TECIDO EPITELIAL Os tecidos são formados por células mais a matriz extracelular produzida por elas, e a matriz existe em diversas quantidades nos diferentes tecidos. Os tecidos geralmente juntam-se uns aos outros para formar órgãos e sistemas no organismo animal. Os epitélios são constituídos por células geralmente poliédricas, justapostas, entre as quais há pouca substância extracelular. Essas células epiteliais se aderem umas nas outras para formar camadas continuas que reveste a superfície externa e as cavidades do corpo (boca, tubo digestivo, etc.); sendo chamados de epitélios de revestimento”. Existem também os epitélios glandulares (produção de secreção) e neuroepitéluios (captação de estímulos). As células provém dos 3 folhetos germinativos. As que cobrem a boca, pele, ânus, têm origem ectodérmica. Os que revestem o tubo digestivo, pâncreas e fígado têm origem endodérmica, e o endotélio que reveste internamente os vasos sanguíneos têm origem mesodérmica. Geralmente a forma do núcleo acompanha a forma da célula: cúbicas com núcleo esférico, e prismáticas com núcleo elíptico. Com excecao do glicocálix (delgada camada glicoproteica que reveste as células epiteliais), não existe substância intersticial entre elas; ele serve para processos de pinocitose, adesão entre células (cimento), processos imunológicos (rejeição), etc. Os epitélios possuem na sua superfície de contato com o tecido conjuntivo, a chamada lâmina basal, uma estrutura de + - 20 a 100 nm, formada principalmente por colágeno IV, laminina (glicoproteína) e proteoglicanas. A lâmina separa e prende o epitélio ao tecido conjuntivo, mas permite a passagem de várias moléculas. A lâmina basal pode ser vista se corada pelo método PAS, ou por impregnação das fibra reticulares pela prata. Em alguns locais da lâmina basal existem acúmulos de fibras reticulares e compléxos glicoproteicos, recebendo o nome de membrana basal. Na pele, por ex. , a lâmina basal se fixa no conjuntivo através de finas fibrilas colágenas chamadas fibrilas de ancoragem. As células epiteliais possuem grande adesão mútua, principalmente em epitélios sujeitos a fortes trações e pressões como a pele (sem queratina). Essa adesão é em parte devido a ação adesiva do glicocálix (que pode perder ação na ausência de Ca++) As membranas laterais dessas células exibem junções celulares, que servem para vedar ou aderir os espaços intercelulares, impedindo ou não o fluxo de moléculas entre as células. As zônulas de oclusão são junções mais apicais, em forma de faixa ao redor das células, ocorrendo uma justaposição de membranas celulares vizinhas, formando uma barreira protetora que impede a passagem de moléculas entre células epiteliais (efeito selador). A zônula de adesão circunda toda a célula, contribuindo para a aderência entre células vizinhas. O “gap junction” é caracterizado pela oposição de membranas de células adjacentes. São formados por hexámeros proteicos, cada um com um poro hidrofílico. Cada hexámero se alinha com o da célula vizinha, formando um canal que permite a passagem de moléculas informacionais (hormônios, AMP cíclico, GMP, íons, etc.) e propagar informações entre células vizinhas. Inibidores metabólicos como os que bloqueiam a oxidação fosforilativa, impedem a formação da gap. O desmossoma é estrutura em forma de disco formado pela membrana de duas células contíguas e tem a ação de adenina intercelular. Na zona de contato entre certas células epiteliais e a lâmina basal existem hemidesmossomas (parece meio desmossomas) que auxiliam a fixação da célula epitelial à lâmina basal. Então as junções celulares são 3 : junções de adesão (zônula de adesão, desmossoma e hemidesmossomas), junções impermeáveis ( zônula de oclusão) e junções de comunicação (gap junction). Convenciona-se chamar de pólo basal da célula a porção em contato com a lâmina basal e de pólo apical a porção em direção oposta. A superfície livre das células epiteliais podem possuir outras estruturas. Nas células epiteliais com função de absorção (intestino) possuem na superfície livre milhares de microvilos, que aumentam a absorção (aumenta a superfície de contato das células). Podem apresentar estéreocilios, que aumentam a superfície celular, facilitando o trânsito de moléculas para dentro e fora da célula. Ocorre também a presença de cílios, estruturas móveis e alongadas (formado por microtúbulos) com movimento coordenado em uma única direção, além de flagelos (presentes em espermatozóides). Classifica-se os epitélios de acordo com sua estrutura e função em: revestimento e glandulares. Os epitélios de revestimento são tecidos cujas células se dispõem em camadas, recobrindo superfícies externas ou cavidades do corpo. Sempre apoiados numa camada de tecido conjuntivo que possue os casos sanguíneos que nutrem o epitelial. São classificados conforme o no. E de camadas e quanto ao formato das células da camada mais superficial. Quanto ao no. de camadas podem ser simples ou estratificados. epitélio simples é dividido em pavimentoso, cúbico e prismático. epitélio estratificado é dividido em pavimentoso, prismático e transição. existe o epitélio pseudo-estrtificado, que tem uma camada de células de diversas alturas, cujos núcleos estão em diferentes níveis, mas todas as células atingem a lâmina basal. epitélio estratificado pavimentoso é encontrado principalmente na pele. Epitélios de revestimento Com raras exceções o tecido epitelial não é penetrado por vasos sanguíneos e sua nutrição é feita por difusão através do tecido conjuntivo. São inervados, recebendo terminações nervosas livres.