morfologia da paisagem

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G.4.2 - Geografia Humana
Morfologia da paisagem: Um estudo de caso da microrregião da mata setentrional
pernambucana a partir de um olhar da geografia cultural.
Josias Ivanildo Flores de Carvalho¹, Laryssa de Aragão Sousa²
1. Estudante de Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; * [email protected]
2. Estudante de Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; [email protected]
Palavras Chave: Morfologia da Paisagem, Mata Setentrional, Geografia Cultural
Introdução
O Presente estudo visa à compreensão da paisagem a
partir de sua morfologia, utilizando a geografia cultural para
explicar como a interrelação do homem com a paisagem
natural pode contribuir na formação de um geossímbolo
em uma determinada região ao longo do tempo e da
história.
A pesquisa desenvolvida partirá do pressuposto da
relação do homem com a cana de açúcar fazendo uma
análise sobre as conexões dos aspectos sociais que são
visíveis na paisagem modifica.
Segundo Sauer (1925), podemos entender morfologia da
paisagem como as formas expressadas e oriundas da
paisagem natural que por meio das intervenções culturais
irá possibilitar um conjunto de modificações na paisagem
que poderá ou não formar um geossímbolo de um
determinado povo em diversas escalas geográficas.
Resultados e Discussão
Freyre (2004) em seu livro Nordeste, fala da relação
cultural do homem com a cana de açúcar e como ela
estava interligada com a vida da população na produção
dos meios sociais durante os séculos XVI, XVII, XVIII e
XIX. Então a estrutura existente na microrregião da mata
setentrional pernambucana entre o homem e o “meio
natural” permanece a mesma, hoje, pois como visualizado
na paisagem há predominância no cultivo da cana de
açúcar, onde a mesma se reflete nas práticas culturas, ou
seja, suas danças, crenças, agricultura entre outras formas
de expressões culturais.
morfologia. No entanto, não interfere diretamente nos
processos organizacionais e culturais da sociedade, assim
não alterando o seu geossímbolo a (cana de açúcar).
Laraia (1932) destaca, o possível é que seja comum
algumas regiões obterem uma mesma diversidade cultural
espacializada em um mesmo meio físico. Ou seja, o que
notamos na microrregião da mata setentrional é um
possibilismo geográfico atualmente, porque os aspectos
influenciadores para um determinismo foram superados
pelos moradores ao longo do tempo e da história. E o que
vemos hoje é uma diversidade de culturas, embora a
relação da cana com o homem seja predominante.
Como afirma Berdoulay (2012), “As relações entre
espaço e cultura são múltiplas. Elas põem em questão
fenômenos que são ao mesmo tempo, materiais e
imateriais, objetivos e subjetivos, tradicionais e modernos,
particulares e universais, coletivos e individuais...” p.124125. Sendo assim, a população tem uma forte ligação com
os diversos tipos de culturas atualmente, além do que são
receptíveis para conhecer novas formas culturais que
podem ou não sofrer um processo de endoculturação e
multiculturação. Mas, como constatado não está havendo
uma sobreposição de paisagens, a cultura que modela a
paisagem ainda hoje são imponentes latifúndios da cana
de açúcar.
Figura2: Latifúndio de cana de açúcar: Mata setentrional
As metodologias utilizadas para realização deste
trabalho foram a observação imediata da paisagem com
foco nos geossímbolos, que facilitaram a maior
compreensão dos processos de “formação das culturas
locais” e sua morfologia. Além do contato direto com
alguns habitantes dos respectivos locais estudados que
por meio de entrevistas contribuíram para contestação
e/ou comprovação de suas culturas.
Conclusões
Atualmente, a microrregião analisada está sofrendo um
pequeno processo de modificação da sua economia,
porém não altera sua morfologia de maneira significativa,
pois, a cana de açúcar ainda é a principal fonte de renda e
de expressão cultural entre sua população.
Agradecimentos
Figuras1: a) Arena Pernambuco b) Artesanato de Barro c)
UPE d) Caboclo de Lança e) Latifúndio de cana de açúcar
f) Cultivo de bananas g) Antigo engenho h) Fábrica da Fiat
i) Antigo centro comercial de Tracunhaém.
Como tudo é dinâmico no espaço vivido, os meios sociais
evoluíram até certo ponto como é perceptível, pois ao
longo do processo industrial e capitalista a economia da
referida região teve que absorver novas fontes econômicas
que em alguns locais podem ser notados em sua
Aos professores Drs. Caio Maciel e Priscila Vasconcelos
pelas orientações em sala de aula, além da oportunidade
de um campo que nos auxiliou nesta pesquisa.
___________________
BERDOULAY, Vicent. Espaço e Cultura. Ed. 2012
FREYRE, Gilberto. Nordeste: A cana e a Mata. Ed., 2004
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um Conceito Antropológico. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, Ed., 2009.
SAUER, “The Morphology of Landscape”, University of California,
Publications in Geography, vol.2, n°2, 1995. Pp. 19-59.
67ª Reunião Anual da SBPC
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