo do aquecimento global. Ainda com essa medida não seria necessário abrir novas áreas de cultivo para a produção de alimentos. No campo social o controle de natalidade serviria para diminuir o crime, pois o governo poderia assistir melhor os jovens, a quantidade de empregos possivelmente aumentaria, haveria diminuição da fome devido aos programas sociais que poderiam atender melhor a população, a saúde, a educação e mais uma série de outros problemas contemporâneos poderiam ser solucionados. Mas, o primordial do contexto é garantir as condições de vida na Terra, pois essa não possui recursos infinitos para suprir a sociedade de consumo, e nem capacidade de regeneração de todos os “lixos” que essa sociedade produz. A natureza já está apresentando sinais de cansaço e saturação e apenas o homem pode decidir o futuro das próximas gerações. A contracepção é atacada por alguns grupos como modo de controle da superpopulação. A população humana já ultrapassou os sete bilhões de pessoas e por conseguinte estes grupos acreditam que há a necessidade de planejamento social para destruir a explosão demográfica, desta forma diminuindo a devastação e esgotamento dos recursos naturais do meio 15 ambiente.Com mais habitantes no mundo todo causariam níveis mais elevados de emissão de CO2, que alterariam a composição da atmosfera, desta forma aumentando o aquecimento global. Um destes grupos afirma que é muito mais fácil, rápido e barato distribuir preservativos para as pessoas do que tentar controlar a emissão de CO2 através das estratégias atuais, cujo custo é muito mais elevado. Mais um é ser a causa do superaquecimento do planeta Está ficando cada vez mais claro que os catastrofistas de plantão que amedrontam o mundo com a questão do superaquecimento, têm uma segunda intenção: redução da natalidade. A organização “Optimum Population Trust” (OPT) é dedicada a defender o controle de natalidade, e afirma que “o crescimento populacional é amplamente reconhecido como uma das principais causas da mudança climática”. Por outro lado estimula o uso da camisinha e diz que o seu custo benefício é “espetacular”, sendo a forma mais barata e efetiva de combater o aquecimento global porque reduz o número de nascimentos. Esta ONG britânica lançou sua “estratégia para o clima baseada na população”. Para essa ONG, “uma estratégia para o clima baseada na população envolve menos dos impostos, das regulamentações e dos outros limites à liberdade individual e à mobilidade hoje considerados como resposta às mudanças climáticas. Para concluir, seria mais fácil, mais rápido, mais barato, mais livre e mais verde”, conclui o documento. No entanto, para outros, Deus deu ao homem capacidade e meios para resolver os seus problemas de maneira ética e moral, e não, impedindo a vida humana de existir. Muitos cientistas de renome não concordam com a exagerada 16 importância que se dá ao superaquecimento. O Dr. Thomas Sowell, doutor em Economia pela Universidade de Chicago afirma que: “Nada é mais fácil do que criar modelos matemáticos para cenários catastróficos. Políticos e burocratas do governo têm tentado, por mais de uma década, vender o cenário apocalíptico do aquecimento global, fato que teria aumentado o poder de políticos e burocratas”. Ele afirma que muitos cientistas de peso não concordam com o pânico que se cria em torno do aquecimento global da terra e sua causa humana. Nos anos 1970 o pânico era sobre o “esfriamento global da Terra” e a chegada de uma nova era glacial. Um relatório daquela época, da Academia Nacional de Ciência, dos EUA, levou a revista Science a escrever em sua edição de 1º de março de 1975 que uma longa “era glacial é uma possibilidade real”. De acordo com a edição de 28 de abril de 1975 da Newsweek, “o clima da terra parece estar se resfriando”. De acordo com a edição de fevereiro de 1973 da Science Digest, “quando o congelamento começar, será muito tarde”. Em cerca de apenas trinta anos se passou do pânico do resfriamento global para o aquecimento global. Parece algo incoerente. Há muitas divergências de opiniões a respeito do aquecimento do Planeta entre os cientistas especialistas em clima e tempo; entre os que discordam do pânico estão o Dr. Richard S. Lindzen, professor de meteorologia no MIT (EUA), o Dr. Daniel Schrag, de Harvard; Claude Allegre, um dos mais condecorados geofísicos franceses; Dr. Patrick Michaels da Universidade de Virginia: Professor Bob Carter, geologista da James Cook University, Austrália. 