Verdades que nos fazem ser Adventistas da Promessa

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B ÍBLICAS
LIÇÕES
R E V I S TA PA R A E S T U D O S N A S E S C O L A S B Í B L I C A S
4º TRIMESTRE • 2013 • Nº 305
Verdades que nos fazem
ser Adventistas da Promessa
As Lições Bíblicas
agora estão
conectadas.
• Leitura bíblica diária
• Apresentação da série
em formato de vídeo
• Recursos interativos
• Acesso aos recursos
para professores e
coordenadores
• Compartilhamento
das respostas em
redes sociais
• Leitura dos textos
bíblicos no próprio
aplicativo
• Navegação dinâmica
• Podcasts com áudio
integral
Aplicativo oficial das
Lições Bíblicas da Igreja
Adventista da Promessa.
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MISSÃO DA
ESCOLA BÍBLICA
Transformar as pessoas em
discípulas de Cristo, através
do ensino e da prática da
palavra de Deus.
Copyright © 2013 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
Diretor
Alan Pereira Rocha
Conselho Editorial
José Lima de Farias Filho
Hermes Pereira Brito
Magno Batista da Silva
Osmar Pedro da Silva
Otoniel Alves de Oliveira
Gilberto Fernandes Coelho
João Leonardo Jr.
EXPEDIENTE
Redação
Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro
Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544
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Jornalista responsável
Pr. Elias Pitombeira de Toledo (MTb. 24.465)
Redação e preparação
de originais
Alan Pereira Rocha
Andrei Sampaio Soares
Eleilton William de Souza Freitas
Jailton Sousa Silva
Kassio Passos Lopes
Márcio Roberto Guimarães
Márcio Rogério Gomes David
Virginia Ronchete David Perez
Willian Robson de Souza
Revisão de textos
Seleção de hinos
Leituras diárias
Eudoxiana Canto Melo
Silvana A. de Matos Rocha
Andrei Sampaio Soares
Projeto Gráfico
Editoração e capa
Marcorélio Cordeiro Murta
Farol Editora
Atendimento e tráfego
Assinaturas
Geni Ferreira Lima
Fone: (11) 2955-5141
Informações na página 116
Impressão
Gráfica Regente – Maringá, PR
Verdades que nos fazem
ser Adventistas da Promessa
SUMÁRIO
Apresentação....................................................... 5
1
A suficiência da Bíblia.......................................... 7
2
O batismo no Espírito Santo............................... 15
3
O batismo nas águas......................................... 22
4
A ceia do Senhor............................................... 30
5
A dieta bíblica.................................................... 38
6
A unção com óleo............................................. 45
7
A atualidade da lei............................................. 53
8
O dia do descanso............................................. 60
9
Os dias da morte e da ressurreição de Jesus....... 68
10
A mortalidade da alma...................................... 77
11
O destino dos mortos........................................ 85
12
O milênio no céu............................................... 94
Projeto Proclamar – Sábado especial................ 101
13
O lugar das crianças no Reino.......................... 102
Sugestão para programa de culto..................... 109
Confira, nas páginas centrais, o encarte com informações sobre a 49ª
Assembleia Geral das Convenções da IAP
ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
Antigo Testamento
NOVO Testamento
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cantares
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
Apocalipse
Gn
Ex
Lv
Nm
Dt
Js
Jz
Rt
1 Sm
2 Sm
1 Rs
2 Rs
1 Cr
2 Cr
Ed
Ne
Et
Jó
Sl
Pv
Ec
Ct
Is
Jr
Lm
Ez
Dn
Os
Jl
Am
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Jn
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Ml
Mt
Mc
Lc
Jo
At
Rm
1 Co
2 Co
Gl
Ef
Fp
Cl
1 Ts
2 Ts
1 Tm
2 Tm
Tt
Fm
Hb
Tg
1 Pe
2 Pe
1 Jo
2 Jo
3 Jo
Jd
Ap
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES
E VERSÕES BÍBLICAS
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
AM
ARA
ARC
AS21
ECA
NVI
KJA
BV
NBV
BJ
TEB
NTLH
A Mensagem
Almeida Revista e Atualizada
Almeida Revista e Corrigida
Almeida Século 21
Edição Contemporânea de Almeida
Nova Versão Internacional
Tradução King James Atualizada
Bíblia Viva
Nova Bíblia Viva
Bíblia de Jerusalém
Tradução Ecumênica da Bíblia
Nova Tradução na Ling. de Hoje
Apresentação
Chega as suas mãos, pela graça de Deus, a última série de lições de 2013,
cujo título é: Quem somos: verdades que nos fazem ser adventistas da
promessa. Nesta série, vamos estudar alguns pontos de nossa fé que ajudam
a formar a nossa identidade como denominação cristã. Em outras palavras,
somos promessistas porque temos certas convicções bíblicas que nos unem,
e é sobre essas convicções que estudaremos.
Nós, adventistas da promessa, somos uma igreja séria. Nossa história é
marcada pelo compromisso com a palavra de Deus. Uma de nossas principais
marcas sempre foi a busca pela a verdade do evangelho, através da investigação bíblica, e, ainda hoje, temos procurado, com seriedade, entender, ensinar
e praticar o que a Bíblia nos diz.
Assim sendo, com humildade no coração e consciência de que não somos perfeitos, podemos afirmar que a doutrina praticada por nós não é
fundamentada em sentimentos, experiências, especulações ou tradições de
homens, mas, sim, na palavra de Deus. É exatamente por isso que precisamos
conhecer bem essa doutrina e ser capazes de defendê-la com amor.
Precisamos ter em mente as palavras que o apóstolo Pedro deixou escritas
em sua primeira carta: Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes
pedir a razão da esperança que há em vocês (1 Pd 3:15). De acordo com esse
texto, todo cristão deve ser capaz de explicar a sua fé em Cristo.
Nem todo crente em Jesus precisa ser um especialista na Bíblia; contudo,
todo crente deve, no mínimo, saber no que acredita e por que acredita. Deve,
também, ser capaz de compartilhar a sua fé com os outros, bem como saber
defendê-la de ataques e mentiras dos contradizentes. O nome disso é apologética, que significa a defesa da fé.
O apóstolo Pedro, depois de afirmar que a defesa da fé é um dever de
todos os que creem em Jesus Cristo, passou a explicar como fazê-la: com
mansidão e temor (1 Pd 3:16). Ao defender a doutrina, não devemos ser
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5
rudes ou desrespeitosos. Precisamos ser fortes em nossa defesa, mas, acima
de tudo, humildes, como Jesus, em nossa apresentação.
É importante lembrar que a palavra doutrina significa ensino ou instrução
e que, por diversas vezes, a Bíblia utiliza a expressão “sã doutrina” (1 Tm 1:810, 4:3; Tt 1:9, 2:1), que significa: ensino verdadeiro e saudável. O uso desta
expressão indica, obviamente, que existem doutrinas enfermas e falsas e que,
por isso, precisamos ficar atentos, para não sermos enganados.
É muito triste ouvir falar de pessoas que saem da Igreja Adventista da Promessa e vão para outras denominações que não têm uma sã doutrina, sem
ver problema algum nisso. Dizem: “O Deus é o mesmo!”. Será? Pior ainda é
quando essas pessoas dizem: “É tudo a mesma coisa”. Caro estudante, certamente não é a mesma coisa! Nem todo caminho leva a Deus. Nem toda igreja
é igreja de Cristo. Nem tudo que é ensinado pelos evangélicos é verdade.
A Bíblia diz que a ruína do povo de Deus está na falta de conhecimento (Os
4:6). Portanto, conheçamos e prossigamos em conhecer (Os 6:2). Além disso,
como já foi dito aqui, precisamos lutar pela fé genuína. Para isso, é imprescindível estarmos preparados (2 Tm 2:15). Saiba que só quem conhece, aprecia,
estuda e pratica a doutrina é capaz de defendê-la.
Nesse sentido, esta nova série de lições bíblicas vai lhe ajudar muito. Vamos, a cada estudo, apresentar um ponto doutrinário em que nós cremos
e que nos faz diferentes da maioria dos evangélicos. Faremos da seguinte
forma: primeiro explicando a nossa crença e, depois, refutando o
contradizente. Nosso desejo é que estes estudos fortaleçam a sua fé.
Que Deus recompense todos os que colaboraram na pesquisa e na produção desta série. Que Deus use poderosamente os professores. Que Deus
enriqueça espiritualmente os alunos que estudarão estas lições bíblicas. Que
Deus nos ajude a entender, de fato, quem somos.
Toda a glória seja dada àquele que é Senhor de tudo e que faz com que
Cristo e sua doutrina sejam, para nós, como a chuva é para terra seca. Amém!
Pastor Alan Pereira Rocha
Diretor do Departamento de Educação Cristã
6
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
1
A suficiência
da Bíblia
5 DE outubro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 257 • BJ 202
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante
que cremos na suficiência
da Bíblia Sagrada e
apresentar-lhe os desafios
práticos que este ensino
nos propõe.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para
o ensino, para a repreensão, para a correção,
para a educação na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra. (2 Tm 3:16-17)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
29/09
30/09
01/10
02/10
03/10
04/10
05/10
2 Tm 3:16-17
2 Pd 1:19-21
2 Pd 3:15-18
Sl 119:100-105
1 Co 2:4-16
Hb 4:12-13
Jo 1:1-3
Acesse os
Comentários Adicionais
e os Podcasts
deste capítulo em
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INTRODUÇÃO
Pela graça do bondoso Deus, temos a
alegria de iniciar mais uma série de lições
bíblicas; desta vez, com o seguinte título:
Quem somos: verdades que nos fazem ser
adventistas da promessa. Será uma série de
caráter apologético: Como você responde,
quando uma pessoa, cristã ou não, pergunta sobre a razão de sua fé? Você é capaz de
responder, quando lhe perguntam sobre sua
crença em Jesus, na Lei de Deus, no sábado
ou na abstinência e nos demais pontos em
que cremos? É para lhe ajudar nessas respostas que a série foi pensada.
Embora muitos respondam com certo “orgulho” denominacional, não cremos na doutrina porque advém de nossos líderes, mas
porque “nossos pontos doutrinários” vêm da
Bíblia, a palavra de Deus. Desde o início da
Igreja Adventista da Promessa, nossos líderes
vêm se empenhando para que as Santas Escrituras sejam a base de nossa fé, porque sabemos que a Bíblia é suficiente. Vejamos.
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7
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
A palavra “Bíblia” vem do grego
biblos e significa “conjunto de pequenos livros”. É um nome apropriado ao conjunto de 66 livros sagrados
que acreditamos e proclamamos ser
a palavra de Deus. Escrita original-
mente em papiros (material de origem vegetal) e pergaminhos (material de origem animal), as Escrituras
ultrapassaram gerações. Graças a
Deus e a homens fiéis a ele, sua palavra chegou até nós.
1. A explicação da nossa crença
Vamos estudar, aqui, alguns detalhes importantes sobre a nossa crença na Bíblia. Já de início, deixamos
claro que professamos e defendemos
a suficiência das Escrituras, uma das
doutrinas fundamentais da fé cristã.
E o que significa dizer que a Bíblia é
suficiente? Simples: a Bíblia é tudo de
que precisamos para nos orientar, no
que diz respeito à fé e à prática.
Não temos outro livro ou manual que se equipare à Bíblia, e todos
os nossos manuais precisam passar
pelo crivo da Escritura. Além disso,
cremos na inspiração da Bíblia. Cremos que essa inspiração foi plenária,
isto é, toda a Bíblia foi inspirada por
Deus e não apenas partes dela. Nós
professamos e defendemos que os
39 livros do Antigo Testamento e os
27 do Novo Testamento são a palavra de Deus, pois Toda a Escritura
é inspirada por Deus (2 Tm 3:16a grifo nosso).
Além de plenária, essa inspiração
também foi verbal. Isso quer dizer
8
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
que palavra por palavra da Bíblia foi
inspirada. Na língua original do texto
em questão, a palavra theopneustos,
traduzida pela expressão “inspirada
por Deus”, significa, literalmente,
“soprado por Deus”, isto é, tudo
que foi escrito pelos autores humanos tem influência divina. Ele falou
por intermédio deles. Eles foram
seus porta-vozes. Este texto não elimina a personalidade do autor, mas
mostra que cada letra registrada na
Bíblia está de acordo com a vontade
de Deus; está ali porque ele quis.
Justamente por ser inspirada por
Deus, mesmo sendo escrita num período de, aproximadamente, 1500
anos, tendo por volta de 40 autores,
seus ensinos não se contradizem; antes, se complementam, se encaixam,
visto ser o Espírito Santo quem conduziu cada autor, e, por isso, mesmo
a Bíblia tem uma autoridade que nenhum outro livro pode pleitear para si.
Diante disso, cremos na doutrina
da autoridade das Escrituras. A Bíblia
testifica a respeito de si mesma: ... nenhuma profecia da Escritura provém
de interpretação particular (2 Pd 1:20
– EP). Os escritos divinos não foram
registrados porque simplesmente os
autores humanos quiseram; estes
foram dirigidos por Deus, sem perderem suas personalidades, como já
afirmamos anteriormente (Dt 18:1820; 2 Pd 1:21). A autoridade da Bíblia
vem de Deus. Sendo assim, desobedecer à Bíblia é desobedecer a Deus.
Cremos também que a Bíblia é acessível. A doutrina da clareza da Bíblia
Sagrada ensina que toda pessoa tem o
direito de ler e interpretar a palavra de
Deus.1 Embora haja pontos difíceis de
entender (2 Pd 3:16), toda pessoa pode
crescer na graça e no conhecimento
de nosso Senhor Jesus Cristo lendo a
Escritura (2 Pd 3:17-18). Todos podem
ler e interpretar a palavra, mas só irão
entendê-la de maneira correta com o
auxílio do Espírito (1 Co 2:13-14).
Embora exista a necessidade de
estudiosos das Escrituras (At 8:30-
31), os pontos de salvação presentes
na palavra são inteligíveis, ou seja, é
possível aprendermos sozinhos, com
a ajuda de Deus, os princípios básicos da fé cristã, ao ler a Bíblia (2 Tm
3:15). Continue lendo a palavra, e,
se, porventura, se deparar com um
texto de difícil interpretação, solicite
a ajuda de alguém preparado para
explicá-lo, a fim de que a palavra de
Deus não seja distorcida (2 Pd 3:16).
Além de serem claras e acessíveis,
as Escrituras são praticáveis. A palavra de Deus nos guia em nossa vida
(Sl 119:105); revela quem somos por
dentro (Hb 4:12); ajuda-nos, ainda, a
ter atitudes cristãs, a viver neste mundo conforme a vontade de Deus. Ela
é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra (2 Tm
3:16-17). Lembre-se: A Bíblia não
existe apenas para ser estudada; existe também para se vivida.2
1. O
Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:15-21).
2. Idem.
Para refletir...
01. Com base na introdução, comente sobre a importância
de afirmarmos que “nossa doutrina” é bíblica e não invenção
denominacional.
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9
02. Com base nos parágrafos anteriores, comente a doutrina
da suficiência das Escrituras e da inspiração plenária, defendida
por nós, promessistas.
03. Por que há autoridade nas Escrituras e por que elas são
acessíveis? Leia Dt 18:18-20; 2 Pd 1:21, 3:16-18 e o item 1.
2. Refutando o contradizente
Existem algumas doutrinas que negam ou contradizem a nossa crença
sobre a suficiência, a inspiração (plenária e verbal), a autoridade, a clareza
e a praticidade das Escrituras. Nesta
parte deste estudo, nós as apresentaremos, a fim de que nos acautelemos.
De início, é bom que fique bem claro:
nós, adventistas da promessa, somos
contrários a todas elas.
Em primeiro lugar, há os que dizem
que a Bíblia contém a palavra de Deus.
Esta linha de pensamento teológico é
chamada de “modernista ou liberal”.3
Defende que “algumas partes da Bíblia são divinamente inspiradas, outras
não”.4 Por exemplo: seus defensores
analisam os milagres presentes na Bíblia e tentam prová-los cientificamente. Obviamente, os que não podem
ser explicados naturalmente devem ser
negados, e esta parte da Bíblia não é
considerada inspirada. Afastemo-nos
deste falso ensino, que nega a inspiração plenária da Escritura.
Em segundo lugar, há os que creem que a Bíblia torna-se a palavra de
Deus. O nome técnico dado a esta
linha teológica é “neo-ortodoxia”.5
Esse pensamento resume-se assim:
a Bíblia, em si, não é a revelação de
Deus; contudo, Deus se revelaria na
3. Teologia sistemática: a formação da Bíblia e
a doutrina de Deus (2009:65).
4. Idem.
5. Idem, p.66.
10
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
Bíblia nos encontros pessoais. Ela se
torna palavra de Deus quando as pessoas têm um encontro com Deus em
suas páginas. É esse tornar-se palavra
que é a revelação divina, independentemente do que está escrito. Veja
que argumento insustentável! Além
de dar valor exagerado aos sentimentos, nega a doutrina da inspiração.
Em terceiro lugar, há os que afirmam a doutrina da autoridade da
Bíblia verbalmente, mas a negam em
sua prática: elegem ícones ou livros
aos quais delegam a mesma autoridade da Bíblia. Por exemplo: existem igrejas que consideram a Bíblia
como palavra de Deus, mas, em sua
maneira de interpretá-la, dependem
de uma certa “luz menor”, de uma
“voz da profecia” ou de uma certa
“torre de vigia”. O que estas “luzes”, “vozes” ou “torres” dizem torna-se lei e ninguém ousa contrariar.
Não podemos concordar com isso.
A Bíblia interpreta a Bíblia. A autoridade máxima no que diz respeito à
interpretação da Bíblia é ela mesma.
Por acreditarmos nisso, nós, adventistas da promessa, não temos nenhum
ícone ou nome famoso entre nós que
dite as regras de como devemos crer.
Todo cristão precisa ser ensinado a ler,
debater e questionar a Bíblia à luz da
própria Bíblia. Não temos nenhum livro
que seja maior em autoridade do que
a Escritura. O nosso livro de doutrinas,
“O Doutrinal”, é uma maneira que
encontramos de apresentar as nossas crenças de maneira sistematizada,
mas não tem a autoridade da Bíblia!
Se em algum ponto descobrirmos algo
em que esta está sendo contrariada,
ficaremos com ela, e, numa próxima
edição, reanalisaremos o conteúdo do
nosso livro de doutrinas. É assim que a
igreja tem caminhado, e é assim que
ela permanecerá.
Em quarto lugar, há os que fundamentam suas doutrinas em experiências e negam a doutrina da suficiência bíblica. Para exemplificar isso,
Romeiro6 cita um comentário de um
líder de uma grande igreja neopentecostal dos nossos dias, que mostra
o valor secundário da Bíblia. Para
esse líder religioso, o Antigo Testamento é a experiência do povo de Israel; os evangelhos, a experiência religiosa de Jesus; Atos, a experiência
religiosa dos apóstolos; as epístolas,
a experiência religiosa da igreja, e o
Apocalipse, o último capítulo da experiência religiosa da humanidade.
Veja: toda a Bíblia sendo reduzida a
um livro de experiências!
Nas igrejas neopentecostais, a palavra perdeu o espaço diante das experiências! Quando a Bíblia é usada, tomam-se diferentes declarações, episódios e símbolos bíblicos e, “sem esforço
algum de interpretação, passa-se diretamente à aplicação, muitas vezes de
uma maneira que nada tem a ver com
o propósito original da passagem”.7 E
6. (2005:121).
7. Revista Ultimato, n.312, maio/junho de 2008,
p. 45.
www.portaliap.com.br
11
mais: “O que é mais grave é que os
textos bíblicos são usados de modo
mágico, como se fossem amuletos ou
talismãs, como se tivessem um poder
imanente e intrínseco”.8
Dessa forma, a Bíblia é encarada
prioritariamente como um livro de
promessas, de bênçãos, de fórmulas
para a solução de problemas, não
como a revelação especial na qual
Deus mostra como as pessoas devem conhecê-lo, relacionar-se com
ele e glorificá-lo.9 Essas correntes
teológicas se encaixam bem naquilo
que Pedro, inspirado pelo Espírito,
escreveu sobre gente que “torce” as
Escrituras (2 Pd 3:16). Nós, adventistas da Promessa, sempre cremos na
inspiração e na suficiência bíblica, e
assim continuaremos.
8. Idem.
9. Idem.
Para refletir...
04. Explique à classe o pensamento “modernista ou liberal”
sobre a Escritura. Podemos abraçar esse conceito? E o dos
pensadores da linha “neo-ortodoxa”?
05. O que dizer sobre aqueles que colocam manuais ou pessoas
no mesmo nível de autoridade da Bíblia?
06. Fale sobre o perigo das interpretações bíblicas baseadas
em experiências de pessoas e instituições. Se puder, dê
exemplos práticos.
12
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
II
A DOUTRINA APLICADA
1. A Bíblia é suficiente: valorize todo o seu conteúdo!
Não podemos concordar com aqueles que creem que a Bíblia contém a
palavra de Deus. Ler a Bíblia como mais
um livro comum e interpretá-la partindo desse pressuposto é desconsiderar
a realidade transcendente por trás dos
textos bíblicos. Ela testemunha de um
Deus que é poderoso, que não pode
ser colocado num tubo de ensaio e levado para o laboratório. Por isso, ficar
só com as partes da Bíblia que podem
ser provadas cientificamente é abrir
mão da fé verdadeira. Creia em todo
o conteúdo bíblico.
Antes de pensar em quem faz isso,
procure analisar a sua fé, quanto a sua
crença na Escritura. Às vezes, nós tomamos a mesma postura dos que creem em partes das Escrituras. Abandonamos o estudo de todas as sagradas
letras. Às vezes, usamos as “caixinhas
de promessas”, escolhemos trechos
da palavra como preferidos e desconsideramos o restante. Ensinemos tudo
o que Jesus ordenou (Mt 28:20). Assim como Paulo instruiu os presbíteros
de Éfeso, anunciemos todo o conselho de Deus (At 20:27).
2. A Bíblia é suficiente: coloque-a acima das experiências!
Estudamos, nesta lição, que há
outra linha de pensamento, que
diz que a Bíblia torna-se a palavra
de Deus. Na prática, isso significa
que a experiência é uma parceira da
Escritura, para que, de fato, ela tenha autoridade divina. Podemos até
pensar que certas igrejas creem em
algumas coisas só no momento em
que acontecem. Mais uma vez, precisamos verificar como anda nossa
prática de fé.
Se acreditamos que a Escritura é divinamente inspirada, todas
as nossas experiências precisam
passar pelo “pente-fino” da palavra: chega de colocarmos os nossos “sonhos” e “visões” acima da
autoridade da palavra! Chega de
colocarmos profecias “A” ou “B”
acima da autoridade da palavra!
Chega de formular doutrinas com
base no que sentimos ou deixamos
de sentir! Chega de dizer que determinado comportamento está
certo ou errado com base no que
disse a pessoa “X” ou “Y”. A nossa fonte de autoridade, no que diz
respeito à fé e à conduta, continua
sendo a Bíblia.
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13
Para VIVEr...
07. O que fazer para evitar a valorização de partes isoladas
da Bíblia?
08. Dê exemplos práticos de como evitamos que nossas
experiências sejam postas em igualdade com as Escrituras.
MEU DESAFIO
Nunca foi tão importante crer na suficiência da Bíblia. Diante
de tantas heresias e modismos que se espalham como “câncer”,
no meio de igrejas, faculdades de teologia, internet e programas
de TV evangélicos, precisamos pedir que o Espírito Santo nos guie
em toda a verdade (Jo 16:13). A Bíblia deve ser levada a sério, para
não nos desviarmos dela.
Durante esta semana, leia a Bíblia; ore antes; medite em seu
conteúdo; tire lições para a sua vida prática e compartilhe com
alguém o que você leu. Seja submisso a seu conteúdo. Olhe a vida
na ótica da Bíblia e não dos seus pensamentos ou “achismos”.
Assim, que todos nós cresçamos na graça de nosso Senhor Jesus
Cristo (2 Pd 3:18).
14
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
2
O batismo no Espírito
Santo
12 DE outubro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 72 • 400
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ajudar o estudante da
Escola Bíblica a entender
corretamente e defender o
batismo no Espírito Santo,
bem como incentivá-lo
a buscar o cumprimento
desta promessa de Deus
em sua vida.
Eu vos tenho batizado com água; ele, porém,
vos batizará com o Espírito Santo. (Mc 1:8)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
06/10
07/10
08/10
09/10
10/10
11/10
12/10
Jl 2:28-29
Lc 11:9-13
Mc 1:4-8
Jo 1:29-33
Lc 24:49-53
At 1:4-8
At 2:1-21
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Comentários Adicionais
e os Podcasts
deste capítulo em
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INTRODUÇÃO
O presente estudo vai tratar de um dos assuntos mais relevantes da Bíblia: o batismo no
Espírito Santo. Quem já não leu ou ouviu falar
do acontecimento glorioso narrado em At 2:1-4?
Quando o Espírito veio habitar nos crentes, uma
das bênçãos que se seguiram foi esse batismo.
Alguém já disse que esse é o acontecimento mais
importante do livro de Atos, pois, sem ele, o livro
nunca teria sido escrito e que foi este grandioso
ato de Deus de derramar o Espírito Santo sobre
os primeiros crentes que principiou todos os atos
dos homens autorizados pelo Espírito.1
Este é um ensino enfatizado na Bíblia; logo,
é importante também para nós, promessistas.
