O que é Histologia? É a parte da Biologia que estuda os tecidos (do

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O que é Histologia?
É a parte da Biologia que estuda os tecidos (do grego, hydton, tecido + logos, estudos).
Mas o que é Tecido?
"Tecido é uma especialização morfológica, físico-químico e fisiológica de
células"(GRASSE).
"Tecido é um conjunto de células da mesma natureza, diferenciadas em determinado
sentido para poderem realizar a sua função própria"(SCHUMACHER).
"Tecido é um grupo de células que apresentam a mesma função própria"(MENEGOTTO).
Todos estão corretos. Os tecidos do corpo dos animais vertebrados desempenham
variadas funções que por sua vez são formados por células especializadas. No corpo dos
animais pluricelulares, exceto espongiários, e constituído por células agrupadas e
organizadas, formando os tecidos.
Precisa-se de requisito para termos um tecido que seja composto de um grupo de
células, que devera apresentar a mesma função.
Os tecidos fundamentais nos animais são estes: Epitelial, Muscular, Nervoso,
Sangüíneo e Conjuntivo.
Nos invertebrados estes tipos de tecido são basicamente os mesmos, porem com
organizações mais simples. A maioria dos tecidos além de serem compostos de células,
apresentam entre elas substâncias intracelulares (intersticiais).
HISTOLOGIA ANIMAL
TECIDO EPITELIAL
Tecido que compõe-se quase exclusivamente de células, apresenta pouca substancia
intersticial a cimentar as células (do grego, epithelein construir sobre um supor).
Do ponto de vista fisiológico, o tecido epitelial tem por função atapetar superfícies. Na
função especifica, existem três tipos de tecido, mas para nós só interessa dois:
* Tecido epitelial de revestimento;
* Tecido epitelial glandular.
TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO OU
EPITÉLIO DE REVESTIMENTO
A superfície externa do corpo e as cavidades corporais internas dos animais são
revestidas por este tecido sendo constituídas as glândulas .Sua principais característica e
ser formado por células justapostas, isto e, bem encaixado entre si de modo a não deixar
espaços entre elas, a fim de evitar penetração de microrganismos, e expresso (com
muitas camadas de células, e, a fim de evitar a perda excessiva de água, e
impermeabilizado por queratina. Nos epitélios nunca se encontram vasos sangüíneos.
Quanto ao numero de camadas celulares os tecido epitelial de revestimento são
classificados em: simples ou uniestratificados (formados por uma única camada de
células. Os tecidos de revestimento externo protegem o organismo contra desidratação,
atrito e invasão bacteriana já o tecido de revestimento externo, podem ser classificados:
Estratificado, composto ou multiestratificada (formado por várias camadas de células );
e pseudo-estratificado (uma só camada de células com alturas diferentes).Os epitélios de
revestimento podem ter diversas origens embrionárias, dependendo de sua localização, e
o epitélio que reveste internamente o intestino tem origem endodérmica, e o que reveste
o coração tem origem mesodérmica.O tecido epitelial de revestimento forma em
primeiro lugar a pele, também forma as mucosas(membranas que foram as órgãos ocos,
e sua superfície e muito úmida devida a secreção de mucinogenos, que, ao hidratar-se
transforma-se em muco que produz e forma uma camada protetora, e encontrada no
tubo
digestivo,
urinário
genital,
fossas
nasais,
boca,
etc.
Os epitélios ainda podem ser classificados quanto a forma de suas células as quais
variam alguns casos as células são cúbicas(epitélios cúbicos ocorrendo no ovário);
outros achatados com os de um pavimento (epitélio pavimentoso, ocorre, Endotélio
(revestimento dos vasos sangüíneos); Mesotélio reveste as serosas: pleura (pulmão),
pericárdio (coração), peritônio (estômago), etc; outros ainda são prismáticas (epitélis
prismáticos ).
TECIDO EPITELIAL GLANDULAR OU SECRETOR
É o segundo tipo de tecido, sua além de ser revestidora forma glândulas, produzem e
eliminam substâncias necessárias nas superfícies do tecido. Estas glândulas podem ser
exócrinas(eixos, fora), que tem origem através de um canal ou ducto e lança o produto
de secreção na superfície ou seja eliminam suas secreções para fora do corpo ou para a
cavidade
dos
órgãos,
tais
como:
as
sudoríparas,
as
lacrimais;
outras conduzem a secreção para um órgão oco com as salivares e o pâncreas.
No aspecto morfológico, as glândulas exócrinas podem ser tubulosas sendo as glândulas
do
aparelho
digestivo;
As acinosas sendo as glândulas salivares, e as túbulo-acinosa sendo as glândulas
parótidas;
E
as
alveolares
sendo
as
glândulas
mamárias.
As glândulas também podem ser endócrinas(endo, dentro), não há formação de canal ou
de ducto e a glândula não pode lançar produtos de secreção na superfície do epitélio de
origem mas elimina a secreção diretamente nos vasos sangüíneos. Estas glândulas são
geneticamente denominadas hormônios, pôr exemplo: são a tireóide , que produz e
libera no sangue o hormônio tiroxina, e a hipófise, que libera, entre outros, o hormônio
de crescimento (somatotrofina).No aspecto morfológico as glândulas endócrinas podem
ser
cordonais
ou
vesiculares.
As glândulas se formam ainda no estágio embrionário, a partir de superfícies epiteliais.
Glândulas exócrinas e endócrinas formam-se de maneira parecida: células da superfície
epitelial multiplicam-se e aprofundam-se nos tecidos mais internos, formando um cor
dão
celular.
Existem ainda glândulas que possuem ao mesmo tempo uma parte exócrina, tais como
mistas ou mesócrinas ou anfícrinas, possuem funções exócrinas e endócrinas ao mesmo
tempo , como é o caso do pâncreas. As unidades glandulares chamadas ácinos
pancreáticos que liberam no intestino o suco pancreático (função exócrina), enquanto
outras unidades secretoras, as ilhotas de Langerhans, secretam os hormônios insulina e
glucagon na corrente sangüínea (função endócrina).
TECIDO CONJUNTIVO
Esse tecido forma o arcabouço que sustenta as partes moles do corpo, apoiando e
ligando os outros tipos de tecido. Caracterizam-se pela grande quantidade de material
intracelular e pelo distanciamento das suas células e fibras.
Outros tecidos de sustentação possuem a função importante na difusão e fluxo de
metabolismo.
Por fim., os tecidos de sustentação participam ativamente nas funções de defesa do
organismo.
Todos esses tecidos de sustentação têm a mesma origem embrionária: origem
mesodérmica.
Os tecidos de sustentação dividem-se em vários grupos dentre eles os principais são:
Tecido conjuntivo, adiposo, cartilaginoso e ósseo.
Têm como principal função o preenchimento de espaços e ligação de outros tecidos e
órgãos. material intracelular é abundante e as células se mantêm bem afastadas umas da
outras .material intracelular compreende uma matriz onde se encontram fibras
colágenas, reticulares e elásticas.
A matriz é uma massa amorfa, de aspecto gelatinoso e transparente. É constituída
principalmente por água e glicoproteínas. São encontradas abaixo do epitélio e tem a
função de sustentar e nutrir tecidos não vascularizados. Pode ser denso ou frouxo.
As fibras colágenas são grossas, flexíveis e resistentes; são formadas por uma proteína
denominada colágeno.
As fibras elásticas, são mais finas que as colágenas, têm grande elasticidade e são
formadas por uma proteína denominada elastina.
As células conjuntivas são de diversos tipos. As principais são:
Fibroblastos: com função de produzir material intracelular;
Macrófagos: com função de defesa do organismo;
Plasmócitos: com função de fabricação de anticorpos;
Adipócitos: com função a reserva de gordura;
Mastócitos: com função elaborar a histamina, substância que envolve reações alérgicas,
inflamatórias e a heparina.
