16.BIOLOGIA II VOLIII (436-453) - Volume 3

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BIOLOGIA II
EMBRIOLOGIA
CONTEÚDO
AULAS
01 e 04


Tipos de ovos
Tipos de segmentação
(clivagem)
 Fases da embriogênese
Conceito
A embriologia é a parte da biologia que estuda o desenvolvimento do indivíduo desde o ovo até a
formação de um novo ser, com os órgãos constituídos.
Comparando-se o ovo com o indivíduo já formado, veremos que durante o desenvolvimento
embrionário ocorrem 3 processos distintos e simultâneos:
Divisões Celulares
Ocorrem não só no período embrionário, mas durante toda a vida do ser, aumentando ou
conservando o seu número de células.
Diferenciação Celular
As fases iniciais do desenvolvimento de um organismo pluricelular, a partir do zigoto, consistem
em sucessivas divisões mitóticas, originando-se células-filhas com cargas genéticas idênticas, porém, com
destinações diferentes ao longo do desenvolvimento. São três os fatores que determinam essas células
embrionárias tomarem caminhos tão diversos em suas especializações, apesar de terem o mesmo
patrimônio genético:
1. O Núcleo Celular - embora tendo a mesma carga genética, o funcionamento dos vários grupos
de gens é diferencial em cada tipo celular, ou seja, nem todos os genes funcionam ao mesmo tempo em
todas as células.
2. A Influência do Citoplasma: - a indução e a repressão de certos grupos de gens na
diferenciação do núcleo freqüentemente se devem à distribuição desigual de substâncias no citoplasma
do ovo, ocorrida nas primeiras mitoses, do que resultaria as diversas células tomarem rumos diferentes.
3. A influência do meio onde se encontram as células (ou influências de um grupo de células ou
tecido sobre o desenvolvimento e a diferenciação de outros grupos celulares ou tecidos) - essa influência,
denominada evolução embrionária é exercida através da produção de substâncias indutoras que se
difundem até a região embrionária induzida.
Crescimento
Aumento das dimensões do indivíduo que é feito por dois processos:
Aumento do número de células (hiperplasia) e aumento do volume celular (hipertrofia).
1. Tipo de Ovos
O tipo de desenvolvimento embrionário inicial, varia de acordo com o tipo de ovo que o animal
produz.
Os ovos apresentam seu citoplasma dividido em duas partes distintas:
I. O citoplasma nutritivo ou vitelo ou deutoplasma, que tem reservas para alimentar o embrião.
Trata-se de substância inerte, mobilizada pelo bioplasma por ocasião da segmentação.
II. O citoplasma ativo ou formativo ou bioplasma, constituído por matéria viva, funcionante.
A classificação dos ovos é baseada na quantidade e distribuição do vitelo no citoplasma:
Ovos Oligolécitos
São pobres em vitelo e a sua distribuição é uniforme no citoplasma. Existe em esponjas e
celenterados. São também chamados Alécitos.
Ovos Centrolécitos
São aqueles em que o vitelo se distribui ao redor do núcleo. Quantidade média de vitelo.
Encontrados nos artrópodes, exclusivamente. O bioplasma se situa na periferia.
Ovos Telolécitos Incompletos
Também chamados hetero-lécitos. Apresentam quantidade média de vitelo que se concentra mais
num dos pólos da célula (pólo vegetal ou vegetativo). O pólo onde se encontra o bioplasma e o núcleo
chama-se pólo animal. Ocorre em vermes, moluscos e anfíbios.
Ovos telolécitos Completos
São ricos em vitelos que ocupa quase todo o citoplasma da célula, empurrando o núcleo e o
bioplasma para a periferia do ovo, no pólo animal. Nessa região surge a cicatrícula, por ocasião da
segmentação. Encontrados em peixes, répteis, aves e mamíferos não placentários (ornitorríneo).
Nota: Ao se fazer uma análise comparativa entre os vertebrados, observa-se que de um modo
geral, os seus ovos apresentam diferentes quantidades de vitelo entre uma classe e outra. Nos peixes e
anfíbios ela é de média elevada. Já os ovos de répteis e aves têm abundância de vitelo. A razão desse
fato é em parte, devido à crescente independência de desenvolvimento embrionário em relação ao
ambiente aquático, durante a evolução.
Os ovos de peixes e anfíbios logo originam larvas (alevinos e girinos) que têm capacidade para
retirar o alimento do ambiente aquático. Necessitam apenas de quantidade média de vitelo. Já os ovos de
aves e répteis se desenvolvem em ambiente terrestre e não há fases larvárias. O desenvolvimento
embrionário é totalmente feito a partir das reservas contidas no próprio ovo. A maioria dos mamíferos tem
ovos oligolécitos pois praticamente toda a alimentação provém do organismo materno através da placenta.
2. Tipos de Segmentação (Clivagem)
Segmentação ou clivagem corresponde as primeiras divisões mitóticas do zigoto. As células que
surgem durante esse processo são chamadas blastômeros.
