Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Já pertence ao calendário Nacional, a riquíssima iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB em colocar à consciência de todos os brasileiros um tema de profundo alcance holístico, que sempre vai ao âmago das questões que torturam a terra, sobremodo, aos cidadãos mais carentes do nosso País. Este movimento é denominado de Campanha da Fraternidade e sempre é lançado no período da quaresma. A proposta deste período é uma grande convocação para, num esforço de conversão, reservarmos mais tempo à oração, à penitência e à caridade. Paira sobre todos nós a força da graça do Espírito Santo para que sentimentos, coração e inteligência se abram mais aos valores transcendentais do nosso ser espiritual. Não significa com isso, que nos enclausuremos no espaço estreito do nosso Eu, mas muito mais, que descubramos a face dorida dos irmãos que se encontram perambulando pelos desvãos das ruas, vielas, bairros, pontes, clamando pela nossa solidariedade fraterna e cristã. Por oportuno, a CNBB, sentindo o clamor pungente de nossas matas, rios, córregos, florestas, da própria natureza que, de mãos estendidas, nos pedem socorro, para que evitemos sua destruição, que em última instância será a destruição do próprio homem, começando pelos mais pobres. O anúncio e a denúncia encontra como base o exercício da fraternidade em favor da Vida ameaçada, hoje no planeta terra. Citando a carta paulina escrita aos romanos, (8,22) afirma “que a criação geme em dores de parto”. A conversão diária, persistente e consciente, deve nos despertar para a dimensão maior de nossa peregrinação terrena: A vida. Faz-nos debruçar para o terrível fenômeno do aquecimento global e das mudanças climáticas que vem assolando as populações, de forma cada vez mais intensa e em quantidade sempre crescente. É certo que o tema é envolto em muita polêmica, mas há uma certeza óbvia, sobre a qual não se admite tergiversações: tsunami, maremotos, desmatamento e quejandas são respostas da natureza à violência que lhe está sendo imposta. Iluminados pela Palavra de Deus e caminhando nesta quaresma rumo à Páscoa, surja dentro de cada um de nós o despertar para uma nova vida no nosso planeta Terra. A Campanha da Fraternidade nos propõe uma série de ações objetivas: Usarmos todos os meios para que uma consciência individual e coletiva seja despertada nos diversos extratos sociais; Sabemo-nos provocadores do aquecimento global. A Campanha da Fraternidade intenta-nos despertar para nossas responsabilidades éticas e sociais; Provocar debates, discussões nos diversos meios, para despertar a responsabilidade dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Trocar idéias que suscitem e promovam experiências relacionadas com o aquecimento global; Denunciar e fazer cumprir as leis existentes para que os poderes constituídos assumam atitudes cabíveis. Enfim usar de todos os meios para evitarmos a ameaça que está a conduzir a destruição do planeta. O apelo da campanha da Fraternidade é caminho que nos deve guiar à Páscoa. A Ressurreição do Cristo, nosso irmão, nos conduza ao alvorecer de uma esperança que nos leve a Paz, a tranqüilidade, ao bem estar, legados do nosso Pai e Salvador.