A propósito, nossa denominação é fruto do
cumprimento dessa promessa. É sabido que,
na tarde do dia 24 de janeiro de 1932, o pastor
João Augusto da Silveira foi batizado no Espírito Santo.2 Ele, porém, não foi o único. Muitos outros cristãos ainda recebem essa dádiva.
Acreditamos, portanto, que essa promessa
está vigente. Cremos no que a Bíblia ensina.
1. Earle (2006:214-215).
2. Mendes (2002:67).
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15
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
Antes de iniciarmos a exposição
deste nosso ponto de fé, fazemos
questão de ratificar que a doutrina
do batismo no Espírito Santo, que
professamos, é puramente bíblica.
Está explícita em vários trechos das
páginas da Sagrada Escritura, tanto
no Antigo quanto no Novo Testamento (cf. Ez 39:29; Jl 2:28-29; At
2:1-4, 17-18). Vamos conferir isso?
1. Explicando a nossa crença
O batismo no Espírito é uma promessa do Pai: E acontecerá, depois,
que derramarei o meu Espírito (Jl 2:2829). Já a execução dessa promessa é
concedida por intermédio de Jesus.
Como afirmou João Batista: Eu vos tenho batizado com água; ele, porém,
vos batizará com o Espírito Santo (Mc
1:8). Contudo, precisamos entender
melhor o que é o batismo no Espírito
Santo. Para isso, precisamos analisar
duas importantes palavras.
A primeira palavra é “batismo”.
Em Mc 1:8, o verbo batizar origina-se
no termo grego baptizo, que significa
mergulhar, submergir. Isso significa
que a pessoa batizada vive “uma experiência espiritual intensa, em que
sua vida é submersa no Espírito de
Deus, cercada, cheia, coberta da presença e do poder do Espírito Santo”.3
Em segundo lugar, temos a palavra
revestimento. Em Lc 24:49b, lemos:
permanecei, pois, na cidade, até que
do alto sejais revestidos de poder
3. Projeto de oração: batismo no Espírito Santo (2008:7).
16
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
(grifo nosso). A palavra “revestidos”,
no original é enduo e significa “entrar numa (roupa), revestir, vestir-se”.
Assim como as pessoas são revestidas
com roupas, os crentes seriam revestidos de poder sobrenatural.4 Então, “o
batismo no Espírito Santo é uma experiência inesperada e sobrenatural. O
Espírito desce sobre o crente e lhe dá
poder com propósitos específicos”5.
O que evidencia o batismo no Espírito? Certamente não é a conversão.
Isso porque o batismo no Espírito,
segundo cremos, não é simultâneo a
esta. Desse modo, o fato de uma pessoa se converter ao evangelho não a
torna batizada no Espírito. Para se ter
uma ideia, no dia de Pentecostes tanto os discípulos quanto as mulheres
e os irmãos de Jesus citados em Atos
1:14 já eram convertidos antes de serem batizados no Espírito Santo.
Se a evidência do batismo no Espírito não é, portanto, a conversão, o
4. Idem.
5. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:99).
que seria? De acordo com Atos 2:14, a evidência externa desse batismo
é o falar em outras línguas. Esta é a
prova de que uma pessoa, de fato,
o recebeu. No v.1, Lucas relata que
ao cumprir o dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos no mesmo
lugar; no v.4a, ele completa: Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e
passaram a falar em outras línguas.
Essas línguas, no entanto, não são
idiomas ou dialetos das nações, mas
línguas desconhecidas, ininteligíveis,
que só podem ser interpretadas mediante obra do próprio Espírito San-
to (1Co 14:2,13). Não são naturais,
mas sobrenaturais; logo, nenhum ser
humano pode fazer uso dessas línguas quando bem lhe convier.
Para quem é a promessa do batismo
no Espírito Santo? O texto de Joel 2:2829, nos informa que o derramamento
do Espírito é para mulheres e homens,
de todas as idades, raças e níveis sociais. E Atos nos ajuda a entender que
essa promessa é para vocês, para os
seus filhos e para todos os que estão
longe, isto é, para todos aqueles que
o Senhor, nosso Deus, chamar (2:39
NTLH). Busquemos esta promessa!
Para refletir...
01. Leia Mc 1:8; Lc 24:49; o item 1, e responda: O que é batismo
no Espírito Santo?
02. Qual é a evidência do batismo no Espírito Santo? Comente
com base em At 2:1-4 e no item 1.
03. Comente com a classe sobre para quem é o batismo no
Espírito? Baseie-se em Jl 2:28-29 e At 2:39. www.portaliap.com.br
17
2. Refutando o contradizente
Como mencionamos anteriormente, o que evidencia o batismo
no Espírito Santo é o ato de falar em
línguas estranhas, ininteligíveis aos
seres humanos (At 2:4). Contudo, há
opiniões contrárias a este respeito.
Kistemaker, por exemplo, afirma:
“A palavra língua equivale ao conceito de idioma falado. Isso fica evidenciado pelo comentário de Lucas
que ‘cada qual os ouvia falar em sua
própria língua’ (v.6)”.6 Entendeu o
que ele quis dizer? Ele sugere que as
línguas faladas no Pentecostes eram
estrangeiras, não estranhas!
Lenski, por sua vez, diz que, no
Pentecoste, os discípulos falaram em
línguas estrangeiras que eram até
então desconhecidas deles e que o
mesmo milagre aconteceu tanto em
Cesaréia quanto em Éfeso.7 Será?
Respeitamos as opiniões desses autores; porém, temos fortes motivos
para discordar delas. Por que essas
línguas não podem ser estrangeiras
ou idiomas de outras nações? Porque são espirituais, isto é, são concedidas exclusivamente pelo Espírito
Santo (v.4). Ninguém entende, diz a
Bíblia (1Co 14:2).
Essas línguas não podem ser ensinadas nem aprendidas em escolas
como as demais. Por serem espiritu-
ais, elas só podem ser interpretadas
por meio do dom de interpretação,
também concedido pelo Espírito
(v.10). Essas línguas, de acordo com
Jesus, são “novas”: falarão novas
línguas (Mc 16:17). Ele usa o termo
grego kainos, que aponta para o
“novo” em contraste com o velho.
Logo, as línguas faladas no Pentecoste e depois não eram línguas adicionais, mas línguas que nunca antes
haviam sido faladas na terra.8
Dito isso, como explicar o fato de
que, no Pentecoste, os judeus, os
prosélitos, os cretenses e os arábios
ouviram, em suas línguas maternas,
os crentes falarem das grandezas de
Deus? (At 2:6,8,11). Isso não seria um
forte indício de que as línguas ali faladas eram estrangeiras? De modo algum! O que houve ali foi o fato de que
eles entenderam, em seus idiomas, o
que estava sendo falado em outras línguas, isto é, línguas estranhas. O que,
então, aconteceu naquele momento?
Williams9 observa que, enquanto essas línguas eram faladas, eram
também, por meio do Espírito Santo, imediatamente traduzidas para
os muitos idiomas da multidão, um
fenômeno estreitamente relacionado
com o dom da interpretação, descrito em 1 Co 12:10,30, 14:5,13. En-
6. (2006:111).
7. Lenski apud Williams (2011:540).
8. Williams (2011:542-543).
9. Idem, p. 542
18
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
tendeu? Eles só entenderam o que
os discípulos diziam porque o Espírito
interpretou o que estava sendo dito.
Além disso, nem no episódio ocorrido em Cesaréia (At 10:45) nem no de
Éfeso (19:1-6), onde houve batismo
no Espírito Santo, era necessário falar
em língua estrangeira, pois todos ali
entendiam uns aos outros.
Outro ponto que precisamos esclarecer é se o batismo no Espírito
Santo é simultâneo à conversão. Por
certo, há, no meio cristão, os que
acreditam que, no momento em que
uma pessoa se rende a Cristo, é, automaticamente, batizada no Espírito.
Já mencionamos, anteriormente, que
o batismo no Espírito não é simultâneo à conversão.
Mencionamos também que, no
Pentecostes, os irmãos já eram con-
vertidos quando foram batizados no
Espírito. Em Samaria, aconteceu o
mesmo. Antes de receberem o Espírito Santo, aqueles irmãos já haviam sido batizados nas águas (At
8:13-16), o que significa que eles já
tinham ouvido a pregação da Palavra
e crido em Jesus.
Em Éfeso os crentes receberam
o batismo no Espírito Santo após
crerem, não no momento em que
creram (19:1-6). Em 1 Co 12:8 os
crentes que receberam este dom
já eram convertidos. Também neste ponto, portanto, a Bíblia é clara.
Não podemos afirmar o contrário,
pois cairíamos no erro da incoerência. Uma vez que aprendemos sobre
o batismo no Espírito Santo, devemos aplicá-lo à nossa vida. Como? É
o que veremos agora.
Para refletir...
04. Leia o item 2 e responda: Como Kistemaker e Lenski
interpretam as outras línguas mencionadas em At 2:4?
05. Por que as línguas faladas no Pentecostes pelos crentes não
podem ser estrangeiras? Comente com base no item 2.
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19
06. O batismo no Espírito Santo é simultâneo à conversão? Por
quê? Baseie-se em At 8:13-16, 19:1-6 e no item 2.
II
A DOUTRINA APLICADA
1. O batismo no Espírito Santo é uma promessa para os nossos dias
O batismo no Espírito Santo, de acordo com a Bíblia, é uma obra sobrenatural. Foge ao nosso controle e à nossa
capacidade. Ao falar em outras línguas,
os que foram batizados fizeram-no segundo o Espírito lhes concedia que falassem (At 2:4). Esse evento aconteceu
de repente. Essa dádiva é fruto de uma
promessa divina: ... derramarei o meu
Espírito, disse o Senhor (Jl 2:28).
Essa promessa continua disponível
a todos que insistirem como os 120
discípulos que aguardavam o poder
de Deus em Jerusalém (At 1:8; 1314). Até que, de repente, receberam
em suas vidas o poder do Espírito Santo. Se você ainda não recebeu esse
poder, peça a Jesus que o mergulhe
no Espírito. Peça a Jesus que derrame
virtude dos céus sobre você (2:1-4).
2. O batismo no Espírito Santo nos capacita na proclamação
Mais do que tecnologias, conhecimentos teológicos, estratégias
evangelísticas (tudo isso é importante), precisamos do toque todo
especial do Espírito em nossas vidas. Quando somos encharcados
no seu poder, temos mais vigor espiritual para proclamar Jesus Cristo.
Mesmo sabendo que todos que recebem Jesus têm o Espírito e devem
pregar o evangelho, quem recebe
20
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
poder do alto, faz isso com mais vigor (At 2:22-41).
Talvez o seu acanhamento para
falar de Cristo seja por falta de poder, ou possa ser o caso de você
ter esfriado na fé, mas achegue-se
a Cristo e peça-lhe poder. Se você
ainda não recebeu o revestimento
do poder de Deus, peça essa graça
a Jesus; se você já recebeu, peça renovação e pregue a palavra de Deus.
Para VIVER...
Viver...
07. Com base na primeira aplicação, responda: Por que o
batismo no Espírito Santo é uma promessa para nossos dias?
08. Com base na segunda aplicação, responda: No que o ajuda
o batismo no Espírito Santo?
MEU DESAFIO
Na lição de hoje, estudamos sobre uma importante doutrina bíblica do batismo no Espírito Santo, que é uma experiência espiritual intensa em que a vida da pessoa batizada é submersa no poder
do Espírito. No dia de Pentecostes, os crentes estavam reunidos,
quando receberam o batismo; todos ficaram cheios do Espírito
Santo e passaram a falar em outras línguas (At 2:4).
Que tal fazermos o mesmo? Podemos nos reunir para, em oração, pedir ao Senhor que nos batize no Espírito Santo. É muito importante que tenhamos momentos assim. Se ele quiser, certamente receberemos essa dádiva, pois a promessa do derramamento do
Espírito Santo é para nós também (Jl 2:28). Este é nosso desafio
para esta semana.
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21
3
O batismo nas águas
19 DE outubro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 204 • BJ 57
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Apresentar ao aluno
o sentido bíblico do
batismo nas águas, para
que, conhecendo a
interpretação de outros
grupos cristãos, fortaleça
sua crença correta sobre
esta ordenança.
Portanto, vão e façam discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo. (Mt 28:19 – NVI)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
13/10
14/10
15/10
16/10
17/10
18/10
19/10
Mt 3:13-17
Mt 28:19-20
Mc 16:15-16
At 2:36-41
At 8:12
At 8:25-40
Cl 2:12-14
Acesse os
Comentários Adicionais
e os Podcasts
deste capítulo em
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22
INTRODUÇÃO
Imagine um senhor cujo filho cresceu na
igreja, mas se desviou em certa fase de sua
vida. Ele ora por seu filho, aconselha-o e faz
de tudo para que retorne aos caminhos do
Senhor. Desesperado, marca uma conversa
com o pastor da igreja e lhe diz: “Pastor,
meu filho se desviou da igreja, como o senhor sabe. Estou desesperado. E se Jesus
voltar. E se ele morrer? Gostaria de mandar
batizá-lo. O que acha?”. O pastor responde:
“Seu filho precisa se arrepender e crer em
Jesus. Precisa começar a viver para Cristo. As
águas do batismo não tiram pecados. Continue cuidado dele e falando sobre o amor
do Salvador!”.
A lição de hoje, como as demais da série,
apresentará a maneira como nós, promessistas, entendemos a ordenança do batismo.
Aqui, vamos entender o batismo conforme
apresentado na Bíblia.
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
Antes de apresentarmos a maneira como entendemos a doutrina do “batismo nas águas”, vamos
entender o significado de batismo.
Esta palavra “é a tradução do verbo
grego baptizo, que significa ‘mergu-
lhar’, ‘imergir’”1 (cf. Mt 3:7). Então,
de início, já podemos afirmar, com
base no significado da própria palavra, que a forma correta de realizar
este ato é a “imersão”. Vejamos
com mais detalhes esta doutrina.
1. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:136-137).
1. Explicando a nossa crença
Vamos começar, respondendo
a seguinte pergunta: Por que somos batizados? Em Mt 28:19, é-nos dito pelo Senhor: Portanto,
vão e façam discípulos de todas as
nações, batizando-os ... (grifo
nosso – NVI). Cremos no batismo,
porque é um mandamento de Cristo a sua igreja. Esse mandamento,
“desde os tempos mais antigos (At
2:41) tem sido usado como o rito
da iniciação cristã”,2 isto é, como o
testemunho público de que alguém
quer tornar-se cristão e filiar-se a
uma comunidade cristã.
Nós acreditamos no batismo nas
águas, não por tradição institucional,
mas por evidência bíblica, e o praticamos porque foi algo a que Jesus
se submeteu, mesmo sem precisar,
para nos dar o exemplo (Mt 3:13-17)
2. Elwell (2009:148).
e para mostrar a importância desse
rito.3 Quando Jesus saiu das águas,
o Espírito Santo, em forma de pomba, apareceu sobre ele (Mt 3:16), e
a voz do Pai indicou a todos: Este é
meu Filho amado, em quem muito
me agrado (v.17 - KJV).
Essa cena do batismo de Jesus
leva-nos à reflexão sobre a fórmula
do batismo. Jesus manda batizar em
nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo (Mt 28:19 – NVI), e essa expressão “em nome denota aquele
a quem se prometeu obediência no
batismo”.4 Vale dizer que o batismo
em nome de Jesus, em Atos 2:38,
não é a fórmula, como em Mateus;
ali, temos apenas um registro de que
as pessoas reconheciam Jesus como
Senhor e Salvador.
3. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:136).
4. Carson (2009:1421).
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23
O batismo é a manifestação exterior e pública de uma mudança de
coração e um compromisso com a
triunidade. A Igreja Adventista da
Promessa sempre acreditou que as
águas do batismo não tiram pecados e que quem purifica o ser humano é o Senhor. No Manual de
doutrina de 1952, temos a seguinte
conclusão a respeito dessa ordenança: “O batismo é um símbolo exterior de um genuíno arrependimento
e morte para o pecado, e sem transformação da vida, não tem, naturalmente, virtude alguma”.5
Isto nos leva a concluir que o batismo não é a regeneração (novo
nascimento), mas apenas a representação desta. Vamos repetir: o
batismo não é o novo nascimento,
mas apenas uma representação
deste. Subtende-se que, por ocasião
do batismo, a pessoa já tenha nascido de novo. Afinal, é preciso crer,
antes de ser batizado, conforme a
palavra: ... quem crer e for batizado
será salvo (Mc 16:16a).
Só quem reconhece Jesus como
Salvador e Senhor pode ser batizado. Quando a pessoa crê em Jesus,
de fato, é regenerada. A regeração é
uma obra que acontece de uma vez
por todas (não é progressiva). É o ato
de Deus nos dar nova vida. Precisamos nascer de novo para sermos salvos, mas não confundamos isso com
5. Manual dos trinta pontos preliminares de
nossa fé (1952:40).
24
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
batismo. Este não salva; quem o faz
é Cristo. Porém, quem crê no Senhor
se submete a esta ordenança.
Cremos no batismo por imersão.
Como já vimos aqui, a palavra batismo traz a ideia de mergulho ou
imersão. Além do exemplo de Jesus (Mt 3:16), em Atos 8:36, Filipe
procurou água para batizar o eunuco. Conclui-se “que a imersão era a
prática original (...). Os reformadores
concordavam que a imersão ressaltava melhor o significado do batismo
(...) [Cl 2:12]”.6 Outra prova disso é
o texto de Romanos 6:1-11, em que
Paulo faz uma comparação entre o
batismo e o sacrifício de Jesus, dizendo que, em ambos, existem três
elementos: morte, sepultamento e
ressurreição, ou seja, o batismo representa também que morremos
para o pecado, fomos sepultados e
ressuscitamos para uma nova vida.
Se esse ato lembra um sepultamento, então, realizá-lo por imersão é
mais apropriado.
A Bíblia ensina que pode ser batizado todo aquele que reconhece que
é pecador, se arrepende dos seus erros (Mt 3:2-6) e deposita a sua fé em
Jesus (At 2:41, 8:36-38). Quanto à
idade, a Bíblia não apresenta especificação, mas por esses dois critérios
mencionados (arrependimento e fé),
entendemos que a pessoa precisa
preenchê-los; por isso, não praticamos o batismo infantil.
6. Elwell (2009:148-149).
Para refletir...
01. Por que o batismo é o rito da “iniciação cristã”? Leia Mt
28:19. Para que Jesus se batizou? Leia Mt 3:13-17.
02. Sobre a fórmula batismal, o que quer dizer batizar em
nome da triunidade? Explique também o que é e o que não é o
batismo.
03. O que é o batismo por imersão e quem pode ser batizado?
Leia Mt 3:2-6; At 2:41; 8:36-38; Rm 6:1-11.
2. Refutando o contradizente
A partir de agora, vamos expor a
compreensão de outros cristãos sobre a doutrina do batismo nas águas.
Usaremos, aqui, trechos da Teologia
Sistemática de Grudem.7 Começamos lembrando que, para algumas
denominações cristãs, o batismo é
um sacramento. Uma das igrejas que
mais difundem este pensamento é a
Igreja Católica.
Nesta visão, os sacramentos atuam “como um meio pelo qual a
graça de Deus chega até nós. Neste
sentido, a realidade espiritual conferida pela graça de Deus depende do
sacramento para sua existência”.8
7. (1999:818-824).
8. Severa (2008:390-391).
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25
Considerar o batismo como sacramento significa entender que a
água utilizada no batismo pode alterar, de alguma forma, a realidade
espiritual da pessoa batizada, ou
seja, a pessoa é unida com Cristo
através deste rito, que opera uma
transformação trazendo o batizado
da morte para a vida.
Para a Igreja Católica Romana, o
ato do batismo produz salvação e regeneração. Isso a faz praticar o batismo infantil. Neste entendimento, o
batismo é necessário para remover a
mancha do pecado original da criança. O único requisito necessário para
o batismo infantil é que a criança
seja apresentada e que um padre realize o batismo adequadamente. De
acordo com a doutrina católica, a fé,
de fato, não é necessária.
Mas não há, no Novo Testamento,
argumentos para entender o batismo
como sacramento ou condição básica
para a salvação. Dizer que o batismo,
por si só, salva e regenera lembra-nos
o que alguns crentes da Galácia estavam exigindo para os crentes não-judeus: que fossem circuncidados para
serem salvos. Porém, Paulo os combateu, dizendo: Separados estais de
Cristo, vós os que vos justificais pela
lei; da graça tendes caído (Gl 5:4). Somos salvos somente pela graça, através da fé em Jesus (At 15:11; Ef 2:5).
Para nós, promessistas, o batismo não é um sacramento, mas
uma ordenança. Nós o chamamos
de ordenança justamente porque o
26
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
batismo é uma cerimônia ordenada.
O próprio Jesus a instituiu. Precisamos entender que ordenanças não
possuem, em si mesmas, um poder
misterioso capaz de mudar aqueles
que as praticam. Por si só, elas não
podem transmitir graça a quem quer
que seja. Todavia, acreditamos firmemente que Deus pode usá-las
para fortalecer e encorajar a fé de
quem as pratica.
Sobre o batismo infantil, além da
Igreja de Roma, há algumas igrejas
protestantes que seguem esta tradição. Vejamos alguns argumentos:
Batizam-se crianças porque o batismo é para a nova aliança o que
era a circuncisão para a antiga. Este
argumento é falho, já que só eram
circuncidados meninos e a circuncisão era feita a todos os homens que
viviam em Israel: incluindo escravos e
estrangeiros (Gn 17:10-13).
Outro argumento para o batismo
infantil é o “batismo de famílias”,
como sugerem textos do Novo Testamento (At 16:15, 16:33). Nessa
interpretação, crianças, mesmo sem
entender o ato, foram batizadas.
Mas compreendemos facilmente,
por esses mesmos textos, que só
foram batizados os que criam. Vejamos At 16:32, o episódio sobre a
conversão do carcereiro: E lhe pregaram a palavra do Senhor e a todos os
que estavam em sua casa. Note que
todos da casa ouviram a palavra, e,
assim, logo foi batizado, ele e todos
os seus (v.33b).
Algumas igrejas cristãs, além de
batizar crianças, também praticam
o batismo por efusão (aspersão ou
derramamento).9 Para estes cristãos, “é apropriado derramar ou
aspergir a água, pois esses dois atos
simbolizam a salvação, como a aspersão do sangue (...) ou o derramamento do Espírito (...)”.10 Porém,
os textos bíblicos sempre sugerem a
9. Geisler (2010:633).
10. Idem, p.636.
ideia de muita água para o batismo
(cf. Mt 3:16; Jo 3:23; At 8:36-39;
Rm 6:4; Cl 2:12).11 Pois bem, a ordenança do batismo foi dada por
Cristo àqueles que se arrependeram
de seus pecados e depositaram a fé
em Jesus (Rm 10:17; Ef 2:8). Já que
não o temos como um sacramento,
o batismo é a expressão visível de
uma mudança interior. Que permaneçamos nesta verdade!
11. Idem, p.637-638.
Para refletir...
04. Com base no início do item 2, fale sobre o significado
de sacramento.
05. Fale sobre a opinião da Igreja Católica e de igrejas
protestantes sobre o batismo infantil.
06. Todas as igrejas praticam o batismo por “imersão”? O que a
Bíblia mostra sobre a forma correta deste ritual? Leia Mt 3:16;
Jo 3:23; At 8:36-39; Rm 6:4; Cl 2:12.
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27
II
A DOUTRINA APLICADA
1. Creia corretamente no batismo nas águas
Por muito tempo, pensou-se que as
águas batismais tivessem poder para
remover pecados. A ênfase dada à
água era tão grande que não se podia
batizar, a não ser em rios. A ideia era
que a água tinha de ser corrente para
levar os pecados embora, e o próximo
“batizando” se batizasse numa água
nova, pura. Mas já sabemos que o
que faz a diferença é o coração arrependido do crente em Jesus. Essa pessoa deve ser imersa nas águas.
Você deve crer corretamente nessa doutrina. Não pense que a água
é capaz de resolver o problema do
pecado; só o sangue de Jesus o é!
Também não pense que, de maneira
mágica, logo após o batismo, a vida
torna-se perfeita. É preciso submissão constante à palavra de Deus e ao
Deus da palavra. Que possamos viver
de acordo com a profissão de fé que
publicamente confessamos.
2. Deseje publicamente ser batizado nas águas
Você pode, então, argumentar: “Já que o batismo não salva e
nem regenera, então, não preciso
me batizar!”. Certo? Não, errado.
Embora o ato em si não transforme
ninguém, quem acredita verdadeiramente em Jesus deve submeter-se
a essa ordenança. Afinal, foi o próprio Mestre quem pediu que as pessoas que se unissem a ele fossem
batizadas. Por isso, pare de contra-argumentar. Se você se arrependeu
dos seus pecados e crê no Senhor
Jesus, decida-se pelo batismo.
Pare de protelar a data do seu
batismo. Muitas pessoas dizem que
28
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
“ainda não chegou seu tempo” ou
“não sentiram de Deus”. A decisão
pelo batismo não deve basear-se
nos sentimentos, mas na convicção da palavra de Deus. Obedeça
à ordem bíblica, que diz: Aqueles
que crerem e forem batizados serão salvos. Porém aqueles que se
recusarem a crer serão condenados
(Mc 16:16 – NBV). O batismo é o
testemunho público da sua fé. Por
isso, se você não tem vergonha de
testemunhar publicamente sua fé,
decida-se pelo batismo.
Para VIVER...
07. Para você, qual a importância de crer corretamente a
respeito do batismo nas águas?
08. Se você já foi batizado, conte sobre o que isso significou?
Fale sobre o dever de viver a palavra para o ritual ter significado.
