Artigo sobre o Medo de Voar

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Tratamento do medo de voar: uma pesquisa exploratória
sobre as perspectivas teóricas e metodológicas
Fear of flying treatment: an exploratory study
on the theoretical and methodological perspectives
Solange Regina Signori Iamin1
Resumo.O medo de voar é considerado uma fobia específica que traz diversos problemas na vida do
indivíduo e, na atualidade, a necessidade de voar afeta, a cada dia, mais e mais pessoas no mundo dos
negócios. Além disso, nos últimos anos, as estatísticas apontam o crescente número de voos e de
pessoas que relatam o medo de voar. Objetivos: identificar as perspectivas teóricas e metodológicas no
estudo e tratamento do medo de voar; discutir as técnicas e programas utilizados; analisar as formas de
tratamento do medo de voar. Método: exploratório, com uma pesquisa de revisão bibliográfica em 50
artigos científicos em Português, Inglês e Espanhol. Resultados:de acordo com as perspectivas teóricas e
metodológicas utilizadas no tratamento do medo de voar, as pesquisas realizadas levam em
consideração o medo como uma emoção adquirida por condicionamento. Assim, os estudos são
voltados para a análise dos programas de tratamento para o medo de voar. As técnicas cognitivocomportamentais e técnicas mediadas por computador como a VRET (Virtual Reality
ExposureTherapy), CAE-T (Computer-assistedExposurewithTherapist) e CAE-AS (ComputerassistedExposure Self-administered) têm sido as técnicas de escolha e se mostram extremamente
eficazes para este tipo de fobia. Considerações finais: a ausênciade publicações sobre o tratamento do
medo de voar no Brasil sugerem a necessidade e a relevância de que pesquisas sobre essa questão sejam
desenvolvidas com dados brasileiros.
Palavras chave:medo de voar, ansiedade, fobia, tratamento.
Abstract.
Key Words:flying fear, anxiety, phobia, treatment.
1
Psicóloga, Mestre pelas Faculdades Pequeno Príncipe, Terapeuta cognitivo-comportamental.
Introdução
Estudos têm sido desenvolvidos no campo da Psicologia clínica a respeito dos
transtornos de ansiedade e, entre eles, o medo de voar. Asinvestigações concentram-se em
países da América do Norte e Europa (Bornas, et al, 2007; Haug et al, 1987; Oakes e Born,
2010; Van Almen e Van Gerwen, 2013).
No Brasil foram encontradas quatro publicações sobre investigações dessa natureza, o
que demonstra um baixo índice de pesquisas sobre o tema que por sua vez dificulta a expansão
dos tratamentos para o medo de voar no país; um dos artigos encontradossobre o tema
foipublicado por Remor (2000) da UniversidadAutonoma de Madrid, entretanto, o trabalho não
deixa claro se o caso apresentado foi realizado no Brasil ou na Espanha.A pesquisa de Reimer,
(1994), se desenvolve em relação a aspectos gerais do medo e da fobia de voar. Mendlowiczet
al (1996), investigou sobre as questões clinicas, noológicas e terapêuticas do medo de voar.
Mattos (2010), relata os fatores psicológicos e fisiológicos que causam desconforto em
passageiros que tem medo de voar e Ramos, De Mattos , Rebouças e Ranvaud, (2012) trataram
do tema sobre o espaço e a percepção do movimento e o desconforto nas viagens aéreas. De
qualquer maneira estes estudos não focaram as formas de tratamento mais eficazes para o medo
de voar se comparados com estudos estrangeiros que tem pesquisado diversos tipos de terapia
para auxiliar pessoas com fobia de avião.
Nos últimos anos têm se percebido o aumentoda demanda dos voos, tanto domésticos
como internacionais.Para Oliveira (2009), o transporte aéreo é um dos setores apontados como
estratégicos para um país, em decorrência da relevância que tem para o funcionamento da
economia. Ele se constitui em elemento potencializador de negócios para milhares de empresas
pelo Brasil afora, dado que as corporações o utilizam intensamente para deslocamento rápido
de empresários, executivos e técnicos, trazendo mais agilidade e eficiência e, por consequência,
maior volume de operações e crescimento econômico. Parece evidente que a necessidade de
voar afeta, a cada dia, mais e mais pessoas no mundo dos negócios.
