Cinco deveres de casa que precisamos fazer

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Cinco deveres de casa que precisamos fazer
Fonte: Portal Administradores
Até o ano passado tivemos quase duas décadas de uma ilusória bonança no Brasil. E como resultado hoje temos
desequilíbrio dos principais indicadores macroeconômicos: inflação crescendo muito mais do que o desejado, economia
praticamente estagnada e taxa de câmbio muito instável.
Este cenário impacta dois importantes personagens econômicos: os investidores, cada vez com menos confiantes no
nosso país e mais freio de mão puxado, e os consumidores, com “poder de compra” diminuído, selecionando melhor
seus gastos para não viver na inadimplência. Com investidores aplicando menos e consumidores adquirindo menos, a
crise se estende e não será superada em curto prazo.
Por essa razão, que prefiro dizer que estamos atravessando um novo ciclo. A crise levará ao menos todo este ano de
2015 e grande parte de 2016. Nossa economia está passando por um macro ajuste para sanar as sequelas de uma
série de decisões erradas tomadas anteriormente. O “remédio” que curará nosso país é amargo e cada brasileiro tem
que fazer sua parte nesse “tratamento”.
Então, seja você dono de uma empresa, funcionário contratado ou trabalhe por “conta própria”, vale a pena focar em
cinco atitudes capazes de definir seu sucesso ou fracasso neste novo ciclo desafiador:
1 – Esteja mais próximo do que nunca dos seus clientes – Esta não é a hora de cortar verba de publicidade e se afastar
da mente dos clientes. É o momento de se mostrar, investir em campanhas de marketing e de adequar
produtos/serviços às necessidades que o mercado exige. É necessário evitar ao máximo reduzir as equipes de vendas
ou vetar despesas com viagens ou visitas à clientes. Quem não estiver junto dos clientes, arriscase a ser esquecido.
2 – Desenvolva pessoas – Um erro muito comum em tempos de crises é diminuir a verba de treinamento. Este sim é um
belo tiro no pé. Capacite as pessoas que trabalham na sua empresa ou equipe, ofereça um verdadeiro significado para
que todos atuem de forma mais propositiva e comprometaos com os desafios da empresa. E lembrese sempre: as
pessoas compõem o “motor” de uma empresa. Se elas não estiverem satisfeitas, não sairemos do lugar.
3 – Faça uma redução inteligente de custos e busque mais eficiência operacional – Dê especial atenção à estrutura de
custos da empresa. O custo da improdutividade, da perda de tempo, das reuniões desnecessárias, das visitas
improdutivas, da falta de agilidade, da duplicidade de tarefas e da falta de foco é muito mais alto do que se imagina.
Num momento em que os custos do nosso país estão elevadíssimos, temos que fazer mais por menos e não apenas
cortar pessoas. Não podemos ser complacentes com estes custos só porque eles não habitam as planilhas financeiras e
parecem invisíveis mesmo que para extingui-los seja necessário “readequar” a cultura organizacional.
4 – Reinvente produtos e serviços – Já que não podemos aumentar os preços do que ofertamos na mesma proporção
que crescem os custos da nossa economia, a alternativa é inovar para que a margem de lucro não diminua. Ouça o que
o cliente tem a dizer, pratique a cocriação e agregue novos valores ao que a empresa oferece. Inove processos e
sistemas em áreas como, por exemplo, estoque e compras. Não veja a crise como algo unicamente negativo, pense
“fora da caixa” e aproveite todas as oportunidades.
5 – Fluxo de caixa, fluxo de caixa, fluxo de caixa Mais importante que faturamento ou rentabilidade, é o momento de
manter o fluxo de caixa no “azul”. Evite estoques desnecessários, compras postergáveis e seja eficaz em cobrar suas
faturas, dê desconto e, para pagar suas contas, negocie descontos. Mais importante que faturamento ou rentabilidade é
garantir o fluxo de caixa positivo e isso exige “mão de ferro”.
O caminho para superarmos este novo ciclo não é optarmos pelo muro das lamentações ou procurarmos bodes
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expiatórios. Temos que entender a realidade que nos envolve, superar os ajustes inevitáveis e manter nossas empresas
acessas.
Não é o momento de sermos pessimistas nem tampouco otimistas. É a hora de nos mantermos bem informados,
adotarmos uma série de precauções (como as que sugeri acima) e continuarmos sonhando com o futuro do nosso país,
mas com os pés muito bem fincados no chão. É o momento de assumirmos as rédeas do nosso destino e seguirmos em
frente com foco, determinação e perseverança. E acredite: vamos sair dessa! É só uma questão de tempo.
* César Souza é consultor e presidente e fundador do Grupo Empreenda.
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