(mas não tem nervos). Os epitélios glandulares são formados por células com a função de produzir secreções. Quase sempre os produtos elaborados pelas células glandulares são acumulados por um tempo em grânulos de secreção. Os epitélios glandulares formam as glândulas. Quando cada célula secretora aparece isolada, a glândula é unicelular, mas a maioria é pluricelular. As glândulas surgem da proliferação das células epiteliais que penetram no conjuntivo e depois se diferenciam. EXÓCRINAS (onde a secreção sai por ductos para a superfície epitelial livre) e as ENDÓCRINAS ( a secreção é lançada no meio extracelular e levada pelo sangue). As glândulas exócrinas podem ser classificadas conforme o modo pelo qual a secreção (extrusão) sai das células: MERÓCRINAS, onde só sai o produto da secreção, HOLÓCRINAS onde toda a célula se destaca da glândula e arrasta consigo o produto da secreção, e APÓCRINAS onde o produto da secreção é eliminado junto com pequena parte do citoplasma apical. ( glândula salivar; glândula sebácea; glândula sudorípara ) As glândulas endócrinas podem ser classificadas em: CORDONAL - células dispostas em cordões, separados por capilares sanguíneos dilatados. (adrenal e hipófise) VESICULAR - células se agrupam formando vesículas com uma camada celular. (tireóide) As glândulas exócrinas possuem a porção secretora e o ducto excretor que transporta a secreção para o exterior da célula. Quando existe um único ducto sem divisões, é glândula simples. Quando os tubos se dividem é glândula composta. A forma da porção secretora classifica as em acinosas ou tubulares. Existem células com função endócrinas e exócrinas como células hepáticas. Os epitélios são tecidos com vida limitada e ocorre constante renovação. Em condições patológicas, certas células podem sofrer alterações e originar outro tipo de tecido. Esse processo é a metaplasia, alteração reversível. Em fumantes crônicos, o fumo provoca a mudança do epitélio estratificado pavimentoso. A metaplasia não ocorre só nos tecidos epiteliais. A atividade da glândula depende de X fatores: gênico e exógeno. O controle gênico se dá da desrrepressao de 1 ou mais genes que iniciarão os processos de secreção. Os fatores exógenos são de controle nervoso e hormonal , pois de modo geral as glândulas sensíveis. Por exemplo a secreção exógena do pâncreas dependendo do hormonio secretina e as glândulas salivares sob controle do sistema nervoso. O controle nervoso e o hormonal se dá através dos mensageiros químicos (hormônios e neurotransmissores). O mensageiro pode penetrar na célula, liga-se ao DNA ativando genes ou ocorre interação dos mensageiros químicos com receptores localizados na membrana da célula glandular. Todas as células são capezes de transportar íons em sentido contrário ao gradiente de concentração utilizando ATP (é o transporte ativo) para alimentar as células e manter o equilíbrio iônico do organismo. Várias células utilizam processos de pinocitose para o transporte de macromoléculas, como o que ocorre nos epitélios simples de endotélio e mesotélios (pavimentosos). Muitas das células produtoras de mensageiros químicos são de natureza epitelial. Células neurócrinas = comunicação entre neurônios. Liberam mensagens na sinápse. Células parácrinas = liberam mensageiros que percorrem pequenas distâncias. Células endócrinas = liberam mensageiros que são levados pelo sangue dentro dos capilares sanguíneos. Existem células mucosas e serosas. As mucosas se caracterizam pela presença de presença de grânulos de secreção grandes, que ocupam a maior parte do citoplasma. Quando os grânulos são secretados, origina o muco que lubrifica e protege. As células serosas ,tem basofilia citoplasmática e vários grânulos de secreção na parte apical da célula. O produto de secreção é um fluido, pouco viscoso e rico em proteínas (parece plasma). O TECIDO EPITELIAL é um agrupamento de células diferenciadas, justapostas, pobre em material extracelular, não tem capilares e nervos ( só terminações nervosas). Assenta-se sempre no tecido conjuntiva que garante a nutrição para o fenômeno mitótico das células epiteliais. Se reproduz ao longo da vida para constante renovação. Pode ser classificado de acordo com o formato do núcleo (cúbico, prismático, plano) e quanto ao no. de camadas celulares. Possui glicocálix na face desmossomos, microvilosidades (intestino), muco, cílios, etc. externa,