Call for Papers – ENEC 2016

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8º ENEC
CALL FOR PAPERS
80 Encontro Nacional de Estudos do Consumo
40 Encontro Luso-Brasileiro de Estudos do Consumo
20 Encontro Latino-Americano de Estudos do Consumo
Período
09 a 11 de novembro de 2016
Horário
09h00 às 19h00
Local
Universidade Federal Fluminense
Niterói/RJ - Brasil
Tema
COMIDA E ALIMENTAÇÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
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EMENTA DO 8º ENEC
Nas últimas décadas, a comida e a prática de comer, bem como um conjunto de instituições e
profissões correlatas, tiveram seus papeis e significados reposicionados no cotidiano de grande
parte das sociedades contemporâneas. A comida e o comer adquiriram, hoje, uma visibilidade e
centralidade que antes lhes eram desconhecidos, uma vez que se encontravam inseridos no
contexto das atividades rotineiras e mundanas. Por um lado, livros, programas de TV e filmes sobre
culinária e gastronomia invadiram as nossas salas e quartos, enquanto cozinhar, uma prática até
então pouco valorizada, pode hoje nos colocar a caminho do estrelato. Por outro lado, questões de
sustentabilidade socioambiental, juntamente com a disseminação de informações sobre
abordagens nutricionais múltiplas e sobre doenças relacionadas aos riscos alimentares e à
obesidade, além do surgimento de novas ideologias alimentares e movimentos sociais em torno da
alimentação e do bem-estar animal, entre outros elementos, tornaram a comida e o comer fontes
de profunda preocupação e reflexividade.
É a partir desse contexto que convidamos profissionais, pesquisadores e estudantes pós-graduação
(mestrado e doutorado) para participarem do VIII ENEC, que terá como objetivo discutir tais
questões e as diferentes interpretações, teóricas e populares, que procuram dar contar das
transformações no âmbito do comer e da alimentação contemporânea.
CHAMADA PARA TRABALHOS
Convidamos pesquisadores e estudantes de pós-graduação (mestrado e doutorado) a submeter
trabalhos baseados em reflexões teóricas e/ou resultados de pesquisas empíricas, em consonância
com o tema de um dos Grupos de Trabalho (GT) relacionados abaixo. Cada autor e co-autor podem
enviar quantas propostas desejarem.
As propostas devem ser submetidas primeiramente sob a forma de resumos expandidos. Os
coordenadores de cada GT os analisarão e selecionarão aqueles que serão apresentados no evento
sob a forma de pôster ou apresentação oral. Após a seleção dos resumos expandidos, os autores
devem encaminhar o paper completo, de acordo com o calendário estabelecido abaixo.
CALENDÁRIO
 12/07/2016 – Data limite para a submissão de resumos expandidos pelos autores
 30/08/2016 – Data limite para a divulgação do resultado da avaliação dos resumos pelos
Coordenadores de GT
 05/10/2016 – Data limite para o envio do artigo completo pelos autores*
* Os trabalhos completos que não forem enviados no prazo não serão incluídos nos Anais do VIII
Enec, mas poderão ser apresentados no evento.
FORMATAÇÃO DOS RESUMOS
Os autores devem submeter o resumo expandido através do site
(www.estudosdoconsumo.com.br). Os resumos devem ter no mínimo 3.000 caracteres e no
máximo 4.000 caracteres (com espaços). Serão aceitos trabalhos em português, inglês e espanhol.
