[Ano] VESTES SACERDOTAIS 1 Quantas vezes não estamos na missa e reparamos que o Padre usa uma cor ou uma veste diferente, daquela que reparámos da ultima vez? Será assim mesmo ou apenas nós não estamos com atenção? Se usa uma cor diferente qual a razão? Será uma opção, um desejo do momento? Ou terá algum significado? Na realidade tudo na Eucaristia está carregado de significado e simbolismo… de história e mensagens. Nesta pequena “sebenta” poderemos descobrir um pouco do muito grande significado que cada cor, cada veste pretende transmitir ou significar. E portanto, nada é por acaso ou por desejo próprio do Padre ou de quem quer que seja. Ao longo do ano litúrgico existe muita diversidade nas cores das vestes sagradas, que exprimem o tempo ou mistério que estamos a viver na vida Cristã. Assim, de acordo com o tempo ou o mistério a viver, surgem as cores que são as seguintes: VERMELHO: Símbolo do fogo… do fogo manifestado a Israel na sarça ardente e na coluna de fogo – simboliza Deus Pai e o seu amor divino, ardente, face à criação, ao homem. Evoca o Espirito Santo Simboliza ainda o sangue, o martírio… a memória dos santos mártires. Assim, pode-se perceber porque se adopta no Domingo de Ramos, na Sexta feira Santa, no Domingo de Pentecostes, nas missas votivas da Paixão de Senhor, nas festas dos Apóstolos e dos Evangelistas e nas celebrações do Mártires Agrupamento 1243 - Bobadela SEBENTA DA FÉ - Vestes Sacerdotais- VERDE: Símbolo de esperança, usado nas missas do Tempo Comum. A cor verde é formada pela combinação do azul celeste, que simboliza o Espírito Santo, com o amarelo – cor da realeza do Senhor Jesus Cristo. Se quisermos aprofundar mais o uso dessa cor, descobrimos que também se adopta no dia da Santíssima Trindade, na Entrada do Senhor em Jerusalém e no dia do Espírito Santo. O verde é ainda usado nos dias de memória dos veneráveis (monges) e ascetas. ROXO: Cor roxa, vinho ou púrpura. A cor púrpura é símbolo do sangue derramado por Nosso Senhor na Cruz para a nossa redenção. Memória da Santa Cruz. É, pois, símbolo de penitência e conversão, usado durante a Quaresma, Advento, celebrações de índole penitencial e, também, facultativamente, a par com o preto, em Missas de defuntos. Preto e/ou roxo: nas celebrações da Quaresma. Nos sábados e domingos do ciclo quaresmal, usam-se paramentos de cor roxa. Na Quaresma a liturgia dos Dons Présantificados é realizada com paramentos pretos e roxos. Também na Quinta-feira Santa usam-se os paramentos de cor roxa BRANCO: Símbolo da alegria, de pureza e de Cristo Glorioso (cor das vestes de Jesus no monte Tabor). Usa-se o Branco nas Missas do Tempo da Páscoa, Natal, nas festas e memórias do Senhor, nas festas e memórias da Virgem Maria e dos restantes Santos (não-mártires) e em alguns sacramentos (Baptismo e Matrimónio). Na Páscoa segue-se uma ordem especial para a mudança da cor dos paramentos litúrgicos. Começando pela cor branca, como sinal da Luz Divina no túmulo do Salvador ressuscitado, passa-se na Liturgia Divina (e depois durante toda a Semana Santa) aos paramentos vermelhos, significando o triunfo do amor candente de Deus pela humanidade, manifestado no acto salvífico do Filho de Deus. ROSA: Simboliza a alegria dentro de um tempo destinado à penitência. Usa-se no 3º Domingo do Advento e no 4º Domingo da Quaresma: serve para indicar que está próximo o Natal ou a Páscoa quando já há muito se estende o tempo de interioridade. Agrupamento 1243 - Bobadela 2 CADERNO DE CAÇA -Manual de OrientaçãoComunidade 130 - Bobadela PRETO: Simboliza o luto, dor e tristeza. Usada nas Missas de defuntos pela morte dos seus filhos, antigamente também na Sexta-Feira Santa em que significava o luto da Igreja com a morte de Jesus. AZUL: Representa a tranquilidade, ternura, afectuosidade e paz. É normalmente usada celebrações em honra da Virgem Maria, sendo, no entanto o seu uso considerado um privilégio. A essência da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade se expressa da melhor maneira pelo AZUL do céu, que derrama os dons do Espírito Santo e Suas graças. O céu material é reflexo do Céu Espiritual. E claro que as Pessoas da Santíssima Trindade são unas em sua essência, por isto qualquer das cores pode reflectir simbolicamente as ideias sobre qualquer uma das realidades Divinas. Deste modo, as cores acima, podem ser utilizadas nas seguintes vestes/paramentos: ALVA: veste branca que cobre o corpo do sacerdote, chegando até aos tornozelos, significa a nova vida, a pureza recebida no Baptismo, símbolo da ressurreição. A cor branca faz lembrar ao sacerdote que ele deve ter sempre a alma pura e levar a vida sem vícios. Alem disso, simboliza a túnica que usava na terra o próprio Jesus Cristo e com a qual realizou a nossa salvação. É a veste comum a todos os ministros da liturgia: sacerdote, diácono, acólitos, etc. CÍNGULO ou CORDÃO: É um cordão branco ou da cor do tempo litúrgico, de seda, linho ou algodão, com que o sacerdote cinge a alva à cintura. Tem como objectivo cingir os rins o que indica busca da pureza e ainda vigilância, uma vez que facilita o andar pois não se tropeça na alva. ESTOLA: É uma faixa de pano, do mesmo tecido e cor da casula. Mede uns oito palmos de comprimento e uns 12 cm de largura. Dá a volta ao pescoço e cai da parte da frente. É uma evolução do manto da oração dos judeus e, na Liturgia Católica, simboliza a autoridade do ministro (tem usos diferentes consoante o grau do sacramento). A estola designa uma graça especial dupla, na comparação com o diácono, concedida ao sacerdote para ministrar os Sacramentos da Igreja. Sem a estola o sacerdote não pode realizar nenhuma celebração. Agrupamento 1243 - Bobadela 3 CADERNO DE CAÇA -Manual de OrientaçãoComunidade 130 - Bobadela Nas imagens anteriores: à esquerda, a estola do Padre; mais em baixo, à direita, a estola do Diácono. CASULA: É a última veste que o sacerdote usa, por cima de todas as outras, sem mangas. Tem, geralmente, atrás, uma grande Cruz, para veneração dos fiéis. Casula, em latim, significa "pequena casa", pelo que é símbolo da protecção que todos podem obter debaixo da tenda da Igreja. Simboliza a paz e a caridade que devem envolver todo aquele que se aproxima do altar. Além disso, este paramento lembra aos sacerdotes a veste da verdade, da qual devem estar revestidos como servidores de Cristo. Existem mais vestes que são usadas em comemorações mais especificas ou ainda outras que caíram em desuso. Seja como for, cada peça destas vestes ao ser vestida por um sacerdote, é acompanhada de uma oração na qual é lembrado o significado da própria veste. Sendo uma Sebenta, o que aqui se apresenta faz-se de forma muito resumida, mas cremos, o suficiente para que quando participarmos na Eucaristia, saibamos interpretar o significado e saibamos relacioná-lo com as vestes adoptadas pelo celebrante. Agrupamento 1243 - Bobadela 4