MEU DESAFIO
Esta lição mostra o quanto é importante crer de maneira correta
na ordenança do batismo nas águas. Entendemos, pela Bíblia, que
o ritual é ministrado a pessoas que se consideram pecadoras e têm
Jesus como salvador. Vamos, então, aos desafios para a nossa vida
cristã. Fale com alguém da sua igreja que já crê em Jesus e até já
recebeu o estudo preparatório, mas ainda não foi batizada.
Em primeiro lugar, ore por essa pessoa. Apresente-a a Deus, e
peça ao Senhor que o capacite para conversar com ela. Em segundo lugar, marque um dia da semana para conversar; quem sabe,
depois desse papo amigável, sobre o batismo nas águas, essa pessoa finalmente decida ser batizada.
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4
A ceia do Senhor
26 DE outubro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 141 • BJ 145
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante,
à luz da palavra de
Deus, informações sobre
questões litúrgicas, práticas
e teológicas relacionadas à
ceia do Senhor.
Porque, sempre que comerem deste pão e
beberem deste cálice, vocês anunciam a morte
do Senhor até que ele venha. (1 Co 11:26 – NVI)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
20/10
21/10
22/10
23/10
24/10
25/10
26/10
Mt 26:17-20
Mt 26:21-30
Mc 14:22-26
Jo 13:1-10
Jo 13:11-17
1 Co 11:17-22
1 Co 11:23-34
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30
INTRODUÇÃO
A ceia do Senhor, a celebração cristã que tem
origem em Jesus (1 Co 11:23), recorda sua pessoa e sua obra (1 Co 11:24-25). A mensagem da
cruz é o centro da ceia. Seus elementos, o pão e
o vinho, trazem-nos à memória o que Cristo fez
por nós (1 Co 11:24,26). Na ceia, reafirmamos
todos os benefícios do sacrifício de Jesus.
Quem participa da ceia do Senhor são os
cristãos. Estes são convidados pelo próprio
Senhor a tomar assento na celebração; afinal,
foi ele mesmo quem a instituiu. Eles podem
tomar assento e celebrar a ceia porque o que
é relembrado aconteceu, e os benefícios lhes
são estendidos. Eles se assentam no banquete, não em razão das suas virtudes, mas em
razão do perdão do Senhor. Estudemos algumas questões práticas sobre essa doutrina, a
partir de agora.
I A DOUTRINA ENTENDIDA
Já sabemos que os elementos da ceia são o
pão e o vinho. Mas será que o lava-pés, praticado por Jesus, enquanto ceava com seus discí-
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
pulos, deve fazer parte da ceia, ainda
hoje? Podemos usar qualquer tipo de
pão, na ceia? Os elementos conferem
algum tipo de graça aos que partici-
pam dessa cerimônia? Eles se transformam no corpo e no sangue de Jesus?
É destas questões que trataremos. Vamos primeiro à visão promessista.
1. Explicando a nossa crença
Vamos dividir os nossos argumentos em três categorias. Em
primeiro lugar, tratemos de um aspecto mais litúrgico da ceia. A cerimônia do lava-pés deve ser realizada? De acordo com o que cremos,
embora corretamente chamado de
cerimônia da preparação, realizado
antes da ceia, o lava-pés é, na verdade, parte integrante desta. Participar desse ritual já é comungar da
ceia, e ministrar esta, sem o lava-pés, é fazê-la pela metade.
O Evangelho de João é claro em
dizer que Jesus já estava à mesa para
a ceia, quando, saindo dali, pegou
uma toalha, cingiu-se, colocou água
numa bacia, e começou a lavar os
pés dos discípulos (Jo 13:2-5). Isso
nos leva a concluir que, cronologicamente, o lava-pés deve compor
a ceia, pois foi realizado na mesma
ocasião desta. Além disso, os evangelhos mostram-nos que Jesus tinha
também uma razão prática para
fazê-lo. Para entendermos isso, precisamos ver o que Lucas escreveu
sobre o momento do lava-pés. Ele
nos diz que, enquanto Jesus declarava que um dos discípulos o trairia
(Lc 22:21-22), todos os outros ob-
jetivavam provar que estavam em
um grau superior aos seus pares (Lc
22:24). Quem de nós é o maior? –
perguntavam em seus corações. O
lava-pés é, portanto, um ato necessário à renovação diária da humildade dos crentes, pois quantas vezes,
entre os cristãos, ressurge este sentimento de superioridade! Por isso, Jesus deixou o mandamento: ... façais
vós também (Jo 13:15).
Comentando Jo 13:14, Champlin1
diz que o lava-pés era praticado pela
igreja primitiva “como espécie de
ordenança adicional à ceia”. Reiterando sua opinião favorável à realização do lava-pés em nossos dias,
esse autor escreve que João “tinha
a intenção de ensinar que a cerimônia do lava-pés deve ser perpetuada
na observância da igreja cristã”.2 É
assim que cremos. Como ocorria na
igreja primitiva, devemos praticar o
lava-pés.
Em segundo lugar, tratemos de
um aspecto mais prático da ceia do
Senhor. Que tipo de pão deve ser
usado? Por uma razão bíblica, cre1. (2002:501).
2. Idem, p. 506.
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31
mos que a ceia do Senhor deve ser
realizada com o pão asmo, isto é,
pão sem fermento. A ceia foi realizada na mesma ocasião da páscoa.
Embora Jesus tenha mudado a razão
da comemoração – não mais o livramento do povo de Deus, do Egito,
mas a salvação, no Calvário –, os
seus elementos não mudaram.
Naquele dia, Pedro e João foram
os encarregados de preparar a páscoa
(Lc. 22.8). É evidente que, na expressão para que a comamos, presente
nesse texto, temos inclusa a preparação do pão, que, na cultura judaica,
era feito sem adição de fermento (Mc
14:12). Foi este tipo de pão que Jesus
utilizou para a ceia. Sendo assim, o
pão que simboliza o corpo de Cristo
deve ser asmo, pois representa o que
não tem contaminação ou pecado.
Em terceiro e último lugar, tratemos de um aspecto mais teológico da
ceia do Senhor. Como devemos encará-la? Acontece algum tipo de transformação nos seus elementos, após
a oração? Estes transmitem graça?
Para ambas as perguntas, a resposta
é não. Jesus instituiu a ceia como um
memorial (1 Co 11:23-24), e nós a
celebramos desta maneira. Desde os
primeiros momentos da celebração,
os elementos servem para nos fazer
lembrar o corpo e o sangue de Jesus
e nos levar a louvá-lo pelo que ele fez.
Quando participamos da ceia, comemos o pão e bebemos o cálice (1 Co
11:26), isto é, o pão continua sendo
pão e o vinho continua sendo vinho.
Muitos entendem que só depois
da oração o pão e o vinho passam a
simbolizar o corpo de Jesus, como se
a oração fosse de transformação. Contudo, em nenhum texto do evangelho
Jesus aparece orando “em favor dos
elementos”. A oração não é de transformação, mas de gratidão. O texto
diz: E tendo dado graças ... (Mt 26:27;
Mc 14:23; Lc 22:19; 1 Co 11:24). Então, quando tomamos o pão e o vinho,
dentro da celebração da ceia, estes já
representam o corpo de Cristo, pois estão ali para este fim. A oração que fazemos, antes de repartir os elementos,
deve ser de gratidão pelas bênçãos do
Calvário, pelo sangue derramado por
nós, pelo corpo torturado por nós, pela
salvação, pela nova aliança.
Para refletir...
01. De acordo com o primeiro parágrafo, explique por que a
realização do lava-pés na mesma ocasião da ceia do Senhor
contribui para a crença de que sua realização deve continuar,
na igreja cristã. Qual a razão para a realização do lava-pés?
32
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
02. Com base em Lc 22:1,8,19 e no comentário anterior,
explique as razões para crermos que o pão da ceia do Senhor
deve ser pão asmo.
03. Leia o parágrafo anterior e responda: Como devemos
encarar a ceia do Senhor? Existe algum tipo de transformação
nos seus elementos, após a oração?
2. Refutando o contradizente
Assim como dividimos os nossos argumentos em três categorias,
para apresentar nossa posição sobre
a ceia, nós o faremos para refutar
outros posicionamentos. Em primeiro lugar, vamos tratar do aspecto
litúrgico: A maioria esmagadora das
denominações cristãs não realiza a
cerimônia do lava-pés com a ceia.
A justificativa para isso é o fato de
João 13 ser a única passagem sobre
o assunto e de a ordem quanto ao
lava-pés ser apenas uma referência
à humildade. Isto significa que, de
acordo com essa interpretação, o
lava-pés praticado por Jesus só nos
serve para transmitir lições, não para
ser repetido em sua literalidade.
Nós, promessistas, discordamos
desses argumentos. Jesus foi claríssimo ao afirmar: ... sendo Senhor e mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês
também devem lavar os pés uns dos
outros (Jo 13:14). Se formos francos
ao real sentido do texto, é difícil não
deduzirmos dessa passagem o óbvio:
Jesus queria que seus discípulos praticassem o lava-pés. Quanto à regra de
interpretação (hermenêutica) segundo
a qual é necessário mais de um texto
bíblico para fundamentar uma doutrina, torna-se dispensável, neste caso,
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33
por se tratar de uma ordem direta de
Jesus, ou seja, se o Senhor ordenou
algo, mesmo que esteja em apenas
um lugar, isso deve ser feito.
Em segundo lugar, quanto às
questões mais práticas da ceia do Senhor, tratemos novamente a questão do pão, pois aí residem grandes
divergências entre as denominações.
As igrejas que fazem uso do pão fermentado ou pão comum de padaria
defendem que o Novo Testamento
silencia em relação ao tipo de pão
a ser utilizado. Advogam que, tanto
na ceia realizada por Jesus quanto
naquela descrita por Paulo, nenhuma menção se faz ao tipo de pão.
O argumento é este: “... o tipo de
pão usado não faz parte da significação do rito, visto não haver qualquer
preceito”.3 Assim, o argumento do
silêncio parece ser o principal fundamento desta corrente.
Mas nós já vimos que o evangelho narrado por Lucas é enfático ao
descrever que foi o pão da páscoa
que Jesus utilizou na ceia. E isto até
aqueles que não fazem distinção entre um pão especial ou pão qualquer
o reconhecem.4 É muito natural admitir que, quando a Bíblia silencia em
relação a algum mandamento, já se
tem, em momento anterior, ordem
a respeito do assunto. Isso se dá em
3. Idem, p. 180.
4. Uma referência ao posicionamento de
Champlin (idem), que reconhece que o pão
utilizado por Jesus foi o pão asmo da páscoa.
34
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
relação ao pão da ceia do Senhor. É
algo óbvio: Se, na primeira ceia cristã, Jesus fez uso do pão da páscoa,
que era sem fermento, o mais natural é pensar que, se, em nenhuma
outra ceia posterior se faz menção
do tipo de pão, o tipo de pão que
permaneceu foi o da primeira ceia.
Já em 1 Coríntios 11, ao se referir à ceia, Paulo não faz menção do
pão sem fermento, mas, em passagem anterior, reconhece o fermento
como símbolo da contaminação (pecado) e o pão asmo como símbolo
da verdade, da pureza e da sinceridade (1 Co 5:8). Torna-se, portanto,
desnecessária a menção ao asmo.
Deste modo, o silêncio da Bíblia, em
algumas passagens, contribui com o
argumento daqueles que continuam
a fazer a ceia do Senhor como Jesus
a fez, isto é, com pão sem fermento.
Em terceiro lugar, tratemos dos
aspectos mais teológicos da ceia do
Senhor. As principais visões que diferem do nosso pensamento são: 1)
Transubstanciação: o pão e o vinho
transformam-se, literalmente, no corpo e no sangue de Jesus; 2) Consubstanciação: o pão e o vinho contêm
o corpo e o sangue de Cristo, respectivamente, ou seja, não há uma
transformação literal, mas Cristo está
presente de maneira real nos elementos; 3) Presença espiritual: Cristo está
presente, não literalmente, mas espiritualmente, nos elementos. Os que
celebram a ceia recebem graça pela
participação; não pelos elementos,
mas pela fé, visto Cristo estar presente espiritualmente de forma especial.5
Não concordamos com nenhuma
destas três visões. À luz da Escritura,
entendemos a ceia como um memorial: fazei isto em memória de mim
(1 Co 11:24 – grifo nosso). O pão e o
vinho continuam sendo pão e vinho:
todas as vezes que comerdes este
pão e beberdes o cálice anunciais
a morte do Senhor (1 Co 11:26 – grifo
nosso). Observe que o que se come é
o pão e o que se bebe é o vinho. Não
5. Tronco, Thomas. A Ceia do Senhor: um memorial. Disponível em: http://www.igrejaredencao.org.br/ibr/index.php?option=com_
content&view=article&id=138:a-ceia-do-senhor--um-memorial-pr-thomas-tronco&catid=25:artigos&Itemid=123> Acesso em: 25 de junho de 2013.
existe transubstanciação e nem consubstanciação. Além disso, não temos
base para dizer que Jesus está presente de maneira especial nos elementos,
nem literal, nem espiritualmente. A
presença dele, no dia da ceia, é a mesma experimentada no dia-a-dia.
Quando comemos o pão e bebemos o cálice, no dia da ceia, “anunciamos” a morte do Senhor (1 Co
11:26). Temos, no grego, o verbo kataggello, que, entre outras coisas, significa “proclamar publicamente”. A
celebração da ceia é uma proclamação pública da nossa crença na morte
de Jesus. Estamos anunciando-a! É
assim que cremos, pois pensamos ser
a visão que mais se enquadra com a
descrição do evangelho.
Para refletir...
04. Explique, com base nos primeiros parágrafos do comentário
anterior, quais os principais argumentos daqueles que não
entendem ser o lava-pés uma ordenança de Cristo à sua igreja.
O que podemos dizer frente a estes?
05. O argumento do silêncio quanto ao pão da ceia, utilizado pelos
que não fazem distinção entre pão com e sem fermento, é válido?
06. Apresente os três principais entendimentos teológicos
sobre a ceia do Senhor, com base no comentário anterior. Por
que não concordamos com nenhum destes pontos de vista?
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II
A DOUTRINA APLICADA
1. A celebração da ceia do Senhor é uma ocasião propícia
para a reflexão
Como vimos, o lava-pés é parte
integrante da ceia do Senhor. Não
foi instituído para nos tornar pessoas
humildes ou servas, pois quem não é
assim no dia-a-dia, não se tornará simplesmente por realizar esse importante
rito. Contudo, a cerimônia é cheia de
significado. Foi instituída justamente
para que reflitamos sobre a vontade
do mestre de que sejamos pessoas
mais humildes e servidoras. Quando
você participar do lava-pés, não perca
a oportunidade de refletir sobre isso.
Antes de participar do pão e do vinho, os cristãos também são convidados à reflexão. Examinem a si mesmos
(1 Co 11:28), diz Paulo. Cada crente
deve fazer um exame de consciên-
cia, antes da celebração. O objetivo
da exortação é que não se participe
“indignamente” da ceia (1 Co 12:27).
Essa é uma ordem importante. Comer
de forma indigna é tratar a celebração
como mais uma refeição; é comer sem
fé em Cristo; é comer de maneira irreverente, sem a consciência do que
a ceia representa. Contudo, precisamos tomar cuidado, também, para
não achar que somos dignos demais.
Aliás, se fôssemos esperar tornar-nos
dignos, jamais iríamos participar da
ceia. Ninguém é digno da bondade de
Deus. A maneira de celebrarmos a ceia
com “dignidade” é, no mínimo, sabendo o que ela representa e crendo
no Senhor Jesus. Examine-se e coma.
2. A celebração da ceia do Senhor é uma ocasião propícia para a
gratidão
É interessante a palavra grega eucharistesas, que aparece nos evangelhos, na instituição da ceia do Senhor.
Antes de tomar o cálice e comer o
pão, Jesus deu graças (Lc 22:17, 19).
Eucharistesas é ação de graças. Jesus agradeceu a Deus. Na páscoa, o
36
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
agradecimento era feito por causa da
libertação do Egito. A cada ano, os
judeus celebravam e agradeciam a
Deus jubilosamente por esse ato.
Jesus deu novos sentidos e simbolismos aos elementos. Em sentido figurado, ele disse que o pão é o seu
corpo e o vinho, o sangue da nova
aliança, derramado em nosso favor.
Na ceia, comemoramos o que aconteceu no Calvário, naquela quarta-feira
à tarde. Lembramos aquele evento,
pois aquela morte nos trouxe vida.
Então, antes de comermos o pão, oremos, agradecidos pelo corpo de Jesus
moído por nós. Antes de bebermos o
cálice, oremos, agradecidos pelo seu
sangue derramado por nós. Agradeçamos! Agradeçamos! Agradeçamos!
Para VIVER...
07. Por que a celebração da ceia do Senhor é uma ocasião
propícia para a reflexão?
08. Por quais motivos devemos agradecer a Deus, na celebração
da ceia do Senhor?
MEU DESAFIO
O desafio que deixamos para você e para a igreja local em que você
congrega é o de preparar e divulgar a próxima ceia do Senhor que
vocês celebrarão. Infelizmente, muitos irmãos deixam de participar da
ceia por questões bobas, por falta de entendimento ou até mesmo por
não verem nela algo tão importante. Então, vamos trabalhar para que
isso não aconteça mais. Que seja feita uma divulgação e um esclarecimento do que é essa celebração cristã, do que representa para nós.
Que seja feita uma semana de oração, antes do dia da ceia do Senhor.
Por ocasião da celebração, que seja aproveitada a oportunidade
para se refletir ainda mais em como você e os irmãos de sua comunidade estão com relação ao serviço a Deus e ao próximo. Que
se reflita também sobre a nossa indignidade. Que todos tenham a
consciência de tudo o que Cristo fez por nós. Agradeçamos a ele,
por tamanho amor demonstrado por nós.
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37
5
A dieta bíblica
2 DE novembro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 232 • BJ 296
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ajudar o estudante da
Escola Bíblica a entender
e a defender o que
cremos acerca das leis
alimentares, com base na
Bíblia, considerando que
este ensinamento nos
convida à gratidão e nos
exorta à moderação.
Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor!
Porque jamais comi coisa alguma comum e
imunda. (At 10:14)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
27/10
28/10
29/10
30/10
31/10
01/11
02/11
Gn 1:29
Gn 9:1-3
Lv 11:1-8
Lv 11:9-19
Lv 11:20-31
Lv 11: 41-47
At 15:19-20
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38
INTRODUÇÃO
Comer é bom e é algo fundamental à vida. O
sábio, inclusive, concorda com isso, ao dizer que
é dom de Deus que possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho (Ec
3:13). Conquanto necessária, a alimentação tem
seus limites. Em sua primeira carta aos Coríntios,
Paulo escreveu: Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo
para a glória de Deus (1 Co 10:31).
Sem dúvida, podemos glorificar a Deus por
meio do ato de nos alimentarmos. Uma das
maneiras de fazer isso é seguir a dieta alimentar
ordenada pela Escritura. Talvez alguém questione: Então, quer dizer que há uma dieta na Bíblia
relacionada à alimentação dos filhos de Deus?
Com certeza! Nem todos os animais são adequados as nossas refeições. Quer saber mais a
respeito? Acompanhe atentamente este estudo.
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
Os primeiros seres humanos alimentavam-se de vegetais, pois assim Deus havia determinado: Eu vos dou todos os vegetais que
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
dão semente (...); eles vos servirão
de alimento (Gn 1:29). Desde os
dias de Noé, porém, Deus permitiu ao homem uma dieta também
à base de carne (9:3). Nessa época,
o Senhor já havia feito a separação
entre animais limpos e imundos
(7:2). Como veremos, aqueles servem para nosso consumo, ao contrário destes.
1. Explicando a nossa crença
Cremos, por meio da Bíblia, que
há uma dieta para seguirmos. Trata-se da doutrina da abstinência, que
consiste na crença de que o Deus
da Bíblia alistou para o seu povo, de
todos os tempos e locais, as carnes
proibidas e as carnes permitidas para
o consumo.1 Essa lista encontra-se
em Levítico 11 e Deuteronômio 14.
De acordo com a lista contida nesses
livros, que tipo de carnes é permitido a
nossa alimentação? Dentre os animais
quadrúpedes, devemos comer todo o
que tem unhas fendidas, e o casco se
divide em dois, e rumina (Lv 11:3). Se
qualquer animal dessa categoria possuir apenas uma dessas características
(tem unhas fendidas, mas não rumina,
ou vice versa), não serve para o cardápio dos filhos de Deus (vv. 4-8).
Dos animais que há nas águas, serve para alimento todo o que tem barbatanas e escamas (v.9). A ausência
de uma dessas características também
desqualifica o animal para o consumo
(v.10). Em relação às aves que não servem para alimento, são proibidas as
conhecidas como “de rapina” e outras que se alimentam de cadáveres2
(vv.13-19; Dt 14:11-18, 20).
A lista se encerra com a categoria
dos insetos. É próprio para alimento
todo inseto que voa, que anda sobre
quatro pés, cujas pernas traseiras
são mais compridas, para saltar
com elas sobre a terra (Lv. 11:21 –
grifo nosso). Os que fugirem a essas
características serão imundos (vv.2324). Como vimos até aqui, Deus fez a
distinção dos animais limpos e imundos. O que, porém, levou Deus a fazer tal separação? Qual a base disso?
De acordo com a lei judaica, “as
palavras ‘limpo’ e ‘imundo’ não têm
relação alguma com a natureza nem
com o valor intrínseco das criaturas
em si. Essa designação foi dada pelo
Senhor por motivos nem sempre
explicáveis”.3 Isso nos leva, portanto, à conclusão de que a base dessa distinção é a soberania de Deus.
Ele estabeleceu que alguns animais
serviriam para o alimento dos seres
humanos, enquanto os demais te-
1. O
Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:156).
2. Doutrina: sábado e abstinência (2011:62).
3. Wiersbe (2006a:542).
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39
riam outras funções na natureza.
Como soberano, ele estabeleceu
que seria assim.4
Qual o objetivo dessa distinção?
Sem dúvida, é a santidade do povo
de Deus. Ingerir carnes proibidas por
ele nos torna impuros (Lv 11:24), e
não é esta a sua vontade para nós.
Caso contrário, não teria dito: ...
consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo. Não se tornem
impuros (11:44). Os demais povos
daquela época não faziam a separação entre carnes puras e impuras,
4. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:157).
mas Israel deveria ser diferente desses povos (Lv 20:23-26).
As leis alimentares são válidas
para os cristãos de hoje em dia?
Sem dúvida. Jesus confirmou a sua
vigência, ao contar a parábola da
rede, em Mt 13:47-48. Ele disse que
a rede recolhe peixe de toda a espécie; porém, juntam-se os peixes
bons em cestos, mas jogam-se fora
os ruins. Além disso, os discípulos
se mostravam abstinentes, mesmo
após a ascensão de Jesus (At 10:14;
11:8). Os apóstolos também ensinavam a abstinência da comida sacrificada a ídolos e da carne de animais
sufocados e do sangue (15:20).
Para refletir...
01. Comente com a classe sobre os alimentos permitidos por
Deus para a nossa alimentação. Baseie-se no item 1.
02. O que levou Deus a fazer a distinção entre animais limpos e
imundos? Qual o objetivo disso? Comente com base no item 1.
03. A dieta bíblica ainda é válida? Comente com base em Mt
13:47-48; At 10:14, 11:18, 15:20, e no item 1.
40
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
2. Refutando o contradizente
Mesmo sendo perceptível a sua
vigência na Bíblia, as leis alimentares são rejeitadas como prática de fé
pela maioria dos cristãos. Para isso,
eles lançam mão de alguns argumentos, dos quais discordamos, por
entendermos não terem respaldo
nas Escrituras Sagradas. Vejamos,
portanto, alguns desses argumentos.
Há quem diga que o Novo Testamento anulou totalmente a dieta expressa em Lv 11 e Dt 14, permitindo,
assim, a ingestão da carne dos animais
mais repelentes. Para tanto, cita-se o
episódio narrado em Atos 10: 9-16,
em que Pedro teve uma visão de um
objeto parecido com um lençol, que
continha toda sorte de animais. A voz
lhe disse: Levanta-te, Pedro! Mata e
come (v.13b). Será mesmo que esse
texto pode ser usado para defender a
anulação das leis alimentares?
Esse mesmo texto é também usado
para afirmar que “Deus transformou
os animais imundos em puros”. Será
que é isso que o texto quer dizer? Esse
episódio não anula a dieta bíblica; ao
contrário, enfatiza a obediência de
Pedro, quanto ao que fora estabelecido para a alimentação. Ele era abstinente: ... jamais comi coisa alguma
comum e imunda (v.14). Mas o fato
de a voz ter-lhe dito mata e come não
seria um indício de que Deus havia purificado todos os animais antes considerados imundos e que Pedro deveria
deixar de ser abstinente, a partir daquele momento? Claro que não.
Como dissemos, o texto trata de
uma visão. Então, os animais que
Pedro viu não eram literais; simbolizavam alguma coisa. Os judeus consideravam os gentios imundos; por
isso, Deus mostrou, através da visão,
que o evangelho deveria ser levado
a todos os povos (cf. At 10:15,28).
Deus não purificou os animais, mas
as pessoas; neste caso, os gentios.
