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A representação da Capitania do Rio Grande de São Pedro e as
disputas na fronteira meridional do Brasil colonial: estudo de um mapa.
Jessica Aparecida Correa, Paulo Roberto Teixeira de Godoy. Rio Claro, IGCE, Geografia,
[email protected], bolsista de Iniciação Científica (FAPESP- Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo).
Palavras Chave: Cartografia colonial do Brasil, período pombalino e disputas fronteiriças.
Introdução
O presente trabalho tem por finalidade tecer
comentários a respeito do “Mappa de huma parte da
America Meridional, pertencente a devizáo pelo
publico Tractado de Lemites entre as duas Coroas
de Portugal e Hespanha ... / mandado desenhar
novam.te pello ... Snr. Luis Pinto de Souza Coutinho
... por Jozé Mathias de Oliveira Rego, sargento môr
de infantaria com exercicio de engenheiro, em o
anno de 1769.”
Objetivos
O objetivo é trazer alguns questionamentos da
finalidade da representação cartográfica em termos
geopolíticos no contexto do Brasil colonial no
processo histórico e geográfico de definição das
fronteiras encetadas pelas coroas ibéricas. O mapa
a ser apresentado foi produzido no ano de 1769, no
auge do período pombalino e dos conflitos
fronteiriços entre as coroas portuguesa e espanhola
na definição dos domínios dos territórios coloniais
americano.
Material e Métodos
O mapa original encontra-se na Biblioteca Pública
Municipal da cidade do Porto-PT e compõem o
Catálogo “Cartografia do Brasil na Biblioteca
Municipal do Porto” (2011), coordenado por João C.
Garcia. O material cartográfico compõe um acervo
rico e vasto, segundo o coordenador do catálogo
“[...] são espécies cartográficas do Brasil, sobretudo
manuscritas, na maioria dos casos peças únicas, ou
quase, recolhidas pelo 1º Visconde de Balsemão,
Luís Pinto de Sousa Coutinho, que ao longo da sua
vida, no desempenho de altos cargos ao serviço de
Portugal, reuniu muitas destas obras”.
Resultados e Discussão
Diante dos estudos que se seguem, o que se pode
afirmar é que o mapa é atribuído a José Matias de
Oliveira Rego,mas especula-se que a base original
do mapa pode ser atribuído a José Custódio de Sá e
Faria e dos cartógrafos que compuseram a primeira
Partida de demarcação in loco das fronteiras do
extremo sul do Brasil encetas no contexto das
expedições demarcatórias do Tratado de Madri em
1750.
Figura 1. Mappa de huma parte da America
Meridional, pertencente a devizáo pelo publico
Tractado de Lemites entre as duas Coroas de
Portugal e Hespanha ...
XXVI Congresso de Iniciação Científica
Conclusões
Segundo a rede de paralelos, que permite delimitar
o espaço cartografado, entre os ca. 28ºS e os ca.
35ºS, o mapa representa a Capitania do Rio Grande
de São Pedro, atual estado brasileiro Rio Grande do
Sul. Em geral, o que se nota é que no mapa teve por
objetivo representar a rede hidrográfica, sobretudo,
com informações das ocupações eclesiásticas e as
características gerais do relevo, tendo em vista
perceber a fluidez nos caminhos fluviais e terrestres
para o êxito no processo de ocupação e domínio
territorial. Assim, com vistas a potencializar os
estudos no âmbito da Geografia Histórica e
Cartografia Histórica do Brasil algumas questões
são pertinentes: Qual a relação da representação no
contexto
da
Guerra
Guaranítica?
Como
compreender as “ideologias geográficas” implicitas
na representação do referido mapa? Em que
conjuntura política e ideológica foi ordenada a feitura
da representação? E a que ideia tais representações
buscam defender?
Agradecimentos
Paulo R. T. de Godoy (UNESP - Dept. Geografia);
João C. Garcia (FLUP – Dept. de Geografia.) e
FAPESP.
____________________
GARCIA, João C. Cartografia do Brasil na Biblioteca Pública
Municipal do Porto, Porto, 2011.
GODOY,Paulo. Geografia histórica e as formas de apreensão do
tempo. In: Encontro Nacional de História do pensamento Geográfico, 3;
Encontro Nacional de Geografia Histórica, 1. Rio de Janeiro, 2012.
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