À variedades de tecidos conjuntivos assim com o frouxo que tem seus componentes
igualmente distribuídos: células, fibras e material intracelular. Ele preenche os espaços
entre feixes musculares e serve de apoio aos tecidos epiteliais, encontrando-se na pele,
nas mucosas e nas glândulas. É praticamente todos os órgãos do corpo, ele por exemplo
forma a derme, a camada mais interna da pele, e o tecido subcutâneo, ainda mais interno
que a derme.
Tecido conjuntivo denso
É rico em fibras colagens que orientadas na mesma direção fazem com que esse tecido
seja pouco flexível, muito resistente ao estiramento, foram tendões e aponevroses que
unem os músculos aos ossos.
Tecido conjuntivo adiposo
É constituído principalmente por células adiposas. São acúmulos de tecido adiposo
localizado sob a pele ou nas membranas que revestem os órgãos internos por exemplo
no tecido subcutâneo do abdome e das nádegas, ele funciona como reservatório de
gordura, amortecedor de choques e contribuiu para o equilíbrio térmico dos organismos.
As células (adipócitos) são encontradas no tecido conjuntivo frouxo e ao longo dos
vasos.
Tecido hemapoiético ou sangüíneo
Tem este nome hemapoiético (hematos, sangue; poiese, formação), sua função é
produção de células do sangue. Localizado principalmente na medula dos ossos,
recebendo nome de tecido mielóide (mielos, medula). Nesse tecido encontram-se
células sangüíneas sendo produzidas, em diversos estágios de maturação.
Há duas variedades desse tecido: o linfóide, encontrado no baço, timo e gânglios
linfáticos, e o mielóide, que forma a medula óssea.
Tecido linfóide produz alguns tipos de leucócito e o tecido mielóide, além de vários
tipos de leucócito, produz hemácias (ou glóbulos vermelhos) e plaquetas.
Sangue é um tipo especial de tecido que se movimenta por todo o corpo, servindo como
meio de transporte de materiais entre as células. É formado por uma parte líquida, o
plasma, e por diversos tipos de célula.
O plasma contém inúmeras substâncias dissolvidas: aproximadamente 90% de água e
10% sais (Na,Cl,Ca,etc.), glicose, aminoácidos, colesterol, uréia, hormônios, anticorpos
etc.
As hemácias apresentam, dissolvido no seu citoplasma, importante para o transporte do
oxigênio.
As hemácias dos mamíferos têm a forma disco bicôncavo e não apresentam núcleo nem
organelas, e os demais vertebrados têm hemácias esféricas ou elipsóides, nucleadas e
com organelas, e sua forma facilita a penetração e saída de oxigênio, o que é importante
para a função dessas células, que é transportar oxigênio.
Os leucócitos são células incolores nucleadas e com os demais organóides celulares,
tendo quase o dobro do tamanho das hemácias. Encarregados da despesa do organismo,
eles produzem anticorpos e fagocitam microorganismos invasores e partículas estranhas.
Apresentam a capacidade de passar pelas paredes dos vasos sangüíneos para o tecido
conjuntivo, sem rompê-los, fenômeno este denominado diapedese. Distribuem-se em
dois grupos: granulócitos e agranulócitos, conforme tenham ou não, granulações
específicas no citoplasma.
Os leucócitos granulócitos são:
*Neutrófilos: coram-se por corantes neutros. O núcleo é polimórfico e apresentam-se
dividido em segmentos unidos entre si por delicados filamentos. São os leucócitos mais
abundantes do sangue circulante (65%); realizam diapedese, indo fazer a defesa através
da fagocitose.
*Eosinófilos: apresentam geralmente dois segmentos ligados ou não por um filamento
delicado e material nuclear. Também realizam diapedese e fagocitose.
*Basófilos: apresentam núcleos parcialmente dividido em dois segmentos; encerram
metade da histamia existe no sangue circulante e possuem também heparina. Estão
relacionados com reações alérgicas.
Os leucócitos agranulados são:
# Linfócitos: apresentam núcleo arredondado e citoplasma escasso. Os linfócitos B
passam para o Tecido conjuntivo e se transformam em plasmócitos que produzem
anticorpos. Os linfócitos T produzidos no timo, também estão relacionados com a
defesa imunitário.
# Monócitos: são as maiores células do sangue circulante normal; o citoplasma é
abundante, o núcleo é arredondado, oval ou uniforme. Em células mais velhas o núcleo
pode apresentar a forma de ferradura. Os monócitos têm capacidade de emitir e retrair
pseudópodos; são portanto, móveis e tendem a abandonar a corrente sangüínea e
ingressar nos tecidos onde fagocitam e são denominados macrófagos. Representam 6%
dos leucócitos.
As plaquetas (ou trombócitos), são pequenos corpúsculos que resultam da fragmentação
de células especiais produzidas pela medula óssea. Elas detêm as hemorragias, pois
desencadeiam o processo de coagulação do sangue que é o fenômeno da maior
importância para os animais vertebrado: quando há um ferimento, externo ou interno,
forma-se um coágulo, que age como um tampão para deter a hemorragia. Apesar de
aparentemente simples, sabe-se atualmente que a coagulação é controlada por inúmeros
fatores, incluindo-se aí fatores genéticos.
Tecido cartilaginoso
O tecido cartilaginoso tem consistência bem mais rígida que os tecidos conjuntivos. Ele
forma as cartilagens dos esqueléticos dos vertebrados, como, por exemplo, as orelhas a
extremidade do nariz, a laringe, a traquéia, os brônquios e as extremidades ósseas.
As células são os condrócitos, que ficam mergulhados numa matriz densa e não se
comunicam. A matriz pode apresentar fibras colágenas e elásticas, em diferentes
proporções, que lhe conferem maior rigidez ou maior elasticidade.
A cartilagem pode ser hialina quando tem somente fibras colágenas; elásticas, quando
também fibras elásticas; fibrosa, quando tem ambos os tipos de fibra, com predomínio
das colágenas.
Tecido ósseo
O tecido é o tecido se sustentação que apresenta maior rigidez forma os ossos dos
esqueletos dos vertebrados. É constituído pelas células ósseas, os osteócitos e por uma
matriz compacta e resistente.
Os osteócitos são dispostos ao redor de canais formam os sistemas de Havers, dispõe-se
em círculos concêntricos ao redor de um canal, por onde passam vasos sangüíneos e
nervos. As células se acham alojados em cavidades na matriz e se comunicam umas
com as outras por meio de prolongamentos finos.
A matriz é constituída por grande quantidade de fibras colágenas, dispostas em feixes,
entre os quais se depositam cristais, principalmente de fosfato de cálcio. A grande
resistência do tecido ósseo resulta dessa associação de fibras colágenas com o fosfato de
cálcio.
TECIDO MUSCULAR
O tecido muscular é constituído por células alongadas, em forma de fibras, que se
dispõe agrupadas, em forma de fibras, que se dispõe agrupadas em feixes. Essas células
são capazes de se contrair e conferem ao tecido muscular a capacidade de movimentar o
corpo.
Há três variedades de tecido muscular: liso, estriado e cardíaco.
O tecido muscular liso tem células mononucleadas, alongadas, de extremidades
afiladas. O citoplasma apresenta miofibrilas (Miofibrila:mio, músculo, fibrila, pequena
fibra),dispostas longitudinalmente, formadas por proteínas contráteis. É o tecido que
forma as paredes de vários órgãos, com intestino, vasos sangüíneos, bexiga etc.
O tecido muscular estriado é capaz de contrações rápidas, sob o controle da vontade,
denominado esquelético, por se prender aos ossos. Suas células são alongadas
cilíndricas e multinucleadas. Apresentam estrias transversais típicas, formadas pela
disposição paralela e regular das miofibrilas no citoplasma. Essas miofibrilas são
constituídas por duas proteínas contráteis: a actina forma filamentos finos e a miosina
filamentos mais grossos.
