REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 4- Número 2 - 2º Semestre 2004 Avaliação de diferentes tamanhos de sacos de polietileno sobre o desenvolvimento de mudas de Leucena (Leucaena leucocephala (Lam).Dewit). Rosângela Meirelles Barbosa Oliveira1; Daniely Medeiros Arlindo2; Ivonete Evangelista Pereira3. RESUMO O trabalho foi relizado no viveiro florestal CCA/UFPB, e teve como objetivo avaliar a produção de mudas de leucena com o objetivo de avaliar o efeito do tamanho de recipientes na produção de mudas de Leucena (Leucaena leucocephala (Lam).Dewit), utilizando-se diferentes tamanhos de recipientes. Os tratamentos utilizados contituem-se no uso de sacos de polietileno nas seguintes dimensões: T1: 30x25 cm; T2: 30x15 cm; T3: 17x15 cm; T4: 15x9 cm. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com 10 repetições, tendo-se avaliado os seguintes parâmetros: altura das plantas, número de folhas, diâmetro do caule, comprimento da raiz primária, matéria seca da parte aérea e enovelamento. Os resultados obtidos revelam que os tratamentos T1 e T2 apresentaram os melhores resultados no que se refere ao conjunto de parâmetros avaliados. Diante destes resultados, recomenda-se o emprego dos sacos de polietileno no tamanho de 30x15 cm para a produção de mudas desta espécie, haja vista este tratamento conferir uma melhor relação custo/benefício, traduzida na economia de mão de obra, substrato e transporte. PALAVRAS-CHAVE: Leucena (Leucaena leucocephala); mudas; sacos polietileno. ABSTRACT The work was carried through in forest fishery CCA/UFPB, and had as objective to evaluate the production of changes of leucena with the objective to evaluate the effect of the size of containers in the production of changes of Leucena (Leucaena leucocephala (Lam).Dewit), using different sizes of containers. The used treatments are contituem in the use of polyethylene bags in the following dimensions: T1: 30x25 cm; T2: 30x15 cm; T3: 17x15 cm; T4: 15x9 cm. The used delineation entirely was casualizado with 10 replicatesg itself evaluated the following parameters: height of the plants, leaf number, diameter of caule, length of the primary root, dry substance of the aerial part and enovelamento. The gotten results disclose that the treatments T1 and T2 had presented the best ones resulted as for the set of evaluated parameters. Ahead of these results, the job of the polyethylene bags sends regards in the size of 30x15 cm for the production of changes of this species, has seen this treatment to confer one better custo/benefício relation, translated in the economy of hand of workmanship, substratum and transport. KEYWORDS: Leucaena leucocephala; seedlings; sacks polyethylene. 1- INTRODUÇÃO Com o aumento da população humana, crescem as necessidades de alimento, trabalho e matériaprima para várias finalidades, em especial para indústria. Conseqüentemente, aumenta também a exploração dos recursos naturais, promovendo devastação de extensas áreas em todo o mundo provocando vários efeitos, dentre eles, a extinção das espécies da flora. A cada dia expandem-se as áreas sem vegetação arbórea, seja para utilização agrícola e ou pecuária, e praticamente não existe a preocupação com áreas de florestas, ou com a recuperação de áreas degradadas através de reflorestamento. Entre as espécies mais promissoras para este fim, encontra-se a leucena (Leucaena leucocephala); uma leguminosa de boa adaptação em todas as regiões brasileiras, na produção de florestas energéticas, contribuindo por completo com produtividade e ajudando a estabelecer enriquecer o solo, RIBEIRO, (1996). A leucena pertence a tribo Mimiseae, subfamília Mimosoideae, (SALERNO & SEIFFERT, 1986).A leucena cresce bem nas regiões tropicais, em diferentes tipos de ambientes, apresentando um sistema radicular profundo, alta taxa de crescimento, resistência às pragas e doenças, simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio e tolerância a seca FREITAS et al. (1991). Mesmo havendo grande interesse dos produtores pela leucena na região Nordeste, a sua utilização ainda é bastante restrita, talvez devido a falta tradição no uso de leguminosas (SILVA,1992). Em condições ideais de solo e de umidade, a leucena poderá produzir até 25 t de matéria seca de folhagem/ ha, com 3450 kg de proteína bruta/ha, em dois cortes por ano. Estes valores são superiores para outras leguminosas forrageiras tropicais, o que equivale a índices de fixação de nitrogênio de até 400 kg de N/ha/ano, KLUTHCOUSKI, (1982). 