1 Tm 4:4,5 é também bastante
utilizado em defesa da anulação da
dieta bíblica. Assim, há quem afirme
que os cristãos podem comer qualquer coisa, contanto que recebam o
alimento com ações de graças. Mas
é isso que diz o texto? De modo algum! O texto é claro: Nada é recusável, desde que seja santificado primeiramente pela palavra de Deus e,
depois, pela oração. Em nenhum lugar da Bíblia há indício de que Deus
tenha purificado os animais imundos
de Lv 11 e Dt 14 para consumo. Do
mesmo modo, a oração, em si, não
pode mudar o que a palavra estabewww.portaliap.com.br
41
leceu. A propósito, as carnes dos animais limpos são as que Deus permitiu aos fiéis (Lv 11:46-47; 1Tm 4:3).
Outro grave erro que muitos cometem é usar Mc 7:19b, que diz: E,
assim, considerou ele puros todos os
alimentos, para explicar que Jesus
declarou limpas as carnes imundas.
O contexto desmente essa ideia.
Obviamente, Jesus falava, ali, acerca da tradição dos fariseus. Antes
de comer, eles lavavam as mãos diversas vezes; porém, seus corações
permaneciam impuros (v.21). No
mesmo episódio narrado em Mt 15,
Jesus esclarece: São estas as coisas
que contaminam o homem; mas o
comer sem lavar as mãos não
o contamina (v.20 – grifo nosso). Entendeu? Jesus, em momento algum,
está nos autorizando a ingerir carnes
que foram consideradas imundas
por Deus.
Portanto, a dieta estabelecida pelo
Senhor continua vigente. Foi dada à
nação de Israel, mas não somente a
esta; é também para nós. O Senhor
também quer que sejamos santos.
Antes de Israel existir, Noé e sua família já faziam a separação dos animais
limpos e imundos, a mando de Deus
(Gn 7:2). Os gentios também foram
orientados a se absterem da carne
sufocada e do sangue (At 15:20).
As leis alimentares têm sua origem
em Deus. A soberania do Senhor é o
alicerce das distinções feitas por ele, em
Lv 11 e Dt 14, não as características físicas do animal, a associação a cultos
pagãos da época, doenças crônicas, leis
de saúde etc. Desse modo, cabe-nos a
submissão ao que o nosso Pai instituiu.
Para refletir...
04. O Texto de At 10:9-16 pode ser usado para se defender a
anulação das leis alimentares e a transformação dos animais
imundos em limpos por Deus? Responda baseando-se no item 2.
05. As palavras de Paulo, em 1 Tm 4:4,5, indicam que podemos
comer qualquer alimento, incluindo aqueles mencionados, em
Lv 11, como impuros? Baseie-se no item 2.
42
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
06. Após ler Gn 7:2; At 15:20, e o item 2, responda: Por que
a observância da dieta bíblica contida em Lv 11 não se limita
aos israelitas?
II
A DOUTRINA APLICADA
1. A dieta bíblica nos convida à gratidão
Os alimentos que Deus deixou
para nosso consumo (Gn 1:29, Lv
11, Dt 14) não devem ser recebidos
de qualquer maneira, mas com ações
de graças (1 Tm 4:4). A NTLH diz:
Que tudo seja recebido com orações
de agradecimento (v.4b). Deus merece receber nossa gratidão. Ele supre as nossas necessidades básicas,
inclusive no alimento (Mt 6:30-32).
Que sejamos sempre gratos ao
Senhor pelo pão nosso de cada dia.
Se este não nos falta, é porque o
nosso Deus não o deixa faltar. Aliás, é dom de Deus que possa o
homem comer, beber e desfrutar
o bem de todo o seu trabalho (Ec
3:13). Nosso criador se importa
conosco. Estamos em seus planos
eternos. Ele pensou até mesmo naquilo que devíamos ou não comer.
Façamos, portanto, de nossas refeições, um momento especial voltado à gratidão a Deus. Reconheçamos a sua bondade e o louvemos
por seu amor.
2. A dieta bíblica nos exorta à moderação
Pecamos quando ingerimos das
carnes que Deus classificou como
imundas. Contudo, podemos também
pecar quando, ao ingerir dos alimentos permitidos por Deus, deixamos de
lado a moderação. Comer demais não
faz bem. O exagero na alimentação
macula o templo do Espírito, o nosso
corpo. O sábio adverte: Não exagere na comida, controle seu apetite!
(Pv 23:2 – BV).
Obviamente, comer além do necessário faz mal; mas comer aquém
do que se precisa também é prejudicial. O corpo sofre pelos excessos e
padece pela falta do que precisa. A
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43
moderação, que é fruto do Espírito
(Gl 6:22), é o melhor caminho. Alimentemo-nos, portanto, com autocontrole, pois, assim, glorificaremos
a Deus. É isso que ele almeja de nós
(1 Co 10:31). Essa doutrina bíblica
nos ensina que devemos ter cuidado
com a nossa alimentação. O povo de
Deus é diferente, até mesmo em sua
maneira de se alimentar.
Para VIVER...
08. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que devemos
agradecer a Deus pelo pão nosso de cada dia?
09. Após ler a segunda aplicação, responda: Por que devemos
ser moderados na alimentação?
MEU DESAFIO
Pela graça de Deus, chegamos ao final do estudo de hoje. Vimos que a dieta bíblica foi instituída por Deus. Ele fez a separação
entre animais limpos e imundos. A observação dessa distinção não
se limitou ao povo israelita; é para nós, também. O nosso cardápio
deve levar em consideração essa ordem divina.
Portanto, faça o seguinte: Tire um tempinho para ler a Bíblia. O
texto a ser lido é o de Levítico 11 ou Deuteronômio 14. Ali, você
encontrará a lista dos animais próprios e dos impróprios para o
consumo. Após refletir na leitura do texto bíblico, faça uma oração
de gratidão a Deus pelo pão de cada dia e peça-lhe forças para
praticar sempre a moderação nas suas refeições.
44
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
6
A unção com óleo
9 DE novembro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 112 • BJ 25
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante
da palavra de Deus
que a unção com óleo
é uma prática cristã,
legitimada pelas Escrituras
Sagradas; portanto, deve
ser praticada por nós,
adventistas da promessa,
com entendimento e da
maneira correta.
Está alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e orem sobre ele,
ungindo-o com azeite em nome do Senhor;
e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor
o levantará; e, se houver cometido pecados,
ser-lhe-ão perdoados. (Tg 5:14-15)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
03/11
04/11
05/11
06/11
07/11
08/11
09/11
Jr 17:14
Mc 6:12-13
Tg 5:14-15
2 Co 12:7-9
Mt 9:20-22
Gn 20:17-18
Lc 9:11
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INTRODUÇÃO
O estudo de hoje vai tratar da unção com
óleo. Embora nos pareça um assunto simples,
é profundamente polêmico e controverso.
Trata-se de um rito antigo e quase universal,
que tem rompido as fronteiras das religiões e
vencido a barreira do tempo.1 É justamente
por ser um assunto polêmico que devemos
nos debruçar sobre as Escrituras, a fim de
compreendê-lo corretamente.
Por não haver muitos textos no Novo Testamento que tratem sobre o assunto, nosso
objeto de estudo será o texto do apóstolo
Tiago (5:14-15), que contém princípios fundamentais para que compreendamos esse
rito tão praticado por muitos evangélicos,
porém, muitas vezes, de maneira irreflexiva,
bizarra e banalizada.
1. Lopes (2006b:126)
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45
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
Como nas lições estudadas anteriormente, apresentaremos, nesta
primeira parte, a nossa crença sobre
o assunto em estudo; na segunda
parte, apresentaremos as mais difundidas e diversas crenças sobre
ele. Para uma melhor compreensão
do estudante, o assunto será apresentado na seguinte ordem: em que
circunstância a unção com óleo deve
ser realizada; quem deve realizar essa
unção, e qual o seu valor espiritual.
1. Explicando a nossa crença
A unção com óleo é uma prática cristã, apoiada nos ensinos dos apóstolos,
e, tradicionalmente, praticada pela igreja. De acordo com os dois únicos textos
do Novo Testamento que tratam sobre
a unção com óleo, esta só deve acontecer em casos de enfermidades. As Escrituras não autorizam a sua prática em
nenhuma outra situação. O evangelista
Marcos relatou que os apóstolos expulsavam muitos demônios, e ungiam
muitos enfermos com óleo, e os
curavam (Mc 6:13 – grifo nosso).
O apóstolo Tiago, por sua vez,
orientou os cristãos enfermos a chamarem os presbíteros da igreja para
orarem em seu favor e os ungirem
com óleo (Tg 5:14). No entanto, deve
ser enfatizado, aqui, que, mesmo seguindo todas essas orientações bíblicas, a vontade de Deus nem sempre é
curar aqueles que estão enfermos (cf.
2 Co 12:7-9; 2 Tm 4:20).2 O apóstolo
Tiago deixou bem claro, ainda, que os
2. Grangeão & Liborio (2009:691).
46
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
presbíteros da igreja é que deveriam
realizar a unção no enfermo: Está
alguém entre vós doente? Chame
os presbíteros da igreja (Tg 5: 14
- grifo nosso). A partir do papel proeminente dos presbíteros, em Atos, e
da descrição do seu ofício, nas epístolas pastorais, podemos inferir que eles
eram homens espiritualmente maduros, responsáveis pela supervisão espiritual das congregações locais.3
O papel específico do “presbítero”, como sendo aquele que “unge
com óleo”, sugere que Tiago acreditava que esse ato tem uma importância especial.4 Devemos entender
que, se fosse lícito a qualquer cristão realizar a unção, Tiago não teria
apontado especificamente aqueles
a quem foi dada tal incumbência.
A função dos presbíteros era semelhante à do pastor em nossos dias.5
3. Moo (1990:175).
4. Arrington & Stronstad (2003:1688).
5. Taylor et al (2006:195).
Precisamos fazer algumas considerações acerca do óleo: Primeiro,
a unção acompanha a “oração da
fé”. Segundo, o enfermo é ungido
“em nome do Senhor” (Tg 5:14).
Sendo assim, não é a unção que
cura o enfermo, mas Deus, em cujo
nome a unção é ministrada. Quem
levanta o enfermo não é o óleo; é o
Senhor.6 Mas vamos entender estas
duas expressões: ungir “em nome
do Senhor” e a “oração da fé”. A
invocação do “nome do Senhor”
não é só um apelo ao “poder e autoridade da vontade de Deus, mas
também um reconhecimento de que
nossos desejos – mesmo através da
oração – devem estar em conformidade com a vontade divina”.7 Ungir
“em nome do Senhor”, então, não
significa simplesmente citar o nome
dele na oração, mas levar em conta
a sua vontade.
Esse é o sentido da “oração da
fé”. A fé exercida na oração é a fé
no Deus que, de modo soberano,
realiza a sua vontade. Quando orarmos, “nossa fé deve necessariamente incluir esta admissão, implícita ou
explícita, dos soberanos propósitos
da soberania divina”.8 A oração da
fé leva em conta a soberania de Deus
e a resposta que ele decidir conceder
àquela oração.
6. Lopes (2006b:121).
7. Arrington & Stronstad (2003:1688).
8. Moo (1990:185).
Quando Tiago orienta os presbíteros a ungirem o enfermo com óleo,
certamente não está atribuindo poderes sobrenaturais ao óleo. A explicação mais coerente e que mais se
alinha com o Antigo Testamento, a
Bíblia que Tiago usava, é a de que
o “óleo” é apenas um símbolo da
ação divina na vida do doente.9 Assim como os antigos sacerdotes de
Israel ungiam as pessoas e as coisas
com óleo para separá-las para Deus,
a unção dos enfermos pode simbolizar que estes estão sendo separados
para receberem o cuidado especial
de Deus.10 Por se tratar apenas de
um símbolo, não há razão para fazer a unção no local da enfermidade.
Quem assim o faz, está cometendo
um erro, sendo incoerente com aquilo que professamos.
No entanto, é preciso afirmar,
ainda, que Deus não depende do
óleo para curar o enfermo. O Novo
Testamento apresenta muitas curas
que foram realizadas sem unção, demonstrando que a prática não é um
acompanhamento necessário e regular à oração pela cura. Os presbíteros
que oram pelos doentes podem utilizá-la ou não; isso dependerá, é claro,
da solicitação da pessoa enferma ou
de seus familiares (quando ela não
estiver em condições de fazê-lo).11
9. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:180).
10. Arrington & Stronstad (2003:1688).
11. Moo (1990:178).
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47
Para refletir...
01. De acordo com os seguintes textos: Mc 6: 13; Tg 5: 14;
responda: A unção com óleo deve ser utilizada apenas em que
circunstâncias?
02. De acordo com a nossa crença, quem deve realizar a unção
nos enfermos? Justifique sua resposta.
03. É o óleo que cura o enfermo e o levanta? Como devemos
interpretar a sua finalidade na unção aos enfermos?
2. Refutando o contradizente
O nosso ponto de vista, apresentado anteriormente, não é
unanimidade: há quem pense e
pratique a unção com óleo por diferentes razões, de forma indiscriminada e sem reflexão teológica.
O que iremos apresentar, a seguir,
são as principais linhas de interpretação divergentes da nossa,
acerca do assunto.
48
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
A prática da unção é muito comum entre os neopentecostais, não
apenas em casos de enfermidades
físicas, mas em muitos outros casos
e circunstâncias. Ministra-se a unção
em pessoas (estejam estas doentes
ou não!), animais, carros, móveis de
casas, roupas íntimas, fotografias, documentos etc. Utiliza-se o óleo da unção até para a prática do exorcismo.
Para justificar essas práticas, utilizam textos do Antigo Testamento
que tratam da unção de reis, sacerdotes e dos utensílios do templo
(Ex 30:22-33, 40:10-11; 1 Sm 10:1,
16:13; 2 Sm 1:21; Is 21:5). No entanto, temos bons motivos para
discordar dessa justificativa. Como
o autor da carta aos Hebreus nos
informa, os rituais da antiga aliança
eram apenas “alegorias” das verdades que haviam de se revelar em
Cristo (Hb 9:1-10).
O Novo Testamento não oferece
nenhuma base para a prática da unção, a não ser em casos de pessoas
enfermas. A unção era frequentemente usada pela igreja primitiva
nas suas orações pedindo cura,12 ou
seja, não há, na Bíblia, nem nos registros da história primitiva da igreja, algo que nos habilite a realizar a
unção de pessoas que não estejam
enfermas, de coisas e lugares.
O uso indiscriminado da unção é
tão comum entre os neopentecostais que não está restrito aos presbíteros da igreja: qualquer pessoa,
seja membro do “corpo de Cristo”
ou não, pode adquirir o seu “óleo
ungido” para utilizá-lo onde e
quando achar necessário. Isso também fere a teologia bíblica, que nos
ensina que apenas, e tão somente,
os presbíteros (pessoas ordenadas
ao ofício) podem realizar a unção
em pessoas enfermas.
12. Grangeão & Liborio (2009:691).
Além desse uso exagerado do
óleo, entre os neopentecostais,
existe outra linha de interpretação, a tradicional e histórica, que
vai para o outro extremo. Segundo esta linha, o óleo não deve ser
entendido como um “símbolo espiritual”, conforme cremos, mas
como “remédio”, pois era utilizado
assim, no mundo antigo. De acordo com essa interpretação, os presbíteros deveriam ir até os doentes
armados de recursos espirituais e
naturais: com oração e remédio.13
No entanto, tal interpretação é
inconsistente, diante da exegese
do texto de Tiago (5:14). Primeiro:
o óleo não era remédio para todas
as doenças, e, no texto, não temos
especificações de doenças. Segundo: Se fosse apenas uma questão
de usar o óleo como remédio, por
que chamar os presbíteros? Qualquer um poderia fazê-lo!14
Diante de tudo que foi analisado até aqui, podemos, com base
nas Escrituras Sagradas, e tão somente nelas, afirmar que a unção
com óleo é uma doutrina bíblica,
neotestamentária, que deve ser realizada com oração, em nome do
Senhor, pelos presbíteros da igreja, em pessoas enfermas, com vista à cura dessas pessoas, e não à
morte (Tg 5:14-15).
13. Moo (1990:176).
14. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:179-180).
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49
Para refletir...
04. Com base em Tg 5:14-15, comente sobre o entendimento e
a prática neopentecostal de ungir pessoas endemoninhadas,
objetos e lugares. Essa prática está correta, à luz da Escritura?
05. Com base no mesmo texto bíblico, explique a linha de
interpretação tradicional, que afirma que o óleo deve ser
entendido como remédio, não como “símbolo espiritual”.
06. Como podemos afirmar que o óleo, no texto de Tiago 5:14,
não é sinônimo de remédio?
II
A DOUTRINA APLICADA
II
A DOUTRINA APLICADA
1. Continuemos praticando a unção com o entendimento correto
Como vimos, existe uma divergência muito grande acerca do verdadeiro significado do óleo, na unção de
enfermos. Há, em nossos dias, pelo
menos, três linhas de interpretação:
a que entende o óleo como “ponto de contato” para estimular a fé
50
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
do enfermo; a que interpreta o óleo
como sendo um “medicamento universal”, e a que reconhece no óleo
apenas um “símbolo espiritual” da
separação do enfermo para receber
os cuidados de Deus.
Nós, adventistas da promessa, cre-
mos que essa última é a que tem mais
consistência bíblica. Portanto, que os
enfermos, ao pedirem a unção aos
presbíteros da igreja, e os presbíteros,
responsáveis por realizá-la, tenham
esse entendimento!
2. Continuemos praticando a unção de maneira correta
Devido ao uso indiscriminado
da unção em muitos seguimentos
evangélicos, alguns pastores contemporâneos mais conservadores
preferem abolir completamente
essa prática. No entanto, não podemos jogar fora a criança junto com
a água da bacia. Paulo não baniu a
ceia do Senhor porque a igreja de
Corinto estava cometendo excessos
na celebração da ceia.
Ungir com óleo é uma prática bíblica, legítima, que precisa ser com-
preendida e praticada corretamente.
Por isso, nós, adventistas da promessa, cremos que apenas presbíteros
podem e devem realizar a unção
com óleo sobre os enfermos. Esta
deve ser acompanhada da oração da
fé, em nome do Senhor. Por se tratar de um símbolo, a unção deve ser
realizada na cabeça da pessoa enferma, e não no local da enfermidade.
De posse dessa compreensão, que
continuemos praticando a unção de
maneira correta.
Para VIVER...
07. Após ler a primeira aplicação, discuta com a classe sobre as
divergências de pensamentos acerca do assunto e a importância
de praticar a unção com o entendimento correto.
08. Após ler a segunda aplicação, responda: O que você acha
da atitude daqueles que preferem excluir a prática da unção,
por conta dos exageros neopentecostais? Qual a importância
de praticar a unção da maneira correta?
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51
MEU DESAFIO
Chegamos ao final de mais um estudo, em que aprendemos sobre o verdadeiro significado da unção com óleo. Vimos que se trata
de uma doutrina bíblica, legítima, ensinada por Jesus (Mc 6:13) e
recomendada pelo apóstolo Tiago, irmão de Jesus, e um dos principais líderes da igreja de Jerusalém, no primeiro século (Tg 5:14-15).
Nosso desafio é continuar praticando a unção, sempre que necessária, com o entendimento correto, fundamentado nas Escrituras, e da maneira correta: sem exageros, misticismo, banalização
etc. Não podemos deixar de considerar a soberania de Deus, pois,
ainda que tenhamos o entendimento correto e pratiquemos a unção da maneira correta, Deus pode curar ou não o enfermo. Tudo
irá depender de seus propósitos para a vida deste.
52
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
7
A atualidade
da lei
16 DE novembro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 180 • BJ 296
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante da
Escritura que a lei de Deus
é atual, pois é baseada
em Deus, e, portanto, é
eterna e praticável em
nossos dias.
... a Lei é santa, e o mandamento, santo,
justo e bom. (Rm 7:12)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
10/11
11/11
12/11
13/11
14/11
15/11
S
16/11
Êx 20:1-17
Sl 19
Ez 36:25-27
Rm 3:24-31
Rm 7:4-12
Hb 10:15-17;
1 Jo 5:1-3
Tg 2:8-13;
Ap 14:12
INTRODUÇÃO
“Eu não preciso mais obedecer à lei; vivo no
tempo da graça”. Você já ouviu essa frase? É
mais comum do que você imagina. É uma frase
constantemente repetida por cristãos que, em
razão de um entendimento equivocado das Escrituras, têm uma visão equivocada a respeito
da lei e da graça: colocam-nas em contradição
e disputa, como se uma anulasse a outra.
Mas será mesmo que um crente em Jesus
está desobrigado de obedecer à lei? Será mesmo que a graça de Deus pode ser usada como
uma desculpa para não nos preocuparmos com
os padrões de Deus para a nossa vida, expressos em sua lei? A lei continua ou não atual para
os cristãos? É disso que trataremos nesta lição.
I
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A DOUTRINA ENTENDIDA
Sem rodeios, é bom que fique clara a nossa
posição sobre o tema proposto: Segundo O
Doutrinal, livro onde as principais crenças da
Igreja Adventista da Promessa estão sistematizadas, a lei de Deus é atual: “Conhecida por
lei moral de Deus, por revelar seu caráter santo
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53
e sintetizar, em dez mandamentos,
sua vontade para os seres humanos,
essa lei tem abrangência universal
(...) e vigência eterna”.1 Nós, pro-
messistas, cremos na atualidade da
lei moral de Deus. Entendamos com
mais detalhes essa crença, antes de
irmos ao ponto de vista contrário.
1. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:187).
1. Explicando a nossa crença
A Bíblia Sagrada é clara em dizer
que a lei de Deus deve ser obedecida pelos crentes que foram justificados gratuitamente por meio da fé
em Cristo (Rm 3:24,28,31). Por isso,
afirmamos, sem nenhum constrangimento, que nenhum crente está desobrigado de obedecer aos mandamentos. A Bíblia é clara: Destruímos
nós, pois, a lei com a fé? Longe disso;
antes confirmamos a lei2 (Rm 3:31).
Percebeu o que a Escritura está
afirmando? A lei continua atual, isto
é, continua sendo a regra de vida dos
redimidos. O verbo “confirmar”, que
aparece no texto de Rm 3:31, significa “estatuir” ou “colocar em vigor”.3
O sentido é de segurar ou sustentar a
autoridade ou força de algo, no caso,
da lei de Deus. É um verbo no tempo
presente, que traz uma ideia de continuidade. É como se Paulo dissesse:
Mesmo justificados pela fé, nós continuaremos a reconhecer o valor da lei e
lhe obedeceremos.
Contudo, se devemos mesmo
continuar obedecendo à lei, como
Romanos 3:31 sugere, por que alguns textos dizem que ela foi abolida? Em Efésios 2:15, lemos que
Jesus aboliu, na sua carne, a lei dos
mandamentos na forma de ordenanças (Ef 2:15). Pois bem, para conciliarmos esse aparente “ponto de
tensão”, devemos perguntar se os
textos estão tratando da mesma lei.
Nós entendemos que não. Pela Bíblia, entendemos que há várias leis:
civis, rituais e moral.4
Em síntese, as leis civis orientavam
Israel quanto à vida em sociedade; as
rituais (ou cerimoniais) orientavam
a nação quanto à vida religiosa; já
a lei moral, resumida nos dez mandamentos (cf. Êx 20:1-17; Dt 5:521), poderia muito bem ser definida
como uma expressão do caráter de
Deus; ela nos instrui como devemos
andar diante de Deus e do próximo.
Esta lei foi escrita em tábuas de pedra, pelo dedo de Deus (Êx 31:18).
2. Tradução de Matos Soares.
3. Haubeck & Siebenthal (2009:956).
4. Cf. O Doutrinal: nossa crença ponto a
ponto (2012:207-219).
54
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
Das três, a única vigente é a moral,
visto que a civil serviu apenas para
reger a sociedade hebreia e a cerimonial foi abolida por Jesus, na cruz
(Ef 2:15; Cl 2:14).
É da lei moral que Paulo fala em
Rm 3:31, 7:14. É a ela, também, que
Tiago se refere, em sua carta (Tg
2:10,12). Para entender de que lei
se trata, é preciso sempre analisar o
contexto de cada passagem. Quando
os textos tratam da lei moral, tratam
de leis que devem ser obedecidas pelos crentes em Jesus. Ela é tão válida
que foi escrita pelo Espírito em nosso
coração (Hb 8:16). Por que Deus a
escreveria em nosso coração, se não
a devêssemos cumprir?
Nosso Manual de doutrina de
19525 já dizia: “[A] Lei moral é a
declaração da vontade de Deus que
dirige todos os homens, de todas as
épocas e lugares, ligando-os ao seu
inteiro dever para com Ele” (grifo
nosso). Conforme já afirmamos, a
lei moral é a expressão do caráter
5. M
anual dos trinta pontos preliminares de
nossa fé (1952:43).
de Deus e revela a sua vontade. Rm
7:12,14 mostra isso, porque diz que
a lei é santa, justa, boa e espiritual.
Algumas qualidades de Deus são expressas aí, mostrando ser a lei “uma
cópia de suas perfeições”.6
É a lei moral que aponta para nós
o pecado (Rm 3:20). Ela nos convence de que somos pecadores e
precisamos de Cristo. Uma vez que
o recebemos como Senhor, continuamos a segui-la, para nos firmarmos
na vida cristã. Entendemos que ela
não salva, mas nos ajuda no caminho da graça, como disse Jesus: Se
guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor (Jo
15:10). É assim que cremos. Não
somos legalistas, pois não estamos
tentando ganhar a redenção por esforço próprio. Por outro lado, não
somos antinomistas, pois não defendemos que a vida cristã não tem
nada a ver com obediência à lei de
Deus. Sem correr para um extremo
ou outro, é assim que queremos
continuar nossa caminhada.
6. Lopes (2010:263).
Para refletir...