O tecido muscular cardíaco é um tecido estriado especial, cujas células apresentam
estrias como as do tecido esquelético, mas têm apenas um ou dois núcleos e são mais
curtas. Além disso, as fibras se fundem umas com as outras pelas extremidades.
TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso forma os órgãos dos sistemas nervosos central, periférico e autônomo.
Ele tem por função coordenar as atividades de diversos órgãos, receber informações do
meio externo e responder aos estímulos recebidos. É constituído por células nervosas ou
neurônios e células de apoio ou células da glia.
As células nervosas ou neurônios que é uma célula altamente diferenciada, de ciclo vital
longo, sem capacidade de divisão e de regeneração, têm prolongamentos ramificados, os
dendritos, e um cilindro-eixo, o axônio, geralmente mais longos que os dendritos.
Muitas vezes o axônio é protegido por um envoltório denominado bainha de mielina.
Os neurônios tem uma forma especial de reação, que consiste no impulso nervoso,
produzido sempre na mesma direção: dos dentritos são prolongados e partem do corpo
celular, recolhem impulsos nervosos e deste para o axônio.
Os neurônios relacionam-se uns com os outros pelas extremidades de suas ramificações,
que não se tocam mas ficam bem próximas. Essas áreas de conexão são denominadas
sinapses. É através das sinapses que o impulso passa do axônio de uma célula para os
dentritos de outra.
Feixes de axônios revestidos por tecido conjuntivo formam os nervos. Conforme os
axônios apresentam ou não a bainha de mielina, os nervos são classificados em
mielínicos ( nervos brancos) e a amielínicos (nervos cinzentos).
Encaixadas entre os neurônios, com função de apoio e preenchimento, encontram-se
células especiais que constituem a neuróglia.
Sistema Digestório humano
SISTEMA DIGESTÓRIO
Características
O tubo digestivo apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago,
intestino delgado, intestino grosso e ânus. A parede do tubo digestivo tem a mesma
estrutura da boca ao ânus, sendo formada por quatro camadas: mucosa, submucosa,
muscular e adventícia.
Os dentes e a língua preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação, os
dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá
facilitar a futura ação das enzimas. A língua movimenta o alimento empurrando-o em
direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de
papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: doce,
azedo, salgado e amargo.
A presença de alimento na boca, como sua visão e cheiro, estimula as glândulas
salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais
e outras substâncias.
Saliva e peristaltismo
A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio),
reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). O sais, na saliva, neutralizam
substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH levemente ácido (6, 7), ideal para a ação
da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua
para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas
peristálticas (como mostra a figura ao lado), levando entre 5 e 10 segundos para
percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e,
mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para
fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento
para o interior do estômago.
GLÂNDULAS SALIVARES
Saliva
A presença de alimento na cavidade bucal, bem como sua visão e cheiro, estimulam as
glândulas salivares a secretar saliva, que é um líquido levemente alcalino, uma solução
aquosa, de consistência viscosa, que umedece a boca, amolece a comida e contribui
para realizar a digestão.
A saliva contém a ptialina ou amilase salivar. Na cavidade bucal, a ptialina atua sobre
o amido transformando-o em moléculas menos complexas. Três partes de glândulas
salivares lançam sua secreção na cavidade bucal; parótida, submandibular e
sublingual:
Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na
parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.
Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do soalho da boca.
ESTÔMAGO
Estômago e suco gástrico
No estômago, o alimento é misturado com a secreção estomacal, o suco gástrico
(solução rica em ácido clorídrico e em enzimas (pepsina e renina).
A pepsina decompõem as proteínas em peptídeos pequenos. A renina, produzida em
grande quantidade no estômago de recém-nascidos, separa o leite em frações líquidas e
sólidas.
Apesar de estarem protegidas por uma densa camada de muco, as células da mucosa
estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a
mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja
totalmente reconstituída a cada três dias. O estômago produz cerca de três litros de
suco gástrico por dia. O alimento pode permanecer no estômago por até quatro horas
ou mais e se mistura ao suco gástrico auxiliado pelas contrações da musculatura
estomacal. O bolo alimentar transforma-se em uma massa acidificada e semilíquida, o
quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos,
liberado no intestino delgado, onde ocorre a parte mais importante da digestão.
Intestino delgado, suco pancreático e bile
O intestino delgado é dividido em três regiões: duodeno, jejuno e íleo. A digestão do
quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No
duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm
diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida
no fígado, que apesar de não conter enzimas, tem a importante função, entre outras, de
transformar gorduras em gotículas microscópicas.
INTESTINO DELGADO
Características
No intestino delgado ocorre a parte mais importante da digestão e é absorvida a maior
parte dos nutrientes. O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de
comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca
de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm).
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, a
abertura da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
Movimentos peristálticos
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes
musculares, movimentam o alimento, ao mesmo tempo em que este é atacado pela
bílis, enzimas e outras secreções. Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do
intestino, passam ao fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo.
Superfície interna
A superfície interna, ou mucosa, do intestino delgado, apresenta, além de inúmeros
dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas
vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As
membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez,
dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades.
PÂNCREAS
Características
O pâncreas é uma glândula digestiva de secreção interna e externa, de mais ou menos
15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a
parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O
pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e
de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais
de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco
na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgão estreitamente imbricados:
pâncreas exócrino e o endócrino.
Pâncreas Exócrino
O pâncreas exócrino secreta enzimas digestivas, reunidas em estruturas denominadas
ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua
secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a
digestão.
Pâncreas Endócrino
Secreta os hormônios insulina (quando não é produzida em quantidade suficiente, dá
origem a diabetes) e glucagon (hormônio com a regulação dos níveis de açúcar no
sangue), reunidas em estruturas denominadas Ilhotas de Langerhans, cujas células beta
secretam a insulina e as células alfa secretam o glucagon. Os hormônios produzidos
nas ilhotas de Langerhans caem diretamente nos vasos sangüíneos pancreáticos.
Doenças
O pâncreas pode ser atingido por inflamação (pancreatite), por tumores, cálculos,
cistos e pseudocistos (bolsas líquidas, geralmente conseqüentes a traumatismo);
algumas dessas alterações desempenham importante papel na gênese do diabete.
FIGADO
Características
O fígado é o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais
volumosa de todas as víceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto e na mulher
adulta, entre 1,2 e 1,4 kg, tem a cor vermelha-amarronzada, é friável e frágil, tem a
superfície lisa, recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior
direito da cavidade abdominal.
Funções do Fígado
Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas,
facilitando, assim, a ação da lipase;
Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é
reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do
organismo;
Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.
Tecido Hepático
É possível perder cerca de 75% deste tecido (por doença ou intervenção cirúrgica),
sem que ele pare de funcionar. O tecido hepático é constituído por formações
diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de células hepáticas
ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bílis
segregada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que,
junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bílis, que
descarrega seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar
os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros
hormônios.
O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas.
Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de
carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos
e muitas outras substâncias, como as enzimas. O termo hepatite é usado para definir
qualquer inflamação no fígado, como a cirrose.
As doenças do fígado consistem em:
Afecções inflamatórias agudas: difusas (hepatite) ou circunscritas (abscesso);
Afecções caracterizadas principalmente por esclerose (cirroses);
Afecções tumoriais (câncer do fígado, primitivo ou secundário);
Comprometimentos hepáticos no decorrer de afecções cardiovasculares (fígado
cardíaco);
Localizações hepáticas de diversas doenças gerais (cisto hidático).