Por outro lado, o acesso de um maior contingente populacional do Brasil, em
decorrência de preços mais acessíveis das tarifas aéreas, provocados principalmente pelo
aumento da concorrência no setor, e do aumento de renda média do brasileiro, fez com que o
uso do modal aéreo de passageiros no país se tornasse mais acessível.
Essas proposições são corroboradas por uma das principais estatísticas do transporte
aéreo no Brasil, o chamado RPK (revenue-passenger-kilometers), que indica o nível do tráfego
aéreo no país. Em 1970 esse indicador estava na casa de 2 bilhões, alcançando 39,8 bilhões no
ano de 2006 e 57,7 bilhões em 2013, segundo informações divulgadas pela Agência Nacional
de Aviação Civil (2013).
Paralelamente a estes fatos, percebe-se o surgimento de uma grande quantidade de
pessoas relatando medo de voar (Iamin, 2014, Laker, 2012, Bor, 2007). Neste sentido faz-se
relevante desenvolver estudos que contemplem esta questão e que aprofundem conhecimentos
a respeito dos tratamentos utilizados para vencer o medo de voar, tendo em vista que muitas
pessoas, por motivos laborais, estão constantemente mudando-se geograficamente dentro e fora
do Brasil por exigências das empresas para as quais prestam serviço, sendo o transporte aéreo,
na maioria das vezes, o meio de transporte mais rápido. Quando a pessoa tem medo de voar
estas possibilidades de trabalho podem ficar prejudicadas limitando-a no seu desenvolvimento
profissional e pessoal.
O medo de voar é considerado uma fobia específica que tem trazido importantes
repercussões na vida das pessoas seja em nível pessoal, familiar e profissional. Estudos
espanhóis (Battestini, 2000; Tortella-Feliu, Fullana e Bornas, 2000) apontam que a
percentagem da população com medo de voar varia de 13 a 30%. Nos Estados Unidos o índice
é de 10 a 40% (Dean e Whitaker, 1982; Van Gerwen eDiekstra, 2000). No Brasil foi
encontrada uma pesquisa sobre o medo de voar realizado pelo Ibope,mencionando que 42% dos
Brasileiros têm medo de viajar em avião (Villela, 1998).
O objetivo geral deste estudo é identificar as perspectivas teóricas e metodológicas no
estudo e tratamento do medo de voar. Os objetivos específicos incluem: discutir as técnicas e
programas utilizados; e analisar as formas de tratamento do medo de voar.
Perspectivas teóricas do medo
O medo de voar é considerado uma fobia específica(DSM-IV, 2002). Estas fobias vêm
sendo tratadas ao longo dos anos por meio de técnicas comportamentais e cognitivocomportamentais (Karoly, 1974; Roberts, 1989; Kormos, 2003). O uso destas técnicas estão
vinculadas
ao
conceitodo
medo
como
sendo
desenvolvido
por
condicionamento
(Rachman,1977), que pode ser por associação, por observação ou por informações. Assim a
força do medo é determinada pela associação entre a experiência do medo, o estímulo
provocador e a intensidade do medo causado pelo estímulo. A pessoa se expõe a um estímulo
provocador do medo, como a vivência de uma situação desagradável, quais sejam, um voo com
forte turbulência, o que supõe uma perda repentina de apoio;uma aterrissagem violenta;os
ruídos altos da decolagem; oumudança de pressão na cabine (Whilhelm e Roth, 1997). Apartir
deste momento, o avião torna-se um estímulo condicionado para a resposta de medo que surge
com sintomas de ansiedade.
