Ler/Baixar - Convenção Batista Fluminense

Propaganda
SUMÁRIO
07
LIÇÕES
Primeiras Palavras
Vivendo os desafios e as
bênçãos de uma entrega total
ao Senhor
13
– Vencendo o medo
28 JOSAFÁ
com o auxílio do Senhor
data
32
JOSÉ DO EGITO – Superando
as adversidades para se
tornar um vencedor
data
Palavras do redator
Resgatando a importância da
educação cristã
36 NAAMÃ – Atitudes na hora da crise
– Conduzindo
40 JOSUÉ
o povo à santificação
data
data
– Fidelidade apesar
44 DANIEL
das circunstâncias
17
data
Atualidade
O livro sagrado e as leis
brasileiras
48 EZEQUIAS – O orgulho fatal
– Uma vida comprometida
52 SANSÃO
pelas más escolhas
data
data
56
HANANIAS – Um homem preparado
para os grandes desafios
23
Saúde Emocional
Nas horas de dor só Deus tem
o consolo certo
60
data
JETRO – Um conselheiro
muito especial
64
data
VIÚVA DESAMPARADA – Em busca
do alívio para sua Família
data
26
68 ELI – Um líder reprovado por Deus
– Uma pessoa
72 NABAL
difícil de conviver
data
Apresentação
Vidas que marcaram o seu
tempo
data
– Fidelidade em
76 RUTE
qualquer situação
data
Oferta de UM REAL para a Revista Palavra e Vida
Prezados irmãos,
Primeiro, obrigado por aqueles que têm contribuído com esta singela
oferta para a Revista Palavra e Vida. São recursos que têm sido úteis
para o equilíbrio financeiro da CBF.
O raciocínio é muito simples, é apenas UM REAL para uma revista
que você utilizará durante um trimestre inteiro, que com certeza,
através dos seus estudos e artigos, e até mesmo publicidades de
atividades da CBF, tem abençoado a sua vida em todos os sentidos.
Se você dividir por 90 dias a oferta de um real, você encontrará um
valor tão irrisório, mas que para a administração da CBF faz toda a
diferença.
Todas as igrejas recebem boletos específicos que podem ser usados,
principalmente, agora no início do trimestre, para o envio das ofertas.
A sugestão é que cada classe levante esta oferta de UM REAL por
revista, entre os alunos, e encaminhe o valor a tesouraria da igreja
que enviará o recurso através do boleto próprio ou fazendo o depósito
identificado na conta corrente para este fim: Banco Bradesco Agencia 2376 C/C 12525-3
Por causa desta oferta, quando da previsão orçamentária, foi possível
aumentar o percentual destinado a obra de evangelização e missões da
Convenção.
Conto com suas orações para que Deus continue a nos abençoar e com
suas ofertas como expressão do seu amor pela obra do Senhor.
José Maria de Souza – Pastor
Diretor Executivo da CBF
Resposta a cartas de leitores
Querido povo batista fluminense e
outros leitores da Palavra E Vida.
Agradeço de coração as palavras
de carinho que tenho recebido
pelas simples lições publicadas na
edição do primeiro trimestre do ano
em curso. Reconheço que não as
mereço.
De igual forma, agradeço ao
Leonardo do Nascimento Correia,
min. de Música da IB Central do
Bairro da Luz, por sugerir a inclusão
de um tópico sobre a atuação do
min. de Música na lição em que
tratamos da direção do culto. Embora
tenha esclarecido que usaria a figura
do pastor, mas incluindo todo aquele
que participa na direção do culto,
realmente o texto ficaria mais rico
com um destaque específico àquela
figura. Valeu pela dica. Fico devendo.
Houve uma segunda crítica,
bem deselegante. Reconheço
a hombridade do Pr. Marcos
Zumpichiatte Miranda, redator,
ao pedir desculpas e assumir a
falha de não ter me concedido a
oportunidade de ponderações na
mesma edição daquela publicação,
em razão da distância entre as
edições da revista. Naquela ocasião,
faria alguns comentários, até
porque lido muito bem com críticas
e opiniões contrárias, desde que
esboçadas com o devido decoro.
Hoje, a página já está virada, pois
quem me conhece sabe da minha
linha teológico-doutrinária. Reservome o direito de ignorar aquele
texto, face às palavras ácidas e
ríspidas contidas nele; afinal, entre
nós, cristãos, não deveria ser assim.
Quanto a quem escreveu, mesmo
não me recordando se conheço
pessoalmente, não há ressentimento
algum e, inclusive, se desejar fazer
contato diretamente comigo para
dialogar sobre o assunto da lição, me
coloco à disposição.
Elildes Junio Macharete Fonseca
(Pastor da 1ª IB no Bairro São João –
São Pedro da Aldeia/RJ)
Prezados irmãos
Editor e Pastores,
Desejo transmitir-lhes os meus
parabéns e agradecimento, em meu
nome e em nome dos demais alunos
da EBD, pelos excelentes artigos e
lições que estão sendo publicados na
revista Palavra e Vida.
Realmente o Senhor tem
abençoado os irmãos, pois são
palavras de esclarecimento, edificação
e inspiração para todos nós em dias
turbulentos em que estamos vivendo,
quando a nossa fé é confrontada e
precisamos manifestar firmeza na
Palavra de Deus.
Agradeço também, particularmente,
atendimento ao meu pedido (e creio
3
de muitos outros irmãos) das citações
utilizadas pelos autores, ao final de
cada lição.
As revistas são excelentes e muito
bem editadas. Renovo os parabéns!
Que o Senhor Deus continue
abençoando continuamente a todos
os responsáveis pela edição de Palavra
e Vida.
Jessé Fernandes do Nascimento
Diretor da EBD
IB Memorial do Camorim /
Angra dos Reis
Revista do 2º Trimestre de 2013
Bom dia. Eu e meu esposo somos
professores de adultos da E.B.D.
e neste trimestre estamos nós,
professores e alunos, sentindo muita
dificuldade por causa da cor verde
utilizada nos textos. Gostaríamos de
pedir que as letras fossem pretas para
facilitar a visão. Desde já agradecemos.
Queria deixar uma sugestão: que
tivesse a revista do professor com
os recursos didáticos e com mais
aprofundamento da lição, porque
não são todas as pessoas que têm um
computador. Temos as lan houses,
mas creio que uma revista específica
para o professor seria o ideal.
Fiquem na paz de Deus.
Roseane Santos
IB em Boa Sorte
Prezados Srs.
A Revista deste trimestre (2T2013)
está muito bonita! Apenas uma
ressalva: a cor utilizada no texto
bíblico e no título da lição está num
tom verde muito clarinho. Eu, com 45
anos, tive dificuldades para entender...
imagina os adultos com mais idade!
Abraço fraterno,
Edmílson Costa, pastor IB Bom Samaritano
Belford Roxo, RJ.
Prezada irmã educadora Lucimery,
Bom dia! Nossa Escola é bíblica!
Escrevo para parabenizá-la pelo
excelente texto publicado na Revista
Palavra e Vida (2T2013).
Considero, além da qualidade, um
texto oportuno para a querida EBD de
todas as igrejas.
Obrigado por nos trazer este
importante lembrete!
Edmílson Costa, pastor
Igreja Batista Bom Samaritano
Belford Roxo - RJ
Escreva para nossa redação.
[email protected]
Mande suas sugestões, críticas e observações.
4
Primei
Vivendo os
desafios e as
bênçãos de
uma entrega
total ao
Senhor
S
e há uma área de nossas vidas
que precisamos viver o que
cremos é na entrega dos nossos
dízimos e ofertas ao Senhor. O que eu
percebo é que muitas vezes vivemos
como crentes anos a fio e nunca
experimentamos, nessa área, um
desafio de fé indo um pouco mais
além. Alguns têm sido dizimistas a
vida toda e ainda outros nem isso,
mas porque não irmos um pouco mais
além disso? Alguns são ofertantes
regulares, mas é algo que acontece
com tanta racionalidade que não
alcança o fazer isso pela fé.
Ao abordar este tema sugiro que
você reflita a prática desta entrega
total em sua vida como pessoa, como
família, como empresa, como igreja
local. Enfim, em todas as áreas que
envolvem a sua vida e tem a sua
atuação direta.
Tenho lido e ouvido que empresas
generosas prosperam, que igrejas
fiéis e generosas prosperam e muitas
vezes vivem grandes surpresas do agir
sobrenatural de Deus pelo tanto que
são abençoadas.
Recomendo a leitura de todo o
texto de 2 Coríntios 8 e 9 de onde
sublinharei algumas lições que
envolvem esta entrega total ao
Senhor.
Para que você experimente os
desafios e as bênçãos de uma
entrega total ao Senhor você
precisa SUPERAR OBSTÁCULOS em
sua vida.
7
O texto bíblico fala da fidelidade
dos crentes da Macedônia mesmo
vivendo em situação desafiadora. “No
meio da mais severa tribulação,
a grande alegria e a extrema
pobreza deles transbordaram
em rica generosidade. Pois dou
testemunho de que eles deram
tudo quanto podiam, e até além
do que podiam”. 2 Coríntios 8.2,3
São muitas as desculpas e
justificativas para não ofertar, não
dizimar e mais dificil fica a situação
quando se trata de ir além do que
já é costumeiro fazer. Não podemos
ceder a tentação da “Teologia da
Prosperidade”, tão presente em
nossos dias, mas que não fiquemos
em outro extremo de justificar a
nossa infidelidade por este ou aquele
motivo. Nada pode ser um obstáculo
na vida de um crente que o impeça de
ser fiel e generoso. Se há um extremo
perigoso, eu diria que esse é tão
ou mais perigoso ainda porque vai
empobrecer a nossa vida cristã.
O contexto fala de tribulações, que
podem ser interpretadas como sendo
várias situações difíceis. Poderia ser
desemprego devido as perseguições
por causa da fé; situação econômica
fora de controle, dentre várias
outras razões. A tendência natural
era tomar todos os recursos que
possuíam e guardá-los. O texto diz
que “deles transbordaram em rica
generosidade”.
Já ouvi vários argumentos para
justificar a infidelidade: Alguns usam
8
o argumento da enfermidade e das
compras de remédios para serem
infiéis. Dizem: “Não dou os dízimos
porque comprei remédios com o
dízimo”. Que lástima, que falta de
fé! Deus quando nos manda fazer
alguma coisa o que espera de nós é
que creiamos. Deus proverá em meio
a nossa fidelidade. Alguns alegam que
ganham pouco e são muito pobres.
Os macedônios também eram muito
pobres. É provável que ganhassem o
salário mínimo e alguns até menos
que isso. Sentenciar os pobres com
a infidelidade é condenar-lhes a uma
pobreza ainda maior. A pobreza
deixará de ser financeira, passando a
ser de fé, de confiança no seu Deus.
Quem conhece a Palavra de Deus
sabe que o plano de Deus é igual para
ricos e pobres. Alguns há que estão
endividados. A Bíblia não pergunta
quanto você deve, ou como você ficou
endividado. A Bíblia está dizendo que
você deve crer e obedecer. O primeiro
passo para você resolver os problemas
das dívidas é devolvendo a Deus o que
lhe pertence. Faça prova de Deus.
Se você acha que os obstáculos
param por aí, você se engana. Eles
são muitos outros como o pessimismo
que se instala. É um círculo vicioso.
Não me entrego totalmente ao Senhor
porque não tenho como fazê-lo e
porque não faço, a situação nunca
muda. Os macedônios venceram
todo o pessimismo reinante de uma
circunstância desfavorável. Alguns
dirão que a situação do país é incerta.
Esta atitude revela o desejo que temos
de ter o domínio do dia de amanhã.
O hoje é nosso e o amanhã pertence a
Deus! Economizar para o amanhã com
o dízimo e a oferta é uma economia
feita em saco furado! Jesus disse:
“Mas buscai primeiro o reino de
Deus e a sua justiça e todas as
coisas vos serão acrescentadas”.
Mateus 6.33 Guarde esta frase: “Não
há incertezas para quem é fiel ao
Senhor”. Se você ainda precisa de
mais um fato para crer, considere a
história da viúva e o seu encontro com
o profeta de Deus. Nesse episodio
tudo ilustra bem esta verdade. Havia
azeite e farinha somente para ela
e o filho. O Profeta lhe pede tudo
e, primeiramente, para ele, que
depois ela veria o milagre do Senhor.
Assim fez ela com fé e obediência
e todas as suas vasilhas ficaram
cheias e trasbordantes! Que profeta
duro, você diria! Não! Ali estava
um homem desejoso de abençoar!
Enquanto ela creu as suas botijas
foram cheias!
Muitas outras deculpas poderão
ser dadas, como: Já ajudo as
instituições de caridade – Diz a bíblia
que os crentes da Macedônia foram
fiéis e generosos porque - “... Mas
primeiramente se deram ao Senhor,
e a nós pela vontade de Deus”. 2
Coríntios 8.5 - Quando estamos
corretamente comprometidos com
o Senhor fazemos o que Ele nos
manda fazer. Os dízimos e as ofertas
não nos pertencem, são do Senhor.
Outra seria: o dinheiro da igreja é
mal aplicado. Orarmos para Deus
abençoar a igreja e não darmos
a nossa contribuição é hipocrisia
religiosa! A igreja não ficará mais
pobre pela sua omissão, porém, a
vida cristã de quem age assim revela
profunda pobreza.
Poderia abordar outros obstáculos,
mas o desafio é que vençamos a
todos, sejam estes apontados ou
outros que surjam em nossas mentes
e corações.
Vencendo os obstáculos precisamos
dar o segundo passo para vivermos as
bênçãos e os desafios de viver a vida
na nossa entrega total ao Senhor:
Para que haja uma entrega total
ao Senhor, você precisa FÉ PARA
CRER NAS BÊNÇÃOS RESULTANTES
da pratica da fidelidade.
Quando os nossos olhos vêem
apenas o presente, o que a máquina
calculadora pode somar as situações
difíceis que nos envolvem, nos falta
fé! Precisamos retornar a prática
da fé, “pois sem fé é impossível
agradar a Deus”. É através da fé que
experimentaremos de forma sublime e
abundante a graça de Deus em nossas
vidas. Eis algumas bênçãos ao que se
dá liberalmente ao Senhor:
1. Se torna um crente com autoridade
e ousadia – O texto bíblico fala
de uma ação impressionante dos
macedônios: Eles foram generosos
mesmo sendo pobres ou vivendo
uma situação de extrema pobreza
conforme 2 Coríntios 8.2. Somente
9
vivendo uma vida de fidelidade e de
entrega total ao Senhor pode resultar
nessa ousadia e nessa coragem.
2. Se torna um crente próspero da
graça de Deus - De acordo com o
texto Paulo fala a Tito que ensine
aos Coríntios que como eles são
um destaque em tudo: na fé, na
palavra, na ciência, em todo o zelo
que eles pudessem se destacar,
também, na graça de contribuir.
(2 Coríntios 8.7) De acordo com
a bíblia prosperidade é além de
tudo o suprimento das nossas
necessidades básicas levando em
conta a nossa individualidade.
Diz-nos a bíblia: “Ao que muito
colheu não sobrou; e ao que
pouco colheu não faltou”.
2 Coríntios 8.15 O crente rico
não confiará em sua riqueza, o
pobre não ficará murmurando
pela sua pobreza. Cada um
receberá igualmente o cuidado do
Senhor. A prosperidade bíblica é
exemplificada no texto com duas
figuras interessantes: Através da
figura da criação - 2 Coríntios
9.10 diz: “Aquele que supre
a semente ao que semeia e o
pão ao que come, também lhes
suprirá e multiplicará a semente
e fará crescer os frutos da sua
justiça”. A prosperidade bíblica é
tão milagrosa como o milagre da
vida. É inexplicável, porém é certa.
Através da figura da semeadura
– 2 Coríntios 9.6 nos ensina esta
verdade. Se o dom da vida é
10
próprio de Deus, semear é próprio
do homem! Deus multiplica
a semente, porém, não ara a
terra, não a aduba, não semeia a
semente por nós. Isto implica em
nosso trabalho consciente, penoso,
perseverante, resoluto e por vezes,
sacrificial, como ocorre no caso do
agricultor. Isto implica em cuidado
no ganhar, e no gastar o que Deus
nos dá. Isto implica em trabalho,
seriedade, responsabilidade! Um
agricultor desatento ao tempo
de plantar e colher, preguiçoso e
desorganizado não poderá esperar
sucesso na sua semeadura! Em
resumo, a prosperidade bíblica é
poder contar com as bênçãos de
Deus naquilo que realizamos.
A chave de toda a entrega está
no verso 5 do capítulo 8: “Mas
primeiramente se deram ao
Senhor”. Deus não quer apenas o
nosso dinheiro, a nossa influência, o
nosso tempo. Ele nos quer por inteiro.
Numa entrega total ao Senhor, ainda
que nos custe caro, experimentaremos
como resultado, tremendas bênçãos.
Viver os desafios e as bênçãos de
uma entrega total a Deus implica em
disposição para vencermos todos os
obstáculos que se apresentam no
intuito de sermos obedientes e em fé,
para crermos nas bênçãos de Deus
resultantes desta entrega.
José Maria de Souza – Pastor
Diretor Executivo da CBF
Resgatando a
importância
da educação
cristã
A
gostinho uma vez disse que
“Não se pode prestar melhor
serviço a um homem do
que conduzi-lo à fé em Cristo;
em consequência, nada há mais
agradável a Deus do que ensinar a
doutrina cristã”.
É uma realidade o desinteresse,
ou descaso, que algumas igrejas têm
pela Educação Cristã, pelo educador
cristão e seu trabalho.
A prática nos mostra a maioria de
nossas igrejas despreocupadas com
a importância de uma boa equipe
de educadores cristãos dedicados
à educação cristã de crianças,
adolescentes, jovens, adultos e
terceira idade. São raras as igrejas
que apresentam um programa
educacional bem estruturado e
organizado. Departamentos de
educação cristã com coordenadores
treinados e capacitados, dedicados
integralmente a esta importante
tarefa, são difíceis de encontrar.
Na maioria das vezes o programa
de educação cristã, se pode ser
assim chamado, ocorre de maneira
informal, sem currículo previamente
analisado e estruturado, sem
professores treinados ou até mesmo
experientes e capacitados.
A chamada de educadores para
dedicação exclusiva para este
ministério passa muito longe da
mentalidade da maioria de nossas
igrejas. A visão atual é que qualquer
irmão, mesmo atarefado com muitas
coisas, mesmo sem tempo para
preparar-se para este ministério,
mesmo sem material analisado e
13
organizado criteriosamente, mesmo
sem nenhum treinamento específico
nas questões concernentes à prática
educativa, é tomado como o
educador cristão suficiente para tal
tarefa.
Precisamos mudar esta visão
das nossas igrejas e partir para
resgatar a importância do educador
e da Educação Cristã. Por isso o
Departamento de Educação Religiosa
da Convenção Batista Fluminense
tem realizado encontros e contatos
com os educadores para planejar
algumas estratégias para mudar este
panorama.
O primeiro passo foi realizado nos
dias 12, 13 e 14 de abril de 2013, no
Acampamento Batista de Rio Bonito,
o Congresso de Educação Cristã. Os
preletores foram os pastores Ebenézer
Bittencourt, diretor executivo do
Haggai no Brasil, e Lécio Dornas,
coordenador dos ministérios com
brasileiros e povos de fala portuguesa
da American Bible Society (ABS), nos
EUA; escritor com 19 livros publicados
e editor da revista Pregação &
Pregadores, da OPBB.
O pastor Ebenézer abordou os
seguintes temas: “O líder servo:
erros e acertos”; “Ser antes de
fazer”; “Motivação e mobilização
de voluntários”; e o pastor Lécio,
os temas: “Educação voltada
para resultados” e “Restaurando
a espiritualidade”. Tivemos 107
inscritos entre educadores, pastores
e líderes. Foram momentos
14
marcantes na vida dos congressistas.
As palestras, além de ampliar o
conhecimento, motivaram todos
a continuar sonhando com a
Educação Cristã como meio de
formação e transformação para os
cristãos.
O resultado foi tão positivo que
o planejamento inicial era realizar
este congresso de dois em dois
anos. Devido ao grande interesse,
firmamos o compromisso de realizálo anualmente.
O segundo passo é cadastrar o
maior número de educadores em
nossa convenção. Por isso pedimos a
você, educador, que acesse o e-mail
educacaoreligiosa@batistafluminense.
org.br e mande seu nome completo,
telefone, e-mail, igreja em que é
membro, onde se formou. Com
estas informações marcaremos novos
encontros e criaremos um grupo
para debates, troca de informações e
sugestões.
O terceiro passo é promover os
diversos cursos de educação Cristã
em nosso estado, para estimular
novos alunos.
O caminho da reconstrução e do
resgate muitas vezes se torna mais
difícil, mas não impossível. Portanto
contamos com todos aqueles que
desejam resgatar o trabalho da
Educação e do educador cristão.
Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda
Diretor de Educação Religiosa.
Redator da revista Palavra e Vida
O livro
sagrado
e as leis
brasileiras
A
Lei de Moisés, o chamado
Pentateuco, concebido para a
construção jurídica da nação dos
hebreus, é uma das maiores fontes
legislativas da história da humanidade.
Contendo direitos e deveres, existindo
outros textos jurídicos, também
antigos, que são referências legais,
como o Código de Hamurabi, as Leis
das XII Tábuas, e ainda o Código de
Manu, quando comparados às Leis
Brasileiras, estas demonstram muitas
vezes um grande desconhecimento
de questões legais, que têm origem
na Legislação Mosaica e nos afetam
enquanto cidadãos cristãos.
