Maria Valdete Lira

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INDICADORES PALEOCLIMÁTICOS NO ALTO SERTÃO DA PARAÍBA.
BRANDÃO, Marcelo Henrique de Melo. Doutor em Geociências. Universidade Federal de Campina
Grande-CFP-UACS. ([email protected]);
PEREIRA, Maria do Socorro. Doutora em Biologia Vegetal. Universidade Federal de Campina
Grande – CFP - UACEN – [email protected]);
SOUSA, Paulo Victor Paz de (Aluno de especialização em Geografia. UFCG-CFP –
[email protected]).
RESUMO
Introdução:Analisando a cobertura vegetal da Serra da Santa Catarina, localizada no município de
São José da Lagoa Tapada – PB, no sertão paraibano, é possível identificar a gradação da cobertura
vegetal. Nesta localidade é possível identificar desde a ocorrência da caatinga arbustiva, caatinga
arbóreo-arbustiva, caatinga arbórea e em alguns locais encontra-se algumas famílias e espécies
vegetais características de mata atlântica e de áreas de restinga. Justificativa: O estudo das
características geoambientais de uma determinada área tem importância estratégica para o
planejamento regional. Objetivos: Com o objetivo de explicar a ocorrência de espécies de mata
atlântica e restinga em pleno sertão paraibano através da teoria dos refúgios e redutos. Criar banco de
dados com as ocorrências florísticas da região. Identificar os processos de degradação ambiental que
ocorrem no entorno da área estudada. O caráter multidisciplinar da abordagem do meio ambiente
induz ao trabalho interdisciplinar. Metodologia: Para a execução deste trabalho o espaço será
observado de uma forma sistêmica, onde os elementos que o compõem estão interligados, portanto a
alteração que seja observada em um destes elementos, fatalmente provocará a perda do equilíbrio no
sistema, em consequência será observado um processo de degradação ambiental. Além da visão
sistêmica será utilizada na interpretação da paisagem a teoria dos refúgios e redutos, esta por sua vez,
está baseada na variação climática ocorrida durante o Quaternário, devido à ocorrência de períodos
glaciais e interglaciais, o que pode explicar a ocorrência de uma vegetação florestal de grande porte
em plena caatinga paraibana. Resultados: Durante os trabalhos de campo realizados foram
identificadas as seguintes famílias vegetais: Malpighiaceae (murici de praia), Rubiaceae (jenipapo),
Bignoniaceae (Ipê-Roxo), Leguminosae (Jatobá), além de espécies da famílias Celastraceae e
Myrtaceae. Estas famílias são características das áreas de restingas e mata atlântica, além disso
paleossolos que identificam um clima mais úmido como o latossolo vermelho.
Palavras-Chave: Refúgios, Reduto, Enclaves.
INDICADORES PALEOCLIMÁTICOS NO
ALTO SERTÃO DA PARAÍBA.
BRANDÃO, Marcelo Henrique de Melo. Doutor em Geociências. Universidade Federal de Campina
Grande-CFP-UACS. ([email protected]);
PEREIRA, Maria do Socorro. Doutora em Biologia Vegetal. Universidade Federal de Campina
Grande – CFP - UACEN – [email protected]);
SOUSA, Paulo Victor Paz de (Aluno de especialização em Geografia. UFCG-CFP –
[email protected]).
1. Introdução:
O semiárido nordestino é bastante complexo, a divulgação pela mass midia remete-nos
a uma imagem triste, seca, melancólica, porém ao observar minuciosamente as peculiaridades
da paisagem será possível perceber as suas complexas interações.
Este é o caso específico da Serra da Santa Catarina, localizada em pleno alto sertão
paraibano, onde as suas características geoambientais se distinguem de seu entorno, essa
modificação da paisagem pode ser atribuída a uma dos mais importantes pensamentos
relacionados aos mecanismos padrões de distribuição da composição faunística e florística na
América Tropical, a teoria dos refúgios e redutos. É esta teoria que pode explicar a ocorrência
de uma vegetação de mata atlântica em pleno sertão paraibano.
A produção do espaço se dá através do seu reconhecimento, a partir de características
geoambientais, através das quais será possível interagir positivamente, atenuando o impacto
ambiental, produzido pelo homem, que propõe formas alternativas de ocupação e manejo de
áreas.
A percepção do espaço ocorre a partir do reconhecimento das suas características
naturais, onde os elementos constituintes atuam de forma sistêmica, formando o ecossistema
caatinga. Vivenciando o espaço, o homem age diretamente sobre o ecossistema, provocando
pressão sobre o meio ambiente.
