Estudo Dirigido

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Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Câmpus Araquari
Núcleo Pedagógico - NuPe
ESTUDO DIRIGIDO
Texto de Orientação
As técnicas de ensino representam caminhos, instrumentos, componentes
operacionais dos métodos de ensino que por sua vez carregam consigo a concepção
pedagógica, a intencionalidade educativa.
O presente texto, foi elaborado pelo Núcleo Pedagógico com o objetivo de
contribuir com o fazer docente, no esclarecimento e orientação sobre a utilização de
estudos dirigidos como ferramenta de ensino e aprendizagem que, segundo Veiga
(2007, p. 81) “procura o desenvolvimento do processo reflexivo, da análise crítica, em vez
da memorização de uma quantidade de informações.”
Antes mesmo de adentar no tema é preciso salientar que o estudo dirigido é
uma técnica de ensino que envolve e desenvolve a habilidade leitora onde o professor é
consciente em utilizá­la de forma intencional dando ênfase a participação do aluno bem
como orientando o estudo.
Observando o enfoque de Didática dado na Pedagogia Histórico­Crítica, o
estudo dirigido pressupõe:
● Que o aluno seja o sujeito ativo do seu processo de aprendizagem;
● Que desenvolva a criticidade através da explicitação das contradições;
● criatividade manifestada através da capacidade de expressarem uma
compreensão tão elaborada quanto a do professor;
Assim como qualquer técnica o estudo dirigido pode ser uma boa ou má opção,
dependendo de sua finalidade (para quê?) e como se prepara. Nele
“os alunos executam (...) um trabalho determinado pelo professor, que os orienta
e os acompanha, valendo­se de um capítulo do livro, um artigo, um texto didático
ou mesmo de um determinado livro.” (VEIGA, 2007, p. 80­81)
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1. Operações de Pensamento Predominantes
Qualquer aprendizado efetiva várias operações de pensamento e em crescente
complexidade. Muitas vezes, até por desconhecimentos, não refletimos sobre os desafios
contidos nas diversas atividades propostas aos alunos.
Segundo Anastasiou (2005, p. 29), a escolha e a efetivação de diferentes
estratégias “deve e pode ser objeto de reflexão na discussão do contrato de trabalho, no
início do ano ou semestre letivo”, constituindo­se responsabilidade de ambos.
Daí a importância de respeitar e encaminhar o pensamento de um movimento de
síncrese (como visão incial, não elaborada ou até caótica que se tenha do objeto
de estudo) na direção de síntese cada vez mais elaborada desse mesmo objeto
pela análise. (ANASTASIOU, 2005, p. 29)
Nesse sentido apresentamos exemplos de operações de pensamento
predominantes no estudo dirigido, segundo Anastasiou (2005):
● Identificação, obtenção e organização de dados;
● Busca de Suposições, onde supor é aceitar algo sem discussão, podendo
ser verdadeiro ou falso. Temos que supor sem confirmação nos fatos. Após
exame cuidadoso, pode­se verificar quais as suposições decisivas, o que
exige discriminação;
● Aplicação de fatos e princípios a novas situações, através da solução de
problemas e desafios, aplicando aprendizados anteriores, usando a
capacidade de transferências, aplicações e generalizações ao problema
novo.
2. Dinâmica da atividade
O estudo dirigido realiza­se sob a orientação e diretividade do professor, que
acompanha o estudo sandando dúvidas e dificuldades específicas.
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A organização do estudo dirigido prescinde apresentação com clareza da
estratégia, identificando o que será estudado, os objetivos do estudo e do conteúdo, como
foi preparado, se utilizará ambiente virtual, cronograma, como será realizado e prevê
atividades individualizadas ou grupais definidas em dois momentos1:
As atividades que caracterizam um primeiro momento da estratégia referem­se
a leitura individualizada que podem ser exemplificadas por:
● Leitura individual a partir de um roteiro elaborado pelo professor que abrange desde a
indicação das fontes de estudo, a definição de instruções claras, cronograma, a
determinação de tarefas até a seleção adequada do material de leitura; Quanto a esse
aspecto é importante observar a complexidade do texto proposto adequando­o à
turma, série, curso;
● Sublinhar as ideias principais ou destacar as partes que compõem o texto, dando­lhes
títulos;
● Esquematizar o texto, assinalar com chaves ou setas para facilitar a articulação das
ideias ou registrar notas e observações;
● Procurar no texto os conceitos, as características e outros elementos necessários á
compreensão;
● Procurar no dicionário o significado das palavras desconhecidas e formular conceitos;
● Identificar desacordos entre as ideias, explorar as contradições;
● Estimular ideias complementares, buscar outras interpretações, comparar situações
vivenciadas com as do texto;
● Justificar as respostas e os posicionamentos diante do texto, argumentando para
aceitar, contextar ou recursar as ideias do autor.
Essa etapa pode ser realizada fora da sala de aula, utilizando­se inclusive
ambientes virtuais. Já no segundo momento propõe­se realização de atividade
socializada, partindo da interação entre os alunos, aprofundando as discussões.
1
A dinâmica da estratégia foi elaborada segundo Anastasiou (2005) e Veiga (2006 e 2007).
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● Resolução de questões e situações­problema, a partir do material estudado;
● Debate sobre o tema estudado, permitindo a socialização dos conhecimentos, a
discussão de soluções, a reflexão e o posicionamento crítico dos estudantes ante a
realidade vivida.
● Retomada da tese central contida no texto de fomra questionadora, crítica, de forma a
compreender e interpretar e propor soluções;
● Esse momento poderá culminar em uma síntese, registrado na forma de relatórios,
pois “o ato de ler é incompleto sem o ato de escrever”... “Não basta ler a realidade. É
preciso escrevê­la” (GADOTTI, 1979, p. 17 apud VEIGA, 2007)
A avaliação do estudo dirigido se dará pelas produções que o estudante for
construindo, na execução das atividades propostas, nas questões que formula ao
professor, nas revisões que este lhe solicita, a partir do que vai se inserindo
gradativamente nas atividades do grupo a que pertence. Trata­se de um processo
avaliativo eminentemente diagnóstico, sem preocupação classificatória.
Pode­se ainda, direcionar temas e problemas específicos do objeto de estudo,
referindo­se a aspectos pontuais, aos estudantes que necessitam complementar aspectos
não dominados ou estudos específicos do conteúdo em defasagem, pois desenvolve a
reflexão e capacita­os à retomada, tornando­se importante recurso didático que auxilia o
professor a lidar com as diferentes sínteses trazidas pelos estudantes.
Por fim, o estudo dirigo é uma estratégia didática que busca ampliar as
possibilidades de ensino e aprendizagem, observando as reais condições dos estudantes,
dos professores e da escola, além de ser uma técnica de ensino­aprendizagem que
provoca os estudantes a pensar criticamente sobre a realidade.
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