Em um dos livros que escrevi,“O
Direito Nosso de Cada Dia”, inseri
um anexo, “A Lei Mosaica e as Leis
Brasileiras”, que é um quadro sintético
comparativo de algumas áreas legais,
tais como direito constitucional, direito
civil, direito penal, direito tributário
e direito do trabalho, com os Livros
de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números
e Deuteronômio, e com o Novo
Testamento. No texto demonstramos
que existem mais que semelhanças
entre as Leis Brasileiras que regem
o sistema jurídico nacional e o Livro
Sagrado. Na realidade ela é fonte para
variados preceitos legais vigentes em
nosso país, especialmente oriundos
do Pentateuco, que é a Legislação
Mosaica, sobretudo tendo com base
os Dez Mandamentos (Êx 20.8-17).
Seguem alguns exemplos: “Ele [o
rei] deve vir dentre os seus próprios
17
irmãos israelitas. Não coloquem um
estrangeiro como rei, alguém que não
seja israelita” (Dt 17.15b) – Art.12,
§ 3º, I: “São privativos de brasileiro
nato os cargos de presidente e vicepresidente da República”, Constituição
Federal; e, “Não amaldiçoem o surdo
nem ponham pedra de tropeço à
frente do cego, mas temam o seu
Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19.14) –
“A lei punirá qualquer discriminação
atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais” Art. 5º, XLI –
Constituição Federal.
Por isso, afirmamos que inúmeras
leis que norteiam nossa sociedade
são originárias de textos de Moisés,
contidos em Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números, e Deuteronômio. Estes
têm sido fonte de inspiração para
a instituição do sistema jurídico no
mundo ocidental cristão.
Em nosso caso, um dos mais nítidos,
e de grande impacto operacional, foi a
instituição do “moderníssimo” Juizado
Especial de Pequenas Causas, em que
se estabeleceram as competências
dos julgadores, com a distribuição dos
conflitos judiciais por complexidade e
valor da causa, criado há milênios por
Moisés, atendendo a um perspicaz
conselho de Jetro, seu sogro.
Além de outros exemplos
de institutos legais, como o da
Responsabilidade Civil, que tem
fundamento da Bíblia Sagrada:
“Quando você construir uma casa nova,
faça um parapeito em torno do terraço,
para que não traga sobre a sua casa a
18
culpa pelo derramamento de sangue
inocente, caso alguém caia do terraço”
(Dt 22.8) – “Aquele que, por ação ou
omissão, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito” (Art. 186, Código
Civil); e “Não matarás” (Êx 20.13) “Homicídio simples: Matar alguém”
(Art. 121, Código Penal); e “Não
furtaras” (Êx 20.15) – “Furto: Subtrair,
para si ou para outrem, coisa alheia
móvel” (Art. 155, Código Penal); e
“Não retenham até a manhã do dia
seguinte o pagamento de um diarista”
(Lv 19.3b) – “Proteção ao salário na
forma da lei, constituindo-se crime
sua retenção dolosa” (Art. 6º - X Constituição Federal).
Em função de o Antigo Testamento
estar voltado para a formação do
povo de Israel, a Lei de Moisés,
sem sombra de dúvida é a base
fundamental para os legisladores.
Entretanto no Novo Testamento estão
descritos vários princípios que foram
adotados como basilares ensinados
por Jesus: “Dar a César o que de
César, e a Deus o que é de Deus”
(Mc 12.17), que é seguido pela nossa
Constituição Federal, que é o princípio
constitucional da Separação IgrejaEstado, o qual estabelece o Estado
Laico, no Art. 19, inciso I.
Nosso afã é o de facilitar aos
nossos leitores, especialmente os
comprometidos com a fé cristã, a
identificação da origem de algumas
das normas jurídicas que regem a
sociedade civil, na qual estamos
inseridos e temos obrigações legais,
inclusive como cidadãos de duas
pátrias.
Pois é nítida a orientação do
apóstolo Paulo: “Os magistrados são
instrumentos da justiça de Deus”
(Rm 13.3,4), que é no sentido de
que toda autoridade constituída tem
a permissão divina, e por isso deve
ser por nós respeitada e necessita de
nossa intercessão junto ao trono da
graça para que exerça seu ministério,
concedido por Deus, de forma a
abençoar o povo.
E, ainda, um dos fundamentais
parâmetros de justiça, que foi
proposto por Cristo: “Não julguem,
para que vocês não sejam julgados.
Pois da mesma forma que julgarem,
vocês serão julgados; e à medida que
usarem, também será usada para
medir vocês” (Mt 7.1,2).
Destaque-se que nosso direito
tem sua base primária no que é
denominado pelos juristas de Sistema
“Romano-Germânico”, o que é uma
verdade, contudo, o Direito Judaico,
verdadeiramente foi ao longo da
história uma rica fonte para os
legisladores, que na maioria das vezes
não têm conhecimento, ou mesmo
não reconhecem que vários institutos
legais que os povos antigos utilizavam,
e que fazem parte de nosso
arcabouço jurídico, são na realidade
oriundos da Legislação Mosaica.
Um outro exemplo vigente em
nosso Sistema Jurídico, oriundo do
Direito Judaico: “Não se envolva
sexualmente com a filha do seu
filho ou com a filha da sua filha; são
parentes próximos. É perversidade”
(Lv 18.17) – “Não podem casar. I - os
ascendentes com os descendentes,
seja o parentesco natural ou civil”
(Art.1.521, Código Civil); e “Você
lhes dará propriedade como herança
entre os parentes do pai delas, e
lhes passará a herança do pai”
(Nm 27.7) - “Aberta a sucessão, a
herança transmite-se, desde logo, aos
herdeiros legítimos e testamentários”
(Art.1.784, Código Civil).
É interessante ressaltar que, quando
estudava na lei a questão da exclusão
do associado eclesiástico de uma
igreja para escrever o livro “O Novo
Código Civil e as Igrejas”, constatei
que o Senhor Jesus, como registrado
em Mateus 18.15-17, estabeleceu a
metodologia da exclusão do membro
da igreja – Organização Religiosa em
quatro fases, e nesta consta toda a
proposição contida na Constituição
Federal de 1988 e no Código Civil de
2002, que é a garantia dos direitos
do membro acusado de algum deslize
no prisma religioso, no que tange ao
resguardo da Presunção de Inocência,
da Ampla Defesa, do Devido Processo
Legal, do Direito ao Contraditório,
e do Recurso à Instância Superior,
inclusive na instituição da Comissão
de Disciplina ou Comitê de Ética, com
poderes para averiguação e aplicação
de penalidades cabíveis, inserido no
Estatuto Associativo da Igreja.
19
Estes cuidados ensinados por Jesus
Cristo, nosso Advogado Fiel junto ao
Senhor da Criação, à luz de 1João
2.1, evitam que os membros ou fiéis
sejam injustiçados ou mesmo expostos
a vexame público, precavendo a
igreja dos riscos de Ações por Danos
Morais, com o necessário atendimento
ao contido em Deuteronômio
19.15. “Uma só testemunha não se
levantará contra alguém por qualquer
iniquidade ou por qualquer pecado.
Pelo depoimento de duas ou três
testemunhas se estabelecerá o fato”.
Lembro que quando estudava
direito, costumava levar a Bíblia
Sagrada para sala de aula,
exatamente para conferir os diversos
institutos que os professores
ensinavam, e os compartilhava
com colegas, o que enriquecia
grandemente nosso conhecimento
jurídico, e também, por isso, sem
20
nenhuma dúvida, recomendo aos
estudantes de direito a leitura da Lei
de Deus como fonte de inspiração,
tendo o cuidado para não cultivar
uma fé fundamentalista, que serve
como uma excepcional fonte para
a ampliação do conhecimento não
só do direito, Lei dos Homens, mas
também, e, sobretudo da justiça,
pois esta é a maior contribuição do
aprendizado do texto sagrado, que
é a visão humanística dos direitos
fundamentais da pessoa, em que
toda discriminação é condenada,
na medida em que “Deus não faz
acepção de pessoas”, por isso, todos
são iguais perante a Lei, que é o
maior mote do Estado Democrático
de Direito, vigente em nosso Brasil.
Gilberto Garcia é advogado, escritor,
Mestre em Direito e
professor universitário.
Nas horas de
dor só Deus
tem o consolo
certo
Sejamos instrumentos
dóceis a serem usados
pelo Senhor
E
ntendemos de antemão que só
Deus pode mexer no lugar onde
mora a angústia, no âmago
daquele que vive o problema. Quando
muitos se incomodam com os que
responsabilizam Deus por suas crises
(– blasfêmia, respondem os críticos),
aproveito para uma ligeira análise do
texto de Salmo 103-14, que diz: “Deus
conhece a nossa estrutura e lembra-se
que somos pó”. Deus nos fez assim!
Tentando harmonizar tais diferenças
proponho uma aplicação do termo
pó.
Creio que uma das maiores
experiências da dor seja a morte de
um ente querido; dependendo da
personalidade e das circunstâncias,
outras perdas podem ser tão fortes
quanto a morte. Nesse momento
os amigos que cercam o enlutado
ficam sem saber o que dizer e como
aconselhar e ser o apoio para ele,
que sofre. Boa parte das vezes
usam termos que são clichês, ditos
culturais sem a devida reflexão
daquilo que a tradição e/ou a
cultura, ligadas à religião “ensinam”.
“Não chore!”; “O crente não pode
chorar”. No caso do falecido ser
crente, se diz: ”Ele já está com
Deus, um lugar muito melhor que
o nosso”; “crente quando morre
fica com o semblante bonito”.
23
Dependendo da religião que o
“conselheiro” professe poderá dizer:
“Onde ele estiver vai ficar triste ao
ver você assim, chorando”. Ou seja:
cada consolo vem de acordo com o
que o conselheiro pensa e crê.
Quando cursei o Mestrado,
minha dissertação foi sobre “A
morte interrompendo a rotina da
vida”. Minha defesa foi contrária
aos consolos usados acima: O
próprio Jesus chorou no falecimento
de Lázaro e, ao acompanhar
outras situações semelhantes,
não reprimiu tais sentimentos
e suas manifestações. Trago o
entendimento do pó aplicado a
nós, que fomos feitos do pó e
ao pó tornaremos. Assim quero
subjetivar nosso entendimento e
comportamento de esperança e fé
no Senhor com os estados do pó
que veremos.
São três os estados do pó em seus
vários estados:
O pó, um incômodo sobre os
móveis e outros lugares
Ali ele é absolutamente
vulnerável; ao ser espanado vai
para outro lugar.
Na hora daquela dor a razão é
dominada pela emoção que fala
mais alto e ocupa um lugar de
expressão livre, sem controle ético.
Capaz de blasfemar contra os fatos
e o próprio Deus. Ele conhece a
nossa estrutura; também como o pó
ficamos instáveis.
24
O pó como segundo estágio
torna-se lama
Sendo mais incômodo que o
pó citado acima; ao ser retirado
com um pano molhado e torcido
no balde, o pó torna-se uma
lama. Ainda assim, pó molhado.
Como na ilustração; o que vive
uma dor perde o próprio controle
emocional; a razão é esquecida. É
hora de negar o fato vivido. Como
a lama, por inclinação, deseja ir
para o ralo; o que está sofrendo
deseja sair de cena; até morrer,
perde ainda que por algum tempo,
o prazer de viver.
O pó quando consegue erguer-se
No terceiro estagio o pó é
restaurado pelo calor do sol, que
o faz resistente, ganha forma e
pode, pelo apoio experimentado,
tornar-se firme; como o pó em
que a própria experiência do fogo,
ateado ao barro, transforma-o
em um tijolo, telha etc. Neste
estado possibilita a reflexão, a
racionalização e, por último, aprende
a conviver com aquela angústia.
Daí ser possível reconhecer o Deus
que o acompanhou em todo o
processo. Ou seja: da vulnerabilidade
do primeiro estágio do pó a uma
consequente firmeza de fé, emoção
e espiritualidade.
Neste estágio o que sofreu já
pode ser amparo (tijolo) de outro
que está sofrendo, como lama;
não se colocando como vitorioso
exemplo, mas como um ombro
amigo para ouvir, sem criticar ou
recomendar, cumprindo o que nos
ensina Isaías 50.4 “O Senhor Deus
deu-me a língua de um discípulo
para que eu saiba reconfortar pela
palavra o que está abatido. Cada
manhã ele desperta meus ouvidos
para que escute como discípulo”.
Com essa ilustração defendo
que o olhar de Deus sobre nosso
sofrimento é mais misericordioso
do que nós, humanos, quando nos
oferecemos para apoiar o que sofre
e aproveitamos para recomendar um
bom texto bíblico bastante adequado
à situação e, por vezes, oferecemos
um tom de reprovação ao sentimento
daquele que, descontrolado pelas
circunstâncias, se vê confrontado
negativamente em sua fé. Certa
contradição ao ensino bíblico sobre o
Deus, que nos fez frágeis e que, por
suas misericórdias de Pai e do consolo
por intermédio do Espírito Santo,
bem como no exemplo do filho Jesus.
ELE CHOROU!
O que aprendo com esta ilustração?
Se você é o que está sofrendo as
dores aqui referidas, lembre-se de
que Deus, que é o Senhor, conhece
a sua estrutura física, emocional e
social; assim sendo entende o seu
descontrole não se afastando do que
sofre e o procura como lenitivo.
Se é quem assiste ao que sofre,
talvez seja melhor oferecer o ombro
físico para o que chora; não use de
muitas palavras, não sugira alguma
ação ou expressão de sentimento.
Não é por muito falar que você será
ouvido.
Disponha-se a falar usando
palavras com tons suaves que não
despertem o choro convulsivo,
que altera o ritmo respiratório
(respirar pela boca) que produz
superoxigenação no cérebro e muita
dor de cabeça; ou, em alguns,
perdendo a lucidez e necessitando
de atendimento médico. O estágio
final será a condição demonstrada
de saber conviver com a perda; não
o esquecer-se de quem ou do que
se foi.
Nos dias seguintes busque um
contato pessoal ou telefônico,
ofereça-se para alguma atividade que
o fará sentir-se apoiado em seu dia a
dia.
Mostre isso com discrição e
simplicidade sem invadir seu espaço
de decisões.
O tempo de restauração emocional,
social, cognitivo e espiritual depende
da personalidade e do temperamento
– Jesus tem o melhor consolo que
aquele que sofre precisa receber.
Deus o abençoe!
Rio Bonito, 16 de julho de 2011
Pr Alfredo Neves Brum
Psicólogo, pós graduado pela Santa
Casa de Misericórdia RJ
E-mail – [email protected]
25
Vidas que marcaram
o seu tempo
(Personagens do Antigo Testamento)
Apresentação
Neste terceiro trimestre estaremos
estudando alguns fatos ocorridos na
vida de 13 personagens extraídos
das páginas do Antigo Testamento:
Josafá, José do Egito, Naamã,
Josué, Daniel, O rei Ezequias,
Sansão, Hananias, Jetro, a Viúva
desamparada, O sacerdote
Eli, Nabal e Rute. A lista não foi
elaborada levando em conta a
popularidade do personagem, o
sexo ou sua a importância histórica.
Nossa busca foi influenciada pelos
26
fatos positivos e negativos, que
proporcionarão algumas lições para
nossas vidas. Alguns poderão sentir
falta do seu personagem favorito;
talvez em outra ocasião a vida dele
seja a base para outros estudos. Mais
uma vez a revista Palavra e Vida chega
às mãos dos Batistas Fluminenses,
como uma ferramenta para o
crescimento e fortalecimento em
todas as áreas da vida.
As lições deste trimestre estão
dividas em duas seções, que abordarão
principalmente o relacionamento com
Deus e o relacionamento familiar. Em
cada lição o aluno terá um resumo
da vida do personagem, para facilitar
a compreensão de suas ações. Não
estamos propondo um estudo
aprofundado da vida do personagem,
até porque o espaço não permite.
Queremos apenas levantar alguns
temas que julgamos relevantes para
nossos dias, tendo como base alguns
fatos ocorridos com cada um dos
treze. Vale ressaltar que durante o
preparo diligente de cada lição, o
aluno busque outros fatos que possam
enriquecer as discussões em sala de
aula.
Esperamos que no fim de cada
estudo as seções Para pensar e
agir e Perguntas para discussão
em classe proporcionem um
compartilhar de experiências
e crescimento para todos os
participantes. O nosso desejo é que
haja acima de tudo uma imediata
mudança de comportamento naquilo
que for necessário ou mesmo
o fortalecimento daquilo que já
estamos fazendo corretamente. Nosso
desejo é que cada aluno assuma para
si o conselho do apóstolo Paulo ao
jovem pastor Timóteo: “Aplica-te à
leitura, à exortação, e ao ensino”. Seja
como professor, ou aluno, o nosso
desafio é um crescimento espiritual
saudável, para a glória de Deus.
Bons estudos!
Quem escreveu?
Pastor José Gomes da Silva Filho
Natural do Rio de Janeiro, nascido em
21/11/1969. Casado em 30/01/1993 com
Sueli Gabilan C. L. da Silva, ministra de
Música, pai de Jônatas (18) e Joyce (15).
Desde 02/12/1996 pastoreia a Igreja
Batista em Ponte Preta, Queimados, RJ.
Bacharel em Teologia pelo Seminário
Teológico Batista do Sul do Brasil,
1994. Graduado em liderança avançada
pelo Instituto Haggai Nacional, 2007.
Graduado pelo MAPI-RJ no curso
de Mentor Master, 2010 e cursando
“Coach Cristão” pelo MAPI-RJ. Atuou como
membro do Conselho da CBF. Foi presidente da Associação Batista
Queimadense (ABAQUE) e atualmente é o presidente da Ordem dos
Pastores Batistas do Brasil (OPBB) - Subseção Queimadense.
27
Data do Estudo
Licao 1
Texto Bíblico: 2Crônicas 20.1-29
JOSAFÁ – Vencendo o medo
com o auxílio do Senhor
“Todos os gigantes de Deus foram
homens fracos que fizeram grandes
coisas por confiar que Deus estava
com eles” (J. Hudson Taylor)
N
ão é difícil encontrar um servo
de Deus desencorajado. A
maioria das pessoas sabe, por
experiência própria, que as crises que
nos assolam têm o poder de causar
medo que dependendo da intensidade
pode até nos paralisar.
1
Os dicionaristas definem o medo
como: “sentimento de grande
inquietação ante a noção de um
perigo real ou imaginário, de uma
ameaça; susto, pavor, temor, terror”.
Nossos medos podem significar
mais do que simples sentimentos
passageiros. Há pessoas que convivem
com as chamadas fobias (designação
comum às diversas espécies de medo
mórbido). São sentimentos ou
1 Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo
Dicionário Aurélio. Editora Nova Fronteira. Rio de
Janeiro 1986.
28
doenças que carecem de tratamento
especializado ou de um grande
milagre do Senhor.
São tantos os medos, que eles
foram classificados cientificamente.
Vejamos alguns exemplos:
• Algofobia – Medo de sentir dor;
• Amaxofobia – Medo de andar de
carro;
• Ambulofobia – Medo de
caminhar;
• Anuptafobia – Medo de ficar
solteiro;
• Astrofobia – Medo de trovões,
relâmpagos tempestades;
• Catagelofobia– Medo de ser
ridicularizado;
• Didascalinofobia– Medo de ir à
escola;
• Eclesiofobia– Medo de ir à igreja;
• Penterafobia– Medo de sogras;
• Fobofobia– Medo de ter medo.
Analisando a vida podemos concluir
que viver no mundo atual já é por
si só uma grande oportunidade do
desenvolvimento de fobias. Na lição
de hoje, estudaremos um pouco da
vida do rei Josafá, que venceu o medo
com o auxílio do Senhor.
Quem foi Josafá
Josafá (Jeová julga) era filho do rei
Asa e Azuma (2Cr 17.1, 1Rs 22.42;
2Cr 20.31). Aos 35 anos ele assumiu o
reino de Judá no lugar do seu pai, que
havia reinado durante 41 anos (911870 a.C.), com a aprovação de Deus
(2Cr 14.2). Josafá reinou (2Cr 20.31)
por vinte e cinco anos (873-848 a.C).
O Senhor esteve com ele. Foi um
homem rico e honrado (2Cr 17.5).
Assim como seu pai, não admitiu
altares idólatras e postes sagrados
entre o seu povo. Ele incentivou o
ensino da Lei de Deus em todo o seu
reino (2Cr 17.9).
Josafá fortaleceu as cidades de
Judá. Construiu armazéns. Ao seu
serviço estava um temido exército com
combatentes experientes com cerca
de 1.600.000 homens (2Cr 17.1419). Todos os reinos ao redor de Judá
temiam Josafá. Ele foi um visionário
embora tenha fracassado na tentativa de
construir navios mercantes (1Rs 22.48).
Josafá foi repreendido por Jeú
devido à aliança que fizera com
Acabe, rei de Israel, na batalha contra
Ramote-gileade(2Cr 19.2). Josafá
morreu aos 60 anos (788-848 a.C).
Ele não conseguiu acabar totalmente
com os altares idólatras no meio
do povo (1Rs 22.43). Deixou sete
filhos: Jeorão, Azarias, Jeiel, Zacarias,
Asarias, Micael e Sefatias. O seu
sucessor foi Jeorão, o filho mais velho
(2Cr 21.2,3).
Os fatos
O texto básico de nossa lição, narra
um momento muito especial vivenciado
por Josafá. Ele foi informado de que
um exército enorme estava seguindo
em sua direção. Eram os moabitas,
os amonitas e alguns dos meunitas.2
Eugene H. Peterson chamou-os de
“enorme bando de vândalos”. Povos
cruéis que representavam uma ameaça
ao reino de Judá. Alarmado, Josafá
resolveu agir com o auxílio do Senhor.
Venceu a batalha cantando (v.21).
Esta vitória de Josafá é mais uma
prova dos aparentes “absurdos” que
Deus usa para proteger o seu povo.