85 cientistas e especialistas em climatologia assinaram a Declaração de Leipzeg; 17.000 cientistas e líderes envolvidos em estudos climáticos, assinaram a Petição do Oregon Institute e 4.000 cientistas e outros líderes ao redor do mundo, incluindo 70 ganhadores do Prêmio Nobel, assinaram a Petição de 17 Heidelberg, na qual se referem às teorias do aquecimento global relacionadas aos gases estufa como “teorias científicas altamente duvidosas”. Esses cientistas dizem que os fatos científicos desmentem o pânico sobre aquecimento. Alguns afirmam que “o clima está sempre mudando”, e que muitos fatores mudam a temperatura tais como o calor emitido pelo Sol em diferentes eras, e que são fatores que estão além do controle dos seres humanos. Dizem que certos gases, tal como o dióxido de carbono, têm o potencial de afetar a temperatura mas não concordam que um particular aumento de temperatura, durante uma era particular, seja necessariamente devido ao “efeito estufa”. Outro, combate a desigualdade social e a criminalidade Um assunto que representa verdadeiro tabu na sociedade brasileira é o controle de natalidade. Sabe-se que atualmente a taxa de filhos por mulher no Brasil está caindo e pode-se aceitar o valor de 2,2 filhos/ mulher. Entretanto, nas camadas mais pobres da população, essa taxa é bem maior, o que mostra que pobreza, falta de educação e falta de métodos contraceptivos estão na raiz do problema de natalidade. E qualquer pessoa de inteligência mediana sabe que um crescimento desordenado da população, sem um controle e um planejamento, causam problemas gigantescos como falta de moradia, degradação do meio ambiente, aumento da criminalidade, exclusão social, distúrbios urbanos e por aí vai. Será coincidência que os países mais desenvolvidos do mundo têm taxas baixíssimas de natalidade? 18 Mas a pergunta que não quer calar é: Por que a sociedade brasileira, sabendo que um crescimento populacional traz problemas gravíssimos estruturais para o país, não toma uma providência no sentido de organizar os nascimentos? A resposta para essa pergunta é fácil: porque alguns setores da sociedade estão satisfeitos com esse volume gigantesco de natalidade, principalmente natalidade dos mais pobres e excluídos. E quais setores estão satisfeitos? Obviamente os donos de empresas e multinacionais e os mais ricos que usufruem sobremaneira dessa fartura de mão-de-obra com muitas pessoas para trabalharem. Mais uma vez apelo para a inteligência de todos para raciocinarem: tendo-se uma vaga para 500 trabalhadores o salário pode ir lá embaixo. Porém se tendo 1 vaga para 1 trabalhador esse salário vai ter que ser discutido de igual para igual. Por que não se ensina os trabalhadores a terem controle de suas proles e forçarem os patrões no futuro a pagarem salários dignos? E o salário é contingência de mercado, não depende de vontade de presidente ou sindicato. Depende apenas do óbvio: quanto mais trabalhadores disponíveis, menores os salários pagos pelos patrões e vice-versa. Não se pode exigir do empregador burguês que tenha compaixão e pague um salário melhor, pois também ele está inserido num sistema de lucros onde clemência e atos filantrópicos não podem prevalecer. Esse empregador burguês só pagará melhor quando sentir a falta de mão-de-obra em suas empresas e tiver que ceder nos seus lucros. Por tudo isso é que os Integralistas defendem o planejamento familiar consciente em todas as classes da 19 sociedade. Organizando a educação, a saúde, o emprego e os meios de divulgação de meios contraceptivos é que se vai combater a desigualdade social e a criminalidade. Movimento da extinção humana voluntária Tem como ideal a extinção da espécie humana como único meio de "cura" do planeta. Por isso sugere que as pessoas parem de ter filhos até a espécie acabar-se naturalmente. Falta de trabalhador e sustento da Previdência A taxa de fecundidade no Brasil, ou seja, nascimento de crianças, apresentou uma queda nos últimos 60 anos. Segundo dados do IBGE, na década de 60 a média era de 6 filhos por mulher, esse número caiu para menos de 2 em 2004. A “Folha de São Paulo” noticiou (21 de julho de 2008) que o país está envelhecendo muito mais rapidamente do que se previa. A taxa de natalidade já atingiu o baixo nível de 1,8 filho por mulher em 2006, nível que era esperado acontecer somente em 2043. O país tem cada vez mais velhos e menos crianças, o que significa algo desastroso para o país, algo que ainda a maioria da população não entende e não percebe, mas daqui a alguns anos isso ficará claro. A divulgação foi feita pela PNDS (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde). O índice mínimo para que um país mantenha a sua população estável, é de 2,0 filhos por mulher; já estamos em 1,8 e deve cair ainda mais, o que indica que logo o Brasil sentirá na pele os mesmos problemas dos europeus, e pior ainda. Quando o país envelhece como está acontecendo, ele gasta muito mais com a Previdência social (aposentadorias, hospitais, remédios, etc) uma vez que o idoso se aposenta e fica 20 muito mais necessitado de cuidados médicos e hospitalares que as crianças e jovens. E quem trabalhará para sustentar a Previdência? Esta hoje já não dá conta de atender os doentes e idosos; com o envelhecimento mais rápido que o estimado, ela terá que aumentar os investimentos em saúde para atender aos idosos. Quem pagará essa conta? Com o envelhecimento do país, será preciso aumentar o tempo que o trabalhador precisa contribuir com o INSS para se aposentar. Carlos Guerra, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada, diz que “o