natalidade? - Charles Guimarães Filho

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COLEÇÃO INICIAÇÃO MESSIÂNICA
NATALIDADE?
Fevereiro de 2014
Charles Guimarães Filho
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INTRODUÇÃO
Natalidade é o número proporcional dos nascimentos
que ocorrem numa população num tempo determinado.
O objetivo deste trabalho é contribuir na investigação e
reflexão da narração sobre a natalidade, ou melhor, sobre o
controle populacional com a finalidade de aprofundar no seu
conhecimento e assim colaborar no desenvolvimento dos seres
humanos e de suas religiões no que se refere à missão de nascer
no planeta Terra.
O conteúdo deste vídeo apresenta as diversas
problemáticas da natalidade, frases de pessoas célebres como à
de desconhecidas a seu respeito, religiões escolhidas pelo
envolvimento com ela, bem como delas os seus pontos de vista.
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ÍNDICE
Conceitos
Manifestações
Religiões
Visões
• Catolicismo
• Espiritismo
• Islamismo
• Messianismo
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CONCEITOS
Para a demografia, a taxa de natalidade é uma medida de
quantificação da fecundidade. Em geral, a natalidade é medida
sobre o período de um ano e tem por base o número de
nascimentos de uma população por cada mil habitantes.
De 8.000 a.C. até 1650, que representa o iniciar da
modernidade, a população mundial levou quase dez mil anos
para atingir a cifra dos 500 milhões de indivíduos. Um
crescimento relativamente lento se comparado com o período
de tempo consumido. Porém, já no início da modernidade,
pode-se perceber uma aceleração no ritmo de crescimento.
Foram necessários apenas dois séculos para a população, em
1850, chegar a 1,2 bilhão de habitantes. Um século depois, em
1950, ela havia duplicado, mas o mais espantoso crescimento da
população estaria reservado para o momento seguinte. Entre os
anos 1950 e 2010, a população mundial passa de 2,5 bilhões
para mais de 7 bilhões de indivíduos.
Esse fantástico crescimento da população mundial
merece destaque, e precisa ser analisado para se entender suas
causas e conseqüências e as medidas que a humanidade talvez
deva tomar para arrefecer esse ritmo de crescimento.
Por meio de indicadores demográficos (crescimento
demográfico, migrações e outros) é possível observar a dinâmica
de uma população. Aqui se mostra um estudo em cinco fases.
Fase 1: Era uma fase que tinha o índice de natalidade e
mortalidade elevados;
Fase 2: Os índices de mortalidade iniciam uma
importante descida motivada por diferentes razões: a melhoria
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nas condições sanitárias, a evolução da medicina, e a
urbanização, aumentando a expectativa de vida, mas os índices
de natalidade não acompanham essa tendência, causando um
rápido crescimento populacional. Em muitos países, essa fase
teve início com a revolução industrial. Hoje em dia, muitos
países subdesenvolvidos vivem essa fase;
Fase 3: Ocorre um declínio na taxa de natalidade devido
ao acesso à métodos anticoncepcionais, e à educação (fazendo
com que o planejamento familiar fique mais difundido). O
resultado é um crescimento vegetativo reduzido em relação à
fase 2;
Fase 4: Os índices de natalidade e mortalidade voltam a
se estabilizar criando um crescimento populacional novamente
pequeno. Há uma estabilização;
Fase 5: Enquanto o modelo original de Transição
Demográfica descrito por Warren Thompson apresenta só
quatro fases, atualmente se aceita uma quinta fase, onde a
mortalidade superará a natalidade, devido ao alto custo de se
criar filhos (principalmente em países desenvolvidos), famílias
optam por ter um número muito reduzido (entre 1 e nenhum)
de filhos para manter o padrão de vida.
Esse efeito é muito temido por analistas, e já está
iniciado em países como a Alemanha ou Itália, pois com
crescimento populacional negativo, a população terá num futuro
próximo mais idosos do que jovens, o que pode acarretar num
rombo para a previdência dos países na quinta fase.
Países por taxa de natalidade (estimativas da ONU para o
período de 2005-2010): Mundo (20%), os três primeiros 1º)
Niger (100,9%), 2º) Mali (49,6%); 3º) Uganda (48,1%); o maior
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país da América do Sul 122º) Brasil (16,3%); os três últimos 191º)
Alemanha (8,2%); 192º) Japão (8,1%); 193º) Hong Kong (7,3%).
O crescimento demográfico de hoje.
Há que assinalar, no entanto, que na atualidade não há
nenhum país que se encontre ainda na fase 1 porque,
felizmente, as taxas de mortalidade próximas de 40 ou 50‰ não
são registradas há décadas.
O resultado final ao início e ao fim do processo é o
mesmo: um crescimento natural baixo. Ora, as circunstâncias
são radicalmente opostas: na etapa 1 porque as taxas natalidade
e mortalidade são muito altas; e na etapa 4 porque as mesmas
taxas se equalizam em valores baixos.
Crescimento da população mundial entre 10.000 a.C. 2000.
Desde suas origens e até o século XVIII, a humanidade
esteve ancorada no estágio 1 da transição demográfica. Pode-se
observar a lentidão com que cresceu a população mundial
durante este longo período de tempo.
Com o estalido da Revolução Industrial, em meados do
século XVIII, os países hoje desenvolvidos fizeram o salto no
estágio 2, iniciando o rápido crescimento da população mundial.
Os países ricos completaram todo o processo no final do século
XX, momento no qual estabilizaram à baixa suas taxas de
natalidade e mortalidade. Portanto, a transição demográfica
começou aqui lentamente ao longo de uns 250 anos.
Os países em via de desenvolvimento ou do Terceiro
Mundo, em mudança, iniciaram a transição demográfica mais
tarde e repentinamente. Atualmente, a maioria deles -sobretudo
os países africanos- se encontram no estágio 2 do processo:
mantêm a natalidade muito alta mas, em geral, estão reduzindo
consideravelmente a mortalidade. Outros países, especialmente
em América Latina, em Ásia e também algum de África, já se
encontram na fase 3 do processo porque reduziram muitíssimo a
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mortalidade e, ao mesmo tempo, estão diminuindo
paulatinamente a natalidade.
Os demógrafos consideram que o atual ritmo de
crescimento da população mundial tem data de caducidade,
dado que os países em via de desenvolvimento, tarde ou
temporão, completarão a transição demográfica e acabarão
desfrutando de umas taxas de natalidade e mortalidade
semelhantes as que têm os países desenvolvidos. Por esta razão,
os demógrafos consideram que a catástrofe malthusiana
prognosticada por Thomas Malthus ao princípio do século XIX
não acabará produzindo-se.
A moderação no crescimento da população mundial
dependerá da velocidade com que os países em via de
desenvolvimento sejam capazes de completar a transição
demográfica. Segundo cálculos da ONU, se os países pobres
aceleram o ritmo, no ano 2050 terão no planeta uns 7,5 bilhões
de habitantes. Se, por contra, o processo se modera a população
mundial se poderia situar aquele ano em cerca dos 11 bilhões de
habitantes.