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GRUPOS DE TRABALHO
GT
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Título
Politização e ambientalização do
consumo
Consumo, inclusão social e novas
configurações subjetivas
Moda, arte e design: a composição
estética da vida social
Globalização e circulação de bens e
pessoas
Tendências do consumo alimentar
Consumo, marketing, comunicação
e sociedade
Personagens, práticas e
representações sobre alimentação
no ciberespaço
Mercados Contestados
A organização social do consumo:
sociologia do marketing e
intermediários comerciais
Coordenadores
Fátima Portilho (CPDA/UFRRJ)
Sarah Silva Telles (PUC-Rio)
Maria Isabel Mendes de Almeida (PUC-Rio)
Mylene Mizrahi (UFRJ)
Maria Eduarda Guimarães (Senac/SP)
Marta Vilar Rosales (ICS/UL)
Monica Truninger (ICS/UL)
Lívia Barbosa (PUC-Rio)
Janine Collaço (UFG)
Roberta Campos (UFRJ)
Ana Raquel Rocha (UFRJ)
Eliane Tania Freitas (UFRN)
Laura Graziela Gomes (UFF)
John Wilkinson (CPDA/UFRRJ)
Livia Barbosa (PUC-Rio)
Flávia Galindo (UFRRJ)
Tomás Ariztia (UDP/Chile)
INSCRIÇÕES
As inscrições devem ser feitas através do site www.estudosdoconsumo.com.br e terão preços
diferenciados para pagamento antecipado, de acordo com três categorias de participante:
Categoria
Até
De 01/08 a
31/07/2016
30/09/2016
Profissionais
R$ 230,00
R$ 280,00
Estudantes de pós-graduação*
R$ 175,00
R$ 225,00
Estudantes de graduação*
R$ 80,00
R$ 110,00
* Necessário enviar comprovante no momento da inscrição.
De 01/10 a
04/11/2016
R$ 330,00
R$ 275,00
R$ 135,00
No local do
evento
R$ 395,00
R$ 330,00
R$ 160,00
MAIS INFORMAÇÕES
[email protected]
www.estudosdoconsumo.com.br
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Fátima Portilho (CPDA/UFRRJ – Brasil)
Flávia Galindo (PPGEN/UFRRJ – Brasil)
John Wilkinson (CPDA/UFRRJ – Brasil)
Laura Graziela (PPGA/UFF – Brasil)
Lívia Barbosa (Puc-Rio – Brasil)
Maria Elisabeth Goidanich (ECO/UFRJ e ESPM-RJ – Brasil)
Marta Vilar Rosales (ICS /UL – Portugal)
Tomas Ariztia (UDP – Chile)
COMISSÃO DE APOIO
Cecília Soares (Doutoranda IESP/UERJ – Brasil)
Thaís Elethério Cordeiro (Mestranda CPDA/UFRRJ – Brasil)
COMITÊ CIENTÍFICO
Eliane Tania Freitas (UFRN – Brasil)
Fátima Portilho (CPDA/UFRRJ – Brasil)
Flávia Galindo (PPGEN /UFRRJ – Brasil)
Janine Collaço (UFG – Brasil)
John Wilkinson (CPDA/UFRRJ – Brasil)
Laura Graziela Gomes (PPGA/UFF – Brasil)
Leticia Moreira Casotti (Coppead/UFRJ – Brasil)
Lívia Barbosa (Puc-Rio – Brasil)
Maria Eduarda Guimarães (Centro Universitário SENAC/SP – Brasil)
Maria Elisabeth Goidanich (ESPM-RJ – Brasil)
Maria Isabel Mendes de Almeida (Puc-Rio – Brasil)
Marta Vilar Rosales (ICS /UL – Portugal)
Monica Truninger (ICS/UL – Portugal)
Mylene Mizrahi (PPGSA/IFCS/UFRJ – Brasil)
Roberta Campos (Coppead/UFRJ – Brasil)
Sarah Silva Telles (Puc-Rio – Brasil)
Tania Freitas (UFRN – Brasil)
Tomas Ariztia (UDP – Chile)
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REALIZAÇÃO
Grupo de Estudos do Consumo
Associação Nacional
de Estudos do Consumo
INSTITUIÇÕES PROMOTORAS
Universidade Federal Fluminense (UFF – Brasil)
PPGA - Programa de Pós-Graduação em Antropologia
NEMO - Núcleo de Estudos da Modernidade
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ – Brasil)
CPDA – Prog. de Pós-Grad. de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Núcleo de Estudos Redes, Mercados e Valores
Universidade de Lisboa (UL – Portugal)
Instituto de Ciências Sociais
