MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Mecânica Geral Básica Cinemática do Ponto Material Prof. Nelson Luiz Reyes Marques MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração Diz-se que uma partícula que se move ao longo de uma linha reta está em movimento retilíneo. A coordenada de posição de uma partícula é definida pela distância, positiva ou negativa, da partícula a uma origem fixa na linha em que ela se desloca. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração O movimento de uma partícula é conhecido se a coordenada de posição da partícula é conhecida para cada instante do tempo t. O movimento da partícula pode ser expresso sob a forma de uma função, por exemplo, x 6t 2 t 3 ou na forma de um gráfico de x em função de t. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração Consideremos uma partícula que ocupa as posições P, no instante t, e P’, no instante t+Dt, Dx Vm Dt Vinst Dx v lim Dt 0 Dt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração A Velocidade instantânea pode ser positiva ou negativa. A intensidade da velocidade é conhecida como velocidade escalar da partícula. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração Pela definição de derivada, por exemplo, Dx dx v lim dt Dt 0 Dt x 6t 2 t 3 dx v 12t 3t 2 dt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração Consideremos uma partícula com velocidade v, no instante t, e v’, no instante t+Dt, Dv Dt 0 Dt Aceleração instantânea a lim MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração A aceleração instantânea pode ser: positiva: correspondendo a um aumento em uma velocidade positiva ou a uma diminuição em uma velocidade negativa; negativa: correspondendo a uma diminuição em uma velocidade positiva ou a um aumento em uma velocidade negativa. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração Dv dv d 2 x A partir da definição de derivada:a lim 2 Dt 0 Dt dt dt por exemplo: x 6t 2 t 3 v 12t 3t 2 dv a 12 6t dt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração • Consideremos uma partícula cujo movimento é descrito pela equação: 2 3 x 6t t dx v 12t 3t 2 dt dv d 2 x a 2 12 6t dt dt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração x 6t t 2 3 quando t = 0, dx v 12t 3t 2 dt dv d 2 x a 2 12 6t dt dt x = 0, v = 0, a = 12 m/s2 quando t = 2 s, x = 16 m, v = vmáx = 12 m/s, a = 0 quando t = 4 s, x = xmáx = 32 m, v = 0, a = -12 m/s2 quando t = 6 s, x = 0, v = -36 m/s, a = -24 m/s2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Determinação do Movimento de uma Partícula Lembremos que o movimento de uma partícula é tido como conhecido se sua posição for conhecida para cada instante do tempo t. Mais frequentemente, as condições do movimento serão especificadas pelo tipo de aceleração que a partícula possui. Portanto, para determinar a velocidade e a posição é necessário efetuar duas integrações. Três classes comuns de movimento são aquelas em que: a aceleração é uma dada função do tempo, a = f(t) a aceleração é uma dada função da posição, a = f(x) aceleração é uma dada função da velocidade, a = f(v) MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Determinação do Movimento de uma Partícula a aceleração é uma dada função do tempo, a = f(t) : dv a f t dt dv f t dt v t t v0 0 dv f t dt t v t v0 f t dt 0 dx v t dt dx v t dt t x t x0 v t dt 0 x t t x0 0 dx v t dt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Determinação do Movimento de uma Partícula a aceleração é uma dada função da posição, a = f(x) : dx dx v ou dt dt v v dv f x dx 1 2 1 2 v x x v0 x0 v dv f x dx v x v 2 dv dv a ou a v f x dt dx 2 0 x f x dx x0 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Determinação do Movimento de uma Partícula a aceleração é uma dada função da velocidade, a = f(v): dv a f v dt v t v0 dv dt f v v t v0 t dv dt f v 0 dv t f v dv v a f v dx x t x0 v dv dx f v v t v0 v dv f v x t v t x0 v0 dx v dv f v MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 1 Uma bola é arremessada para cima com velocidade vertical de 10 m/s de uma janela localizada a 20 m acima do solo. Determine: a. a velocidade e a elevação da bola acima do solo para qualquer instante t, b. a elevação máxima atingida pela bola e o correspondente valor de t, e c. o instante em que a bola atingirá o solo e a velocidade correspondente. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 1 SOLUÇÃO: a. Integramos a aceleração duas vezes para encontrar v(t) e y(t). b. Determinamos o valor de t para o qual a velocidade se iguala a zero (instante em que a elevação é máxima) e calculamos a altitude correspondente. c. Determinamos o valor de t para o qual a elevação se iguala a zero (instante em que a bola atinge o solo) e calculamos a velocidade correspondente. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 1 a. Integramos a aceleração duas vezes para encontrar v(t) e y(t). dv a 9,81m s 2 dt v t t v0 0 dv 9,81 dt v t v0 9,81t m m vt 10 9,81 2 t s s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 1 a. Integramos a aceleração duas vezes para encontrar v(t) e y(t). dy v 10 9,81t dt yt t y0 0 dy 10 9,81t dt y t y0 10t 12 9,81t 2 m m yt 20 m 10 t 4,905 2 t 2 s s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 1 b. Determinamos o valor de t para o qual a velocidade se iguala a zero. m m vt 10 9,81 2 t 0 s s t 1,019 s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 1 b. Calculamos a altitude correspondente. m m y t 20 m 10 t 4,905 2 t 2 s s m m 2 y 20 m 10 1,019 s 4,905 2 1,019 s s s y 25,1m MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 1 c. Determinamos o valor de t para o qual a elevação da partícula se iguala a zero e calculamos a velocidade correspondente. m 2 m yt 20 m 10 t 4,905 2 t 0 s s t 1,243 s não se aplica t 3,28 s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 1 c. Determinamos o valor de t para o qual a elevação da partícula se iguala a zero e calculamos a velocidade correspondente. t 3, 28s m m vt 10 9,81 2 t s s m m v3,28 s 10 9,81 2 3,28 s s s m v 22,2 s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 2 O mecanismo de freio usado para reduzir o recuo em certos tipos de arma consiste em um pistão preso ao cano e que se move em um cilindro fixo, cheio de óleo. Quando o cano recua com velocidade inicial v0, o pistão se move e o óleo é forçado através de orifícios em seu interior, causando uma desaceleração do pistão e do cano a uma taxa proporcional à velocidade de ambos. Determine v(t), x(t), e v(x). a kv MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 2 SOLUÇÃO: • Integramos a = dv/dt = -kv para encontrar v(t). • Integramos v(t) = dx/dt para encontrar x(t). • Integramos a = v dv/dx = -kv para encontrar v(x). MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 2 • Integramos a = dv/dt = -kv para encontrar v(t). dv a kv dt v t v0 t dv k dt v 0 v t ln kt v0 v t v0 e kt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 2 • Integramos v(t) = dx/dt para encontrar x(t). dx kt v t v0 e dt x t t dx v e 0 0 kt dt 0 t 1 kt x t v0 e k 0 v0 xt 1 e kt k MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 2 • Integramos a = v dv/dx = -kv para encontrar v(x). dv a v kv dx v v0 kx v v0 kx dv k dx v x v0 0 dv k dx MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo Uniforme Para uma partícula em movimento retilíneo uniforme, a aceleração é zero e a velocidade é constante. dx v constante dt x t x0 0 dx v dt x x0 vt x x0 vt 11 - 29 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado Para uma partícula em movimento retilíneo uniformemente acelerado, a aceleração é constante. v dv a constante dt t dv a dt v0 v v0 at 0 v v0 at dx v0 at dt x t x0 0 dx v0 at dt x x0 v0t 12 at 2 x x0 v0t 12 at 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado Para uma partícula em movimento retilíneo uniformemente acelerado, a aceleração é constante. dv v a constante dx v 2 v02 2ax x0 v x v dv a dx v0 x0 1 2 v 2 v02 ax x0 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento de Muitas Partículas Para partículas que se movem ao longo da mesma linha, o tempo deve ser contado a partir do mesmo instante inicial e os deslocamentos devem ser medidos em relação à mesma origem e no mesmo sentido. xB A xB x A xB x A xB A coordenada de posição relativa de B em relação a A MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento de Muitas Partículas vB A vB v A velocidade relativa de B em relação a A vB v A vB A aB A aB a A aceleração relativa de B em relação a A aB a A aB A MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 3 Uma bola é arremessada verticalmente para cima de uma altura de 12 m de um poço de elevador com velocidade inicial de 18 m/s. No mesmo instante, um elevador de plataforma aberta passa pelo nível de 5 m, subindo com velocidade de 2 m/s. Determine (a) quando e onde a bola atinge o elevador e (b) a velocidade relativa da bola em relação ao elevador quando a bola o atinge. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 3 SOLUÇÃO: • Substituímos a posição e a velocidade iniciais e a aceleração constante nas equações gerais para o movimento retilíneo uniformemente acelerado. • Substituímos a posição inicial e a velocidade do elevador na equação para o movimento retilíneo uniforme. • Escrevemos equações para a posição relativa da bola em relação ao elevador e resolvemos para a posição relativa zero, ou seja, para a posição em que ambos se chocam. • Substituímos o valor do instante de tempo do impacto nas equações para a posição do elevador e para velocidade relativa da bola em relação ao elevador. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 3 a. Substituímos a posição e a velocidade iniciais e a aceleração constante nas equações gerais para o movimento retilíneo uniformemente acelerado. m m vB v0 at 18 9,81 2 t s s m 2 m yB y0 v0t at 12 m 18 t 4,905 2 t s s 1 2 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 3 Substituímos a posição inicial e a velocidade do elevador na equação para o movimento retilíneo uniforme. m vE 2 s m y E y0 v E t 5 m 2 t s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 3 Escrevemos equações para a posição relativa da bola em relação ao elevador e resolvemos para a posição relativa zero, ou seja, para a posição em que ambos se chocam. yB E 12 18t 4,905t 2 5 2t 0 t 0,39 s não se aplica t 3,65 s Substituímos o valor do instante de tempo do impacto nas equações para a posição do elevador e para velocidade relativa da bola em relação ao elevador. yE 5 23,65 b. y E 12.3 m vB E 18 9,81t 2 16 9,81 3, 65 vB E m 19,81 s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento de Muitas Partículas: Movimento Dependente A posição de uma partícula pode depender da posição de outra partícula ou de várias outras partículas. Na figura ao lado, a posição do bloco B depende da posição do bloco A. Como a corda tem comprimento constante, tem-se que a soma dos comprimentos dos seus segmentos é constante. x A 2 x B constante (um grau de liberdade) MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento de Muitas Partículas: Movimento Dependente As posições dos três blocos ao lado são dependentes. 2 x A 2 x B xC constante (dois graus de liberdade) Para partículas cujas posições estão relacionadas linearmente, uma relação semelhante é válida entre as velocidades e as acelerações das partículas. 2 dx dx A dx 2 B C 0 ou 2v A 2v B v C 0 dt dt dt 2 dv dv A dv 2 B C 0 ou 2a A 2a B a C 0 dt dt dt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 4 A polia D está presa a um cursor que que é puxado para baixo com velocidade de 7,5 cm/s. No instante t = 0, o cursor A começa a se mover para baixo a partir de K com aceleração constante e velocidade inicial nula. Sabendo que a velocidade do cursor A é de 30 cm/s ao passar pelo ponto L, determine a variação na elevação, a velocidade e a aceleração do bloco B quando o bloco A passar por L. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 4 SOLUÇÃO: • Colocamos a origem na superfície horizontal superior e escolhemos o sentido positivo para baixo. • O cursor A tem movimento retilíneo uniformemente acelerado. Calculamos sua aceleração e o tempo t para que passe por L. • A polia D tem movimento retilíneo uniforme. variação da posição no tempo t. Calculamos a • O movimento do bloco B é dependente dos movimentos do cursor A e da polia D. Escrevemos relações entre os movimentos e as resolvemos para obter a variação na elevação do bloco B. • Derivamos a relação de movimento duas vezes para obter equações para a velocidade e para a aceleração do bloco B. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 4 • Colocamos a origem na superfície horizontal superior e escolhemos o sentido positivo para baixo. • O cursor A tem movimento retilíneo uniformemente acelerado. Calculamos sua aceleração e o tempo t para que passe por L. v A2 v A 0 2a A x A x A 0 2 2 cm 30 2a A 20 cm s cm a A 22,5 2 s v A v A 0 a At 30 cm cm 22,5 2 t s s t 1,333 s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 4 • A polia D tem movimento retilíneo uniforme. Calculamos a variação da posição no tempo t. xD xD 0 vD t cm xD xD 0 7,5 1,333 s 10 cm s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 4 • O movimento do bloco B é dependente dos movimentos do cursor A e da polia D. Escrevemos relações entre os movimentos e as resolvemos para obter a variação na elevação do bloco B. O comprimento total do cabo permanece constante, logo, x A 2 xD xB x A 0 2xD 0 xB 0 x x 2x x x x 0 20 cm 210 cm x x 0 A A 0 D D 0 B B B 0 B 0 xB xB 0 40 cm MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 4 • Derivamos a relação de movimento duas vezes para obter equações para a velocidade e para a aceleração do bloco B. x A 2 xD xB constante v A 2vD vB 0 cm 7,5 30 2 3 vB 0 s s vB 45 a A 2a D a B 0 cm 22,5 2 aB 0 s cm aB 22,5 2 s cm s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Solução Gráfica de Problemas de Movimento Retilíneo Dada a curva x-t, a curva v-t é igual à sua inclinação. Dada a curva v-t, a curva a-t é igual à sua inclinação. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Solução Gráfica de Problemas de Movimento Retilíneo A área medida sob a curva a-t de t1 a t2 é igual à variação da velocidade durante esse mesmo intervalo de tempo. A área medida sob a curva v-t de t1 a t2 é igual à variação da posição durante esse mesmo intervalo de tempo. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Outros Métodos Gráficos O método do momento de área é usado para se determinar a posição de um partícula em um instante t diretamente a partir da curva a-t. x1 x0 área sob a curva v t v1 v0t1 t1 t dv v0 utilizando dv = a dt, v1 x1 x0 v0t1 t1 t a dt v0 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Outros Métodos Gráficos v1 t1 t a dt v0 primeiro momento da área sob a curva a-t em relação à linha t = t1. x1 x0 v0t1 área sob a curva a-t t1 t t abscissa do centróide C MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Outros Métodos Gráficos Método para determinar a aceleração da partícula a partir da curva v-x: dv dx AB tan av BC Subnormal à curva v-x MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Curvilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração Uma partícula que se desloca ao longo de uma curva que não é uma linha reta está em movimento curvilíneo. O vetor de posição de uma partícula em um dado instante t é definido como um vetor que une a origem O de um sistema de referência fixo à posição ocupada pela partícula. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Curvilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração Consideremos uma partícula que ocupa uma posição P definida no instante de tempo t e uma posição P’ definida por no por r r instante t t + Dt. Para essa partícula temos, Dr dr v lim Dt 0 Dt dt Ds ds v lim Dt 0 Dt dt velocidade ins t .(vetor ) velocidade escalar MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Curvilíneo: Posição, Velocidade e Aceleração v Consideremos uma partícula com velocidade no instante t e velocidade v no instante t + Dt. Para essa partícula temos, Dv dv a lim Dt 0 Dt dt acel. inst. Em geral, a aceleração não é tangente à trajetória e à velocidade da partícula. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Derivadas de Funções Vetoriais Para uma função Pu da variável escalar u, temos dP DP Pu Du Pu lim lim du Du 0 Du Du 0 Du • Derivada da soma de duas funções vetoriais: d P Q dP dQ du du du MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Derivadas de Funções Vetoriais Derivada do produto de uma função escalar por uma função vetorial: d f P df dP P f du du du • Derivadas do produto escalar e do produto vetorial: d P Q dP dQ Q P du du du d P Q dP dQ Q P du du du MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Retangulares de Velocidade e Aceleração O uso de componentes retangulares é particularmente eficaz quando os componentes da aceleração podem ser integrados independentemente como, por exemplo, no movimento de um projétil, para o qual temos, a x x 0 a y y g a z z 0 Com as condições iniciais x0 y0 z0 0 vz 0 0 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Retangulares de Velocidade e Aceleração integrando duas vezes obtemos, v x v x 0 x v x 0 t v y v y gt 0 y v y y 12 gt 2 0 vz 0 z0 O movimento na direção horizontal é uniforme. O movimento na direção vertical é uniformemente acelerado. O movimento do projétil pode ser substituído por dois movimentos retilíneos independentes. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Relativo a um Sistema de Referência em Translação Designemos um sistema de referência como o sistema de referência fixo. Todos os demais sistemas não ligados rigidamente a ele são sistemas de referência móveis. Os vetores de posição para as partículas A e B em relação ao sistema de referência fixo Oxyz são rA e rB . MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Movimento Relativo a um Sistema de Referência em Translação O vetor rB a posição de B em relação ao A que une Aa B define sistema móvel Ax’y’z’ e rB rA rB A Derivando duas vezes obtemos, vB v A vB a B a A aB A A aB vB A velocidade de B em relação ao referencial A. aceleração de B em relação A ao referencial A. O movimento absoluto de B pode ser obtido pela combinação do movimento de A e do movimento relativo de B em relação ao referencial móvel preso em A. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Tangencial e Normal O vetor velocidade de uma partícula é tangente à sua trajetória, mas, em geral, a aceleração não é tangente a essa trajetória. Deseja-se então, expressar a aceleração da partícula em termos de componentes tangencial e normal à trajetória. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Tangencial e Normal Na figura, et e et são vetores unitários tangentes à trajetória da partícula em P e P’. Quando ambos são traçados a partir da mesma origem, Det et et e D é o ângulo entre eles. Encontramos que a intensidade de Det é: Det 2 sen D 2 Det sen D 2 lim lim en en D 0 D D 0 D 2 det en d MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Tangencial e Normal Com o vetor velocidade expresso comov vet partícula pode ser escrita como: de dv de d ds dv dv a et v et v dt dt dt dt d ds dt , a aceleração da MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Tangencial e Normal Após as substituições temos, dv v2 a et en dt dv at dt an v2 O componente tangencial da aceleração reflete a variação na intensidade do vetor velocidade e o componente normal reflete as mudanças em sua direção. O componente tangencial pode ser positivo ou negativo. O componente normal sempre aponta para o centro da curvatura da trajetória. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Tangencial e Normal As relações para as acelerações normal e tangencial também são válidas para uma partícula que se desloca ao longo de uma curva no espaço. 2 2 dv v a et en dt dv at dt an v • O plano que contém os vetores unitários tangencial e normal é chamado plano osculador. • A Normal ao plano osculador é obtida a partir da relação eb et en en normal principal eb binormal A aceleração não tem nenhum componente ao longo da binormal. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Radial e Transversal Quando a posição de uma partícula é dada em coordenadas polares, é conveniente decompor a velocidade e a aceleração em componentes paralelo e perpendicular à linha OP. r rer der e d de er d der der d d e dt d dt dt de de d d er dt d dt dt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Radial e Transversal Nesse caso, o vetor velocidade da partícula é der dr dr d d v rer er r er r e dt dt dt dt dt r er r e De maneira análoga, a aceleração da partícula é d d dr a er r e dt dt dt d 2 r dr der dr d d 2 d de 2 er e r 2 e r dt dt dt dt dt dt dt dt r r 2 er r 2r e MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Componentes Radial e Transversal Quando a posição de uma partícula é dada em coordenadas cilíndricas, é conveniente expressar sua velocidade e sua aceleração utilizando os vetores unitários eR , e e k . Verificamos que, nesse caso, o vetor de posição é: r R e R z k O vetor velocidade é: d r v R eR R e z k dt E o vetor aceleração é: dv 2 R eR R 2 R e z k a R dt MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 5 Um motorista está percorrendo uma seção curva de rodovia a 96 km/h. Ele, então, aciona os freios impondo ao carro uma taxa de desaceleração constante. Sabendo que após 8 s a velocidade escalar for reduzida para 72 km/h, determine a aceleração do automóvel imediatamente após os freios terem sido acionados. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 5 SOLUÇÃO: • Calculamos os componentes tangencial e normal da aceleração. • Determinamos a intensidade e a direção da aceleração. 96 km/h 26,67 m/s 72 km/h 20 m/s MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 5 • Calculamos os componentes tangencial e normal da aceleração. Dv 20 26,67 m s m at 0,83 2 Dt 8s s 2 v 2 26,67 m s m an 0,95 2 750 m s • Determinamos a intensidade e a direção da aceleração. a a a 0,83 0,95 2 t 2 n an 0,95 tan at 0,83 2 2 m a 1,26 2 s 48,9 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 6 O rotação do braço OA em torno de O é definida pela relação = 0,15t2, onde está em radianos e t em segundos. O Cursor B desliza ao longo do braço de tal maneira que sua distância em relação a O é r = 0,9 – 0,12t2, onde r é expresso em metros. Após o braço ter girado 30o, determine (a) a velocidade total do cursor, (b) a aceleração total do cursor e (c) a aceleração relativa do cursor em relação ao braço. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 5 SOLUÇÃO: • Determinamos o tempo t para o qual = 30o. • Determinamos os valores de r e , e de suas primeiras e segundas derivadas no instante t. • Calculamos a velocidade e a aceleração em coordenadas cilíndricas. • Determinamos a aceleração do cursor em relação ao braço. MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 5 • Calculamos o tempo t para o qual = 30o. 0,15 t 2 30 0,524 rad t 1,869 s • Determinamos os valores de r e , e de suas primeiras e segundas derivadas no instante t r 0,9 0,12 t 2 0,481 m r 0,24 t 0,449 m s r 0,240 m s 2 0,15 t 2 0,524 rad 0,30 t 0,561 rad s 0,300 rad s 2 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 5 • Calculamos a velocidade e a aceleração. vr r 0,449 m s v r 0,481 m 0,561 rad s 0,270 m s v v v 2 r 2 v arctan vr v 0,524 m s 31,0 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 5 ar r r 2 0,240 m s 2 0,481 m 0,561 rad s 2 0,391 m s 2 a r 2r 0,481 m 0,300 rad s 2 2 0,449 m s 0,561 rad s 0,359 m s 2 a ar2 a2 arctan a ar a 0,531m s 42,6 MECÂNICA GERAL BÁSICA – PARTE 2 Exemplo 5 • Determinamos a aceleração do cursor em relação ao braço. O movimento do cursor em relação ao braço é retilíneo e definido pela coordenada r. aB OA r 0,240 m s 2