A IMPORTÂNCIA DA FEIRA CENTRAL DA CIDADE DE GOIÁS (GO

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
A IMPORTÂNCIA DA FEIRA CENTRAL DA CIDADE DE GOIÁS (GO)
COMO ESPAÇO DE RESISTÊNCIA DO TRABALHO CAMPONÊS
WEUDINEY RODRIGUES DOS SANTOS1
Resumo: Esta pesquisa trata da análise da Feira Livre da Cidade de Goiás (GO) como espaço de
resistência camponesa, considerando que a maioria dos feirantes são camponeses que produzem os
alimentos que comercializam na feira. A maioria deles também trabalham na propriedade camponesa
onde produzem os alimentos que vendem. Sendo assim a Feira Livre constitui um espaço de
resistência camponesa, não somente por representar um espaço de oportunidade comercial ao
camponês, mas também por se constituir um espaço de manifestação social e cultural desses
sujeitos. A metodologia utilizada foi a coleta de dados diretamente na feira por meio de questionários,
levantamento de informações junto aos organizadores da feira e revisão bibliográfica sobre a
temática.
Palavras-chave: Feira Livre; camponês; resistência.
Abstract: This academic work is supposed to analyze the Street Market in Goiás City, Goiás
State, as peasant resistance space, considering that most merchants are farmers who produce
food to sell at the market. Most of them also work on the family farm where they produce the
food they sell. So, the Street Market is a peasant space of resistance, not only to represent an
area of business opportunity to the peasant people, but also to constitute a space of social and
cultural manifestation of these subjects. The methodology used was to collect data directly at
the market through questionnaires, gathering information along to the organizers and literature
review on the issue.
Keywords: Street markets; peasant; resistance.
Introdução
A expansão do agronegócio sobre as áreas de Cerrados nos últimos anos
tem provocado impactos ambientais, sociais e culturais sobre os Povos Cerradeiros
(MENDONÇA, 2004). O avanço da soja, cana-de-açúcar e a criação de gado tem
feito de Goiás um território alvo das estratégias do capital sobre o campo. Diante
1
Acadêmico do programa de pós graduação em Geografia da Universidade Federal de Goiás (UFG). E-mail de
contato: [email protected]
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disso, as disputas territoriais no Cerrado goiano revelam as relações de poder entre
o agronegócio e o Estado.
O trabalho e os saberes/fazeres camponeses a cada dia estão mais
ameaçados diante da territorialização do capital agroindustrial e financeiro e do
cerco realizado pelo agronegócio sobre os camponeses que ainda lutam no Cerrado.
Sobre a expansão do agronegócio no Cerrado, Mendonça ; Thomaz Júnior (p. 103)
afirmam que
O surgimento de novas formas de gestão, novos segmentos profissionais,
novos trabalhadores e a desterritorialização de milhares de famílias do
campo não pode ser tratado como algo corriqueiro, pois esses elementos
possibilitaram novos conteúdos à mobilidade do capital, com implicações
profundas na relação capital-trabalho, que precisam ser investigados à luz
das mudanças nas relações sociais de produção, mas, fundamentalmente,
com prioridade nas novas formas de trabalho e seus desdobramentos para
as ações políticas dos trabalhadores.
Ainda assim, existem no estado de Goiás diversos territórios de
resistência camponesa, se manifestando em diferentes escalas e localidades.
As transformações espaciais decorrentes dessas investidas culminaram em
novas paisagens nas áreas cerradeiras. Da pecuária extensiva, da
agricultura tradicional e camponesa restou muito pouco, pois a agropecuária
moderna, com os maiores índices de produção e produtividade do país,
expulsou as “velhas” formas de uso e exploração da terra para as áreas de
fronteiras, para as áreas urbanas e/ou para os fundos de vales que se
tornaram refúgios para os camponeses e trabalhadores da terra
desterritorializados . (MENDONÇA, 2004, p. 28)
A hegemonia do agronegócio vem sempre atrelada ao apoio financeiro e
logístico do Estado que é cooptado por essa modalidade do capital, provocando
mudanças radicais nos modos de vida, costumes e saberes dos povos do Cerrado.