Podemos extrair preciosas lições, que
nos possibilitarão vencer os nossos
próprios medos com o auxílio do
Senhor.
1. Josafá venceu o medo, porque ele
possuía um histórico sobre as ações
de Deus (6-11)
O que sabemos sobre Deus faz
muita diferença no enfrentamento das
batalhas do dia a dia. Quanto maiores
forem nossas experiências ao lado de
Deus, quanto mais fatos conhecermos
sobre as suas ações na história, maior
será a nossa confiança nele e a nossa
capacidade de reação. Sabe por que
muitos cristãos se desesperam na hora
da adversidade? Porque lhes falta o
2 Isaias 41.10 (NVI)
29
conhecimento do Deus que afirma
servir. 3Davi expressou: “Alguns confiam
em carros e outros em cavalos, mas nós
confiamos no nome do Senhor, o nosso
Deus”. Seguindo a mesma direção, o
4
Salmista afirmou: “O meu socorro vem
do Senhor, que fez os céus e a terra”.
Josafá na hora da adversidade
preferiu consultar ao Senhor. O
conteúdo da oração que ele fez,
revelou a compreensão que ele tinha
do caráter de Deus. Deus soberano
e poderoso (v. 6); protetor (v.7); que
ouve o clamor do seu povo (v.9), etc.
Precisamos priorizar o conhecimento
de Deus sem esquecer que Deus
será sempre maior do que a nossa
capacidade de conhecê-lo. Ele sempre
nos surpreenderá. Seguindo Tomás de
Aquino,5 “O máximo que conhecemos
de Deus é nada em relação ao que
Ele é”.
2. Josafá encontrou o alívio nas
palavras que ele disse a Deus (v.12)
A oração de Josafá revelou a sua
humildade. Ele não sabia fazer nada a
não ser olhar para o alto em busca do
alívio. Bem diferente de algumas orações
onde às pessoas já sabem o que querem
e determinamo que Deus deve fazer.
Josafá esperou totalmente no Senhor.
Muitas orações não são produto
de uma alma humilde em busca do
alívio do Todo-Poderoso. São palavras
3 Salmo 20.7
4 Salmo 121.2
5 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida
Nova. São Paulo 1993.
30
arrogantes, consumistas e egoístas,
voltadas apenas para os próprios
deleites (Tg 4.3). 6“O problema da igreja
de hoje não é a falta de oração, mas o
mau uso dela”. Não podemos esquecer
as palavras do Senhor em 2Cr 7.14.
Uma vida de oração é uma das
formas mais eficazes para mantermos
os nossos olhos firmados no Senhor.
7
Issaac Watts fez o seguinte alerta:
“Abandone o quarto secreto, e sua
vida espiritual entrará em declínio”.
3. Josafá teve certeza da vitória por
intermédio das palavras que Deus
disse a ele (v.15)
Nada pode substituir a voz de Deus.
É importante saber que quando Deus
fala Ele espera que os nossos próximos
passos sejam atos de fé em direção a
sua resposta.
Josafá foi tranquilizado por Jaaziel
(v.14). Perceba que ele não era um
mensageiro qualquer. Tinha história
e boa reputação. Devemos ser
criteriosos ao avaliar aqueles que
dizem falar em nome do Senhor. Os
dias são maus (Mt 24.11).
A batalha de Josafá passou a
ser do Senhor (v.15). Eles deveriam
apenas dar passos de fé (v.17). Quem
em sã consciência poderia imaginar
que eles venceriam aquele “bando
de vândalos” sem lutar, apenas
cantando? Seria um absurdo imaginar
uma vitória embalada pela seguinte
6 Revista Ultimato – Maio-junho 2012 – Pág.29.
7 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida
Nova. São Paulo 1993.
Para pensar e agir
Nossos medos serão vencidos na
presença do Senhor. Quanto mais
8 Graham, Billy. Você pode mudar o seu mundo.
Editorial Habacuque. Rio de Janeiro 2005.
9 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida
Nova. São Paulo 1993.
próximos de Deus, mais preparados
estaremos para viver neste mundo
de constantes “turbulências”. O
povo de Deus sempre se destacou
na história como um povo de fé
e oração. Josafá teve fé e orou e
Deus agiu de forma sobrenatural.
O pastor norte-americano Greg
Laurie estava certo ao afirmar que:
10
“Muitos de nós estamos perdendo
muitas coisas que Deus tem,
simplesmente porque não pedimos.
Orar não deve ser o nosso último
recurso, mas, sim, a primeira coisa a
ser feita”.
Perguntas para discussão em classe
1.Porque você acha que Josafá teve
medo? Os cristãos de hoje têm
medo?
2.Como podemos ampliar os nossos
conhecimentos sobre o caráter
de Deus? Quais as certezas que
você pode ter a partir deste
conhecimento?
3.Qual o melhor antídoto diante das
más notícias? O que um servo do
Senhor deve fazer?
10 Laurie Greg. A igreja que abala o mundo.
Editora United Press. Campinas-SP.2002.
Leituras Diárias
canção: “Deem graças ao Senhor,
pois o seu amor dura para sempre”
(v.21).
Isaac Newton (1642-1727) foi
considerado o mais influente cientista
que já viveu. Foi sepultado na Abadia
de Westminster como um herói
nacional inglês. Cristão convicto,
Newton afirmou: “Eu posso pegar
meu telescópio e olhar milhões de
quilômetros no espaço, mas posso
deixá-lo de lado, ir ao meu quarto,
fechar a porta, ajoelhar-me em
fervente oração e, assim, enxergar
mais do céu e chegar mais perto
de Deus do que conseguiria com
todos os telescópios e agências
materiais do mundo” 8. Este humilde
homem declarou: 9“Todas as minhas
descobertas têm sido feitas em
resposta a oração”. Newton também
teve acesso aos segredos e “absurdos”
de Deus.
Deus muitas vezes usará os
“absurdos” em resposta às orações
dos que intercedem humildemente
a Ele. Com a vitória, a alegria tomou
conta de todos. Eles adoraram o
Senhor no Templo. O testemunho do
povo de Judá impactou outras nações
(v.27-29). O reino de Josafá mantevese em paz (v.30).
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Salmo 91
Lamentações 3.19-26.
Salmo 40
Isaias 41.8-13.
Deuteronômio 31.6-8.
Filipenses 4.10-19.
Hebreus 12.1-3.
31
Data do Estudo
Licao 2
Texto bíblico: Gênesis 50.22-26
JOSÉ DO EGITO – Superando as
adversidades para se tornar um vencedor
“Uma vida cristã vitoriosa não é uma
qualidade superior de cristianismo
reservada para a elite dos eleitos. É
a vida cristã normal para todos os
cristãos”. (Ronald Dunn)
J
osé do Egito é um dos
personagens mais conhecidos
e mais inspiradores revelados
na Bíblia. Sua história nos empolga
devido às várias tramas que poderiam
inspirar um bom filme ou até mesmo
uma boa novela. Nos capítulos 12 a
50 do livro de Gênesis nos deparamos
com situações que envolveram
promessas, traições, sonhos,
determinação, perdão, integridade,
fé, etc.
José foi um vencedor porque
soube romper com os sentimentos
que poderiam roubar a sua alegria
e consequentemente levá-lo à
amargura e à destruição. Segundo
1
Caio Fábio “José tinha a vocação para
transformar tragédias em bênçãos”.
Nesta lição estudaremos um pouco da
vida deste íntegro servo de Deus em
1 Fabio Caio - 70 Esboços de A a Z – Vinde – Rio de
Janeiro 1997.
32
busca dos segredos que poderão nos
conduzir às grandes vitórias e a uma
vida de profundo significado.
Quem foi José do Egito
Relações familiares: Bisneto de
Abraão e Sara; neto de Isaque e
Rebeca por parte do pai, e de Labão
por parte da mãe; filho de Jacó e
Raquel e sobrinho de Esaú. Ele tinha
10 irmãos mais velhos do que ele e
um mais novo, Benjamim (Gn 35.2326): Os filhos de Leia – (6) – Rubem,
Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulon;
Os filhos de Bila – (2) – Dã e Naftali; Os
filhos de Zilpa – (2) – Gade e Asser; O
filho de Raquel – (1) – Benjamim. José
casou-se com Azenate (41.50), que
gerou dois filhos: Manassés e Efraim.
Resumo histórico: José
(Multiplicador; Ele [Jeová] acrescenta)
nasceu em Padã-Arã, era muito
amado por seu pai, Jacó. Aos 17 anos
foi vendido por seus irmãos por cinco
ciclos de prata, quantia suficiente
para pagar 2 anos e meio de trabalho
(37.28). Ele foi levado para o Egito por
negociadores de escravos ismaelitas
que o venderam a um oficial do Faraó,
chamado Potifar. José agradou tanto
ao seu patrão que tudo na casa lhe foi
confiado.
José era formoso de porte e
semblante (39.6); a mulher de
Potifar desejou deitar-se com ele.
José recusou o convite (39.9). Foi
caluniado e mandado para a prisão
onde ganhou a simpatia do carcereiro.
Na prisão ele interpretou o sonho do
copeiro e do padeiro do rei, que eram
os seus companheiros de cela (40.8).
Após cerca de dois anos, foi chamado
para interpretar o sonho de Faraó. A
partir dali, tudo mudaria em sua vida.
O adolescente que aos 17 anos foi
impedido de voltar para casa, conviveu
durante 13 anos com a dor da traição.
Superou tudo para transformar-se
num homem vitorioso. Aos 30 anos
foi convidado para ser o governador
do Egito. Ao assumir este importante
posto, foi usado por Deus para salvar a
vida de muitos (50.20). Ele perdoou aos
seus irmãos, reencontrou o seu amado
pai e entrou para a história como um
grande vencedor, digno de ter o seu
nome na galeria dos heróis da fé (Hb
11.22). José morreu com cento e dez
anos de idade. Pouco tempo antes de
sua morte revelou sua fé nas promessas
de Deus ao pedir aos israelitas que
levassem seus “ossos” quando saíssem
do Egito (Gn. 50.22-25). Moisés
cumpriu a promessa (Êx 13.17).
Como José conseguiu superar
tamanhas adversidades? O que
podemos aprender por meio de sua
vida? Há esperança para aqueles que
assim como José estão sofrendo a
dor da traição, da indiferença, do
desprezo, ou da injustiça?
1. José conviveu com a indiferênça
sem perder a fé
Ninguém acreditava nele (37.5-10).
Seu pai, seus irmãos duvidavam de
tudo o que Deus vinha lhe falando.
Mas o Senhor era com José (39.2,21).
No fundo ele sabia que Deus dirigia
seus passos.
Muitas vezes temos que conviver
com a indiferença. Pessoas que
não compartilham dos sonhos que
Deus tem colocado em nossos
corações. O vencedor será aquele que
“diligentemente” viver nutrindo sua fé
em Deus. A verdadeira fé está morta
para a dúvida, surda para o desânimo,
cega para as impossibilidades.
Agostinho afirmou: 2“Fé é acreditar
naquilo que não vemos, e a recompensa
da fé é ver aquilo em que acreditamos”.
Os sonhos de José se cumpriram porque
era a vontade de Deus.
2. José conviveu com a traição sem
perder a doçura
Foram três situações que
contribuíram para “azedar” o coração
de José: Primeiro: O fato de ser
vendido como um animal por seus
próprios irmãos (37.28). Segundo:
A calúnia levantada pela mulher
de Potifar (39.14) e terceiro: José
interpretou o sonho do copeiro, que ao
2 Blanchard John, Pérolas para a vida. Vida Nova.
São Paulo 1984.
33
ser libertado prometeu ajudá-lo a sair
da prisão. Mas durante dois anos José
ficou esperando preso injustamente
(40.23). José conviveu com tudo isso e
mesmo assim continuou sendo amável
com as pessoas.
Já na função de governador do
Egito, ao reencontrar seus irmãos,
chorou de forma tão expressiva que
muitos o ouviram (45.1-3). José se
revelou amável para aqueles que no
passado lhe haviam feito muito mal.
Ele não permitiu que as atitudes das
pessoas ao seu redor mudassem o seu
doce jeito de ser. Ele sabia que o único
neutralizador do mal é o bem. Seu
exemplo se encaixa perfeitamente nas
palavras de Paulo em Romanos 12.21:
“Não se deixem vencer pelo mal, mas
vençam o mal com o bem”.
Nós também precisamos superar
nossa tendência natural à vingança.
Para o nosso próprio bem precisamos
entender que “Guardar ressentimentos
gera estresse, ansiedade e incontáveis
sentimentos de raiva. Se não for tratado,
sérias consequências emocionais e físicas
serão desencadeadas... O ressentimento
não pune pessoa alguma além de nós
mesmos. Não podemos guardá-lo e
experimentar cura ao mesmo tempo”
(Jeff Galiguira).
3. José conviveu com as
adversidades sem perder a
capacidade de começar tudo de novo
Aonde ele chegava, em
pouco tempo ele influenciava
34
o ambiente. José acrescentava
alegria, organização, bom serviço
e espiritualidade. Até mesmo o
grande Faraó conseguiu perceber
o valor de José (41.40-43). Apesar
de todos os fatos ocorridos com
ele, José demonstrou ser um
homem feliz. Talvez por isso, ele
tenha encontrado a prosperidade
no próprio lugar do seu
sofrimento.
A menos que vejamos a
mão de Deus nos eventos de
nossa vida, nos tornaremos
preocupados e ressentidos.
Muitos veem a felicidade como
um lugar aonde chegarão um dia.
Quando deveriam entender que
a felicidade tem mais a ver com
o caminho que escolhemos. Ed
René Kivits afirmou com muita
sabedoria3: “A felicidade não é
no depois: é no durante, é no
enquanto. Viver o enquanto é
uma atitude que nos devolve a
vida”. A capacidade de começar
de novo é uma marca dos
grandes vencedores.
Em cada circunstância devemos
lembrar que 4“todas as coisas
concorrem para o bem daqueles
que são chamados segundo o
seu propósito”. O momento pode
parecer difícil, mas no fim, vai
dar tudo certo se estivermos no
centro da vontade de Deus.
3 Kivitz, Ed René. O livro mais mal-humorado da
Bíblia. Mundo cristão. São Paulo 2009.
4 Romanos 8.28.
Após a morte de Jacó o temor
tomou conta dos irmãos de José. Eles
achavam que havia chegado a “hora
da vingança” (Gn 50.15-21). Mas José
contrariou a todos demonstrando
uma profunda submissão à soberania
de Deus. José conseguia ver além
dos fatos. Ele sabia que Deus dirigia
a sua vida e por isso soube aceitar
todas as circunstâncias. Mais uma vez
ele retribuiu o mal com o bem. José
tranquilizou seus irmãos com amáveis
palavras (v. 21).
Os verdadeiros servos de Deus
não retribuem o mal com o mal, pois
isso seria o mesmo que dar lugar ao
diabo. Os servos de Deus vivem as
bem-aventuranças (Mt 5) e lutam
para evidenciar o fruto do Espírito (Gl
5.22).
Ao invés de reclamar dos fatos
que fazem parte de sua história,
experimente buscar em Deus a
resposta para cada circunstância. Daí
virá à força para vencer. Nós só somos
o que somos devido às pessoas e aos
fatos que fazem parte de nossa vida.
5
“Cada vida é uma tela em branco
sobre a qual Deus utiliza todas as
linhas e matizes de cores, sombras e
luzes, diferentes texturas e proporções
nunca antes usadas por Ele”.
Deus esteve, está e sempre estará
no controle. Creia nisso!
5 Peterson, Eugene. Corra com os cavalos. Editora
Ultimato/Textus. Rio de Janeiro 2003.
Para pensar e agir
A vida de José é uma prova de que
podemos vencer as adversidades e
ainda sermos usados por Deus para
abençoar aqueles que nos fizeram
algum mal. Deus tem colocado
à disposição dos seus servos as
ferramentas necessárias para
vencermos as mais terríveis experiências
durante a nossa caminhada aqui na
Terra. Precisamos fazer das palavras
de Paulo o nosso lema: “Tudo posso
naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
Ao invés de sairmos por aí em busca de
autoajuda para vencer as adversidades,
devemos priorizar a ajuda do alto. Deus
tem o melhor para cada um de nós!
Perguntas para discussão em classe
1. Até que ponto uma traição em
família pode atrapalhar a nossa
caminhada? Como o exemplo de
José pode nos ajudar?
2. Onde estava a força de José?
Como ele foi capaz de rejeitar
as propostas que contrariariam a
vontade de Deus para sua vida?
3. O que podemos aprender por
intermédio da história de José
sobre a soberania de Deus?
Leituras Diárias
4. José conseguiu entender que Deus
dirigia a sua história
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Romanos 8.31-19.
I Pedro 3.13-17.
Salmo 34
Efésios 5.15-21.
Salmo 43.
Isaias 55.6-13.
Tiago 5.7-8.
35
Data do Estudo
Licao 3
Texto Bíblico: 2Reis 5.1-14
NAAMÃ –
Atitudes na hora da crise
“Quando as almas são provadas e
amadurecidas, mesmo que seja da
maneira mais comum e simples, Deus
está esculpindo as colunas do seu
templo”. (Phillips Brooks)
N
ão é difícil encontrarmos
uma pessoa ou uma família
inteira em crise. Várias são as
motivações que podem de um dia
para o outro mudar tudo em nossa
vida. Os sonhos, a segurança, a
alegria, a tranquilidade podem dar
lugar à aflição, às preocupações, às
tristezas, às incertezas, à ansiedade,
etc. Geralmente essas circunstâncias
produzem uma sensação de
impotência diante das adversidades,
36
que podem surgir repentinamente por
ocasião da perda do emprego, de uma
decepção, de um acidente, da perda
de um ente querido ou até mesmo de
uma enfermidade, como no caso de
Naamã.
Em tempos de crise, falamos
mais de Deus, da fé e nos tornamos
mais sensíveis. 1Martinho Lutero
disse: “Nunca entendi o significado
da palavra de Deus enquanto não
passei pela aflição”. Alguns chegam
ao ponto de fazer qualquer coisa
para ver o “milagre chegar”. Só que
erramos em determinar o processo.
Esquecemos que as coisas acontecem
1 BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. Edições
Vida Nova. São Paulo. 1984.
ao tempo e debaixo da soberania de
Deus.
Nós já sabemos que Deus curou
Naamã. Até Jesus citou este fato
em (Lc 4.27). Com o milagre, a
paz voltou a reinar em sua vida e
consequentemente em seu lar. Ele
reconheceu poder de Deus (5.15).
Quem foi Naamã
Naamã (gentiliza, deleite) era o
comandante, alto oficial do exército
de Ben-Hadade II, rei da Síria. Viveu
por volta do ano 900 a.C. Um
homem confiável, honrado, corajoso,
muito respeitado, que, devido à
posição que ocupava, gozava de
muitos privilégios na corte. Ele
recebeu crédito por muitas vitórias
dos sírios (5.1). Era casado; mantinha
em sua casa uma menina israelita,
que servia a sua mulher (5.2). Naamã
ficou leproso, uma doença de pele
que o abatia apesar de todas as
suas qualidades. A menina israelita,
preocupada com a situação do seu
senhor, anunciou que havia uma
esperança. Um profeta que estava
em Samaria. Ele, esperançoso, foi
em busca da solução para o seu
problema e, mesmo após resistir a
algumas ordens do profeta Eliseu, foi
alvo da graça de Deus. Após banharse sete vezes no rio Jordão, foi
curado e a sua pele foi restaurada, à
semelhança de uma criança (5.14).
O processo que levou Naamã à cura
pode nos ajudar a enfrentar os nossos
próprios momentos de dificuldades.
Podemos extrair boas lições para
nossas vidas:
1. Na hora da crise, Deus levanta
pessoas para nos auxiliar na
caminhada
A menina israelita foi o principal
instrumento que Deus usou para levar
esperança até Naamã. Uma menina
simples, que desejou apenas ver o
seu senhor curado. Quem poderia
imaginar que a solução para aquele
poderoso guerreiro sairia dos lábios
daquela humilde serva?
Infelizmente, em nossos dias,
poucas pessoas dariam crédito às
palavras daquela humilde menina,
porque muitos estão procurando
os “arautos da autoajuda”, ou
saindo em busca dos “curandeiros
midiáticos”, que prometem resolver
todos os males. A cada dia, mais
pessoas estão tornando-se presas
fáceis dos aproveitadores que
usam o nome de Deus para obter
vantagens pessoais. Pessoas que
usam e abusam dos jargões que têm
caracterizado o cenário religioso em
nosso Brasil.
Ao falar sobre os falsos profetas
Jesus disse: “Pelos seus frutos os
conhecereis” (Mt 7.16). Devemos
discernir quem nos fala e sempre pedir
confirmação a Deus em oração. Como
saber se alguém está falando em nome
de Deus? Temos alguns indícios que
podem fornecer um caminho seguro.
A pessoa confia no poder de Deus?
37
Serve ao Senhor com integridade de
coração?
Tem intimidade com a Palavra de
Deus? Investe tempo em oração? Está
em comunhão com a igreja?
É uma pessoa de caráter? Tem
integridade nos seus relacionamentos?
Rejeita o pecado?
A menina conhecia o caminho para
a cura de Naamã. Ela sabia que Deus
estava agindo por intermédio do
profeta Eliseu, que estava em Samaria.
Ela apontou a direção, mas foi Naamã
quem precisou agir para ser curado.
Além da menina e do profeta Eliseu,
também fizeram parte do plano
de Deus para vida de Naamã a sua
esposa, o rei da Síria, o rei de Israel e
seus servos.
2. Na hora da crise é necessário
abrir mão dos próprios conceitos e
humildemente aceitar o caminho de
Deus para a cura
Naamã não aceitou a ordem de
Eliseu porque ele queria que as
coisas acontecessem do seu jeito.
