"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento". Platão A o longo de nossa breve trajetória maçônica, temos visto muitos Irmãos adentrarem a nossa Ordem. Desses, alguns saem desapontados, pois esperavam encontrar uma instituição composta por pessoas perfeitas, ricas em virtudes, esbanjando qualidades, e, em verdade, não é esse, nem nunca foi ou será, o retrato mais fiel da Maçonaria ou de qualquer outra instituição, por envolver pessoas. Somos uma Escola de Aperfeiçoamento e não de aperfeiçoados. Estamos, a cada dia, buscando aparar nossas arestas, afinal, pedras são buriladas através do atrito, sendo a tolerância o ingrediente fundamental para que esse processo tenha êxito. A falta dela faz com que muitos entrem para a Maçonaria, mas não permite que a Maçonaria entre dentro deles, e logo, saem porta afora. Optamos por iniciar esse Editorial nos utilizando desse enunciado, a fim de tentar exprimir de forma cristalina, o valor de alguns Irmãos que, comprometidos em encontrar soluções, dedicam-se a desenvolver ações que elevem nossa Ordem a excelência de suas atividades, ao invés de lamentar situações ou de criticar os que vêm tentando fazer algo de útil, ou até, mesmo, de saírem da Maçonaria, antes que Ela tenha tido a oportunidade de entrar dentro deles. acadêmicos maçons dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e de Minas Gerais. Tudo isso, muito antes de sua realização, deu-nos, a tranquilidade para afirmar, sem medo de errar, que seria, como pôde ser confirmado, mais um enorme sucesso. A Revista Arte Real comprometida em tratar a cultura maçônica com a seriedade que merece, não poderia, jamais, deixar de se unir a esse belo trabalho, dando-lhe prestimoso apoio. Para tanto, comprometemo-nos em criar esta edição especial bilíngue (português/inglês), a fim de difundir a todos os nossos 15.000 leitores do Brasil e do exterior, não apenas, o resumo das doze palestras proferidas, mas também, o belo exemplo de comprometimento desses valorosos Irmãos do Sul de Minas Gerais na busca da excelência, nos mais diversos aspectos, como: a cultura, a integração da Família Maçônica, o respeito e a atenção merecidos para com as Ordens Para-Maçônicas, DeMolay e Filhas de Jó, além de especial atenção para as nossas Cunhadas, que puderam contar com uma programação exclusiva. Percebemos uma grande tendência no crescimento da realização desses Encontros Culturais por todo o Brasil. Isso é muito positivo e engrandecedor para nossa Ordem. Todos crescem e ampliam, em muito, suas consciências com esse intercâmbio. Chamo atenção para aqueles que se dedicam, em especial, a cultura maçônica. Não, apenas, em adquiri-la, mas, também, em criar oportunidades para que todos possam saciar a sede do saber. Um bom exemplo disso poderemos encontrar no Sul do estado de Minas Gerais (Brasil), onde abnegados Irmãos, convictos da nobreza desse altruístico trabalho, organizam, anualmente, os Encontros Maçônicos SulMineiro. Neste ano foi realizado sua segunda edição, mantendo o alto nível e consequente sucesso do ano anterior. Acrescenta-se, ainda, a grande estrutura organizacional montada para esse ano, além de criteriosa escolha do local e dos palestrantes convidados, envolvendo renomados pesquisadores, escritores e a Em nossa Vereda Iniciática, pudemos assimilar que o aprendizado, em si, somente é assimilado de forma completa após se cumprir três fases distintas: a primeira, quando o adquirimos através do estudo e da pesquisa; a segunda, quando o colocamos em prática, no teatro de nossas vidas; a terceira, quando, altruisticamente, repassamos ao próximo. Queridos leitores, ao longo desta edição, brindamoslhes com a terceira fase do aprendizado, na certeza de estimulá-los a participarem, ou quiçá, de se unirem e organizarem em suas regiões, Encontros Maçônicos, a exemplo dos valorosos Irmãos Sul-Mineiros, que ao defrontarem com um “limão” enxergaram uma boa oportunidade de fazerem uma deliciosa limonada! Façamos, sempre, melhor Maçonaria! ? b Comissão Organizadora da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Fraternidade Cleuton Cândido Landre nº 298 – Oriente de Alfenas-MG - GLMMG “Eu não vivo do passado, é o passado que vive em mim” Autor desconhecido D everia ser bastante tranquilo fazer a apresentação de um Encontro Maçônico. Afinal, estamos entre Irmãos, em família, debatendo temas que ao final nos tornarão mais polidos, melhores homens e pais de família. Ou seja, nos confraternizando, conversando, e nos transformando de homens livres e de bons costumes em homens melhores, ainda. Mas tem um porém, e, sempre, tem um porém. Como sermos fiéis a debatedores de tão alto nível? Conseguiremos, aqui, em tão pouco espaço sermos justos com o trabalho que esses Irmãos desenvolvem há tantos anos, e que, agora nos vêm, graciosamente, ofertar? Seremos justos ao apresentarmos a delicadeza e a força que se apresenta no alvorecer da juventude das Filhas de Jó? Seremos justos com a alegria e firmeza apresentada nos trabalhos dos DeMolay? E seremos justos ao falarmos do apoio e dedicação apresentado pelas Cunhadas no dia-a-dia? A ARLS Fraternidade Cleuton Cândido Landre é uma jovem, ainda. Completará 5 anos, em breve. E todos estão convidados para retornar a Alfenas para essa comemoração, que, como a própria Loja, será modesta e carinhosa. E, sendo jovem, tem o vigor e impetuosidade típicos dos jovens. Durante suas reuniões, e nas reuniões após as reuniões, surgiu a ideia de um ciclo de palestras, que pudesse melhorar um pouco o conhecimento sobre a Ordem Maçônica, e, portanto, sobre nós mesmos. E veio a proposta de convidarmos palestrantes de fora, e, junto, fazer-se uma confraternização: um Encontro Maçônico. Assim, ano passado foi realizado um Encontro