Uma chama luminosa brilhava no peito de Marcelino Ir. Manoel

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Uma chama luminosa brilhava no peito de Marcelino
Ir. Manoel Soares
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“Assim também brilhe a vossa luz entre as pessoas,
para que vendo as vossas obras glorifiquem
vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5,16)
“Várias vezes, ao aproximar-se do berço em que dormia Marcelino, ela (a mãe) percebeu
uma chama luminosa que parecia sair-lhe do peito e, após rodear-lhe a cabeça, elevava-se e se
espalhava pelo quarto.”
Um acontecimento extraordinário! Creio que não nos cabe colocar em dúvida ou
questionar o fenômeno descrito pelo biógrafo de Marcelino Champagnat. Para mim, não tem
importância se o fenômeno foi verídico ou imaginário. O que me faz pensar é que a sua vida,
seu trabalho, o profundo testemunho de amor a Deus e à Boa Mãe confirmam que Marcelino
foi um homem extraordinariamente preparado por Deus para uma missão especial. Deus o quis
e o predestinou para ser sinal de seu amor entre os homens. Seu jeito de ser, a abertura à ação
do Espírito Santo e sua profunda confiança na ação de Deus em sua vida são evidências
incontestes de que foi um homem iluminado, um ser carismático, cuja docilidade à vontade de
Deus permitiu que o Todo-poderoso agisse em seu coração e realizasse através dele grandes
maravilhas.
Todos quantos um dia puderam entrar em contato com a história de vida do jovem
padre e se encantaram pela trajetória e experiência de vida, não podem jamais deixar de
acreditar que era homem portador de luz interior que só poderia vir de Deus. Essa luz, pouco a
pouco traduzida em atitudes de bondade e de amor, iluminava, fortalecia, aquecia os corações
dos desencorajados, dos que não acreditavam em si mesmos, dos que não tinham fé nem
confiança em Deus. Marcelino se sabia profundamente amado por Deus e isso moldou seu
coração, tornando-o profundamente generoso, bom, respeitoso quanto aos limites das crianças
e dos seus irmãos, ao ponto de todos quantos dele se aproximavam, aprenderam a amá-lo como
a um pai.
Seu coração ardia de amor e compaixão pelas crianças pobres e abandonadas de seu
tempo. Sentia queimar-se por dentro dessa luz quando via as crianças: “não posso ver uma
criança sem sentir o desejo de dizer-lhe quanto Deus a ama”. Marcelino foi como uma poderosa
“semente de Deus” que, lançada na terra dos homens, haveria de se tornar uma grandiosa, bela
e frondosa árvore chamada de Instituto Marista. Se hoje celebramos seus 200 anos, é porque a
mesma luz que um dia brilhou no coração daquela criança continua ardendo no coração de
todos quantos são verdadeiramente filhos e filhas de Champagnat.
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