Diante disso a pesquisa é resultado de pesquisa participante e reflexões
sobre os trabalhadores da Feira Livre da Cidade de Goiás (GO). O objetivo é
compreender a importância desta feira como espaço de trabalho, resistência cultural
e de valorização dos camponeses. A feira da Cidade de Goiás, possui importância
na valorização do trabalho dos camponeses locais não apenas por ser um espaço
de comércio, mas por representar um espaço de valorização do trabalho destes
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sujeitos. Dezenas de feirantes se reúnem aos domingos, comercializando uma
diversidade de produtos: frutas, verduras, carnes diversas, queijo entre outros.
Os trabalhadores/camponeses da feira são geralmente camponeses
locais que veem a oportunidade de aumentar a renda por meio do comércio direto
na cidade. Muitos desses camponeses vivem e trabalham nos assentamentos do
munícipio. Sendo assim, a feira representa um espaço de fortalecimento do trabalho
destes camponeses e de reconhecimento da cultura local que se expressa em seus
produtos, em suas formas de organização etc. O espaço torna-se também um
espaço de resistência do trabalho camponês diante da hegemonia agropecuária
representada muitas vezes pelas antigas oligarquias rurais que atravessaram
séculos, e ainda se perpetuam na Cidade de Goiás (GO). Dessa maneira, trabalho
camponês e resistência cultural são elementos presentes Feira Livre da Cidade e
Goiás (GO.
Os
procedimentos
metodológicos
adotados
foram:
revisão
bibliográfica,
levantamento de dados junto aos envolvidos no processo de fundação da feira,
visitas de campo com aplicação de questionários aos feirantes. O trabalho está
dividido em: introdução, desenvolvimento, conclusão e referências. Será abordado
no próximo item um breve histórico da formação do município de Goiás (GO).
Caracterização do território de pesquisa
Distante 142 quilômetros da capital do estado (Goiânia), o município de
Goiás (Mapa 01) está localizado na Mesorregião do Noroeste Goiano, na
Microrregião do Rio Vermelho. Sua população é de 24.727 habitantes (IBGE, 2010).
Sua economia é baseada basicamente no turismo histórico e na agropecuária.
Destaca-se também os vendedores de frutos do Cerrado que trabalham nas épocas
em que há disponibilidade dos frutos.
Fundada em 1727 por Bartolomeu Bueno da Silva, com o nome de Vila
Boa, o município é a marca no Cerrado das bandeiras paulistas que permearam o
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estado de Goiás em busca de ouro, que lá encontraram. Fundada sob a égide da
mineração no século XVIII a Cidade de Goiás guarda traços do período expressos
nos casarões, nas ruas de calçadas com rochas, na culinária e também nos valores
culturais e sociais.
A mineração deu ao município uma grande importância econômica no
período colonial, mas quando a mineração entra em crise em Goiás, a antiga Vila
Boa passa por um processo de transição econômica para a agropecuária. No
entanto, cabe ressaltar que esta transição foi mais lenta no município que no resto
do estado, pois até o fim dos anos de 1980 a atividade mineradora ainda tinha
expressão no município. O município foi capital do estado até 1933, quando a capital
foi, por motivos políticos, transferida para Goiânia. Será tratado no próximo item a
relação da agricultura familiar com a ocupação do Cerrado.
Ocupação do Cerrado e agricultura familiar
As políticas governamentais voltadas para a expansão agrícola nas áreas
de Cerrado tinha como objetivo a produção de commodities para exportação
atendendo as necessidades do capital nacional e transnacional. Os investimentos
mais vultosos se avolumaram apartir de 1950 atingindo um patamar mais elevado
em 1960 com a construção de Brasília. A partir das décadas de 1970 e 1980 iniciouse um novo processo de ocupação dos solos no Centro Oeste baseado no cultivo de
grãos e criação de gado (MENDONÇA; THOMAZ JÚNIOR, 2004).