Hormônios
Durante a digestão, ocorre a formação de certos hormônios. Veja na tabela abaixo, os
principais hormônios relacionados à digestão:
Hormônio
Local de
produção
Órgão-alvo
Função
Gastrina
Estômago
Estômago
Estimula a produção de suco gástrico
Secretina
Intestino
Pâncreas
Estimula a liberação de bicarbonato
Colecistoquinina Intestino
Pâncreas e
Estimula a liberação de bile pela vesícula e a
vesícula biliar liberação de enzimas pelo pâncreas.
Enterogastrona
Estômago
Intestino
Inibe o peristaltismo estomacal
Absorção de nutrientes no intestino delgado
O álcool etílico, alguns sais e a água, podem ser absorvidos diretamente no estômago.
A maioria dos nutrientes são absorvidos pela mucosa do intestino delgado, de onde
passa para a corrente sanguínea.
Aminoácidos e açúcares atravessam as células do revestimento intestinal e passam
para o sangue, que se encarrega de distribuí-los a todas as células do corpo. O glicerol
e os ácidos graxos resultantes da digestão de lipídios são absorvidos pelas células
intestinais, onde são convertidos em lipídios e agrupados, formando pequenos grãos,
que são secretados nos vasos linfáticos das vilosidades intestinais, atingindo a corrente
sanguínea.
Depois de uma refeição rica em gorduras, o sangue fica com aparência leitosa, devido
ao grande número de gotículas de lipídios. Após um refeição rica em açúcares, a
glicose em excesso presente no sangue é absorvida pelas células hepáticas e
transformada em glicogênio e sendo convertida em glicose novamente assim que a
taxa de glicose no sangue cai.
Absorção de água e de sais
Os restos de uma refeição levam cerca de nove horas para chegar ao intestino grosso,
onde permanece por três dias aproximadamente. Durante este período, parte da água e
sais é absorvida. Na região final do cólon, a massa fecal (ou de resíduos), se solidifica,
transformando-se em fezes. Cerca de 30% da parte sólida das fezes é constituída por
bactérias vivas e mortas e os 70% são constituídos por sais, muco, fibras, celulose e
outros não digeridos. A cor e estrutura das fezes é devido à presença de pigmentos
provenientes da bile.
INTESTINO GROSSO
Características
O intestino grosso tem um importante trabalho na absorção da água (o que determina a
consistência do bolo fecal). Mede cerca de 1,5 m de comprimento
Ele divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon
sigmóide e reto. Uma parte importante do ceco é o apêndice vermiforme vestigial, com
cerca de 8 cm de comprimento, cuja posição se altera com freqüência. A saída do reto
chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Alimentos no Intestino Grosso
Os alimentos e materiais de secreção atravessam o intestino movidos por contrações
rítmicas ou movimentos peristálticos de seus músculos, que se produz 7 vezes por
minuto. O intestino grosso não possui vilosidades nem segrega sucos digestivos,
normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis.
Entretanto, todas as substâncias alimentícias podem ser assimiladas, como no intestino
delgado. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se
condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.
Bactérias (Simbiose)
Numerosas bactérias vivem em simbiose no intestino grosso. Seu trabalho consiste em
dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e
proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
DISTÚRBIOS
Infecções intestinais
Alimentos e água que ingerimos podem estar contaminados com vírus ou bactérias
patogênicas. Alguns podem sobreviver e se multiplicar no aparelho digestivo,
causando infecções. Alguns vírus causam, na mucosa do estômago e do intestino,
inflamações denominadas gastrenterites, cujos principais sintomas são dor de barriga,
diarréia e náuseas.
Bactérias do grupo das salmonelas (freqüentes em carne de frango e em ovos mal
cozidos), podem se instalar no intestino e causar dores abdominais intensas, diarréias e
febre. Pessoas saudáveis se recuperam em poucos dias, mas crianças e pessoas idosas
podem morrer se não receberem cuidados médicos adequados.
A cólera e a febre tifóide causam epidemias com altos índices de mortalidade em
conseqüência da desidratação e a perda de sais minerais, decorrentes da diarréia. O
tratamento é feito com antibióticos e o doente deve ingerir muita água fresca e
soluções salinas.
Vômito
Quando comemos ou bebemos demais ou a comida ingerida está deteriorada, o
encéfalo põe em ação um sistema de emergência para eliminar o conteúdo estomacal:
o vômito. Contrações da musculatura abdominal pressionam o estômago, fazendo com
que o conteúdo estomacal suba pelo esôfago, saindo pela boca. O gosto ácido
característico do vômito é decorrente do suco gástrico que está misturado ao alimento.
Diarréia
É um processo em que a pessoa defeca várias vezes em um curto intervalo de tempo,
devido ao aumento dos movimentos peristálticos intestinais. A diarréia leva a rápida
eliminação do conteúdo intestinal e pode ocorrer devido a ingestão de alimento
deteriorado, por nervosismo ou por alergia a certos tipos de alimentos, entre outras
causas. O trânsito intestinal acelerado não dá o tempo necessário à absorção normal da
água, resultando em fezes aquosas, podendo levar a desidratação.
Constipação intestinal (ou prisão de ventre)
Ao contrário da diarréia, os movimentos peristálticos estão diminuídos. A causa mais
freqüente é a alimentação inadequada, com poucas fibras vegetais. A massa fecal se
resseca, devido a sua permanência prolongada no intestino grosso, dificultando a
defecação. A prisão de ventre pode ser aliviada pela ingestão de alimentos ricos em
fibras não-digeríveis, que aumentam o volume da massa alimentar, estimulando o
peristaltismo e a maior velocidade do trânsito intestinal.
Apendicite
Apendicite é uma inflamação do apêndice ileocecal, em forma crônica ou aguda. Esta
última manifesta-se por dores agudas na fossa ilíaca direita, mais exatamente no
chamado ponto de McBurney.
O Apêndice mede cerca de 8 cm de comprimento por 4 a 8 cm de diâmetro. Sua
posição com relação ao ceco varia muito de indivíduo para indivíduo. Em geral, ele se
projeta sobre a parede abdominal na altura do ponto de McBurney. O interior do
apêndice é revestido por um tecido linfóide semelhante ao das amígdalas.
Ocasionalmente, restos de alimentos ficam retidos na cavidade interna do apêndice
cecal, o que pode levar à sua inflamação, causando dores intensas. Sem tratamento, a
infecção acaba destruindo a parede, causando uma peritonite, que é a inflamação da
membrana que recobre a cavidade abdominal e os órgãos nela contidos.
O tratamento é feito através da remoção cirúrgica do apêndice inflamado.Na figura
acima, verifica-se um apêndice inflamado após sua extirpação cirúrgica. Se este
apêndice perfurasse, é provável que a infecção se estendesse a toda cavidade
abdominal, provocando uma peritonite.
Úlceras pépticas
Áreas extensas da parede do tubo digestivo podem ser lesadas pela ação de sucos
digestivos, originando feridas (as úlceras pépticas). Ocorrem principalmente no
duodeno, no estômago e na porção inferior do esôfago. Quando uma úlcera se
aprofunda e atinge a camada muscular há lesão de vasos sanguíneos, o que provoca
hemorragias. A lesão pode perfurar toda a parede do tubo digestivo (a úlcera
perfurada). Através da qual, bactérias podem atingir a cavidade abdominal, causando
inflamação da membrana que envolve as vísceras, o peritônio (peritonite), que pode
levar a morte. As úlceras podem ser tratadas com medicamentos que diminuem a
acidez estomacal e facilitam a cicatrização. No caso de áreas ulceradas muito extensas,
pode ser necessária a remoção cirúrgica da parte lesada.