equilíbrio ideal é ter cinco contribuintes para cada inativo, mas já estamos nos aproximando da situação de um para um”. Mesmo o Japão que tem cerca de 320 pessoas por quilometro quadrado, está incentivando a população a ter mais filhos. O Brasil e a América Latina têm apenas cerca de 20 pessoas por quilometro quadrado, enquanto a Europa tem cerca de 120. Isto mostra que a América Latina é um continente ainda vazio em comparação com o resto do mundo; e nada justifica um controle drástico da natalidade. Dentro de pouco tempo o Brasil vai amargar essa situação, quem viver verá. Menos controverso que o aborto Porém, ainda enfrenta a oposição de muitas pessoas. Na China, todo ano, mais de 13 milhões de crianças são mortas no seio materno por aborto. A política abortista do socialismo chinês trouxe imensos problemas socioeconômicos derivados do desequilíbrio entre o número de homens e mulheres (as crianças de sexo feminino são as mais abortadas), falta de esposas (o que leva a comprá-las), tráfico sexual, prostituição e escalada recorde dos suicídios e da AIDS. Em compensação na Coréia do Sul se reprime o aborto a fim de aumentar a taxa de natalidade do país. Os países europeus incentivam a natalidade. 21 Aumento populacional não se deve a natalidade Luis Felipe Algell de Lama, que utilizou o pseudônimo de Sofocleto (1926 - 2004), humorista peruano, afirmou que “O controle da natalidade é algo que não se pode conceber.” As taxas de natalidade ao longo das últimas décadas e as atuais vêm sofrendo uma queda. As nações industrializadas que ingressaram no processo da Primeira Revolução Industrial na primeira etapa, já haviam reduzido suas taxas ainda no século XIX e início do XX. Já nos países de economias dependentes as taxas de natalidade sofreram quedas apenas nos últimos anos. Nos países subdesenvolvidos e ex-socialistas os índices diminuem constantemente. Incentivos à gravidez O grupo de países desenvolvidos, após atingir índices muito baixos de natalidade, chegou ao ponto máximo de queda. No caso da Alemanha e Dinamarca as taxas de natalidade já foram superadas pela de mortalidade, isso quer dizer que o número de óbitos é maior do que o de nascimentos, em suma, não há crescimento populacional ou vegetativo. Essa disparidade faz com o governo de países com esse tipo de problema promova divulgação de incentivos à gravidez para povoar o país e aumentar a População Economicamente Ativa, pois caso o número de nativos seja insuficiente para o trabalho será necessário a entrada de trabalhadores de outras nacionalidades. Os países que possuem as menores das taxas de natalidade do mundo com índices inferiores a 14% são 22 respectivamente: Japão, Rússia, Suécia, Estados Unidos, França, Luxemburgo, Itália, Alemanha. Por outro lado, a revista Veja (n.2044 – 23 jan 2008) publica uma matéria (pag. 40) onde afirma que “o governo russo passou a dar dinheiro a casais que decidem ter um segundo filho e fará uma campanha publicitária para encorajar os russos a formar família. Uma cidade russa chegou a criar um feriado para estimular o sexo entre casais com fim de reprodução.” Medidas semelhantes de distribuição de dinheiro para casais que queiram ter mais filhos está acontecendo em muitos paises da Europa e Japão que estão se tornando paises de idosos, com sérios problemas para a previdência social. A população russa diminui de 700 mil pessoas por ano, e segundo a ONU se reduzirá de 143 milhões que tem hoje para apenas 114 milhões de pessoas. Isto também porque há na Rússia cerca de 1,5 milhões de abortos por ano. É uma tremenda incoerência querer resolver o problema do aquecimento global com a redução da natalidade, cooperando para extinguir as populações dos paises. Não é eliminando a vida ou impedindo-a de existir que a humanidade vai resolver os seus problemas, mas com educação, promoção social, tecnologia e fraternidade. A infertilidade é um dos responsáveis Além do fator financeiro, o problema da infertilidade é um dos responsáveis. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 6 casais no mundo são atingidos pela doença, só no Brasil são mais de 278 milhões de casais que se deparam com a descoberta de que não podem ser pais e mães por vias naturais. 23 A OMS define como infértil o casal que depois de 1 ano de relações sexuais contínuas, sem nenhuma contracepção, não consegue gerar um filho. Dado que a fertilidade feminina ou masculina não é o único fator que determina o aumento/diminuição desta taxa, deve-se ter em conta uma série de outros fatores que estão relacionados com esse aumento/diminuição: sociais, fisiológicos e outros. Deste modo, a taxa de natalidade nos países desenvolvidos é, em geral, mais baixa (devido ao conhecimento de métodos contraceptivos, melhores condições médicas e econômicas), enquanto que nos países em desenvolvimento a taxa de natalidade é, em geral, superior face ao desconhecimento ou não-divulgação de métodos contraceptivos e à tendência para seguir tradições familiares e religiosas. 