01. Leia Rm 3:24,28,31 e comente com a classe sobre o principal
ensino desses versículos? Eles dizem algo sobre a atualidade da lei?
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55
02. Como podemos interpretar Ef 2:15? De que lei este texto
está tratando? Existe mais de um tipo de lei? Explique.
03. Leia Rm 3:20, 7:12,14; Jo 15:10, e comente com a classe
sobre alguns dos propósitos da lei moral. Ela espelha o caráter
de Deus em algum sentido?
2. Refutando o contradizente
Agora que já apresentamos a
nossa crença, vamos apresentar algumas posições contrárias à nossa.
Lembra a frase da introdução? Existe
outra bem parecida: “Eu estou debaixo da graça, não da lei”. Talvez
você já tenha se deparado com cristãos com este tipo de argumento.
Na verdade, este argumento é falho
e mostra falta de conhecimento da
palavra. Sabe qual o nome desse jeito de pensar? É antinomismo.
Esse termo, originário do grego,
significa: “contra” (anti) a “lei” (nomos). Os antinomistas entendem
que a graça anula toda a obrigação
da lei. De acordo com esse ponto de
vista, “a lei não tem qualquer papel
a exercer sobre a vida do cristão. Ela
56
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
deve ser totalmente rejeitada”.7 Existem várias expressões de antinomismos, e não começaram a existir em
nossos dias. Até mesmo Judas já teve
de lidar com antinomistas (Jd 4-19),
gente que transforma em libertinagem a graça do nosso Deus (v.4).
No primeiro século da era cristã,
também temos uma expressão do antinomismo. Havia um cristão, chamado Marcião (140 d.C.), que rejeitava o
Antigo Testamento, por dizer que este
era oposto à graça do Novo Testamento. Dizia mais: Se há algum vestígio
de lei no Novo Testamento, deve ser
dispensado. Veja que absurdo! Mas
Marcião não é o único. Na atualidade,
7. Meister (2003:72).
temos expressões da crença antinomista. Há um tipo de “antinomismo
pentecostal”,8 centrado na pessoa do
Espírito Santo, que se vale da afirmação bíblica de que o Espírito nos guiará
em toda a verdade, para dizer que não
há necessidade de ensinar a lei escrita.
Outro tipo de “antinomismo” é o
“cristocêntrico”, centrado na pessoa
de Cristo, que explica: Se Cristo cumpriu a lei, não há necessidade de o fazermos: agora, é só amor. Por último,
destacamos o “antinomismo dispensacional”. Para os defensores desta
corrente, o tempo da lei já passou,
com Moisés, e, com a vinda de Cristo, estamos na dispensação da graça;
portanto, não há mais obrigatoriedade de se guardar os mandamentos.9
Todas essas expressões de antinomismo expõem uma dificuldade de
ver a graça na lei de Deus. Mas lei
e graça não são excludentes e não
precisam ser tratadas como opostas.
Fazer isso traz muitos danos à fé.
A lei está presente no Antigo e no
Novo Testamento, assim como a graça. Todas essas expressões de antinomismo também manifestam uma
dificuldade de enxergar a distinção
entre as leis, e, portanto, de separar
a lei moral das outras leis.
Esses crentes esquecem o que diz
1 Co 7:19: A circuncisão não significa
nada, e a incircuncisão também nada é;
8. Essa nomenclatura não quer dizer que todos
os pentecostais são contrários à lei de Deus.
9. Meister (2003:73-74).
o que importa é obedecer aos mandamentos de Deus. Paulo, aqui, apresenta
muito bem a distinção entre as práticas
rituais da antiga aliança e os mandamentos de Deus, que continuam válidos para serem guardados. Existe clara
distinção entre as leis. Entendemos que
a lei moral, condensada nos dez mandamentos, foi proferida pela boca de
Deus (Êx 20:1; Dt 10:4) e escrita pelo
dedo de Deus (Êx 31:18; Dt 4:13; Hb
9:3-4), enquanto as demais leis (rituais
e civis), também dadas por Deus, foram
escritas por Moisés (2 Cr 35:12).
Quanto à afirmação de que a lei
moral perdeu seu valor com a vinda do
Espírito, entendemos tratar-se de uma
contradição, pois Hb 10:15-16 diz que
o próprio Espírito Santo colocaria a lei
dentro do coração dos que creem em
Jesus. Sobre o ponto de vista que defende serem os crentes desobrigados
de obedecer à lei moral, por causa da
obediência de Jesus, lembramos que foi
Cristo mesmo quem disse: Aquele que
tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama (Jo 14:21). O
próprio Jesus falou de obediência aos
mandamentos aos seus seguidores.
Com respeito à visão dispensacionalista, trata-se de mais um pensamento
antinomista equivocado. É claro que
existem diferenças entre o período anterior à vinda de Cristo e o tempo que
vivemos (não obedecemos às leis civis
e rituais, por exemplo); mas dizer que
a lei moral foi abolida é ser infiel ao relato bíblico, segundo o qual os crentes
em Jesus devem obedecer a essa lei.
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57
Para refletir...
04. O que é o antinomismo e o que defende, em linhas gerais?
05. Quais são as principais expressões do antinomismo dos
nossos dias?
06. Que resposta podemos oferecer, diante dessas expressões de
antinomismo? Elas são justas com o que diz a palavra de Deus?
II
A DOUTRINA APLICADA
1. A lei de Deus é atual: creia nessa verdade!
Não tape seus ouvidos, diante de
tão maravilhosa verdade: a lei de
Deus é para hoje. Stott1 escreveu:
“... depois que somos aceitos continuamos guardando a lei por causa do amor que temos a Deus, que
nos aceitou e nos deu o seu Espírito
para nos capacitar a guarda-la”. Por
causa da alteração promovida pela
1. (2007:131).
58
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
graça em nosso coração, podemos
obedecer a Deus (Ef 2:10).
A graça de Deus nos ensina a
viver como justos (Tt 2:11-13), já
que Deus nos aceita sem obra alguma, unicamente pela fé em Jesus (Rm
5:1). E agora, livres da condenação do
pecado, que gerava morte, podemos
viver para o Deus vivo (Hb 10:14).
Embora sejamos falhos e limitados,
podemos andar na lei do Senhor.
2. A lei de Deus é atual: pratique essa verdade!
A lei de Deus é vivenciada na prática do amor. Ao resumir a lei moral
no amor a Deus e ao próximo (Mc
12:28-33), Cristo mostrou que devemos viver em amor. Quem ama a
Deus, certamente lhe prestará adoração única; não adorará ídolos; não
tomará seu nome em vão, e guardará
seu santo dia, o sábado (Êx 20:3-11).
Quem a ama ao próximo, irá respei-
tar seus familiares e todas as pessoas
(guardando-se do homicídio, do adultério, do roubo e da mentira), também
não irá desejar o que é dos outros (Êx
20:12-17). Agora que você já sabe
essas verdades ou as relembrou, fará
bem em praticá-las: Porque nisto consiste o amor a Deus: obedecer aos seus
mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados (1 Jo 5:3 – NVI).
Para VIVER...
07. Para você, qual a importância de crer na lei de Deus?
08. Você acha possível colocar em prática a lei de Deus? Como
podemos fazer isso?
MEU DESAFIO
Seu desafio será reunir sua família ou seus amigos da igreja e
fazer uma leitura meditativa de Êx 20:1-17 e Mc 12:28-33; falar-lhes sobre a lei dada para Israel, após a libertação da escravidão
no Egito, e sobre o amor que Jesus nos ensina a exercer, como
salvos nele, através da observância de sua lei.
Além disso, se você ainda tiver alguma dúvida, no que diz respeito
à distinção das leis, seu desafio será separar, pelo menos, 30 minutos,
nesta semana, para ler o estudo 19, “A distinção das leis”, do Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (pp. 207-217). Se você ainda não o
tem, adquira já o seu, no site: http://www.vozdocenaculo.com/.
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59
8
O dia do descanso
23 DE novembro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 343 • BJ 216
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Apresentar ao estudante
da Escola Bíblica as razões
pelas quais é possível
afirmar que a guarda
do sábado permanece
vigente para todos os
cristãos de todos os
lugares e épocas.
E disse-lhes: O sábado foi feito por causa
do homem, e não o homem por causa do
sábado. Assim o Filho do homem até do
sábado é Senhor. (Mc 2:27-28)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
17/11
18/11
19/11
20/11
21/11
22/11
23/11
Gn 2:1-3
Êx 20:8-11
Ne 13:15-22
Is 58:13-14
Jr 17:21-27
Mt 12:1-12
At 13:14, 42,
44; 16:13
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60
INTRODUÇÃO
Em nossos dias, a grande maioria dos cristãos assume as seguintes posições em relação
ao sábado: alguns entendem que foi mudado
para o domingo pela igreja primitiva; outros,
que foi abolido por Cristo, pois se tratava de
um mandamento específico para o povo de
Israel, e ainda outros, que o seu princípio permanece, mas que não é preciso observá-lo literalmente no sétimo dia da semana, sendo
possível guardar qualquer outro dia.
Nós, adventistas da promessa, cremos
que a guarda do sábado foi estabelecida
por Deus e permanece vigente para todos
os cristãos, pois foi reafirmada por Jesus
Cristo, no Novo Testamento. Inúmeros estudiosos bíblicos de outras confissões e denominações cristãs também acreditam na
observância de um dia da semana dedicado ao descanso e à adoração. Não somos
os únicos! Na lição de hoje, aprenderemos
mais acerca de nossa crença na observância
do sábado. Vamos ao estudo!
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
Não é novidade para ninguém que
somos também conhecidos como
“guardadores” do sábado. Esta é
mesmo uma de nossas marcas. Contudo, é importante entendermos que
a guarda do sábado não é uma prática
infundada, como alguns imaginam.
Em primeiro lugar, ela é bíblica, ou
seja, é firmada na Escritura. Em segundo lugar, é histórica: existem provas
históricas de que cristãos do passado
também guardaram o sábado.1 Agora, veremos por que o sábado deve ser
guardado pelos cristãos de hoje.
1. Carson (2006:381,396).
1. Explicando a nossa crença
Existem, pelo menos, três razões
bíblicas pelas quais podemos afirmar
que o sábado continua vigente para
cristãos de todos os tempos e lugares. Em primeiro lugar, o sábado é
um mandamento universal. Deus o
estabeleceu no Éden, muito antes de
haver qualquer nação ou etnia. Seu
plano era que toda a humanidade o
guardasse como um dia abençoado e
santificado. Veja só: Deus abençoou e
santificou o sétimo dia, porque nele
descansou de toda a obra que havia
criado e feito (Gn 2:2-3).
Muito tempo depois, já no Novo
Testamento, o próprio Jesus reafirmou o princípio universal do sábado,
dizendo que este foi feito por causa
do homem (Mc 2:27). O substantivo
“homem”, neste texto, é a tradução
da palavra grega antropos, que significa, literalmente, “humanidade”.
Assim, Jesus estava dizendo que o
sábado foi feito “para a humanidade”, não para os judeus, como alguns
sugerem. Isso significa que todos devem obedecer a esse princípio.
Em segundo lugar, o sábado é um
mandamento moral; faz parte do Decálogo (os dez mandamentos) que é
a lei moral de Deus, registrada em Ex
20:1-17. Os dez mandamentos são o
resumo da lei moral, e, por refletir o
caráter de Deus, permanecem vigentes para todo o povo de Deus de todos os lugares e épocas2 (Mt 5:17; Rm
3:31, 7:12; Hb 8:10, 10:16).
Como já aprendemos na lição de
número 7, a lei moral permanece
vigente para os cristãos de hoje (Tg
1:25). Logo, se os dez mandamentos
devem ser obedecidos pelos cristãos,
ainda em nossos dias, seria muito
estranho dizer que apenas o quarto
mandamento não é mais válido ou
que foi abolido por Cristo. Assim, o
sábado, que em nada difere dos de-
2. Meister (2003:58).
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61
mais mandamentos, deve, ainda hoje,
ser observado por todos os cristãos.
E qual o princípio moral por trás do
quarto mandamento? O princípio da
adoração e do descanso. O sábado é
um dia, entre os sete dias da semana,
em que as pessoas podem parar com
suas atividades ocupacionais diárias
para poder adorar a Deus sem outras
preocupações, além de também ser
um dia em que elas podem revigorar
o corpo. Quando paramos no sábado, lembramos que a realidade última
da vida não é o que fazemos. Reconhecemos que todo o nosso esforço,
por si só, não adianta nada. Estamos
admitindo que confiamos na graça de
Deus. Com o sábado, Deus também
quer lembrar-nos que é ele quem
controla o nosso tempo.
Em terceiro lugar, o sábado é um
mandamento cristão; permanece vi-
gente para todos os seguidores de
Jesus, pois foi estabelecido no Éden
para toda a humanidade, incorporado por Deus, no Decálogo, e, por
fim, reafirmado, categoricamente,
por Jesus Cristo, no Novo Testamento. Jesus guardou o sábado (Lc 4:16)
e corrigiu as distorções dos fariseus
com relação à forma de observá-lo
(Mt 12:1-11; Mc 3:4-5).
Além disso, não há nenhum texto,
no Novo Testamento, em que Jesus
anule a guarda do sábado (cf. Mt
12:9-10, 13:54; Mc 1:21, 3:1-2, 6:2;
Lc 6:1-11; Jo 7:10-24). Pelo contrário,
ele afirmou, de maneira enfática, ser
o Senhor do sábado (Mc 2:28). Ao dizer isso, trouxe uma nova perspectiva:
o sábado é um mandamento cristão!
Assim, todo aquele que afirma seguir
Jesus deve guardar o dia que ele próprio validou (Ap 1:10).
Para refletir...
01. Leia Gn 2:1-3; Mc 2:27; o item 1, e responda: Quando Deus
estabeleceu a guarda do sábado? O que Jesus quis dizer,
quando afirmou que o sábado foi feito por causa do homem?
02. Leia os seguintes textos: Êx 20:1-17 e Mt 5:17; depois, com
base no item 2, reflita sobre o que Jesus disse acerca da Lei. Se
o sábado faz parte da Lei Moral, deve ser ainda obedecido?
62
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
03. Leia os textos de Lc 4:16; Mc 2:28, e, com base no item 3,
discuta em classe sobre a atitude de Jesus em relação ao sábado.
Você acredita que o sábado é um mandamento cristão?
2. Refutando o contradizente
Sempre houve e, ainda hoje, há
pontos de vista contrários à guarda
do sétimo dia. Alguns defendem, por
exemplo, que o dia a ser observado
é o domingo e não mais o sábado.
Eles advogam que a alteração foi feita
para “celebrar o dia da ressurreição de
Cristo”.3 Os que pensam assim acreditam que Jesus ressuscitou no primeiro
dia da semana, não ao final do sábado.
No entanto, essa teoria não se sustenta, por, pelo menos, três razões: 1)
A premissa da teoria é errada: Jesus
não ressuscitou num domingo, mas
no sábado (teremos mais detalhes na
próxima lição desta série); 2) Mesmo
que Jesus tivesse ressuscitado num
domingo, quem disse que o dia da
ressurreição define o dia a ser guardado? Que texto bíblico indica isso? Que
3. Henry (2005:64).
profecia falou sobre isso? É incoerente
o argumento!; 3) Não existe, no Novo
Testamento, nem um só texto que indique a mudança do sábado para o
domingo. Textos como o de Atos 20:7,
que mostra Paulo se reunindo com os
irmãos no domingo, ou o de 1 Coríntios 16:1-2, em que o apóstolo pede
aos coríntios que arrecadem donativos
para os cristãos pobres da Judeia no
primeiro dia da semana, não podem
ser usados para afirmar tal mudança.
Outro ponto de vista contrário
afirma que o sábado não deveria ser
observado por toda a humanidade,
mas apenas pelo povo de Israel. Entretanto, o sábado foi estabelecido
por Deus, no Éden, muito antes da
existência do povo de Israel (Gn 2:13). É universal, o único dia abençoado
e santificado por Deus. Como disse
Lincoln, “ainda é fato que Deus abenwww.portaliap.com.br
63
çoou e santificou o “sétimo dia” (Gn
2:3), e não o primeiro”.4
A palavra “santificar” significa
“separar”. Assim, segundo Wiersbe,5
“aquilo que Deus santifica jamais
deve ser tratado como algo comum”. Na criação, Deus abençoou
e separou o sábado para ser observado por toda a humanidade (Ex
20:11). Assim, é simplesmente absurdo afirmar que esse mandamento
é dirigido apenas ao povo judeu.
Por fim, há uma posição teológica
segundo a qual Paulo teria ensinado a
desobrigação da guarda do sábado, a
partir destes textos: Rm 14:5; Gl 4:10;
Cl 2:16. É preciso, no entanto, entender corretamente o contexto em que
Paulo escreveu tais ensinos. Nestes
textos, o apóstolo está combatendo
judeus que insistiam em que os cristãos deveriam continuar a observar a
lei cerimonial com todas as suas festas, feriados e rituais judaicos.
Em Israel, festas religiosas, como
Páscoa, Pentecoste, Tabernáculo e
Dia da Expiação, por exemplo, eram
chamadas de sábados (Lv 23:4-44).
Muitos destes nem mesmo caíam no
sétimo dia da semana. A estes sábados cerimoniais – não ao semanal –,
segundo Paulo, nós, cristãos, estamos
desobrigados de obedecer, pois já se
cumpriram em Cristo. Sempre que
lermos Rm 14:5, Gl 4:10 e Cl 2:16,
devemos ter isso em mente. Os sá-
bados cerimoniais foram cancelados,
mas isso não afeta as exigências da lei
moral referentes ao sábado.6 A igreja
cristã primitiva continuou a guardar
o sábado, após a morte (Lc 23:56)
e a ressurreição de Jesus Cristo (At
16:13;17:2,18:4; Ap 1:10). Até mesmo os inúmeros estudiosos contrários
à guarda do sábado, como Carson,7
admitem isso.
Quanto ao entendimento de que
o princípio do sábado permanece,
mas que não é preciso observá-lo literalmente no sétimo dia da semana,
sendo possível guardar qualquer outro
dia, também não estamos de acordo.
Quando Jesus disse ser Senhor do sábado, sua referência era ao sábado da
criação, o sétimo dia, que, como vimos,
foi criado para o benefício da humanidade. No mandamento, temos uma
clara referência ao “sétimo dia” (Ex
20:11). Não mudemos o mandamento
ao gosto de nossas conveniências.
Existem, ainda, outros pontos de
vista contrários ao sábado. Entretanto, estes que apresentamos aqui
são, em geral, os mais utilizados por
aqueles que se opõem à observância
do quarto mandamento. Como pudemos perceber, a guarda do sábado possui base bíblica e histórica. O
sábado é um mandamento universal,
moral e cristão. É por essas razões
que o guardamos. Vejamos, a seguir,
alguns ensinos práticos.
4. Apud Carson (2006:360)
5. (2006a:27)
6. Henry (2005: 80).
7. (2006:381,396).
64
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
Para refletir...
04. Leia At 20:7; 1 Co 16:1-2, e reflita: Esses textos bíblicos
dizem que o sábado foi mudado para o domingo? Algum texto
na Bíblia diz isso?
05. Leia Gn 2:1-3 e responda: Quando Deus estabeleceu o
sábado já havia a nação de Israel? Alguma outra nação? Deus
criou o sábado apenas para os judeus? Os cristãos do passado
guardaram o sábado? Leia também Ap 1:10.
06. Leia Lv 23:4-8,15-24,32,37-39; Rm 14:5; Gl 4:10; Cl 2:16, e
responda: Quais são os sábados que os cristãos não precisam mais
guardar? Eles fazem parte da Lei Moral ou da Lei Cerimonial?
II
A DOUTRINA APLICADA
1. Observe o sábado com diligência
Infelizmente, muitos crentes parecem não crer mais na vigência do
sábado. São adventistas no nome,
mas não na prática. São displicentes
com a guarda do quarto mandamento. Tratam o sábado como um dia
qualquer. São relapsos em observá-lo
com reverência, amor e devoção a Jewww.portaliap.com.br
65
sus Cristo. Entretanto, a Bíblia é clara ao afirmar que o sábado é um dia
santificado pelo Senhor (Gn 2:1-3) e
deve ser observado pelos cristãos.
Devemos observar o sábado como
os cristãos do passado (Lc 23:56; Ap
1:10). Devemos ter esse dia em mais
alta estima. Deste modo, separe-o
dos demais dias da semana. Que ele
seja, de fato, um dia especial, um dia
diferente para você. Não faça nele
aquilo que você comumente faz.
Não trabalhe no sábado! Separe-o para descansar e adorar a Jesus
Cristo. Ele é o Senhor do sábado (Mc
2:28). Observe-o com diligência.
2. Observe o sábado com satisfação
Os fariseus da época de Jesus seguiam a tradição judaica que havia
desenvolvido uma lista de 39 atividades proibidas no sábado.8 Eles
eram policiais do sábado. Em sua
meticulosidade, chegaram ao cúmulo de estabelecer as distâncias
exatas que podiam ser percorridas no sétimo dia (cerca de 1.320
metros).9 Jesus criticou-os fortemente. Eles haviam transformado
8. Hendriksen (2003a:139).
9. Wiersbe (2006b:153).
o sábado num fardo pesado de ser
carregado (Mt 23:1-4).
Jesus corrigiu essa distorção dizendo que o sábado foi criado para o nosso bem (Mc 2:27). O sábado não pode
ser um fardo. Deve ser um dia prazeroso para os cristãos (Is 58:13). Um dia
em que nossos corações sejam revigorados pelo Senhor, em que nossas
forças espirituais sejam revitalizadas e
nosso corpo descanse e se recomponha dos desgastes físicos do dia-a-dia.
Assim, mude sua atitude em relação
ao sábado. Observe-o com satisfação.
Para VIVER...
07. Pense por um instante em sua vida. Você tem dedicado o
sábado ao Senhor Jesus? Se a resposta for sim, então pense
na maneira como tem feito isso. Você tem sido diligente com a
prática deste mandamento?
66
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
08. Reflita agora em sua postura ao guardar o sábado. Você
tem prazer em fazê-lo? O sábado é um dia de descanso para
você e sua família, um dia de bênçãos espirituais?
MEU DESAFIO
Heschel comparou o sábado como “um palácio no tempo”.10
Um lugar onde todas as pessoas, de todos os lugares, podem,
no final de cada semana, se encontrar para adorar o Senhor. O
sábado é um espaço no nosso tempo dedicado ao descanso e à
adoração a Cristo. Seu desafio, nesta semana, será o de repensar
sua postura em relação a este dia.
Se você tem trabalhado no sábado, mude! Disponha-se a guardar o dia do Senhor. Ore ao Pai. Ele ajudará você! Busque forças
do Senhor para obedecer-lhe. Agora, se você tem tentado observar esse dia, mas, a partir de hoje, percebeu que tem feito isso de
maneira errada, permita-se ter a mente transformada pela Escritura. Tenha prazer em guardar o sábado. Aproveite-o! Descanse!
10. (1951:12).
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67
9
Os dias da morte
e da ressurreição de
Jesus
30 DE NOVEMBRO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 194 • BJ 364
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante da
palavra de Deus, com o
devido fundamento nas
Escrituras, a crença dos
adventistas da promessa
sobre os dias da morte e
da ressurreição de Jesus.
... assim como Jonas esteve três dias e três
noites no ventre de um grande peixe, assim o
Filho do homem ficará três dias e três noites
no coração da terra. (Mt 12:40 – NVI)
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
24/11
25/11
26/11
27/11
28/11
29/11
30/11
Sl 22
Is 53
Mt 12:38-40
Mt 26:1-2
Mt 27:28-44
Mt 27:45-66
Mt 28:1-6; Lc
23:52-56
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A maioria dos cristãos, em todo o mundo,
acredita que Jesus morreu em uma sexta-feira e ressuscitou em um domingo; utiliza este
argumento para validar a observância do domingo, em vez do sábado. Lima1 afirma que
um dos efeitos da ressurreição de Jesus no
domingo foi a mudança do dia de descanso:
“O próprio dia de descanso mudou a partir da
ressurreição de Jesus (...), acontecida no primeiro dia da semana, ou seja, no domingo”.
Mesmo que Jesus houvesse ressuscitado em
um domingo, isto seria uma base para a guarda deste dia como dia de descanso? É óbvio
que não! Em lugar algum, na Bíblia, há alguma
referência a esta mudança. O quarto mandamento da lei de Deus nunca foi alterado! E,
ademais, conforme mostraremos neste estudo, Jesus não ressuscitou num domingo. Por
isso, se o dia da ressurreição pode ser usado
como base para legislar sobre o dia de descanso, este dia continua sendo o sábado.
1. (2006:305).
68
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
Foi só no ano de 1969, na terceira edição do livro “O Doutrinal”,
que o assunto sobre o dia da morte
de Jesus e o dia de sua ressurreição
passou a fazer parte dos pontos
doutrinários da Igreja Adventista da
Promessa. Depois de ser estudado
“com bastante cuidado, critério e
oração”, chegou-se “à conclusão
de que Jesus não havia morrido
numa sexta-feira, nem ressuscitado
no primeiro dia da semana”.2
2. Marcos que Pontilham o Caminho (2002:174).
1. Explicando a nossa crença
Jesus foi crucificado no dia 14 de
abibe, numa quarta-feira, e ressuscitado no dia 17 de abibe, no sábado, momentos antes do pôr-do-sol.
Agora, veremos as razões por que
chegamos a essa conclusão. É muito claro, pela leitura dos evangelhos,
que Jesus foi traído e preso na mesma noite em que ceou com seus discípulos. Sobre essa noite, o Evangelho de João diz: Ora, antes da festa
da páscoa, sabendo Jesus que era
chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai ... (13:1).