Teoria Populacional Malthusiana
Ela foi desenvolvida por Thomas Malthus, economista,
estatístico, demógrafo e estudioso das Ciências Sociais. Malthus
percebeu que o crescimento populacional entre os anos 1650 e
1850 dobrou com o aumento da produção alimentícia, das
melhores condições de lazer, aperfeiçoamento, ao combate as
doenças, dos melhoramentos feitos nos saneamentos básicos e
o beneficio da revolução industrial. Com essas melhorias,
fizeram que a taxa de mortalidade diminuísse e a taxa de
natalidade aumentasse.
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Preocupado com o crescimento populacional acelerado,
Malthus publica em 1798 uma série de ideias alertando a
importância do controle da natalidade, afirmando que o bem
estar populacional estaria intimamente relacionado com
crescimento demográfico do planeta. Malthus alertava que o
crescimento desordenado acarretaria na falta de recursos
alimentícios para a população gerando como consequência a
fome. Thomas dizia que a população crescia em progressão
geométrica, enquanto que a produção de alimentos crescia em
progressão aritmética.
Com base nesses dados, Malthus concluiu que
inevitavelmente a fome seria uma realidade caso não houvesse
um controle imediato da natalidade.
A definição de praga biológica é quando uma população
fica com alta taxa de natalidade e baixa taxa de mortalidade e o
número de indivíduos cresce em progressão geométrica de
forma anormal no ambiente. Profecias malthusianas previam
fome no mundo em virtude desse crescimento.
A superpopulação fica então sem controle até que surjam
predadores que façam esse controle externo ou se os
predadores e parasitas (doenças) não aparecerem, o descontrole
continua até que acabe o alimento disponível no ambiente,
gerando competição intraespecífica e controle populacional por
fome.
No caso da população humana esse controle vem sendo
feito com guerras, doenças e miséria. Ela está em explosão
demográfica desde a revolução industrial, que começou na
Inglaterra no século XVII por volta de 1650.
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A solução defendida por Malthus seria: a sujeição moral
de retardar o casamento; a prática da castidade antes do
casamento; ter somente o número de filhos que se pudesse
sustentar.
Essa teoria foi então desmentida após a Revolução
Industrial e com o avanço das técnicas agrícolas.
Observe o crescimento populacional humano em bilhões
de habitantes a partir de 1850 até os dias de hoje:
1 a 2 bilhões de pessoas entre 1850 a 1925 - 75 anos
2 a 3 bilhões de pessoas entre 1925 a 1962 - 37 anos
3 a 4 bilhões de pessoas entre 1962 a 1975 - 13 anos
4 a 5 bilhões de pessoas entre 1975 a 1985 - 10 anos
5 a 6 bilhões de pessoas entre 1985 a 1994 - 9 anos
6 a 7 bilhões de pessoas entre 1994 a 2011 - 17 anos
A tendência é que nas próximas décadas a população
comece a diminuir.
Controle populacional é um assunto controverso
Alguns países realizam medidas para implantação de
controle da natalidade, essa pode ser desenvolvida a partir de
divulgação nos meios de comunicação, doação de preservativos
e pílulas anticoncepcionais, entre outros.
No entanto, o controle populacional é um assunto
política e eticamente controverso em muitas culturas e religiões,
e existem vários graus de oposição.
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Um deles é o paradoxo demográfico-econômico
É a correlação inversa encontrada entre riqueza e
fertilidade dentro e entre nações. Quanto maior o grau de
educação e o PIB per capita de uma população, subpopulação ou
estrato social humano, menor a quantidade de nascimentos de
crianças em todo o país industrializado. Em uma conferência
populacional da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1974
em Bucareste, Karan Singh, um ex-ministro populacional da
Índia, ilustrou essa tendência ao afirmar que "o
desenvolvimento é o melhor contraceptivo".
Dados atuais sugerem que o paradoxo demográficoeconômico só é válido até certo ponto. Informações recentes
apontam que uma vez que um país atinge um determinado nível
de desenvolvimento humano e de prosperidade econômica, a
taxa de fecundidade se estabiliza e depois se recupera
ligeiramente para taxas de substituição populacional.
Cita-se a desnatalidade que é uma taxa de fecundidade
que, se sustentada, torna cada nova geração menos populosa
que a anterior em uma determinada área. Nos países
desenvolvidos, a desnatalidade é qualquer taxa abaixo de cerca
de 2,1 filhos por mulher. Mundialmente, a taxa de fertilidade
total era de 2,3 filhos por mulher em 2003. Isto pode ser
"traduzido" como dois filhos por mulher para substituir os pais.
Em 2010, cerca de 48% da população mundial vivia em
países em processo de desnatalidade. No entanto as populações
desses países ainda têm crescimento devido a fenômenos como
a imigração, a dinâmica populacional e o aumento da
expectativa de vida. Isto inclui a maioria das nações da Europa e
países como Canadá, Austrália, Brasil, Rússia, Irã, Tunísia, China,
Estados Unidos e muitos outros. Os países ou regiões que têm a
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menor taxa de fertilidade do mundo são Hong Kong, Macau,
Singapura, Taiwan, Ucrânia e Lituânia. No entanto, apenas
alguns países têm taxas de desnatalidade baixas ou sustentadas
o suficiente (por vezes combinadas com outros fatores
populacionais, como a emigração) para causar um declínio
populacional, como é o caso do Japão, da Alemanha, da Lituânia
e da Ucrânia.
Outro, é devastação e esgotamento dos recursos naturais
Os pesquisadores, estudiosos, cientistas demonstram
relatórios que incentivam o controle de natalidade. No entanto
esse controle é direcionado aos países do sul (subdesenvolvidos)
e não aos países do norte (desenvolvidos), eles recomendam,
mas não praticam, pelo contrário, nesses países ocorrem
incentivos para que as famílias tenham mais filhos.
Essa polêmica tem explicação, é que a densidade
demográfica dos países do norte está quase que decrescendo
diferentemente dos países do sul que possuem altos índices de
crescimento natural/vegetativo. Sem dúvida medidas de
implantação de controle de natalidade pode ser o alicerce para a
solução de vários problemas que assolam a sociedade atual, seja
nos países do norte ou do sul.
Quanto aos problemas ambientais, pode-se encontrar
algumas soluções diminuindo-se a quantidade de pessoas
automaticamente se diminui o consumo. A água, por exemplo,
que é dos grandes problemas desse século, poderia ser mais
poupada, se diminuir a quantidade de pessoas que necessitam
desse recurso ter-se-ia mais reservas e se lançaria menos
detritos na natureza, reduzindo a poluição.
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No campo energético não seria necessário construir
novas usinas hidrelétricas, que em suas instalações provocam
profundos impactos ambientais e sociais.