Antes mesmo de ter o contato com o
profeta, Ele já havia imaginado como
os fatos aconteceriam. Ele disse: “Eu
estava certo de que ele sairia para
receber-me, invocaria em pé o nome
do Senhor, o seu Deus, moveria a mão
sobre o lugar afetado e me curaria
da lepra” (5.11). Como a direção foi
outra, ele ficou furioso.
Não somos muito diferentes de
Naamã. Mesmo sabendo que Deus pode
38
nos responder com um sim, não ou
espere, somos tendenciosos a impor para
Deus a nossa vontade, que geralmente
é um sim de Deus conforme o nosso
querer. Sabiamente François Fenelon
afirmou: 2“Faça desta regra simples uma
diretriz para sua vida: não ter nenhuma
vontade que não seja a de Deus”.
Ao invés de espernear, murmurar ou
reclamar, nós, que dependemos dos
milagres de Deus, deveríamos aplicar
na vida as palavras do salmista3:
“Aquietai-vos, e sabei que eu sou
Deus; sou exaltado entre as nações,
sou exaltado na terra. O Senhor dos
exércitos está conosco; o Deus de Jacó
é o nosso refúgio”. À ação milagrosa
de Deus precede um coração humilde,
silente, confiante e consciente de sua
necessidade.
Não temos um controle remoto
para ajustar os fatos da vida à nossa
vontade. Dependemos de Deus para
nos dirigir. Ninguém é melhor do
que ele para nos conduzir. Esse foi o
entendimento de Davi, ao dizer: 4“O
Senhor é o meu pastor. Ele me dá
tudo de que eu preciso”!
3. Na hora da crise, é necessário
obedecer às ordens especificas do
Senhor
Naamã foi obrigado a reconsiderar
sua fúria para que o milagre
acontecesse. Seus servos conseguiram
2 BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. Edições
Vida Nova. São Paulo. 1984.
3 Salmo 46.10-11.
4 Salmo 23.1 – Bíblia Viva.
convencê-lo a obedecer à simples
ordem do profeta. Ele então abriu
mão dos rios Abana e Farfar, que
estavam em sua mente, e se banhou
no rio Jordão, conforme a ordem
de Eliseu. Foram sete mergulhos e o
milagre aconteceu.
Muitas pessoas procuram a solução
para seus problemas e muitas vezes
essas mesmas pessoas não querem
se submeter às ordens de Deus.
Satanás tem investido na formação
de fortalezas no entendimento das
pessoas para que elas se afastem
das ordens de Deus e abracem o
que elas mesmas acham. Quantas
pessoas estão sofrendo por terem
negligenciado as ordens de Deus!
Quantos exemplos ainda teremos que
ver para nos conscientizarmos de que
o melhor caminho é a obediência
incondicional ao Senhor?
Pessoas resistentes ao Espírito Santo,
que desobedecem aos preceitos
do Senhor, vivem uma vida cristã
medíocre e infrutífera. Não podemos
ser seletivos, escolhendo apenas
as ordens que mais nos agradam.
Precisamos nos tornar a cada dia mais
obedientes ao Senhor (2Co 10.3-6).
de uma criança e ele pôde voltar
para casa transformado e feliz. O
milagre na vida de Naamã fez dele
uma pessoa muito melhor. Diante
do profeta, ele disse: “Agora sei que
não há Deus em nenhum outro lugar,
senão em Israel” (5.15).
O milagre de Deus que não
transforma pode ser questionado. É
impossível provar do poder de Deus
e continuar como um enfermo. Deus
restaura a nossa alegria e a disposição
em continuar.
Perguntas para discussão em classe
1.Vimos nesta lição que Naamã foi
resistente à ordem simples do
profeta Eliseu. Por que as pessoas
estão tentando manipular a
ação de Deus? De onde vêm tais
ensinos? O que a igreja pode fazer
para vencer estes pensamentos?
2.Se Naamã fosse o seu chefe hoje,
você teria coragem de falar sobre
a ação de Deus para ele? Ele daria
ouvidos? O que tem impedido os
cristãos de testemunharem sobre
os feitos de Deus?
3.Os cristãos de hoje estão
obedecendo às ordens do Senhor?
Naamã admitiu que estava doente
e por isso saiu em busca da cura.
Ele a princípio resistiu ao caminho
apresentado, mas depois fez conforme
o profeta Eliseu havia determinado.
O resultado foi melhor do que ele
esperava: sua pele ficou como a
Leituras Diárias
Para pensar e agir
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Salmo 121
Salmo 42.1-5.
I Reis 19.1-21.
Tiago 5.7-15.
Josué 1.6-9.
Salmo 34.
I João 5.2-4.
39
Data do Estudo
Licao 4
Texto Bíblico: Josué 7
JOSUÉ – Conduzindo
o povo à santificação
“A igreja de Cristo é santa e
deve crescer na santificação. Para
isso, é muito importante que haja
reconhecimento do pecado e
confissão constante.”
(Edison Queiroz)
C
onta-se que no fim de
expediente de uma sexta-feira,
certo funcionário, crente, foi
chamado ao gabinete do dono da
empresa em que trabalhava. Sem
meias palavras, o dono foi direto ao
assunto: “Estamos reestruturando a
empresa e precisamos de uma pessoa
exatamente com o seu perfil para
ocupar a posição de gerente do setor.
Só que analisando a sua ficha vimos
que você é um cristão e o cargo que
temos a lhe oferecer é incompatível
com a sua fé. De modo que você terá
que fazer uma opção entre a ascensão
no emprego e sua igreja e seu Deus.
Vá para casa, pense e na segundafeira me procure para dizer qual foi a
sua decisão”.
40
O irmãozinho foi para casa em crise.
De um lado, o cargo tão almejado,
e do outro, a sua fé, o seu Deus e a
igreja. Seu coração virou um campo
de batalha entre a proposta e sua
condição espiritual. Ficou sem dormir,
foi o pior fim de semana de sua vida.
Na segunda-feira, lá estava ele na
empresa, já ansioso por falar com
o patrão. Finalmente aconteceu
o encontro: “E aí? Qual foi a sua
decisão?”, perguntou o dono da
empresa. “Acho que vou aceitar
a proposta que o Senhor me fez”,
respondeu o irmão.
O patrão levantou a cabeça e
disse: “Você está despedido. Passe
imediatamente no Departamento
de Pessoal. Você foi provado e não
passou no teste. Se foi capaz de tão
rapidamente trair o seu Deus, quem
me assegura que mais rapidamente
não trairá a sua empresa?”.
Quantas pessoas agem conforme
este irmão? Talvez em situações que
julgamos menores, porém tão graves
quanto essa história que acabamos
de narrar. Precisamos abrir os
nossos olhos para não acumularmos
pendências que nos impedirão de
provar das maravilhas do nosso Deus
e que também comprometerão a
nossa autoridade espiritual diante do
mundo.
Na lição de hoje, vamos analisar
os fatos que envolveram o confronto
de Josué com o pecado de Acã.
Vamos ver que naquela ocasião a
desobediência foi um impedimento
para a ação de Deus a favor dos
israelitas.
1. Quando há pecado, os pequenos
desafios se tornam gigantes
invencíveis (v. 1-5)
Josué (Deus é salvação), um homem
da tribo de Efraim, também chamado
de Oseias, era filho de Num. Foi um
servo fiel e companheiro de Moisés,
um estrategista militar. Foi espiar a
terra de Canaã ao lado de Calebe,
demonstrando fé e coragem (Nm
13.16). Deus o escolheu para ser o
sucessor de Moisés e entrar com o
povo em Canaã, a terra prometida. Foi
um homem muito usado por Deus na
condução dos israelitas. Obedeceu à
ordem de Deus registrada em Josué
1.6-9. Morreu aos 110 anos (Js 24.29).
Foi sepultado em Timnate-Sera, a terra
que havia recebido por herança. 1Isso
ocorreu em cerca de 1365 a.C.
Vejamos algumas lições que nos
ajudarão no desafio de sermos fiéis ao
Senhor:
Deus não esquece as nossas
pendências. Muitas pessoas se iludem
ao achar que podem experimentar
a boa, perfeita e agradável vontade
de Deus flertando com o pecado. A
narrativa do pecado de Acã e suas
consequências é uma prova bíblica de
que Deus abomina a desobediência.
Josué, orientado por Deus, tinha
dado a seguinte ordem aos israelitas:
“Fiquem longe das coisas consagradas,
não se apossem de nenhuma delas,
para que não sejam destruídos” (Js
6.18). Mas Acã foi desobediente e
levou objetos para sua tenda, levando
o povo a perder uma simples batalha
em Ai (Js 7.5). O povo desanimouse completamente. O pecado tem o
poder de desanimar e arruinar uma
vida. “O salário do pecado é a morte.”
Por causa do pecado, muitos sonhos
morreram, famílias foram destruídas e
vidas se perderam eternamente.
Quando pecamos, erramos o
alvo. Sentimo-nos longe de Deus e
consequentemente vamos perdendo o
vigor espiritual. John Wesley afirmou:
2
“Assim como um pouquinho de pó
desregula um relógio, e o menor
grão de areia obscurece nossa vista,
também o menor pecado no coração
impede seu movimento correto
na direção de Deus”. Para o nosso
1 Russell Norman Champlin, Ph.D. Enciclopédia de
Bíblia teologia e Filosofia. Candeia. São Paulo, 1991.
2 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida
Nova. São Paulo. 1993.
Quem foi Josué
41
próprio bem, deveríamos comparar o
pecado a um animal selvagem e feroz
e não a um bichinho de estimação.
Ninguém deve brincar com o pecado!
Em nossa história no início da lição,
se nosso irmão tivesse dedicado
humildemente algumas horas em
oração em busca da vontade de Deus,
certamente o final seria outro.
2. Se as coisas não vão bem,
precisamos ter a coragem de buscar a 3. Para reverter o afastamento
resposta na presença de Deus (v. 6-9) de Deus, precisamos buscar a
Josué foi à busca das respostas para santificação (v. 13-19)
o problema que assolava os israelitas.
Por quê, Senhor? O que aconteceu?
Ele queria entender os fatos que
lavaram o povo àquela vergonhosa
derrota após algumas vitórias.
Há pessoas que não mudam,
porque não ousam avaliar a vida em
busca das respostas. Algumas vivem
vidas cristãs sem nenhum vigor, outras
estão provando constantes derrotas
e mesmo assim agem como se nada
estivesse acontecendo. O tempo passa
e as coisas sempre continuam do
mesmo jeito.
Josué optou pela oração. Ele nos
ensina a valorizar esta poderosa arma,
que permite Deus fazer uma varredura
em nossa alma. A verdade que vem
de Deus é sempre libertadora. Lemos
em 2Crônicas 7.14: “e se o meu
povo, que se chama pelo meu nome,
se humilhar, orar e buscar a minha
presença, e se desviar dos seus maus
caminhos, então ouvirei dos céus,
perdoarei os seus pecados e sararei a
sua terra”. O povo de Israel precisava
de cura, e Josué foi bater na porta
certa. Ele foi para a presença de Deus.
Eis um homem corajoso!
42
A palavra do Senhor aos israelitas
exigia mudança imediata: “não
poderás resistir diante dos teus
inimigos, enquanto não tirares do meio
de ti o anátema”. Veja que as coisas
“malditas” eram a razão das derrotas.
Havia imundície no meio do povo. O
problema estava na tenda de Acã.
3
“Quem encobre suas transgressões
jamais prosperará, mas quem as
confessa e as abandona alcançará
misericórdia. Feliz é o homem que
sempre teme o Senhor; mas o que
endurece o coração virá a cair em
desgraça”. A santificação diante
de Deus tem como passo inicial
o reconhecimento de tudo o que
tem sido feito e que pode nos
afastar do Senhor. A santificação vai
acontecendo à medida que vamos
abandonando aquilo que desagrada
a Deus, ou seja, vamos “extirpando”
o que é maldito de todas as áreas de
nossa vida.4“Não adianta somente
confessar. É preciso abandonar
o pecado, o que traz a ideia de
arrependimento, e o desejo de não
3 Provérbios 28.13,14.
4 Queiroz, Edson, 40 dias de jejum e oração. ATG.
São Paulo, 2011.
4. Para vencer, será preciso romper
com o que desagrada a Deus (v. 20-26)
Não foi fácil para Josué, mas ele
optou por seguir conforme a ordem
do Senhor (v.15). O fim de Acã foi
trágico.
Jesus veio ao mundo e hoje o Deus
da graça trabalha orientando os
homens a se arrependerem dos seus
pecados. É o 5Espírito Santo quem
nos convence do pecado. Paulo disse
aos atenienses: “Deus não levou em
conta os tempos da ignorância, mas
agora ordena que todos os homens,
em todos os lugares, se arrependam”.
Pedro afirmou aos que ouviram a sua
mensagem: “Arrependei-vos, e cada
um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para o perdão de vossos
pecados; e recebereis o dom do
Espírito Santo”.
Deus é fiel e quer ser o Senhor
de nossas vidas. Para que sua ação
seja completa é necessário que nos
livremos das pendências, de tudo que
nos atrapalha, dos pecados que nos
rodeiam (Hb 12.1,3).
5 João15.8; Atos 2.38; 17.30.
Para pensar e agir
Quantas pessoas estão como Acã, com
“coisas malditas escondidas na tenda”.
Vivem travadas por causa do pecado.
Não conseguem vencer as batalhas no
dia a dia e jamais poderão adorar em
espírito e em verdade (Jo 4.23). Pessoas
que semanalmente são avisadas pelo
Senhor quanto ao que devem fazer, mas
optam por agir segundo sua própria
razão ou pelas emoções do momento.
São desobedientes!
Josué almejou dias melhores. Ele se
humilhou diante de Deus e de posse
da resposta divina saiu para obedecer
junto com o povo. Com a pendência
resolvida, Josué conduziu os israelitas
à vitória sobre o exército de Ai, com
30.000 homens.
Perguntas para discussão em classe
1.O que tem levado os cristãos a
agirem conforme o irmão que
negou a fé diante do patrão? O
que faltou? Onde ele errou?
2.Por que é tão fácil racionalizar o
pecado, passando a achar que ele
não tem nada a ver?
3.Quais as qualidades de Josué que
podemos extrair da história de hoje?
Leituras Diárias
mais entristecer a Deus. Pecar é uma
coisa; continuar na prática é outra”.
A vida do cristão muda quando nos
equipamos com as seguintes armas
para a santificação:
• Oração (Marcos 14.32).
• A Palavra de Deus (Josué 1.8;
Salmo 119.11).
• A vigilância (Marcos 14.38).
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Romanos 12.1-8.
Filipenses 1.27-30.
Colossenses 3.1-17.
I Timóteo 2.1-7.
Tiago 4.1-10..
I Pedro 5.8-9.
João 15.14-19.
43
Data do Estudo
Licao 5
Texto Bíblico: Daniel 6
DANIEL – Fidelidade apesar
das circunstâncias
“O temor reverente a Deus é a
chave para a fidelidade em qualquer
situação.” (Alan Redpath)
A
vida de Daniel nos inspira por ser
um exemplo de fé, esperança,
sabedoria, integridade,
fidelidade, etc. Ao ser introduzido
numa cultura pagã de profunda
escuridão espiritual, ele foi desafiado,
ainda muito jovem, a viver segundo
os padrões de Deus. Daniel conseguiu
fazer a diferença. Foi usado no palácio
junto dos líderes da Babilônia para
agir em defesa do povo de Deus. O
seu exemplo serve para estimular-nos
à adesão àquilo que é reto diante de
Deus, apesar das circunstâncias.
Quem foi Daniel
Daniel era de uma família nobre de
Jerusalém (1.3). Foi levado em 605 a.C.
para a Babilônia. Ao lado de Hananias,
Misael e Azarias teve que enfrentar
os desafios de uma cultura pagã sem
abrir mão da sua fé em Deus. Ele teve
o nome alterado de Daniel (Deus é
meu juiz) para Beltessazar (Príncipe
de Bel – equivalente a Baal). Embora
muito jovem Daniel decidiu não se
44
contaminar com a comida e com o
vinho do rei Nabucodonosor (1.8).
Após dez dias comendo vegetais e
bebendo apenas água, tornou-se mais
saudável do que os demais jovens
que se alimentavam com a comida
oferecida pelo rei (1.15). Daniel era
sábio e inteligente, dominava os
aspectos da cultura e da ciência. Daniel
também sabia interpretar todo tipo
de sonhos e visões (1.17). Na hora de
enfrentar os desafios, ele demostrava
sabedoria e bom senso (2.14).
Após interpretar o primeiro sonho
do rei, ele foi conduzido ao alto cargo
de governador de toda a província
da Babilônia, onde era o responsável
por todos os sábios (2.47). Ao
interpretar o segundo sonho (4.19-27)
aconselhou o rei para que confessasse
os pecados visando à manutenção dos
tempos de paz (4.27). Com a morte
de Nabucodonosor, foi chamado
pelo filho, o rei Belsazar, (5.3) para
interpretar as inscrições no reboco
da parede do palácio. As famosas
palavras (MENE, MENE, TEQUEL,
PARSIM) indicavam a morte do rei,
que aconteceu naquela mesma noite.
Dario, o medo, assumiu o reino (5.30).
Daniel foi nomeado um dos
supervisores dos governadores. Ele
se destacou (6.2,3). Sua conduta
despertou ciúmes da parte dos
demais supervisores. Eles armaram
uma grande cilada na tentativa de
impedir a ascensão de Daniel no reino
(6.5). Uma nova lei foi promulgada
impedindo a liberdade de culto
(6.8,9). Ao tomar conhecimento
Daniel manteve a sua conduta. Ele
orava três vezes ao dia de joelhos.
Daniel era um homem de oração
(6.10). Por sua recusa em negar sua fé,
foi lançado na cova dos leões (6.16)
de onde saiu ileso e fortalecido (6.22).
Deus foi glorificado em todo o reino
(6.26). Daniel 1“era um visionário, e a
segunda metade do livro que traz seu
nome registra a revelação que Deus
lhe deu de futuros eventos mundiais”.
A vida do vitorioso Daniel pode
nos ensinar lições que nos ajudarão
a permanecer de pé apesar das
circunstâncias:
Daniel foi desafiado a viver em meio
a uma cultura pagã. Seus valores não
eram os mesmos dos babilônicos. Sua
conduta foi o seu maior referencial
no meio de uma geração corrompida.
Ele havia decidido não se tornar
impuro e mesmo enfrentando várias
adversidades soube manter-se fiel ao
Senhor. Para Daniel o culto não era um
ato que ele prestava apenas três vezes
ao dia no quarto. Ele vivia em culto,
honrando a Deus em todo o tempo.
Infelizmente em nossos dias tem
prevalecido o chamado “dualismo”
na mente de muitos servos de Deus.
Muitos estão dividindo o universo
entre o reino espiritual, que é bom
e santo, e o reino físico, que é mau
e profano. Para o dualista é possível
ser um no contato com o sagrado
e outro no contato com o que
chamamos de secular. Ao adotarem
o dualismo 2“os cristãos separaram
o sagrado do secular, o domingo da
segunda. Muitos se tornam “cristãos
domingueiros” e abandonaram o
conceito de ser igreja na segunda-feira
levando o reino de Deus à sua vida
de trabalho todos os dias da semana,
negando funcionalmente que Cristo é
soberano sobre toda a vida”.
Precisamos fugir da mentalidade
dualista e buscarmos atender a
expectativa de Jesus: “Assim brilhe
a luz de vocês diante dos homens,
para que vejam as suas boas obras
e glorifiquem ao Pai de vocês, que
está nos céus”. (Mt 5.16). Em todo
tempo, assim como Daniel devemos
buscar honrar ao Senhor. O nosso
testemunho e a nossa fidelidade
a Deus deve ser a nossa melhor
pregação no meio de uma cultura
corrompida. O reino de Deus e a
1 Backhouse, Robert, Pequeno Manual de
Personagens Bíblicos, Mundo Cristão, São Paulo
1996.
2 Darrow L. Miller, Vocação Escreva sua Assinatura
no Universo. Instituto e publicações transforma em
parceria com DNA Brasil. 2012.
1. Deus não precisa de advogados. Mas
de servos fiéis dispostos a honrá-lo
45
vontade de Deus precisa ser real
“assim na terra como no céu” (Mt
6.10).
Não precisamos defender o reino
de Deus em debates acalorados. O
que precisamos fazer é viver segundo
os padrões do reino de Deus dia a
dia. Devemos priorizar pregar sempre
com a vida e usar as palavras quando
necessário.
2. Quando não há motivos para
acusarem os servos de Deus pela
vida moral, os opositores partirão
para perseguição espiritual
Tentaram calar Daniel, que por meio
de sua conduta exemplar incomodava.
Quando foi confrontado por uma lei
que restringia sua liberdade diante de
Deus, ele manteve-se fiel ao Senhor.
Vivemos num contexto social, onde
muitas leis estão sendo preparadas
para calar a igreja. Precisamos
desenvolver a capacidade de discernir
o curso deste mundo. Precisamos
nos posicionar de forma que a
nossa influência seja como um farol
a refletir a luz de Cristo em meio à
escuridão. Precisamos sempre lembrar
que a razão de ser de Satanás e dos
que estão sob o seu domínio é a
perseguição contra escolhidos de
Deus. Precisamos nos preparar para
viver conforme Pedro, que em meio
às ameaças das autoridades disse:
“Não podemos deixar de falar das
coisas que temos visto e ouvido” (At
4.20). Segundo Pedro a perseguição
46
tem um porquê: “Eles acham estranho
que vocês não se lancem com eles na
mesma torrente de imoralidade, e por
isso os insultam” (1Pd 4.4).
