RESUMO Paisagem – um conceito chave para a geografia – pode ser entendida tanto como prática social quanto como uma forma de representação espacial. Sob qualquer aspecto, faz-se necessário entendê-la e tratá-la não apenas como um achado visual, apesar de evidente a importância assumida por sua visualidade no contexto da sua própria identidade, mas também, e primordialmente, como estrutura de significado que se produz em si mesma e através das mais diversas formas de representação. Nesse contexto, a imagem fotográfica se instala como campo alternativo para a construção, eleboração, reelaboração e percepção da paisagem. Nesse contexto, objetivou-se aqui promover a compreensão da paisagem citadina de Jardim do Seridó/RN por meio da “leitura” do texto simbólico construído a partir da sua representação fotográfica composta no período entre 1950-1980 por José Modesto de Azevedo, fotógrafo jardinense, conhecido mais comumente pelo codinome de “Zé Boinho”. O arcabouço teórico que compõe as discussões a respeito da paisagem da cidade e sua representação fotográfica emergiu de uma profunda pesquisa bibliográfica a partir da qual as idéias e concepções de autores como Aumont (1993), Dondis (1997), Cosgrove (1998), Duncan (2004) e Shama (1996), Castoriadis (1982), entre outros, dialogam e dão subsídios à leitura da representação fotográfica da paisagem num campo hermenêutico. Metodologicamente a pesquisa foi tangenciada a partir do reconhecimento, levantamento, digilatização e sistematização do acervo fotográfico de Zé Boinho. Ao final conclui-se que a narrativa fotográfica do espaço urbano jardinense construída por Zé Boinho constitui-se em um elemento primordial para o entendimento de como a paisagem jardinense se constitui enquanto representação simbólica e parte do imaginário coletivo de Jardim do Seridó. Palavras-Chave: Paisagem, Fotografia, Jardim do Seridó/RN, Imaginário.