Outra hipótese é sobre o medo ser adquirido mediante informação ou modelagem sobre
o quanto andar de avião pode ser perigoso.A aprendizagem vicária ou modelagem
(Bandura,1970) também pode explicar o condicionamento por meio da observação. A pessoa
aprende a ter medo por observar alguém com medo durante um voo, repetindo um
comportamento aprendido em relação ao voar de avião, a partir do medo expressado por algum
familiar ou amigo.Os meios de comunicação também podem ser considerados um fator
condicionador do medoquando trasmitenotícias e imagens de fragmentos de fuselagem,
parentes chorando, conforme relatamWhilhelm e Roth (1997). Acontece um acidente aéreo e a
pessoa fica presa à notícia, não consegue tirar os olhos da televisão ou assiste programas sobre
catástrofes aéreas, ou filmes de acidentes de avião. No condicionamento, a pessoa passa a
aprender respostas para lidar com sua ansiedade, e uma das respostas aprendidas é a
evitaçãodos voos (Vriends, Michael, Schindler e Margraf, 2012).
Em relação ao medo de voar, este permanece porque as pessoas começam a evitar os
aviões (Van Gerwen, 2012).Ao evitar a situação que gerou o medo, a ansiedade diminui e então
a pessoa assume a evitação como uma estratégia de enfrentamento ao medo, porém, a cada
evitação, vai se criando um reforço dos temores que são irracionais e a fobia se instala (Iamin,
2014). Muitas pessoas seguem voando, porém, com um nível de ansiedade tão alto e com tanto
mal estar que somente usam o avião por estrita necessidade, ou então começam a fazer uso de
medicação (Abene e Hamilton, 1998; Wilhelm e Roth, 1997), ou álcool para suportar o voo
(Wilhelm e Roth, 1997).
Perspectivas metodológicas no estudo e tratamento do medo de voar
As metodologias utilizadas nos estudos para o medo de voar têm sido o ensaio clínico
controlado, os sujeitos são recrutados por meio de divulgação em algum jornal local (Bornas,
Tortella-Felliu e Llabrés, 2006; Fullana e Tortella-Feliu, 2001; Muhlberger, Herrmann,
Wiedemann, Ellgring e Pauli, 2001;Ost e Alm, 1997).A seguir, é realizada a aplicação de um
questionário demográfico,bem como uma
avaliação da psicopatologia geral para a
identificação de transtornos de ansiedade e depressão por meio dos Inventários de Beck
(Muhlberger, et al, 2001; Haug et al, 1987; Ost, Brandberg e Alm, 1997; Rothbaum, et al,
1996; Fullana e Tortellla-Feliu, 2001).
A seleção dos sujeitos para a pesquisa é realizada por intermédiodos critérios
diagnósticos para fobia específica de avião do DSM IV (Fullana e Tortella-feliu, 2001; Bornas,
Tortella-Felliu e Llabrés, 2006, Muhlberger, Herrmann, Wiedemann, Ellgring e Pauli, 2001;
Ost e Alm, 1997; Baños Rivera, Arbona, Perpiña e Castellano, 2001;Rothbaum, et al,
1996).Além disso, são aplicadas escalas sobre o medo de voar onde se busca identificar o uso
de álcool ou sedativos (Muhlberger, Herrmann, Wiedemann, Ellgring e Pauli, 2001).
Pesquisadores têm utilizadoquestionários para avaliar o medo de voar, como o
Questionário do medo de voar-II, um instrumento que permite quantificar a intensidade do
medode voar (Fullana e Tortella-Felliu, 2001;Baños Rivera, Arbona, Perpiña e Castellano,
2001;Bornas et al, 2002; Bornas, Tortella-Felliu e Llabrés, 2006; Bornas et al, 2011; )e a
história pessoal de voo,que possibilita identificar os fatores de instauração e manutenção do
medo de voar, as reações fisiológicas, estratégias de enfrentamento e sua intensidade (Fullana e
Tortella-Felliu, 2001; Bornas et al, 2002; Bornas, Tortella-Felliu e Llabrés, 2006; ). Outro
instrumento utilizado sãoas escalas, como aescala de mal estar global que avalia o mal estar
sentido pela pessoa durante um voo; ea escala de medo de voar (Fearofflyingscale-FFS) que
mede as expectativas de perigo que a pessoa associa com o medo de voar (Fullana e TortellaFeliu, 2001; Baños Rivera, Arbona, Perpiña e Castellano, 2001; Bornas et al, 2002;
Muhlberger, Herrmann, Wiedemann, Ellgring e Pauli, 2001).