Em outra versão, lemos: Faltava somente um dia para a Festa da
Páscoa (NTLH). Nessa noite, Jesus foi
traído, preso e julgado pelo Sinédrio
(cf. Mt 26:47-75; Mc 14:43-72; Lc
22:47-71; Jo 18:1-27), e, ao amanhecer, levado diante de Pilatos para
também ser julgado (cf. Mc 15:1-15;
Lc 23:1-25; Jo 18:28-19:16). Na manhã desse mesmo dia, por volta da
hora terceira (nove da manhã), ele
foi crucificado (cf. Mt 27:32-56; Mc
15:21-41; Lc 23:33-49).
De acordo com João 19:14, esse
era o dia da preparação da Páscoa.
Tal informação é importantíssima. O
dia chamado de “preparação da Páscoa” era o dia em que os cordeiros
eram levados até o templo para serem mortos,3 a fim de serem comidos
à noite. A páscoa era a primeira festa
do calendário judaico. Era celebrada
todo ano, dia catorze do primeiro mês
[abibe] ao entardecer (Lv 23:5). E era
exatamente neste dia que os cordeiros
eram mortos. Então, se Jesus morreu
no dia em que os cordeiros eram sacrificados, morreu no dia 14 de abibe,
por ocasião da celebração da Páscoa.
Segundo acreditamos, nesse ano,
14 de abibe caiu em uma quarta-feira.
Isto é totalmente coerente a Bíblia.
Você já entenderá o porquê. Nesse dia,
houve trevas sobre toda a terra, des3. Daniel-Rops (1986:230).
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69
de a hora sexta até a hora nona (Mt
26:45). Jesus entregou o seu espírito
por volta da hora nona – três da tarde
(Mt 27:46-50). Horas depois, no cair da
tarde desse mesmo dia, 14 de abibe, foi
sepultado, conforme dizem os evangelhos (cf. Mt 27:57-60; Mc 15:42-46).
Então, guarde esta informação: Jesus
foi sepultado pouco antes do pôr-do-sol do dia 14 de abibe, uma quarta-feira. A nossa pergunta agora é: Quanto tempo ele permaneceu no sepulcro?
Deixemos que ele mesmo responda.
No evangelho de Mateus, temos
uma declaração bastante enfática de
Jesus: ... assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do
grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra (Mt 12:40
– grifo nosso). O “coração da terra”
é uma referência à sepultura. Jesus
deixou bem claro que ficaria três dias
e três noites ali. Ele foi específico. O
texto de Jonas, que trata sobre a experiência do profeta, também é específico: ... e esteve Jonas três dias
e três noites no ventre do peixe (Jn
1:17). Sendo assim, levando em con-
ta que ele foi sepultado antes do pôr-do-sol do dia 14 de abibe, deveria
ressuscitar, também, antes do pôr-do-sol do dia 17 de abibe, em cumprimento de sua palavra. E assim foi.
Cristo esteve morto três dias e três
noites inteiras. No final do sábado,
quando as mulheres foram ao sepulcro de Jesus, ele já havia ressuscitado (Mt 28:1,6; Mc 16:1-2; Lc 24:1;
Jo 20:1). Agora grave isto: os textos estão tratando do momento da
ida delas ao sepulcro e não do dia
da ressurreição. Nenhum texto afirma que ele ressuscitou no domingo.
Cremos que Jesus ressuscitou antes do pôr-do-sol do dia anterior a
este que estava começando. Jesus
ressuscitou no sábado, momentos
antes do pôr-do-sol. Para ter ficado
três dias e três noites no coração da
terra, ele foi colocado no túmulo em
uma quarta-feira, momentos antes
do pôr-do-sol.4 14 de abibe caiu em
uma quarta-feira, e 17, num sábado.
4. (1ª Noite: De quarta para quinta. 1º Dia:
Quinta. 2ª Noite: De quinta para sexta. 2º
Dia: Sexta. 3ª Noite: De sexta para sábado.
3º Dia: Sábado).
Para refletir...
01. Em que dia Jesus Cristo foi traído, preso e crucificado? Que
festa estava sendo comemorada? Leia Jo 13:1, 18:28.
70
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
02. De acordo com Mt 12:40, quantos dias e quantas noites
Jesus ficaria no “coração da terra”? Por volta de que hora ele
foi colocado na sepultura?
03. Leia Mt 28:1 e comente sobre o momento em que as
mulheres foram ao sepulcro. Que dia era aquele? O que elas
encontraram? Para Jesus ter ficado três dias e três noites no
sepulcro, quando ele foi colocado lá e quando ressurgiu?
2. Refutando o contradizente
O entendimento tradicional, adotado por quase todos os cristãos, no que
concerne a este assunto, é que a morte
de Jesus aconteceu numa sexta-feira.
Usa-se como base o termo grego paraskeué, traduzido, em nossas Bíblias,
por “dia da preparação” (Mc 15:42; Lc
23:54). A mesma palavra é ainda usada
no grego moderno para indicar sexta-feira.5 Além disso, junto com o termo
paraskeué, aparece a expressão grega
prosábbaton (“véspera do sábado”).
Por causa desta construção grega, a
maioria dos estudiosos bíblicos defende a morte de Jesus na sexta-feira.
5. Hendriksen (2001:46).
Por que discordamos desses argumentos? Comecemos com o termo
paraskeué. Apesar de, no grego moderno, o termo ser usado para indicar
a sexta-feira, no grego antigo, tinha
o sentido geral de “preparação”, e,
na literatura cristã, é empregado no
sentido de dia de preparação “para
uma festa” ou “para um sábado”.6
Robinson7 concorda com essa afirmação, ao comentar que, tanto na
literatura cristã quanto na judaica,
o termo era usado para se referir ao
“dia ou as horas antes do sábado ou
6. Coenen & Brown (2000:2161).
7. (2012:695).
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71
de outra festa, quando se fazia preparação para sua celebração”.
Entendeu? Apesar de ser possível, nem sempre paraskeué é empregado para indicar sexta-feira
(preparação para o sábado semanal). Às vezes, seu uso está relacionado à preparação para uma festa.
Este é o caso dos textos que estamos estudando: paraskeué é usado
para se referir ao dia de preparação
para uma festa. O evangelho de
João aponta-nos este sentido: Era
o dia da preparação [gr. paraskeué]
da Páscoa (Jo 19:14 – BJ). Viu só? O
termo é colocado em conexão com
a páscoa, uma festa judaica.
E quanto ao termo prosábbaton,
colocado com a expressão “véspera
do sábado”, em Mc 15:42? Este texto não mostra que se trata de uma
sexta-feira? De maneira alguma! É
aqui que muitos se complicam. Precisamos entender de que sábado se
trata aqui, pois não se trata do sábado de uma semana regular, mas
de um especial, por causa das festividades pascais. Veja o que o evangelho de João diz: ... era grande o dia
daquele sábado (Jo 19:31). Na NVI,
lemos: ... seria um sábado especialmente sagrado.
Este sábado, “especialmente
sagrado”, correspondia ao dia 15
de abibe, dia depois da Páscoa, o
primeiro da Festa dos Pães Asmos,
dia de santa convocação: nenhuma
obra servil era feita (Lv 23:4-8). No
calendário judaico, alguns dias de
72
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
festa e de repouso eram considerados sábados, sem necessariamente
cair num sábado semanal, o sétimo
dia da semana (cf. Lv 23:24, 32).8
Este é o caso do dia 15 de abibe,
dia seguinte à morte de Jesus. Era
uma quinta-feira, mas considerada
um “sábado” em que nenhuma
obra deveria ser feita.
No que diz respeito à ressurreição,
o entendimento tradicional, adotado
por quase todos os cristãos, é que
esta aconteceu em um domingo.
Contudo, de sexta a domingo, não
temos os “três dias e três noites”
previstos por Jesus. Certo? Para explicar isso, os defensores desta posição afirmam que, ao usar esta expressão, Jesus estava se referindo a
três unidades de tempo, três períodos de dia, e que uma parte de cada
um destes períodos pode ser tomada
como um todo.9 Neste sentido, parte da sexta, o sábado todo e parte
do domingo devem ser entendidos
como os “três dias e três noites”.
Complicada esta explicação, não
é verdade? Primeiro, porque Jesus
foi específico, citando o caso de
Jonas, que também é específico:
“três dias e três noites” (Jn 1:17).
Segundo, porque os defensores
da tese teriam de provar que Jesus
ressuscitou num domingo, para
“parte” deste dia poder ser contada e suas contas estarem corretas.
8. Vaux (2003:512).
9. Idem.
Mas nenhum texto bíblico afirma
categoricamente que Jesus ressuscitou num domingo! Os textos dos
evangelhos narram o momento da
aparição de Jesus às mulheres, não
do dia da ressurreição, que já havia
acontecido, antes das primeiras horas do domingo.
O único texto bíblico que parece contradizer esse argumento é
Marcos 16:9: A razão? A maioria
das versões bíblicas coloca a vírgula
deste texto no lugar errado, dando
a entender que Jesus ressuscitou
no domingo: Havendo ele ressuscitado na manhã do primeiro dia da
semana, apareceu primeiro a Maria
Madalena. No texto grego, não há
margem para este entendimento.
Entre as sentenças “Havendo ele
ressuscitado” e “na manhã do primeiro dia da semana apareceu primeiro a Maria Madalena”, existe
uma partícula grega esclarecedora:
dé (gr. de\). Segundo Robinson,10
esta partícula colocada após uma
ou mais palavras, numa oração, indica uma transição para alguma outra coisa. Respeitando a presença da
partícula grega, a tradução correta
é: Havendo ele ressuscitado, na manhã do primeiro dia da semana apareceu primeiro a Maria Madalena. A
morte de Jesus, na quarta-feira, e a
sua ressurreição, no sábado, são a
única possibilidade bíblica.
10. (2012:195-196).
Para refletir...
04. Apresente para a classe o ponto de vista contrário sobre os
dias da morte e da ressurreição de Jesus. Quais as bases?
05. De acordo com o comentário anterior, a palavra paraskeué
só era usada no grego antigo para “sexta-feira”? E a expressão
“véspera do sábado”, a que dia se refere?
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73
06. “Três dias e três noites” devem ser entendidos como “três
unidades de tempo”? Existe algum texto bíblico que afirme
categoricamente que Jesus ressuscitou em um domingo?
II
A DOUTRINA APLICADA
1. Continuemos reconhecendo a coerência da Bíblia
Nós, promessistas, cremos que a Bíblia é inerrante. No livro O Doutrinal:
nossa crença ponto a ponto, afirmamos que “a Bíblia não contém contradições ou erros”.11 Mas os textos
de Mc 16:1 e Lc 23:56 não são contraditórios? Aparentemente, não ferem este princípio? Um texto diz que,
quando terminou o sábado, as mulheres compraram as essências para ungirem o corpo de Jesus, enquanto o
outro diz que elas fizeram isso antes
deste dia, e, no sábado, descansaram,
11. O
Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:20).
conforme o mandamento. E aí? Como
explicar os textos?
Pois bem, nós não acreditamos que
estes textos sejam contraditórios. Na
verdade, atestam uma verdade defendida nesta lição: a semana da morte de
Jesus teve dois sábados: o cerimonial,
do dia 15 de abibe, que caiu numa
quinta-feira (elas compraram as essências depois dele) e o semanal, do
sétimo dia (elas descansaram nele). A
Bíblia não se contradiz! A nossa crença
sobre os dias da morte e da ressurreição de Jesus só reafirma a coerência bíblica. Nós cremos e reafirmamos que a
Bíblia é inerrante. Nunca duvide disso.
2. Continuemos confiando nas promessas de Jesus
Além de poder continuar reconhecendo a coerência bíblica, a nos74
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
sa explicação sobre os dias da morte
e da ressurreição de Jesus ensina-nos
a continuar confiando sempre em
suas palavras. Elas são precisas! Saber que Jesus ficou no sepulcro exatamente três dias e três noites, como
ele havia dito (Mt 28:6), eleva a nossa confiança a seu respeito. Sua palavra é verdadeira. Ele é fiel, cumpre
o que diz. Nós podemos confiar nele.
Você já conviveu com pessoas que,
ao mesmo tempo que são peritas em
fazer promessas, são para arranjar
desculpas, a fim de não as cumprir?
Essas pessoas, com o passar o do tempo, vão perdendo a nossa confiança,
não é verdade? Com Jesus, isso nunca
vai acontecer! Tudo o que ele prometeu, nas Escrituras Sagradas, se cumpriu! Sendo assim, todas as promessas futuras sobre a sua volta e sobre o
lugar ao qual ele nos levaria também
são verdadeiras! Creiamos em todas
elas! Quem prometeu é fiel!
Para VIVER...
07. Por que a nossa explicação sobre os dias da morte e da
ressurreição de Jesus nos estimula a reconhecer ainda mais a
coerência bíblica? Você reconhece?
08. Por que a nossa explicação sobre os dias da morte e da
ressurreição de Jesus nos estimula a confiar ainda mais nas
suas promessas? Você confia?
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75
MEU DESAFIO
Jesus morreu em uma quarta-feira e ressuscitou no final do sábado. Foram três dias e três noites literais no coração da terra, isto
é, 72 horas. Achamos que a explicação comumente dada para o
assunto, entre a maioria dos evangélicos, não condiz com o relato
da Escritura. Fiquemos, então, com o que a Bíblia diz! Estude este
assunto com mais profundidade, e você verá o quanto ele é coerente com o relato bíblico.
Seu desafio, para a próxima semana, é ler o estudo 25 do livro
O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto, páginas 271 a 284. Lá,
você terá a nossa explicação deste estudo com mais detalhes; com
gráficos, inclusive. Leia-o, para que sua crença sobre este assunto
se cristalize mais, e, assim, possa responder a qualquer um que lhe
perguntar sobre a razão de sua esperança. Que tal chamar alguém
para estudar junto com você? Marque já esse encontro!
76
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
10
A mortalidade
da alma
7 DE dezembro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 380 • BJ 164
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante
da palavra de Deus que
o cristianismo bíblico e
verdadeiro nunca ensinou
a imortalidade da alma,
mas, sim, a ressurreição.
E formou o Senhor Deus o homem do pó da
terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida;
e o homem tornou-se alma vivente. (Gn 2:7)
LEITURA DIÁRIA
D
01/12
S
T
Q
Q
S
02/12
03/12
04/12
05/12
06/12
S
07/12
Gn 2:7, 18,
20-24
Dt 10:22
At 2:4
Ez 12:4
Ex 30:15-16
1 Pd 2:25,
3:20
Mt 16:26-27
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Comentários Adicionais
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INTRODUÇÃO
O que é alma? Se você for até o dicionário,
encontrará, entre as várias respostas possíveis,
a seguinte: “Parte imortal do ser humano”.1
Mas será que este conceito reflete o pensamento bíblico sobre o que é a alma? Muitos
pensam que sim. Contudo, nós, promessistas,
pensamos que não. Nesta lição, exporemos
as razões. Antes, vale dizer que a resposta a
essa primeira pergunta não é sem importância. Dela resultam falsas crenças, tais como:
reencarnação, purgatório, tormento eterno,
oração pelos mortos etc.
Neste estudo, entretanto, ficará provado que
a Bíblia não ensina a imortalidade da alma. A
grande esperança dos cristãos é a ressurreição
dos mortos. Esta e a próxima lição estão interligadas. Uma é continuidade da outra. Nesta,
você verá que a alma não é imortal; na próxima,
o que acontece com um ser humano depois da
morte. Iniciemos, então, esta exposição bíblica.
1. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível
em:
<http://www.priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=alma > Acesso em: 20 de junho de 2013.
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77
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
Caminhando na contramão do senso religioso comum, nós acreditamos
que a alma é mortal, como nos afirmam as Escrituras: ... a alma que pecar,
essa morrerá (Ez 18:4 e 20). Isso porque
sabemos que o ser humano não possui
uma alma, mas é uma alma. Entretanto, esse não é um assunto simples; carece de um melhor esclarecimento. É o
que procuraremos fazer a seguir.
1. Explicando a nossa crença
Comecemos por Gênesis 2:7, que
diz: E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em
suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. Este versículo é bastante esclarecedor quanto
à composição humana. Desde cedo,
por diversos meios, ouvimos dizer que
temos uma alma; contudo, esse texto
afirma que somos uma alma. Diz com
todas as letras que o ser humano é
uma alma vivente.
Com base nesse versículo, podemos afirmar, em primeiro lugar, que
o ser humano tem, em sua composição, um aspecto material: ... do pó
da terra. Em segundo lugar, ele tem,
em sua composição, um aspecto imaterial: ... soprou em suas narinas o
fôlego da vida. Esse “fôlego de vida”
dado a nós pelo Criador é também
chamado de espírito (cf. Jó 32:8,
33:4; Sl 146:4; Lc 23:46).
Que fique bem claro: na Bíblia, o
espírito do homem não é algo que tenha personalidade própria e que, ao
“desencarnar”, fique vagando por aí.
78
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
Tampouco é sinônimo de alma. Não é
isso! A palavra hebraica ruach e a palavra grega pneuma, traduzidas como
“espírito”, quando se referem à vida
humana, quase exclusivamente significam ar, respiração ou fôlego de vida.2
Assim, em Gênesis 2:7, o ser humano foi formado do pó da terra e,
depois, o Senhor soprou em suas
narinas o fôlego de vida. Quando este entrou em contato com o
corpo humano, formado do pó da
terra, o resultado foi: ... o homem
passou a ser alma vivente. Então, o
que é alma? Segundo as Escrituras,
nada mais é do que a totalidade do
ser. A fusão entre corpo e espírito
resultou num ser vivo, numa alma.
A fórmula da composição humana é
simples: corpo + espírito (fôlego de
vida) = alma vivente.
O significado mais básico de alma,
em toda a Bíblia (tanto no hebraico,
2. Vine et al (2009:112,617).
nêfesh,3 quanto no grego, psique4) é
de pessoa, vida ou ser vivo. No Antigo
Testamento, está escrito: Com setenta almas, teus pais desceram ao Egito
(Dt 10:22). Já no Novo Testamento,
lemos: ... naquele dia agregaram-se
quase três mil almas (At 2:4). Essa
ideia se repete também em Ez 18:4;
Ex 12:4; 30:15-16; Mt 16:26; Jo
10:11; At 2:46; 1 Pd 2:25; 3:20. Em
todos esses textos, a palavra “alma”
refere-se ao ser total, à pessoa por
completo e não a uma parte dela.
Por isso, não pensamos como os
dicotomistas, que creem que o ser hu3. Harris (1998:1407).
4. Coenen & Brown (2000:69-80).
mano pode ser dividido em duas partes: corpo e alma. Nem aceitamos a
tese dos tricotomistas, que dizem que
somos compostos por três partes distintas: corpo, alma e espírito. A Bíblia enxerga o ser humano de forma monística, isto é, uma unidade. Ele é uma alma
vivente, uma pessoa ou ser integral.
O homem não é apenas corpo, nem
apenas espírito, mas é a junção desses
dois elementos, que formam uma alma
vivente. Assim como a fusão do corpo
com o espírito resulta num ser vivo, a
separação de ambos resulta num ser
morto, uma alma morta. Na Bíblia, a
alma é mortal. Ela se dissolve na morte,
deixa de existir, quando cessa a respiração (Ez 18:4,20, 33:9; Pv 19:16).
Para refletir...
01. Leia Gn 2:7 e responda: Por que acreditamos que o ser
humano não possui uma alma, mas é uma alma?
02. Qual é o principal significado da palavra “espírito”, na
Bíblia, quando se refere ao ser humano? É certo afirmar que
“espírito” é algo que tenha personalidade própria e que, ao
“desencarnar”, fica vagando por aí? Baseie-se em Jó 32:8, 33:4;
Sl 146:4; Lc 23:46.
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79
03. Qual é a fórmula da composição humana? O que é a alma?
O que acontece com ela, quando a vida cessa? Recorra ao
comentário e a Ec 12:7; Ez 18:4, 20.
2. Refutando o contradizente
Quando uma pessoa morre, cessam
suas atividades. A alma morre. Não
existe vida humana extracorpórea. Esse
conceito de uma entidade abstrata
ou imaterial consciente sobrevivendo
independente do corpo não é um ensinamento bíblico e está mais para o
espiritismo do que para o cristianismo.
Veja só o que as Escrituras dizem: ... os
vivos sabem que hão de morrer, mas os
mortos não sabem coisa nenhuma, (...)
na sepultura, para onde tu vais, não há
obra nem projeto, nem conhecimento,
nem sabedoria alguma (Ec 9:5,10).
A ideia de imortalidade da alma é
algo atrelado ao pensamento grego
(helênico) e nada tem a ver com o
pensamento judaico-cristão da Bíblia.
Foram os gregos que começaram a
afirmar que a essência do ser humano
é a alma. Eles diziam que “o corpo é
uma prisão” e acreditavam que o corpo era desprezível, perecível e efêmero, enquanto a alma era imperecível e
eterna. Isso foi combatido por Paulo
(cf. 1 Co 3:16; 6:18-20). Para os gregos, na morte, a alma se desprendia
80
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
(libertava) do corpo para alcançar a
plenitude. É com base nesse conceito
pagão que, bem depois, o espiritismo
passa a afirmar que a reencarnação é
o caminho pelo qual a alma evolui.
Mas quem é o pai dessa ideia? É o
diabo, pois, lá no Éden, depois de Deus
ter dito ao ser humano: ... certamente
morrerás (Gn 2:17); o diabo, ao contrário, disse: É certo que não morrerás
(Gn 3:4). O ensino sobre a imortalidade
da alma é, portanto, pagão e maligno!
Além de valorizar o corpo, os primeiros cristãos combateram o conceito de alma imortal ensinando a
doutrina da ressurreição. Só se ressuscita o que já morreu! Conforme já
aprendemos, se a alma é o “homem
todo”, ela deixa de existir quando a
morte chega. Por isso, concordamos
com Kivitz,5 que diz: “A esperança
cristã, portanto, não é a imortalidade
da alma, mas a ressurreição”.
5. Vinho Novo, odres novos: Guia de Estudo 06.
Disponível em: <http://ibab.com.br/guiasdeestudo/vinho_novo_odres_novos-06.pdf>
Acesso em: 18 de junho de 2013.
De acordo com este autor, a ressurreição “é a vitória total, a reintegração
perfeita das facetas humanas que nunca deveriam ter sido separadas pela
morte”.6 Infelizmente, a maioria dos
evangélicos de hoje foi influenciada
pelo ensino pernicioso de que a alma é
imortal e, por isso, muitos têm dificuldade para compreender o verdadeiro
lugar da ressurreição na fé cristã.
Foi Jesus quem disse: ... está chegando a hora em que todos os que
estiverem nos túmulos ouvirão a sua
voz e sairão; os que fizeram o bem
ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem
condenados (Jo 5:28-29 – NVI). Os
imortalistas têm dificuldades com esse
texto, pois não faz sentido alguém ser
ressuscitado para receber o galardão,
se a alma já está desfrutando das delícias celestiais. É uma questão lógica.
O problema é que muitos se apegam a alguns poucos textos que parecem sugerir que a alma sobrevive após
a morte. Um exemplo é o texto de 1
Reis 17:21-22, que diz: ... clamou ao
Senhor e disse: Ó Senhor, meu Deus,
rogo-te que faças a alma deste menino tornar a entrar nele. O Senhor aten-
deu à voz de Elias; e a alma do menino
tornou a entrar nele, e reviveu (ARA).
Algo parecido ocorre em Gênesis
35:18, em que, ao relatar a morte
de Raquel, o autor diz: Ao sair-lhe a
alma (porque morreu). Como explicar esses textos? É simples. Na Bíblia,
as palavras traduzidas por “alma”
não têm um único sentido. Embora
prevaleça, na maioria das ocorrências, o sentido de “pessoa vivente”
ou “ser integral”, em alguns casos,
“alma” é sinônimo de “vida”.7
É o caso dos dois textos anteriormente citados. Para entendê-los,
leia-os na Nova Versão Internacional
(NVI). O texto de 1 Reis 17:21-22
aparece assim: ... meu Deus, faze
voltar a vida a este menino! (...)
e a vida voltou ao menino (grifo
nosso). O de Gênesis 35:18, por sua
vez, é traduzido desta maneira: Já
a ponto de sair-lhes a vida (grifo
nosso). Há outros poucos textos que
parecem ensinar o contrário; porém,
basta um estudo cuidadoso para se
descobrir a verdade de que o cristianismo não ensina a imortalidade da
alma, mas, sim, a ressurreição.
6. Idem.
7. Vine et al (2009:34).
Para refletir...
04. Com base em Gn 3:4; Ec 9:5-10 e no comentário, responda:
O que os gregos pensavam e o que os espíritas pensam hoje a
respeito da alma? Quem é o pai da ideia de que a alma é imortal?
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81
05. Leia 1 Ts 4:13-18; Jo 5:28-29, e comente esta frase: “A
esperança cristã, portanto, não é a imortalidade da alma, mas a
ressurreição”. Fale sobre as palavras que os muitos evangélicos
usam para consolar alguém que perdeu um ente querido. Qual
é a maneira bíblica para este consolo?
06. Existem alguns textos que parecem sugerir que a alma
sobrevive após a morte, como, por exemplo, 1 Rs 17:21-22 e Gn
35:18. Explique esses textos.
II
A DOUTRINA APLICADA
1. O ensino sobre a mortalidade da alma
lembra-nos que a missão da igreja é integral
A crença errada de que a alma é
imortal tem levado muitos a um entendimento falho sobre a salvação
dos perdidos e a missão da igreja.