24 MANIFESTAÇÕES Sergio Cardoso (1925-1972), ator brasileiro: “Todo poder público que não sofre o controle da população, tende à corrupção.” Celso Furtado (1920-2004) foi um economista brasileiro e um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século XX. Suas idéias sobre o desenvolvimento e o subdesenvolvimento divergiam das teorias dominantes em sua época e enfatizavam o papel do Estado na economia, com a adoção de um modelo de desenvolvimento econômico de corte keynesiano: “O desafio dos países de industrialização avançada, inclusive o Brasil, é: ser competitivo e ganhar espaço no plano internacional, gerar emprego de remuneração adequada à população crescente e avançar em uma distribuição de renda mais igualitária.” Noam Chomsky (1928) é um linguista , filósofo e ativista político estadunidense: “Cada vez mais na economia global pode-se levar a produção a áreas de baixos salários e se direcionar o consumo aos setores privilegiados. Grande parte da população mundial vai se tornando desnecessária como mão-deobra e talvez até como consumidora.” 25 26 RELIGIÕES As religiões variam amplamente nos seus pontos de vista sobre a ética do controle de natalidade. No cristianismo, a Igreja Católica Romana, com base na Encíclica Humanae vitae de Paulo VI, aceita somente o planejamento familiar natural, ao passo que os Protestantes mantêm um amplo espectro de ponto de vista desde a não-permissão até a permissão muito branda. As visões no Judaísmo variam desde os mais ortodoxo ao mais brando reformista. No Islã, os contraceptivos são permitidos se eles não ameaçarem a saúde ou levarem à esterilidade, embora o seu uso seja às vezes desmotivado. Os hindus podem usar contraceptivos artificiais e naturais. 27 28 VISÕES Catolicismo Quando presidente da CNBB, o cardeal dom Geraldo Majella fez declarações polêmicas afirmando a posição contrária da Igreja Católica brasileira aos programas de educação sexual e o aborto no país. Pois, como no caso do preservativo, este estimularia a precocidade da criança e do adolescente. Afirmou também que isto induz à promiscuidade. Neste mesmo período, o Papa Bento XVI declarou na 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe (CELAM), em Aparecida (SP), que as leis civis que favorecem e permitem o uso de anticoncepcionais e o aborto, presentes em alguns países da América Latina, são uma ameaça "ao futuro dos países da região". Bispos na Índia alentam católicos a terem mais filhos. A Índia tem uma densidade demográfica de 308 pessoas/km quadrado, só perde para o Japão que tem 340. E no entanto, o Arcebispo de Trichur (Índia), Dom Andrews Thazhath, iniciou uma campanha para alentar aos católicos da região de Kerala no sul do país, a terem mais filhos, dada a preocupante queda na taxa de natalidade dos cristãos. Explicou que a migração em grande escala para a Austrália, Canadá, Europa, o Golfo Pérsico e Estados Unidos; assim como o síndrome da “micro-família” fazem com que os católicos não cresçam em Kerala. 29 Esta noticia mostra que mesmo em um país ainda em desenvolvimento, com a segunda maior taxa demográfica do mundo, a Igreja católica não aceita o controle da natalidade como meio de melhorar a vida da população. A Índia é um país que hoje cresce a taxa de quase 10% ao ano, como a China, o que mostra que não é o número grande de habitantes que faz um país deixar de crescer. Um exemplo claríssimo disso é também o Japão, que não tem petróleo, não tem minérios, não tem terras, e possui a maior densidade demográfica do mundo, sendo o segundo pais em PIB entre as nações. Tudo isto mostra que a Igreja, “perita em humanidade”, como disse Paulo VI, tem toda a razão. Não é com políticas desumanas e anti-humanas de impedir a vida de existir, que se vai resolver os problemas das nações. Deve-se dar soluções corretas para os problemas, e não soluções fáceis, rápidas, cômodas e inócuas. Se na Índia, onde a densidade demográfica é de 308 hab/km quadrado, a Igreja incentiva os casais católicos a terem mais filhos, o que dizer, então, do Brasil, onde a densidade é de apenas 19 pessoas/km quadrado? O Brasil é um pais desabitado em comparação com a Índia e o Japão. A taxa de fecundidade do Brasil é a mais baixa já registrada no país, segundo IBGE. Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostra que o país está envelhecendo, o que é muito triste e perigoso. A taxa de fecundidade da população em 2006, de dois nascimentos por mulher, é a menor já registrada pelo IBGE, caindo abaixo do limite da reposição. Assim como o número de filhos e a parcela 30 mais jovem da população apresentaram queda, a faixa de pessoas com 60 anos ou mais cresceu em todas as regiões. O índice mínimo para que um país mantenha a sua população estável, é de 2, 1 filhos/ mulher. Isto não acontece mais em nenhum país da Europa e agora também no Brasil e outros paises da América do Sul. O Brasil, com 2,0 filhos/ mulher, começou a se tornar um país de velhos. Quem vai trabalhar para o desenvolvimento do país? Quem vai pagar a aposentadoria dos idosos? Quem vai manter a Previdência Social? Essas