Universidad Diego Portales (UDP – Chile)
Facultad de Ciencias Sociales e Historia
Escuela Sociología
Programa de Estudios del Consumo y los Mercado
ORGANIZAÇÃO
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. Grupos de Trabalho - Ementas
GT01: Politização e ambientalização do consumo
Coordenação: Fátima Portilho (CPDA/UFRRJ)
O GT pretende estimular a reflexão e o debate acadêmicos sobre a relação entre consumo, política
e meio ambiente. Tal relação está contida tanto nos processos de politização, ideologização e
ambientalização do consumo, quanto na análise das práticas cotidianas de consumo com
implicações diretas para a questão da sustentabilidade. Os processos acima mencionados podem
ser observados em campanhas, discursos e práticas de consumo que intencionam expressar e
materializar valores, influenciar e pressionar atores e políticas públicas e ampliar os repertórios de
participação e ação política, seja interpelando o consumidor individual, através do seu poder de
compra e escolha, seja através das agendas de “velhos” e “novos” movimentos sociais, incluindo os
chamados “movimentos sociais econômicos”. A pluralidade destes processos abre um leque amplo
de manifestações que inclui práticas de consumo responsável/sustentável/ético, cooperativas de
consumidores de alimentos orgânicos, cyberativismo de denúncia contra marcas e organizações,
boicotes, práticas de consumo visando a apoiar causas (shopping for change, causumers),
comunidades mobilizadas ao redor de estilos de vida como “simplicidade voluntária” e “slowfood”
e movimentos veganistas. Por outro lado, fruto de inovações teóricas tais como o chamado
“practice turn” nos estudos do consumo (Warde, 2005), os cientistas sociais têm explorado o tema
do consumo sustentável a partir de análises sobre seu enraizamento em práticas comuns do dia-adia. Essa abordagem tem se concentrado, por exemplo, em examinar se e como as propostas de
consumo sustentável são incorporadas nas práticas rotineiras da vida concreta dos cidadãos, na
infraestrutura de provisão de produtos e serviços, na inovação tecnológica e na construção de
novas convenções de normalidade. Várias questões norteiam esse debate: o que essas diferentes
expressões revelam sobre o caráter do consumo e o papel dos consumidores nas sociedades
contemporâneas? Até que ponto elas mudam aspectos substantivos de processos de
empoderamento individual e coletivo? Qual a natureza e impacto destas expressões sobre a
sociedade, seus atores e a agenda pública? Qual o contexto sociocultural que permite o surgimento
desses fenômenos e quais as peculiaridades e motivações dos seus participantes? Como se
constroem as convenções cotidianas de normalidade onde é definido e identificado o valor do
consumo sustentável e do consumo normal? Do ponto de vista teórico, torna-se necessário revisar
as teorias que buscam explicar as sociedades e culturas de consumo, pois tanto as teorias
“denuncistas” quanto as mais “positivas” apresentam sinais de desgaste e falhas explicativas. Para
avançar o debate, este GT dará prioridade a trabalhos acadêmicos baseados em problematizações
teóricas, estudos de caso e análises de dados empíricos conectados com os desenvolvimentos da
teoria social e política.
GT02: Consumo, Inclusão Social e novas Configurações Subjetivas
Coordenação: Sarah Silva Telles (PUC-Rio) e Maria Isabel Mendes de Almeida (PUC-Rio).