Historicamente, durante o processo de ocupação do espaço semiárido, as atividades
produtivas iniciais não poderiam ter sido percebidas como degradantes do meio ambiente,
porque até então acreditava-se que os recursos naturais eram considerados inesgotáveis.
Apenas recentemente, com o advento dos estudos sistêmicos do meio ambiente e a nova
concepção da evolução do paradigma ecológico, é possível perceber que as atividades
culturalmente desenvolvidas ao longo do tempo estavam impregnadas de forte caráter de
degradação ambiental, comprovando que sob o olhar atual, predominava uma forma
equivocada de convivência com o semiárido, o que sobrecarregava o ecossistema, em virtude
do mau uso do solo e da água, do desmatamento, atividades que degradam dia-a-dia a
capacidade de suporte do ambiente.
A degradação ambiental pode acarretar a diminuição da qualidade de vida de toda uma
população, sentimento este que não se percebe de imediato, porém gradativamente; sutilmente
os recursos naturais escasseiam e projetam seu efeito danoso no agravamento das condições
de vida do homem.
No Brasil, especificamente na região Nordeste, há um núcleo semiárido, o mais
povoado do mundo, onde ocorrem processos avançados de desertificação, causados por
fatores antrópicos. O processo de degradação do ambiente semiárido agrava a situação sócioeconômica da população, que, a partir de condições desfavoráveis do meio ambiente, provoca
uma forte corrente de emigração. Na tentativa de amenizar problemas desta natureza; propõese uma forma de produção do espaço semiárido de acordo com as suas potencialidades,
utilizando-se para isso do conhecimento dos seus aspectos geológicos, aliado as práticas
adequadas às suas condições geoambientais, que gerem condições adequadas de
sustentabilidade.
O estudo das características geoambientais de uma determinada área tem importância
estratégica para o planejamento regional; através das informações a respeito dessas
características é possível atuar de forma mais racional sobre o espaço, aumentando assim a
sinergia das atividades produtivas. Eis a importância da ciência: o conhecimento utilizado em
função do homem.
A região semiárida brasileira ocupa cerca de, 895.931,3 km²1, em função das suas
características edafoclimáticas sua cobertura vegetal é a Caatinga, formação florestal de baixo
porte, nanofoleácea e coreácea, com ocorrência de espécies de cactáceas. Esta vegetação
divide-se, de acordo com a sua composição florística e porte, em: caatinga arbórea, caatinga
arbóreo-arbustiva e caatinga arbustiva. As atividades humanas desenvolvidas na região,
muitas vezes causam um impacto ambiental negativo, provocando um crescente processo de
degradação do meio ambiente.
As próprias condições mesológicas do nordeste semiárido aliado a um mau uso-dosolo acarretará em uma queda da qualidade de vida da população. Baseado nessas premissas
1
Dados da ADENE (www.adene.gov.br)
torna-se necessário que sejam reconhecidas as potencialidades de cada área específica, para
que seja possível elaborar uma forma de produção do espaço menos danosa ao ambiente.
Especificamente, no caso da Serra da Santa Catarina, é preciso executar um
levantamento das atividades desenvolvidas, através desta etapa avaliar as relações de conflito,
identificando as práticas que podem provocar degradação ambiental.
2. Metodologia:
Dada a complexidade dos ambientes naturais, ocorre uma miríade de inter-relações
simultâneas que provocam um estado de equilíbrio dinâmico. Porém, qualquer interferência
que ocorra em um dos elementos que compõem o quadro natural irá inexoravelmente
provocar a ruptura deste equilíbrio.
A produção do espaço requer, necessariamente, a utilização racional dos recursos
naturais para satisfação das necessidades do homem. Por sua vez, a má utilização desses
recursos exerce uma forte pressão sobre esses mesmos recursos, não raramente causando
alterações irreversíveis, que podem comprometer a funcionalidade do sistema.
Não é por acaso que a preocupação com o meio ambiente vem sendo discutida na
sociedade moderna. Recentemente observa-se maior interesse dos cidadãos, acerca das
questões relacionadas com o meio ambiente, onde o cidadão já se sente inserido no contexto
ambiental.
Se no passado recente pensava-se estar acima dos elementos que compõem o quadro
natural, hoje percebe-se um maior grau de comprometimento para tomada de decisões mais
conscientes, relacionadas às atividades que afetam diretamente o ecossistema. Passamos a nos
perceber como agentes ativos na transformação do meio ambiente e a reconhecer que nossos
atos podem influir tanto positiva quanto negativamente nos ecossistemas.
O caráter multidisciplinar da abordagem do meio ambiente induz ao trabalho
interdisciplinar. O objetivo é prever, propor soluções ou apenas contribuir para atenuar os
impactos ambientais que possam ocorrer em uma determinada área.