Distúrbios hepáticos
Um dos constituintes da bile é o colesterol, substância insolúvel em água, mas que,
combinada aos sais biliares, forma pequenos agregados solúveis. Em certas condições,
no entanto, o colesterol pode se tornar insolúvel, formando pequenos grãos no interior
da vesícula biliar; são os cálculos vesiculares (as "pedras na vesícula"). Os cálculos
podem bloquear a saída da bile ou percorrer o conduto biliar, causando sensações
dolorosas. A concentração de colesterol na bile depende da quantidade de lipídios na
dieta. Pessoas que se alimentam de comida muito gordurosa tem maiores chances de
desenvolver pedras na vesícula biliar.
VESÍCULA BILIAR
Características
A vesícula biliar é um saco membranoso, em forma de pêra, e é um reservatório
alongado, situado na face inferior do fígado (lado direito). É um órgão muscular em
que se acumula a bile no intervalo das digestões (até 50 cm3), a bile é produzida pelo
fígado, passa pela vesícula biliar através de um pequeno tubo chamado ducto cístico.
Os tecidos que constituem as paredes musculares da vesícula biliar concentram a bile,
absorvendo grande parte da sua água e mantêm-na recolhida até o início do processo
de digestão.
Quando estimulada, a vesícula biliar contrai-se e manda a bílis concentrada através do
ducto biliar até o intestino delgado, auxiliando a digestão.
A afecção mais freqüente da vesícula biliar é a presença de cálculos que ocorrem
devido à existência de quantidades excessivas de cálcio e colesterol na bílis.
Pancreatite
Em situações anormais, o pâncreas pode reter suco pancreático, que ataca suas próprias
células. O resultado pode ser uma inflamação do pâncreas (a pancreatite), muitas vezes
fatal. A pancreatite pode ser causada por bloqueios do canal de eliminação do suco
pancreático ou por alcoolismo.
Câncer de colo intestinal
Nos países desenvolvidos, esse é um dos casos mais comuns de câncer. Está
relacionada com dietas alimentares pobres em fibras. Na falta de fibras, o peristaltismo
é mais lento, a mucosa intestinal fica mais tempo em contato com eventuais
substâncias cancerígenas presentes nos alimentos.
Flora intestinal
No intestino grosso proliferam diversos tipos de bactérias, muitas mantendo relações
amistosas, produzindo as vitaminas K e B12, riboflavina, tiamina, em troca do abrigo e
alimento de nosso intestino. Essas bactérias úteis constituem nossa flora intestinal e
evitam a proliferação de bactérias patogênicas que poderiam causar doenças.
Sangue humano
O sangue humano é constituído por um líquido amarelado, o plasma, e por três
tipos de células, genericamente chamadas elementos figurados do sangue:
hemácias (células vermelhas), leucócitos (células brancas) e plaquetas (ou
trombócitos).
Plasma sanguíneo
O plasma sanguíneo contém proteínas, sais e substâncias diversas, tais como
nutrientes, gás carbônico, excreções e hormônios. Cerca de 20% das proteínas do
plasma pertencem ao grupo das gamaglobulinas, que constituem os anticorpos;
estes protegem o organismo contra agentes infecciosos. Outra proteína importante
do plasma sanguíneo é o fibrinogênio, que atua na coagulação do sangue.
Hemácias
As hemácias, também chamadas glóbulos vermelhos, são células especializadas no
transporte de oxigênio. Elas são produzidas no interior dos ossos, a partir de
células da medula óssea vermelha denominadas eritroblastos. O eritroblasto fabrica
grande quantidade de hemoglobina e elimina o núcleo, transformando-se no
eritrócito ou hemácia. Uma hemácia permanece cerca de 120 dias em circulação.
Ao fim desse período, ela perde sua capacidade funcional e acaba sendo fagocitada
e digerida por células do fígado ou do baço. Calcula-se que, em apenas um
segundo, cerca de 2,4 milhões de hemácias sejam destruídos em nosso corpo. Ao
mesmo tempo, quantidade equivalente de hemácias é liberada pela medula dos
ossos, para substituir as que são removidas da circulação.
Leucócitos
Leucócitos ou glóbulos brancos são células especializadas na defesa do organismo,
combatendo vírus, bactérias e outros agentes invasores que penetrem no corpo. Os
leucócitos também são produzidos na medula dos ossos e podem ser de cinco tipos
básicos: neutrófilo, basófilo, acidófilo, linfócito e monócito.
Plaquetas
Plaquetas ou trombócitos são fragmentos de células especiais presentes na medula
dos ossos. A função das plaquetas é atuar na coagulação do sangue: elas liberam
substâncias denominadas fatores de coagulação nas regiões de ferimentos,
estimulando a formação de coágulos, que detêm uma eventual hemorragia.
Coagulação do sangue
Um dos importantes fatores de coagulação do sangue liberados pelas plaquetas é a
enzima tromboplastina-quinase, que age na transformação da protombina em
trombina. Essa substância, por sua vez, estimula a transformação de fibrinogênio
em fibrina. As moléculas de fibrina têm capacidade de se entrelaçar, formando uma
rede na qual as hemácias ficam retidas. Esse conjunto é o coágulo, uma espécie de
tampão que veda o ferimento.
Circulação
As células de todos os seres vivos precisam receber nutrientes e eliminar os resíduos de seu
metabolismo. Nos animais mais complexos e que possuem sistemas especializados no transporte
de inúmeras substâncias, há um coração que bombeia o líquido circulante para as células com
uma determinada frequência. O líquido circulante pode ser incolor, chamado de hemolinfa,
presente nos insetos, ou colorido e neste caso recebe o nome de sangue. A cor é determinada
pela existência de pigmentos, como é o caso da hemoglobina presente em muitos invertebrados
e em todos os vertebrados, que contêm átomos de ferro responsáveis pela coloração
avermelhada do sangue.
Como se dá a circulação nos diferentes filos animais.
Filo
Como é a circulação
Poríferos
Circulação de água pelo átrio, amebócitos móveis na camada
gelatinosa da parede do corpo.
Cnidários
Cavidade gastrovascular - digestão de alimento e circulação de
água e substâncias dissolvidas.
Platelmintos
Anelídeos em
diante
Cavidade digestiva ramificada (cavidade gastrovascular).
Sistema circulatório - vasos favorecem o fluxo contínuo de
material dissolvido em água.
Os dois tipos de sistemas circulatórios
Nos animais, há dois tipos de sistema circulatório: sistema aberto e sistema fechado. No
sistema circulatório aberto, o líquido bombeado pelo coração periodicamente abandona os vasos e
cai em lacunas corporais. Nessas cavidades, as trocas de substâncias entre o líquido e as células
são lentas. Vagarosamente, o líquido retorna para o coração, que novamente o bombeias para os
tecidos. Esse sistema é encontrado entre os artrópodes e na maioria dos moluscos. A lentidão
de transporte de materiais é fator limitante ao tamanho dos animais. Além disso, por se tratar de
um sistema aberto, a pressão não é grande, suficiente apenas para o sangue alcançar pequenas
distâncias.
O gafanhoto possui circulação aberta
No sistema fechado, o sangue nunca abandona os vasos. No lugar das lacunas corporais,
existe uma grande rede de vasos de paredes finas, os capilares, pelos quais ocorrem troca de
substâncias entre o sangue e os tecidos. Nesse tipo de sistemas, o líquido circulante fica
constantemente em movimento, a circulação é rápida. A pressão desenvolvida pela bomba
cardíaca é elevada e o sangue pode alcançar grandes distâncias. O tamanho dos animais pode ser
maior. Esse tipo de sistema circulatório é encontrado nos anelídeos, em alguns moluscos ágeis
(lulas e polvos) e em todos os vertebrados.
Circulação fechada de um anelídeo.
A circulação humana
No ser humano, como em todos os mamíferos, a circulação é feita através de um sistema fechado
de vasos sanguíneos, cujo núcleo funcional é o coração. A circulação é responsável pela
disseminação de alimentos e de oxigênio e retirada dos restos formados pelas atividades celulares,
esse trabalho é executo pelo sangue.