Veja bem: Se a Bíblia nos ensina
que o ser humano é uma unidade
corpo-espírito, então, a salvação não
é algo relacionado apenas ao “es82
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
pírito”, mas envolve a pessoa por
completo: a dimensão física, social,
psicológica e espiritual. Vale lembrar
que o corpo é importante para Deus
e uma prova disto é a ressurreição
do corpo. Em nosso estágio final,
depois da vinda de Jesus, ainda teremos um corpo.
A nossa pregação é mais relevante
quando não apenas evangelizamos,
mas, também, nos importamos com a
pessoa, verificando se ela está sofrendo e se podemos fazer algo a respeito
do seu sofrimento. Em outras palavras,
devemos levar o evangelho todo para
o homem todo. Algo semelhante tem
ocorrido com nossos irmãos, em Moçambique, através do Projeto Plantando
Esperança. Este é um exemplo da missão integral que a igreja deve realizar,
pregando um evangelho capaz de mudar estruturas e de transformar vidas.
2. O ensino sobre a mortalidade da alma
lembra-nos que a morte do homem é decisiva
Outra reflexão importante deste
ensino é sobre a morte. A Bíblia nos
diz: O que as suas mãos tiverem que
fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você
vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria (Ec 9:10 – NVI). Também diz:
... aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o
juízo (Hb 9:27). Depois da morte, não
há como a pessoa reverter a sua sentença. Se ela creu no Filho de Deus,
estará salva, aguardando a ressurreição; se não creu, estará condenada,
também aguardando a ressurreição.
Ao morrer, todos vão para a sepultura e lá permanecem. Jesus
disse que é dos sepulcros que os
mortos ressurgirão (Jo 5:28). Então,
podemos dizer que a morte é comparada a uma encruzilhada. Depois
dela, não existe segunda chance,
como sugerem aqueles que ensinam a reencarnação, o purgatório
etc. Depois dela, ou se ressuscita
para a condenação ou se ressuscita para a vida eterna (Dn 12:2;
Jo 5:29). A morte humana é decisiva! E, diante dela, a nossa esperança é a ressurreição dos justos
(cf. 1 Ts 4:13-18).
Para VIVER...
07. Se o ser humano é um ser integral (corpo-espírito), então,
nossa missão com relação a ele deve ser também integral.
Comente com a classe o que isso significa. Baseie-se na
primeira aplicação.
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83
08. Leia a segunda aplicação e responda: Por que a morte é
decisiva? Depois dela, existe outra chance de alguém se salvar?
MEU DESAFIO
Muitos tentam maquiar a terrível realidade a respeito da morte
com palavras e conceitos que não são bíblicos. Certamente, você
já viu e ouviu alguém consolar outro que perdeu ente querido com
as seguintes palavras: “Ele(a) agora está lá no céu com Deus” ou
“Ele(a) está num bom lugar”. Assim, a morte fica menos feia. Parece
até uma coisa boa. Mas não é. A morte é nossa inimiga!
Nossa esperança não está na crença de que a alma permanece viva e vai para um lugar melhor. Isso é falácia. Nossa esperança
está na ressurreição (cf. 1 Ts 4:13-18). O desafio que temos é o de
nos alimentarmos com essa verdade. Portanto, não percamos mais
tempo: ... vivamos neste mundo de maneira sóbria, justa e piedosa,
aguardando a bendita esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus (Tt 2:12-13 – AS21). No próximo estudo, trataremos desta questão com mais detalhes. Até lá.
84
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
11
O destino
dos mortos
14 DE dezembro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 358 • BJ 403
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Desafiar o estudante
da palavra de Deus a
refletir sobre o ensino
da Bíblia relacionado
ao destino dos mortos,
apresentando-o à
visão promessista
sobre o assusto e aos
argumentos que refutam
a visão cristã tradicional.
Não vos maravilheis disso, porque vem a hora
em que todos os que estão nos sepulcros
ouvirão a sua voz. (Jo 5:28)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
13/12
14/12
Gn 3:19
Sl 90:1-12
Ec 9:5, 10
Is 38:18-19
Dn 12:2-3
1 Co 15:51-58
1 Ts 4:15-18
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INTRODUÇÃO
Você ainda se lembra de que começamos a
construir uma ideia no último estudo? Pois bem,
agora, vamos dar continuidade a ela. O que
acontece com a pessoa, depois que morre, já
que não tem uma alma imortal, como visto no
último estudo? É exatamente esta pergunta que
a presente lição se propõe a responder, pois não
é de hoje que os seres humanos creem na existência de uma vida pós-morte e preparam seus
mortos para receberem tal vida. Os cristãos, apesar de não serem unânimes, sempre apresentaram suas explicações para o destino dos mortos.
Nós, cristãos adventistas da promessa, com
base na Bíblia Sagrada, também temos a nossa formulação doutrinária sobre esse assunto.
Além de mostrar o que acreditamos ser o destino dos mortos, queremos mostrar as razões pelas quais nossa crença difere da visão cristã tradicional quanto a isso. Então, com muito respeito
aos cristãos que pensam diferente de nós, nesta
lição, pretendemos fazer uma revisão dos textos
bíblicos sobre o assunto em questão e mostrar
os equívocos do entendimento tradicional. Cedamos à autoridade suprema das Escrituras!
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85
I
A DOUTRINA ENTENDIDA
Vários compêndios teológicos já
foram escritos, na tentativa de explicar qual o destino dos mortos. Por
que os seres humanos desejam tanto
uma resposta a isso? Uma das razões
óbvias é: a morte faz parte da nossa
existência. Todos nós já perdemos,
em algum momento da vida, pessoas
queridas. Além disso, todos nós, por
mais que tentemos evitar, morreremos um dia. E o que vem depois? A
Bíblia tem uma resposta.
1. Explicando a nossa crença
A morte é o fim da vida e a cessação
da atividade humana na terra. Nela,
a pessoa volta ao pó (cf. Gn 3:19; Sl
90:3), e, à luz da Escritura, é levada,
não para um estado intermediário de
consciência, mas para a sepultura (cf.
Sl 28:1, 30:9, 88:4; Is 38:17; Ez 26:20;
At 2:29-30), onde permanece inconsciente, por tempo indeterminado,
aguardando o dia da ressurreição.
É importante entendermos que a
sepultura é o destino pós-morte de
justos e injustos (cf. Gn 37:35; 42:38;
Is 38:10; Nm 16:30). Todos vão para
o mesmo lugar. Jesus disse que é dos
sepulcros que os mortos ressurgirão
(Jo 5:28-29), e, quando proferiu estas
palavras, falava tanto da ressurreição
para a vida quanto da ressurreição
para a condenação. Os justos e os
ímpios estarão na sepultura, quando
Jesus voltar outra vez a terra.
A Bíblia compara a morte a um
sono (cf. Dt 31:16; Jó 7:21; 1 Co
15:6; 1 Ts 4:13 e etc.). Sono é cessação de atividade. A pessoa que morre
não faz mais projetos, não pensa, não
86
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
arquiteta; sua memória permanece
no esquecimento. A figura do “sono”
sugere que a pessoa, ao morrer, fica
sem consciência. Por isso, a Bíblia repetidas vezes diz: A sepultura não te
pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade,
os que descem à cova (Is 38:18).
As Escrituras informam que os
mortos não têm consciência de
nada: Porque os vivos sabem que
hão de morrer, mas os mortos não
sabem cousa nenhuma (Ec 9:5, 10);
Sai-lhes o espírito e eles tornam ao
pó; nesse mesmo dia perecem todos
os seus desígnios (Sl 146:4; cf. Sl 6:5;
Is 38:18). Por essa razão, entendemos ser absolutamente improvável,
à luz da Escritura, a ideia de um ser
humano continuar existindo de maneira incorpórea após a morte.
A evidência bíblica apresenta a
imortalidade como sendo adquirida
(cf. Mt 19:16; Jo 3:16; 10:28; 1 Co
15:53; 1 Tm 6:15-16). A grande esperança dos cristãos, no Novo Testamento, é governada pela crença
na ressurreição. Observe que, em 1
Ts 4:13, ao instruir a igreja frente à
tristeza por aqueles que haviam morrido, o apóstolo não diz nada sobre
a imortalidade da alma. Ele não trata
sobre os mortos estarem vivos em
outro lugar. Seria muito mais fácil
dizer, se fosse verdade: “Não fiquem
tristes, seus parentes que morreram
já estão no céu com o Senhor”.
O apóstolo pede que os cristãos
consolem uns aos outros com a esperança da ressurreição dos mortos
(1 Ts 4:15-18). Um dia, esse estado intermediário de inconsciência
terminará! Seremos acordados do
“sono”. O profeta Daniel afirmou:
Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna,
outros para a vergonha, para o desprezo eterno (Dn 12:2 – NVI). Jesus
também disse: Não vos maravilheis
disso, porque vem a hora em que
todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz (Jo 5:28).
Somente os justos que estiverem
vivos, na ocasião do retorno de Jesus,
não morrerão: serão transformados!
Nesse dia, a imortalidade tão sonhada pelo ser humano será uma realidade para aqueles que creram em
Jesus (Jo 5:28-29; 2 Tm 2:10). Estes
estarão com o Senhor para sempre
(1 Ts 5:17). Os que morreram sem
Cristo ressuscitarão, após o milênio
(assunto da próxima lição) para conhecer sua sentença: serão aniquilados de maneira completa, para todo
o sempre (Mt 10:28). Paulo diz que
eles sofrerão a pena da destruição
eterna, a separação da presença do
Senhor (2 Ts 1:9 – NVI).
Para refletir...
01. Leia Sl 28:1; Pv 7:21; Ec 9:5,10; At 2:29-30; 1 Co 15:6, e
responda: Qual o destino de todo ser humano, logo após a
morte? Com o que a morte é comparada, na Bíblia? A pessoa
continua com consciência, na morte?
02. Leia Dn 12:12:2; Jo 5:28-29; 1 Ts 4:13-18, e responda: O que
acontecerá com os justos que estiverem mortos por ocasião da
volta de Jesus? Qual a grande esperança dos cristãos?
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87
03. Leia Dn 12:12:2; Jo 5:28-29; Mt 10:28; 2 Ts 1:9 e responda: O que
acontecerá com os ímpios mortos, depois que forem ressuscitados?
2. Refutando o contradizente
A posição cristã tradicional sobre
o destino dos mortos defende que,
logo após a morte, 1) uns (os que
creram em Cristo) vão diretamente
para a presença de Deus, em espírito; 2) e os outros (os que não creram
em Cristo) vão para o inferno, também em “espírito”, experimentar
algum tipo de castigo ou tormento.
Segundo esta visão, ambos os grupos, por ocasião da volta de Jesus,
ressuscitarão para que o “espírito”
e o “corpo” sejam novamente reunificados: 1) O primeiro grupo, para
viver para sempre com o Senhor, no
céu, 2) e o segundo, para receber
a sentença de ficar queimando por
toda eternidade no inferno.1
A pergunta é: existe base bíblica
para tal crença? Segundo os seus defensores, sim. Vamos apresentar as
1. Pode-se ler esta visão explicada e defendida
com detalhes em: Williams (2011:1085-1105,
1127-1154).
88
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
supostas bases bíblicas para cada parte. Primeiro: Para provar a existência
do crente com o Senhor, logo após
a morte, sem corpo, isto é, “em espírito”, utiliza-se Fp 1:21-23, em que
Paulo usa a expressão “partir e estar
com Cristo”, e 2 Co 5:8, em que ele
diz que prefere estar ausente do corpo e “habitar com o Senhor”. Contudo, nenhum desses dois textos prova
o que se pretende.
A expressão paulina “partir e estar com Cristo” (Fp 1:23) não deve
ser lida como se Paulo estivesse expondo o que acontece a uma pessoa imediatamente após a morte.
Ele está expondo seu desejo de estar com Cristo, sem os problemas da
presente existência. E Paulo não está
sugerindo que este desejo se concretizará logo após os seus olhos se fecharem na morte, afinal, ele a entende
como um sono (1 Co 15:51; 1 Ts 4:1315), e sabe que, de fato, só estará com
o Senhor por ocasião da sua vinda; por
isso, espera este momento (Fp 3:20).
Quanto à expressão: ... preferimos
estar ausentes do corpo e habitar
com o Senhor, de 2 Co 5:8, não se
trata da afirmação de que o crente,
imediatamente após a morte, vai viver com o Senhor, num estado incorpóreo. Neste capítulo, Paulo trata da
transformação do nosso corpo atual,
que acontecerá por ocasião da ressurreição, na vinda de Cristo (2 Co
5:1-4 cf. 4:14). Enquanto isso não
acontece, em algum sentido, estamos “longe do Senhor” (2 Co 5:6),
pois, depois que acontecer, estaremos para sempre com ele (1 Ts 4:17).
Diante disso, quando Paulo diz preferir “estar ausente do corpo”, está
se referindo a este corpo mortal. Ele
deseja, o quanto antes (se possível,
sem ter de experimentar a morte, vv.
3-4), receber o corpo glorioso e poder “habitar com o Senhor”!
Com relação à situação dos injustos depois da morte, os textos usados para provar que eles estão em
algum lugar, “em espírito”, sendo
castigados, são: Lc 16:19-31 e 2 Pd
2:4-10. Estes textos também não
provam o que se intenta provar.
Quanto a Lc 16:19-31, trata-se de
uma parábola. Não podemos interpretar parábolas de forma literal e
utilizá-las para formular doutrinas.
Parábolas são escritas para expressar uma verdade. Pegar os detalhes
de uma parábola para formular uma
doutrina é inconcebível! Nesta em
questão, Jesus está combatendo o
pecado de alguns fariseus, que eram
amantes do dinheiro (Lc 16:14).
Com relação ao texto de 2 Pd 2:410, a frase utilizada para provar o
estado de sofrimento pós-morte dos
ímpios é: ... o Senhor sabe livrar os
piedosos da provação e manter em
castigo os ímpios para o dia do juízo (v.9 – NVI). Nesta mesma linha,
a ARA traduz a parte final: ... e reservar, sob castigo, os injustos para
o Dia de Juízo. Essas traduções trazem uma ideia de castigo presente
para os ímpios. Contudo, imaginamos que existem outras versões bíblicas que exprimem melhor a ideia
do texto. A Edição Pastoral a traduz
assim: ... o Senhor sabe libertar da
prova aqueles que o servem, e reserva os ímpios para o castigo no dia
do julgamento. Já a ARC apresenta
esta tradução: ... sabe o Senhor livrar
da tentação os piedosos e reservar os
injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados. Entendeu? Em todas
elas, a punição está reservada para o
futuro, nada se diz sobre tormentos
presentes para os ímpios mortos.
Quanto à ideia de que os ímpios,
depois da ressurreição do corpo e
do juízo final, vão novamente para
o inferno, onde serão queimados
perpetuamente, também não podemos concordar, porque atualmente
não existe nenhum lugar chamado
inferno, nos termos que nos são
apresentados, isto é, como lugar
de tortura. A palavra hebraica sheol
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89
e a palavra grega correspondente,
hades, traduzidas em nossas Bíblias
por “inferno”, dizem respeito à sepultura (cf. Dt 32:22; Sl 9:17, 116:3;
Pv 5:5, 9:18; Os 13:14; Mt 11:23,
16:18; Lc 10:15, 16:25). Para lá, vão
todos, não somente os injustos (Ec
6:6; Jó 3:17-19). Até Jesus foi para
o túmulo. O livro de Atos afirma que
o corpo de Jesus foi para o hades
(2:27,31). Obviamente, o sentido é
de sepultura.
Com relação ao futuro, depois
do juízo final, Jesus falou mesmo
sobre um lugar destinado àqueles
que serão rejeitados no julgamento
final. Para este lugar, só irão os ímpios. Quando falou sobre isso, Jesus
usou o termo grego geena, traduzido, em nossas Bíblias, também por
“inferno”. Geena é uma referência
ao “Vale de Hinom” (Js 15:8), que,
por causa de sacrifícios de crianças
a Moloque feitos ali, no passado,
pela época do Novo Testamento, era
usado pelos judeus como símbolo da
condenação final. Jesus também faz
uso desse termo nesse sentido (cf. Mt
5:22, 29-30, 10:28, 18:9, 23:15,33;
Mc 9:43, 45, 47; Lc 12:5). Esse lugar
está associado ao fogo (cf. Mt 5:22,
13:42,50, 18:8, 25:41; Mc 9:43,47).
Esse fogo, por sua vez, é chamado
de “eterno”. Contudo, a Bíblia diz
que os ímpios serão aniquilados, ao
invés de ficarem queimando para
todo o sempre. “Eterno” é a tradução para o termo aiônios, muitas vezes usado para se referir não à duração de algo, mas aos seus resultados
permanentes (ex. Jd 7). Ao mencionar o fogo eterno, Jesus se refere à
destruição eterna dos perdidos, não
ao tormento eterno destes.2
2. Bacchiocchi (2007:199).
Para refletir...
04. Existe base bíblica para defender que um crente,
imediatamente após a morte, vai diretamente à presença de
Deus, “em espírito”? Como explicamos Fp 1:23 e 2 Co 5:8?
05. Existe base bíblica para dizer que o ímpio, imediatamente
após a morte, vai para o inferno, “em espírito”, para sofrer
algum tipo de castigo ou tortura? Os textos de Lc 16:19-31 e 2
Pd 2:4-10 podem ser usados para tal defesa?
90
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
06. Existe base bíblica para dizer que, quando forem ressuscitados,
depois do milênio, e receberem a sua sentença, no juízo final, os
ímpios serão novamente lançados no inferno, onde queimarão
por toda a eternidade?
II
A DOUTRINA APLICADA
1. Estejamos convictos da realidade da aniquilação dos ímpios
A aniquilação dos ímpios é uma
verdade bíblica, e não podemos
menosprezá-la. Até mesmo Jo
3:16, que trata do grande amor de
Deus, menciona os que vão “perecer”. O vocabulário de destruição
é usado frequentemente em relação ao destino final dos ímpios (cf.
Mt 10:28; 1 Ts 5:2-3; 2 Ts 1:9; Tg
4:12; 2 Pd 3:7), bem como a ideia
de os ímpios serem “consumidos”
ou devorados (cf. Hb 10:25-27; Ap
20:9), e de estes, um dia, virem
a “perecer” (cf. Jo 3:16; 10:28,
17:12; Rm 2:12; 2 Pd 3:9). Segundo
Edwards e Stott, se os crentes são
aqueles que estão sendo salvos (hoi
sõzomenoi), os ímpios são aqueles
que estão perecendo (hoi apollumenoi). Confira os textos de 1 Co
1:18; 2 Co 2:15; 4:3; 2 Ts 2:10. É
difícil imaginar um processo perpétuo de perecer. Assim como os salvos serão definitivamente salvos, os
que estão perecendo perecerão por
completo. Não ficarão queimando
eternamente, mas deixarão de existir para todo o sempre. Que destino horrível! Convenhamos: essa
não é uma notícia que traz alegria!
É triste imaginarmos que alguém
que amamos pode ser aniquilado.
Instemos tal pessoa a deixar de viver para si mesma e começar a viver para quem por ela morreu (2
Co 5:15).
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2. Estejamos confiantes na realidade da ressurreição dos mortos
Apesar de não gostarmos de falar
sobre a morte, não há como escapar:
ela é uma realidade. Todos morrem.
Contudo, não é a morte que tem a
última palavra na vida do cristão! Tratando sobre o assunto, em 1 Ts 4:1318–5:1-11, Paulo disse não haver motivos para a “tristeza sem esperança”.
Ele não negou a realidade da tristeza. É comum que nos entristeçamos,
quando perdemos alguém que amamos. Devemos chorar mesmo.
Todavia, não choraremos para
sempre. Entristecemo-nos, mas te-
mos esperança! Nós cremos na ressurreição (1 Ts 4:14,16). Jesus voltará nas nuvens do céu. Quando ele
vier, os mortos em Cristo ressuscitarão! A certeza da volta de Cristo e
da ressurreição dos mortos é o nosso grande consolo, diante das nossas perdas. Um dia, a trombeta vai
tocar, e os mortos sairão dos túmulos, com os corpos transformados,
para a vida! Temos essa esperança?
Se sim, diz Paulo: Consolemo-nos
uns aos outros com estas palavras
(1 Ts 4:18).
Para VIVER...
VIVEr...
07. Qual deve ser a nossa postura, diante da realidade da
aniquilação dos ímpios?
08. À luz de 1 Ts 4:13-18, qual a grande esperança cristã? Como
você se sente, diante de tal verdade?
92
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
MEU DESAFIO
A não ser que estejamos vivos, por ocasião da volta de Jesus, não
há como escapar: todos nós um dia morreremos. Alegra-nos saber,
entretanto, que a presente história não é tudo que nos resta. Um
dia, Jesus Cristo voltará a esta terra para ressuscitar todos aqueles
que morreram crendo nele como Senhor e Salvador de suas vidas.
Esta é a nossa grande esperança!
Por essa ocasião, os mortos ressuscitados juntar-se-ão aos crentes em Jesus que estiverem vivos, e todos se encontrarão com o
Senhor, nos ares. O testemunho bíblico diz que ficaremos com o Senhor para sempre! Anunciemos essa verdade. Por outro lado, todos
aqueles que não renderem sua vida a Cristo, serão aniquilados, logo
após o juízo final; deixarão de existir. O que você acha de, durante
esta semana, contar essas duas verdades a alguém que ainda não as
conhece? Esse é o seu desafio.
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93
12
O milênio no céu
21 DE dezembro DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 61 • BJ 191
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ajudar o estudante
da Escola Bíblica a
compreender corretamente
a doutrina do milênio para
que viva com perseverança
e expectativa.
Eles não tinham adorado a besta nem a sua
imagem, e não tinham recebido a sua marca
na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e
reinaram com Cristo durante mil anos. (Ap 20:4b)
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
15/12
16/12
17/12
18/12
19/12
20/12
21/12
Ap 19:11-21
Ap 20:1-6
Ap 20:7-15
Ap 21:1-2
Ap 21:3-5
Ap 21:6-8
2 Pd 3:13-15
A expressão milênio vem do latim millennium1 e é utilizada para designar o período de
mil anos em que os justos reinarão com Cristo.
A base bíblica encontra-se em Apocalipse 20,
em que a expressão “mil anos” se repete por
seis vezes. Lá também está escrito que, após a
segunda vinda de Jesus, os crentes reviveram e
reinaram com Cristo mil anos (Ap 20:4).
Entre as igrejas cristãs, existe muita discordância em relação à interpretação deste texto.
E não é de hoje. Essa discordância tem perpassado os séculos da história cristã chegando
até os nossos dias. Assim, tendo em vista a
polêmica que gira em torno deste assunto, é
imprescindível conhecermos com mais firmeza
bíblica a nossa visão a respeito do milênio.
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A DOUTRINA ENTENDIDA
Entendemos o milênio de maneira literal, conforme o livro de Apocalipse nos apresenta. Esse
1. Ferreira (2007:1100).
94
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
período será vivido no céu, não na
terra; afinal de contas, foi para lá que
Jesus Cristo prometeu levar os seus discípulos (Jo 14:1-3). Essa é a esperança
dos cristãos. Para entendermos melhor
nossa posição, discorreremos a respeito
de três aspectos relacionados ao milênio: início, desenvolvimento e término.
1. Explicando a nossa crença
Em primeiro lugar, veja os fatos que
marcarão o início do milênio: O
grande evento que dará início ao milênio será o retorno de Jesus Cristo à terra
(Ap 19:11-21). Por ocasião de sua volta,
os ímpios morrerão com o resplendor
de sua glória (1 Ts 5:1-3). Por sua vez,
os santos que estiverem mortos serão
ressuscitados e os que estiverem vivos
serão transformados para encontrarem
o Senhor nos ares (1 Ts 4:15-17). Eles
estarão no céu com Jesus Cristo, conforme ele havia prometido (Jo 14:1-3).
Os ímpios que estiverem mortos
não ressuscitarão, pois a primeira
ressurreição pertence apenas aos
justos, diz a Bíblia (Ap 20:5-6). Assim, Satanás será preso circunstancialmente, já que não haverá ninguém para seduzir e tentar na terra
(Ap 20:1-2). Estes, portanto, são os
fatos que darão início ao milênio: 1)
o retorno de Jesus; 2) a morte dos
ímpios; 3) o arrebatamento dos crentes, e 4) a prisão de Satanás.
Em segundo lugar, veja os fatos que
marcarão o período do milênio: O
que acontecerá, durante esse período?
A cena é descrita com clareza por João.
A terra estará desabitada (Ap 19:1721), pois os crentes terão sido arreba-
tados para o céu (Ap 20:4,6); os ímpios
estarão mortos e permanecerão assim,
até o fim dos mil anos. Durante esse
período, Satanás permanecerá preso
circunstancialmente (Ap 20:3).
Enquanto, na terra, o cenário é de
desolação, no céu, os crentes estarão
reinando ao lado de Cristo. Eles se assentarão em tronos para julgar as tribos
de Israel (Mt 19:28), o mundo que rejeitou o Messias (1 Co 6:2) e até mesmo
os anjos rebeldes (1 Co 6:3). No milênio, os justos celebrarão as bodas do
Cordeiro e festejarão a vitória gloriosa
de Jesus (Ap 19:4-9). Estes, portanto,
são os dois cenários existentes durante
o milênio: o céu e a terra. No céu, estarão os justos em festa; na terra, Satanás, preso, com os ímpios mortos.