As segmentações variam de acordo com a distribuição e quantidade do vitelo e do bioplasma no
ovo, isto é, para cada tipo de ovo corresponde um tipo de segmentação. Durante a segmentação não há
aumento de volume total do ser em relação ao ovo. Portanto, após cada mitose os blastômeros resultantes
têm a metade do volume do blastômero original.
Segmentação Total e Igual
Quando os planos de clivagem atingirem o ovo, nenhuma porção dele fica (total), e os blastômeros
têm todos o mesmo tamanho (igual). Existe nos ovos oligolécitos:
A velocidade de segmentação é inversamente proporcional à quantidade de vitelo
Segmentação Parcial e Discoidal
A segmentação é dita quando se restringe apenas a uma região do ovo - pólo animal. Boa parte
da massa do ovo permanece indivisa.
A segmentação parcial e discoidal ocorrem em ovos telolécitos completos ao nível da cicatrícula.
É discoidal devido à forma circular formada pelo aglomerado de blastômeros.
Segmentação Parcial e Superficial
Limita-se à região periférica do ovo, uma vez que o vitelo está localizado em volta do núcleo e não
na periferia. È observada nos centrolécitos.
3. Fases da Embriogênese
Nos cordados, as diversas fases do desenvolvimento embrionário, que surgem após a formação
do zigoto, são:
- segmentação (clivagem)
- mórula
- blástula
- gástrula
- nêurula
- organogênese
Mórula
Após a sua formação, o ovo sofre várias mitoses sucessivas, originando inúmeras células
denominadas blastômeros. A série de mitoses iniciais chamamos segmentação ou clivagem.
A partir do estágio de 16 células em diante, o aspecto embrião é semelhante ao de uma pequena
amora. Por esse motivo essa fase foi denominada mórula. Neste período não há aumento do tamanho do
embrião e o aglomerado de blastômeros forma uma estrutura esférica e maciça.
Blástula
Após a formação de várias centenas de blastômeros, começa a haver um movimento ativo destas
células para a periferia, surgindo uma cavidade que vai gradativamente se enchendo de líquido, aparece
então uma estrutura oca esférica e constituída por uma só camada de célula (monodérmica), a
blastoderme. A cavidade é chamada blastocele, e o embrião, nesta fase, blástula.
Gástrula
Ocorre a invaginação gradual das células de um lado da parede da blástula para dentro da
blastocele. Essa invaginação se processa até o desaparecimento total da blastocele, passando o embrião
a ser formado por duas camadas de células superpostas. A camada externa é denominada ectoderme ou
ectoblasto e a interna endoderme ou endoblasto. Estas camadas, recebem em conjunto o nome de folhetos
embrionários.
Com a invaginação surge uma nova cavidade revestida pelos folhetos embrionários - o arquêntero
ou intestino primitivo. O arquêntero se comunica com o exterior através de uma abertura, o blastóporo. É
a fase de gástrula.
O processo de formação da gástrula é chamado de gastrulação.
Cumpre salientar que a embriogênese aqui representada corresponde à do anfioxo.
Após o surgimento da gástrula didérmica, desenvolve-se a gástrula tridérmica ou triblástica,
caracterizada pelo desenvolvimento do terceiro folheto embrionário - o mesoderma, o qual tem origem a
partir de duas evaginações laterais do endoblasto (mesentoblasto), que vão tornando a forma de duas
vesículas que posteriormente se estrangulam e se separam do agora denominado endoderma. Dessas
vesículas mesodérmicas, a lâmina mesodérmica aplicada ao ectoderma recebe o nome de somático e,
juntamente com o ectoderma, constitui a somatopleura. A outra lâmina, aderida ao endoderma, é
esplâncnica e junto com ele forma a esplancnopleura. A cavidade entre a esplancnopleura e a
somatopleura é o celoma ou cavidade geral do embrião a qual, durante o desenvolvimento embrionário,
será dividida pelo diafragma em dois compartimentos: a cavidade abdomino-pélvica e a cavidade torácica;
esta última desdobra-se, posteriormente, nas duas cavidades pleurais e na cavidade pericárdica.
Ao mesmo tempo que se forma as vesículas mesodérmicas, no teto do arquêntero ocorre uma
evaginação longitudinal do endoderma, que resultará na formação de um cordão fibroso paralelo ao dorso
do embrião, denominado notocorda ou notocórdio, o qual representa o primeiro esboço de esqueleto axial
do indivíduo, sendo posteriormente substituído pela coluna vertebral nos vertebrados.
A notocorda, ao mesmo tempo em que se desenvolve, secreta substâncias indutoras (indução
embrionária) que atuam sobre o ectoderma ao longo do dorso da gástrula, originando uma espécie de
canaleta - o sulco neural -, que, posteriormente funde os seus bordos e se desprende do ectoderma
suprajacente, formando o tubo neural, do qual tem origem o sistema nervoso central (encéfalo e medula
e...
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