CLIPPING SAúDE 19.04.2014

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Diario de Pernambuco - PE 20/04/2014 às 03:00hs
Diario Urbano
De ruim a pior
O atendimento do Samu não é mais aquele, de acordo com número (nem tão recente
assim) de reclamações sobre o atendimento. Nos últimos dias, dois casos chamaram a
atenção para as deficiências: uma mulher passou mal em um ônibus, em Olinda, e foram
inúteis os esforços para receber atendimento. No meio das explicações para convencer
sobre a impossibilidade, uma servidora acionada disse que não havia nenhum médico
que pudesse, primeiro, ouvir o relato e passar instruções por telefone. O motorista
acabou indo deixar a senhora no HR.
Passava das 16h, no domingo, quando uma pessoa se compadeceu da situação de um
idoso, que estava desmaiado em ponto de ônibus próximo ao Clinical Center, e ligou
para o serviço.
Do outro lado, a atendente, apesar da ênfase sobre a urgência, disse que não teria como
realizar o socorro se não houvesse antes entrevista com um médico. Como a pessoa
alegou que não teria o que dizer, pois se tratava de uma situação de emergência, a moça,
de forma grosseira, desligou. Cerca de 1h48 depois, liga o serviço apenas para
reconfirmar que nenhuma palha seria movida em favor da vítima, se não houvesse a
entrevista prévia. E viva a burocracia, para a qual a vida quase não conta.
Sebo nas canelas
Além da pesquisa que apontou os benefícios da vitamina E para melhorar o desempenho
de portadores do mal de Alzheimer em tarefas de rotina, outra agora coloca os
exercícios físicos como aliados no combate ao câncer de mama. Esta foi recentemente
divulgada na conferência European Breast Cancer, realizada na Escócia. Pelo sim , pelo
não, “sebo nas canelas”.
Folha de Pernambuco - PE 20/04/2014 às 07:50hs
As doenças do coração
Juntos, problemas cardíacos matam mais que a Aids e alguns tipos de câncer
Karla Veloso
Doenças congênitas, hipertensão, insuficiência cardíaca, cardiomiopatias e infarto. No
Brasil, os males do coração matam mais que a Aids e até mesmo que alguns tipos de
câncer, como o de pâncreas, por exemplo. Dados do Ministério da Saúde apontam que,
sozinha, a hipertensão faz 300 mil vítimas fatais por ano. Juntos, os cânceres de cólon
(8.385), fígado (7.721), esôfago (7.645), o pancreático (7.440) e a Aids (12.151) somam
43.342 mortes por ano. “Diferentemente da maioria dos outros órgãos, o coração,
quando não funciona corretamente, pode levar a pessoa à morte de imediato. Por isso os
dados tão elevados de morte”, destaca o cardiologista carioca Cyro Vargues Rodrigues.
As doenças cardíacas, observa, avançam rápido. Por isso, exigem diagnóstico preciso e
tratamento imediato. “O coração não espera”, alerta. O cardiologista Flávio Japyassú,
que atende no Hospital Santa Joana, atesta que, por exemplo, a pressão arterial, uma
condição que muitos não sabem que têm, pode levar o paciente a outras complicações,
além das cardíacas. A prevenção, alerta o cardiologista, é a melhor indicação para quem
quer evitar as “surpresas” do coração. URGÊNCIAS A jornalista Daniela Oliveira
conhece bema urgência do coração. Há dois anos e três meses, quando sua segunda
filha, Norah, nasceu após uma gravidez tranquila, foi surpreendida após um exame
realizado pela pediatra. “Minha filha estava com a respiração cansada. Já no segundo
dia de vida, após examiná-la, a pediatra me disse: ‘Seu bebê pode estar com uma
pneumonia ou com uma cardiopatia. Reze para ser pneumonia’. Nunca pensei que um
dia fosse rezar para isso”.
O ecocardiograma revelou o pior. Norah nasceu com uma cardiopatia congênita grave.