Dentre os vários programas governamentais de incentivo à ocupação do
Cerrado brasileiro, Pires (2000) desataca o Programa de Assentamento Dirigido do
Alto Paranaíba (Padap), o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro)
e o Programa de Cooperação Nipo Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados
(Prodecer) como sendo os que mais influenciaram a recente ocupação do Cerrado
no período posterior a 1970.
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Esse novo modelo de ocupação do Cerrado, orientado pelos programas
governamentais, resultou na expansão do capital e também dos impactos
socioambientais.
No que diz respeito à expansão canavieira, a expansão do agronegócio
dos agro-combustíveis em algumas regiões do Brasil, como o Centro Oeste, tem
desarticulado comunidades rurais e promovido o cercamento de comunidades
camponesas (BUNDE; MENDONÇA, 2009).
Em Goiás, inicialmente a soja foi a propulsora desse processo, mas
atualmente (2015) a cana de açúcar voltada para a produção de açúcar e etanol,
juntamente com a pecuária para atender as demandas internacionais disputam
espaço com a soja, no processo de expansão agrícola nos territórios do Cerrado.
Desse modo a expansão agrícola no Cerrado tem deixado dúvidas sobre
sua sustentabilidade, na medida em que atende aos anseios do capital internacional
e tem atuado de forma imperialista sobre os modos de produção campesina,
destruindo não só seus espaços de reprodução da existência coletiva, como também
seus costumes, e saberes-fazeres.
Agropecuária no município de Goiás (GO) no século XIX: transição
do ouro para o boi.
Com o esgotamento da mineração de aluvião, pelo uso da bateia a
mineração de ouro no município de Goiás (GO) deixa de ser a principal atividade
econômica e cede lugar ao novo modelo econômico que atinge não só o município
mas todo o estado: a agropecuária. A o município possuía grandes fazendas
herdadas do período colonial, no entanto o relevo e a tipologia dos solos não eram
favoráveis à agricultura, se iniciando uma intensificação da pecuária por meio da
formação de pastagens
A partir daí a dinâmica econômica do município muda, mas a mineração
continua presente até fins dos anos de 1980, quando o garimpo recebe seu ultimato
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com o fechamento dos pontos de garimpagem e a prisão em massa de motores. No
entanto a mineração de bateia continua existindo ainda hoje de forma escassa e
clandestina no município.
A partir desse momento a propriedade rural assume mais um grau de
importância no contexto do município, não bastasse as disputas já existentes em
função das heranças oligárquicas do período colonial em que os fazendeiros se
baseavam muitas vezes na violência para expandir a área de suas fazendas.
Nesse contexto, as disputas por terra se agravam, e inicia-se o processo
pioneiro de luta pela terra, com apoio de algumas entidades, principalmente a CPT
(Comissão Pastoral da Terra).
No anos de 1980 a luta pela terra e pela reforma agrária no município,
contexto de criação do assentamento Mosquito, mas é na década de 1990 que esse
processo se intensifica, impulsionando a criação de assentamentos. (SOUZA, 2012).
Com o aumento do número de assentamentos no município, que hoje
somam cerca de 23 (INCRA GOIÁS, 2015) fomenta a participação dos camponeses
na de produção de alimentos passa a ser uma nova realidade. Diante deste contexto
que o fundador da Feira Livre da Cidade de Goiás (GO) viu a necessidade de
implantar um espaço onde os camponeses pudessem comercializar sua produção.
Será tratado no próximo item a fundação da Feira Livre da Cidade de Goiás (GO).
A fundação da Feira Livre da Cidade de Goiás (GO)
Bento Bueno (fundador da feira) ressalta que foi a necessidade de criação
desse espaço que o levou a fundar a feira no ano de 1983, com apoio de populares,
sendo que um era vendedor de guariroba e outro de galinha. Bento Bueno destaca
ainda que neste período havia muitos chacareiros que não tinham espaço para
expor seus produtos. A criação da feira foi proposta também como alternativa para
que o comércio local fechasse aos domingos, o que não ocorria até o aquele
momento.