Infelizmente estamos vendo surgir
uma geração de “cristãos” que
ainda não entenderam o que é viver
em Cristo, com Cristo e para Cristo
(Ef 6.12; Mt 5.10-12; 2Tm 3.12).
Pessoas que não aceitam sofrer e
que ao primeiro sinal de adversidade
abrem mão da fé em Deus e dos
princípios estabelecidos pelo Senhor.
Geralmente usam a racionalização do
pecado para justificar as más condutas
diante de Deus.
3. A perseguição pode ser o anúncio
de que algo maior está para
acontecer
Daniel não cedeu à pressão e viu
todo um reino se dobrar diante do
seu Deus. Ele enfrentou a cova dos
leões cheio do Espírito de Deus e
foi preservado. O próprio rei Dario
reconheceu que Deus havia livrado
Daniel dos leões (Dn 6.27).
Precisamos aprender a discernir
as pressões do dia a dia. A nossa
influência no trabalho, no local
onde moramos ou sobre os nossos
familiares pode estar contrariando
os interesses de Satanás. É certo
que ele fará de tudo para nos
calar, nos intimidar e até mesmo
nos ridicularizar. Somos e seremos
chamados de fundamentalistas,
radicais, fanáticos, ignorantes, etc.
Para pensar e agir
Se permitirmos que a visão dualista
continue em nosso meio, nós nos
tornaremos uma igreja irrelevante
diante de um mundo em crise. Não
saberemos como agir diante dos
desafios que estarão à nossa volta.
Não adianta esperar uma mudança
cultural por parte dos ímpios (2Tm
4.3,4). O que o mundo precisa é da
manifestação dos filhos de Deus (Rm
8.19).
Precisamos entender que, se
estamos influenciando onde estamos,
3 Mateus 6.11,12.
Satanás fará de tudo para nos tirar de
tal ambiente. Poderá fazer até uma
boa proposta financeira. Cuidado, ore
sempre antes de decidir para onde ir.
Não há o que temer: “Maior é o que
está em nós, do que aquele que está
no mundo das trevas, condenado à
perdição eterna”. “Se Deus é por nós,
quem será contra nós?” (Rm 8.31).
Perguntas para discussão em classe
1.Vimos nesta lição que muitos
cristãos estão dividindo o universo
entre o reino espiritual, que é bom
e santo, e o reino físico, que é mau
e profano. De que forma isso tem
se aplicado na prática? Você tem
percebido isso?
2.Existe perseguição espiritual no
Brasil? Você já foi vítima de alguma
perseguição pelo fato de ser um
cristão? Como devemos proceder
em tempos de perseguição
espiritual?
3.A esperança da volta de Cristo está
presente nas atitudes diárias dos
cristãos de hoje? As igrejas estão
falando acerca disso?
4.Em sua opinião, qual foi a maior
virtude de Daniel?
Leituras Diárias
Não devemos nos esquecer das
palavras de Jesus: 3“Bem-aventurados
serão vocês quando, por minha causa,
os insultarem, os perseguirem e
levantarem todo tipo de calúnia contra
vocês. Alegrem-se e regozijem-se,
porque grande é a sua recompensa
nos céus, pois da mesma forma
perseguiram os profetas que viveram
antes de vocês”.
O inimigo não sabe o dia nem a
hora (Mt 24.36) mas percebe que
está próxima a volta de Jesus Cristo.
Algo maior está para acontecer, e
precisamos viver baseados nesta
grande esperança (Rm 8.18; At 1.8).
Haverá um novo céu e uma nova terra
(Ap 21). Jesus Cristo voltará!
O mundo em pleno século XXI
ainda precisa conhecer o Deus
que “livra e salva; que faz sinais e
maravilhas nos céus e na terra”. O
Deus de Daniel, o nosso Deus.
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Daniel 1.
Daniel 2.
Daniel 3.
Daniel 4.
Daniel 5.
Daniel 6.
Lucas 10.1-20.
47
Data do Estudo
Licao 6
Texto Bíblico: 2Reis 20.12-19; 2Crônicas 32.24-33
EZEQUIAS –
O orgulho fatal
“Deus não irá adiante com o
homem que marcha com
suas próprias forças.”
(C. H. Spurgeon)
O príncipe dos pregadores, C. H.
Spurgeon, certa feita afirmou: “A
verdadeira conversão dá segurança
ao homem, mas não lhe permite
cessar de vigiar”. Principalmente
após uma grande vitória, devemos
redobrar a nossa atenção. A história
registra vários exemplos de pessoas
que deixaram o orgulho tomar conta
do coração e por isso caíram. Os
erros cometidos pelo rei Ezequias
após ter seus anos prorrogados por
Deus é um desses exemplos. Uma
olhada mais detalhada para os tristes
fatos narrados em nosso texto básico
revelará que até mesmo uma pessoa
íntima de Deus poderá cair se não
permanecer vigilante. O nosso Mestre
1
1 Blanchard John, Pérolas para a vida. Vida Nova.
São Paulo 1984.
48
Jesus nos advertiu: “Vigiem e orem
para que não caiam em tentação. O
espírito está pronto, mas a carne é
fraca”.
Nosso objetivo nesta lição não
será justificar os erros de Ezequias,
mas analisar seus atos visando extrair
alguns princípios que poderão nos
impedir de cometer erros semelhantes
ou piores dos que os que foram
cometidos por ele.
Quem foi Ezequias (Deus é força)?
Um dos maiores e mais virtuosos
reis de Israel. Era filho do rei Acaz
e Abia. Iniciou o seu reinado em
Jerusalém aos 25 anos e reinou por
29 anos (716- 687 a.C). Ele reinou
conforme a vontade de Deus (2Rs
18.3-7). Ao assumir o reino restaurou
o culto ao Senhor. Foi Ezequias quem
mandou reabrir o Templo. Levou o
povo a restabelecer a celebração da
Páscoa judaica; organizou o serviço do
Templo (2Cr 31.20,21). Preocupou-se
em restaurar os muros que protegiam
a cidade, construiu torres. Em meio
às ameaças de Senaqueribe, rei da
Assíria, que desafiou a Deus, orou
junto do profeta Isaías e um milagre
aconteceu. O Senhor enviou um
anjo, que destruiu os assírios. Foi
um homem muito rico, honrado
e abençoado por Deus. Foi um
visionário, um empreendedor em seu
tempo, que teve muito sucesso (2Cr
32.27). Ezequias ficou muito doente
e ao ser informado pelo profeta Isaías
de que morreria, orou a Deus sobre
a enfermidade. O Senhor ouviu a sua
oração e acrescentou mais quinze
anos de vida a ele (2Rs 20.2). Após
ter ouvido que seus anos seriam
prorrogados, Ezequias não vigiou e foi
repreendido pelo profeta Isaías (2Reis
20.14). Um resumo de sua vida está
registrado em 2Crônicas 29 a 32. Os
anos de Ezequias foram de paz, mas
em 600 a.C os babilônicos invadiram
Judá (2Cr 24.12-16), levando o povo
para o cativeiro, e lá estavam Daniel,
Hananias, Misael e Azarias (Dn1.6).
Vejamos alguns erros de Ezequias
que mancharam a sua história após
tantas vitórias e provas do temor que
nutria por Deus.
1. Ezequias foi influenciado pelos
“mimos” do inimigo (2Rs 20.12)
Ezequias recebeu os mensageiros do
rei da Babilônia, que lhe entregaram
cartas e um presente. Aparentemente
estavam demonstrando que se
preocupavam com sua saúde. Ele
ficou tão entusiasmado com a visita
que se esqueceu de uma regra básica,
principalmente para um rei: com
inimigo não se brinca!
O inimigo “é aquele que odeia o
outro procurando sempre lhe fazer o
mal; destruí-lo se possível”. Enquanto
militarmos nesta terra, travaremos
batalhas contra o inimigo de nossas
almas. O inimigo é astuto. Paulo
declarou que: 2“o próprio Satanás se
disfarça em anjo de luz”. Ele prepara
ciladas para nos atingir. Realmente
com o inimigo não se brinca! Pedro
sabiamente revelou que o 3“inimigo
de nossas almas, o Diabo, anda
em derredor, rugindo como leão, e
procurando a quem possa tragar”.. Ele
não está para brincadeira!
Temos visto em nossos dias a
queda moral e espiritual de muitos
cristãos que se deixaram levar pelos
“mimos” do mundo moderno.
Pessoas que cederam às “filosofias”,
às atrações e facilidades do nosso
tempo. Precisamos lembrar-nos das
palavras do salmista: 4“Como é feliz
aquele que não segue o conselho
dos ímpios, não imita a conduta dos
pecadores, nem se assenta na roda
dos zombadores! Ao contrário, sua
satisfação está na lei do Senhor, e
nessa lei medita dia e noite”.
Pelo menos duas ações devem ser
praticadas na hora da aproximação
do inimigo de nossas almas: 1) Resistir
2 2Co 11.14; Ef 6.11.
3 2Pe 4.8
4 Sl 1.1,2.
49
(1Pe 5.8,9) – em caso de sofrimento,
perseguição por causa da fé; etc. 2)
Fugir (2Tm 2.22) – Nos casos que
envolvem nossas inclinações carnais
e situações em que nossas limitações
são maiores.
Cuidado para não se deixar levar
pelos mimos do inimigo.
2. Ezequias revelou os seus segredos
(2Rs 20.13-15).
Ezequias “abriu o jogo” para o
inimigo. Ele revelou a intimidade do
palácio, ignorou os princípios básicos
de segurança da corte. Reuniu-se com
os seus inimigos como se estivesse em
família. Como pôde ser tão inocente?
O que levou aquele homem tão íntimo
de Deus a cometer um erro tão banal?
Encontramos a resposta na narrativa de
Esdras: 5“Ezequias tornou-se orgulhoso”.
O orgulho (elevado conceito de
si mesmo) levou Ezequias a mostrar
seus tesouros ao inimigo. Talvez ele
estivesse deslumbrado com a bênção
que acabara de receber, os 15 anos
que ainda viveria. Ele ficou cheio de
si mesmo e por isso tornou-se uma
presa fácil para seus inimigos. Isso
pode facilmente acontecer conosco!
A altivez, o orgulho pode ser um
prenúncio da queda. Como afirmou
6
Thomas Manton: “O Orgulho é a
causa de todos os outros pecados”.
Vejamos dois exemplos registrados
na Bíblia, um negativo e um positivo:
5 2Cr 32.25.
6 Blanchard John, Pérolas para a vida. Vida Nova.
São Paulo 1984.
50
O exemplo de Sansão (Jz 16) –
Sansão, “anestesiado” pela atração
física por Dalila, acabou revelando
o segredo de sua força. Ele resistiu
por duas vezes e acabou caindo na
terceira. Quando Sansão abriu os
olhos, já tinha perdido as forças, era
tarde demais. O fim dele foi trágico
por ter revelado o seu segredo aos
inimigos (Estudaremos melhor este
personagem na lição 7).
O exemplo de José do Egito (Gn
39) – Como vimos na lição 2, José foi
assediado pela mulher de Potifar, mas
ele não quis conversa. Disse não às
facilidades que poderia ter ao ser o
amante de uma poderosa mulher. Ele
não quis conversa, optou por fugir da
mulher, não revelou seus segredos. Ele
permaneceu na presença de Deus, foi
injustiçado, preso, mas prosperou ao
lado do Senhor.
Se Ezequias e Sansão tivessem
aplicado as regras básicas de proteção
contra o inimigo, suas histórias seriam
bem diferentes. Devemos sempre
tomar cuidado. Não podemos ignorar
as advertências bíblicas. Precisamos
obedecer aos limites estabelecidos por
Deus. Pode até ser difícil, mas sempre
valerá a pena. Eis o exemplo de José
do Egito.
3. Ezequias foi imediatista
(2Rs 20.16-19)
Ezequias não pensou no futuro
quando abriu as portas do palácio. Foi
imediatista e se deixou levar por suas
emoções. O profeta Isaías anunciou
Para pensar e agir
Ezequias foi um homem muito
especial, cuja história foi manchada
pela falta de vigilância provocada
principalmente pelo orgulho que
tomou conta de seu coração.
Exemplos como este que estão
revelados na Bíblia são presentes
divinos para nossa proteção. Os fatos
narrados nesta lição servem de alerta
para que cada crente:
1.Redobre a vigilância nos dias que
sucedem as bênçãos - Seja prático
diante do mal. Diga não! Fuja! Não
fique de “conversinha”. Cuidado
com o orgulho!
2.Não admita fazer aliança com o
inimigo - Avalie quem convida você.
De onde essa pessoa vem? Em
nome de quem? Para quê? Por quê?
Se falar em nome de Deus, olhe
para a vida de quem fala. Quais são
os seus valores? Seu estilo de vida?
3.Lembre que Deus jamais
aprovará as ações alicerçadas na
desobediência - Liberte-se dos
jargões evangélicos e aprofundese na Palavra. Ha coisas que não
precisamos nem perguntar, pois
Deus já disse que não. Devemos
obedecer a Ele!
Perguntas para discussão em classe
1.Vimos nesta lição que Ezequias
ignorou algumas regras básicas
diante do inimigo. Pense em nossos
dias e responda: quais as exigências
para uma vida santa e consagrada
ao Senhor que estão sendo mais
negligenciadas em nossos dias?
2.Você pode citar alguma regra básica
revelada na Palavra de Deus que nos
protege das ações de Satanás?
3.O que tem levado as pessoas
a viverem o presente sem se
preocuparem com as consequências
dos seus atos?
Leituras Diárias
a destruição futura, mas ele não se
preocupou porque seus dias seriam de
paz e segurança.
A sociedade vive assim. Cada
um por si. Poucos são os que estão
preocupados com as consequências
dos seus atos. Famílias são destruídas
devido às más escolhas de pessoas
que deveriam trabalhar por sua
preservação.
Nós, os servos de Deus, somos
diferentes. Sabemos que aquilo que
plantamos um dia iremos colher
(2Co 9.6). Não podemos ignorar as
consequências dos nossos atos em
nossa vida e para as pessoas que
estão ao nosso redor. Quem não se
preocupa com o amanhã está fadado
ao fracasso e às mais profundas
feridas emocionais.
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
II Timóteo 2.22.
Salmo1.
Efésios 4.1-3.
Mateus7.24-27.
Mateus 26.41.
I João 5.2-4, 19-21.
Salmo 119.9-11.
51
Data do Estudo
Licao 7
Texto Bíblico: Juízes 16.1-22
SANSÃO – Uma vida
comprometida pelas más escolhas
A verdadeira conversão dá
segurança ao homem, mas não lhe
permite cessar de vigiar”. (C. H.
Spurgeon)
A
Bíblia nos adverte que 1“enganoso
é o coração, mais do que todas
as coisas”. A história de Sansão
é uma prova de que nossas emoções
podem comprometer a nossa
caminhada com Deus, levando-nos
ao sofrimento. Sabemos que o nosso
sucesso, ou o nosso fracasso, está
diretamente ligado à qualidade das
nossas escolhas. Daí a importância de
vigiarmos constantemente (Mt 26.41).
Nosso alvo deve ser poder dizer como
Paulo: 2 “Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé”.
Em nossa lição de hoje vamos
analisar alguns fatos sobre a vida de
Sansão. Um homem que apesar de
todos os seus equívocos foi muito
importante para a história de Israel.
1 Jr 17.9a.
2 2Tm 4.7.
52
Seu nome está registrado na galeria
dos heróis da fé (Hb 11.32).
Quem foi Sansão
Sansão (ilustre, pequeno sol) viveu
por volta de 1075 a.C. Sua história
está registrada nos capítulos 13 a
16 do livro dos Juízes. Era filho de
Manoá, um homem de Zorá, da tribo
de Dã. Sua mãe era estéril quando
foi visitada por um anjo do Senhor.
Ela foi avisada de que daria à luz um
menino, que livraria o povo de Israel
das mãos dos Filisteus. Sansão era
um nazireu de Deus (Nm 6.1-21; Jz
13.5). Um homem consagrado antes
mesmo do nascimento. Deus era
com Sansão (13.24,25; 14.6; 15.14).
Sansão casou-se com uma filisteia
de Timna (14.1). Foi traído ao ter o
segredo do seu enigma revelado. Ele
então se apaixonou por uma mulher
chamada Dalila, que subornada pelos
filisteus usou todo o seu charme para
arrancar de Sansão, após quatro
tentativas, o segredo de sua força
(16.17). Ele nunca havia cortado o
cabelo, mas deixando-se levar pela
atração que nutria por Dalila, contou
toda a verdade. Enquanto dormia teve
seus cabelos cortados. Quando tentou
abrir os olhos, era tarde demais. Ele
havia perdido os olhos e a força e
passou a ser como qualquer outro
homem. Os filisteus o levaram para
uma prisão, onde ele, humilhado,
passou a trabalhar girando o moinho
no cárcere.
Enquanto os filisteus exaltavam
o deus “Dagom” e zombavam do
Deus de Israel, Sansão se apoiou nas
colunas mestras que sustentavam o
templo e clamou ao Senhor (16.28).
O templo desabou sobre todos os
líderes, sobre o povo e sobre Sansão.
Todos morreram. O corpo de Sansão
foi levado por seus irmãos, que o
sepultaram no túmulo de seu pai,
Manoá. Sansão julgou Israel por 20
anos. Ele foi o 13° juiz.
A história de Sansão serve de alerta,
nos proporciona as seguintes lições:
1. Devemos tomar cuidado com o
nosso envolvimento no mundo
Sansão se envolveu com os filisteus;
apaixonou-se e casou-se com uma
filisteia, ignorando o alerta dos seus
pais (14.3). Envolveu-se com uma
prostituta quando foi a Gaza (16.1)
e por fim rendeu-se aos encantos de
Dalila, uma mulher que sabia usar seus
encantos para conseguir seus intentos
(16.16). A queda de Sansão está
diretamente ligada a sua disposição
em viver longe do seu povo. Ela
aconteceu aos poucos.
Paulo fez o seguinte alerta para os
cristãos: 3“Não se amoldem ao padrão
deste mundo”. Temos visto a cada dia
que passa um envolvimento maior da
igreja com as coisas e pessoas deste
mundo. Ao invés de transformar (Mt
5.13) infelizmente estamos vendo uma
geração de cristãos optando pelos
mesmos gostos, as mesmas músicas,
o mesmo estilo de festa, as mesmas
roupas, os mesmos ambientes, o
mesmo linguajar e o pior, projetos
de vida muito semelhantes. Tiago
nos alertou: 4“Portanto qualquer que
quiser ser amigo do mundo constituise inimigo de Deus”. Ao invés de
fugir estamos nos aproximando e nos
acostumando com o glamour (encanto)
deste mundo. Ao jovem Timóteo
Paulo aconselhou: 5“Foge também das
paixões da mocidade, e segue a justiça,
a fé, o amor, a paz com os que, de
coração puro invocam o Senhor”.
6
George Barna fez uma pesquisa
nos EUA onde constatou que
apenas 43% dos adultos que se
declaram cristãos são plenamente
comprometidos com a fé cristã.
Pelo que percebemos no dia a dia,
podemos afirmar que no Brasil não
é diferente. Lembremo-nos das
palavras do Salmista: 7“Como é feliz
3 Rm 12.2a.
4 Tg 4.4b.
5 2Tm 2.22.
6 Dever Mark. 9 marcas de uma igreja saudável.
Editora Fiel. São Paulo. 2012.
7 Sl 1.1.
53
aquele que não segue o conselho
dos ímpios,não imita a conduta dos
pecadores, nem se assenta na roda
dos zombadores!”
Enquanto igreja militante, teremos
que viver, trabalhar, negociar e estudar
neste mundo. Mas não podemos
esquecer que “fomos chamados para
fora”. Somos a igreja de Cristo, um
povo que vive na terra com um estilo
de vida de acordo com aqueles que
um dia viverão no céu. 8“Não ameis o
mundo, nem o que há no mundo”.
razão. Precisamos pensar antes de
agir. Precisamos estabelecer princípios
que priorizem nossa integridade
diante de Deus. Precisamos cultuar de
forma racional.
Precisamos ouvir a voz do Espírito
Santo, o nosso ajudador. Precisamos
priorizar andar segundo a Palavra de
Deus (Sl 119.11). Precisamos renovar
o nosso entendimento diariamente.
Agindo assim, experimentaremos a 10
“boa, agradável e perfeita vontade de
Deus”.
2. Não podemos colocar as emoções
à frente da razão
3. Nem sempre será possivel ser
como antes
Sansão deu vazão à emoção. Estava
nos braços de uma bela mulher,
que o levou à queda. Ele havia se
acomodado ao ambiente, achavase forte o bastante para qualquer
situação. Ele teve três oportunidades
de avaliar os fatos e reagir, mas optou
por ignorar o perigo e em seguida
caiu. Sansão tornou-se uma presa fácil
para Dalila e para os filisteus.
A Bíblia nos alerta: 9“Não sejas sábio
a teus próprios olhos; teme ao Senhor
e aparta-te do mal”. Mesmo assim
muitos estão optando por seguir
dando vazão apenas às emoções.
Vivemos numa época em que todos
querem sentir, se arrepiar, etc. Poucos
falam sobre pensar. Daí o grito do
cantor João Alexandre ao escrever a
canção intitulada “É proibido pensar”.
Nossa vida precisa estar aliada à
8 1Jo 2.15a.
9 Pv 3.7.
54
Essa é uma triste conclusão que
a história de Sansão revela. A sua
falta de vigilância custou muito caro.
Mesmo Deus ouvindo a sua oração
naquele templo, Sansão não teve
como recuperar os seus dias de glória.
Um dos melhores antídotos contra o
pecado é pensarmos nas consequências
dele. No preço caríssimo a ser pago
diante de Deus e dos homens. A
maioria das quedas não acontece do
dia para a noite. Há tempo para pensar,
avaliar, resistir e se necessário fugir (Tg
1.14,15). Quantas vidas e famílias seriam
preservadas se aqueles que caíram
tivessem aplicado essas e outras regras
de segurança. Precisamos estabelecer
limites, avaliar as consequências dos
nossos atos antes de agir.