Além destas, outras escalas tambémtêm sido utilizadas, tais como: a VAFAS (visual
AnalogueFlightanxietyscale)(Busscher, Spinhoven, Van Gerwen e De Geus, 2013) que são
aplicadas na entrevista inicial; aFAS (Flightanxietysituation) (Busscher, Spinhoven, Van
Gerwen e De Geus, 2013) aplicada após o segundo voo, para identificar o nível de ansiedade
durante
o
mesmo
e
nos
diferentes
voos
realizados
pelos
sujeitos;
aFAM
(FlightanxietyModality) (Busscher, Spinhoven, Van Gerwen e De Geus, 2013) quepermite
identificar os sintomas de ansiedade sentidosdurante a avaliação inicial e após o segundo voo;o
ASI (AnxietySensivity Index) (Muhlberger, Herrmann, Wiedemann, Ellgring e Pauli, 2001;
Busscher, Spinhoven, Van Gerwen e DeGeus, 2013) que é aplicado na entrevista inicial para
avaliar o grau em que os participantes estão preocupados com as possíveis consequências
negativas relacionadas às sensações de ansiedade e a SUD (SubjectiveUnitsofDisconfort) que
avalia os níveis de ansiedade dos participantes (Busscher, Spinhoven, Van Gerwen e De Geus,
2013).
De acordo com estes estudos percebe-se a utilização de diferentes escalas que avaliam a
ansiedade e o medo de voar de avião. O rigor metodológico demonstrado nesses
instrumentosassegura a confiabilidade na sua utilização quando se vai avaliar um sujeito para
aplicar alguma forma de tratamento.
As técnicas da TCCno tratamento do medo de voar
Tendo em vista as estatísticas e o aumento do uso do transporte aéreo em escala
mundial, os profissionais da área da psicologia de Universidades estrangeiras têm cada vez
mais se interessado em pesquisar sobre medo de voar. Muitos programas de tratamento são
realizados em diversos países, bem como estudos sobre o tema, entre eles as técnicas da
Terapia Cognitivo-Comportamental e o uso das novas tecnologias de informação (Softwares)
(Abene e Hamilton, 1998; Bornas, et al, 2002; Anderson, et al, 2006; Van Gerwen, Spinhoven
e Van Dick, 2006; Faraci, Triscari, DÀngelo e Urso, 2011).
O uso da Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) nos programas de tratamento são
direcionados à informação, à exposição e ao treino em relaxamento, treino de habilidades de
enfrentamento (Oakes e Bor, 2010; Vriends, Michael, Schindler e Margraf, 2011).
Os transtornos psicológicos, incluindo as fobias, surgem como consequência de uma
aprendizagem disfuncional (Caballo, 2007), assim, o modelo de tratamento da TCC deverá ser
direcionado a ensinar o paciente na emissão de respostas mais adaptativas aos estímulos do
medo. Isso pode ser realizado por meio da extinção da resposta bem como pelo aprendizado de
habilidades de enfrentamento. A técnica de escolha para vencer a fobia de voar é a exposição
mediante o conceito de dessensibilização sistemática que pode ser primeiramente realizada na
imaginação, e com a ajuda de vídeos que contenham cenas de vôos, turbulência, sons do avião
e, posteriormente, com a exposição ao vivo (Howard, Murphy e Clarke, 1983; Bornas et al,
2001; Tortella-Feliu e Fullana, 2006).