Em terceiro lugar, veja os fatos que
marcarão o término do milênio:
São seis os acontecimentos que marcarão o final desse período. O primeiro será a ressurreição dos ímpios (Ap
20:5a). No final do milênio, “Deus permitirá que os injustos voltem a viver,
para receberem o veredicto e o castigo
final”.2 Isso nos leva ao segundo acon2. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto
(2012:309).
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95
tecimento: Satanás será solto e sairá
para enganar as nações que estão nos
quatro cantos da terra a fim de ajuntá-las para a guerra (Ap 20:7-8).
Neste momento, ocorrerá o terceiro acontecimento: a Nova Jerusalém descerá do céu com os santos
(Ap 21:2). Então, todos os ímpios,
arregimentados por Satanás, preparar-se-ão para a grande batalha
cósmica. Este será o quarto acontecimento. Já o quinto será a intervenção decisiva de Deus, enviando fogo
dos céus e colocando um “ponto
final” na batalha (Ap 20:9). Os in-
justos serão completamente eliminados; a justiça será feita.
Em seguida, Deus lançará Satanás no lago de fogo e enxofre,
onde estão a besta e falso profeta
(Ap 20:10). Assim, o mal será completamente extinto do universo (Ap
20:14-15), o que desencadeará o
sexto e último acontecimento, que
marcará o fim do milênio: o início de
uma nova era (Ap 21–22), com novos céus e nova terra (Ap 21:1), sem
dor, morte ou choro (Ap 21:4). Os
justos viverão em uma terra refeita
(2 Pd 3:13). A eternidade os espera.
Para refletir...
01. Leia Ap 19:7-9,11-16, 20:5-6; 1 Ts 4:15-17; o comentário
anterior, e descreva os fatos que marcarão o início do milênio.
Comente em classe acerca desses fatos.
02. Com base em Ap 19:17-21, 20:3,4,6 e no comentário
anterior, discuta em classe sobre o que acontecerá no céu e na
terra durante o milênio.
03. Seis acontecimentos marcarão o término do milênio.
Descreva-os e comente em classe sobre esses acontecimentos.
Recorra ao comentário anterior e aos textos bíblicos citados.
96
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
2. Refutando o contradizente
Existem, pelo menos, três posições
teológicas que diferem da maneira
como nós entendemos o milênio:
amilenismo, pós-milenismo e pré-milenismo pré-tribulacionista. Comecemos com o primeiro. Os amilenistas
sustentam que não existe nenhum
milênio futuro, que este seria um número simbólico usado para descrever
o longo período do reinado de Jesus
sobre os corações. Este período teria
começado no início da Era Cristã e
findaria com o retorno de Jesus.
Não somos amilenistas, pois cremos na literalidade da expressão “mil
anos”. Essa expressão aparece seis
vezes em Apocalipse 20. Não podemos espiritualizar o milênio dizendo
que se trata do reinado espiritual de
Cristo sobre os corações humanos,
até porque a ressurreição dos justos,
que aparece em Apocalipse 20:4, é
física e não espiritual. Assim, entendemos que o amilenismo não explica
o milênio de maneira satisfatória.
Por sua vez, os defensores do
pós-milenismo entendem que Jesus
voltará após o milênio e que este
será na terra. Essa é uma visão oti-
mista segundo a qual uma era milenar será implantada no mundo,
“por meio da pregação do evangelho e das missões a todos os povos
da Terra”.3 Como consequência, o
cristianismo conseguiria resolver os
grandes problemas mundiais (como
fome, injustiça, criminalidade etc.),
e seria inaugurada, assim, uma era
áurea de paz e prosperidade.
Entretanto, os pós-milenistas,
com seu otimismo, desconsideram
que, de acordo com a Bíblia, “a rejeição do evangelho, a apostasia e
as perseguições aos crentes parecem
continuar até o fim dos tempos”4
(Mt 24:8-12). Outro erro dos pós-milenistas é entenderem que o milênio
será na terra. E a promessa de Jesus,
apresentada em Jo 14:1-3, de que
levaria para o céu os crentes? Sem
dúvida, o pós-milenismo também
não consegue explicar satisfatoriamente o capítulo 20 de Apocalipse.
Quanto ao pré-milenismo pré-tribulacionista, seus defensores en3. Ferreira (2007:1104).
4. Severa (2008:443).
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97
tendem que “Cristo voltará não só
antes do milênio (a volta de cristo
pré-milenar), mas também (...) antes
da grande tribulação (a volta de Cristo pré-tribulacional)”.5 Os que assim
pensam apregoam o rapto ou arrebatamento secreto da igreja, afirmando
que os crentes serão arrebatados antes da grande tribulação, que, segundo eles, durará sete anos e antecederá o retorno de Cristo à terra.
Essa posição, como as demais, incorre em alguns equívocos. O primeiro diz respeito ao rapto secreto da
igreja. O retorno de Jesus será pessoal, publico e visível a todos (Ap 1:7 Mt
24:29-30). Não existe arrebatamento
5. Grudem (1999:949).
secreto! O segundo erro, consequência deste primeiro, diz respeito à ideia
de que os crentes não passarão pela
grande tribulação. Todavia, os crentes
passarão, sim, por um período de intensa perseguição, antes do retorno
de Jesus Cristo (Mc 13:9-13; Ap 13:7).
Assim, essas são as três posições
que diferem de nosso modo de pensar acerca do milênio. Vimos cada
uma de modo extremamente sucinto, já que não teríamos espaço para
uma exposição mais abrangente e
profunda. Entretanto, no pouco que
vimos, pudemos perceber que nenhuma delas consegue explicar satisfatoriamente o capítulo 20 de Apocalipse, e é por isso que permanecemos firmes em nossa convicção.
Para refletir...
04. Descreva como os amilenistas entendem o milênio e discuta
em classe quais são os equívocos desta posição teológica. Recorra
ao primeiro e ao segundo parágrafos do comentário anterior.
05. Discuta em classe sobre o ponto de vista do pós-milenismo.
Mostre quais são os seus erros. Recorra ao comentário e a Mt
24:8-12; Jo 14:1-3.
98
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
06. Leia Ap 1:7; Mt 24:29-30 e comente em classe sobre o prémilenismo pré-tribulacionista. Como eles entendem o milênio?
Os crentes serão arrebatados antes da grande tribulação?
Mostre seus equívocos bíblicos.
II
A DOUTRINA APLICADA
1. Você, que crê na doutrina do milênio no céu, viva
com perseverança!
Muitos são os que acreditam que,
no futuro, o mundo se tornará um
lugar melhor para se viver; que a civilização humana evoluirá; que os efeitos do desiquilíbrio ambiental serão
amenizados; que a ciência avançará e
encontrará as respostas para os grandes dilemas humanos, inclusive a cura
para as nossas doenças. Entretanto, a
Bíblia nos diz que as coisas não irão
melhorar no futuro. O mundo não se
tornará um lugar melhor para se viver.
Jesus afirmou que os sinais que antecederiam sua vinda não seriam nada
agradáveis: engano religioso, guerras,
violência, fome, enfim, um verdadeiro caos mundial (Mt 24:1-14). E mais:
nós, cristãos, seríamos perseguidos
por amor a ele (Mt 24:9). Em alguns
lugares, isso já acontece, mas, ao que
parece, no final, essa perseguição se
intensificará. Assim, não se iluda com
o otimismo secular. Fique atento aos
sinais. Persevere até o fim.
2. Você, que crê na doutrina do milênio no céu, viva
com expectativa!
Talvez sua vida não esteja sendo
nada fácil agora. Você pode estar
passando por dificuldades financeiras, sofrendo de uma doença grave,
passando por problemas emocionais
ou crises familiares. Pode ser também
que você esteja sentindo a terrível dor
da decepção ou mesmo da traição.
No entanto, existe uma pequena palavra que, há muito, tem trazido paz
e consolo aos cristãos: céu. Sim, esta
palavra deve lhe trazer esperança!
É para o céu que Jesus garantiu que
iria nos levar. Ele disse: Vou preparar
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99
morada para vocês. E quando tudo estiver pronto, então eu virei buscar todos
(Jo 14:2-3 – NBV). Paulo afirma que iremos nos encontrar com Jesus nos ares,
em seu retorno (1 Ts 4:15-17). É claro
que não iremos morar lá para sempre.
Como vimos, Apocalipse 20 nos diz
que passaremos mil anos no céu. Tudo
o que nos causa dor hoje, desaparecerá! Viva com essa expectativa!
Para
PARA VIVER...
7. Você já parou para pensar que os momentos que antecederão
o retorno de Jesus à terra serão extremamente difíceis para nós,
cristãos? Você está disposto a perseverar até o fim? Pense nisso!
8. Você tem vivido sua vida com a expectativa de ir para o céu
com Jesus? Comente em classe sobre os efeitos benéficos dessa
esperança cristã.
MEU DESAFIO
Não podemos nos enganar com o otimismo secular, a partir
do qual se vê a civilização humana em evolução para a construção de um mundo melhor. Não. Dias maus nos esperam; por
isso, precisamos perseverar. Por outro lado, não podemos viver
sem esperança. Temos a promessa de viver mil anos no céu e,
depois, a eternidade toda ao lado do nosso Senhor Jesus Cristo.
Viveremos para sempre sem morte, dor ou tristeza (Ap 21:4).
Assim, seu desafio, nesta semana, será o de dizer isso a alguém.
Pode ser a algum familiar seu, que ainda não se converteu, ou,
então, a alguém do seu trabalho ou da sua faculdade, a um amigou ou mesmo à vizinhança. Experimente dizer isso a alguém que
sofre. Diga que há esperança, que Jesus voltará!
100
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
SÁBADO
ESPECIAL
Escola Bíblica e
Programa de Culto
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101
13
O lugar das crianças
no Reino
13 DE JULHO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 332 • BJ 331
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar, por meio do
exemplo de Jesus, que as
crianças são importantes
no reino de Deus e que
a igreja deve valorizá-las
em suas ações.
Deixai vir a mim os pequeninos, não os
embaraceis, porque dos tais é o reino de
Deus. (Mc 10:14b)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
22/12
23/12
24/12
25/12
26/12
27/12
28/12
Dt 6:1-9
Sl 8:2
Sl 139:13-16
Pv 22:6
Mt 18:1-5
Mc 10:13-16
2 Tm 3:14-15
Acesse os
Comentários Adicionais
e os Podcasts
deste capítulo em
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INTRODUÇÃO
Antes de iniciar o estudo desta lição, reflita a respeito do momento em que ingressou
na igreja. Você se lembra da idade em que
aceitou a Jesus como Salvador? Seria até interessante fazer uma pesquisa em sua classe para verificar a idade em que as pessoas
vieram para a igreja. Certamente, boa parte
delas dirá que aceitou a Jesus ainda na infância ou na adolescência.
A igreja é um lugar em que a presença
das crianças é notória. Como as tratamos?
Como olhamos para elas? Devemos pensar
em estratégias para alcançar crianças? O
que Jesus tem a nos ensinar a este respeito?
É isso que veremos no presente estudo, com
base no texto de Mc 10:13-16. Jesus estava
a caminho de Jerusalém, a caminho da cruz,
mas, mesmo assim, encontrou tempo, em
sua agenda, para acolher as crianças. Isso
mostra o quanto estas são importantes para
ele,1 como estudaremos.
1. Lopes (2006a:447).
102
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
I
AÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO
A sociedade é muito hostil em relação às crianças. Pense no abandono, no
trabalho infantil, na pedofilia, na agressão física etc. Crianças no Brasil e no
mundo sofrem. Os ataques do maligno
parecem estar cada vez mais ferrenhos.
Sendo assim, é bom que estejamos
sempre prontos a ajudá-las a se aproximarem de Deus, para serem protegidas
dessas investidas. Jesus nos ensina a agir
de modo que aproximemos as crianças
dele. Aprendamos com suas ações.
1. Jesus é acessível
O texto de Marcos 10:13-16 diz
que Jesus estava ensinando as multidões, quando apareceram pessoas
com crianças para que as abençoasse. As pessoas que trouxeram as
crianças possivelmente eram os pais
ou os responsáveis. A palavra grega
para crianças (paidion) indica todas
as idades, desde os recém-nascidos
até a pré-adolescência.2
Naquela época, era costume que
pais levassem os filhos aos rabinos
para que estes lhes impusessem as
mãos e os abençoassem. Portanto,
era natural que os pais ou responsáveis levassem suas crianças a Jesus.3
Claro que Jesus não era um simples
2. Lopes (2006a:448).
3. Wiersbe (2006b:187).
rabino, mas alguém que poderia oferecer mais do que oração.
Nesta ocasião, Jesus estava em viagem para Jerusalém. Em direção a sua
aflição na cruz. Contudo, estava disponível para atender pais com crianças. Jesus, diferentemente dos líderes
judeus de sua época, estava acessível,
era popular; não priorizava assuntos
administrativos, mas pessoas; vivia
perto do povo e recebia quaisquer tipos de pessoas, inclusive crianças.
Jesus dedicava tempo, em seu cronograma, para atender os necessitados.
Há livre acesso às crianças no reino de
Deus, pois o evangelho é para toda criatura (Mc 16:15). O evangelho é simples
e serve para todas as idades. Tomemos
como prioridade encaminhar as crianças
a Cristo, pois ele está acessível a todas.
2. Jesus é facilitador
Choca-nos ler que os discípulos foram obstáculos às crianças, ao invés
de serem facilitadores. A repreensão
deles foi severa, segundo o texto original. Quais seriam os pretextos para
agirem assim? É possível que tenham
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103
repelido as crianças por considerá-las
insignificantes, o que era comum na
cultura judaica; por imaginar que eram
pequenas demais para crerem nos ensinos, ou, talvez, apenas por querer
poupar Jesus de mais incomodo.4
Certamente esqueceram ou ignoraram o ensino de Jesus (cf. Mc
9:36-37). O contraste entre a atitude de Jesus e a dos discípulos é
notável. Jesus ficou indignado com
o desprezo dos discípulos. Seu sentimento foi de insatisfação, tanto
que os advertiu publicamente. Jesus facilitou o acesso das crianças a
ele e as abençoou.
A responsabilidade de toda a
igreja é aproximar as crianças de
Jesus. A igreja estará falhando, se
negligencia este papel. Aliás, “nenhuma igreja pode ser considerada saudável se não acolhe bem as
crianças”.5 Jesus aproximou de si os
pequenos, encorajou aqueles pais
e nos encoraja a trazê-las também,
porque as bênçãos do evangelho
são para todos. Jesus ainda fez uma
revelação: farão parte do seu reino
os que se assemelharem às crianças.
Adultos precisam espelhar-se no
comportamento dos pequenos.
Crianças são despretensiosas, receptivas, crédulas e dependentes.
São exemplos para nós, adultos,
cheios de arrogância, questionamentos e independência. É mais
fácil para elas aceitar e assumir o
evangelho de Cristo. Trabalhar com
crianças é gratificante, pois elas
aceitam o evangelho sinceramente.
Toda a Bíblia, quando bem explicada, é acessível aos pequenos, já que
ainda não estão sobrecarregados de
ensinos e crenças pagãs.6
4. Mulholland (1999:158).
5. Ryle (1994:123).
6. Spurgeon (2004:47, 63).
3. Jesus é afetuoso
Após ensinar aos discípulos que
o reino de Deus está disponível para
as crianças, Jesus dá uma das mais
belas demonstrações de afeto que
podemos presenciar nos evangelhos. A intenção dos pais era levar
as crianças a Jesus para que lhes impusesse as mãos. Entretanto, Jesus
foi além. Pegou as crianças no colo,
impôs as mãos e as abençoou.
104
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
Observe quanto amor. A expressão tomar em seus braços também
tem o sentido de abraçar. Como é
importante o toque afetuoso para as
crianças! Perceba que Jesus não as
abençoou coletivamente, mas abraçou cada uma das crianças, ofereceu
carinho e atendimento individual.7
7. Champlin (1979:747).
Esse ato de acolher nos braços também demonstra proteção, valorização e aceitação.8
O texto diz que Jesus as abençoou,
e o verbo grego indica que o fez ardentemente. Isto significa que seu
ato foi intenso, demonstrando assim
seu grande afeto. Jesus as acolheu e
depois as abençoou. É assim que devemos fazer. A igreja deve acolher as
crianças com amor. É importante que
elas tenham guardados na memória
as sensações boas da infância na igreja e o ensino eficaz que lá receberam.
Aquelas crianças não amadurece8. Lopes (2006a:456).
ram segundos após serem acolhidas
por Jesus. Lembre-se disto: crianças
que aceitam Jesus continuam sendo
crianças. Não espere que amadureçam
e deixem de ser inquietas. Nossa tarefa
é acolher, compreendendo sua idade;
ensinar-lhes o evangelho, e suplicar a
bênção de Deus para as suas vidas.
Pense nos filhos de não crentes.
Já imaginou se o evangelho da salvação só fosse oferecido aos seus pais?
Que possamos ter os meninos e as
meninas em vista, em nossas ações
evangelísticas e de ensino. Que nossas igrejas possam ser disponíveis,
acolhedoras e que promovam o
acesso das crianças a Jesus.
01. Leia o primeiro comentário e explique como Jesus se
mostrava acessível às crianças. Sua igreja tem sido acessível
aos pequenos? Se não, como pode melhorar neste aspecto?
02. Leia o segundo comentário e comente sobre a importância
de sermos facilitadores do acesso das crianças ao evangelho.
Liste ações que a igreja pode promover tendo isso em vista.
03. Por que é mais fácil para as crianças aceitarem o evangelho?
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105
04. Com base no terceiro comentário, explique que atitudes de
Jesus demonstraram seu afeto pelas crianças. Como podemos
imitar seu comportamento?
II
LIÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO
1. Pais, conduzam suas crianças a Jesus!
Crianças são dependentes. Sozinhas, não chegarão a Jesus; precisam de quem as encaminhe. Você,
que é pai ou mãe, é o primeiro discipulador do seu filho. A Bíblia sempre
traz à luz a necessidade de os pais
discipularem os seus filhos e falarem
sobre Deus a eles (Dt 6:4-9, 20-25).
Timóteo conhecia as sagradas letras,
devido ao trabalho árduo e diário de
ensino de sua mãe e de sua avó. E
você, o que tem feito pelo seu filho?
Pais, não tenham medo de dizer
à criança que ela tem uma natureza
pecaminosa, pois, somente assim,
ela sentirá necessidade de um Salvador. Procure aproveitar todas as
oportunidades para ensinar sobre
Cristo ao seu filho. Nunca é cedo
para começar. Às vezes, damos aos
nossos filhos boa educação, roupas novas, conforto e brinquedos;
mas será que estamos oferecendo o
mais importante?
05. Quais devem ser os primeiros discipuladores das crianças?
Você já assumiu esta responsabilidade ou acredita que a igreja
deve se encarregar dela?
106
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
2. Igreja, valorize suas crianças em suas ações!
Através do exemplo de Jesus, a
igreja é incentivada a valorizar as
crianças em suas ações e planejamentos. Já aprendemos que a igreja precisa estar disponível para as crianças e
oferecer-lhes o ensino do evangelho.
Que nunca sejamos obstáculos. Mesmo que não impeçamos as crianças de
frequentar a igreja, acabamos por nos
tornar empecilho a elas, quando as
confinamos em uma única classe, muitas vezes, abafada e entulhada com
coisas de outros departamentos, ou
mesmo quando priorizamos a construção de templos suntuosos, sem a
preocupação com a construção de salas infantis adequadas e confortáveis.
Muitos pensam no departamento infantil como lugar para colocar
crianças, a fim de que estas não importunem nos cultos. Sendo assim,
são apresentadas às crianças atividades de entretenimento: assistir a filmes ou desenhar, como se entreter
fosse a principal função do departamento infantil. É desperdício de
tempo trazer crianças para a igreja
e não priorizar o ensino verdadeiro.
Professores do departamento infantil são valorosos, pessoas que talvez
nunca estejam em evidência. Que a
igreja possa valorizar seu trabalho e
não esquecer que a responsabilidade
não é apenas deles.
06. Como você, mesmo não trabalhando diretamente com o
departamento infantil, pode facilitar a vinda e a permanência
de crianças na igreja?
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107
DESAFIO EVANGELÍSTICO
Seu desafio, nesta semana, é tomar a responsabilidade do evangelismo infantil sobre si. Pode ser que você não tenha a didática
apropriada para o trabalho com crianças; contudo, sua disposição
em contribuir nunca será desprezada. Pode contribuir oferecendo
sua casa para a formação de um projeto evangelístico, fornecendo
o lanche ou recursos financeiros, ou, ainda, oferecendo seu carro
para transportá-las à igreja.
Você também pode contribuir tornando o ambiente da igreja
acessível às crianças. Abrace-as, dê-lhes carinho, telefone ou visite
as ausentes. É simples: só precisa estar disponível. Trabalhos evangelísticos com crianças, além de produzirem mais frutos, permitem
que elas tenham a vida inteira para servir ao Senhor. Lembre que
cada hora gasta e os recursos financeiros dispensados redundarão
em glória ao Senhor.9 Assuma essa responsabilidade.
9. Spurgeon (2004:53).
108
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
SÁBADO ESPECIAL
Sugestão para programa de culto
Abertura: Monólogo – “Entre em ação”
Os portões da cidade estão enterrados
no entulho, e as suas trancas foram despedaçadas. O rei e as autoridades estão espalhados pelas nações pagãs. Não se ensina
mais a lei, e os profetas não recebem mais
visões de Deus, o Senhor. Os moradores
mais velhos de Jerusalém estão sentados
no chão, em silêncio. Em sinal de tristeza,
puseram terra na cabeça e vestiram roupa
feita de pano grosseiro.As moças estão ajoelhadas, com a cabeça encostada no chão.
Os meus olhos estão gastos de tanto
chorar; estou muito aflito. A tristeza acabou
comigo por causa da destruição do meu
povo, e porque vejo crianças e bebês morrendo de fome nas ruas da cidade. Essas
crianças dizem: “Mamãe, estou com fome!
Mamãe, estou com sede!” Elas caem pelas
ruas, como se estivessem feridas, e morrem
aos poucos nos braços das mães.
Jerusalém querida, o que posso lhe dizer? Como posso consolar você? Nunca
ninguém sofreu assim; a sua ruína é tão
grande como o mar. Quem poderá lhe
dar esperança?
Você, mensageiro de boas notícias
para Jerusalém, suba um alto monte;
você, mensageiro de boas notícias para
Sião, entregue a sua mensagem em voz
alta. Fale sem medo com as cidades de
Judá e anuncie bem alto: “O seu Deus
está chegando!”.
O Senhor Deus está vindo cheio de
força; com o seu braço poderoso, ele
conseguiu a vitória. E ele traz consigo o
povo que ele salvou. (Lamentações 2:913, 21a; Isaías 40:9, 10a)
Hino: 10 BJ – “Trabalho cristão”
Leitura bíblica: 1 Pedro 4:7-11
O fim de todas as coisas está perto.
Sejam prudentes e estejam alertas para
poder orar. Acima de tudo, 114 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013 amem sinceramente uns aos outros, pois o amor
perdoa muitos pecados. Hospedem uns
aos outros, sem reclamar. Sejam bons
administradores dos diferentes dons que
receberam de Deus. Que cada um use o
seu próprio dom para o bem dos outros!
Quem prega pregue a palavra de
Deus; quem serve sirva com a força que
Deus dá. Façam assim para que em tudo
Deus seja louvado por meio de Jesus
Cristo, a quem pertencem a glória e o
poder para todo o sempre! Amém!
Oração
Palavra pastoral
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Dedicação das ofertas e dos dízimos –
(música instrumental ou cântico)
Louvores:
Cantarei teu amor – Martin Smith
os montes corre para o mar teu rio
D
de amor por mim;
Eu abrirei meu coração, deixando a
tua cura entrar,
Me alegro por te pertencer, levantarei
as minhas mãos,
O teu amor me alcança e me faz louvar-te.
Cantarei teu amor pra sempre, cantarei teu amor. (2x)
Meu coração exulta, de alegria eu
canto,
Se o mundo conhecer a ti,
Ele se encherá com tua alegria.
T eu povo – Elias Loureiro – Vencedores por Cristo
É o teu povo aqui presente;
Todos numa só voz
Declarando que só tu és grande.
Exaltamos teu doce nome,
Pelo amor, pela cruz,
Por teu filho Jesus, pois és santo,
Sim, és digno de louvor e de ser adorado;
És bondoso, Pai querido;
Dentre todas as coisas
Tu és verdadeiro Senhor. (2x)
O meu querer – Paulo César Baruk
Cada vez que eu abrir a minha boca,
Cada vez que eu olhar na direção de
alguém,
110
Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013
ada vez que, passo a passo, eu cheC
gar em algum lugar,
Seja a tua voz, sejam teus olhos, sejam os teus pés.
Cada vez que eu tocar num rosto em
pranto,
Cada vez que eu fizer o que já não
se faz,
Cada vez que, em silêncio, eu doar a
outra face,
Sejam tuas mãos, seja tua graça e o
teu amor.
Eu quero te servir, eu quero te obedecer,
Viver tua vontade, refletir tua verdade,
Te honrar com minha vida, em tudo
te adorar,
Mestre, amigo, amado Jesus,
Esse é o meu querer.
Cada vez que eu tocar num ombro
amigo,
Cada vez que eu fizer o que já não
se faz,
Cada vez que, em silêncio, eu doar a
outra face,
Serei tuas mãos, venha tua graça e o
teu amor.
Mensagem: “O desafio da missão urbana”
Apelo
Momento de oração
Hino: 165 BJ – “Trabalhai e orai”
Bênção apostólica
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