perguntas já tiram o sono dos governantes dos países da Europa, onde a população já diminui sensivelmente, e o continente começa a viver o chamado “inverno demográfico; ou como dizia o Dr. Pierre Chaunu, doutor de História moderna da Sorbonne, “implosão demográfica”. A Europa já começa a viver a angustia do Império Romano decadente, que, segundo Dr. Pierre Chaunu, veio a desabar nas mãos dos bárbaros devido ao forte controle da natalidade e do grande número de abortos. Os governantes europeus já se desdobram para fazer a população ter mais filhos; enquanto isso a Europa é invadida pelos imigrantes. Em 1950 a taxa de fecundidade do Brasil era de 6,2 filhos/mulher; hoje é de 2,0. O egoísmo e o comodismo de muitos casais que poderiam ter mais filhos, impedem os filhos de nascerem; muitos preferem uma vida “regalada” ao invés de terem mais filhos como manda a lei de Deus e a paternidade responsável que a Igreja Católica ensina. Os casais mais ricos que poderiam estar criando muitos filhos (médicos, advogados, dentistas, 31 técnicos, etc.) para o país e para Deus, estão mergulhando no egoísmo e deixando os filhos para os pobres. Esses, por sua vez, são massacrados por uma política desumana e anti-cristã de controle da natalidade onde se usa uma distribuição irracional de anticoncepcionais, “pílulas do dia seguinte”, vasectomias e laqueaduras, como se estivéssem lidando com gado e não com gente. O pragmatismo ateu e desumano tomou conta dos governos e de muitos pais, infelizmente. A população jovem, com até 25 anos, vem caindo continuamente no país. No período de 1981 a 2006, a proporção baixou de 58,2 para 44,3% do total. Cabe ao menos aos casais católicos, que se amam e vivem em harmonia, respeitando as leis de Deus e da Igreja, fugirem deste doentio egoísmo ou deste medo irracional de ter filhos, e deixar que venham ao mundo as criançinhas de Deus. Como disse o grande historiador Daniel Rops, “um povo que já não quer ter filhos, é um povo muito doente”. Uma pergunta assaz interessante? Será que o controle da natalidade resolveria o problema da fome, da miséria, da prostituição infantil e da violência no Brasil? Alguns creem que em grande parte os problemas que afetam a humanidade seriam amenizados. Um país com um grande número de habitantes não significa que este será um país rico e de grande potencialidade. O Brasil para diminuir a pobreza e a miséria já deveria ter feito um planejamento estratégico visando o bem–estar da população. Muitas autoridades dizem que seria um conflito certo entre governo e igreja. Alguns acham que não, visto que no passado membros da Igreja Católica Apostólica Romana casavam 32 inclusive os Papas. Como os dependentes estavam aumentando numa escala crescente, o Vaticano prevendo que num futuro próximo não poderia arcar com todas as despesas dos membros da igreja e dependentes, proibiu o casamento e inclusive aqueles que estavam casados tiveram que abandonar as famílias, inclusive mulheres e filhos. No ano de 705, o Papa Gregório VII ordenou a todos os bispos, prelados e demais clérigos que abandonassem suas mulheres e filhas. Espiritismo Os espíritas podem ser contrários ao aborto irresponsável e criminoso, mas jamais a um programa de Planejamento e Controle de Natalidade. Tem-se consciência que existem multidões de espíritos aguardando a oportunidade da reencarnação, mas também não se ignora os problemas trazidos pela natalidade desenfreada e descontrolada. No Livro dos Espíritos em resposta a pergunta 693, os Espíritos Instrutores responderam: "DEUS deu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder que ele deve usar para o bem, mas não abusar. Ele pode regular a reprodução segundo as necessidades, mas não deve entravá-la sem necessidade...". No entanto, esta temática tem se tornado polêmica no meio espírita. Alguns expositores espíritas combatem publica e severamente o uso de anticoncepcionais e outros métodos contraceptivos, como a camisinha; outros chegam ao ponto de afirmar que os casais que optarem por estes métodos terão de arcar com severas consequências. A argumentação está embasada na ideia do planejamento reencarnatório, bem citado nos livros de André Luiz, onde se diz que desde o plano espiritual pode-se escolher 33 fatos relevantes que ocorrerão na vida terrestre; isso implica que casamento e número de filhos já são previamente definidos no plano espiritual. Diz-se ainda que, não raro, se assume o compromisso com alguns espíritos de recebê-los como filhos nesta existência terrestre, neste caso, evitar artificialmente a vinda de filhos seria faltar com o compromisso assumido com estes espíritos que podem ser almas que precisam resgatar conosco os erros passados através do convívio familiar. Outra afirmação muito comum é a de que existe uma grande “fila” de espíritos que esperam pela oportunidade de reencarnar para resgatarem seus débitos passados e que, por isso, se deve, por dever de caridade, oferecer os meios para que o maior número possível de espíritos possam vir à Terra para se reajustarem perante