A dessensibilização sistemática é uma técnica de exposição gradual. Inicia-se
primeiramente com exposição na imaginação e posteriormente a exposição é realizada ao vivo.
Enquanto vai fazendo a exposição, a pessoa vai sendo treinada na respiração e no relaxamento
muscular e, com isso, vai acontecendo a inibição dos sintomas. Trata-se de colocar a pessoa em
contato direto com a situação que gera ansiedade, não deixando que ela fuja, mas que suporte a
ansiedade até que esta baixe seu nível. Esta técnica foi desenvolvida por Wolpe na década de
1950 (citado por Cordiolli, 2008).
O Tratamento do medo de voar também inclui a técnica de Reestruturação Cognitiva
(Roberts, 1989; Vriends, Michael, Schindler e Margraf, 2012). A reestruturação cognitiva é
uma técnica desenvolvida por Aaron Beck na década de 1960. Ele observou que os pacientes
que tinham depressão apresentavam determinadas distorções de pensamento e que ao modificar
estes pensamentos ocorria uma mudança em nível de sentimentos e comportamentos. A partir
daí, surgiu o pressuposto de que “os efeitos do comportamento de uma pessoa estão, em grande
parte, determinados pelo modo como as mesmas estruturam e interpretam o mundo” (Beck et al
2001, pg. 13). Assim, de acordo com Beck, as cognições, ou seja, a maneira como a pessoa
pensa e imagina determinados eventos estão baseadas em atitudes e esquemas (supostos)
desenvolvidos a partir de suas experiências anteriores.
O tratamento para os medos será baseado na mudança cognitiva e no enfrentamento da
situação temida (Bandura, 1977, Meichenbaum, 1977). Os pensamentos irracionais são os
responsáveis pelo desequilíbrio emocional e pelos comportamentos. O pensamento irracional
leva a pensamentos auto derrotistas, ocorre um diálogo interno negativo. As fobias estão
relacionadas à auto-afirmações catastróficas feitas pelo próprio sujeito e o objetivo da terapia
consiste em transformar os pensamentos e crenças irracionais em outras mais realistas (Ellis,
1962).
Quando a pessoa começa a entender e a usar a técnica da TCC ela dá início a um
processo de contato consigo mesma, saindo do automatismo e tomando consciência dos seus
pensamentos, sentimentos e comportamentos (Iamin, 2014). A pessoa desvela, entende a
maneira como pensa a respeito de si mesma, a forma como pensa sobre as outras pessoas, se
julga, critica, acolhe ou entende e como interpreta o ambiente do qual faz parte. Esta
interpretação pode ter algumas distorções cognitivas, interpretações errôneas que afetam a
maneira como a pessoa pensa, sente e se comporta, interferindo em vários aspectos de sua vida
(Beck et al, 2001; Knapp e cols,2004).
As pesquisas sobre o medo de voar indicam uma forte influência da Terapia Cognitivocomportamental (Capafós, Sosa&Viña, 1999, Bornas, et al, 2004; Busscher, Spinhoven, Van
Gerwen& De Geus, 2013). A esta, entretanto, outras ferramentas vão sendo associados, como a
VRET e o CAE-T (Rothbaum, 1998; Kim, et al, 2008; Bornas et al, 2001). Ademais, outros
estudos sobre o medo de voar são encontrados, os quais se propõem a elucidar a etiologia,
(Armfield, 2006), as características clínicas (Wilhelm, Roth, 1997; Tortella-feliu e Fullana,
2006) e suas reações fisiológicas (Busscher, Van Gerwen, Spinhoven e De Geus,2013). Assim,
pesquisadores procuram ancorar-se em algumas evidências empíricas, aumentando a
compreensão do tema em questão.
