CGA grupo 4 Conhecimentos Gerais de Aeronaves Conhecimentos Gerais de Aeronaves AERODINÂMICA E ELEMENTOS COMPONENTES DAS AERONAVES 1. AERODINÂMICA Ciência que estuda as forças produzidas pelo movimento relativo entre o ar e os corpos. 2. AERONAVE Qualquer veículo que voa chamado de aeronave. Dividem-se em dois grupos: 3. AVIÃO é AERÓSTATO: são os balões e dirigíveis chamados de mais leves que o ar, elevam-se segundo o princípio de Arquimedes, que diz basicamente que todo corpo mergulhado num fluido recebe o empuxo debaixo para cima equivalente ao peso do fluido deslocado. Para um melhor estudo, o avião e dividido em cinco partes principais. São elas: ASA EMPENAGEM TREM DE POUSO FUSELAGEM GRUPO MOTO PROPULSOR (MOTORES) ASA A função da asa é dar sustentação necessária ao vôo. a Classificação da asa quanto a quantidade de planos: MONOPLANO: um plano de asa BIPLANO: dois planos de asa TRIPLANO: três planos de asa MULTIPLANO: quatro ou mais planos de asa. AERÓDINOS: são os mais pesados que o ar, seu vôo baseia-se na 3ª lei de Newton (ação e reação) e no Teorema de Bernoulli que diz: “quando a velocidade de fluido aumenta, a pressão dinâmica também aumenta e a pressão estática diminui”. Os aviões, helicópteros, planadores, autogiros e ultraleves são exemplos de aeródinos. Comissário(a) de Vôo Pg. 77- 1 CGA grupo 4 Classificação de asa quanto a posição: ASA BAIXA: posicionada na parte inferior da fuselagem. ASA MÉDIA: posicionada na parte central da fuselagem. ASA ALTA: posicionada na parte superior da fuselagem ASA PARASSOL: posicionada acima da fuselagem fixada por montantes (suportes). Classificação da asa quanto a fixação: ASA CANTILEVER: asa fixada à fuselagem sem suportes (montantes) externos. ASA SEMI-CANTILEVER: asa fixada à fuselagem com o auxílio de montantes. Conhecimentos Gerais de Aeronaves NERVURAS: são presas nas longarinas e dão o formato aerodinâmico a asa. TIRANTES: são cabos de aço esticados em diagonal para suportar esforços de tração. REVESTIMENTO TELA: tecido impermeabilizado que não auxilia na resistência estrutural da asa (revestimento não trabalhante). MADEIRA: chapas de madeira impermeabilizadas que auxiliam na resistência estrutural da asa (revestimento trabalhante). ALUMÍNIO: chapas de alumínio que auxiliam na resistência estrutural da asa. É o revestimento trabalhante mais utilizado atualmente. EMPENAGEM É todo o conjunto da cauda do avião e sua função é fornecer a estabilidade necessária ao vôo. ELEMENTOS DA EMPENAGEM ELEMENTOS DA ASA BORDO DE ATAQUE: parte dianteira da asa. BORDO DE FUGA: parte traseira da asa. EXTRADORSO OU DORSO: parte superior da asa. INTRADORSO OU VENTRE: parte inferior da asa CORDA: distância da linha reta entre o bordo de ataque e o bordo de fuga. PONTA DA ASA: extremidade lateral da asa. RAIZ DA ASA: união entre a asa e a fuselagem. ENVERGADURA: distância de uma ponta a outra da asa. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA ASA LONGARINAS: são os principais elementos estruturais da asa. Comissário(a) de Vôo ESTABILIZADOR VERTICAL: é toda a superfície vertical da empenagem. LEME ou Leme de direção: É fixado no estabilizador vertical, movimenta-se lateralmente e destina-se a fornecer o movimento de guinada. COMPENSADOR DO LEME: é fixado no leme de direção, movimenta-se lateralmente e destina-se a compensar o movimento de guinada da aeronave. ESTABLIZADOR HORIZONTAL: é toda a superfície horizontal da empenagem. PROFUNDOR ou Leme de Profundidade: É fixado no estabilizador horizontal,movimenta-se verticalmente e destina-se a fornecer o movimento de arfagem da aeronave. COMPENSADOR DO PROFUNDOR: é fixado no profundor, movimenta-se verticalmente e destina-se a compensar o movimento de arfagem da aeronave. Quanto ao posicionamento dos estabilizadores, a empenagem classifica-se em Convencional e em “T”. Pg. 77- 2 CGA grupo 4 Conhecimentos Gerais de Aeronaves Classificação do trem de pouso quanto ao posicionamento das rodas: TREM DE POUSO É o dispositivo que serve para amortecimento no pouso, controle e deslocamento da aeronave quando não estiver voando. Classificação da aeronave quanto ao tipo de operação: LITOPLANO: o trem de pouso permite operação em superfícies sólidas. Ex.: asfalto, cimento, grama, terra, neve, etc. HIDROPLANO: o trem de pouso permite operação em superfícies líquidas. ANFÍBIOS: o trem de pouso permite operação em superfícies sólidas ou líquidas. TREM CONVENCIONAL: roda direcional localizada atrás das rodas principais. TREM TRICICLO: roda direcional localizada a frente das rodas principais (mais usadas na aviação de grande porte). Obs.: as rodas principais são localizadas abaixo das asas. FUSELAGEM É a parte destinada a acomodação dos passageiros, tripulação e cargas. Tem formato cilíndrico e serve também para fixação das asas, empenagem e motores (se for o caso). Classificação da fuselagem quanto ao número de lugares: MONOPLACE: apenas um lugar. BIPLACE: dois lugares. TRIPLACE: três lugares. QUADRIPLACE: quatro lugares. MULTIPLACE: quatro ou mais lugares. CABINE: compartimentos das aeronaves comerciais destinados a acomodação de passageiros. Classificação estrutura: Classificação do trem de pouso quanto ao recolhimento: TREM FIXO: não se recolhe (aviões de pequeno porte). TREM RETRÁTIL: recolhe-se parcialmente. TREM ESCAMOTEÁVEL: recolhe-se totalmente. Comissário(a) de Vôo da fuselagem quanto à TUBULAR: feita de tubos de aço soldados (usadas apenas em aviões de pequeno porte). MONOCOQUE: feita de anéis (cavernas) de alumínio e revestimento trabalhante de chapas de alumínio (usada em aviões de pequeno porte). SEMIMONOCOQUE: feita de anéis (cavernas) de alumínio, revestimento de chapas de alumínio trabalhante e longarinas, que aumentam a resistência do conjunto (usada nos aviões de grande porte). Pg. 77- 3 CGA grupo 4 Conhecimentos Gerais de Aeronaves MASSA: quantidade de matéria contida num corpo. Não varia. GRAVIDADE: força de atração entre as massas. Na Terra, todos os corpos que possuem massa são atraídos para o seu centro a 9,8 m/seg2 aproximadamente. PESO: nome que se a ação da força da gravidade sobre as massas. Peso = Massa. Gravidade. ÁREA: Largura. Comprimento. GRUPO MOTO PROPULSOR Tem a função de produzir a tração necessária ao vôo utilizando o princípio da ação e reação. Classificação das aeronaves quanto ao número de motores: MONOMOTOR: um motor. BIMOTOR: dois motores. TRIMOTOR: três motores. QUADRIMOTOR: quatro motores. MULTIMOTOR: acima de quatro motores. DEFINIÇÕES E TERMOS UTILIZADOS FORÇA: aquilo que produz ou modifica o movimento ou causa deformações físicas. FLUIDO: qualquer matéria que se encontre no estado líquido ou gasoso, isto é, não possui forma definida. ESCOAMENTO: o movimento de um fluido é chamado escoamento. Pode ser de dois tipos: TURBULENTO ou turbilhonado: neste escoamento as partículas se deslocam de forma irregular, com velocidades e direções diferentes. LAMINAR ou Lamelar: neste