O século XXI apresenta um novo cenário para muitas sociedades latino-americanas - e
especificamente para a sociedade brasileira: as políticas de inclusão social de milhões de brasileiros
ocorrem prioritariamente via consumo. Este fenômeno instiga os pesquisadores a compreender os
múltiplos impactos nas esferas - econômica, política, social, cultural e subjetiva. As famílias
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populares - e especificamente os jovens das camadas populares - ressignificam as possibilidades de
reconhecimento e o desejo de consumir, que pode se traduzir em realização e solidariedade, bem
como em frustração e conflito. Quais são as práticas de consumo específicas das camadas
populares e em que medida tais práticas se chocam com a profunda segregação existente em
nossas cidades? Quais os novos dilemas que surgem a partir da relação entre esse aumento
exponencial no número de consumidores e a agenda dos direitos? Levar em conta o registro da
subjetividade nos padrões de consumo jovem significa atentar para o plano das singularidades dos
sujeitos quanto às formas de apreensão e significação da cultura material. Ou seja, tomar o
consumo como porta de entrada para a inclusão social nos abre um imenso espectro de
abordagens da imaginação, das emoções, da expressão de desejos que estão em pauta em um
contexto em que o consumo vem convertendo-se numa espécie de “ideal generalizado”. Neste
sentido destacam-se hoje repertórios de diferenças locais e culturais, sobretudo no universo jovem
das camadas populares, que nos permitem “flagrar” novas composições e arranjos da
subjetividade. Formas de apropriação muito particulares e criativas da cultura do consumo entre
esses jovens contribuem para um importante redesenho dos desejos e da imaginação criativa que,
a cada dia, vem desfazendo fronteiras sociais antes alocadas nos setores médios de nossa
sociedade e que estão exigindo dos cientistas sociais novos instrumentais de análise e investigação.
Este GT pretende discutir tais temas, a partir de trabalhos tanto empíricos quanto teóricos.
GT03: Moda, arte e design: a composição estética da vida social
Coordenação: Mylene Mizrahi (UFRJ) e Maria Eduarda Guimarães (SENAC/SP)
A noção de estética vem sendo reconceituada nos últimos anos de modo a se afastar cada vez mais
de uma definição que a remeta somente às qualidades formais do objeto material para recuperar a
relação entre a forma e o conteúdo e a vinculação entre ética e estética. A noção ampliada de
estética vem nos permitindo ainda pensar a arte em suas relações com a vida cotidiana. Neste GT
propomos explorar a ideia de uma estetização da vida coletiva e cotidiana – em contextos não
exclusivamente moderno ocidentais – a partir de reflexões em torno da moda, da arte e do design.
Moda, arte e design podem ser abordados de uma perspectiva mais estabelecida, nos conduzindo a
discussões sobre representação, teorias distintivas, signos e símbolos de status, como podemos
também pensá-los a partir de sua materialidade, focando sobre suas qualidades físicas e seus
processos de fatura e criação. Dessa perspectiva, pensar em modismos nos possibilita pensar
também em inovações, que surgem como derivações de uma indústria do design e da criação.
Pensar a criatividade na moda produzida em contextos industriais, para além da reprodutibilidade e
da cópia, enseja uma discussão em torno da produção mediada pelo projetar. Ao mesmo tempo,
explorar universos artísticos nos remete às relações mercadológicas assim como à uma definição de
arte não estrita. Por meio de processos inventivos, inovações e novas linguagens busca-se engajar
em novos desafios estéticos mediados pelos materiais, pelo corpo, pela cidade, pelas marcas, pelos
consumidores. Este GT acolherá discussões que envolvam moda, arte e design, a partir de temas
como mercado, criatividade, materialidade, símbolo, gosto, estilo, corpo, gênero, cópia, circulação,
agência, consumo, identidades culturais, sustentabilidade, descarte, visibilidade, inclusão social.
Deve-se notar ainda que a comida e a alimentação, tema do ENEC deste ano, são matérias
igualmente inseridas em nossa proposta. Desde o vestuário, os instrumentos e materiais culinários
que acompanham e possibilitam que o universo da alimentação se engendre, passando pelos
produtos midiáticos em torno do tema – como programas televisivos, blogs e projetos editoriais –
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chegando aos aspectos sensoriais que cercam as incursões ao universo da alimentação, são todos
estes desdobramentos previstos em nossa discussão.