Outras técnicas consideradas no tratamento do medo de voar
O uso dos programas de computadores na área da psicologia clínica está
proporcionando ao psicólogo uma abertura para novas formas de tratamento que viabilizam,
colaboram e agilizam o processo terapêutico bem como trazem uma modificação na dinâmica
de relacionamento paciente-terapeuta, pois a palavra já não é mais o único recurso que o
terapeuta pode lançar mão, depois que as novas tecnologias tomaram conta do mercado. Desta
forma, o computador torna-se um mediador eficaz no tratamento principalmente dos
transtornos de ansiedade e entre eles o medo de voar, pois permite o acesso a informações
sobre o tratamento, sobre a patologia, servindo como suporte por meio de programas, jogos,
vídeos e filmes, entre outros recursos que podem ser acessados.
A literatura internacional (Rothbaum, et al, 2006; Bornas, et al, 2001; Brinkman, Van
der Mast, Sandino e Gunawan, 2010; Tortella-Felliu, et al, 2011,) mostra estudos relacionados
ao uso do computador associado ao tratamento para o medo de voar. Estas técnicas motivam os
pacientes para que estes sejam mais ativos na terapia, assumindo o controle pelas próprias
mudanças em relação ao medo.
Uma das técnicas utilizadas,o Virtual Reality ExposureTherapy (VRET),é uma terapia
de exposição que tem sidoaplicadano tratamento do medo de voar. De acordo com Rothbaum,
(1998) o VRET é um sistema 3D de terapia de exposição gerado por computador e que vem
sendo utilizado para o tratamento da ansiedade e, entre eles, para o medo de voar. Consiste em
um capacete que é colocado na cabeça do sujeito e que promove a interação com o sistema
computacional em tempo real, utilizando computação gráfica. Estes capacetes são monitores
com telas separadas para cada olho juntamente com algum tipo de visualização óptica e um
dispositivo de rastreamento de cabeça. Um computador processa imagens visuais e exibe cenas
consistentes de um avião.A pessoa se sente na cabine, com passageiros, ouve o comissário de
bordo dando indicações do voo, ouve sons do motor, pode observar as condições
meteorológicas, enfim, simula toda uma situação de voo. Em alguns ambientes, os usuários
também podem manipular objetos que aparecem no VRET por meio de um sensor que fica na
posição de suas mãos. Assim, o sujeito entra em um ambiente virtual e, à medida que vai
movendo a cabeça, vai recebendo estímulos de exposição que são imagens que vão sendo
modificadas e controladas por ele mesmo, a partir de seu movimento. Este sistema permite que
a pessoa tenha mais ou menos exposição ao medo, ou seja, o próprio usuário pode controlar o
sistema.
Alguns estudos relatam o uso do VRET em associação com a TCC (Bornas, TortellaFeliu e Llabrés, 2006, Rothbaum et al, 2006; Rothbaum, Hodges, e Smith, 1999).
O computer-aidedpsychoterapy (CAE-T) é outra técnica que faz uso das tecnologias
computacionais, é uma terapia de exposição assistida por computador. Refere-se a qualquer
sistema de computação que auxilia no tratamento psicológico e que economiza o tempo do
terapeuta, pois é o paciente que processa os dados, toma as decisões e orienta o tratamento, a
partir das indicações do programa do computador que está sendo utilizado, conforme
reportaMarks et al. (2007b) citado por Tortella-Felliu, et al. (2011).
As técnicas virtuais e a Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) formamum processo
utilizado em larga escala para o tratamento do medo de voar e é considerado muito efetivo para
este fim (Kim et al, 2008; Beckham, Vrana, May, Gustavson e Smith, 1990).
Método
Esteestudo,de cunho exploratório, foidesenvolvidopor intermédio de umarevisão
bibliográfica com a intenção deformar uma base teórica sobre o assunto investigado,
estruturada a partir da pesquisa em artigos que envolvem teorias que já receberam um
tratamento científico.
Foram utilizados50 artigos científicos publicados nas bases de dados eletrônicas Science
Direct, Pubmede BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). A seleção dos artigos foi realizada com os
termos: medo de voar, ansiedade, fobia, tratamento, nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa.
Os critérios de inclusão foram: artigos originais nacionais e/ou internacionais, em
Português, Inglês e/ou Espanhol, publicados entre os anos de 1974 e 2013.
