VELHO PROBLEMA OCULAR

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Saúde
MINAS GERAIS SÁBADO, 15 DE MARÇO DE 2008 - 8
VELHO PROBLEMA OCULAR
Catarata é uma doença que afeta
principalmente as pessoas mais idosas,
mas ocorre também em crianças
FOTOS: DIVULGAÇÃO
JULES AYOUB,
COORDENADOR
ESTADUAL DA
RECOMENDAÇÕES
OFTALMOLOGIA SOCIAL
erca de 15 mil cirurgias de catarata
foram realizadas em todo o Estado no
ano passado. A catarata não aparece
apenas com a idade. É causada também por
problemas congênitos. Há crianças que nascem com a doença devido à má formação do
globo ocular ou em conseqüência de infecções
adquiridas pela mãe na gestação; traumas oculares após pancada no olho, mesmo que não
haja perfuração; alterações metabólicas causadas pela diabetes, por exemplo, podendo levar
a uma catarata precoce, com perda visual mais
rápida e o uso prolongado de medicamentos
como colírio que contenham cortisona.
Nadir do Carmo Barros, 76 anos, sentiase incomodada com a visão embaçada. Após
consulta ao oftalmologista e detectada a catarata, a cirurgia foi feita e ela diz ter se recuperado rapidamente, graças às técnicas
avançadas. “Depois da cirurgia minha visão
melhorou bastante”, destacou.
Com o aumento da expectativa de vida no
Brasil, algumas doenças tornam-se mais
comuns, como é o caso da catarata, segundo o
coordenador estadual Jules Ayoub: “Os sintomas típicos são visão embaçada, necessidade
de mais luz para enxergar com nitidez e dificuldade em ler”, avaliou, acrescentando que a
doença acomete uma média de 16,7% a 20%
das pessoas acima de 50 anos.
Jules Ayoub ressalta que não há medicamentos, colírios, exercícios ou óculos que
curem a catarata. Portanto, todo o cuidado com
a visão é fundamental. Uma vez diagnosticada
pelo oftalmologista, a única maneira de restituir
a visão é através da cirurgia. Algumas dicas:
C
DADOS E TRATAMENTO
Segundo Ayoub, a Coordenadoria
Estadual apresentou uma proposta de Rede
de Oftalmologia para o Estado, que, no
momento, encontra-se em fase final de
fechamento. “Para isso, levantamos todos os
dados, tais como o estudo demográfico, epidemiológico, a descrição da rede de serviços,
definindo como aspectos básicos a cobertura,
a efetividade e também a qualidade, observando os princípios como universalidade,
Não usar colírios, especialmente os que contêm corticóides, sem recomendação médica,
e respeitar o prazo determinado pelo médico
para aplicação do medicamento;
Q Procurar um oftalmologista imediatamente,
se notar qualquer inflamação ou sofrer
algum trauma na região dos olhos;
Q Consultar o oftalmologista também quando
notar alguma alteração visual. A evolução da
catarata é lenta, pode ocorrer primeiro em
um dos olhos e a pessoa vai se acostumando
com a perda progressiva da visão;
Q Não ter medo da cirurgia. Os resultados são
animadores e a recuperação, muito rápida.
Q
integralidade e eqüidade”, destacou.
A catarata é uma lesão ocular que atinge
e torna opaco o cristalino (lente situada atrás
da íris, cuja transparência permite que os raios
de luz o atravessem e alcancem a retina para
formar a imagem), o que compromete a visão.
Atualmente, grandes avanços ocorreram no
tratamento da saúde ocular, mas o único tratamento ainda é a cirurgia, que se subdivide em
duas técnicas: a facoemulsificação (aparelho
que tritura e aspira o cristalino) e a extração
extra-capsular. O objetivo do tratamento é
substituir o cristalino danificado por uma lente
artificial que recupera a função perdida. O
cristalino deve ser retirado inteiro ou por
facoemulsificação, que tem a vantagem de
exigir corte menor e menos costuras.
“A facoemulsificação é a técnica
mais moderna, que utiliza tecnologia
avançada tanto nos equipamentos como
nos insumos, permitindo rápida recuperação física e visual de pacientes, reduzindo também o tempo de internação hospitalar”, explicou Ayoub.
Na extração extra-capsular, o cirurgião
faz uma incisão maior (7mm ou mais) e retira
mecanicamente o cristalino opacificado,
sendo necessário o fechamento do olho com
pontos. Em ambas as técnicas uma lente intraocular deve ser implantada, o que pode não
ocorrer em circunstâncias especiais, tais como,
doenças oculares graves prévias à cirurgia ou
em conseqüência de complicações cirúrgicas
durante o procedimento.
Uma vez retirado todo o cristalino, o
passo seguinte é substituí-lo, implantando-se uma lente intra-ocular artificial em
substituição ao cristalino natural para
compensar o grau do cristalino normal. A
cirurgia da catarata exige cuidados pósoperatórios como qualquer outra intervenção cirúrgica.
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