GT04: Globalização e circulação de bens e pessoas
Coordenação: Marta Vilar Rosales (ICS/UL) e Monica Truninger (ICS/UL)
Os movimentos de pessoas ao longo da história implicaram sempre o movimento de coisas. Das
malas de viagem aos objetos capazes de transportarem pertenças culturais e territoriais, das lojas
de produtos “da terra” aos fluxos constantes de mercadorias entre os diversos espaços de
pertença, dos cheiros e sabores “da saudade” às aprendizagens e incorporações de novas práticas,
a circulação de bens e pessoas constitui um terreno particularmente interessante para discutir a
materialidade e o consumo contemporâneos. Este GT tem como objetivo explorar as suas
potencialidades analíticas e os desafios teóricos que a partir dele se enunciam. Partindo do
pressuposto que os movimentos contemporâneos encontram na materialidade e no consumo um
terreno expressivo e constitutivo, este workshop pretende: a) discutir em que medida as rotas
percorridas pelas pessoas e pelos objetos se intersectam e se constituem mutuamente; b) explorar
as modalidades a partir das quais os objetos viajam: os meios que são usados, as políticas de
intermediação, os agentes implicados; c) avaliar a composição dos fluxos de objetos em movimento
(que objetos percorrem que trajetos, com que finalidade e intensidade) e os tempos em que estes
movimentos ocorrem; d) discutir o papel da cultura material na gestão das redes sociais e as suas
implicações na gestão de pertenças, quer na origem quer nos destinos; e) observar os impactos
locais das movimentações globais de pessoas e de coisas e discutir a sua participação na
constituição de novas modalidades de consumo e relacionamento com a materialidade.
GT05: Tendências do consumo alimentar
Coordenação: Livia Barbosa (PUC-Rio) e Janine Collaço (UFG)
Sentidos e valores são materializados nas práticas alimentares. As decisões de consumo alimentar
se deparam atualmente com novas questões, referentes a aspectos morais, éticos, ambientais,
religiosos, que interrogam não apenas o comer enquanto ato rotineiro ou emblemático, mas
também a construção de novos mercados e a orientação de políticas públicas dirigidas à produção e
consumo de alimentos. É nesse quadro que este Grupo de Trabalho pretende estimular o debate
em torno das tendências do consumo alimentar, convidando a olhar especialmente para novos
aspectos referentes à comida e seu consumo, a exemplo dos que envolvem significados associados
à religião, abate de animais, uso do solo, desigualdades sociais, mercantilização de práticas
tradicionais, entre outras.
GT06: O comportamento do consumidor sob as lentes interpretativas da Consumer Culture
Theory
Coordenação: Roberta Campos (UFRJ) e Ana Raquel Rocha (UFRJ)
Daniel Miller (2007), quando defende maior centralidade do consumo como objeto de pesquisa,
sugere a inclusão de olhares de outras áreas, que possuam interesses de pesquisa avizinhados.
Exemplo disso é o campo de comportamento do consumidor, em administração, que nos últimos
30 anos vem sendo cenário de uma vertente interpretativa de pesquisa sobre consumo. Neste
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sentido, este grupo de trabalho pretende oferecer espaço para apresentação destas pesquisas, que
nascem a partir da reorientação epistemológica, conduzida, entre outras iniciativas, pela Consumer
Behavior Odyssey (Belk, Wallendorf, & Sherry, 1989) e a publicação do artigo Consumer Culture
Theory (Arnould & Thompson, 2005; 2007). O campo de comportamento do consumidor, em
administração, nasce nos anos 1970, a partir das lentes da ciência econômica e da psicologia notadamente a psicologia cognitiva e comportamental - e são estas lentes que definem, em grande
parte, os esforços de pesquisa na área até os dias atuais. No entanto, desde os anos 1980, um
grupo de formação heterodoxa propõe a revisão deste modus operandi e passa a construir as bases
estruturais, institucionais e epistemológicas de um campo novo, que será batizado, em 2005, de
Consumer Culture Theory (CCT). A CCT constitui uma “marca acadêmica” que busca identificar - e
assim oferecer abrigo institucional - ao grupo de pesquisadores interessados em uma abordagem
interpretativa, reflexiva e crítica de consumo. Desde então, vê-se um movimento de fortalecimento
deste grupo, incluindo pesquisadores de formações variadas (antropólogos, sociólogos, semióticos)
dentro de uma tradição de pesquisa que vem ganhando consistência teórica e metodológica. Daí
nascem pesquisas emblemáticas como a subcultura de consumo dos Bikers (Schouten &
McAlexander, 1995), as estratégias de sacralização no consumo (Belk et al., 1989), as práticas de
coleções (Belk, Wallendorf, Sherry & Holbrook, 1991), as práticas de gift-giving (Sherry, 1983), a
socialização do consumidor (Ward, 1974) e mais recentemente reflexões sobre o significado das
práticas de consumo de compartilhamento (Belk, 2010) em oposição a outras modalidades de
consumo, como a compra ou o ato de presentear. Nesse contexto, este grupo de pesquisa se
interessa em receber pesquisas que sejam um exemplo dos esforços interpretativos na área de
administração para estudo do comportamento do consumidor, articulados ao tema do evento para
2016 (Comida e Alimentação na Sociedade Contemporânea).