As artérias de seu coração estavam funcionando de forma invertida. Em um coração
normal, o sangue pobre em oxigênio (azul) retorna para o átrio direito do corpo, e é
bombeado pelo ventrículo direito pela artéria pulmonar para os pulmões. Nos pulmões,
o sangue recebe oxigênio e então retorna para o lado esquerdo do coração. O de Norah
fazia o caminho inverso. O caso era cirúrgico.
“Com cinco dias de nascida ela fez a cirurgia, que foi um sucesso”, recorda Daniela. O
médico alertou que os pontos dados para a reversão das artérias não iriam acompanhar o
crescimento de Norah. Seria preciso, após alguns anos, colocar um stent (tubo feito de
uma malha de metal) para expandir as artérias. Mas o coração não para de surpreender.
Um ano e um mês após a primeira cirurgia, Norah teve o peito reaberto. Um
ecocardiograma mostrou que o sangue não estava fluindo como deveria.
“Tentaram colocar o stent por meio de cateterismo. Não foi possível. Norah teve
queloide nos pontos cirúrgicos e isso acelerou o estreitamento das artérias”, conta a
mãe. Para evitar queloide, os médicos colocaram enxerto de pericárdio bovino. Desde
então, a pequena passa por exames mensais. A medicação já caiu de cinco para um
comprimido por dia. Mas a atenção ao coração será eterna. “Desde a primeira cirurgia
decidi que Norah teria uma vida normal. Ela vai à escola. Não é uma criança que cai e
chora. Ela cai e volta a brincar. É feliz”, comemora Daniela.
Folha resume: São inúmeras as doenças do coração. Há as congênitas (que as pessoas já
nascem com elas), as que são adquiridas pelo estilo de vida sedentário, como a
hipertensão arterial, ou as contraídas por parasitas, como a miocardite chagásica. Juntos,
esses males causam 300 mil mortes por ano no País.
Há pessoas que nascem com o coração precisando de algum reparo. Outras, entretanto,
adquirem problemas cardíacos ao longo da vida. Hoje, na segunda matéria da série
Coisas do Coração, a Folha de Pernambuco traz os mais comuns e conhecidos pelos
cardiologistas, como a hipertensão arterial e as cardiomiopatias, além dos congênitos.
Na próxima edição, será mostrado como os sentimentos e os hábitos alimentares
interferem na saúde do órgão. Já na última matéria da série, que está sendo publicada
durante quatro domingos, o leitor vai conhecer histórias de pessoas que vivem com o
coração doado. E também de quem sobrevive à espera de um. Na primeira reportagem
foi abordado como essa “máquina” de bombear sangue pode enfartar repentinamente.
Folha de Pernambuco - PE 20/04/2014 às 08:08hs
Partes do corpo humano feitas em laboratório
No futuro, órgãos podem passar a ser feitos sob medida
Pormaria Cheng
Em um hospital do Norte de Londres, cientistas estão criando narizes, orelhas e vasos
sanguíneos em laboratório, em uma tentativa ousada de desenvolver partes do corpo
humano usando células-tronco. O laboratório está entre os vários espaços ao redor do
mundo que estão trabalhando na ideia futurista de criar órgãos feitos sob medida.
Embora apenas alguns pacientes tenham recebido os órgãos feitos no laboratório
britânico até agora - incluindo canais lacrimais, vasos sanguíneos e traqueias -,
pesquisadores esperam em breve ser capazes de transplantar mais tipos de partes do
corpo para pacientes, incluindo o que seria o primeiro nariz do mundo feito
parcialmente a partir de células-tronco.
“É como fazer um bolo. Nós só usamos um tipo diferente de forno”, disse o cientista
que lidera o esforço, Alexander Seifalian, do University College London. Durante visita
da reportagem ao laboratório do cientista, Seifalian mostrou uma máquina sofisticada
usada para fazer moldes para vários órgãos a partir de um material de polímero. No ano
passado, ele e sua equipe fizeram um nariz para um homem britânico que havia perdido
o seu por causa de um câncer.