Outro fator importante é referente à emissão de gases
que consequentemente seria amenizada, e que de certa forma,
iria contribuir para neutralizar o processo do aquecimento
global.
Ainda com essa medida não seria necessário abrir novas
áreas de cultivo para a produção de alimentos.
No campo social o controle de natalidade serviria para
diminuir o crime, pois o governo poderia assistir melhor os
jovens, a quantidade de empregos possivelmente aumentaria,
haveria diminuição da fome devido aos programas sociais que
poderiam atender melhor a população, a saúde, a educação e
mais uma série de outros problemas contemporâneos poderiam
ser solucionados.
Mas, o primordial do contexto é garantir as condições de
vida na Terra, pois essa não possui recursos infinitos para suprir
a sociedade de consumo, e nem capacidade de regeneração de
todos os “lixos” que essa sociedade produz.
A natureza já está apresentando sinais de cansaço e
saturação e apenas o homem pode decidir o futuro das próximas
gerações.
A contracepção é atacada por alguns grupos como modo
de controle da superpopulação. A população humana já
ultrapassou os sete bilhões de pessoas e por conseguinte estes
grupos acreditam que há a necessidade de planejamento social
para destruir a explosão demográfica, desta forma diminuindo a
devastação e esgotamento dos recursos naturais do meio
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ambiente.Com mais habitantes no mundo todo causariam níveis
mais elevados de emissão de CO2, que alterariam a composição
da atmosfera, desta forma aumentando o aquecimento global.
Um destes grupos afirma que é muito mais fácil, rápido e
barato distribuir preservativos para as pessoas do que tentar
controlar a emissão de CO2 através das estratégias atuais, cujo
custo é muito mais elevado.
Mais um é ser a causa do superaquecimento do planeta
Está ficando cada vez mais claro que os catastrofistas de
plantão que amedrontam o mundo com a questão do
superaquecimento, têm uma segunda intenção: redução da
natalidade. A organização “Optimum Population Trust” (OPT) é
dedicada a defender o controle de natalidade, e afirma que “o
crescimento populacional é amplamente reconhecido como uma
das principais causas da mudança climática”.
Por outro lado estimula o uso da camisinha e diz que o
seu custo benefício é “espetacular”, sendo a forma mais barata e
efetiva de combater o aquecimento global porque reduz o
número de nascimentos. Esta ONG britânica lançou sua
“estratégia para o clima baseada na população”.
Para essa ONG, “uma estratégia para o clima baseada na
população envolve menos dos impostos, das regulamentações e
dos outros limites à liberdade individual e à mobilidade hoje
considerados como resposta às mudanças climáticas. Para
concluir, seria mais fácil, mais rápido, mais barato, mais livre e
mais verde”, conclui o documento.
No entanto, para outros, Deus deu ao homem
capacidade e meios para resolver os seus problemas de maneira
ética e moral, e não, impedindo a vida humana de existir. Muitos
cientistas de renome não concordam com a exagerada
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importância que se dá ao superaquecimento. O Dr. Thomas
Sowell, doutor em Economia pela Universidade de Chicago
afirma que: “Nada é mais fácil do que criar modelos
matemáticos para cenários catastróficos. Políticos e burocratas
do governo têm tentado, por mais de uma década, vender o
cenário apocalíptico do aquecimento global, fato que teria
aumentado o poder de políticos e burocratas”. Ele afirma que
muitos cientistas de peso não concordam com o pânico que se
cria em torno do aquecimento global da terra e sua causa
humana.
Nos anos 1970 o pânico era sobre o “esfriamento global
da Terra” e a chegada de uma nova era glacial. Um relatório
daquela época, da Academia Nacional de Ciência, dos EUA, levou
a revista Science a escrever em sua edição de 1º de março de
1975 que uma longa “era glacial é uma possibilidade real”. De
acordo com a edição de 28 de abril de 1975 da Newsweek, “o
clima da terra parece estar se resfriando”. De acordo com a
edição de fevereiro de 1973 da Science Digest, “quando o
congelamento começar, será muito tarde”.
Em cerca de apenas trinta anos se passou do pânico do
resfriamento global para o aquecimento global. Parece algo
incoerente. Há muitas divergências de opiniões a respeito do
aquecimento do Planeta entre os cientistas especialistas em
clima e tempo; entre os que discordam do pânico estão o Dr.
Richard S. Lindzen, professor de meteorologia no MIT (EUA), o
Dr. Daniel Schrag, de Harvard; Claude Allegre, um dos mais
condecorados geofísicos franceses; Dr. Patrick Michaels da
Universidade de Virginia: Professor Bob Carter, geologista da
James Cook University, Austrália.
85 cientistas e especialistas em climatologia assinaram a
Declaração de Leipzeg; 17.000 cientistas e líderes envolvidos em
estudos climáticos, assinaram a Petição do Oregon Institute e
4.000 cientistas e outros líderes ao redor do mundo, incluindo
70 ganhadores do Prêmio Nobel, assinaram a Petição de
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Heidelberg, na qual se referem às teorias do aquecimento global
relacionadas aos gases estufa como “teorias científicas
altamente duvidosas”.
Esses cientistas dizem que os fatos científicos
desmentem o pânico sobre aquecimento. Alguns afirmam que
“o clima está sempre mudando”, e que muitos fatores mudam a
temperatura tais como o calor emitido pelo Sol em diferentes
eras, e que são fatores que estão além do controle dos seres
humanos. Dizem que certos gases, tal como o dióxido de
carbono, têm o potencial de afetar a temperatura mas não
concordam que um particular aumento de temperatura, durante
uma era particular, seja necessariamente devido ao “efeito
estufa”.
Outro, combate a desigualdade social e a criminalidade
Um assunto que representa verdadeiro tabu na
sociedade brasileira é o controle de natalidade. Sabe-se que
atualmente a taxa de filhos por mulher no Brasil está caindo e
pode-se aceitar o valor de 2,2 filhos/ mulher. Entretanto, nas
camadas mais pobres da população, essa taxa é bem maior, o
que mostra que pobreza, falta de educação e falta de métodos
contraceptivos estão na raiz do problema de natalidade. E
qualquer pessoa de inteligência mediana sabe que um
crescimento desordenado da população, sem um controle e um
planejamento, causam problemas gigantescos como falta de
moradia, degradação do meio ambiente, aumento da
criminalidade, exclusão social, distúrbios urbanos e por aí vai.
Será coincidência que os países mais desenvolvidos do mundo
têm taxas baixíssimas de natalidade?
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Mas a pergunta que não quer calar é: Por que a
sociedade brasileira, sabendo que um crescimento populacional
traz problemas gravíssimos estruturais para o país, não toma
uma providência no sentido de organizar os nascimentos? A
resposta para essa pergunta é fácil: porque alguns setores da
sociedade estão satisfeitos com esse volume gigantesco de
natalidade, principalmente natalidade dos mais pobres e
excluídos. E quais setores estão satisfeitos? Obviamente os
donos de empresas e multinacionais e os mais ricos que
usufruem sobremaneira dessa fartura de mão-de-obra com
muitas pessoas para trabalharem. Mais uma vez apelo para a
inteligência de todos para raciocinarem: tendo-se uma vaga para
500 trabalhadores o salário pode ir lá embaixo. Porém se tendo
1 vaga para 1 trabalhador esse salário vai ter que ser discutido
de igual para igual.