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No entanto, apenas em 1984 houve a regularização da feira. Além disso,
com apoio da Emater (Empresa de Assistência Técnica Rural – Atual Agência Rural)
a feira iniciou um processo de reorganização, sendo criado seu estatuto. O primeiro
presidente foi o então fundador Bento Bueno.
Inicialmente a feira se iniciou com aproximadamente 05 feirantes, e era
localizada na avenida Dário de Paiva Sampaio em frente à praça do João Francisco,
que mais tarde passou para outro ponto da mesma avenida.
Segundo Bento Bueno, no início a comunidade local, incluindo
vereadores, não acreditavam na ideia de consolidação da feira, mas sua
continuidade lhe atribuiu mais credibilidade. Atualmente (2015) a feira conta com
aproximadamente 80 feirantes, e está localizada há aproximadamente 300 metros
na mesma avenida onde foi criada por motivos de adequações da área que ocupa.
Não havia regras para participar da feira, no entanto com sua expansão surgiu a
necessidade de se criar regras básicas de participação, como assiduidade, horário
mínimo de chegada, etc.
Uma das dificuldades atuais é o escasso apoio governamental e a
presença de produtos vindos da CEASA - Centrais de Abastecimento do Estado de
Goiás - que disputa espaço com a produção camponesa.
A feira como espaço de valorização e resistência camponesa
Os feirantes chegam na feira de madrugada e iniciam a montagem das
barracas, dos 39 entrevistados, 10 (25,64%) acordam entre 01:00 e 02:00 horas da
manhã; 22 (56,41%) acordam entre 03:00 e 04:00 horas da manhã; 07 (17,95%)
acordam entre 05:00 e 06:00 horas.
Os produtos vendidos são os mais diversos, mas é possível verificar os
tradicionalmente cultivados pelos camponeses como sendo os que mais aparecem
dentre eles, gráfico (01).
Gráfico 01 – Quantidade de feirantes que vendem respectivos produtos na feira livre da cidade de
Goiás (GO)
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Título do Gráfico
12
10
8
6
4
2
Abóbora
Qeijo
Leite
Pimenta
Banana
Pimentão
Açafrão
Plantas Ornamentais
Caldo de Cana
Pastel
Polvilho
Pequi
Mexerica
Limão
Requeijão
Laranja
Pinga
Açúcar Mascavo
Mamão
Coco
Amendoin
Quiabo
Mandioca
Alface
Cebola
Couve
Mostarda
Ovo
Frango
Tricô e Crochê
Milho
Farinha
Café
Gueroba
Doces
Carne de Porco
Melado
Rapadura
Pão
Melancia
Polpa de Frutas
0
SANTOS, W.R. (2015)
Percebe-se que as maiores quantidades de produtos comercializados na
feira são de produtos básicos, produzidos principalmente nas unidades camponesas,
como a abóbora, queijo, leite, limão, requeijão, quiabo, mandioca, alface, cebola,
couve, mostarda, ovo, frango, milho, farinha e guariroba, foto 01.
Foto 01 – Produtos comercializados na feira livre da cidade Goiás (GO).
Autor: SANTOS, W.R. (2015)
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O pão também aparece como produto muito vendido, mas geralmente é
produzido por feirantes da área urbana.
Geralmente esses alimentos são cultivados pelos camponeses como uma
fonte de alimentação básica em sua propriedade, e quando há excedentes eles são
comercializados na feira local. Esse é o primeiro elemento que reforça a ideia de que
os produtos vendidos na feira são ofertados por camponeses, que reafirmam o
espaço da feira como espaço de valorização do campesinato, não somente pelo
aspecto econômico, mas também pelo aspecto sociocultural.
Os produtos derivados do leite e as hortaliças estão entre os produtos em
que mais são vendidos pelos camponeses (foto 02), dada as características
geomorfológicas (relevo acidentado etc.)
do município que possui áreas com
aptidão à essas culturas (o cultivo de hortaliças e a criação de gado).
Foto 02 – Derivados do leite e hortaliças comercializados na feira livre da
Cidade Goiás (GO).