GT07: Personagens, práticas e representações sobre alimentação no ciberespaço
Coordenadoras: Eliane Tânia Freitas (UFRN) e Laura Graziela Gomes (UFF)
O presente GT tem como objetivo reunir propostas e trabalhos que reflitam acerca de personagens,
práticas e representações sobre alimentação no ciberespaço. Nossa intenção é realizar também um
mapeamento compartilhado e coletivo das principais questões a respeito do campo da
alimentação, a partir de como elas são concebidas, organizadas e passam a circular nas e pelas
diferentes plataformas, levando-se em conta o tipo de engajamento que estas promovem nos
diferentes agentes envolvidos, desde as diferentes formas de ações coletivas na rede (ativismos),
até a diversidade de conteúdos publicados em diferentes plataformas tais como blogs, tutoriais e
receitas a respeito de práticas alimentares e culinárias, o que poderia ser pensado como uma forma
de culinária digital com igual destaque para o fenômeno de celebrização em torno de determinadas
personagens, veja-se o caso de Bela Gil, cuja imagem vem sendo apropriada em sucessivos memes
com diferentes finalidades. Finalmente, estamos interessadas em trabalhos que pretendam refletir
a relação entre culinária, gastronomia e fotografia em plataformas como Flickr, Instagram, Tumblr e
outros.
GT08: Mercados Contestados
Coordenadores: John Wilkinson (CPDA/UFRRJ) e Lívia Barbosa (PUC-Rio)
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“Tudo a Venda” capta uma visão geral do avanço aparentemente avassalador do mercado para
todos os aspectos da vida, tanto social quanto pessoal. Hochschild, no seu livro The Outsourced
Self, mostra como os nossos dias são caracterizados pela mercantilização de relações pessoais e
emocionais. Philippe Steiner, por sua vez, explora a forma em que os avanços na medicina estão
abrindo novas combinações de dádiva e de mercantilização em torno de transplantes, um tema
inicialmente analisado em relação à doação ou venda de sangue. Esses avanços do mercado em
novas áreas de sociabilidade levantam uma série de questionamentos éticos sobre os seus limites e
efeitos. Viviana Zelizer tem mostrado a força de convicções morais e religiosas em bloquear o
avanço de determinados mercados. Ao mesmo tempo, ela mostra como práticas sociais podem
assegurar que a mercantilização não esmague relações sociais e pessoais. Por outro lado,
influenciados pelos escritos de Polanyi, vários autores identificam áreas econômicas que são
organizadas na base da reciprocidade. A economia solidária é uma expressão importante dessa
dinâmica. Novos valores em relação ao meio-ambiente, bem-estar animal, e condições sociais de
trabalho também desafiam o funcionamento “padrão” dos mercados. Sejam dilemas provocados
pelo avanço do mercado em novas áreas do corpo e da alma, contestações baseadas em valores
tradicionais, éticos ou religiosos, ou demandas para padrões mais altos para o seu funcionamento,
o mercado hoje é sujeito a múltiplas contestações e questionamentos. Esse GT convida trabalhos
sobre esse amplo leque de temas que explora essa fronteira movediça nas formas aceitáveis de
mercantilização e nas combinações de entre dádiva, reciprocidade e relações de mercado.
