Cursinho popular ação direta Sociologia: surgimento da sociologia O que é sociologia? Como surgiu a Sociologia? A Revolução Francesa (França, 1789) e a Revolução Industrial (Inglaterra, 1780 a 1860) são conhecidas como o cenário para o surgimento da Sociologia. A Europa estava sofrendo grandes mudanças, transformando a vida social da população, dando destaque no processo de industrialização e urbanização da sociedade Capitalista que ali surgia. Modificaram-se os costumes e tradições, como a família patriarcal, a servidão e o trabalho manufatureiro (artesanal e doméstico), dando início à indústria capitalista. A importância da Revolução Industrial no surgimento da Sociologia Com a Revolução Industrial (Inglaterra, 1780 a 1860), ocorrida na Europa no final do século XVIII (1700-1799) e boa parte do século XIX (1800-1899), mudou-se radicalmente a estrutura da sociedade. As cidades industrializadas, acabavam por não fornecer para seus habitantes condições adequadas para a sua sobrevivência, devido ao grande crescimento da população. As cidades não ofereciam moradias e serviço de saúde adequados para aqueles que saiam do campo e vinham tentar a vida na cidade. Um importante crescimento que houve na época, de um ponto de vista, foi na área de técnicas produtivas e na introdução da máquina a vapor, que facilitava o serviço para os trabalhadores do ramo. Homens passaram a ser substituídos por máquinas, que produziam mais e custavam muito menos. Isto trouxe uma transformação radical no modo de produção da sociedade, que antes era realizado pelo trabalho manufatureiro (artesão, doméstico, etc.) e agora passava a ser baseado no sistema de produção fabril, isto é, dentro das fabricas (com máquinas, divisão do trabalho, péssimas condições de trabalho, jornadas de trabalho de 14 horas ou mais etc.). As pessoas que eram acostumadas à uma forma mais lenta de vida, no meio rural, trabalhando apenas para sobreviver da terra agora passariam a trabalhar muito mais nas cidades para os empresários (donos dos meios de produção), ganhando muito menos do que ganhavam antes, considerando que trabalhavam mais. Com a Revolução Industrial, muitas pessoas que antes trabalhavam de forma artesanal, ficaram sem emprego, devido à impossibilidade de competição com a produção fabril (que produzia muito mais rápido e com um custo muito mais baixo). Isto gerou a criação de muitos problemas sociais, com os quais as pessoas sofreram naquela época, tais como o aumento na criminalidade, alcoolismo, violência, prostituição e surtos de epidemias de tifo e cólera, que foram rapidamente constatados nas grandes cidades industriais. Ela trouxe consigo, também, prejuízos para as famílias, que começaram a se encontrar desempregadas, passando a constituir o exército de mão-deobra das cidades. Estas interferências terminaram por exterminar uma fatia considerável da população. A vitória da indústria capitalista foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o controle de um grupo social, convertendo grandes massas camponesas em trabalhadores industriais. Neste momento, se consolida a sociedade capitalista, que divide de modo central a sociedade entre burgueses (donos dos meios de produção) e proletários/trabalhadores (possuidores apenas de sua força de trabalho). O capitalismo se fortaleceu, a regra era produzir mais e mais e quem não a seguisse estava condenado à entrar em decadência social e econômica. O desaparecimento dos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho, etc., tiveram um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao mudar radicalmente suas formas tradicionais de vida. Não demorou para que as manifestações de revolta dos trabalhadores se iniciassem. Máquinas foram destruídas, atos de sabotagem, roubos e crimes se intensificaram, evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos e movimentos revolucionários. Revolução Francesa Já na Revolução Francesa (França, 1789), o objetivo era fazer com que alguns antigos ideais fossem garantidos, como liberdade e igualdade, fazendo com que essas idéias se espalhassem pelo mundo. A antiga forma de sociedade (chamada Ancien Regime) foi destruída, trazendo muitas transformações na política, na vida cultural e na economia do país, não havendo mais as instituições aristocráticas e tradicionais, possibilitando igualdade entre todos os cidadãos perante a lei. Muitas das explicações baseadas na religião passaram a receber criticas e serem substituídas por pensamentos racionais e lógicos, mudando o modelo teocêntrico (Deus) para o antropocêntrico (Homem). Karl Marx O surgimento dos primeiros sociólogos Os primeiros sociólogos procuravam entender o estado de organização da sociedade em formação e transformação, sendo o século XVIII muito importante para o surgimento dessa ciência. Todas as transformações que ocorreram na época trouxeram consigo problemas para a vida em comunidade, daí surge a Sociologia e seus pesquisadores para compreenderem as mudanças ocorridas no meio social, juntamente com os processos que interligam os indivíduos em grupos, associações e instituições. A sociologia é consequência de diversas mudanças que estavam ocorrendo nas sociedades no século XVIII, inclusive das mudanças ocorridas no pensamento e na percepção dos homens em relação à sociedade, como o Iluminismo (pensar a sociedade e a vida de forma racional, e reformá-las com base nisto, foi contra os abusos e a intolerância da Igreja e do Estado) e o Positivismo (é fruto do desenvolvimento do iluminismo e se propõe a explicar o mundo através da ciência e não da religião e superstição). O termo Sociologia foi criado por Auguste Comte, em 1838, que pretendia unificar a Psicologia, a Economia e a História, levando em consideração que todos esses assuntos giram em torno do homem e seu comportamento. Mas os fundamentos sociológicos só foram criados com Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber, grandes pensadores que se tornam base para nosso estudo.