Discussão e Resultados
A relevância dos estudos realizados sobre o medo de voar está demonstrada pelo alto
índice de sujeitos que apresentam este transtorno fóbico (Battestini, 2000; Tortella, Fullana e
Bornas, 2000; Whitaker, 1982; Van Gerwen&Diekstra, 2000; Villela, 1998). As pesquisas
mostram que este medo pode se originar a partir de experiências aversivas, por
condicionamento ou por transmissão de informações (Meichenbaum, 1977; Whilhelm e Roth,
1997) o que faz com que as pessoas comecem a evitar viajar de avião (Vriends, Michael,
Schindler e Margraf, 2012; Van Gerwen, 2012).
As formas de tratamento são variadas e o uso da terapia cognitivo-comportamental tem
se mostrado uma das técnicas mais eficientes no tratamento do medo de voar e na redução da
ansiedade de voar, incluindo uma variedade de métodos como o relaxamento, a
dessensibilização sistemática, exposição e imersão (Oakes e Bor, 2010; Vriends, Michael,
Schindler e Margraf, 2011).A reestruturaçao cognitiva também se mostra eficaz na redução da
ansiedade e do medo (Roberts, 1989; Vriends, Michael, Schindler e Margraf, 2011).
Outras técnicas como a exposição virtual (Bornas, et al, 2001;Rothbaum, 1998, Bornas,
et al, 2001; Brinkman, Van der Mast, Sandino&Gunawan, 2010; Tortella-Felliu, 2011) tem
ganhado notoriedade no tratamento para esta fobia.Para Rothbaum, et al (2006),oVRET
(Virtual reality ExposureTherapy) é importante, dado que o uso desta nova ferramenta colabora
na diminuição do trabalho do terapeuta, pois, além de promover o confronto com a situação
fóbica em um espaço controlado, como é o caso do consultório, é também mais acessível desde
o ponto de vista econômico do que a exposição ao vivo (um voo real).
As pesquisas mostram que as pessoas que haviam feito tratamento para o medo de voar
e que continuavam usando as técnicas e habilidades aprendidas para superar o medo durante os
voos que realizaram, pós tratamento, apresentavam uma redução na ansiedade ao longo do
tempo (Kim, et al, 2008;Tortella-Felliu, 2011).
Considerações finais
Considerando as perspectivas teóricas e metodológicas aqui expostas, entende-se que
diferentes técnicas de tratamento do medo podem ser utilizadas com grande eficácia no
tratamento do medo de voar. Elas trazem grandes benefícios para as pessoas que sofrem deste
mal, tendo em vista que aprendem a enfrentar o medo por meio da exposição, da reestruturação
cognitiva, de informações sobre os voos e do treino de relaxamento, o que diminui a ansiedade
de voar.
As pesquisas internacionais afirmam que a associação da TCC com as tecnologias
computacionais tem se mostrado eficaz com diferentes programas e softwares. No Brasil os
tratamentos para o medo de voar tem associado TCC ao biofeedback (Iamin, 2014). O
Biofeedback é um aparelho que conectado ao indivíduo permite que o mesmo visualize a sua
variabilidade de frequência cardíaca. Com o treino do biofeedback procura-se a coerência
cardíaca por meio do treino respiratório diminuindo e controlando os sintomas de ansiedade.
Levando em consideração a escassa produção de pesquisa sobre o medo de voar em
nosso país, se requer estudos que possam contribuir para elucidar aspectos envolvidos com este
tipo de fobia dentro da Psicologia clínica.
Estudos sobre diferentes técnicas utilizadas no tratamento do medo de voar enriqueceria
o campo e possibilitaria que mais profissionais se utilizassem desses recursos para promover a
redução da fobia de avião e promover o bem estar físico e psicológico para um número maior
de pessoas, considerando os números crescentes de voos e do acesso da população aos serviços
aeroportuários, conforme referem os dados brasileiros.
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