"a lógica" -nossa

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Conjunto
Código
PF - 4º
P25
Período Turma
M
C
Data
22/11/06
Texto para as questões 1, 2 e 3.
Ao longe, ao luar,
No rio uma vela
Serena a passar,
Que é que me revela?
Não sei, mas meu ser
Tornou-se-me estranho,
E eu sonho sem ver
Os sonhos que tenho.
Que angústia me enlaça?
Que amor não se explica?
É a vela que passa
Na noite que fica.
Fernando Pessoa, 5-08-1921
1. Na seguinte frase:
Os sonhos que tenho.
Se trocássemos a expressão acima grifada na frase por necessito, a frase mais
adequada seria:
a) Os sonhos quem necessito.
b) Os sonhos de que necessito .
c) Os sonhos de quem necessito.
d) Os sonhos que necessito .
e) Os sonhos a que necessito.
2. Indique a alternativa gramaticalmente incorreta.
a) Ao longe,
b) Voluptuosa à correr,
c) É a vela que passa
d) ao anoitecer
e) Que Na noite que canta.
3.
Serena a passar,
Se desenvolvermos a oração reduzida grifada, o correto, pela gramática normativa,
seria:
a) que passa
b) que passará
c) que passaria
d) a que passa
e) quando passou
Texto para as questões de 4 a 6:
"Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da
gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras
expletivas ou de realce os termos sobejantes unidos à oração ou nela encravados.
Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear por
antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta de
superfluidades nem ainda atribuir-Ihes papel decorativo, o que seria contra-senso,
uma vez que rareiam no discurso eloqüente e retórico e se usam a cada instante
justamente no falar descontraído de todos os dias.
Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de
condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de
perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa
pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as
nossas palavras."
(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas,
Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1971.)
4. Conforme Said Ali:
a) a gramática e a lógica reconheciam a análise das partículas de realce.
b) a gramática e a lógica analisavam apenas os termos sobejantes.
c) a linguagem era iluminada outrora apenas pela análise dos termos de realce.
d) as palavras excedentes encaixadas na oração já eram admitidas, pelo menos,
como termos de realce.
e) as palavras expletivas e ilógicas sobejavam nas orações de realce, desde que
fossem reconhecidas como fenômenos gramaticais.
5. Conforme o texto, para a ciência da linguagem, as expressões de realce são:
a) freqüentes no falar cotidiano singelo.
b) um raro contra-senso lingüístico.
c) supérfluas e decorativas.
d) eloqüentes no discurso retórico.
e) típicas do falar cotidiano da coletividade.
6. As palavras sobejante e rarear (1º e 2º parágrafos, respectivamente) significam:
a) excedente e diminuir
b) excessivo e menos raro
c) escasso e menos constante
d) expresso e relevar
e) abundante e mais freqüente
Leia o poema para responder às questões 7 e 8:
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
7. A que poeta pode ser atribuído o poema anterior:
a)
b)
c)
d)
e)
Alberto Caeiro.
Álvaro de Campos.
Fernando Pessoa (ele mesmo).
Ricardo Reis.
Bernardo Soares.
8. Marque a alternativa incorreta sobre o poema:
a) Os versos fazem parte do Cancioneiro, trata-se de um poema metalingüístico,
pois o poeta reflete sobre a própria criação poética.
b) Poeta com tendência ao misticismo, psicografa, como médium, poemas de
diversos poetas, o que explica o título do poema.
c) A primeira e a segunda estrofe caracterizam a relação do autor com sua obra e a
relação desta com o leitor.
d) O título gera ambigüidade, uma das interpretações possíveis seria entendê-lo
como descrição psicológica que o poeta faz de si próprio no momento da criação.
e) Pode-se interpretar que o poeta busca psicografar seu próprio espírito, por isso
“autopsicografia”.
9. A que heterônimo de Fernando Pessoa pertencem, respectivamente, as estrofes a
seguir:
I – “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)”
II – “Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêcemos.
Por isso se nos não mostrou...”
III – “Não: não quero nada,
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.”
a) I - Alberto Caeiro, II - Álvaro de Campos, III - Ricardo Reis.
b) I - Ricardo Reis, II - Alberto Caeiro, III - Álvaro de Campos.
c) I - Álvaro de Campos, II - Alberto Caeiro, III - Ricardo Reis.
d) I - Alberto Caeiro, II - Ricardo Reis, III - Álvaro de Campos.
e) I - Álvaro de Campos, II - Ricardo Reis, III - Alberto Caeiro.
10. “Dentre os heterônimos, é o único que apresenta evolução. Começa pelo
Decadentismo, ressentindo a influência de Caeiro. Torna-se grandiloqüente,
nervoso, moderno, civilizado. Faz-se cantor das grandes urbes fabris, da máquina,
da velocidade.” A que poeta se refere a afirmação:
a) Álvaro de Campos.
b) Fernando Pessoa (ele mesmo).
c) Ricardo Reis.
d) Bernardo Soares.
e) Alberto Caeiro.
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