Minicurso POSSIBILIDADES DO SOFTWARE WINGEOM NO ENSINO DE GEOMETRIA GT 05 – Educação matemática: tecnologias informáticas e educação à distância Carise Elisane Schmidt, Instituto Federal Catarinense, [email protected] Marcia Regina Piovesan, Instituto Federal Catarinense, [email protected] Resumo A proposta deste minicurso apresenta uma introdução ao trabalho com o software Wingeom, buscando atender à necessidade do uso de Tecnologias da Informação no ensino de Matemática, conforme sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais. A utilização de softwares de Geometria Dinâmica é uma nova e interessante possibilidade de modificar o ambiente das aulas de Geometria e de contribuir para a superação de dificuldades na compreensão de conceitos geométricos. O software em questão é livre, gratuito e possui versão em português. As atividades que serão propostas têm a finalidade de familiarizar os participantes com o software e destacar as potencialidades que o mesmo propicia à abordagem de conteúdos geométricos. Palavras Chaves: Educação Matemática; Tecnologias da Informação; Wingeom; Geometria Dinâmica. Introdução A introdução e disseminação das tecnologias na sociedade e na Educação alteram a forma como nos relacionamos com o conhecimento e provocam novas formas de comunicação entre as pessoas, exigindo, além de pensamentos mais críticos, novas habilidades e conhecimentos. Essas alterações na sociedade contemporânea têm mobilizado mudanças educacionais, em particular no modo como o professor promove a prática docente em sala de aula. Metodologias alternativas tornam-se necessárias, de forma que o ser em formação Minicurso vivencie novos processos educacionais, que tenham sentido e que tenham relação com a sua integração na sociedade. Estudos revelam que a incorporação de diferentes recursos tem propiciado mudanças qualitativas no modo como os conteúdos são abordados, na forma de produzir o conhecimento e na iteração entre os diversos agentes escolares. A acessibilidade às novas tecnologias tornaram inconcebível que a Matemática seja tratada de forma tradicional. No entanto, essas tecnologias requerem uma nova ênfase no currículo, o que pressupõe a preparação do professor, a fim de compreender as características que constituem as tecnologias disponíveis e integrar adequadamente o conhecimento técnico com as propostas pedagógicas inovadoras (ALMEIDA, 2005; BEHRENS, 2005). Preparar o professor a partir da potencialização e incrementação de experiências inovadoras permitirá que este possa investigar e explorar as possibilidades que os novos materiais oferecem. Desta forma, o educador estará preparado para intervir adequadamente no processo de aprendizagem, permitindo que o aluno seja capaz de transformar as informações em conhecimento. O estudo de Geometria e o Wingeom A Geometria é um ramo importante da Matemática, tanto como objeto de estudo quanto como instrumento para outras áreas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2007) têm destacado essa área da Matemática como um campo fértil para se trabalhar com situações problemas. No entanto, várias pesquisas apontam a Geometria como um dos problemas de ensino e aprendizagem em Matemática (SHULTE & LINDQUIST, 1994; LORENZATO, 1995). Diante disso, acredita-se que a utilização de softwares para o ensino de geometria dinâmica pode contribuir no processo de construção do conhecimento. O termo geometria dinâmica é usado para definir a geometria implementada em um ambiente informatizado de aprendizagem. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, as tecnologias, em suas diferentes formas e usos, constituem um dos principais agentes de transformação da Minicurso sociedade, pelas modificações que exercem nos meios de produção e por suas conseqüências no cotidiano das pessoas (BRASIL, 2007). O software de geometria dinâmica é um ambiente que permite simular construções geométricas de maneira dinâmica e iterativa, tornando-o um excelente laboratório de aprendizagem. Como o computador é uma ferramenta que costuma despertar interesse e motivação por parte dos alunos, acredita-se que a utilização desses softwares, em especial do Wingeom, possa ser uma metodologia eficiente para o ensino de conteúdos matemáticos. O Wingeom é um software de domínio público, que permite a construção de figuras planas e espaciais. Foi desenvolvido por Richard Parris da Phillips Exeter Academy, com versões disponíveis para Windows, sendo distribuído em 12 idiomas, inclusive o português. É um recurso que favorece a interação do usuário com suas funcionalidades e com o conteúdo de geometria abordado. Ele permite a construção de figuras geométricas