Os cientistas adicionaram uma solução de sal e açúcar para o molde do nariz a fim de
imitar a textura um pouco esponjosa do órgão real. Células tronco foram tiradas da
gordura do paciente e cultivadas no laboratório por duas semanas antes de serem
utilizadas para cobrir o esqueleto de nariz. Mais tarde, o nariz foi implantado no
antebraço do homem, de modo que a pele crescesse para cobri-lo. Seifalian disse que ele
e sua equipe estão à espera de aprovação de autoridades reguladoras para transferir o
nariz para o rosto do paciente, mas não sabia dizer quando isso pode ocorrer.
As aplicações potenciais de órgãos feitos em laboratório parecem tão promissoras que
até a administração de Londres está se envolvendo: o trabalho de Seifalian foi
apresentado quando o prefeito da cidade, Boris Johnson, anunciou uma nova iniciativa
para atrair investimento para os setores de saúde e ciência do Reino Unido para que
empresas possam estimular o desenvolvimento comercial de pesquisas pioneiras. O
material de polímero que Seifalian usa em seus esqueletos de órgãos foi patenteado e ele
também pediu patentes para seus vasos sanguíneos, canais lacrimais e traqueia.
Folha resume: Polímeros e células-tronco. Esses são os materiais usados por cientistas
para criarem órgãos em laboratório por uma equipe de Londres. Paciente está com nariz
implantado no braço esperando autorização para transferência. E cientistas acreditam
que órgãos vão poder estar no mercado.
REVOLUÇÃO - Segundo Alexander Seifalian, os órgãos criados em laboratório, no
futuro, podem ser produzidos em larga escala. “Se as pessoas não forem tão minuciosas,
poderemos fabricar diferentes tamanhos de narizes para que o cirurgião possa escolher
um tamanho e adaptá-lo para os pacientes antes de implantá-lo. As pessoas pensam que
seu nariz é muito individual e pessoal, mas isso é algo que um dia nós poderíamos
produzir em massa como em uma fábrica”, disse.
Folha de Pernambuco - PE 20/04/2014 às 08:10hs
Cientistas: órgãos estarão no mercado
Alguns cientistas estimam que certos órgãos feitos em laboratório em breve deixarão de
ser experimentais
“Seifalian nos conduziu para a constatação de que talvez não precisemos ter o tecido
absolutamente perfeito para um órgão (fabricado em laboratório) funcionar. O que ele
criou é a estrutura correta, e o fato de que é boa o suficiente para que seus pacientes
tenham traqueia, canal lacrimal entre outros, funcionais é bastante surpreendente”,
afirmou Eileen Gentleman.
Alguns cientistas estimam que certos órgãos feitos em laboratório em breve deixarão de
ser experimentais. “Estou convencido de que órgãos projetados estarão no mercado em
breve”, disse a professora de biologia de transplantes, Suchitra Sumitran-Holgersson, da
Universidade de Gotemburgo, na Suécia. Ela transferiu vasos sanguíneos feitos em
laboratório para vários pacientes e planeja oferecer a eles mais opções até 2016,
dependendo da aprovação regulatória.
Ainda assim, Suchitra reconheceu que os médicos vão ter que acompanhá-los de perto
para detectar quaisquer efeitos colaterais no longo prazo, incluindo a possibilidade de
um maior risco de câncer. Seifalian calcula que cerca de 10 milhões de libras (US$ 16,8
milhões) foram investidas em sua pesquisa desde 2005, mas disse esperar que os órgãos
feitos em laboratório um dia estejam disponíveis por apenas algumas centenas de
dólares.
Diario de Pernambuco - PE 20/04/2014 às 03:00hs
Novo surto de ebola assombra a África
Segundo dados da OMS, estão confirmadas mais de 100 mortes decorrentes da doença
na Guiné e na Libéria
Gabriela Walker
A confirmação de novos casos de infeção pelo vírus ebola aumentou a preocupação de
que o surto se alastre pelo continente africano. Depois de mais de 100 mortes
decorrentes da doença na Guiné, principal foco do vírus nos últimos meses, e na
Libéria, casos suspeitos são monitorados em Serra Leoa, na fronteira sul do país. A
organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) já classificou a situação no oeste africano
como uma “epidemia de amplitude jamais vista”. Ao mesmo tempo, representantes da
Organização Mundial da Saúde (OMS) tentavam evitar o pânico, alertando que “não há
necessidade de aumentar algo que já é ruim o suficiente”, conforme defendeu pelo
Twitter um representante da agência das Nações Unidas.