Por que não se ensina os trabalhadores a terem controle
de suas proles e forçarem os patrões no futuro a pagarem
salários dignos? E o salário é contingência de mercado, não
depende de vontade de presidente ou sindicato. Depende
apenas do óbvio: quanto mais trabalhadores disponíveis,
menores os salários pagos pelos patrões e vice-versa. Não se
pode exigir do empregador burguês que tenha compaixão e
pague um salário melhor, pois também ele está inserido num
sistema de lucros onde clemência e atos filantrópicos não
podem prevalecer. Esse empregador burguês só pagará melhor
quando sentir a falta de mão-de-obra em suas empresas e tiver
que ceder nos seus lucros.
Por tudo isso é que os Integralistas defendem o
planejamento familiar consciente em todas as classes da
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sociedade. Organizando a educação, a saúde, o emprego e os
meios de divulgação de meios contraceptivos é que se vai
combater a desigualdade social e a criminalidade.
Movimento da extinção humana voluntária
Tem como ideal a extinção da espécie humana como
único meio de "cura" do planeta. Por isso sugere que as pessoas
parem de ter filhos até a espécie acabar-se naturalmente.
Falta de trabalhador e sustento da Previdência
A taxa de fecundidade no Brasil, ou seja, nascimento de
crianças, apresentou uma queda nos últimos 60 anos. Segundo
dados do IBGE, na década de 60 a média era de 6 filhos por
mulher, esse número caiu para menos de 2 em 2004.
A “Folha de São Paulo” noticiou (21 de julho de 2008) que
o país está envelhecendo muito mais rapidamente do que se
previa. A taxa de natalidade já atingiu o baixo nível de 1,8 filho
por mulher em 2006, nível que era esperado acontecer somente
em 2043. O país tem cada vez mais velhos e menos crianças, o
que significa algo desastroso para o país, algo que ainda a
maioria da população não entende e não percebe, mas daqui a
alguns anos isso ficará claro. A divulgação foi feita pela PNDS
(Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde).
O índice mínimo para que um país mantenha a sua
população estável, é de 2,0 filhos por mulher; já estamos em 1,8
e deve cair ainda mais, o que indica que logo o Brasil sentirá na
pele os mesmos problemas dos europeus, e pior ainda.
Quando o país envelhece como está acontecendo, ele
gasta muito mais com a Previdência social (aposentadorias,
hospitais, remédios, etc) uma vez que o idoso se aposenta e fica
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muito mais necessitado de cuidados médicos e hospitalares que
as crianças e jovens. E quem trabalhará para sustentar a
Previdência? Esta hoje já não dá conta de atender os doentes e
idosos; com o envelhecimento mais rápido que o estimado, ela
terá que aumentar os investimentos em saúde para atender aos
idosos. Quem pagará essa conta?
Com o envelhecimento do país, será preciso aumentar o
tempo que o trabalhador precisa contribuir com o INSS para se
aposentar. Carlos Guerra, vice-presidente da Federação Nacional
de Previdência Privada, diz que “o equilíbrio ideal é ter cinco
contribuintes para cada inativo, mas já estamos nos
aproximando da situação de um para um”.
Mesmo o Japão que tem cerca de 320 pessoas por
quilometro quadrado, está incentivando a população a ter mais
filhos. O Brasil e a América Latina têm apenas cerca de 20
pessoas por quilometro quadrado, enquanto a Europa tem cerca
de 120. Isto mostra que a América Latina é um continente ainda
vazio em comparação com o resto do mundo; e nada justifica
um controle drástico da natalidade. Dentro de pouco tempo o
Brasil vai amargar essa situação, quem viver verá.
Menos controverso que o aborto
Porém, ainda enfrenta a oposição de muitas pessoas.
Na China, todo ano, mais de 13 milhões de crianças são
mortas no seio materno por aborto. A política abortista do
socialismo chinês trouxe imensos problemas socioeconômicos
derivados do desequilíbrio entre o número de homens e
mulheres (as crianças de sexo feminino são as mais abortadas),
falta de esposas (o que leva a comprá-las), tráfico sexual,
prostituição e escalada recorde dos suicídios e da AIDS.
Em compensação na Coréia do Sul se reprime o aborto a
fim de aumentar a taxa de natalidade do país. Os países
europeus incentivam a natalidade.
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Aumento populacional não se deve a natalidade
Luis Felipe Algell de Lama, que utilizou o pseudônimo de
Sofocleto (1926 - 2004), humorista peruano, afirmou que “O
controle da natalidade é algo que não se pode conceber.”
As taxas de natalidade ao longo das últimas décadas e as
atuais vêm sofrendo uma queda. As nações industrializadas que
ingressaram no processo da Primeira Revolução Industrial na
primeira etapa, já haviam reduzido suas taxas ainda no século
XIX e início do XX. Já nos países de economias dependentes as
taxas de natalidade sofreram quedas apenas nos últimos anos.
Nos países subdesenvolvidos e ex-socialistas os índices
diminuem constantemente.
Incentivos à gravidez
O grupo de países desenvolvidos, após atingir índices
muito baixos de natalidade, chegou ao ponto máximo de queda.
No caso da Alemanha e Dinamarca as taxas de natalidade já
foram superadas pela de mortalidade, isso quer dizer que o
número de óbitos é maior do que o de nascimentos, em suma,
não há crescimento populacional ou vegetativo.
Essa disparidade faz com o governo de países com esse
tipo de problema promova divulgação de incentivos à gravidez
para povoar o país e aumentar a População Economicamente
Ativa, pois caso o número de nativos seja insuficiente para o
trabalho será necessário a entrada de trabalhadores de outras
nacionalidades.
Os países que possuem as menores das taxas de
natalidade do mundo com índices inferiores a 14% são
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respectivamente: Japão, Rússia, Suécia, Estados Unidos, França,
Luxemburgo, Itália, Alemanha.
Por outro lado, a revista Veja (n.2044 – 23 jan 2008)
publica uma matéria (pag. 40) onde afirma que “o governo russo
passou a dar dinheiro a casais que decidem ter um segundo filho
e fará uma campanha publicitária para encorajar os russos a
formar família. Uma cidade russa chegou a criar um feriado para
estimular o sexo entre casais com fim de reprodução.” Medidas
semelhantes de distribuição de dinheiro para casais que queiram
ter mais filhos está acontecendo em muitos paises da Europa e
Japão que estão se tornando paises de idosos, com sérios
problemas para a previdência social.
