CADERNO C CORREIO POPULAR C7 Campinas, quinta-feira, 28 de junho de 2012 Divulgação Literatura Tem Planta que Virou Bicho! Volume 2 será lançado hoje Nas mãos da publicitária Alda de Miranda e no olhar do fotógrafo Cacio Murilo, os vegetais, frutas e legumes ganham vida. Pimentão vira beija-flor, repolho se transforma em leitão roxo e uma pacífica carambola ressurge como uma assustadora serpente. O segundo volume de Tem Planta Que Virou Bicho! (Editora Escrituras), que será lançado hoje, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi Campinas, é recheado de poesia e procura falar sobre os alimentos e os animais de um jeito divertido, entre rimas e imagens. Embora dirigido aos pequenos leitores, o livro também encanta adultos pela leveza e ritmo de seus textos e pela criatividade das imagens. Alda de Miranda é publicitária e entusiasta de causas ambientais. Graduada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), com extensão em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), é especialista em marketing e foi uma das pioneiras no Brasil no desenvolvimento de ações para o lançamento de alimentos orgânicos processados. Neta de fazendeiros, o contato com a natureza sempre fez parte de sua vida. Sua paixão por livros começou na infância, quando, nas férias, passava tardes inteiras na biblioteca. Com entrada franca, o lançamento de Tem Planta Que Virou Bicho! Volume 2 está marcado para as 19h, no auditório da Livraria Cultura, no piso térreo do Shopping Center Iguatemi Campinas, localizado na Av. Iguatemi, 777, Vila Brandina. O telefone é 3751-4033. (Da Agência Anhanguera) O NÚMER0 18 REAIS É o preço sugerido de Tem Planta Que Virou Bicho! Volume 2 Fotografia que integra o livro de Alda de Miranda: noite de autógrafos na Livraria Cultura do Iguatemi Eumênides encerra a trilogia Orestia Rodrigo Zanotto/Especial para a AAN / AGENDA / Espetáculo será encenado de hoje a domingo no Teatro de Arte e Ofício (TAO) AGENDE-SE G O quê: Eumênides, de Ésquilo G Quando: Hoje a domingo, às 20h30 G Onde: Teatro de Arte e Ofício — TAO (Rua Conselheiro Antônio Prado, 529, Vila Nova, 3241-7217) G Quanto: hoje, amanhã e domingo, R$ 7,00 e R$ 3,50; sábado, R$ 10,00 e R$ 5,00; instituições e escolas têm preços especiais Marita Siqueira DA AGÊNCIA ANHANGUERA [email protected] O grupo Rotunda encerra nesta semana a trilogia grega Oréstia, de Ésquilo, com a peça Eumênides, inédita no Brasil em seu formato original. Após as encenações de Agamênon e As Coéforas, o ato final trata da persegui- Tragédia grega é encenada pela 1ª vez no formato original ção de Orestes pelas fúrias vingadoras, divindades antigas e poderosas encarregadas de punir os crimes dos mortais, especialmente os consanguíneos. O espetáculo será apresentado de hoje a domingo, às 20h30, no Teatro de Arte e Ofício (TAO), de Campinas. Eumênides mostra o con- Cena de Eumênides, peça que estreia hoje e encerra a trilogia que tem direção geral de Teresa Aguiar fronto das fúrias com o deus novo, Apolo, que instigou Orestes ao crime e o defende. “A peça mostra mudan- ças de costumes. Primeiro a soberania dos novos deuses sobre as antigas divindades, depois o fim da lei do Ta- lião, do dente por dente. Até então, os crimes eram resolvidos pela via da vingança. A partir dessa peça, fica insti- tuído o Conselho de Juízes, ou tribunal do júri, que passa a julgar os crimes dos mortais e assume a responsabilidade pela justiça”, explica a produtora executiva da montagem, Ariane Porto. “Em Eumênides surge o ‘voto de Minerva’, nome romano de Atena, que estabelece que o presidente do júri dá o último voto em caso de empate entre os juízes.” A trilogia começou há duas semanas com Agamênon, que trata da volta do rei Agamênon depois de derrotar Troia e seu assassinato pela mulher Clitemnestra, em vingança pelo sacrifício da filha Ifigênia. Prosseguiu na semana passada com As Coéforas, que mostra a vingança de Orestes e Electra pelos filhos de Agamênon e Clitemnestra, pelo assassinato do pai. Segundo o professor de artes cênicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em mitologia grega, Márcio Tadeu, atualmente se percebe uma volta das tragédias gregas para o palco. “Elas são um espelho do mundo em que vivemos, com suas grandes tragédias e desmandos. Além de representarem a origem do teatro ocidental, as tragédias gregas funcionam como uma forma de purificação para o público”, afirma. Nova temporada Em agosto, a trilogia voltará para uma nova temporada no TAO, de 16 de agosto a 2 de setembro. Oréstia tem direção geral de Teresa Aguiar; direção de elenco, cenários, figurinos e assessoria histórica do professor de Márcio Tadeu; trilha sonora original de Mário Manga, preparação corporal da coreógrafa espanhola radicada em Londres, Carmen Vilches; e produção executiva de Ariane Porto. Dércio Marques morre em Salvador Pneumonia mata a Cedoc/RAC / MÚSICA / Violeiro teve insuficiência renal devido a complicações de um câncer Delma Medeiros DA AGÊNCIA ANHANGUERA [email protected] “Existe mesmo um céu? Existem anjos por lá? Se existem, que eles se calem por um tempo. Está chegando por lá quem toca e canta bem melhor do que eles.” Com essas palavras o poeta Carlos Rodrigues Brandão anunciou aos amigos