Coração Humano
- Tamanho: aproximadamente o de um punho
fechado.
- Peso: cerca de 300 gramas.
- Número de batimentos cardíacos por minuto: bate
ente 72 e 80 vezes/min.
- Função: mantém uma corrente constante de sangue
venoso para os pulmões e outra de sangue arterial
para as diferentes partes do corpo.
O coração é um músculo oco, de fibras estriadas,
revestido externamente pelo pericárdio (serosa) e
dividido por um septo vertical em duas metades.
Cada metade consiste de duas câmaras: 1 aurícula
superior e 1 ventrículo inferior. Entre cada câmara há
uma válvula, a tricúspide do lado direito do coração e
a bicúspide ou mitral, do lado esquerdo.
Estas válvulas abrem-se em direção aos ventrículos
durante a contração das aurículas e, em seguida,
fecham-se, impedindo o refluxo do sangue. Na
aurícula direita chegam às veias cavas superior e
inferior e na aurícula esquerda, as quatro veias
pulmonares.
Do ventrículo direito sai a artéria pulmonar e do ventrículo esquerdo sai a artéria aorta. Em
cada contração, o sangue é bombeado, com certa pressão, para o interior dos vasos sanguíneos
(artérias, arteríola, capilares vênulas e veias).
O coração funciona como uma bomba e seu trabalho resulta na circulação do sangue no
organismo. Esse trabalho é possível graças à presença de uma musculatura cardíaca chamada
miocárdio. Quando o coração se relaxa (diástole), enche-se de sangue, que chega através das
veias; ao contrair os vasos, artérias, o sangue é levado para todo o organismo.
Os movimentos cardíacos: Sístole e Diástole
A contração ventricular é conhecida como sístole e nela ocorre o esvaziamento dos ventrículos. O
relaxamento ventricular é conhecido como diástole e é nessa fase que os ventrículos recebem
sangue dos átrios.
A contração ventricular força, então, a passagem de sangue para as artérias pulmonar e aorta,
cujas válvulas semilunares (três membranas em forma de meia lua) se abrem para permitir a
passagem de sangue. Uma vez no interior desses vasos, o retorno do sangue (refluxo) para os
ventrículos a partir das artérias aorta e pulmonar é evitado pelo súbito fechamento dessas
mesmas válvulas.
O sangue
Os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas são como as peças de um carro. Cada
um tem uma função definida. Os glóbulos vermelhos levam oxigênio. Os brancos combatem
infecções, ou seja, vírus e bactérias que atacam o corpo e nos deixam doentes. E as plaquetas
ficam responsáveis por parar os sangramentos, como quando alguém faz um corte na mão - ou
seja, a plaqueta ajuda na coagulação do sangue. Os três estão misturados numa substância
líquida chamada plasma. Um homem tem em média 5 milhões de glóbulos vermelhos por
milímetro cúbico de sangue.
O sangue não anda só por avenidas. Existem também as ruas, que são as vênulas e as
arteríolas - veias e artérias menores. E ainda há ruazinhas chamadas de vasos capilares.
Tudo isso porque o sangue tem que chegar em cada pequeno quarteirão do nosso corpo,
na mais remota periferia.
Olhe para sua mão: tem um monte de veias e artérias debaixo da pele. É assim no seu corpo
inteiro. Por isso, quando você leva um corte - não importa onde seja - sempre sai sangue. Tudo
bem, o sangue está por todo o corpo. Mas quanto sangue, exatamente?
Depende do tamanho da pessoa. Um adulto tem cinco litros, em média.
Características dos vasos
As artérias: Sua função é transportar sangue oxigenado sob uma pressão elevada aos
tecidos, por esta razão as artérias têm paredes vasculares fortes e o sangue flui rapidamente
nelas. As artérias são tubos expansíveis que têm três capas:



Interna ou íntima: formada por tecido endotelial.
Média: composta principalmente por fibras elásticas.
Externa ou adventícia: composta principalmente por tecido fibroso. Pela presença do
tecido elástico as artérias respondem de forma passiva à pressão do sangue contido.
O tecido elástico perde a flexibilidade com a velhice e então as artérias tendem a encolher-se,
tornando-se tortas e endurecidas, o que faz com que a pressão se modifique.
As arteríolas: São as últimos partes do sistema arteriolar. Sua estrutura é similar às artérias,
sendo a capa média principalmente muscular, pelo que se espera que haja mudanças ativas e não
passivas em seu calibre. Portanto a quantidade de sangue que chega à camada capilar pode
aumentar ou diminuir em resposta às necessidades dos tecidos e, às vezes, em resposta à
atividade emocional. Por exemplo: a palidez provocada pelo medo, a frieza das mãos devida à
apreensão ou o rubor facial ante a vergonha.
Os capilares: Os capilares são compostos de uma só capa: o endotélio. Em média, não medem
mais do que 1mm de comprimento e servem de conexão entre arteríolas e vênulas. A função dos
capilares é intercambiar líquidos, nutrientes, eletrólitos, hormônios e outras substâncias entre o
sangue e o líquido intersticial ou tissular. Para esta função as paredes capilares são muito finas e
permeáveis às moléculas pequenas.
As vênulas e veias: As vênulas recolhem o
sangue dos capilares. Estas se unem para
formar veias. Possuem três capas como as
artérias, porém mais finas, especialmente a
capa média. A pressão nelas é mais baixa em
comparação com as artérias. As veias atuam
como condutoras para o transporte do sangue
dos tecidos até o coração mas, de forma
igualmente importante, servem como reserva
fundamental do sangue. As veias têm um
calibre muito maior do que as artérias, sendo
seu fluxo muito mais lento. Estas devolvem
ao coração o sangue contra a gravidade e, por
isso, têm válvulas que fomentam o fluxo de
retorno venoso ao coração.
A congestão venosa que se sente nos pés
quentes e cansados ao fim de um dia
movimentado diminui colocando-se os pés em
posição mais alta do que o tronco.
A pequena circulação
A artéria pulmonar parte do ventrículo direito e se bifurca logo em artéria pulmonar direita e
artéria pulmonar esquerda, que vão aos respectivos pulmões. Uma vez dentro dos pulmões,
ambas se dividem em tantos ramos quantos são os lobos pulmonares; depois uma posterior
subdivisão ao nível dos lóbulos pulmonares, estes se resolvem na rede pulmonar.
As paredes dos capilares são delgadíssimas e os gases respiratórios podem atravessá-las
facilmente: o oxigênio do ar pode assim passar dos ácinos pulmonares para o sangue; ao
contrário, o anidrido carbônico abandona o sangue e entra nos ácinos pulmonares, para ser depois
lançado para fora. Aos capilares fazem seguimento as vênulas que se reúnem entre si até
formarem as veias pulmonares. Estas seguem o percurso das artérias e se lançam na aurícula
esquerda. A artéria pulmonar contém sangue escuro, sobrecarregado de anidrido carbônico
(sangue venoso). As veias pulmonares contêm, contrariamente, sangue que abandonou o anidrido
carbônico e se carregou de oxigênio, tomando a cor vermelha (sangue arterial).
A grande circulação
A aorta, ponto de início da grande circulação, parte do ventrículo esquerdo. Forma um grande
arco, que se dirige para trás e para a esquerda, segue verticalmente para baixo, seguindo a
coluna vertebral, atravessa depois o diafragma e penetra na cavidade abdominal. Ao fim do seu
trajeto, a aorta se divide nas duas artérias ilíacas, que vão aos membros inferiores. Da aorta se
destacam numerosos ramos que levam o sangue a várias regiões do organismo. Da aorta partem
as artérias subclávias que vão aos membros superiores e as artérias carótidas que levam o sangue
à cabeça. Da aorta torácica partem as artérias bronquiais, que vão aos brônquios e aos pulmões,
as artérias do esôfago e as artérias intercostais.