escoamento as partículas se deslocam de forma regular, com velocidade direção uniformes. VELOCIDADE: distância percorrida determinado tempo. Velocidade = distância / tempo. Comissário(a) de Vôo em VOLUME: Largura. Comprimento. Altura PRESSÃO: força exercida Pressão = Força / Área numa área. DENSIDADE: massa contida num volume. Densidade = Massa / Volume ESTÁTICO: parado, sem movimento. DINÂMICO: em movimento. ATMOSFERA: camada de ar que circunda a Terra. VENTO RELATIVO: movimento do ar em relação a um ponto. Ex.: quando estamos em um automóvel em alta velocidade ao colocarmos a mão para fora sentimos a pressão de um vento causado pelo deslocamento. O vento Relativo tem sempre, em relação à trajetória, mesma velocidade, mesma direção e sentido oposto. PRESSÃO ESTÁTICA: e a pressão que o ar parado exerce sobre os corpos na atmosfera. PRESSÃO DINÂMICA: e a pressão que o ar em movimento exerce sobre os corpos na atmosfera. TEOREMA DE BERNOULLI: num dado escoamento, quando a velocidade aumenta, a pressão dinâmica também aumenta e a pressão estática diminui. Quando a velocidade diminui, a pressão dinâmica também diminui e a pressão Pg. 77- 4 CGA grupo 4 estática aumenta. Quando não há movimento a pressão dinâmica é zero e a pressão estática é a máxima. ARRASTO: ou resistência ao avanço, dificuldade que um corpo encontra para se deslocar através de um fluido. Sempre paralelo ao deslocamento. SUPERFÍCIE AERODINÂMICA: superfície cujo formato produz pouco arrasto. AEROFÓLIO: superfície aerodinâmica que, além de produzir pouco arrasto, produz reações aerodinâmicas úteis ao vôo. SUSTENTAÇÃO: reação útil gerada pelos aerofólios. É sempre perpendicular (90°) ao deslocamento. EIXO: centro de um movimento giratório. Todo giro é em torno de um eixo. ÂNGULO: abertura entre duas linhas ou planos que se unem em um ponto. VETOR: grandeza que possui intensidade, direção e sentido. DIREÇÃO: posição de um vetor. Ex.: horizontal, vertical, inclinado, etc. Conhecimentos Gerais de Aeronaves especial da asa tem maior curvatura no extradorso que no intradorso. Com a curvatura o ar percorre uma maior distância no extradorso que no intradorso, mas o tempo é o mesmo. Portanto, a velocidade do ar no extradorso é maior que no intradorso. Conforme o Teorema de Bernoulli, quando a velocidade aumenta, a pressão dinâmica aumenta e a pressão estática diminui. O intradorso com menos velocidade tem uma pressão estática maior, que empurra a asa para cima. Conclui-se que a sustentação é gerada pela diferença entre as pressões estáticas do extradorso e do intradorso da asa. Esta força é chamada de Resultante Aerodinâmica (RA) e tem origem num ponto chamado Centro de Pressão (CP). A resultante aerodinâmica tem esse nome, pois resulta das componentes: Sustentação (que empurra a asa para cima) e Arrasto (que empurra a asa para trás). Logo é uma força inclinada para cima e para trás. SENTIDO: indica de onde vem e para onde vai o vetor. É representado por uma seta. TUBO DE VENTURI: tubo de escoamento que possui um estreitamento. Nele é possível comprovar o Teorema de Bernoulli. FORÇAS QUE ATUAM NA AERONAVE EM VÔO Além da Sustentação e do Arrasto, temos também as forças de Tração (que empurra o avião para frente) e Peso (que empurra o avião para baixo). A asa tem a função de gerar a sustentação necessária ao vôo, para isso é preciso que haja velocidade. O desenho Então podemos afirmar que as quatro forças que atuam numa aeronave em vôo são: Comissário(a) de Vôo Pg. 77- 5 CGA grupo 4 SUSTENTAÇÃO PESO TRAÇÃO ARRASTO Conhecimentos Gerais de Aeronaves L (LIFT) W (WEIGHT) T (THRUST) D (DRAG) Em uma aeronave com a velocidade constante, temos a TRAÇÃO IGUAL AO ARRASTO ou T=D. Quando a Tração é maior que o Arrasto (T>D), a aeronave acelera, e quando a Tração é menor que o arrasto (T<D), a aeronave desacelera. Se a aeronave estiver voando reto e horizontal (altitude constante), temos a SUSTENTAÇÃO IGUAL AO PESO ou L=W. Quando a Sustentação é maior que o Peso (L>W), a aeronave sobe, e quando a sustentação é menor que o Peso (L<W), a aeronave desce. Portanto: T=D T>D T<D L=W L>W L<W ÂNGULOS VELOCIDADE CONSTANTE ACELERA DESACELERA ALTITUDE CONSTANTE SOBE DESCE A sustentação depende basicamente de cinco fatores: Formato do perfil da asa. Ângulo de ataque. Densidade do ar. Velocidade. Área da asa. O avião possui controle sobre o movimento em torno de seus três eixos, que são: ÂNGULO CRÍTICO ÂNGULO DE PERDA ÂNGULO DE SUSTENTAÇÃO MÁXIMA EIXO LONGITUDINAL: linha imaginária que vai do nariz à empenagem da aeronave. EIXO LATERAL OU TRANSVERSAL: linha imaginária que vai da ponta de uma asa à ponta da outra asa. EIXO VERTICAL: linha imaginária que passa pela aeronave verticalmente. Os três eixos se cruzam no Centro de Gravidade – CG da aeronave. Comissário(a) de Vôo ÂNGULO DE ATAQUE (alfa): é o ângulo formado entre a corda da asa e o vento relativo (ou trajetória). O valor deste ângulo varia em função da velocidade. Em altas velocidades é muito pequeno, mas em baixas velocidades precisa ser aumentado para aumentar, também, a sustentação. ÂNGULO DE ESTOL: é o ângulo de ataque no qual a asa produz a máxima sustentação. Quando ultrapassado, produz um fenômeno conhecido como Estol, que á a diminuição rápida da sustentação devida ao descolamento do fluxo de ar no extradorso. Também é chamado de: ÂNGULO DE INCIDÊNCIA: é um ângulo invariável formado pela corda da asa e o eixo longitudinal do avião. ÂNGULO DE DIEDRO: é o ângulo formado entre o eixo lateral (ou transversal) e o plano da asa. Pode ser positivo (para cima) ou negativo (para baixo). Influi na estabilidade da aeronave. ÂNGULO DE ENFLECHAMENTO: é o ângulo formado entre o eixo lateral (ou transversal) e o bordo de ataque da asa. Também influi na estabilidade da aeronave. Pg. 77- 6 CGA grupo 4 ÂNGULO DE ATITUDE: é o ângulo formado entre o eixo longitudinal da aeronave e alinha do horizonte da Terra. Indica a posição (ou Atitude) da aeronave em relação ao horizonte. DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES São dispositivos que aumentam a curvatura da asa, aumentando a sustentação. Com isso permitem que a aeronave pouse e decole mais lentamente, utilizando um menor comprimento de pista: FLAP: localizado no bordo de fuga, próximo a raiz. SLAT: localizado no bordo de ataque, é móvel. SLOT: localizado no bordo de ataque, é fixo. O tipo mais eficiente de flap é o Fowler, que além de aumentar a curvatura, aumenta também a área da asa. Os dispositivos hipersustentadores servem também como Freio Aerodinâmico, pois aumentam muito o arrasto. Conhecimentos Gerais de Aeronaves CONTROLE DAS AERONAVES O controle da aeronave em torno dos três eixos é conseguido através dos Comandos internos que atuam as Superfícies de Comando externas, localizadas nas asas e empenagem. Os comandos cockpit, são: localizados no MANCHE: bastão ou volante que se movimenta para frente, para trás e para os lados, empurrando e puxando