A população russa diminui de 700 mil pessoas por ano, e
segundo a ONU se reduzirá de 143 milhões que tem hoje para
apenas 114 milhões de pessoas. Isto também porque há na
Rússia cerca de 1,5 milhões de abortos por ano. É uma tremenda
incoerência querer resolver o problema do aquecimento global
com a redução da natalidade, cooperando para extinguir as
populações dos paises. Não é eliminando a vida ou impedindo-a
de existir que a humanidade vai resolver os seus problemas, mas
com educação, promoção social, tecnologia e fraternidade.
A infertilidade é um dos responsáveis
Além do fator financeiro, o problema da infertilidade é
um dos responsáveis.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS), 1 em cada 6 casais no mundo são atingidos pela doença,
só no Brasil são mais de 278 milhões de casais que se deparam
com a descoberta de que não podem ser pais e mães por vias
naturais.
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A OMS define como infértil o casal que depois de 1 ano
de relações sexuais contínuas, sem nenhuma contracepção, não
consegue gerar um filho.
Dado que a fertilidade feminina ou masculina não é o
único fator que determina o aumento/diminuição desta taxa,
deve-se ter em conta uma série de outros fatores que estão
relacionados com esse aumento/diminuição: sociais, fisiológicos
e outros. Deste modo, a taxa de natalidade nos países
desenvolvidos é, em geral, mais baixa (devido ao conhecimento
de métodos contraceptivos, melhores condições médicas e
econômicas), enquanto que nos países em desenvolvimento a
taxa de natalidade é, em geral, superior face ao
desconhecimento ou não-divulgação de métodos contraceptivos
e à tendência para seguir tradições familiares e religiosas.
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MANIFESTAÇÕES
Sergio Cardoso (1925-1972), ator brasileiro: “Todo poder
público que não sofre o controle da população, tende à
corrupção.”
Celso Furtado (1920-2004) foi um economista brasileiro e
um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século
XX. Suas idéias sobre o desenvolvimento e o
subdesenvolvimento divergiam das teorias dominantes em sua
época e enfatizavam o papel do Estado na economia, com a
adoção de um modelo de desenvolvimento econômico de corte
keynesiano: “O desafio dos países de industrialização avançada,
inclusive o Brasil, é: ser competitivo e ganhar espaço no plano
internacional, gerar emprego de remuneração adequada à
população crescente e avançar em uma distribuição de renda
mais igualitária.”
Noam Chomsky (1928) é um linguista , filósofo e ativista
político estadunidense: “Cada vez mais na economia global
pode-se levar a produção a áreas de baixos salários e se
direcionar o consumo aos setores privilegiados. Grande parte da
população mundial vai se tornando desnecessária como mão-deobra e talvez até como consumidora.”
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RELIGIÕES
As religiões variam amplamente nos seus pontos de vista
sobre a ética do controle de natalidade. No cristianismo, a Igreja
Católica Romana, com base na Encíclica Humanae vitae de Paulo
VI, aceita somente o planejamento familiar natural, ao passo que
os Protestantes mantêm um amplo espectro de ponto de vista
desde a não-permissão até a permissão muito branda. As visões
no Judaísmo variam desde os mais ortodoxo ao mais brando
reformista. No Islã, os contraceptivos são permitidos se eles não
ameaçarem a saúde ou levarem à esterilidade, embora o seu uso
seja às vezes desmotivado. Os hindus podem usar
contraceptivos artificiais e naturais.
27
28
VISÕES
Catolicismo
Quando presidente da CNBB, o cardeal dom Geraldo
Majella fez declarações polêmicas afirmando a posição contrária
da Igreja Católica brasileira aos programas de educação sexual e
o aborto no país. Pois, como no caso do preservativo, este
estimularia a precocidade da criança e do adolescente. Afirmou
também que isto induz à promiscuidade.
Neste mesmo período, o Papa Bento XVI declarou na 5ª
Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe
(CELAM), em Aparecida (SP), que as leis civis que favorecem e
permitem o uso de anticoncepcionais e o aborto, presentes em
alguns países da América Latina, são uma ameaça "ao futuro dos
países da região".
Bispos na Índia alentam católicos a terem mais filhos.
A Índia tem uma densidade demográfica de 308
pessoas/km quadrado, só perde para o Japão que tem 340. E no
entanto, o Arcebispo de Trichur (Índia), Dom Andrews Thazhath,
iniciou uma campanha para alentar aos católicos da região de
Kerala no sul do país, a terem mais filhos, dada a preocupante
queda na taxa de natalidade dos cristãos. Explicou que a
migração em grande escala para a Austrália, Canadá, Europa, o
Golfo Pérsico e Estados Unidos; assim como o síndrome da
“micro-família” fazem com que os católicos não cresçam em
Kerala.
29
Esta noticia mostra que mesmo em um país ainda em
desenvolvimento, com a segunda maior taxa demográfica do
mundo, a Igreja católica não aceita o controle da natalidade
como meio de melhorar a vida da população. A Índia é um país
que hoje cresce a taxa de quase 10% ao ano, como a China, o
que mostra que não é o número grande de habitantes que faz
um país deixar de crescer.
Um exemplo claríssimo disso é também o Japão, que não
tem petróleo, não tem minérios, não tem terras, e possui a
maior densidade demográfica do mundo, sendo o segundo pais
em PIB entre as nações.
Tudo isto mostra que a Igreja, “perita em humanidade”,
como disse Paulo VI, tem toda a razão. Não é com políticas
desumanas e anti-humanas de impedir a vida de existir, que se
vai resolver os problemas das nações. Deve-se dar soluções
corretas para os problemas, e não soluções fáceis, rápidas,
cômodas e inócuas.
Se na Índia, onde a densidade demográfica é de 308
hab/km quadrado, a Igreja incentiva os casais católicos a terem
mais filhos, o que dizer, então, do Brasil, onde a densidade é de
apenas 19 pessoas/km quadrado? O Brasil é um pais desabitado
em comparação com a Índia e o Japão.
A taxa de fecundidade do Brasil é a mais baixa já
registrada no país, segundo IBGE. Os resultados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostra que o país
está envelhecendo, o que é muito triste e perigoso. A taxa de
fecundidade da população em 2006, de dois nascimentos por
mulher, é a menor já registrada pelo IBGE, caindo abaixo do
limite da reposição. Assim como o número de filhos e a parcela
30
mais jovem da população apresentaram queda, a faixa de
pessoas com 60 anos ou mais cresceu em todas as regiões.
O índice mínimo para que um país mantenha a sua
população estável, é de 2, 1 filhos/ mulher. Isto não acontece
mais em nenhum país da Europa e agora também no Brasil e
outros paises da América do Sul.
O Brasil, com 2,0 filhos/ mulher, começou a se tornar um
país de velhos. Quem vai trabalhar para o desenvolvimento do
país? Quem vai pagar a aposentadoria dos idosos? Quem vai
manter a Previdência Social? Essas perguntas já tiram o sono dos
governantes dos países da Europa, onde a população já diminui
sensivelmente, e o continente começa a viver o chamado
“inverno demográfico; ou como dizia o Dr. Pierre Chaunu,
doutor de História moderna da Sorbonne, “implosão
demográfica”.