2 - MATERIAL E METODOS O trabalho foi desenvolvido no viveiro florestal professor José da Rocha Barros, do Departamento de Fitotecnia- CCA- UFPB em Areia, durante o período de novembro de 2002 a fevereiro de 2003. O material utilizado constou de sementes de leucena (Leucaena leucocephala) oriundas do centro de Formação de Tecnólogos da Universidade Federal da Paraíba Campus –III Bananeiras, sendo as mesmas colhidas em abril de 2002. No viveiro de silvicultura foi resrvado uma área de 1,2 m2 para instalação do experimento a céu aberto, empregando-se como tratamentos sacos plásticos de polietileno de diferentes dimensões. 1234- saco plástico de 30 x 25cm; saco plástico de 30 x 15cm; saco plástico de 17 x 15cm; saco plástico de 15 x 09cm; Os sacos plásticos, de todos os tratamentos, foram preenchidos com terra vegetal da mata do CCA/UFPB, devidamente peneirada. Em seguida, os sacos foram transportados para o local definido para a condução do trabalho, onde foram sorteados, sendo posteriormente semeado em cada um três sementes, de onde posteriormente vieram a ser desbastadas os excessos deixando apenas uma. As mudas foram regadas diariamente, realizando-se capinas no solo e dentro dos sacos, diminuindo o stress provocado pelas ervas daninhas. O experimento foi disposto em delineamento inteiramente casualizado em parcelas subdivididas no tempo (4x8x10). Sendo o tamanho dos sacos as parcelas e os períodos de avaliação as subparcela. As médias foram comparadas pelo Teste de Turkey a 5 % de probabilidade, os graus de liberdade de períodos foram decompostos para permitir regressão polinomial. As características avaliadas foram: número de folhas, onde avaliou-se ao número de folhas emitidas semanalmente, em oito períodos; altura de plantas, foi feita medindo-se a distância entre o ápice da planta e a base do colo, com o auxílio de uma trena, em oito períodos; Diâmetro do caule, foi obtido medindo-se a seção transversal do caule, com o auxílio de um paquímetro; comprimento da raiz primária, foi realizado medindo-se a distância entre o ápice da raiz e a base do cólon da planta, com auxílio de uma trena comum; matéria seca da parte aérea, foi verificada ao término do experimento, em seguida foi colocada na estufa a uma temperatura de 60 ºC, por 24 horas, sendo posteriormente pesada em balança analítica e enovelamento. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto a altura de plantas, contatou-se que o uso de sacos de maior dimensão (tratamento 1), proporcionaram maior média de altura já a partir do quinto período, como mostra a tabela 1. Tabela 1: Altura de plantas de mudas obtidas de diferentes tratamentos e períodos PERÍODOS (SEMANAS) 0 0 0 Tratamentos 1 2 3 40 50 60 70 80 1 (30 x 25 cm) 9.28A 11.07A 16.35A 25.4A 39.0A 49.5A 59.6A 69.8A 2 (30 x 15cm) 7.11A 9.05A 11.7A 17.1AB 25.3AB 30.8B 33.18B 46.8B 3 (17 x 15cm) 7.65A 11.0A 12.7A 17.7AB 22.5B 26.8B 30.9B 33.4C 4 (15 x 09cm) 6.65A 7.95A 8.75A 9.45B 10.0C 10.6C 11.25C 11.8D Letras maiúsculas comparam os tratamentos em cada período Na tabela 2, encontra-se os dados relativos à avaliação de número de folhas, onde de acordo com os resultados mostrados, nota-se que houve maior influência do tratamento1, sobre as mudas a partir do sétimo período de avaliação, verificando os menores valores nas plantas submetidas ao tratamento 4. Tabela 2: Número de folhas de mudas obtidas de diferentes tratamentos e períodos PERÍODOS (SEMANAS) Tratamentos 10 20 30 40 50 60 70 