o nariz e inclinando as asas, respectivamente. PEDAIS: movimentam o nariz para o lado em que se pisa. As superfícies podem ser: de comando PRIMÁRIAS: Aileron Profundor (Leme de Profundidade) Leme (Leme de Direção) SECUNDÁRIAS: Compensador do Aileron Compensador do Profundor Compensador do Leme Superfícies de comando primárias: Comissário(a) de Vôo AILERON: localiza-se nos bordos de fuga próximos as pontas das asas e produz o movimento de inclinação das asas chamado de rolamento, rolagem, inclinação lateral ou bancagem. O avião gira em torno do eixo longitudinal. Para acionar-se os Pg. 77- 7 CGA grupo 4 Conhecimentos Gerais de Aeronaves ailerons, o piloto movimenta o manche lateralmente. EX.: manche para direita, aileron esquerdo desce, direito sobe, inclinação para direita. PROFUNDOR: também conhecido como Leme de Profundidade, localiza-se no bordo de fuga do estabilizador horizontal e produz os movimentos de subir (cabrar) ou descer (picar) chamados de arfagem ou tangagem. O avião gira em torno do eixo lateral ou transversal. Para acionar-se o profundor, o piloto puxa ou empurra o manche. Ex.: manche para frente, profundor desce, nariz desce. Manche para trás, profundor sobe, nariz sobe. LEME DE DIREÇÃO: ou simplesmente leme, localiza-se no bordo de fuga do estabilizador vertical e produz o movimento para esquerda ou direita chamado guinada. O avião gira em torno do eixo vertical. Para acionar-se o leme, o piloto aplica o pedal para o lado em que quer virar. Ex.: pedal para direita, leme para direita, nariz para direita. de través). Podem ser (Estáticos), Automáticos Comandáveis (Dinâmicos). Fixos e/ou GRUPO MOTO-PROPULSOR TIPOS E UTILIZAÇÃO O Grupo Moto-Propulsor é formado pelo motor (ou motores) e sistemas de hélices (se for o caso). Sua finalidade é produzir a tração necessária para se vencer o arrasto utilizando-se para isso a 3ª Lei de Newton: Ação e Reação, ou seja, o motor empurra o ar para trás que reage empurrando o avião para frente. O grupo moto-propulsor é utilizado para movimentar a aeronave tanto em vôo como no solo (taxiamento). Classificação das aeronaves quanto ao número de motores: MONOMOTOR: um motor. BIMOTOR: dois motores. TRIMOTOR: três motores. QUADRIMOTOR: quatro motores. MULTIMOTOR: acima de quatro motores. Classificação das aeronaves quanto ao processo que utilizam para produzir tração: Superfícies de comando secundárias: COMPENSADORES: estão instalados nas superfícies primárias de controle e destinam-se a aliviar as pressões nos comandos de vôo (subida prolongada) ou tirar tendências indesejáveis (vento Comissário(a) de Vôo MOTOR CONVENCIONAL: a tração é conseguida através da hélice, que é acionada por um eixo de manivelas. Esse eixo transforma o movimento alternativo de pistões em movimento giratório para a hélice, por isso também é chamado de Motor a Pistão. É utilizado em aeronaves de pequeno Pg. 77- 8 CGA grupo 4 porte e seu combustível é a gasolina de aviação (azul). Conhecimentos Gerais de Aeronaves nele, existe um enorme ventilador (fan) localizado na parte dianteira. Este FAN aspira uma enorme quantidade de ar, uma parte deste ar penetra no compressor e é queimada, a outra passa por fora (by-pass) refrigerando a câmara de combustão, permitindo que ela queime muito melhor o querosene. Produzem alta tração, são econômicos e silenciosos, sendo os mais utilizados atualmente. MOTOR TURBO-JATO: a tração é conseguida através da reação causada pela expansão dos gases