Os impactos ambientais podem ser de origem natural ou resultantes de ações
antrópicas. A capacidade de prever e atuar na resolução de conflitos ambientais perpassam
não apenas pelos aspectos do quadro natural, mas se estendem aos aspectos econômicos e
sócio-políticos, cujas ações necessárias à tentativa de dirimir estes conflitos são complexas.
A necessidade de uma abordagem geossistêmica nos estudos ambientais remete a uma
visão integrada do ambiente físico e dos processos antrópicos que se desenvolvem na área.
Sobre isso afirma Grigoriev (1968):
“o Estrato Geográfico da Terra é composto pela crosta terrestre,
hidrosfera, troposfera, cobertura vegetal e reino animal, que em conjunto,
definem os ambientes onde vivem os homens. Este conjunto de fatores
compõe o estrato geográfico e estão intensamente interligados. Sendo assim,
nossa tarefa é estudar os componentes do estrato geográfico como parte de
um todo, não isoladamente.”
Segundo a concepção de Monteiro (1978), o geossistema é um sistema singular,
complexo, onde interagem elementos humanos, físicos, químicos e biológicos e onde os
elementos sócio-econômicos não constituem um sistema antagônico e oponente, mas sim
estão incluídos no funcionamento do próprio sistema.
De acordo com Spörl (2001), as alterações causadas no ambiente pela ação humana
afetam cada vez mais a funcionalidade do sistema causando graves processos degenerativos
em primeira instância no ambiente natural, e depois, a prazos mais longos à própria sociedade.
Para a execução deste trabalho o espaço será observado de uma forma sistêmica, onde
os elementos que o compõem estão interligados, portanto a alteração que seja observada em
um destes elementos, fatalmente provocará a perda do equilíbrio no sistema, em conseqüência
será observado um processo de degradação ambiental.
Além da visão sistêmica será utilizada na interpretação da paisagem a teoria dos
refúgios ou redutos, esta por sua vez, esta baseada na variação climática ocorrida durante o
Quaternário, devido a ocorrência de períodos glaciais e interglaciais, o que pode explicar a
ocorrência de uma vegetação florestal de grande porte em plana caatinga paraibana. De
acordo com Ab’Saber (2006):
“Tal como ela foi elaborada no Brasil, pela contribuição de diferentes
pesquisadores, a teoria dos refúgios e redutos diz respeito, sobretudo, à
identificação dos momentos de maior retração das florestas tropicais, por
ocasião da desintegração de uma tropicalidade relativa preexistente. Nessa
contingência, massas de vegetação outrora contínuas, ou mais ou menos
contínuas, ficaram reduzidas a manchas regionais de florestas, em sítios
privilegiados, à moda dos atuais “brejos” que pontilham o domínio das
caatingas, nos sertões do Nordeste Seco.”
Será sob a ótica dessas duas teorias que observar-se-á a Serra da Catarina.
As etapas necessárias para a execução deste trabalho foram:
a) Etapas de Gabinete:
 Levantamento cartográfico utilizando-se das cartas plani-altimétricas na escala de
1:100.000, além do uso de imagens de satélite CBERS-II e LANDSAT 7.
 Levantamento bibliográfico sobre a área estudada;
 Preparação dos roteiros para trabalho de campo;
 Elaboração dos textos referentes aos diferentes aspectos geoambientais observados.
b) Etapas de campo:






1ª Expedição a Serra da Santa Catarina, subida pela vertente Norte, pelo município
de São José da Lagoa Tapada (PB);
2ª Expedição a Serra da Santa Catarina, subida pela vertente SUL, pelo município do
Aguiar (PB);
Análise morfoestrutural do relevo em seu contexto regional;
Observação das ocorrências faunísticas e florísticas, identificando espécies para
formação do banco de dados;
Identificação dos processos de degradação ambiental;
Registro fotográfico e filmagens das ocorrências faunísticas e florísticas para
elaboração de pôsteres e vídeo sobre a Serra da Catarina.
3. Localização da área.
A área de estudo localiza-se no estado da Paraíba, entre as coordenadas geográficas
UTM, 9230 km N a 9220 km N de latitude e 610 km E a 575 km E de longitude. A área está
contida nas microrregiões de Cajazeiras e Sousa, estende-se por aproximadamente 25 km e
abrange uma área de aproximadamente 112,1 km2, desde o Olho d’água do Frade
(Nazarezinho) até o riacho saco dos Bois (São José da Lagoa Tapada). (foto 1)
Foto 1: Imagem de satélite CBERS - composição 142.
Geologicamente é uma área que localiza-se ao longo do Lineamento de Patos, área de
intenso metamorfismo onde predominam os quartzitos e micaxistos.