a morte do violeiro, cantor e compositor mineiro Dércio Marques (1947-2012), na noite de terça-feira, em Salvador, de insuficiência renal, devido a complicações de um câncer no pâncreas. O músico estava internado há três semanas no Hospital Ana Nery, onde se recuperava da operação de retirada do pâncreas, vesícula e baço. “Só de falar nisso dá um nó na garganta. Mais que um parceiro querido, ele foi meu mestre, meu irmão mais velho, uma referência para todos os violeiros. Dércio era uma figura incrível, que ajudou muita gente em sua caminhada. Agora cabe a nós seguirmos cantando forte”, afirmou o violeiro campineiro João Arruda, que desde o início da carreira fez muitos shows com o mestre. O cantor foi o responsável pelo lançamento de Hortelã, primeiro CD do O violeiro Dércio Marques tinha uma forte ligação com Campinas HOMENAGEM “Voa pelo céu errante menestrel Sem pouso nenhum, Que os anjos o recebam com a luz divina, E o acordem cantando como faz o passarinho Nós aqui seguimos firme, fulejando Por essas terras, ventos e caminhos Colhendo flores de ipês amarelos Com o canto forte na garganta Os anjos do céu se alevantam Pra receber nosso companheiro irmão Como o pão nasce do trigo agente renasce a cada dia Como num canto de magia No coro das folias e dos anjos celestiais. Mano, fique em paz que o resto a turma faz. Cantaremos nessa hora ... num coro de inverno Que nosso canto seja eterno, que a prece seja ouvida amém!” (João Arruda) também violeiro Ivan Vilela. Segundo o jornalista e músico Zeza Amaral, amigo do cantor, há algum tempo ele sofria com uma hepatite que não se curava. Numa endoscopia, descobriu uma obstrução na vesícula e, posteriormente, um câncer no pâncreas. Dércio Marques foi figura frequente em Campinas nas décadas de 70 e 80, quando era casado com a cantora Diana Pequeno. “Dércio era um dos poucos garimpeiros da música folclórica brasileira. Ele fazia um resgate importante do cancioneiro popular. É uma grande perda”, disse Amaral. Dércio Marques esteve em Campinas pela última vez em 2007, para o show de lançamento do CD Jardim de Todos, na CPFL Cultura. “É um CD em que ele musicou poemas do Carlos Brandão, e também marcou as comemorações pelos 60 anos dele”, contou João Arruda. “O mundo perdeu o último grande menestrel, porque a Europa não tem, Ásia, África, Oceania, nem em todo o resto do continente americano, um que se iguale a ele. A não ser que exista e não saibamos”, escreveu o compositor Elomar em nota divulgada por sua assessoria de imprensa. Dércio Marques foi um dos principais intérpretes das músicas de Elomar. O corpo do compositor foi velado no cemitério Jardim da Saudade e será cremado hoje em Salvador. A família ainda vai decidir se suas cinzas serão jogadas em um rio ou no mar, duas paixões do músico. Nos últimos anos, Dércio Marques alternava sua residência entre sua cidade natal, Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Salvador. Ele deixa uma companheira e quatro filhos. escritora e cineasta Nora Ephron / CINEMA / Roteirista do filme Harry e Sally — Feitos um para o Outro tinha 71 anos De Los Angeles A cineasta Nora Ephron, indicada ao Oscar pelos roteiros das comédias românticas Harry e Sally — Feitos um para o Outro e Sintonia de Amor, morreu anteontem aos 71 anos. A diretora e escritora morreu de pneumonia devido a uma leucemia, informou a revista Variety, pouco depois de o jornal The Washington Post confirmar sua morte após horas de rumores. Liz Smith, blogueira do mundo do espetáculo e amiga de Ephron, escreveu horas antes em sua coluna: “Não direi ‘descanse em paz, Nora’. Só me pergunto o que vou fazer sem você”. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que “a perda de Nora Ephron é uma devastadora notícia para as artes e a comunidade cultural da cidade. Os livros, filmes e obras que situou aqui serão desfrutados por gerações”. Nascida em 19 de maio de 1941, em Nova York, Ephron começou sua carreira como jornalista, trabalhando para Newsweek, New York Post e Esquire, antes de se consagrar como roteirista, diretora e produtora de comédias românticas. Nora Ephron escreveu um dos filmes mais representativos do gênero: Harry e Sally — Feitos um para o Outro (1989), com Meg Ryan e Billy Crystal, que lhe valeu a indicação ao Oscar de Melhor Roteiro. Quatro anos depois, Ephron obteve outra indicação ao Oscar, com Sintonia de Amor (1993), protagonizado por Meg Ryan e Tom Hanks. Seu último trabalho foi Julie & Julia (2009), filme que escreveu, produziu e dirigiu baseado no livro Julie Powell, sobre a blogueira que faz todas as receitas da chef Julia Child (Meryl Streep, indicada para o Oscar de melhor atriz). Adorada por uma geração de amantes de comédias românticas, Ephron também foi indicada duas vezes para o prêmio Razzie (do pior do cinema), por direção e roteiro de A Feiticeira (2005), com Nicole Kidman, Will Ferrell, Steve Carell, Shirley MacLaine, Michael Caine e Jason Schwartzman. Ephron, que se casou três vezes, vivia atualmente com o roteirista Nicholas Pileggi. Seu segundo marido, Carl Bernstein, foi um dos jornalistas que revelaram o escândalo do Watergate, que terminou com a renúncia do presidente republicano, Richard Nixon, em agosto de 1974. (Da Agência France Press)