A Europa já começa a viver a angustia do Império
Romano decadente, que, segundo Dr. Pierre Chaunu, veio a
desabar nas mãos dos bárbaros devido ao forte controle da
natalidade e do grande número de abortos. Os governantes
europeus já se desdobram para fazer a população ter mais
filhos; enquanto isso a Europa é invadida pelos imigrantes.
Em 1950 a taxa de fecundidade do Brasil era de 6,2
filhos/mulher; hoje é de 2,0.
O egoísmo e o comodismo de muitos casais que
poderiam ter mais filhos, impedem os filhos de nascerem;
muitos preferem uma vida “regalada” ao invés de terem mais
filhos como manda a lei de Deus e a paternidade responsável
que a Igreja Católica ensina. Os casais mais ricos que poderiam
estar criando muitos filhos (médicos, advogados, dentistas,
31
técnicos, etc.) para o país e para Deus, estão mergulhando no
egoísmo e deixando os filhos para os pobres. Esses, por sua vez,
são massacrados por uma política desumana e anti-cristã de
controle da natalidade onde se usa uma distribuição irracional
de anticoncepcionais, “pílulas do dia seguinte”, vasectomias e
laqueaduras, como se estivéssem lidando com gado e não com
gente. O pragmatismo ateu e desumano tomou conta dos
governos e de muitos pais, infelizmente.
A população jovem, com até 25 anos, vem caindo
continuamente no país. No período de 1981 a 2006, a proporção
baixou de 58,2 para 44,3% do total.
Cabe ao menos aos casais católicos, que se amam e
vivem em harmonia, respeitando as leis de Deus e da Igreja,
fugirem deste doentio egoísmo ou deste medo irracional de ter
filhos, e deixar que venham ao mundo as criançinhas de Deus.
Como disse o grande historiador Daniel Rops, “um povo que já
não quer ter filhos, é um povo muito doente”.
Uma pergunta assaz interessante? Será que o controle da
natalidade resolveria o problema da fome, da miséria, da
prostituição infantil e da violência no Brasil? Alguns creem que
em grande parte os problemas que afetam a humanidade seriam
amenizados. Um país com um grande número de habitantes não
significa que este será um país rico e de grande potencialidade.
O Brasil para diminuir a pobreza e a miséria já deveria ter feito
um planejamento estratégico visando o bem–estar da
população.
Muitas autoridades dizem que seria um conflito certo
entre governo e igreja. Alguns acham que não, visto que no
passado membros da Igreja Católica Apostólica Romana casavam
32
inclusive os Papas. Como os dependentes estavam aumentando
numa escala crescente, o Vaticano prevendo que num futuro
próximo não poderia arcar com todas as despesas dos membros
da igreja e dependentes, proibiu o casamento e inclusive aqueles
que estavam casados tiveram que abandonar as famílias,
inclusive mulheres e filhos. No ano de 705, o Papa Gregório VII
ordenou a todos os bispos, prelados e demais clérigos que
abandonassem suas mulheres e filhas.
Espiritismo
Os espíritas podem ser contrários ao aborto irresponsável e
criminoso, mas jamais a um programa de Planejamento e Controle de
Natalidade. Tem-se consciência que existem multidões de espíritos
aguardando a oportunidade da reencarnação, mas também não se
ignora os problemas trazidos pela natalidade desenfreada e
descontrolada. No Livro dos Espíritos em resposta a pergunta 693, os
Espíritos Instrutores responderam: "DEUS deu ao homem, sobre todos
os seres vivos, um poder que ele deve usar para o bem, mas não
abusar. Ele pode regular a reprodução segundo as necessidades, mas
não deve entravá-la sem necessidade...".
No entanto, esta temática tem se tornado polêmica no
meio espírita. Alguns expositores espíritas combatem publica e
severamente o uso de anticoncepcionais e outros métodos
contraceptivos, como a camisinha; outros chegam ao ponto de
afirmar que os casais que optarem por estes métodos terão de
arcar com severas consequências.
A argumentação está embasada na ideia do
planejamento reencarnatório, bem citado nos livros de André
Luiz, onde se diz que desde o plano espiritual pode-se escolher
33
fatos relevantes que ocorrerão na vida terrestre; isso implica
que casamento e número de filhos já são previamente definidos
no plano espiritual. Diz-se ainda que, não raro, se assume o
compromisso com alguns espíritos de recebê-los como filhos
nesta existência terrestre, neste caso, evitar artificialmente a
vinda de filhos seria faltar com o compromisso assumido com
estes espíritos que podem ser almas que precisam resgatar
conosco os erros passados através do convívio familiar.
Outra afirmação muito comum é a de que existe uma
grande “fila” de espíritos que esperam pela oportunidade de
reencarnar para resgatarem seus débitos passados e que, por
isso, se deve, por dever de caridade, oferecer os meios para que
o maior número possível de espíritos possam vir à Terra para se
reajustarem perante a justiça divina.
Todavia, se faz uma série de objeções a este pensamento
de que é a espiritualidade quem autoriza o controle da
natalidade em O Livro dos Espíritos. Veja-se a questão 963: são
contrários à lei da Natureza as leis e os costumes humanos que
têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução? “Tudo
o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei
geral”.
Aqui parece haver uma reprovação ao controle da
natalidade. De fato, se houvesse um controle absoluto da
natalidade, a sobrevivência da espécie estaria comprometida.
Porém, à época de Kardec, a demografia mundial era de apenas
1 bilhão e 262 milhões (1850); hoje se está em torno dos 7
bilhões de habitantes. Mas Kardec, preocupado com a questão
da demografia mundial, recebe a resposta de que Deus a isso
provê e mantém sempre o equilíbrio. Mas não se pode esquecer
que, enquanto seres conscientes e inteligentes, os homens
34
devem, de maneira consciente e deliberada, contribuir para esse
equilíbrio. Se eles se recusam a estabelecer esse equilíbrio,
estarão se rebaixando à condição do animal que obra por
instinto.
Devido à superioridade das faculdades mentais humanas
em relação aos demais seres vivos da Terra, os seres humanos se
proliferam assustadoramente e agora se tem problemas
ecológicos por conta da mega-população. Isso é ainda mais
grave nos países asiáticos. A China hoje possui 1,3 bilhão de
habitantes e isso não é um problema apenas do ponto de vista
econômico e social, mas sobretudo ecológico.
A população mundial tem crescido assustadoramente,
não apenas pelos avanços das ciências médicas e nutricionais;
isso só se tornou possível com o advento da industrialização e da
produção massiva de alimentos. Acontece que todo sistema
produtivo (indústria primária, secundária e terciária)
desenvolveu-se a partir de um modelo anti-ecológico e
degradante. Hoje, a superpopulação é um dos fatores que mais
contribui para o aquecimento global e esgotamento dos recursos
naturais.