Sabemos que quando confessamos
ao Senhor os nossos pecados (1Jo
10 Rm 12.2.
4. Mesmo estando “no fundo do
poço” clame ao senhor
Os erros de Sansão o levaram a
uma condição a que ele jamais havia
imaginado chegar. Mas em meio às
pesadas consequências ele fez um
pedido a Deus e foi atendido.
Sempre é tempo de clamar. Foi o
Senhor quem disse: “se o meu povo,
que se chama pelo meu nome, se
humilhar e orar, buscar aminha face
e se afastar dos seus maus caminhos,
dos céus o ouvirei, perdoarei o
seu pecado e curarei a sua terra”
(2Crônicas 7.14).
Nenhuma condição deve nos afastar
de Deus. Clamemos ao Senhor, não
importa a circunstância. 12A. W. Pink
afirmou: “O propósito da oração não
é fornecer a Deus o conhecimento
das coisas de que precisamos, mas
confessar-lhe nosso sentimento de
necessidade”.
Para pensar e agir
A história de Sansão que acabamos
de estudar é um exemplo que
serve de alerta quanto ao nosso
11 1Co 10.12,13.
12 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida
Nova. São Paulo.1993.
envolvimento com o mundo. Um
homem consagrado antes mesmo do
nascimento, uma vida que tinha tudo
para dar certo, mas que após viver
momentos de extremo sofrimento
teve um triste fim. Alguém poderia
dizer: “Ah, se Sansão tivesse vigiado
um pouco mais!”.
A história na vida real não se baseia
em suposições. Ela é escrita com as
decisões que tomamos no dia a dia.
Por isso, 13“a melhor maneira de não
falhar nunca é temer sempre”. É
permanecer com a armadura de Deus
para que possamos resistir no dia mau
(Ef 6.10-18). Portanto, antes que seja
tarde demais, clame ao Senhor.
Perguntas para discussão em classe
1.Qual a semelhança entre um
nazireu de Deus e um cristão
separado por Deus para uma vida
santa?
2.Quais as atitudes que Sansão
deveria ter tomado ao lidar com
Dalila? Onde foi que ele errou?
3. O que a história de Sansão nos ensina
em relação ao envolvimento com o
mundo? Até onde podemos ir?
13 Willian Jenkyn.
Leituras Diárias
1.9), eles são perdoados. Mas
também sabemos que muitas vezes
haverá um triste salário a ser pago em
consequência deles. Na presença de
Deus podemos resistir às tentações.
Então: 11 “Aquele, pois, que pensa
estar em pé, olhe não caia”.
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Tiago 4.4-10.
Provérbios 13.20, 14.7, 27.17.
Provérbios 18.8, 23.9.
Tiago 1.12-15.
I Pedro 5.8-9.
I João 1.8-10.
II Crônicas 7.14.
55
Data do Estudo
Licao 8
Texto Bíblico: Neemias 7.1,2
HANANIAS – Um homem preparado
para os grandes desafios
“A crise mais aguda que
presenciamos é a de integridade.”
(Hernandes Dias Lopes)
injustiça, corrupção, fraudes,
promiscuidade, etc. Certamente que em
nossos dias, Diógenes também sairia
pelas ruas em busca de pessoas íntegras.
Certa vez, o sábio pensador
Diógenes saiu pelas ruas, durante um
dia ensolarado, com uma lanterna
acesa. Alguém o abordou e lhe
perguntou: “O que você procura com
uma lanterna acesa durante este dia tão
ensolarado?”. Ao que ele respondeu:
“Estou à procura de um homem
honesto, de uma pessoa íntegra”.
Vivemos num mundo de
comprometimentos. A sociedade
abandonou os padrões morais e
os princípios cristãos em troca do
oportunismo. As maiores aspirações
das pessoas em nossos dias podem
ser traduzidas em quatro palavras:
fortuna, fama, poder e prazer. Vale
tudo para conquistar tais coisas. Frases
como “rouba, mas faz”, “todo mundo
faz” e “não vi nada”, são utilizadas
para justificar os maus atos. Em vários
segmentos da sociedade há pessoas
comprometidas com a desonestidade,
1.1 – Definição de Integridade
Segundo 2John MacArthur, Jr.
Integridade“É a aderência firme a um
1 Lima, Josadak. Integridade – um compromisso de
vida. AD Santos. Curitiba. 2007.
2 John MacArthur, O poder da Integridade. Editora
Cultura Cristã. São Paulo. 2001.
1
56
Quem foi Hananias?
A maior e mais importante
revelação sobre este personagem
são as palavras do próprio Neemias:
“Hananias era íntegro e temia a
Deus mais do que a maioria dos
homens”. Ele foi um dos judeus
que participaram da reconstrução
dos muros de Jerusalém ao lado de
Neemias por volta do ano 445 a.C.
O seu nome significa, em hebraico,
Jeová é clemente.
A integridade é uma garantia de
credibilidade. Vamos usar o exemplo
de Hananias para estudar acerca dessa
qualidade indispensável a qualquer
servo de Deus.
1) Hananias era íntegro
severo código moral e ético, o estado
de estar desimpedido; desembaraçado
ou a qualidade ou condição de ser
inteiro ou indivisível; inteireza. Vem da
palavra integer, que significa “total”
ou “indiviso”, “completo”. O termo
integridade significa essencialmente,
ser verdadeiro em relação aos próprios
padrões éticos – em nosso caso,
os padrões de Deus. Integridade é
sinônimo de honestidade, sinceridade,
incorruptibilidade. Descreve alguém
sem hipocrisia ou dúplice – alguém
que é totalmente consistente em suas
convicções. Uma pessoa a quem falte
integridade, alguém que diga uma
coisa e faça outra é um hipócrita”.
1.2 - Importância
Salomão afirmou: 3“Quem anda
em integridade anda seguro; mas
o que perverte o seu caminho
será conhecido”. Uma vida íntegra
deveria ser uma das marcas de
qualidade mais visíveis em qualquer
cristão. Um servo de Deus não
pode ter uma vida ameaçada por
comprometimentos. Uma das
atividades de maior necessidade de
integridade é a liderança da igreja.
Um líder espiritual tem de manter a
integridade para firmar um exemplo
a ser seguido. Temos vários perfis
na Bíblia que revelam isso (At 6.3;
1Tm 3). 4“Quando as pessoas veem
seus líderes esticando a verdade e,
3 Pv 10.9
4 BlackabyEnry. Liderança espiritual. Bompastor; São
Paulo, 2007.
estrategicamente, maquiando os
problemas, perdem a confiança nele.
Os seguidores não esperam que seu
líder seja perfeito, mas esperam que
seja íntegro”.
A integridade vai além da
sinceridade. Analisemos a explicação
de 5Ronaldo Lidório: “Integridade
é mais do que uma convicção.
É uma atitude transformadora
e validadora. Leva-nos a uma
profunda inquietação que produz
transformações internas e externas.
Faz-nos desejar viver de acordo com
a nossa fé, nossos valores, com a
Bíblia que afirmamos ser a nossa
regra de fé e prática.
A grande diferença entre
sinceridade e integridade é a
obediência. Enquanto a primeira
reconhece suas falhas e erros, a
segunda se contorce incomodada por
conserto e transformação".
Hananias era íntegro. Seu estilo de
vida chamou a atenção de Neemias.
Era um servo preparado para
qualquer desafio. Sua autoridade
havia sido construída e preservada
por meio de uma vida transparente,
em que prevalecia o caráter e a
verdade.
Não podemos tapar o sol com
a peneira. Há crentes vivendo
totalmente adaptados a um mundo
de comprometimentos. “Quando as
pessoas aprendem a mentir, enganar,
roubar e mascarar a verdade. A fazer
5 Lidório, Ronaldo. Liderança e Integridade. Editora
Betânia. Belo Horizonte. 2008.
57
qualquer coisa para conseguir o que
desejam, tal comprometimento tornase modo de vida”.
No Salmo 15 Davi definiu o
verdadeiro cidadão dos céus com as
seguintes palavras: “Aquele que vive
com integridade, pratica a justiça e
fala a verdade de coração; que não
difama com a língua, nem faz o mal
ao próximo, nem calunia seu amigo”.
2) Hananias temia a Deus mais do
que a maioria dos homens
A maioria dos homens está vivendo
contra os padrões estabelecidos por
Deus para a humanidade. Há uma
rejeição natural a tudo o que diz
respeito a Deus(Rm1). Os homens
não conseguem entender como
os verdadeiros seguidores de Jesus
conseguem viver uma vida santa, e
é por isso que muitas vezes somos
insultados, perseguidos filosoficamente,
etc. (1Pd 4.3). Mas não devemos nos
abalar, pois é a Palavra de Deus se
cumprindo em nossos dias (Mt 24).
Hananias se destacava porque estava
acima da média no que diz respeito
à intimidade com o Todo-poderoso.
Somente os servos que verdadeiramente
temerem a Deus estarão preparados.
Alan Redpath afirmou que “o temor
reverente de Deus é a chave para a
fidelidade em qualquer situação”.
1°) O resgate da devoção –
precisamos passar mais tempo a
sós com Deus. Dedicar tempo de
qualidade para crescermos na graça
e no conhecimento do Altíssimo.
Priorizar o estudo sistemático da
Bíblia e uma vida de constante
oração e comunhão cristã (Sl 119.11;
2Cr 7.14).
2°) O resgate da doutrina –
Crescemos quando conhecemos e
estudamos os nossos manuais de fé.
Há membros de igrejas batistas que
desconhecem nossos documentos e as
doutrinas básicas do cristianismo. Não
sabem o que consta na Declaração
Doutrinaria da CBB e nos princípios
batistas. São presas fáceis de falsos
ensinos e da síndrome do “eu acho
que...” (Pv 22.28; 2Tm 2.15).
3. Propostas
3°) O resgate da ética – “Não
se amoldem ao padrão deste
mundo...”(Rm 12.2a). Precisamos
conhecer o padrão dos céus e nos
preparar para os embates contra as
possíveis propostas deste mundo. Não
podemos ceder e fazer o que todos
fazem. Somos um povo peregrino,
que caminha ao lado de Deus para
algo muito maior. Temos que dar
um bom testemunho em todos os
segmentos da sociedade. Nossa vida
deve refletir a glória de Deus (Mt
5.16).
No término de nossa lição de hoje,
estamos propondo o resgate das
seguintes qualidades:
4°) O resgate do pensamento e
do discernimento– devemos sempre
58
5°) O resgate do equilíbrio – Não
podemos admitir uma vida alienada
ou isolada da sociedade. Cada um
deve saber até onde pode ir, tendo
como parâmetro a vontade de Deus,
revelada na Bíblia Sagrada. O cristão
não pode se deixar dominar pelos
negócios desta vida (2Tm 2.4).
6°) O resgate do legado –
Sempre haverá alguém nos olhando.
Não podemos deixar um legado
negativo. Nossa família precisa ser
influenciada por nossa vida. A história
de nossa igreja precisa ser escrita de
forma saudável visando sempre a
um futuro ainda melhor. Um passo
em falso poderá comprometer nosso
exemplo e causar prejuízos a terceiros
(2Tm 2.22).
Para pensar e agir
Estamos vivendo uma crise de
integridade, só não vê quem não
quer. Muitos cristãos já estão tão
envolvidos com o estilo de vida do
mundo que já não sabem mais como
não se envolver. Até a teologia foi
alterada para alimentar tais apetites
e por isso muitas igrejas estão
cheias de pessoas vazias. Irmãos que
poderiam testemunhar acerca da fé
em Cristo, mas que permitiram que
as facilidades do mundo destruíssem
suas reputações. Há uma carência
em nosso meio de pessoas como
Hananias.
Se Jesus saísse pelas ruas à procura
de uma pessoa “íntegra e temente
a Deus mais do que a maioria dos
homens”, acharia você?
Perguntas para discussão em classe
1.Quais são os maiores desafios da
igreja no que diz respeito a uma
vida de integridade? Por que tantos
crentes estão cedendo às pressões
deste mundo?
2.As pessoas leem a Bíblia, mas
só acreditam no que querem.
Por que isso acontece? Quais os
prejuízos para a vida daquele que
desobedece à Lei do Senhor?
3.Das propostas feitas no fim
da lição, qual será o seu maior
desafio?
Leituras Diárias
pensar nas consequências dos nossos
atos (Vimos isso na lição anterior).
Não podemos agir sem consultar o
Senhor. Precisamos corajosamente
discriminar o certo do errado, o bem
do mal, isso é discernimento. Não
podemos ceder às pressões que visam
ao politicamente correto ou “ficar
bem com a turma”. Todo cristão deve
demonstrar convicção em relação ao
caminho que afirma seguir (Hb 12.1,2;
1Jo 2.15-17; Ap 2.10) .
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
João 15.16-19.
I Coríntios 10.13-23.
II Coríntios 10.3-6.
Gálatas5.16-21.
Gálatas 5.22-26.
Salmo 15.
Provérbios 10.9; Salmo 34.12-15.
59
Data do Estudo
Licao 9
Texto Bíblico: Êxodo 18
JETRO –
Um conselheiro muito especial
“O indivíduo que nunca muda de
opinião jamais corrige seus erros. O
fato é que o caminho do sucesso está
sempre em construção.”
(John L. Mason)
F
elizes são aqueles que têm
em seu círculo mais íntimo de
amizade ou em sua família,
pessoas como Jetro. Alguém capaz de
nos auxiliar, de nos fazer enxergar as
ameaças que nos rondam. Devemos
louvar a Deus pelas pessoas que Ele
tem enviado para nos auxiliar nas
jornadas desta vida. Devemos, ainda,
considerar a possibilidade de sermos
pessoas como Jetro na vida dos
outros. Salomão sabiamente afirmou:
1
“Quando não há sábia direção,
o povo cai; mas na multidão de
conselheiros há segurança”.
1 Pv 11.14.
60
Quem foi Jetro
Jetro (Excelência) viveu por volta do
ano 1500 a.C. Foi sacerdote e príncipe
de Midiã. Também era chamado de
Reuel (Êx 2.18). Tinha sete filhas, entre
elas Zípora, que veio a ser a esposa
de Moisés. Jetro era um homem
sábio, observador e hospitaleiro.
Moisés passou quarenta anos em
sua companhia antes de seguir para
libertar o povo de Israel. Após Moisés
retirar o povo do Egito, Jetro o visitou
no acampamento no deserto. Ele
ficou animado com as boas notícias,
mas percebeu que Moisés estava
trabalhando demais, fazendo tudo
sozinho. Por isso aconselhou Moisés
a nomear assessores para dividir as
responsabilidades. Ele é considerado
um dos primeiros consultores
gerenciais da história bíblica. As
chamadas “leis de Jetro” ainda hoje
influenciam líderes em todos os
segmentos gerenciais.
Nosso objetivo nesta lição será
destacar as características pessoais
de Jetro que nos permitem defini-lo
como um homem muito especial.
1. Espiritualidade (v.12)
Jetro demonstrou seu temor a Deus
quando avisado por Moisés que o
Senhor lhe dera uma missão. Não houve
questionamentos (Êx 4.18). Após a saída
do povo do Egito, Jetro soube reconhecer
que todos os fatos eram provenientes do
poder de Deus. “Então Jetro, sogro de
Moisés, tomou holocaustos e sacrifícios
para Deus”(18.11,12).
Tudo em nossa vida deveria ser
uma consequência natural da nossa
comunhão com Deus. 2“O temor do
Senhor é o princípio da sabedoria,
e o conhecimento do Santo é
entendimento”.Somente os homens e
mulheres espirituais, que temem a Deus,
conseguirão enxergar os valores de cima
(Cl 3.1) e poderão influenciar outros a
saírem de onde estão para onde Deus
quer que elas estejam (Gl 6.1).
Segundo o diretor do Instituto
para o Desenvolvimento de Igreja,
Christian A. Schwarz 3“O aspecto
que de fato diferencia igrejas que
crescem de igrejas que não crescem,
é se os crentes de uma determinada
igreja vivem a sua fé com dedicação,
paixão, fogo e com entusiasmo”. Uma
2 Pv 9.10
3 SchwarzChristian A.O desenvolvimento Natural da
Igreja. Editora Esperança. Curitiba. 1996.
espiritualidade contagiante é uma
marca de qualidade indispensável
na vida de qualquer cristão e
consequentemente das igrejas. Está
diretamente relacionada com o tempo
investido em oração, na leitura da
Bíblia, no viver e compartilhar a fé
com entusiasmo (2Cr 7.14).
2) Sabedoria
Como é importante a manutenção
dos relacionamentos saudáveis na
família. Jetro e Moisés se respeitavam
(v.7). Nutriam um relacionamento
afetivo saudável. Havia carinho entre
eles e isso foi uma porta aberta para a
influência de Jetro sobre Moisés.Jetro
demonstrou sabedoria ao reconhecer
que Moisés, na melhor das intenções,
estava longe da família e trabalhando
além de suas possibilidades (v.5,17).
Sua escala de valores estava invertida.
Vivemos numa sociedade de consumo,
em que muitas pessoas só pensam em
trabalhar e ganhar mais dinheiro para
consumir. Nós, os servos de Deus, que
temos a Bíblia como nossa única regra
de fé e prática, não podemos entrar
nesta ciranda nociva à saúde espiritual
e familiar. Precisamos viver aquilo que
a Palavra de Deus nos orienta, mesmo
que para isso precisemos nos privar
de alguns bens ou títulos. Precisamos
de pessoas como Jetro para nos fazer
lembrar algumas orientações que estão
na Palavra de Deus.
• Marido e Mulher devem
permanecer juntos (Mc 10.6-9; 1Co
7.5,6);
61
• Pais devem dedicar tempo na
orientação dos filhos (Dt 6.5-8; Ef
6.4);
• Não podemos abandonar nosso lar
(1Tm 5.8);
• Devemos cultivar uma vida simples
e dependente de Deus (Hb 13.5;
Mt 6.31-33).
Os conselhos sábios de Jetro foram
fundamentais para que Moisés
conseguisse permanecer saudável
diante do povo de Israel.
3. Equilíbrio
Moisés estava trabalhando demais.
Havia, sem perceber, perdido a razão.
Todos corriam sérios riscos. Jetro não
hesitou em perguntar: “Que é isto que
tu fazes ao povo?”. Mas Moisés tinha
na ponta da língua as suas justificativas
para tamanha tolice. Segundo ele,
tudo o que estava fazendo estava
relacionado com o interesse do
povo pela vontade de Deus (v.
15,16). Mesmo com uma explicação
aparentemente tão espiritual, Moisés
ouviu de Jetro as seguintes palavras:
“Não é bom o que fazes” (v. 17).
O sábio Jetro após um tempo de
observação havia detectado pelo
menos duas ameaças em consequência
dos atos de Moisés (v. 14):
• Esgotamento pessoal;
• Esgotamento de terceiros.
O conselho de Jetro foi em direção
ao equilíbrio. Moisés deveria dividir a
carga e compartilhar responsabilidades
com os demais homens que
demonstrassem capacidade, temor
62
a Deus, veracidade e integridade.
Moisés foi obediente (v. 24) e fez
conforme o conselho do seu sogro.
O resultado foi tão bom que Moisés
conseguiu continuar a sua jornada.
Essa é uma lição que deveríamos
aprender e colocar em prática todos
os dias. Quantos saem por aí se
autodestruindo e ainda prejudicando
terceiros por falta de equilíbrio. Pessoas
que perderam a razão e mesmo assim
têm sempre uma boa justificativa para
tamanhas tolices. Quantas famílias
carecendo da presença de um pai ou
até mesmo uma mãe que saiu pelo
mundo de forma desequilibrada. Filhos
abandonados ou aos cuidados de
terceiros, enquanto seus pais estão por
aí “conquistando” bens, títulos, etc.
A sabedoria nos conduz a
respeitarmos a escala de valores como
peneiras em que devemos passar
cada proposta. Mesmo sabendo que
é impossível criarmos um padrão que
contemple todas as situações, estamos
propondo que antes de dizer sim,
sejam feitas as seguintes perguntas,
conforme a ordem indicada:
1°)DEUS – O que Deus acha disso?
O que a Palavra de Deus diz sobre
isso? Está de acordo com os princípios
cristãos?
2°)VOCÊ – O que você está
achando disso? Está em paz? Sente-se
realizado? Já orou por isso? Ouviu a
resposta de Deus?
3°)FAMÍLIA – O que sua família
pensa sobre o assunto? Vai prejudicar
o cônjuge? Os filhos? Vai separar
Para pensar e agir
Jetro apresentou um caminho
seguro para Moisés, que exigiu dele
decisões imediatas. Ao responder
positivamente aos conselhos que
acabara de ouvir, Moisés deu passos
4 Sl 1.1-3.
seguros em direção ao equilíbrio. O
resultado foram dias melhores para
todos. De nada adiantaria ter Jetro
por perto se o coração de Moisés
permanecesse irredutível e obstinado
a fazer apenas o que ele achava ser o
melhor.
Deus também tem colocado pessoas
espirituais, sábias e equilibradas em
nossa vida para nos auxiliar. Essa
é a parte de Deus. O que fazemos
com o que ouvimos é a nossa parte.
Pessoas sábias partem para fazer o
que tem que ser feito. Falhamos de
verdade quando não aprendemos
com a experiência. Deveríamos fazer
conforme lemos em Hb 2.1: “...é
preciso que prestemos maior atenção
ao que temos ouvido, para que jamais
nos desviemos”.
Perguntas para discussão em classe
1.Qual a sua visão sobre os
conselheiros? São importantes?
