UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA ENTRE GEOGRAFIA E MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DE DESMITIFICAR UMA VISÃO EUROCÊNTRICA DE MUNDO Care Cristiane Hammes – PPGEDU Unisinos Denise Silveira – PPGEDU Unisinos Cleoni Barboza Fernandes – PPGEDU Unisinos O texto objetiva questionar e tentar compreender, partindo da Geografia e da Matemática e, também, de muitas práticas já trabalhadas em cursos de formação, como a forma de projetar o geóide – formato próprio da Terra – em uma superfície plana (mapa) é complexa, tanto pela construção em si, como pelos interesses vigentes na época da produção desse conhecimento. Para chegarmos a esta conclusão utilizamos as idéias da projeção de Mercator, e como esta pode ter influenciado na construção de uma certa concepção de mundo. Acreditamos que ela marcou profundamente o cotidiano escolar, acentuando uma visão eurocêntrica de mundo, pois ao reproduzir com boa aproximação o tamanho e o formato das áreas situadas na zona intertropical, exagera na projeção das áreas de altas latitudes, levando a crer que o continente europeu é bem maior do que é, criando assim uma tendência de interpretar-se o mundo segundo os valores do ocidente europeu. Nesse sentido, essa projeção “marginaliza” espacialmente as molduras continentais e insulares do oceano Pacífico e cria a falsa impressão de que a América do Norte e a Ásia estão muito distantes entre si. A metodologia que nos apoiamos para desenvolver esta prática apresenta uma possível “costura”, numa perspectiva interdisciplinar, entre o conhecimento Geográfico e o Matemático, aproximando-os da forma como foram produzidos historicamente. Acreditamos que esta prática oportuniza outras concepções na forma de perceber o nosso Planeta e, assim, levar a produção de diferentes leituras de mundo, desmitificando a visão eurocêntrica. Palavras-chave: projeção de Mercator, visão eurocêntrica, desmitificar.