Se a produção houvesse se desenvolvido sob critérios
corretos e ecológicos, certamente a população mundial seria
muito menor do que é hoje, e se hoje mesmo se decidisse
modificar drasticamente o sistema produtivo, isso
comprometeria a sobrevivência de milhões de pessoas que
dependem de um sistema insustentável desde a sua concepção.
Querendo permitir que os espíritos continuem a
reencarnar na Terra para progredirem, precisa-se então reduzir a
natalidade mundial; de outra maneira, não haverá Terra para
espírito nenhum reencarnar, pois se o crescimento populacional
continuar no mesmo ritmo, não haverá como impedir as
catástrofes decorrentes deste desequilíbrio que podem causar a
extinção da espécie humana.
35
Também não se pode ignorar o problema social
decorrente de uma natalidade descontrolada, sobretudo nas
grandes periferias dos países sub-desenvolvidos ou em
desenvolvimento, como o Brasil. Conforme a Doutrina Espírita,
uma sociedade justa não é necessariamente uma sociedade
onde todos estão em condição de absoluta igualdade. A pobreza
pode existir, mas a miséria afeta a dignidade humana. Ser pobre
não é motivo para não ter filhos, mas ser miserável é motivo de
sobra para não ter filhos. O miserável vive de esmolas e isso,
segundo a espiritualidade (O Livro dos Espíritos, questão 888), o
degrada física e moralmente, embrutecendo-o.
Os seres humanos vieram aqui na Terra para evoluir e,
para isso, precisa-se das mínimas condições de sobrevivência.
Quando não se tem essa consciência, geralmente nas camadas
menos esclarecidas da sociedade, a natalidade é descontrolada e
um grande número de espíritos encarna em condições subhumanas. Sabe-se que isso não se dá por acaso e que aqueles
que nascem em condições miseráveis estão resgatando grandes
débitos do seu passado, mas isso não significa que se deva
cruzar os braços e dizer que essa é a vontade de Deus. Isso
equivaleria a dizer que não se deve ajudar o próximo porque
cada um está pagando o que deve, sem lembrar que Deus pode
utilizar-se de nós para por fim ao sofrimento do próximo.
Por fim, os argumentos em defesa dos métodos
contraceptivos podem ser descritos da seguinte maneira:
• O homem torna-se instrumento de Deus pelo uso de sua
inteligência, assim ele deve prover conscientemente seus
caminhos e não deixar que o acaso decida por ele;
• Conforme se tem visto, existem pessoas que podem não ter
filhos mesmo quando casados, sem com isso transgredir seu
planejamento reencarnatório. É o caso, por exemplo, de Allan
Kardec, que não teve filhos;
• Usar a tabelinha, assim como usar qualquer outro método
contraceptivo, é um meio de intervir deliberadamente no
36
processo reprodutivo; neste sentido, a tabelinha é um método
contraceptivo igual a qualquer outro;
• A reprodução acelerada é anti-ecológica e insustentável.
Comprometerá a vida no planeta Terra e a existência da própria
espécie humana. Então, querendo se dar a vez para a “fila” de
desencarnados, precisa-se reduzir a natalidade para garantir a
vida no planeta;
• Não existe nenhum princípio no Espiritismo que seja contrário
ao controle de Natalidade; pelo contrário, a doutrina dá
argumentos para realizá-lo de maneira equilibrada e consciente;
• Se os métodos de prevenção não são 100% seguros, isso não é
argumento para que não sejam usados. Defender o uso de
métodos contraceptivos não significa estimular a promiscuidade,
mesmo que as campanhas veiculadas atualmente na mídia assim
procedam;
• Deve-se lutar contra posições retrógradas e pseudo-moralistas
inspiradas na ortodoxia das religiões tradicionais e que são uma
ameaça à sociedade. Estas ideias trazem implícita a ideia do sexo
como pecaminoso e sujo e estão descontextualizadas da
realidade social, econômica, ecológica e espiritual. Aqueles que
pregam estas ideias responderão pelas consequências geradas
na sociedade e pelos desequilíbrios advindos ao planeta Terra;
• Não se pode saber com certeza do conteúdo do planejamento
reencarnatório. O caminho seguro para que as vidas se
desenrolem conforme o planejado é: ouvir a voz da consciência,
tomar decisões baseadas em princípios de vida edificantes e
altruísticos e não movido por interesses mesquinhos e egoístas;
escolher as atividades que se tenha mais afinidade e que fazem
sentir intimamente mais propensos a realizá-las e, por fim,
deixar que os fatos se desenvolvam naturalmente.
37
Islamismo
Antes de se falar sobre controle de natalidade no islam
deve-se lembrar o que norteia o pensamento de um
muçulmano: sua fé irrestrita em Allah, o Criador e Sustentador
do universo. Sabe-se que a criação de Deus é equilibrada e
proporcional, Ele sabe melhor os recursos necessários para o
sustento de suas criaturas, então o argumento dos descrentes
como a necessidade de controlar a população mundial devido à
escassez de recursos para alimentação ou espaço para habitação
não é válida para os muçulmanos. Deus possibilitou ao homem a
capacidade de raciocínio, com isso aumentando os meios de
produção e distribuição de alimentos através de
desenvolvimentos técnicos e transportes modernos. A falta de
alimentos no mundo não é real mas sim aparente, baseando-se
em pré-supostos fictícios.
O islam encoraja o casamento e reprova o celibato, sendo
a reprodução um dos objetivos da união entre homens e
mulheres. Outro objetivo do casamento é a satisfação sexual,
por tanto o 'Azl (interrupção do coito) é permitido, onde ambos
satisfazem suas paixões carnais evitando a concepção.
Messianismo
O Messias Meishu-Sama escreveu um ensinamento
intitulado “A Tolice do Controle da Natalidade” em 20 de agosto
de 1949 dizendo:
“Em três oportunidades escrevi a respeito do controle da
natalidade, mas volto a fazê-lo por ainda haver pontos em que
38
não foi dito o suficiente.
Atualmente, o Japão está incentivando o controle da
natalidade, devido à insuficiência de alimentos em relação ao
elevado número de seus habitantes. Analisamos bem, essa é
realmente uma visão a curto prazo.
[nas páginas 11, 12 e 14: A tendência é que nas próximas
décadas a população comece a diminuir. Segundo cálculos da
ONU, no ano 2050 terão no planeta uns 7,5 bilhões de
habitantes ou até cerca dos 11 bilhões de habitantes. Os
demógrafos consideram que o atual ritmo de crescimento da
população mundial tem data de caducidade, consideram que a
catástrofe malthusiana prognosticada por Thomas Malthus ao
princípio do século XIX não acabará produzindo-se.]