bastante precisas em duas ou três dimensões, as quais podem ser modificadas e animadas. Além disso, o usuário tem bastante controle sobre as construções que são feitas, pois ele permite a modificação de diversas características de uma dada figura (cor, espessura de segmento, dimensão ou legenda). O programa é de fácil utilização, de modo a atender necessidades tanto de professores na elaboração de propostas de trabalho quanto de alunos no estudo dos conteúdos abordados e na realização de atividades educativas complementares. Uma versão gratuita pode ser obtida no endereço http://math.exeter.edu/rparris/wingeom.html Metodologia O objetivo desta proposta de minicurso é apresentar aos participantes, professores de Matemática da Educação Básica e do Ensino Superior e/ou licenciandos em Matemática, o software Wingeom, ensinando-os a utilizarem o programa a partir de atividades investigativas, proporcionando dessa forma a oportunidade de conhecer as potencialidades dessa tecnologia. Tais atividades visam favorecer o desenvolvimento de algumas capacidades matemáticas, como experimentar, representar, analisar e concluir. Após a familiarização dos participantes com o software, serão desenvolvidas algumas atividades enfocando conteúdos diversos da geometria plana/espacial. Minicurso Todas as atividades, desde a apresentação das funções básicas do programa até as atividades investigativas serão acompanhadas, posteriormente, pela revisão de todos os comandos utilizados, de modo que se possa atingir o resultado esperado, favorecendo a posterior utilização do programa pelos participantes na criação e aplicação de outras atividades em conjunto com seus alunos. Considerações finais De acordo com Miskulin (1999), as construções empíricas, mediadas pela utilização do computador podem ser mais eficientes para o desenvolvimento de noções geométricas, por duas razões. Primeiro, porque os sistemas computacionais requerem mais especificações e particularidades para as representações dos conceitos geométricos, consequentemente mais informações matemáticas do que as representações efetuadas com lápis e papel. Segundo, pelo fato de que as representações das construções geométricas no computador serem processadas de maneiras diferentes do ensino tradicional. Isso propicia ao professor, a possibilidade de trabalhar tópicos da geometria com uma abordagem especialmente voltada à construção de conceitos geométricos. E, ao aluno, que construa seu conhecimento por meio de atividades que promovam um maior envolvimento dele nesse processo. Nessa perspectiva de trabalho, a concretização da aprendizagem implica fazer com que o aluno experimente e descubra as relações, elaborando e testando suas próprias conjecturas. E, as tecnologias informáticas propiciam esse envolvimento, além de favorecer a aprendizagem matemática, cuja abordagem e entendimento dependem do aspecto visual e da animação, para que suas propriedades sejam evidenciadas e compreendidas. É importante ressaltar o papel fundamental do professor na elaboração e condução das atividades para o sucesso na construção dos conceitos, com a utilização das tecnologias interativas. O sucesso do processo está fortemente associado à discussão e reflexão que o professor faz em relação às possibilidades desta mídia para a prática pedagógica. Esperamos que esse minicurso possa despertar o interesse dos participantes para o uso de softwares educacionais no processo de ensino e aprendizagem de matemática. Minicurso Referências ALMEIDA, M.E.B. Prática e formação de professores na integração de mídias. IN: ALMEIDA, M.E.B.; MORAN, J.M. Integração das Tecnologias na Educação. Brasília: Ministério da Educação – SEED, 2005. Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/livro>. Acesso em: 25 ago. 2010. BEHRENS, M. A. Tecnologia interativa a serviço da aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. IN: ALMEIDA, M.E.B.; MORAN; J.M. Integração das Tecnologias na Educação. Brasília: Ministério da Educação – SEED, 2005. Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/livro>. Acesso em: 25 ago. 2010. BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto – Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: SEMT, 2007. LORENZATO, S. Por que não ensinar geometria? A Educação Matemática em Revista. Ano III, n. 4, Blumenau: SBEM, 1995. MISKULIN, R.G.S. Concepções teórico-metodológicas sobre a introdução e a utilização de computadores no processo ensino/aprendizagem da geometria. Tese (Doutorado em Educação Matemática). Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1999. SHULTE, A. P.; LINDQUIST, M. M. Aprendendo e ensinando geometria. São Paulo: Atual, 1994.