Já procurou algum? Foi bemsucedido? Decepcionou-se?
2.O que tem levado as pessoas a
negligenciarem a escala de valores?
Quais os males decorrentes deste
equívoco?
Leituras Diárias
a família por um tempo indevido?
Vai causar transtornarmos capazes
de ameaçar o equilíbrio e harmonia
familiar?
4°)TRABALHO – Será possível
continuar conseguindo o sustento?
Tem a possibilidade de se realizar
como profissional? É uma atividade
lícita e em conformidade com a vida
cristã?
5°)IGREJA – Conseguirá realizar
o seu ministério? Terá tempo para
se desenvolver espiritualmente?
Conseguirá caminhar alegremente
com a família para casa do Senhor?
Qualquer inversão será fatal e
prejudicará as partes envolvidas.
Precisamos ter coragem para avaliar
nossas atitudes mesmo que para
isso o Senhor tenha que colocar em
nosso caminho pessoas como Jetro
para nos dar alguns toques em nome
de Deus. Quer ser feliz? Aprenda
a planejar e avaliar suas decisões
baseando-se no manual, que é a
Palavra de Deus. 4“Como é feliz
aquele que não segue o conselho
dos ímpios, (...) Ao contrário, sua
satisfação está na lei do Senhor, e
nessa lei medita dia e noite. (...).
Tudo o que ele faz prospera!”
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Provérbios 11.14.
Gálatas 6.1-3.
Romanos 15.1-7.
Mateus 6.31-34.
Eclesiastes 3.
Salmo 128.
Lucas 10.38-42.
63
Data do Estudo
Licao 10
Texto Bíblico: 2Reis 4.1-7
VIÚVA DESAMPARADA – Em
busca do alívio para sua Família
“A Bíblia tem muitas coisas a dizer
sobre o sofrimento, e grande parte
delas é animadora.” (A. W. Tozer)
D
uas palavras eram desconhecidas
pelo marido da viúva. Provisão
(ação ou evento de prover;
abundância de coisas necessárias) e
previsão (ação ou efeito de prever).
Um homem temente ao Senhor, que
gozava de uma boa reputação entre
os profetas, mas que falhou na hora
de prover o sustento de sua família
e prever a possibilidade de sua falta.
Devido a esses equívocos, com a
sua morte, sua esposa e seus filhos
ficaram desamparados.
Se este homem fosse avaliado pelo
apóstolo Paulo, correria o riso de
ouvir as seguintes palavras: 1“Mas,
se alguém não cuida dos seus,
especialmente dos de sua família,
tem negado a fé e é pior que um
descrente”.
1 1Tm 5.8.
64
Quem foi a viúva desamparada
Temos poucas referências acerca da
viúva. O que podemos afirmar com
segurança é que ela era casada com
um homem piedoso, mas que ao
morrer a havia deixado com seus dois
filhos, desamparados financeiramente
e, o pior, sob o jugo dos credores.
Viveu por volta de 800 a.C. Era uma
mulher de fé, que experimentou o
milagre da multiplicação do azeite que
salvou sua família das dívidas e ainda
supriu suas necessidades para o futuro.
Um assunto relevante para hoje
Não é difícil encontrar uma família
em crise devido à negligência
da previsão. Muitas pessoas
sofrem porque não se prepararam
dignamente para as possíveis
“intempéries” da vida, ou até mesmo
para uma velhice saudável. Salomão
recomenda que olhemos para a
formiga e seu precioso exemplo de
armazenamento. As formigas são
hábeis na tarefa de prover (Pv 6.6-11).
Desde a juventude é importante para
o ser humano planejar a vida.
A história da viúva que estamos
chamando de desamparada é um
convite à reflexão. Precisamos viver com
sabedoria em meio a uma sociedade
consumista e imediatista. Nós, os servos
de Deus, precisamos edificar nossos
lares com sabedoria e discernimento (Pv
24.3). Para o servo que teme ao Senhor,
sua casa deverá ser uma fortaleza
segura e refúgio para seus filhos.
Em nosso estudo de hoje, vamos
extrair algumas lições da história da
viúva desamparada, que graças ao
nosso bom Deus teve um final feliz.
1. A aflição daquela viúva era uma
consequência das dívidas deixadas
pelo marido (v. 1a).
Não sabemos o que levou aquele
homem ao endividamento e à morte.
O fato que marcou a sua história foi
o desamparo de sua esposa e filhos.
Uma situação triste que infelizmente
tem se repetido em muitas famílias de
nossas igrejas.
Odinheiro ou a ausência dele tem sido
considerado o fator principal para muitos
divórcios em nossos dias. Saber comprar,
vender, poupar e até mesmo doar é um
assunto que deve ocupar nossas mentes
e a dos nossos familiares. As crianças
também precisam aprender sobre
finanças para que, quando chegar a hora
de assumirem as responsabilidades de
um lar, não sejam negligentes.
Não podemos viver de qualquer
maneira. Precisamos planejar a vida de
acordo com os preceitos do Senhor.
Salomão afirmou: 2“O homem de bom
senso economiza e tem sempre bastante
dinheiro e comida em sua casa; o tolo
gasta o seu dinheiro assim que o recebe”.
Alguns irmãos interpretam
erroneamente o viver pela fé; são
piedosos, mas erram ao negligenciar
as necessidades básicas de sua família.
Como cristãos devemos crer no
poder de Deus e na sua capacidade
de nos surpreender e nos suprir, mas
não podemos negligenciar nossas
responsabilidades que têm a ver
com o trabalho digno e dedicado e a
quitação dos nossos compromissos.
Muitos pedem a Deus mais dinheiro
quando deveriam pedir mais sabedoria
para administrar o que têm nas
mãos. Para que a família não seja
surpreendida, sugerimos uma atenção
especial aos seguintes itens:
• Não deixar acumular contas (água,
luz, gás, educação, etc.);
• Saber separar aquilo que é essencial
do que é opcional;
• Dar atenção às necessidades
básicas de saúde e educação;
• Separar tempo e recursos para o
lazer;
• Prover tranquilidade futura:
Recolhimento do INSS; plano de
previdência privada; seguro de vida;
plano funeral, etc.
• Equilíbrio financeiro: Evitar
empréstimos, descontrole dos
2 “Pv 21.20 (Bíblia Viva)
65
gastos no cartão de crédito,
financiamentos longos, etc.
Uma família deve ser administrada
por pessoas adultas. Os adultos fazem
o que precisa ser feito. Antes do
casamento, um homem e uma mulher
devem se preocupar em criar as bases
que proporcionarão uma vida com as
necessidades básicas supridas.3“Cuida
dos teus negócios lá fora, prepara
bem tua lavoura e depois forma tua
família”.
2. A viúva aflita saiu em busca de
ajuda (v. 1b,2)
A mulher aflita foi até o profeta
Eliseu. Não sabemos o que ela sabia
acerca daquele homem de Deus,
mas sua atitude foi positiva. Eliseu foi
o instrumento que Deus usou para
orientá-la.
Na hora da aflição devemos
primeiramente buscar a face de
Deus e se necessário devemos
buscar pessoas sérias que possam
nos auxiliar. Pessoas de fora, muitas
vezes, enxergam o que geralmente
ignoramos. Para aquela mulher, perder
os filhos era uma questão de tempo.
Muitos são resistentes a
compartilhar suas dificuldades.
Acreditam erroneamente que o tempo
irá apagar ou melhorar. Na prática
percebemos que essa não é a melhor
decisão. Pedir ajuda poderá significar
o início dos dias de celebração quando
os problemas serão resolvidos.
3 Pv 24.27.
66
3. A viúva foi obediente ao fazer
conforme à ordem do profeta eliseu
(v. 3,4)
A mulher colocou o que tinha em
casa à disposição de Deus. O Senhor
operou um milagre em resposta à
obediência daquela mulher:
1°) Ela demonstrou humildade ao
aceitar a ajuda de Eliseu;
2°) Ela ouviu atentamente as
orientações do profeta;
3°) Ela confiou no “absurdo” que
seria a multiplicação do azeite;
4°) Ela agiu conforme à palavra do
profeta.
Muitas crises seriam vencidas se as
pessoas envolvidas fossem obedientes.
Muitas vezes esperamos que Deus
faça aquilo que devemos fazer. A
parte de Deus era o milagre. A parte
da viúva incluía: pegar as vasilhas,
fechar a porta e enchê-las.
4. A mulher experimentou o milagre
de Deus em sua casa
O azeite foi suficiente para encher
todas as vasilhas que eles haviam
conseguido. Com a venda daquele
precioso produto, uma importante
fonte de energia da época, ela quitou
a dívida deixada por seu falecido
esposo e ainda sobrou o suficiente
para viver com seus filhos. Uma
família que estava arruinada, agora
pelo poder de Deus poderia sonhar
com dias melhores. Tudo por causa
do poder de Deus em resposta à
obediência daquela valorosa mulher.
Para pensar e agir
A viúva que havia sido desamparada
pelo marido foi amparada por Deus.
O seu falecido marido entrou para
história como um bom homem de fé
que infelizmente não conseguiu ser
tão bom nas finanças e no seu dever
de prover e prever as necessidades da
sua família.
O que seria de sua família se você
faltasse? Seu cônjuge e seus filhos
teriam amparo financeiro?
Precisamos viver o presente
provendo o futuro. O tempo passa
rápido. E isso não tem nada a ver
com a “ansiedade” relatada por
Jesus em Mateus 6. O que estamos
defendendo é a diligência ao cuidar
da família para que não venhamos
a depender de terceiros. Os homens
e mulheres casados precisam
considerar a possibilidade de ficarem
viúvos, deixarem o cônjuge viúvo
e filhos órfãos.Há outra hipótese
que é a invalidez ou a momentânea
impossibilidade de produção. Quanto
aos filhos, um dos melhores presentes
que os pais poderão dar-lhes é ter uma
aposentadoria segura para deixá-los
livres para construírem suas próprias
vidas. Os pais devem estimular os
filhos ao trabalho de acordo com cada
fase da vida. Aprendemos no dito
popular: “Aquele que não trabalha,
não é digno do que come”. Paulo disse
algo semelhante ao corrigir os ociosos:
“... se alguém não trabalha, também
não coma” (2Ts 3.10).
Não temos dúvidas da capacidade
do nosso Deus em realizar milagres.
Mas naquilo que já sabemos que
deve ser feito, devemos agir com
diligência. 4“Por isso, é necessário
atentarmos mais ainda para as coisas
que ouvimos, para que nunca nos
desviemos delas”.
Perguntas para discussão em classe
1.A postura do marido falecido que
acabamos de analisar tem sido
comum em nossos dias? Quem são
os credores dos nossos dias?
2.Nossos jovens estão sendo
devidamente orientados quanto
às responsabilidades que devem
ter ao assumirem uma família?
Quem deve se responsabilizar pelo
sustento: O homem ou a mulher?
3.Até que ponto uma crise financeira
pode abalar nossa relação com
Deus?
4.Os cristãos de hoje são
consumistas? Se forem, isso
tem atrapalhado o progresso do
evangelho?
4 Hb 2.1.
Leituras Diárias
Graças a Deus temos aqui um final
feliz. Isso é animador.
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Salmo 23.
Salmo 128.
I Timóteo 5.4-8.
Filipenses 4.19.
II Coríntios 9.8-10.
Malaquias 3.11-12.
Salmo 121.
67
Data do Estudo
Licao 11
Texto Bíblico: 1Samuel 1 a 4
ELI –
Um líder reprovado por Deus
“Deveríamos estar dispostos
a verificar constantemente a
temperatura espiritual das pessoas
pelas quais somos responsáveis, em
especial pelos nossos filhos.”
(J. Otis Ledbetter)
L
emos em 1Timóteo 5.8: “Se
alguém não cuida de seus
parentes, e especialmente dos
da sua própria família, negou a fé
e é pior que um descrente”. Muitos
são os textos bíblicos que nos
alertam para o cuidado que devemos
dispensar aos da nossa família. Para
os líderes espirituais, o cuidado e a
espiritualidade no lar fazem parte de
um bom perfil para o exercício do
ministério (1Tm 3; Tt 1).
E exemplo de Eli nos leva a pensar
sobre a responsabilidade espiritual que
os pais devem exercer sobre os filhos.
Em nossos dias muitos pais cristãos
estão negligenciando ou delegando
a terceiros a formação religiosa dos
filhos. Cristãos dedicados e bem
intencionados no exercício ministerial,
68
mas que estão correndo o risco de
serem reprovados por Deus quanto
à responsabilidade dentro de casa.
Olham apenas para os de fora!
Augustus Nicodemus Lopes fez
a seguinte declaração: 1“Nada é
mais importante para a formação
de famílias e igrejas fortes que a
criação adequada dos filhos. Como
é importante que saibamos criar os
filhos na disciplina e admoestação do
Senhor!”
Quem foi Eli
Eli (Deus é exaltado) foi sumo
sacerdote em Siló e o 14° juiz sobre
Israel. 2“Eli teria sido o primeiro sumo
sacerdote da linhagem de Itamar, o
filho mais novo de Arão”. Viveu por
volta de 1.100 a.C. Nada sabemos
sobre sua esposa. Eli tinha dois filhos,
Hofni e Finéias (2.34). Eles eram
ímpios, adúlteros, desobedientes
e irresponsáveis. Eli não conseguiu
1 Lopes. Augustus Nicodemus. A Bíblia e sua
família. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2007.
2 Champlin, R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e
Filosofia. Candeia. São Paulo, 1991.
impedir que seus filhos blasfemassem
contra o Senhor. Eles tornaram-se
culpados de imoralidade e sacrilégio.
Eli foi o grande mentor do profeta
Samuel (2.11), que ainda menino foi
chamado por Deus para proferir a
condenação da casa de Eli, que seria
retirado do oficio sumo sacerdotal
(3.11-14). Aos noventa e oito anos de
idade, cego e pesado, foi informado
por um benjamita da morte de seus
filhos e que a arca de Deus havia sido
tomada pelos filisteus. Eli caiu da
cadeira para trás, quebrou o pescoço
e morreu (4.18). Ele Julgou Israel por
quarenta anos (1115-1075).
Quem não se preocupa em
identificar os erros registrados na
história corre o risco de repeti-los. A
escola bíblica dominical é um espaço
aberto à disciplina formativa para
todas as áreas da vida. Na lição de
hoje vamos à busca de algumas lições
baseadas na vida familiar de Eli:
1. Uma família não agrada a Deus
apenas pela tradição
Os filhos de Eli cresceram em meio
às atividades do santuário do Senhor.
Conheciam cada detalhe e sabiam
que no futuro estariam assumindo
as funções do pai. Só que o mais
importante eles desconheciam, o
caráter de Deus e suas exigências.
Eles eram ímpios e por isso foram
reprovados.
“Filho de peixe, peixinho é. Mas
filho de crente, crentinho não é”! Essa
é uma afirmação “engraçadinha” e
real. Deus não aprova uma pessoa
por sua tradição familiar. 3“Aquele
que pecar, esse morrerá; o filho não
levará a culpa do pai, nem o pai levará
a culpa do filho. A justiça do justo
estará sobre ele, e a impiedade do
ímpio cairá sobre ele”.
Eli falhou ao achar que as coisas
se ajeitariam automaticamente. Não
podemos dizer que ele foi totalmente
negligente, mas certamente cometeu o
erro de não comunicar aos seus filhos
as verdades espirituais que conhecia.
Mesmo que seus filhos se encaixassem
no perfil dos filhos que não ouvem
os conselhos dos pais, não podemos
isentá-lo totalmente de culpa.
Devemos lembrar que a tradição foi
um dos empecilhos do jovem rico que
virou as costas para Jesus. Ele achava
que sabia tudo, mas desconhecia o
principal, e por isso não teve forças
para seguir o nosso Mestre (Lucas 18).
Mais do que o ambiente eclesiástico,
nossos filhos precisam conhecer o
Senhor da igreja e seus princípios
revelados na Bíblia Sagrada.
2. É preciso investir tempo na
formação espiritual dos filhos
A tarefa mais importante que os
pais que já tiveram um encontro
genuíno com Deus têm nesta vida é
guiar seus filhos até Deus. É muito
mais importante do que educá-los
para o mundo. Veja o exemplo de
Jó (Cap.1). A Bíblia recomenda aos
3 Ez 18.20.
69
pais a, antes de tudo, 4“criar os filhos
na disciplina e instrução do Senhor”.
E para isso devem os pais investir
tempo nesta indispensável tarefa. Em
Deuteronômio 6.7 encontramos um
importante ensino sobre quando os
filhos devem ser ensinados:
• Sentado em casa;
• Andando pelo caminho;
• Ao deitar-te e ao levantar-te.
Infelizmente não faltam ladrões do
tempo dos pais e dos filhos em nossos
dias.
A educação secular e o ensino
religioso devem caminhar de mãos
dadas. Caso os pais cristãos não
compartilhem as verdades acerca
de Deus com os filhos, eles serão
presas fáceis para as filosofias
que hoje têm ocupado as mentes
dominantes na mídia, nas escolas e
nas universidades. Quase todos os pais
cristãos conhecem Provérbios 22.6,
mas poucos procuram viver o que
diz esse texto. 5Augustus Nicodemos
Lopes afirmou que “o maior legado
que os pais podem deixar aos filhos
é o conhecimento e o temor de Deus”.
No livro Sua Herança, 6J. Otis
Ledbetter afirma que “um bom legado
espiritual nos dá um fundamento para
compreendermos e respondermos
à obra de Deus em nossa vida. Ao
contrário, um mal legado espiritual
limitará a nossa habilidade de
4 Ef 6.4.
5 Lopes. Augustus Nicodemus. A Bíblia e sua
família. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2007.
6 Ledbetter, J. Otis. Sua herança. Textus. Rio de
Janeiro; 2002.
70
reagirmos a esse aspecto vital da
existência”. Temos a seguir uma lista,
que obviamente não é completa, com
alguns dos principais indicadores de
legado na dimensão espiritual.
Um forte legado espiritual...
• Reconhece e reforça as atividades
espirituais;
• Considera Deus como um ser
pessoal e amoroso, que deve ser
amado e respeitado;
• Transforma as atividades espirituais
rotineiras em um aspecto da vida
(frequentar a igreja, orar, ler a
Escritura, etc.);
• Fala sobre questões espirituais
como sendo meios de reforçar os
compromissos espirituais;
• Esclarece verdades eternas,
discernindo o certo do errado;
• Incorpora os princípios espirituais
no viver cotidiano.
Um fraco legado espiritual...
• Arruína ou ignora as realidades
espirituais;
• Representa Deus como um ser
impessoal, que deve ser ignorado
ou temido;
• Nunca ou raramente participa das
atividades espirituais;
• Tem poucas discussões espirituais
de natureza construtiva;
• Confunde os absolutos e sustenta o
relativismo;
• Separa os princípios espirituais dos
práticos.
Eli se acostumou a uma tragédia
muito comum em nossos dias. Fora
de casa um homem bem-sucedido.
Dentro de casa um pai rejeitado,
omisso e incapaz de colocar as coisas
no seu devido lugar. Suas técnicas
funcionaram com Samuel, mas não
funcionaram com os da sua própria
casa. Os de fora o ouviam, já os de
casa... O que será que aconteceu? Por
quê? Jamais saberemos!
Não podemos nos acostumar a
viver uma vida fora e outra dentro
da igreja. Precisamos ser íntegros,
mostrando transparência em nossos
relacionamentos. Os pais ensinam
mais com o exemplo do que com as
palavras. Um filho valoriza mais o que
vê do que o que ouve.
Quando as coisas não vão bem,
não podemos fingir que estão bem.
Talvez seja hora de pedir ajuda. Mas
infelizmente em algumas famílias
cristãs são comuns os comentários
depreciativos sobre a igreja e sua
liderança. 7“Preserve a imagem da
igreja e de seus oficiais junto aos
seus filhos. Um dia você poderá
precisar deles para ajudá-lo com seus
filhos”.
Para pensar e agir
Eli perdeu o que ele tinha de mais
importante: a aprovação de Deus e
sua família. Vimos em nosso estudo
de hoje que uma vida que tinha tudo
7 Coelho Filho, Isaltino Gomes. Família – vale a
pena acreditar. Editora Sabre. Rio de Janeiro. 2012.
para dar certo terminou de forma
trágica.
Aquilo que fazemos dentro de
nosso lar está diretamente ligado à
forma como Deus e as pessoas nos
olharão. Uma pessoa que falha com
os da sua própria família, deixando de
honrar a quem merece honra, pouco
conseguirá do lado de fora. Uma
pessoa que não se preocupa com a
qualidade espiritual dos que estão
dentro de sua própria casa terá a sua
credibilidade na igreja abalada.
Se Deus cobrará de nós as almas
que estão distantes, quanto mais as
que estão dentro de nossas casas.
Perguntas para discussão em classe
1.Como os pais cristãos estão
tratando a espiritualidade dos filhos
em nossos dias?
2.É comum encontrarmos pessoas
como Eli, que tinha um importante
cargo na igreja e uma família
destruída pelo pecado e pela falta
de respeito?
3.O que podemos fazer como
igreja para auxiliar as famílias na
responsabilidade de guiar os filhos
até Deus?
Leituras Diárias
3. Eli se acomodou a uma vida dupla
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Deuteronômio 6.5-9.
Salmo 127.
Colossenses 3.21; Efésios 6.4.
Jó 1.1-5.
Provérbios 3.12, 29.15.
I Timóteo3.1-5.
Isaias 33.2.
71
Data do Estudo
Licao 12
Texto Bíblico: 1Samuel 25.2-38
NABAL –
Uma pessoa difícil de conviver
“Sabedoria é o conhecimento que
enxerga o coração das coisas, que as
conhece como elas realmente são.”