Suponhamos que uma criança nasça agora. Para ela se
tornar adulta, são necessários vinte anos; todavia, uma vez que
estamos atravessando uma situação tão instável, não podemos
imaginar como será o mundo daqui a vinte anos. Nem mesmo se
pode ter idéia das grandes mudanças que poderiam ocorrer num
prazo de cinco anos. Por conseguinte, ainda que entre em vigor
neste momento o método para diminuir a população do país
através do controle da natalidade, é impossível saber se daqui a
alguns anos ainda será necessária essa preocupação.
[atualmente como foi escrito na página 23: “Mesmo o
Japão que tem cerca de 320 pessoas por quilometro quadrado,
está incentivando a população a ter mais filhos.”]
Isso não significa que devamos pensar em expandir nosso
território, cometendo os mesmos erros do passado; nem em
sonho deve-se pensar nisso. Mas quem pode dizer que não virá a
39
época em que o problema da população será resolvido
pacificamente?
[A derrota na Segunda Guerra devastou violentamente a
economia japonesa. Sem condições de recuperar a economia em
curto prazo de tempo, o governo japonês mais uma vez
incentivou a emigração de suas populações. Com a assinatura do
Tratado de Paz de São Francisco, em 1951, a entrada de
japoneses em nações latino-americanas foi facilitada. Dessa
maneira, observamos um segundo movimento migratório pelo
qual novas colônias seriam constituídas entre os anos de 1950 e
1960. A recuperação econômica do Japão, com o passar do
tempo restringiu esse processo migratório de cidadãos
japoneses. A partir da década de 1980, os filhos de japoneses
nascidos no exterior – principalmente do Brasil – começaram a
buscar no Japão melhores oportunidades de emprego e
condição econômica. Em 1996, eram 89.005 japoneses no Brasil.
Em 2006, de quando é o último censo, o número de nipônicos no
país já era de 64.802, uma diferença de quase 30%. Entre o
período de 1996 e 2006, houve queda em todos os anos.]
Vejamos. Caso fosse concretizada a Nação Mundial de
que falam certos intelectuais dos Estados Unidos, talvez fosse
possível a política de contrabalançar a população dos países, isto
é, fazer com que parte da população de um país superpovoado
emigrasse para lugares onde a densidade demográfica seja
baixa. Acredito que haja muita possibilidade de se colocar em
prática essa política, pois o desequilíbrio populacional é um dos
motivos de intranqüilidade para um país. Sendo assim, os que
são a favor do controle da natalidade talvez precisem levar em
conta esses pontos. Na minha opinião, a Nação Mundial
40
provavelmente se concretizará mais rápido do que se imagina.
Digo isso porque no dia em que, pacificamente ou por meio da
guerra, for resolvido o grande problema do mundo atual, isto é,
a ameaça representada pelas relações entre os Estados Unidos e
a União Soviética, [colapso da União Soviética em 1991]
concretizar-se-á, obviamente, a Era de Paz eterna, e então
nascerá a Nação Mundial. [talvez, quem sabe, não seja em
2021?].
Para finalizar se explicita trechos de dois ensinamentos
de Meishu-Sama, quais sejam “5,67 bilhões de anos e a
mutação do Planeta Terra”, escrito em 15 de dezembro de
1952, e “Constituição do Mundo Espiritual”, em 05 de fevereiro
de 1947. Por essa época a população mundial era de cerca de 2
bilhões.
Sobre o aquecimento global.
“Existe mais um ponto: ultimamente temos ouvido
vários relatórios de cientistas de vários países, como do
Instituto Geológico da Casa Real da Dinamarca, dos cientistas
chilenos, suecos, etc. que a temperatura do nosso planeta
vem aumentando a cada ano que passa. Um grande exemplo
é o fato das geleiras do norte da Europa e do Pólo Norte
estarem derretendo. Antigamente os navios quase não
conseguiam navegar por aqueles lados, mas ultimamente o
espaço de tempo permitido para a navegação durante o ano
foi aumentado em quase quatro semanas. E mais ainda,
parece que o número de animais que moram no Pólo Norte
vem aumentando consideravelmente. Analisando tudo isso,
chegamos à conclusão de que realmente a Terra vem se
aquecendo e isto é, sem dúvida, em conseqüência do
41
aumento do elemento fogo no Mundo Espiritual. Podemos
dizer então que a chegada da Era do Dia no Mundo Espiritual
já é uma realidade.”
Comparando o clima atual com o de 50 anos atrás, o
cientista suíço Hermam concluiu que a temperatura do Sol
aumentou 10°C. Trata-se de uma pesquisa científica e não há
engano. Considero isto um grande acontecimento.
Se, desde a Antigüidade, a temperatura tivesse
aumentado 10°C a cada 50 anos, em 500 anos a temperatura
teria aumentado 100°C, o que significa que a vida hoje seria
impossível. Podemos ver, portanto, que tal evento
anteriormente não ocorria.
A temperatura aumentou repentinamente porque
estamos nos aproximando do Juízo Final.
Este ano nem sequer tivemos frio. Isto quer dizer que
houve aumento de Kasso, a Energia Espiritual do Fogo, e que
ingressamos na Era do Dia. E este fenômeno manifestou-se a
ponto de poder ser captado cientificamente.
O aumento de Kasso no Mundo Espiritual também tem
reflexo no Mundo Físico. Quando ministro Johrei, as pessoas
transpiram ou dizem sentir calor. Isto prova, portanto, que
não é somente na parte espiritual que o aumento de Kasso se
manifesta, mas também na parte física.
É interessante notar que o verão deste ano foi
diferente. O verão mais quente foi o de Tokyo. Todos os dias
ouço a temperatura pelo rádio e pude constatar a alteração.
Até mesmo em Gora - Hakone, Japão - a temperatura subiu
muito. Tudo isto devido à Minha presença neste mundo.
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Os meteorologistas estão impressionados com a
elevação da temperatura, que aumenta a cada ano.
[Aproximadamente de 11 em 11 anos o Sol entra em
fases de grande atividade, lançando no espaço uma quantidade
enorme de matéria maior do que as usuais, partículas
carregadas com elétrons, prótons, nêutrons e até núcleos mais
pesados. Quando essas partículas atingem a Terra, vários
fenômenos são observados em nosso planeta como o número
de manchas solares atingindo valores máximos. Recentemente,
no ano de 2003, se atravessou um dos ciclos de atividade solar
intensa. Logo, em 2014 se terá outra atividade solar intensa. Por
isso, se diz que em 2014 é um ano especial, embora alguns
achem que essa atividade se dará em 2012]”
Sobre a reencarnação.
“Uma moça virgem, de dezoito anos, serviu de médium,
incorporando o espírito de um de seus ancestrais, um samurai
que falecera numa batalha travada há mais de duzentos anos.
Fora ardoroso adepto do budismo e pouco depois de falecido
entrou na seita fundada por Kobo Daishi. Em resposta às minhas
perguntas, ele disse: “Quando eu cheguei aqui, havia uns
quinhentos ou seiscentos espíritos, mas, ano após ano,
reencarnavam mais espíritos do que entravam, de modo que
agora só existem mais ou menos cem.””
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