Quanto às características climáticas a área está sob a ação do clima semiárido (BSh), o
que condicionaria a sua cobertura vegetal às espécies de caatinga, porém o que se observa
localmente é a gradação do porte de sua composição florística da base ao topo. Desde a
caatinga arbustiva (base), arbóreo-arbustiva (meia-encosta) a caatinga arbórea (encosta
superior). No topo foi encontrada algumas espécies de mata-atlântica, Malpighiaceae (murici
de praia), Rubiaceae (jenipapo), Bignoniaceae (Ipê-Roxo), Leguminosae (Jatobá), além de
espécies da famílias Celastraceae e Myrtaceae.
4. Resultados.
A Serra da Santa Catarina consiste em um subespaço diferenciado de seu entorno,
reconhecido popularmente como “serras úmidas”, “brejos”, ou “matas” (SOUZA, 2006),
normalmente são áreas que possuem características edafo-climáticas diferenciadas. No caso
específico da área em estudo o fator altitude aliado ao fator pedológico, onde se apresentam
espessos colúvios (3m), onde desenvolvem-se latossolos vermelho com horizonte B
prismático, localizados nas áreas mais altas da serra, conseguem manter a umidade do solo
por um tempo mais prolongado, propiciaram o desenvolvimento e a manutenção de uma flora
diferenciada. A própria existência desse solo em uma região semiárida já é uma evidência da
ocorrência de um clima mais úmido no passado (Pleistoceno Superior).
De acordo com Behling (2000), através da análises palinológicas, a vegetação semiárida
de caatinga ocorreu predominantemente no período de > 42.000 e 8.500 anos A.P. Entre
15.500 e 11.800 anos A.P. ocorre um expressivo aumento da precipitação, caracterizando um
período mais úmido. Isto comprova a hipótese da ocorrência de rotas migratórias que ligariam
o bioma amazônico com o bioma da floresta atlântica.
Na serra da Santa Catarina, dentre as espécies vegetais típicas dos climas mais úmidos já
foram coletadas, classificadas e fotografadas as seguintes: Malpighiaceae (murici de praia),
Rubiaceae (jenipapo), Bignoniaceae (Ipê-Roxo), Leguminosae (Jatobá), além de espécies das
famílias Celastraceae
e Myrtaceae (Goiabinha da Serra), tapete de pteridófitas. Estas
famílias são características das áreas de restingas e mata atlântica.
Aliando às características geomorfológicas (altitude) da área com a análise da composição
florística (botânica) enquadra-se na teoria dos redutos e refúgios, desenvolvida por Ab’Saber
e Vanzoline), que enfatizava a existência de um clima mais úmido no interior do nordeste
semiárido, as evidências encontradas na área de estudo nos comprovam esta teoria. Desta
forma, este ambiente diferenciado do seu entorno pode ser considerado uma área de enclave
úmido, com isso necessita de toda uma atenção específica em seu manejo.
5. Conclusões
Em virtude de suas características edafo-climáticas diferenciadas, a área da serra tem uma
grande importância sob o ponto de vista do uso do solo. Nela, já se pode observar processos
de desmatamento e posterior queimada (broca) de grande parte de seu entorno, até mesmo nas
vertentes mais íngremes, essa prática vem promovendo um intenso desmatamento no entorno
da serra, processo que já pode ser observado nas serras vizinhas. O que torna a Serra da Santa
Catarina um dos poucos espaços ainda preservados que poderá servir como banco de
germoplasma para a recomposição das espécies de caatinga arbórea, além da grande
importância científica. Em virtude de suas características peculiares toda a área da serra da
Santa Catarina necessita de um urgente plano de manejo, tentando promover, de forma
sustentável, a ocupação e a preservação da área. É possível vislumbrar um futuro
aproveitamento ecoturístico da área, para isso será necessário inserí-la no contexto turístico da
região, desta forma a própria existência da serra da Santa Catarina poderia promover a
melhoria da qualidade de vida da população local, porém para isso ocorrer será necessário um
plano de gestão sustentável da área, evitando os processos de degradação que atuam no dia a
dia.
6. Bibliografia:
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Paulo, FFCL-USP. (Tese de Concurso), 1968.
________, Espaços Ocupados pela Expansão dos Climas Secos na América do Sul, por Ocasião dos Períodos
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________, Brasil: Paisagens de Exceção: O litoral e o Pantanal Mato-Grossense Patrimônios Básicos. Cotia. São
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GRIGORIEV, A. A. The theoretical fundaments of modern physical geography. In: The Interaction of Sciences
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SOUZA, Célia Regina de Gouveia et al. Quaternário no Brasil. Associação Brasileira de Estudos do Quaternário.
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