80 1 (30 x 25 cm) 5.6A 8.3A 10.8A 12.1A 14.2A 15.8A 16.2A 17.2A 2 (30 x 15cm) 4.5A 5.6AB 8.2AB 8.8B 9.4B 10.3B 10.6B 11.2B 3 (17 x 15cm) 3.7A 6.4BC 6.4BC 7.4BC 8.5B 9.0B 9.4B 10.2B 4 (15 x 09cm) 3.1A 4.2C 4.2C 4.5C 4.9C 5.4C 5.8C 5.8C Letras maiúsculas comparam os tratamentos em cada período Para a avaliação diâmetro de caule (tabela 3), as maiores médias foram verificadas, após decorridos sete semanas, nas plantas oriundas do tratamento 1, diferindo estatisticamente daquelas conduzidas em sacos de dimensão inferior. Tabela 3: Diâmetro do caule de mudas obtidas de diferentes tratamentos e períodos PERÍODOS (SEMANAS) Tratamentos 10 20 30 40 50 60 70 80 1 (30 x 25 cm) 1.46A 1.86A 2.31A 2.65A 3.06A 3.36A 3.32A 4.07A 2 (30 x 15cm) 1.45A 1.79A 2.26A 2.49A 2.90AB 3.17AB 3.37AB 3.670B 3 (17 x 15cm) 1.38A 1.79A 2.05A 2.26A 2.55B 2.82BC 3.01BC 3.23C 4 (15 x 09cm) 1.04A 1.52A 1.58B 1.69A 2.09C 2.49C 2.81C 3.08C Letras maiúsculas comparam os tratamentos em cada período Com relação ao comprimento da raiz primária (tabela 4), observa-se que os benefícios do maior volume de substrato armazenado pelas dimensões dos sacos do tratamento 1, mostraram um maior comprimento alcançado. Tabela 4: Comprimento da raiz primária de mudas oriundas dos diferentes tratamentos Tratamentos Médias 1 (30 x 25 cm) 35,05A 2 (30 x 15cm) 26,03B 3 (17 x 15cm) 19,20C 4 (15 x 09cm) 14,70C Na tabela 5, a matéria seca quantificada da parte aérea das mudas, teve seu maior valor expresso naquelas oriundas do tratamento 1, não havendo diferença significativa entre os tratamentos seguintes. Tabela 5: Matéria seca da parte aérea de mudas oriundas dos diferentes tratamentos Tratamentos Médias 1 (30 x 25 cm) 10.34A 2 (30 x 15cm) 5.60B 3 (17 x 15cm) 5.04B 4 (15 x 09cm) 4.06B Quando as mudas foram avaliadas quanto ao enovelamento (tabela 6), no tratamento 2, não se visualizou enovelamento, o oposto ocorreu nas plantas que foram conduzidas nos sacos de menor diâmetro. Apesar de ter sido computado enovelamento nas mudas do tratamento 1, verifica-se que foram baixos, refletindo maior eficiência de distribuição do sistema radicular no volume promovido pelos sacos do tratamento 1. Tabela 6: Enovelamento das raízes de mudas de diferentes tratamentos e períodos REPEIÇÕES Tratamentos I II II IV V VI VII VII IX 1 (30 x 25 cm) A A A A B B A A A 2 (30 x 15cm) A A A A A A A A A 3 (17 x 15cm) L A A A L A A A M 4 (15 x 09cm) A A l L M L A L L * A – ausente; B – baixo; M – médio; A – alto. X A A A A 5 - CONCLUSÕES - Para produção de mudas os sacos de maior dimensão favoreceram maior desenvolvimento vegetativo das mudas, considerando o período transcorrido de sete semanas transcorrido após semeio; Os sacos de menor dimensão (tratamento 4), propicia mudas de menor altura de plantas, número de folhas, diâmetro do caule, comprimento da raiz primária e matéria seca, além de favorecer maior enovelamento. 6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREITAS, A. R. Leucena leucocephala (Lam). De wit: Cultura e melhoramento. Petrolina; (EMBRAPA). UEPAE de São Carlos, 1991. 93 p. (Documento 12). KLUTHCOUSKI, J.Leucena: Alternativa para pequena e média agricultura, 2. Ed. EMBRAPA – DID. (EMBRAPA – CNPAF. Circular Técnico, 6). Brasília, 1982, 12 P. RIBEIRO, J. H. Leucena: Uma alfafa ao alcance de todos. Globo Rural, n. 13, p.20-29, outubro, 1996. SALERNO, A. R.; SEIFFERT, N. F. Leucena: Características agronómicas e recomendações de manejo. Florianópolis. EMPASC, 1986, 98 p. (EMPASC. Comunicado técnico, 105). SILVA, C. M. M. de. S. de. Avaliação de gênero Leucena na região semi-árida de Pernambuco. Petrolina; EMBRAPA – CPATSA, 1992, 21p. Boletim de Pesquisa, 44. [1] Mestranda, Departamento de Engenharia Agrícola – UFCG, Rua Aprígio Veloso 882, CEP 58109-970, Campina Grande, PB, Fone (0xx83) 310 1285 email:[email protected] [2] Mestranda, Departamento de Engenharia Agrícola – UFCG. email:[email protected] [3] Mestranda, Departamento de Engenharia Agrícola – UFCG. email:[email protected]