a justiça divina. Todavia, se faz uma série de objeções a este pensamento de que é a espiritualidade quem autoriza o controle da natalidade em O Livro dos Espíritos. Veja-se a questão 963: são contrários à lei da Natureza as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução? “Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei geral”. Aqui parece haver uma reprovação ao controle da natalidade. De fato, se houvesse um controle absoluto da natalidade, a sobrevivência da espécie estaria comprometida. Porém, à época de Kardec, a demografia mundial era de apenas 1 bilhão e 262 milhões (1850); hoje se está em torno dos 7 bilhões de habitantes. Mas Kardec, preocupado com a questão da demografia mundial, recebe a resposta de que Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Mas não se pode esquecer que, enquanto seres conscientes e inteligentes, os homens 34 devem, de maneira consciente e deliberada, contribuir para esse equilíbrio. Se eles se recusam a estabelecer esse equilíbrio, estarão se rebaixando à condição do animal que obra por instinto. Devido à superioridade das faculdades mentais humanas em relação aos demais seres vivos da Terra, os seres humanos se proliferam assustadoramente e agora se tem problemas ecológicos por conta da mega-população. Isso é ainda mais grave nos países asiáticos. A China hoje possui 1,3 bilhão de habitantes e isso não é um problema apenas do ponto de vista econômico e social, mas sobretudo ecológico. A população mundial tem crescido assustadoramente, não apenas pelos avanços das ciências médicas e nutricionais; isso só se tornou possível com o advento da industrialização e da produção massiva de alimentos. Acontece que todo sistema produtivo (indústria primária, secundária e terciária) desenvolveu-se a partir de um modelo anti-ecológico e degradante. Hoje, a superpopulação é um dos fatores que mais contribui para o aquecimento global e esgotamento dos recursos naturais. Se a produção houvesse se desenvolvido sob critérios corretos e ecológicos, certamente a população mundial seria muito menor do que é hoje, e se hoje mesmo se decidisse modificar drasticamente o sistema produtivo, isso comprometeria a sobrevivência de milhões de pessoas que dependem de um sistema insustentável desde a sua concepção. Querendo permitir que os espíritos continuem a reencarnar na Terra para progredirem, precisa-se então reduzir a natalidade mundial; de outra maneira, não haverá Terra para espírito nenhum reencarnar, pois se o crescimento populacional continuar no mesmo ritmo, não haverá como impedir as catástrofes decorrentes deste desequilíbrio que podem causar a extinção da espécie humana. 35 Também não se pode ignorar o problema social decorrente de uma natalidade descontrolada, sobretudo nas grandes periferias dos países sub-desenvolvidos ou em desenvolvimento, como o Brasil. Conforme a Doutrina Espírita, uma sociedade justa não é necessariamente uma sociedade onde todos estão em condição de absoluta igualdade. A pobreza pode existir, mas a miséria afeta a dignidade humana. Ser pobre não é motivo para não ter filhos, mas ser miserável é motivo de sobra para não ter filhos. O miserável vive de esmolas e isso, segundo a espiritualidade (O Livro dos Espíritos, questão 888), o degrada física e moralmente, embrutecendo-o. Os seres humanos vieram aqui na Terra para evoluir e, para isso, precisa-se das mínimas condições de sobrevivência. Quando não se tem essa consciência, geralmente nas camadas menos esclarecidas da sociedade, a natalidade é descontrolada e um grande número de espíritos encarna em condições subhumanas. Sabe-se que isso não se dá por acaso e que aqueles que nascem em condições miseráveis estão resgatando grandes débitos do seu passado, mas isso não significa que se deva cruzar os braços e dizer que essa é a vontade de Deus. Isso equivaleria a dizer que não se deve ajudar o próximo porque cada um está pagando o que deve, sem lembrar que Deus pode utilizar-se de nós para por fim ao sofrimento do próximo. Por fim, os argumentos em defesa dos métodos contraceptivos podem ser descritos da seguinte maneira: • O homem torna-se instrumento de Deus pelo uso de sua inteligência, assim ele deve prover conscientemente seus caminhos e não deixar que o acaso decida por ele; • Conforme se tem visto, existem pessoas que podem não ter filhos mesmo quando casados, sem com isso transgredir seu planejamento reencarnatório. É o caso, por exemplo, de Allan Kardec, que não teve filhos; • Usar a tabelinha, assim como usar qualquer outro método contraceptivo, é um meio de intervir deliberadamente no 36 processo reprodutivo; neste sentido, a tabelinha é um método contraceptivo igual a qualquer outro; • A reprodução acelerada é anti-ecológica e insustentável. Comprometerá a vida no planeta Terra e a existência da própria espécie humana. Então, querendo se dar a vez para a “fila” de desencarnados, precisa-se reduzir a natalidade para garantir a vida no planeta; • Não existe nenhum princípio no Espiritismo que seja contrário ao controle