GT09: A organização social do consumo: sociologia do marketing e intermediários comerciais
Coordenação: Flavia Galindo (UFRRJ) e Tomas Ariztia (UDP/Chile)
Este grupo de trabalho pretende receber estudos sobre o consumo a partir das elaborações da
sociologia dos mercados e dos estudos sociais do marketing. Em particular, objetiva estudar como
as práticas do consumo se constituem e se definem em relação ao Marketing que, entre outros
elementos, envolve a produção de dispositivos e práticas para captação de consumidores, a
produção de significados e representações simbólicas, e a formulação de estratégias para a
produção de bens, produtos e serviços que resultam nas trocas econômicas que criam valor e
acionam sistemas simbólicos e de representação. O GT tem interesse pelas lógicas que orientam as
práticas e os dispositivos do marketing que regulam as relações entre empresas, consumidores e
grupos sociais, em que pesem inovações e novas tecnologias, ações de data mining, storytelling,
entre outras. Reconhece-se que as organizações produtivas não somente detém um conhecimento
técnico fundamental sobre o mercado, os consumidores e à própria trajetória dos produtos e
serviços, mas também se revelam atores centrais no encontro entre consumidores e produtos. Essa
condição remete às múltiplas práticas de produção de conhecimento perito que modelam e
definem produtos a partir da segmentação de consumidores e, também, do que chamaremos
“vendas orquestradas”, que resultam em um repertório cognitivo onde todos os atores, empresas e
consumidores, detém alguma noção sociológica e cosmológica. O Marketing é uma área
interdisciplinar, que demonstra intensa capacidade de renovação cognitiva e processual,
incorporando em seus métodos, as descobertas de diversas áreas do conhecimento. Os
especialistas do marketing são capazes de “produzir e fazer circular as categorias e avaliações sobre
o mundo social” (ARIZTÍA, 2013), e, portanto, podemos inferir que as operações mercadológicas e
publicitárias, são operações culturais a partir das quais se organiza socialmente o consumo. Este GT
pretende discutir trabalhos que envolvam as relações entre o marketing e o consumidor, e as
categorias que emergem destas relações, como “early adopters”, “consumidor aspiracional”,
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“haters”, entre outras. Para além destas categorias, novos arranjos do conhecimento são
formulados, como “brand equity”, “marketing de conteúdo”, “marketing sensorial”, “storytelling”,
“trending”, entre outros. Por sua vez, nos interessam trabalhos que questionem as formas em que
os consumidores são definidos, avaliados e mobilizados a partir das atividades do marketing, seja
através de relatórios, prospectos, estudos ou operações criativas. Nesse contexto, nos interessam
as formas de produção de categorias e valores do mundo social que movimentam as atividades do
marketing. São tentativas de categorização que podem ser compreendidas como recursos
organizacionais que, por meio de pesquisas de mercado e desenvolvimento de novos produtos,
aglutinam consumidores e modelam ou participam ativamente das transformações de consumo e o
repertório cultural. Entre tantas pesquisas do tema, o GT espera receber trabalhos sobre: mercado
de alimentos biofortificados; mercados tabu e novos mercados; obsolescência planejada e o ciclo
de vida dos produtos; representações sociais do consumo e do marketing; marketing verde;
consumo e as dinâmica da inovação; consumo e o marketing de ideias e experiências; consumo e
marketing político; o papel dos estudos do mercado e de outros saberes para a definição de
consumidores e produtos por parte das práticas de marketing; ou de situações concretas de
orquestração do consumo por meio das operações de marketing, tais como análises de promoções,
vitrines, dispositivos de atração (carrinhos de supermercados, publicidade, cupons, cartões, etc).
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