Respiração
O processo respiratório
As células obtêm energia necessária à manutenção do metabolismo por meio da respiração
celular. Nesse processo, moléculas orgânicas de alimento reagem com moléculas de gás oxigênio
(O2), produzindo moléculas e água e de gás carbônico (CO2), além de energia.
Excetuando alguns vermes intestinais, que independem de oxigênio para sobreviver, a maioria dos
animais precisa obter do meio o gás oxigênio e conduzi-lo às células para utilização no
metabolismo aeróbio.
A tomada de oxigênio e a remoção de gás carbônico, ou seja, as trocas gasosas
efetuadas pelos animais caracterizam o que se conhece por respiração.
O local do corpo do animal onde ocorrem as trocas gasosas com o meio é chamado de superfície
respiratória. Gás oxigênio do meio se difunde através das membranas das células que reveste a
superfície respiratória, sendo daí distribuído para todas as células do corpo; o gás carbônico faz o
caminho inverso.
Trocas gasosas
Nos organismos de pequeno porte e/ou com atividade metabólica menor, que vivem em ambiente
aquático, as trocas gasosas não constituem problema. Elas simplesmente ocorrem pela superfície
do corpo, por simples difusão. É o que acontece com a única célula dos protozoários e com os
invertebrados como esponjas, cnidários, platelmintos e nematelmintos.
Nos animais de organização mais complexa, muitas vezes maiores em tamanho e mais ativos, a
distância entre as células mais internas e o meio aumenta, o que constitui um fator limitante da
difusão de gases pelo corpo. Nesse caso diversas adaptações, representadas pelos órgãos
respiratórios, como pele, traquéias, brânquias e pulmões, facilitam a ocorrência de trocas
gasosas. Neles uma característica básica é mantida: as trocas gasosas continuam se realizando
por simples difusão, através de superfícies finas, úmidas e permeáveis. Os gases precisam estar
em solução na água para entrar ou sair das células, por isso a superfície de trocas gasosas deve
estar sempre umedecida.
Respiração cutânea
No caso de a troca de gases respiratórios ocorrer por toda a
superfície do corpo, fala-se em respiração cutânea. Animais
que apresentam esse tipo de respiração são geralmente
pequenos e possuem corpo cilíndrico ou achatado. Sua pele é
ricamente vascularizada e contém inúmeros capilares
sanguíneos espalhados por ela, o que amplia
consideravelmente a capacidade para a troca de gases.
A respiração cutânea pode estar presente tanto em animais
aquáticos (poríferos, celenterados e platelmintos
aquáticos) como em animais terrestres (platelmintos
terrestres, minhocas e anfíbios). O ambiente úmido é
fundamental para a respiração cutânea ocorrer, uma vez que
a superfície do corpo deve estar umedecida para permitir a
difusão dos gases. Nos anfíbios a respiração cutânea
complementa a respiração pulmonar.
Respiração Branquial
As brânquias (popularmente conhecidas como guelras) dos peixes ósseos são projeções laterais
da faringe, localizadas em uma câmera branquial. Para encontrá-las é preciso levantar o opérculo
uma tampa óssea protetora situada lateralmente, próxima à cabeça. Cada brânquia é constituída
por delicados filamentos branquiais. Por sua vez, esses filamentos contêm várias lamelas,
ricamente vascularizadas. Através dessa rede capilar, de paredes extremamente finas, dá-se a
troca de gases do sangue.
O fluxo de sangue em cada lamela segue em direção o posta à direção da água que a
banha. Esse fluxo em contracorrente garante a perfeita oxigenação. Ao mesmo tempo o gás
carbônico é expulso para a água. Depois de passar pelas brânquias, o sangue ricamente
oxigenado é conduzido diretamente para todo o corpo, sem passar pelo coração.
A maioria dos animais aquáticos respira através de brânquias. A estrutura das brânquias varia em
complexidade, desde tipos simples, como a dos equinodermos, até os complexos, como a presente
em crustáceos e peixes.
Nos equinodermos o gás captado pelas
brânquias difunde-se para o fluido celômico, de
onde si distribui para todo o corpo. Nos outros
animais que respiram através das brânquias a
distribuição do gás oxigênio para as células do
corpo é feita pelo sistema circulatório.
Respiração traqueal
Diversos artrópodos terrestres, tais como
insetos, quilópodos, diplópodos, alguns
carrapatos e algumas aranhas, respiram por
meio de traquéias.
As traquéias dos insetos são finíssimos túbulos
condutores. Originam-se de minúsculos
orifícios, os espiráculos, localizados nas
regiões laterais do tórax e abdômen e
terminam nas células. As contrações da
musculatura corporal funcionam como fole,
bombeando e expulsando ar dos túbulos. Dessa
forma o ar entra com oxigênio e sai com gás
carbônico.
As traquéias estão diretamente em contato
com os tecidos. Isso quer dizer que, nos
insetos, o sistema respiratório funciona
independentemente do sistema circulatório.
Respiração Pulmonar
Diversos animais terrestres, tais como caracóis, algumas aranhas, escorpiões e vertebrados,
respiram por meio de pulmões. Estes são bolsas de ar localizadas no interior do corpo. O gás
oxigênio presente no ar que penetra nos pulmões difunde-se para o sangue ou para a hemolinfa,
distribuindo-se pela circulação.
Caracóis, aranhas e escorpiões não apresentam nenhum mecanismo especial para forçar a entrada
e saída de ar dos pulmões; a renovação de gases ocorre por simples difusão. Já os vertebrados
dispõem de mecanismo de ventilação pulmonar que garantem a constante renovação do ar
nos pulmões.
Trocas Gasosas e Transporte de Gases
Difusão de gases nas superfícies respiratórias
As trocas gasosas entre o meio e as superfícies respiratórias ocorrem por meio da difusão. Em
linhas gerais, difusão é o movimento de partículas de uma região, em que elas estão em maior
concentração, para outra em que estão em menor concentração.
Para que o gás oxigênio possa se difundir da água para as brânquias de um peixe, por exemplo, é
preciso haver concentração mais elevada do gás na água que no sangue que circula nas
brânquias. Por outro lado, para que o gás carbônico difunda-se das brânquias para a água
circundante é necessário que a concentração desse gás seja mais elevada no sangue que no meio
circundante.
A concentração de um determinado gás, seja no ar ou na água, é expressa em termos de
sua pressão parcial. As pressões parciais do gás oxigênio (PO2) e do gás carbônico
(PCO2) no ar atmosférico são, respectivamente, da ordem de 160 mmHg e 0,23 mmHg.
Esses valores são obtidos da porcentagem em que cada gás está presente no ar pela pressão
atmosférica ao nível do mar. Veja no quadro:
Gás
Concentração no ar
Fração X Pressão
atmosférica
Pressão parcial
O2
21%
0,21 X 760 mmHg
= 160 mmHg
CO2
0,03%
0,003 X 760 mmHg
= 0,23 mmHg
O ar que inspiramos possui PO2 igual a 160 mmHg e PCO2 igual a 0,23 mmHg. No interior dos
pulmões o ar inspirado se mistura com o ar residual ali presente, de modo que as pressões
parciais do gás oxigênio e do gás carbônico passam a ser, respectivamente, 104 mmHg e 40
mmHg.
O sangue venoso que chega aos capilares sanguíneos dos pulmões, por sua vez tem PO2 igual a
40 mmHg e PCO2 igual a 45 mmHg. Como o PO2 do ar pulmonar (104 mmHg) é maior que a do
sangue dos capilares pulmonares (40 mmHg), ocorre difusão de gás oxigênio do ar pulmonar para
o sangue. Por outro lado, como a PCO2 do sangue dos capilares (45 mmHg) é maior que a PO2 do
ar pulmonar(40 mmHg), ocorre difusão do gás oxigênio do sangue para os pulmões. Ao passar
pelos capilares dos tecidos corporais, o sangue cede o gás oxigênio obtido nos pulmões e adquire
gás carbônico.