de Natalidade; pelo contrário, a doutrina dá argumentos para realizá-lo de maneira equilibrada e consciente; • Se os métodos de prevenção não são 100% seguros, isso não é argumento para que não sejam usados. Defender o uso de métodos contraceptivos não significa estimular a promiscuidade, mesmo que as campanhas veiculadas atualmente na mídia assim procedam; • Deve-se lutar contra posições retrógradas e pseudo-moralistas inspiradas na ortodoxia das religiões tradicionais e que são uma ameaça à sociedade. Estas ideias trazem implícita a ideia do sexo como pecaminoso e sujo e estão descontextualizadas da realidade social, econômica, ecológica e espiritual. Aqueles que pregam estas ideias responderão pelas consequências geradas na sociedade e pelos desequilíbrios advindos ao planeta Terra; • Não se pode saber com certeza do conteúdo do planejamento reencarnatório. O caminho seguro para que as vidas se desenrolem conforme o planejado é: ouvir a voz da consciência, tomar decisões baseadas em princípios de vida edificantes e altruísticos e não movido por interesses mesquinhos e egoístas; escolher as atividades que se tenha mais afinidade e que fazem sentir intimamente mais propensos a realizá-las e, por fim, deixar que os fatos se desenvolvam naturalmente. 37 Islamismo Antes de se falar sobre controle de natalidade no islam deve-se lembrar o que norteia o pensamento de um muçulmano: sua fé irrestrita em Allah, o Criador e Sustentador do universo. Sabe-se que a criação de Deus é equilibrada e proporcional, Ele sabe melhor os recursos necessários para o sustento de suas criaturas, então o argumento dos descrentes como a necessidade de controlar a população mundial devido à escassez de recursos para alimentação ou espaço para habitação não é válida para os muçulmanos. Deus possibilitou ao homem a capacidade de raciocínio, com isso aumentando os meios de produção e distribuição de alimentos através de desenvolvimentos técnicos e transportes modernos. A falta de alimentos no mundo não é real mas sim aparente, baseando-se em pré-supostos fictícios. O islam encoraja o casamento e reprova o celibato, sendo a reprodução um dos objetivos da união entre homens e mulheres. Outro objetivo do casamento é a satisfação sexual, por tanto o 'Azl (interrupção do coito) é permitido, onde ambos satisfazem suas paixões carnais evitando a concepção. Messianismo O Messias Meishu-Sama escreveu um ensinamento intitulado “A Tolice do Controle da Natalidade” em 20 de agosto de 1949 dizendo: “Em três oportunidades escrevi a respeito do controle da natalidade, mas volto a fazê-lo por ainda haver pontos em que 38 não foi dito o suficiente. Atualmente, o Japão está incentivando o controle da natalidade, devido à insuficiência de alimentos em relação ao elevado número de seus habitantes. Analisamos bem, essa é realmente uma visão a curto prazo. [nas páginas 11, 12 e 14: A tendência é que nas próximas décadas a população comece a diminuir. Segundo cálculos da ONU, no ano 2050 terão no planeta uns 7,5 bilhões de habitantes ou até cerca dos 11 bilhões de habitantes. Os demógrafos consideram que o atual ritmo de crescimento da população mundial tem data de caducidade, consideram que a catástrofe malthusiana prognosticada por Thomas Malthus ao princípio do século XIX não acabará produzindo-se.] Suponhamos que uma criança nasça agora. Para ela se tornar adulta, são necessários vinte anos; todavia, uma vez que estamos atravessando uma situação tão instável, não podemos imaginar como será o mundo daqui a vinte anos. Nem mesmo se pode ter idéia das grandes mudanças que poderiam ocorrer num prazo de cinco anos. Por conseguinte, ainda que entre em vigor neste momento o método para diminuir a população do país através do controle da natalidade, é impossível saber se daqui a alguns anos ainda será necessária essa preocupação. [atualmente como foi escrito na página 23: “Mesmo o Japão que tem cerca de 320 pessoas por quilometro quadrado, está incentivando a população a ter mais filhos.”] Isso não significa que devamos pensar em expandir nosso território, cometendo os mesmos erros do passado; nem em sonho deve-se pensar nisso. Mas quem pode dizer que não virá a 39 época em que o problema da população será resolvido pacificamente? [A derrota na Segunda Guerra devastou violentamente a economia japonesa. Sem condições de recuperar a economia em curto prazo de tempo, o governo japonês mais uma vez incentivou a emigração de suas populações. Com a assinatura do Tratado de Paz de São Francisco, em 1951, a entrada de japoneses em nações latino-americanas foi facilitada. Dessa maneira, observamos um segundo movimento migratório pelo qual novas colônias seriam constituídas entre os anos de 1950 e 1960. A recuperação econômica do Japão, com o passar do tempo restringiu esse processo migratório de cidadãos japoneses. A partir da década de 1980, os filhos de japoneses nascidos no exterior – principalmente do Brasil – começaram a buscar no Japão melhores oportunidades de emprego e condição econômica. Em 1996, eram 