“Nós estamos enfrentando uma epidemia de magnitude jamais vista em termos de
distribuição de casos no país: Gueckedou, Macenta, Kissidougou, Nzerekore e, agora,
Conacri (a capital)”, alertou Mariano Lugli, coordenador do MSF. Por sua vez, o portavoz da OMS, Tarik Jasarevic, que está no país desde a semana passada, assinalou que a
preferência pelo termo surto, em vez de epidemia, justifica-se pelo estágio inicial dos
registros. “Em francês, língua que falamos aqui, diz-se ‘épidémie’ porque não há outro
termo equivalente, mas preferimos nos referir à situação como surto por ainda estar no
começo”, explicou ao Correio Braziliense/Diario.
Desde janeiro, a Guiné enfrenta uma proliferação da febre hemorrágica causada pelo
ebola. Em seu último balanço, o Ministério da Saúde do país atesta que 22 óbitos em
decorrência do vírus estão confirmados em laboratórios. Há 44 pessoas sob
monitoramento. Na Libéria, além das quatro mortes, há três casos de infecção pelo vírus
confirmados e outros sob investigação, segundo a OMS. Nenhuma vítima teve a doença
diagnosticada em Serra Leoa — aguarda-se o resultado de exames em cinco pacientes.
Diante da situação, o governo do Senegal, ao norte da Guiné, fechou as fronteiras com o
vizinho. A Mauritânia decidiu restringir o comércio com os países afetados. A empresa
aérea Gambia Bird, que deveria começar a atuar na Guiné no último fim de semana,
adiou o início das operações por causa do surto. Em comunicado, a Comunidade
Econômica dos Estados da África Ocidental destacou que a doença é uma séria ameaça
à segurança na região.
Diario de Pernambuco - PE 20/04/2014 às 07:34hs
Um vírus mais agressivo e letal
Acredita-se que o ebola, descoberto em 1976, seja transmitido por morcegos
Especialistas que atuam na região identificaram o vírus responsável pelo surto atual
como “do tipo Zaire”, uma das cinco espécies da família dos filoviruses que causam o
ebola. “Esse é o (vírus) mais agressivo e letal”, alertou o epidemiologista Michel Van
Herp, ligado a MSF, em um comunicado da organização. Tem um índice de mortalidade
de mais de 90%, assinala Van Herp. Segundo a ONG, mais de 40 toneladas de
equipamentos foram enviadas à Guiné para tentar conter o avanço da doença.
Acredita-se que o ebola, descoberto em 1976, seja transmitido por morcegos. O vírus se
espalha quando pessoas saudáveis entram em contato com fluidos corporais de
indivíduos infectados, como sangue, suor ou leite materno. Depois de um período de
incubação entre dois e 21 dias, os pacientes passam a ter febre alta, dor muscular,
conjuntivite, vômitos e fraqueza. Sangramentos pela urina e pelas narinas também são
comuns. Além da facilidade de transmissão, o vírus provoca uma alta taxa de
mortalidade — entre 25% e 90% dos infectados. Desde o primeiro registro, cerca de 2,2
mil casos foram confirmados. Desses, 1,5 mil não resistiram às complicações da
infeção.
Apesar disso, os surtos são considerados raros. A última epidemia foi registrada em
2012, quando centenas adoeceram em Uganda e na República Democrática do Congo
(RDC). Segundo a MSF, outras “certamente passaram despercebidas por ocorrerem em
áreas onde as pessoas não têm acesso a tratamentos de saúde”, o que impossibilita a
confirmação de todos os casos. O ebola é classificado como um dos vírus mais
contagiosos e mortais entre os humanos, segundo a OMS, e não existe nenhum tipo de
tratamento ou de vacina específicos.
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