(J. Armitage Robinson)
T
odos nós almejamos viver em
paz. Sonhamos com um lar
equilibrado e feliz, com uma
igreja semelhante à de Atos 4, com
uma equipe de trabalho harmoniosa,
etc. Na prática sabemos que tudo
dependerá das nossas próprias
atitudes e daquelas das demais
pessoas envolvidas. Atitudes como as
de Nabal funcionam como inimigos
internos, que são capazes de destruir
relacionamentos, fazendo as pessoas
abrirem mão dos seus sonhos,
produzindo amargura e graves feridas
72
emocionais.1“Gente gosta de gente,
vê e quer ser visto, fala e quer escutar,
escuta e quer falar, enfim, somos
gregários (que vive em bando) e daí a
extrema e fundamental importância
dos relacionamentos”.
Um olhar detalhado na postura
deste homem poderá nos levar a
evitar repetir atos semelhantes e ainda
poderá produzir em nós melhorias que
influenciarão as pessoas que convivem
conosco.
Quem foi Nabal
Nabal (Insensato, sem juízo) era
um descendente de Calebe, que vivia
em Maon por volta de 1000 a.C. Era
muito rico, possuía grandes rebanhos
1 Tiba, Içami. Família em alta performance. Editora
Integrare. São Paulo. 2009.
de ovelhas (3.000) e de cabras (1.000)
no Carmelo. Sua mulher, Abigail,
era sensata e formosa. Nabal era
um homem de difícil convivência,
maligno em suas ações, inacessível,
descontrolado e tolo. Cometeu a
insensatez de destratar Davi e recusarse a dar assistência a ele com seus
homens. Só não foi atacado e morto
devido à sábia intervenção de Abigail,
que ao tomar conhecimento das
intenções de Davi foi ao seu encontro
fazendo-o mudar de ideia.
Nabal morreu de forma melancólica.
Após saber do risco que havia corrido,
sofreu um mal súbito (talvez um
infarto ou derrame) que o deixou
por dez dias como uma pedra (talvez
em coma). Só então faleceu. Nabal
tornou-se um triste exemplo para
todos nós. Seus atos servem de lição
que jamais deverão ser repetidas.
Vejamos algumas características
de Nabal que se repetidas
poderão impedir a construção de
relacionamentos saudáveis:
1) Nabal era duro (v. 3) – Pessoas
duras também são consideradas
azedas, ásperas, grosseiras, severas,
brutas, nervosas, etc. Com elas
as coisas se resolvem no grito,
com agressividade. Produzem
principalmente o medo e a revolta
nas pessoas do seu convívio. Salomão
sabiamente afirmou: 2“Não te
apresses no teu espírito a irar-te,
porque a ira abriga-se no seio dos
2 Ec 7.9; Pv 14.7a.
tolos”. Quem facilmente se ira fará
doidices.
2) Nabal agia com maldade
(3b) – Como pessoas que geralmente
vivem de má vontade contra os
outros. Salomão definiu o homem
mau com as seguintes palavras: 3“Ele
anda com a perversidade na boca
(...) perversidade há no seu coração;
todo o tempo maquina o mal; anda
semeando contenda”.
3) Nabal era ingrato (v. 11 e
21) – Um pessoa que não reconhecia
os benefícios recebidos. A ingratidão
produz uma dor insuportável no
coração. Como é ruim conviver com
alguém que não reconhece seus
esforços. Gente que “cospe no prato
que come”.
4) Nabal era incomunicável (v.17)
– Ele era intratável, insociável. Abigail
teve que sair e não pôde falar com o
marido (v. 19). O empregado foi falar
com ela porque com Nabal, o patrão,
ninguém podia falar (v.14 e 17).
5) Nabal era um insensato
(v.36) – Ele, sua esposa e seus bens
estavam ameaçados e mesmo assim
ele agiu com irresponsabilidade e
insensatez ao organizar uma festa,
sem a presença da esposa, quando
ingeriu uma grande quantidade de
bebida levando-o à embriaguez.
Como é difícil conviver com pessoas
3 Pv 56.12-15.
73
que não conseguem enxergar as reais
necessidades a sua volta. Pessoas que
vivem “no mundo da lua” quando
deveriam encarar os fatos e trabalhar
duro para mudar as tristes realidades
que estão a sua volta.
O pastor Isaltino Gomes Coelho
Filho afirmou: 4 “O que torna uma
família equilibrada é a presença
de pessoas que sabem manter
relacionamento equilibrado”. Este é
um conceito que podemos aplicar
em todos os relacionamentos.
Na convivência com pessoas
como Nabal, o caminho mais fácil
é descartá-las. A justificativa é que
elas são tomadas pela chamada
síndrome de Gabriela: “Eu nasci
assim, vou viver assim e vou morrer
assim”. Só que nós, que cremos
no poder de Deus, não podemos
esquecer que o nosso Senhor é
especialista em mudar corações.
Conhecemos inúmeras pessoas que
tiveram suas ações transformadas
pelo poder de Deus. Devemos orar e
agir para que as pessoas que fazem
parte dos nossos relacionamentos
também sejam transformadas.
Se você sofre da síndrome de
Nabal ou convive com alguém
que se identifica com seus atos
na prática do dia a dia, o melhor
remédio será uma identificação
imediata com o exemplo de
Abigail. Seus métodos poderão nos
4 Coelho Filho, Isaltino Gomes. Família: vale a pena
acreditar. Editora Sabre. Rio de Janeiro. 2012.
74
ajudar no desafio de desenvolver
relacionamentos saudáveis.
1) Abigail resolveu agir (v.
18) – O que você precisa fazer para
restaurar um relacionamento abalado?
Quais as atitudes que você deve tomar
para resgatar a harmonia do seu lar?
Abigail saiu do seu conforto e foi
até a presença de Davi em busca de
paz. Ela não perdeu tempo tentando
influenciar Nabal. Ela sabia que sua
felicidade dependeria de uma ação
imediata, de um contato com Davi.
2) Abigail agiu com inteligência
(v. 19b e 23) – o silêncio naquele
momento foi uma questão de
sobrevivência. A sua posição de
humildade perante Davi foi uma porta
aberta para a resolução do conflito.
Ela não foi à presença de Davi para
fazer acusações. Ela levou donativos
(v.18), fez o necessário para restaurar
a paz.
3) Abigail foi responsável (v.
24) - Ela não ficou em casa esperando
a morte. Também não utilizou de
acusações e intrigas. Preferiu assumir
responsabilidades e tentar resolver
pessoalmente o conflito. Agiu antes
que fosse tarde demais.
4) Abigail foi usada por Deus (v.
26 e 32) – O próprio Davi reconheceu
que Deus havia enviado Abigail. Ela foi
um instrumento usado para impedir
que uma tragédia acontecesse,
5) Abigail agiu com bom senso
(v. 33,36,37) – Ela soube apreciar os
fatos. Agiu no tempo certo e esperou
o melhor momento para conversar
com Nabal. Seu marido era um tolo,
mas ela não permitiu que sua tolice a
contaminasse. Abigail viu seu esposo
morrer de forma tão trágica. Mas por
ter sido uma pessoa tão especial atraiu
a atenção de Davi. Ela se tornou sua
mulher (v. 40-42).
Para pensar e agir
Precisamos atentar para a forma
como nos relacionamos com as
pessoas que estão a nossa volta.
Somos responsáveis por aquilo que
construímos nos corações das pessoas.
O exemplo de Nabal deve nos levar
a uma boa reflexão. As pessoas
que convivem conosco conseguem
dialogar, expor suas ideias com
liberdade? Elas têm a liberdade de
falar e se necessário até discordar de
nossas opiniões sobre os mais variados
assuntos? São ouvidas com respeito?
Muitas vezes queremos enxergar
a vida apenas do nosso jeito. Não
consideramos as boas ações que
as pessoas que estão ao nosso
redor estão praticando em nosso
favor. Isolamo-nos. Nabal errou ao
negligenciar o pedido de Davi. Ele agiu
com ignorância e se não fosse Abigail
pagaria com a vida por tamanha
tolice.
Nabal é o extremo que infelizmente
tem se repetido em muitas
comunidades e lares. A maneira mais
eficaz de reverter este triste quadro
é a busca diária para evidenciarmos
o fruto do Espírito (Gl 5). Precisamos
permitir que o Espírito Santo nos
convença dos nossos equívocos
para que possamos construir
relacionamentos saudáveis e sejamos
agentes reconciliadores como a sábia
Abigail.
Perguntas para discussão em classe
1.Das atitudes de Nabal que foram
destacadas na lição de hoje, qual
você julgaria a mais letal para a
construção de relacionamentos
saudáveis?
2.O que leva um cristão convertido
a agir como Nabal? Isso tem
acontecido ainda hoje? Você foi
vítima de explosões acaloradas por
pessoas que deveriam agir com
respeito?
3.O que você destaca nas atitudes
de Abigail? Qual foi a virtude
que mais chamou a sua atenção?
As mulheres de hoje estão
evidenciando essas virtudes?
Leituras Diárias
destruindo a sua família e manchando
a reputação de Davi.
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Mateus 5.1-22.
Gênesis 50.14-21.
Colossenses 3.16-17.
Efésios 5.17-21.
Provérbios 16.3.
Provérbios 31.10-11.
Salmo 90.12.
75
Data do Estudo
Licao 13
Texto Bíblico: O livro de Rute
RUTE – Fidelidade em
qualquer situação
“O temor reverente a Deus é a
chave para a fidelidade em qualquer
situação.” (Alan Redpath)
1
“Rute é o único livro da Bíblia que
focaliza as provações e dificuldades de
uma única família, em vez de uma tribo
ou nação”. Para 2J. Hardec Kennedy
“o livro é o conto mais encantador do
Antigo Testamento”. O livro recebe o
nome de sua principal personagem.
Rute foi uma mulher dedicada a
Deus e à família. Em sua história de
vida, destaca-se a decisão de seguir
ao lado da viúva Noemi, sua sogra.
Mesmo sabendo que enfrentaria
grandes adversidades, priorizou
honrá-la. Sua famosa declaração:
3
“Pois aonde quer que fores, irei
também; e onde quer que ficares, ali
ficarei. O teu povo será o meu povo,
1 Ellisen Stanley A. Conheça Melhor o Antigo
Testamento. Edições Vida Nova. São Paulo. 1991.
2 Allen Clifton J. Comentário Bíblico de Broadman,
JUERP, Rio de Janeiro,1994.
3 Rt 1.16b.
76
e o teu Deus será o meu Deus” tem
sido usada ao longo dos tempos
em situações ou cerimoniais que
expressam fidelidade e compromisso.
Quem foi Rute
Rute (companheira) era moabita,
povo pagão descendente de Ló.
Sua história provavelmente ocorreu
durante a época dos juízes (cerca
de 1150 a.C). Era esposa de Malom.
4
“A história de Rute deve ser lida em
conjunto com os primeiros capítulos
de Juízes porque ela nos dá uma
ideia da vida doméstica de Israel
naquele tempo”. Após a morte de
Malom, Rute decidiu seguir ao lado
da sograNoemi até Belém (Rt 1.16).
Lá conheceu Boaz e casou-se com ele,
que era um homem poderoso e rico e
assumiu o papel de parente remidor.
Tiveram um filho, a que deram o
nome de Obede. Este veio a ser o pai
4 Estudo Panorâmico da Bíblia. Editora Vida. São
Paulo. 1991.
de Jessé. Rute foi bisavó do rei Davi.
Seu nome consta na genealogia de
Jesus, registrada em Mateus 1.
5
A história de Rute serve para
lembrar que a nossa fidelidade é
uma parte do cumprimento das
promessas de Deus. Suas atitudes nos
proporcionam as seguintes lições:
1. O relacionamento familiar deve ser
firmado numa aliança (1.16-18).
Pelas atitudes de Rute, podemos
concluir que ela tinha um
relacionamento familiar firmado
em uma aliança com Malom e
consequentemente com Noemi.
Vivemos numa época em que os
relacionamentos são descartáveis.
Atualmente, poucos conseguem agir
conforme a moabita Rute.
Seu relacionamento familiar está
firmado em um contrato, ou uma
aliança? Vamos tentar entender isso
utilizando a explicação de 6Mike e
Marilyn Phillipps.
Contrato = responsabilidade
limitada.
Aliança = responsabilidade
ilimitada.
O ideal é que nossos
relacionamentos sejam firmados
em uma aliança. Na prática isso
significará um forte compromisso e
lealdade até a morte. Famílias em
que prevalece a aliança, as pessoas
5 Dockery David S. Manual Bíblico, Edições Vida
Nova. São Paulo. 2001.
6 Phillipps, Mike e Marilyn. Casados para sempre,
Belo Horizonte, MMI Brasil. 2007.
morrem para a vida independente,
pois as pessoas dão a vida umas pelas
outras. A vida individual dá lugar à
vida compartilhada, a independência
dá lugar à interdependência. As
promessas são cumpridas, pois
prevalece a fidelidade.
Em nossos dias fala-se muito em
contratos e direitos. Nos contratos,
há cláusulas de segurança para
qualquer situação. Visando proteger
as pessoas envolvidas, os contratos
são elaborados considerando a
possibilidade de um rompimento.
Um casamento, e consequentemente
uma família, não deve ser baseado
num contrato, mesmo tendo
comparecido a um cartório para
assinar o termo civil. Principalmente
nós, os cristãos, devemos basear
nossos relacionamentos numa aliança
em que somente a morte deve nos
separar (Mt 19.6). Cônjuges, pais e
filhos, sogros(as) e genros ou noras,
etc. devem honrar o compromisso
assumido em qualquer situação e
buscar em Deus a direção, objetivando
viver em harmonia. A vida de Rute nos
ensina isso!
2. A fidelidade de Rute abriu as
portas para que suas necessidades
fossem supridas (2.11-17)
Boaz no seu primeiro contato com
Rute, mostrou-se um homem muito
gentil. Fica claro no texto que ele foi
influenciado por aquilo que as pessoas
estavam dizendo acerca de Rute. Em
77
2.11 lemos as seguintes palavras de
Boaz: “Contaram-me tudo que tens
feito pela tua sogra, depois da morte
de teu marido: como deixaste teu pai
e tua mãe, e a terra onde nasceste...”.
Aquilo que fazemos com as
pessoas que estão a nossa volta,
principalmente com os de nossa
família, toca o coração das pessoas
que nos observam. Vivemos num
mundo de muitas injustiças e
conhecemos histórias de pessoas
que foram injustiçadas pelas de sua
própria família. Mas essas histórias
são exceções. O mais comum é ver a
lei da semeadura (Gl 6.7) cumprindose no dia a dia das famílias. Quem
planta amor colhe amor, quem planta
respeito colhe respeito, quem planta
espiritualidade colhe espiritualidade,
etc.
Rute foi abençoada e protegida
por Boaz devido à sua disposição em
ajudar a sua sogra. Ela foi trabalhar
no campo para auxiliar e acabou
sendo beneficiada. Devemos cuidar
das pessoas que estão a nossa volta.
Acima das pessoas o nosso Deus, que
tudo vê, está atento às nossas ações
e certamente nos honrará. Quando
Paulo escreveu aos filipenses em
resposta à generosidade daqueles
irmãos, afirmou: 7“O meu Deus suprirá
todas as vossas necessidades, segundo
sua riqueza na glória em Cristo Jesus”.
Seja fiel a sua família, ajude as pessoas
e conte com a generosidade de Deus!
7 Fp 4.19.
78
3. As atitudes de Rute fizeram dela
um exemplo para as famílias em
todos os tempos (4.15)
Quem diria que aquela mulher
viúva que chegou a Belém no intuito
de auxiliar sua sogra se tornaria
esposa do rico e influente Boaz, mãe
de Obede, avó de Jessé, bisavó do
poderoso rei Davi e teria o nome na
honrada genealogia de Jesus? Que
exemplo de vida!
Em nossos dias, não podemos
esquecer que a nossa fidelidade é uma
parte do cumprimento das promessas
de Deus em nossa vida. O Senhor nos
abençoa quando obedecemos aos
seus preceitos e agimos com justiça.
No que diz respeito à família, temos
na Bíblia orientações expressas para
todos e para as diversas situações do
dia a dia.
Destacamos abaixo alguns
problemas que precisam ser
considerados e tratados:
1°) Muitos cristãos não se
interessam em aprender as Sagradas
Escrituras. Afirmam que a Bíblia é
a nossa única regra de fé e prática
sem conhecer o seu conteúdo. Agem
segundo a razão humana ou são
motivados pelas emoções. Sofrem na
vida e na família por negligenciarem
o nosso manual de vida, a Bíblia
Sagrada.
2°) Muitos cristãos conhecem o
conteúdo da Bíblia Sagrada, mas
insistem em viver contrariando seus
preceitos. Pessoas desobedientes que
8 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida
Nova. São Paulo.1993.
9 Sl 119. 14-16.
os que a edificam”. Deus honrará os
fiéis!
Para pensar e agir
Rute não permitiu que a perda de
seu marido ofuscasse suas qualidades.
Ela, mesmo enfrentando várias
adversidades, escolheu recomeçar
pelo caminho da fidelidade em
qualquer situação.
Mesmo que sejamos surpreendidos
com algum trauma nesta vida,
devemos enfrentar acreditando que
o futuro ao lado de Deus será bem
melhor. A maior herança de Rute
“talvez” tenha sido o conhecimento
do Deus de Malom, que era o mesmo
de Noemi. Convicta ela pôde dizer: “o
teu Deus será o meu Deus!”
Perguntas para discussão em classe
1.As relações familiares de hoje estão
sendo baseadas em contrato, ou
aliança?
2.Por que um cristão genuíno tem
como marca um cuidado diligente
à família? O que isso tem a ver com
o agir de Deus em nossas vidas?
Até que ponto isso influencia nossa
adoração?
Leituras Diárias
muitas vezes querem o aval de Deus
em situações que o Senhor já disse
que “não”, gente que deixa de praticar
aquilo que na Bíblia está revelado
como prática esperada de um servo
de Deus.8Oswald Chambers exclamou:
“Cuidado com a racionalização
da Palavra de Deus, obedeça a
ela!”Pessoas assim deveriam romper
com a desobediência e dizer como
o Salmista: 9“Alegro-me tanto no
caminho dos teus testemunhos quanto
em todas as riquezas. Medito em teus
preceitos e observo teus caminhos.
Terei prazer nos teus decretos; não me
esquecerei da tua palavra”.
3°) Muitos cristãos estão criticando
aqueles que optaram por obedecer à
Palavra de Deus. Vivemos os tempos
difíceis mencionados por Paulo em
2Tm 4. As pessoas estão se tornando
resistentes à sã doutrina e voltadas
para as fábulas. Estamos substituindo
a ajuda do alto pela autoajuda. Aquilo
que Deus disse por aquilo que os
homens estão dizendo. O resultado é
um cristianismo morno, acompanhado
de um estilo de vida ético e familiar
deprimente. E o pior é que as coisas
que no mundo são consideradas
normais estão entrando aos poucos
em nosso meio, acompanhadas da
frase: “Não tem nada aver!”
É tempo de valorizarmos o que vem
de Deus, lembrando que “Se o Senhor
não edificar a casa, em vão trabalham
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Rute 1.
Rute 2.
Rute 3.
Rute 4.
Lamentações 3.22-26.
Mateus 5.16.
Salmo 37.39-40.
79
Currículo 2013
CONVENÇÃO
BATISTA
FLUMINENSE
Primeiro Trimestre
Revista da Convenção Batista Fluminense
Adoração e adoradores
Princípios bíblicos para o culto cristão
Pr. Elildes Fonseca
Segundo Trimestre
Libertos para Servir – Lições Gálatas
Pr. Davi Freitas
Ano 10 - nº38 - Julho/Agosto/Setembro de 2013
Diretor Executivo: Pr. José Maria de Souza
Diretoria da Convenção Batista Fluminense:
Presidente - Pr. Geraldo Geremias
Primeiro Vice-Presidente – Pr. Nilson Gomes Godoy
Segundo Vice Presidente – Pr. Ceza Alencar Rodrigues Duarte
Terceiro Vice-Presidente – Pr. José Laurindo Filho
Primeira Secretária – Jane Célia da Silva Rodrigues
Segundo Secretário – Pr. Gerson Januário
Terceiro Secretário – Pr. Juvenal Gomes da Silva
Quarto Secretário – Pr. Ozéas Dias Gomes da Silva
Diretor de Educação Religiosa:
Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda
Redação: Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda
Revisão Bíblico-Doutrinária:
Pr. Francisco Nicodemos Sanches
Pr. Paulo Pancote
Patricia Conceição Grion
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Terceiro Trimestre
Vidas que marcaram seu tempo Personagens do antigo testamento
Pr. José Gomes
Revisão Geral: Adalberto de Souza
Produção Editorial: oliverartelucas
Direção de Arte: Rogério de Oliveira
Projeto Gráfico: Vitor Coelho
Diagramação: Andréa Menezes
Quarto Trimestre
Distribuição:
Viva bem – Provérbios
Pr. Antonio Regly
Telecarga Express Transporte Rodoviário Ltda
Convenção Batista Fluminense
Rua Visconde de Morais, 231 - Ingá - Niterói / RJ
CEP 24210-145
Tel.: (21) 2620-1515
E-mail: [email protected]
Seja mordomo
Algumas Igrejas poderão estar recebendo mais
revistas que o número de jovens e adultos
matriculados na EBD ou em outro grupo de estudo
bíblico. Por favor, avise a Convenção se for este o
seu caso. Queremos investir seu dízimo também em
outros projetos.
Veja no novo site:
sugestões didáticas
Esta revista foi elaborada pela Convenção
Batista Fluminense, com o dízimo dos
crentes batistas, com a participação de
sua igreja no Plano Cooperativo e com a
contribuição das Associações Regionais.
A distribuição desta revista é gratuita.
www.batistafluminense.org.br
Download