89.005 japoneses no Brasil. Em 2006, de quando é o último censo, o número de nipônicos no país já era de 64.802, uma diferença de quase 30%. Entre o período de 1996 e 2006, houve queda em todos os anos.] Vejamos. Caso fosse concretizada a Nação Mundial de que falam certos intelectuais dos Estados Unidos, talvez fosse possível a política de contrabalançar a população dos países, isto é, fazer com que parte da população de um país superpovoado emigrasse para lugares onde a densidade demográfica seja baixa. Acredito que haja muita possibilidade de se colocar em prática essa política, pois o desequilíbrio populacional é um dos motivos de intranqüilidade para um país. Sendo assim, os que são a favor do controle da natalidade talvez precisem levar em conta esses pontos. Na minha opinião, a Nação Mundial 40 provavelmente se concretizará mais rápido do que se imagina. Digo isso porque no dia em que, pacificamente ou por meio da guerra, for resolvido o grande problema do mundo atual, isto é, a ameaça representada pelas relações entre os Estados Unidos e a União Soviética, [colapso da União Soviética em 1991] concretizar-se-á, obviamente, a Era de Paz eterna, e então nascerá a Nação Mundial. [talvez, quem sabe, não seja em 2021?]. Para finalizar se explicita trechos de dois ensinamentos de Meishu-Sama, quais sejam “5,67 bilhões de anos e a mutação do Planeta Terra”, escrito em 15 de dezembro de 1952, e “Constituição do Mundo Espiritual”, em 05 de fevereiro de 1947. Por essa época a população mundial era de cerca de 2 bilhões. Sobre o aquecimento global. “Existe mais um ponto: ultimamente temos ouvido vários relatórios de cientistas de vários países, como do Instituto Geológico da Casa Real da Dinamarca, dos cientistas chilenos, suecos, etc. que a temperatura do nosso planeta vem aumentando a cada ano que passa. Um grande exemplo é o fato das geleiras do norte da Europa e do Pólo Norte estarem derretendo. Antigamente os navios quase não conseguiam navegar por aqueles lados, mas ultimamente o espaço de tempo permitido para a navegação durante o ano foi aumentado em quase quatro semanas. E mais ainda, parece que o número de animais que moram no Pólo Norte vem aumentando consideravelmente. Analisando tudo isso, chegamos à conclusão de que realmente a Terra vem se aquecendo e isto é, sem dúvida, em conseqüência do 41 aumento do elemento fogo no Mundo Espiritual. Podemos dizer então que a chegada da Era do Dia no Mundo Espiritual já é uma realidade.” Comparando o clima atual com o de 50 anos atrás, o cientista suíço Hermam concluiu que a temperatura do Sol aumentou 10°C. Trata-se de uma pesquisa científica e não há engano. Considero isto um grande acontecimento. Se, desde a Antigüidade, a temperatura tivesse aumentado 10°C a cada 50 anos, em 500 anos a temperatura teria aumentado 100°C, o que significa que a vida hoje seria impossível. Podemos ver, portanto, que tal evento anteriormente não ocorria. A temperatura aumentou repentinamente porque estamos nos aproximando do Juízo Final. Este ano nem sequer tivemos frio. Isto quer dizer que houve aumento de Kasso, a Energia Espiritual do Fogo, e que ingressamos na Era do Dia. E este fenômeno manifestou-se a ponto de poder ser captado cientificamente. O aumento de Kasso no Mundo Espiritual também tem reflexo no Mundo Físico. Quando ministro Johrei, as pessoas transpiram ou dizem sentir calor. Isto prova, portanto, que não é somente na parte espiritual que o aumento de Kasso se manifesta, mas também na parte física. É interessante notar que o verão deste ano foi diferente. O verão mais quente foi o de Tokyo. Todos os dias ouço a temperatura pelo rádio e pude constatar a alteração. Até mesmo em Gora - Hakone, Japão - a temperatura subiu muito. Tudo isto devido à Minha presença neste mundo. 42 Os meteorologistas estão impressionados com a elevação da temperatura, que aumenta a cada ano. [Aproximadamente de 11 em 11 anos o Sol entra em fases de grande atividade, lançando no espaço uma quantidade enorme de matéria maior do que as usuais, partículas carregadas com elétrons, prótons, nêutrons e até núcleos mais pesados. Quando essas partículas atingem a Terra, vários fenômenos são observados em nosso planeta como o número de manchas solares atingindo valores máximos. Recentemente, no ano de 2003, se atravessou um dos ciclos de atividade solar intensa. Logo, em 2014 se terá outra atividade solar intensa. Por isso, se diz que em 2014 é um ano especial, embora alguns achem que essa atividade se dará em 2012]” Sobre a reencarnação. “Uma moça virgem, de dezoito anos, serviu de médium, incorporando o espírito de um de seus ancestrais, um samurai que falecera numa batalha travada há mais de duzentos anos. Fora ardoroso adepto do budismo e pouco depois de falecido entrou na seita fundada por Kobo Daishi. Em resposta às minhas perguntas, ele disse: “Quando eu cheguei aqui, havia uns quinhentos ou seiscentos espíritos, mas, ano após ano, reencarnavam mais espíritos do que entravam, de modo que agora só existem mais ou menos cem.”” 43 44