Ajax não é uma tecnologia, é um jeito

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Ajax não é uma tecnologia, é um jeito
Uma forma de fazer sites procura usar web standards, CSS, XML, Javascript e
outros recursos para criar páginas mais leves que só carregam as informações
necessárias naquele momento.
Quem está acostumado à banda larga só usa conexão discada nos seus piores
pesadelos. Uma vez acostumado a uma boa velocidade de conexão, é impossível
voltar atrás. Mas, mesmo com conexões rápidas, diversas aplicações para web
tornam–se entediantes no processo tradicional: clica, espera, vê o resultado; clica
em outro link, espera, vê outro resultado. Utilizado por empresas como Google,
Microsoft e Yahoo, o Ajax é um conceito que nasceu para corrigir este problema.
Mas o que é o Ajax afinal?
Ajax é uma sigla para Asynchronous JavaScript and XML. Mas, mesmo traduzindo
asynchronous para assíncrono, a sigla não ajuda muito. O conceito, basicamente, é
fazer um site de forma que o usuário tenha uma experiência assíncrona, ou seja,
faça várias coisas ao mesmo tempo, navegue em vários conteúdos ao mesmo
tempo, sem ter que esperar enquanto o site processa as informações para executar
outra ação. A cada novo conteúdo pedido pelo usuário nem sempre será preciso
carregar outra página ou a mesma página outra vez. Falando de forma mais
simples, Ajax é a internet mais gostosa de usar, sem tempos de espera sem
sentido e com muito mais possibilidades de interação do que se tem no processo
convencional.
A receita de Ajax
Segundo os criadores do termo, o pessoal da adaptative path, Ajax não é uma
tecnologia, é uma forma de fazer um site utilizando diversas tecnologias. A receita
de um bolinho de Ájax, para se comer com café bem quente numa tarde chuvosa é
a seguinte:

Web standards e CSS. Sites preparados conforme os padrões da w3c (World
Wide Web Consortium), utilizando a tecnologia CSS, que separa o que é
programação, o que é conteúdo e o que é estilo visual.

DOM (Document Object Model). Padrão de estrutura do html para que a
programação encontre o que precisa dentro de uma página sem problemas.

XML (Extensible Markup Language). Um padrão linguagem para tornar mais
fácil a transferência de dados entre um banco de dados e outra interface
qualquer.

XML Http Request. Um pacotão de ferramentas de programação (...) que
viabiliza os dados ir e vir de forma assíncrona.

E uma boa dose de JavaScript, para dar liga.
São estes os elementos, as tecnologias, que compõem o Ajax. Complicado? Coisa
só pra programador? Conheço muitos programadores empolgadíssimos com essa
idéia, mas o pessoal de design, comunicação, redação, etc (o pessoal de etc
sempre reclama de não ser citado), precisa conhecer e saber o que é o Ajax?
Bem… Eu não sou programador, sou designer. No escritório onde trabalho, estamos
programando muita coisa com Ajax e eu te digo: sim, se você trabalha com web,
você deve saber o que é isso.
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“Ah… Por quê?” Já te digo: Com a possibilidade de acessar dados e interagir com o
programa sem sair da mesma página, nós, o pessoal doido da criação, temos muito
mais possibilidades.
Exemplos
Quando o usuário clica num “fale conosco”, este botão não precisa enviar o usuário
para uma nova página. O formulário pode ser aberto em um quadradinho na
mesma página.
Enquanto o usuário digita as informações, o programa já está consistindo os dados;
ou seja, se ele digitou “eu não tenho” no campo telefone, o programa avisa que
este campo só pode conter números. E avisa quando ele termina de digitar, e não
só depois que ele clica em enviar.
E quando ele termina de digitar e envia o formulário, já com todos os dados
corretos, você não precisa fazê–lo esperar que outra página seja carregada
somente para dizer “Parabéns, você conseguiu enviar um simples formulário sem
fazer nada muito errado, responderemos assim que terminarmos o nosso café”.
Esta mensagem pode aparecer instantaneamente no mesmo quadradinho que você
abriu para mostrar o formulário.
Bobagem? Impacta o desenvolvimento?
Talvez. Se, de um jeito ou de outro, você precisa sempre mostrar outra página,
talvez você não precise usar o Ajax. Vale lembrar que a utilização de Ajax aumenta
bastante o tempo de planejamento de um site, já que tudo que vai acontecer tem
que ser exaustivamente discutido antes que o programador comece a fazer o site.
Usando esta tecnologia, o site pode ficar bem mais caro.
Mas, para aplicações como o Gmail, o Ajax é fantástico. No Gmail, quando você
clica em uma mensagem, ele carrega somente esta mensagem. Mas mostra em
abas fechadas todas as conversas relativas àquela mensagem.
Somente quando você clica em uma destas abas é que ele vai até o banco de dados
e traz o texto. Mas você não percebe isso porque ele não recarrega a página,
apenas coloca um “loading” no cantinho da tela e já–já mostra aquela mensagem.
Se o Gmail tivesse que carregar todo o texto de todas as mensagens que ele abre
em abas, você esperaria muito, muito mais, até carregar o e–mail que você quer
ler. Esse é o poder do Ajax.
Uma boa idéia para o uso do Ajax são os novos buscadores, ainda em fase beta:
Google Suggest e Yahoo Instant Search. Neles você recebe sugestões de resultados
enquanto digita a sua busca, sem que a página seja recarregada.
Outra novidade genial, que só é viável usando Ájax, são as home pages pessoais. O
Google (http://www.google.com/ig) e a Microsoft (http://www.start.com/) fizeram,
cada um, modelos de home pages pessoais. Nestas páginas, depois de se logar,
você pode configurar o que você quer que apareça. Pode inserir feeds de RSS,
bookmarks, ver as últimas mensagens no seu e–mail e mover as caixas de
conteúdo sem que a página seja recarregada o tempo todo.
Tudo isso só acontece quando a programação vai ao banco de dados, faz uma
pesquisa e volta para exibir dados, na sua tela, que não estavam lá antes,
enquanto você fazia alguma coisa nesta mesma tela, onde agora são exibidos
resultados sem que a página toda seja carregada de novo.
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Previsões à parte
É muito difícil dizer se o Ajax vai realmente dominar a internet do futuro. Este jeito
de trabalhar ainda é muito recente, nós não temos distanciamento histórico nem
amadurecimento da tecnologia que permitam uma reflexão consistente.
Mas, desta forma ou de outra, trabalhar de forma assíncrona é a diferença entre
uma revista ou jornal, onde você muda de páginas para ver os diversos conteúdos,
e a internet, onde você interage com o conteúdo.
O Ajax também diminui muito a distância entre as possibilidades de programação
para desktop e as possibilidades para web. Muitos aplicativos que foram
consagrados no desktop já estão migrando para a web com muito sucesso. Dizem
que o Google está fazendo algo assim para concorrer com o Office da Microsoft.
Quem pode saber o que acontecerá?
Talvez a nossa internet ainda seja um macaco, pulando de galho em galho,
enquanto as próximas gerações poderão falar ao telefone, usar um palm e mascar
chiclete sabor “uva banana e kiwi” enquanto pulam de galho em galho. O futuro
dirá. Ou nós diremos a ele?
Fonte
ALVES JR, Gilberto. Ajax não é uma tecnologia, é um jeito. Disponível em:
<http://webinsider.uol.com.br/index.php/2005/11/01/ajax-nao-e-uma-tecnologiae-um-jeito>. Acesso em: 02 jul. 2007.
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