Autor: SANTOS, W.R. (2015
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O local de residência dos feirantes constitui o segundo elemento que
caracteriza o caráter camponês da feira. A maioria deles vivem e trabalham no
campo, gráfico (02).
Gráfico 02 – Local de residência dos feirantes da feira livre da cidade de Goiás (GO)
Mora no Campo?
33%
67%
Sim
Nâo
Autor: SANTOS, W.R. (2015
Dentre os que moram no campo, a maioria afirma produzir o que vendem
na feira (gráfico 03). Sendo assim, o trabalho dos camponeses constitui a principal
fonte produtora dos alimentos que são vendidos na Feira Livre, ainda que exista a
presença significativa de produtos oriundos do agronegócio que são trazidos,
principalmente do CEASA - Centrais de Abastecimento do Estado de Goiás - o que
não desconfigura o caráter camponês da feira.
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Gráfico 03 – Feirantes que produzem os alimentos que vendem na Feira
Livre da cidade de Goiás (GO)
Você Produz Alimentos Que Vende?
15%
85%
Sim
Não
Autor: SANTOS, W.R. (2015)
A produção de alimentos no campo é feita geralmente com a participação
do trabalho familiar, na maioria dos casos envolve a participação do esposo, da
esposa ou dos filhos. Gráfico (04).
Gráfico 04 – participação familiar na produção de alimentos/artigos vendidos
na feira livre da Cidade de Goiás (GO)
Participação Familiar Na Produção de
Alimentos
Comercializados na Feira
9%
91%
Participa
Não Participa
Autor: SANTOS, W.R. (2015)
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O trabalho familiar na produção de alimentos na unidade camponesa
constitui o terceiro elemento que caracteriza o camponês que trabalha no espaço da
feira. Além de espaço econômico a feira é também lugar de troca de experiências
entre os camponeses, já que a maneira que é exposta os produtos, as
características culturais são expressas no espaço da feira. No próximo item será
feita uma reflexão “final” sobre o tema analisado.
Conclusões
O avanço do agronegócio sobre o Cerrado em suas mais diversas
modalidades tem provocado profundas transformações sobre os povos deste
território. Suas propriedades, seus saberes-fazeres e seus valores culturais são
cada vez mais cercados pela hegemonia do agrohidrogronegócio. Mas é oportuno
salientar que por mais imperialista e perverso que seja os desdobramentos do
capitalismo agrícola nas áreas de Cerrado, os Povos Cerradeiros ainda resistem, e
as formas de manifestação ocorrem nas mais variadas escalas e das mais diversas
formas.
Referências
BUNDE, A.; MENDONÇA, M. R. Os impactos do agronegócio dos
agrocombustíveis sobre as famílias camponesas – município de Ipiranga de
Goiás/Brasil.
Disponível
em:
<http://www.uff.br/vsinga/trabalhos/Trabalhos%20Completos/Altacir%20Bunde.pdf>.
Acesso em: 16 de mai. /2015
IBGE
Cidades.
Informações
completas.
Disponível
em:
<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=520890&search=go
ias|goias> Acesso em: 05 de jul. /2015
INCRA GOIÁS: Distribuição dos assentamentos no estado de Goiás. 20’15
MENDONÇA, M.R.; THOMAZ JÚNIOR. A modernização da agricultura nas áreas
de Cerrado em Goiás (Brasil) e os impactos sobre o trabalho. . Investigaciones
Geográficas, Boletín del Instituto de Geografía, UNAM, n. 55, pp. 97-121, 2004.
MENDONÇA, M. R. A urdidura espacial do capital e do trabalho no Cerrado do
sudeste goiano. 2004. 457 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de
Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2004.
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PIRES, M. O. Programas agrícolas na ocupação do Cerrado. Sociedade e Cultura,
Goiânia, v. 3, n.1-3, p. 111-131, 2000.
SOUZA, Francilane Eulália de:. As “geografias” das escolas no campo do
município de Goiás: instrumento para a valorização do território docamponês?
Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciências e Tecnologia,
Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2010.
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