Transporte de O2
Muitos a animais apresentam no sangue ou na hemolinfa, substâncias coloridas denominadas
pigmentos respiratórios. Essas substâncias são capazes de se combinar com o gás oxigênio,
aumentando significantemente a capacidade de transporte desse gás pelo corpo. Os principais
pigmentos respiratórios presentes no animais são a hemoglobina e a hemocianina.
Se o sangue humano não tivesse hemoglobina ele seria capaz de transportar apenas 2%
do gás oxigênio de que o corpo necessita.
Hemoglobina
A hemoglobina é uma proteína constituída por quatro cadeias polipeptídicas associadas a um
grupamento químico denominado grupo heme, que contém ferro. Uma molécula de
hemoglobina (Hb) é capaz de se combinar com quatro moléculas de gás oxigênio, formando a
oxiemoglobina.
Hb + 4 O2 -------> Hb (O2)4
A hemoglobina está presente no sangue de todos os vertebrados, alojada no interior das
hemácias. Alguns invertebrados como certas espécies de anelídeos, de nematelmintos, de
moluscos e de artrópodos, possuem hemoglobina dissolvida na hemolinfa.
Hemocianina
A hemocianina é uma proteína que contém átomos de cobre em sua composição. É encontrada em
muitas espécies de moluscos e de artrópodes dissolvida na hemolinfa. Quando combinadas com
moléculas de gás oxigênio, a hemocianina se torna azulada. Em sua forma livre, entretanto, ela é
incolor.
Transporte de CO2
No homem e em outros mamíferos, cerca de 5 a 7% do gás carbônico liberado pelos tecidos
dissolvem-se diretamente no plasma sanguíneo e assim é transportado até os pulmões. Outros
23% se associam a grupos amina da própria hemoglobina e de outras proteínas do sangue, sendo
por elas transportados.
A maior parte do gás carbônico liberado pelos tecidos (cerca de 70%) penetra nas hemácias e é
transformado, por ação da enzima anidrase carbônica , em ácido carbônico, que
posteriormente se dissocia nos íons H+ e bicarbonato.
CO2 + H2O --------> H2CO3 --------> H+ + HCO3
Os íons H+ se associam a moléculas de hemoglobina e de outras proteínas, enquanto os íons
bicarbonato se difundem para o plasma sanguíneo, onde auxiliam na manutenção do grau de
acidez do sangue.
Condição de transporte
Porcentagem
Dissolvido no Plasma
7%
Associado à proteínas
23%
Na forma de bicarbonato
70%
Um processo inverso ao que ocorre nos capilares dos tecidos acontece nos pulmões. Aí as
moléculas de gás carbônico e os íons H+ se dissociam das proteínas. No interior das hemácias os
íons H+ se combinam ao bicarbonato, reconstituindo o ácido carbônico. Este por ação da enzima
anidrase carbônica, é, então, decomposto em gás carbônico e água.
O sistema respiratório humano
As fossas nasais (ou cavidades nasais) e a boca são os locais de entrada do ar que se dirige ao
nosso sistema respiratório. O ar que entra pelas fossas nasais é filtrado, umedecido e
aquecido, antes de ir para a traquéia. Cílios que revestem o epitélio das fossas nasais retêm
partículas de sujeira e microorganismos que existem no ar. As partículas aderem ao muco
produzido pelas células epiteliais e, posteriormente, são expelidas das fossas nasais.
Em seguida o ar passa pela laringe (local onde se encontram as nossas cordas vocais – ou pregas
vocais), atravessando a glote que é a entrada da laringe. Logo acima dela há uma estrutura
cartilaginosa, a epiglote, que fecha a passagem do alimento para a laringe, não havendo perigo
do alimento entrar nas vias respiratórias. A seguir o ar penetra na traquéia, que se bifurca em
dois brônquios principais. Cada brônquio ramifica-se inúmeras vezes e origina bronquíolos
progressivamente menos calibrosos, até se formarem os bronquíolos terminais. Estes, por sua
vez, terminam em bolsinhas, de parede extremamente delgada, os alvéolos pulmonares.
Trocas gasosas: acontecem nos alvéolos
As trocas gasosas se dão entre o ar alveolar e o sangue contido
nos capilares. O sangue proveniente dos tecidos é rico em gás
carbônico e pobre em oxigênio. O ar alveolar é rico em oxigênio e
pobre em gás carbônico.
O gás carbônico se difunde do sangue para o ar alveolar, deixando
livres as moléculas de hemoglobina existentes nas hemácias. Por
sua vez, o oxigênio difunde-se do ar alveolar para o sangue,
ocupando os lugares vagos existentes nas moléculas de
hemoglobina.
Legenda:
1- Oxigênio 2- Gás carbônico
3- Sangue arterial 4- Ar inalado/ exalado
5- Sangue venoso 6- Capilar sanguíneo
Ventilação pulmonar humana: a ação do diafragma
No homem e nos demais mamíferos a ventilação pulmonar depende dos músculos intercostais
(situados entre as costelas) e do diafragma.
A entrada de ar nos pulmões, a inspiração, se da pela contração da musculatura do diafragma e
dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas se elevam, o que aumenta o volume
da caixa torácica, forçando o ar a entrar nos pulmões.
A saída de ar dos pulmões, a expiração, se dá pelo relaxamento da musculatura do diafragma e
dos músculos intercostais. O diafragma se eleva e as costelas abaixam, o que diminui o volume da
caixa torácica, forçando o ar a sair dos pulmões.
Capacidade pulmonar
A cada movimento respiratório, um homem jovem inala e exala, em média, cerca de meio litro de
ar; esse valor é um pouco menor para a média das mulheres.
O volume máximo de ar que pode ser inalado e exalado em uma respiração forçada é denominado
capacidade vital, algo em torno de 4 a 5 L, para um homem jovem. Os pulmões, no entanto,
contêm mais ar que a sua capacidade vital, pois é impossível expirar a totalidade de ar contido
nos alvéolos. Mesmo quando se força ao máximo a expiração, ainda resta cerca de 1,5 L de ar
nos pulmões; esse é o ar residual.
Mais de 10 mil litros de ar entram e saem de nossos pulmões, a cada 24 horas. Nesse
período os pulmões absorvem entre 450 e 500 L de gás oxigênio e expelem entre 400 e
450 L de gás carbônico.
Controle da respiração
O que aconteceria a uma pessoa se ela tentasse segurar a respiração voluntariamente por algum
tempo?
Imediatamente, um comando
localizado no bulbo – ou medula
oblonga (um órgão componente do
nosso sistema nervoso central)
enviaria a mensagem aos músculos
respiratórios, fazendo com que se
contraíssem. Esse centro de comando,
conhecido como centro respiratório
bulbar, é altamente sensível ao
aumento de CO2 no sangue e à
diminuição do pH sanguíneo
decorrente do acúmulo desse gás.
Lembre-se que o CO2 em solução
aquosa forma H2CO3, ácido carbônico,
que se ioniza em H+ e H2CO3-. O
aumento da acidez e o próprio CO2 em
solução física no plasma estimulam os
neurônios do centro respiratório.
Consequentemente, impulsos nervosos
seguem pelo nervo que inerva o
diafragma e a musculatura intercostal,
promovendo a sua contração e a
realização involuntária dos
movimentos respiratórios.
De início, ocorre uma hiperventilação,
ou seja, o ritmo dos movimentos
respiratórios aumenta na tentativa de
expulsar o excesso de gás carbônico.
Lentamente, porém, a situação se
normaliza e a respiração volta aos
níveis habituais.
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