dentro de uma câmara de combustão. O ar é admitido e comprimido pelo compressor, vai para a câmara de combustão, onde é misturado com combustível pulverizado, ai produz-se uma faísca para que a reação comece lançando violentamente os gases queimados para trás e a aeronave para frente. A velocidade de saída dos gases é aproveitada por um cata-vento ou turbina que gira ligada ao compressor, fazendo-o girar e captar mais ar. Os turbo-jatos utilizam querosene de aviação e apesar de produzirem muita velocidade, são barulhentos e pouco econômicos, não sendo mais utilizados pela aviação comercial. Deram origem a outras versões mais aperfeiçoadas como: UTILIZAÇÃO DO MOTOR COMO FREIO MOTOR TURBO-HÉLICE: um pequeno motor turbo-jato aciona uma grande hélice, unindo a economia do motor pequeno com a força da grande hélice, porém é limitado em velocidade e vibra muito. Utiliza querosene de aviação. MOTOR TURBO-FAN: é um aperfeiçoamento do motor turbo-jato, EMBADEIRAMENTO DE HÉLICE Comissário(a) de Vôo Os motores podem funcionar como freio invertendo-se o sentido da tração. Esse sistema é conhecido como Reverso. Nos motores a hélice, basta inverter o ângulo das pás e nos motores turbo-jato, basta fechar o escapamento através de conchas defletoras e direcionar o fluxo do jato para frente. Quando um motor a hélice falha, suas pás ficam numa posição que tende a Pg. 77- 9 CGA grupo 4 Conhecimentos Gerais de Aeronaves produzir giro devido ao ar de impacto (semelhante a um cata-vento). O grande arrasto produzido é eliminado ao se alinhar às pás na mesma direção do vento relativo, como uma bandeira, daí o nome embandeiramento da hélice. ESTABILIDADE, PESO E BALANCEAMENTO SISTEMAS DE PRESSURIZAÇÃO E AR CONDICIONADO PRESSURIZAÇÃO: As aeronaves modernas voam a altitudes acima de vinte mil pés (seis mil metros), porém o organismo humano resiste até a altitude de doze mil pés (quatro mil metros), pois acima disso a pressão atmosférica é muito baixa tornando necessária a utilização da chamada PRESSURIZAÇÃO, que é o aumento da pressão interna do avião através da vedação hermética e controle de entrada e saída do ar. A pressurização é conseguida aproveitando-se uma parte de ar captado pelos motores e enviando-o para dentro da cabine cuja pressão interna é controlada através de válvulas de saída de fluxo chamadas out-flow. Havendo falha e as out-flow emperrarem na posição fechada, a pressão irá subir além do limite estrutural da aeronave, para isso existem as safety valves, que se abrem aliviando a pressão diferencial entre a cabine e a atmosfera. SISTEMA DE AR CONDICIONADO: é o responsável pela pressurização, ventilação e climatização da cabine e cockpit da aeronave. Nele, o ar quente sangrado (bleed air) dos motores é resfriado e distribuído aos compartimentos da aeronave através de dutos. AUXILIAR POWER UNIT – APU: esta Unidade Auxiliar de Energia é um pequeno gerador turbo-jato cuja função é servir como fonte de energia elétrica, hidráulica (pressão líquida) e pneumática (pressão de ar) quando os motores ainda não estiverem funcionando, para acioná-los ou complementá-los. Comissário(a) de Vôo Um avião, quando afastado da condição de equilíbrio (numa turbulência, por exemplo), pode comportar-se de três diferentes maneiras: INSTÁVEL: tende a afastar-se cada vez mais da posição inicial. Não é aceitável na aviação comercial. INDIFERENTE: sem tendência alguma, não se afasta nem retorna ao ponto inicial. Também não aceitável. ESTÁVEL: tende a retornar a posição inicial sem auxílio dos comandos. É a condição desejável. A parte da aeronave responsável por manter a estabilidade é a empenagem, mas outros fatores, também influenciam, como: Os ângulos de Diedro e Enflechamento, quando positivos, aumentam a estabilidade lateral (oscilação da inclinação das asas) e direcional (oscilação do nariz para direita e esquerda) do avião; e quando negativos, as diminuem. O posicionamento do centro de gravidade também influencia na estabilidade longitudinal (oscilação do nariz para cima e para baixo) da aeronave. Ex.: com o nariz pesado a aeronave torna-se mais estável e com a cauda pesada, menos estável. A estabilidade longitudinal é mais importante que lateral e direcional, pois as forças horizontais são pequenas se comparadas com as forças verticais aplicadas a aeronave. CENTRO DE GRAVIDADE – CG: é o ponto onde está aplicada a força peso de qualquer objeto. Ao se suspender este objeto pelo CG ele apresentará equilíbrio. É no CG que os três eixos se cruzam. DESLOCAMENTO DO CG: seria impossível sustentar uma aeronave sempre pelo CG, pois qualquer variação de posicionamento de passageiros ou consumo de combustível já iria tirá-la do equilíbrio. Pg. 77- 10 CGA grupo 4 Por isso o CG sempre ficará a frente do Centro de Pressão – CP, produzindo um momento de picada (nariz para baixo) anulado pela sustentação negativa do estabilizador horizontal. BALANCEAMENTO: seu funcionamento é idêntico a uma balança. O ponto de apoio é o CP, o peso de um lado é o CG e do outro é a sustentação negativa do estabilizador horizontal, porém na balança, as distâncias dos pesos ao ponto de apoio são iguais, na aeronave a distância do CP ao estabilizador horizontal é fixa, variando somente a força aplicada em função do peso da aeronave e distância do CG ao CP. Ex.:Peso = 100 toneladas (valor variável) Distância do CG ao CP = 2 metros (valor variável, pois depende da distribuição da carga, passageiros e combustível). Distância do CP ao Estabilizador Horizontal = 10 metros (valor fixo que varia somente em função do modelo da aeronave). Força necessária para Equilibrar o Avião aplicado através da Variação do ângulo de Inclinação do Estabilizador Horizontal = ? 100.2=10.X 200 = 10X X=200:10 X=20 toneladas Conhecimentos Gerais de Aeronaves CORDA MÉDIA AERODINÂMICA: tamanho de corda existente na asa usado como referência nos cálculos de peso e balanceamento. Independente de seu tamanho, será expressa de 0% a 100%. DEFINIÇÕES DE PESOS PESO BÁSICO: peso da aeronave + equipamentos fixos PESO BÁSICO OPERACIONAL: peso da aeronave + equipamentos fixos + equipamentos removíveis + tripulação + comissária. PESO BÁSICO OPERACIONAL: peso da aeronave + equipamentos fixos + equipamentos removíveis + tripulação + comissária. PESO DE DECOLAGEM: Peso Básico Operacional + passageiros + carga + combustível. PESO MÁXIMO DE DECOLAGEM: é o máximo peso permitido para decolagem. PESO DE POUSO: peso de decolagem – combustível consumido. PESO MÁXIMO DE POUSO: é o máximo peso de pouso suportado pela aeronave, geralmente é menor que o PMD. PESO MÁXIMO ZERO COMBUSTÍVEL: é o peso máximo suportado pela aeronave com os yanques de combustível vazios, isto é, sem contar o peso do combustível. LIMITES DO CG: toda a aeronave possui um envelope aerodinâmico, que são os limites de peso e posição máxima dianteira e traseira do CG. Esses limites nunca poderão ser ultrapassados. Comissário(a) de Vôo Pg. 77- 11