Maçônico. Não o primeiro, apenas, um Encontro. Mas a receptividade foi muito boa e descobrimos que as ansiedades encontradas no seio da “Cleuton” eram as mesmas de outras Lojas. O resultado da brincadeira daquela “jovem” de 5 anos, foi a Capa – 2º Encontro Maçônico Sul-Mineiro....................Capa Editorial.....................................................................................2 Editorial.....................................................................................2 Comissão Organizadora – Apresentação.............................3 A Influência Francesa.............................................................................4 Francesa.............................................................................4 A Influência Inglesa....................................................................5 Inglesa....................................................................5 A Influência Greco-Romana.......................................................8 Greco-Romana.......................................................8 A Influência Rosa-Cruz................................................................ 11 Rosa-Cruz................................................................11 tão bom que ficou difícil não ter um Segundo Encontro Maçônico. Agora, com a experiência do primeiro, e não mais do único Encontro Maçônico, aumentaram as responsabilidades. E Deus, o Supremo Arquiteto do Universo, nos presenteou com o apoio da UNIFENAS (nossos sinceros agradecimentos a toda a Instituição na pessoa de sua Reitora Profª Drª Maria do Rosário Velano) e de diversos Irmãos. Assim, coube a “Cleuton” ser, apenas, a catalisadora de tão poderosas energias, para que nascesse este 2º Encontro Maçônico do Sul de Minas. O que vocês viverão durante este 2º Encontro não é o resultado do trabalho de uns poucos Irmãos, mas de toda a Família Maçônica. E, citando Neruda: “Eu tenho tantos Irmãos, que não os posso contar”... Neste 2º Encontro o tema será “Influências na Maçonaria”. Afinal, como diz o Poeta Paulinho da Viola, na música “Dança da Solidão”: “quando penso no futuro, não esqueço meu passado”. E, assim, poderemos passear pelas filosofias da Pérsia, Egito, Grécia, até os dias atuais. O Objetivo continua a ser o mesmo encontrado sobre o pórtico do antigo Templo dedicado a Apolo, em Delfos: “Conheça-te, a ti mesmo!” Como? Com estudo e a colaboração desses sábios Irmãos, continuadores das tradições desses tempos imemoriáveis. Os textos que encontrarão nesta revista são o resultado de um esforço hercúleo de síntese feito por esses Irmãos. É necessário que se gravem as ideias! Mas é impossível que se concentre em tão pouco espaço tanta energia. E, assim, o que vocês veem aqui é mais um chamado, um estímulo a que continuem essa agradável e árdua tarefa de estudos, e não o resultado final, pronto e acabado. Aproveitem a chance. Divirtam-se com o aprendizado. Sejam bem-vindos! Comissão organizadora. ? b A Influência Templária...............................................................15 Templária...............................................................15 A Influência Judaica....................................................................18 A Influência Religiosa......................................….......................21 A Influência Americana..............................................................24 Influência Persa e Egípcia...........................................................................27 O REEA no Brasil.........................................................................................30 Brasil.........................................................................................30 Ficha Técnica................................................................................30 Benedito José Canturelli – 33º – MI da ARLS União e Liberdade nº 2.453 - GOB-SP Oriente de Ribeirão Preto-SP - Membro da Assembleia Federal Legislativa do GOB A Maçonaria em sua simbologia e liturgia absorveu elementos de diversas culturas, que são aplicados na formação de seus membros, adotando, principalmente, os de cunho religioso, sendo essa “religiosidade” adotada antes de sua organização corporativa, a partir de 1.717, com a Grande Loja Unida de Londres, pois os chamados Pedreiros Livres prestavam serviços a organizações religiosas, que os obrigavam a seguir seus preceitos, frequentando seus cultos, e professando sua fé, sob pena de heresia, tornando obrigatória a crença em uma entidade suprema. Devido a essa particularidade, a vertente teísta, maior grupo da Maçonaria com os ritos: Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito Adonhiramita, Rito de York (Emulation Rite), dá o cunho de "crentes" a seus adeptos, pois por força da Constituição de Anderson, modificada em 1851, os Maçons são obrigados a aceitar como divindade o Grande Arquiteto Do Universo, que é Deus. Já na vertente deísta, de origem francesa e representada pelo Rito Moderno, a entidade suprema não é declarada. Essa vertente pode ser denominada agnóstica, pois prega a existência de uma ordem de realidade incognoscível, desconsidera a Metafísica, e tem a posição metodológica de aceitar como verdadeiras, apenas, as proposições comprovadas ou de evidência lógica satisfatória. Portanto, refuta a Gnose, a qual apresenta-se como conhecimento esotérico e perfeito da divindade, de forma que, pelo agnóstico, não pode ser aceita por, obviamente, não ser conhecida nem comprovada. O biólogo Thomas Henry Huxley, em 1876, definiu o agnóstico como alguém que nega tanto o ateísmo quanto o teísmo e acredita que a questão da existência de uma força superior não foi e nunca poderá ser resolvida. A vertente francesa usa quase toda simbologia maçônica dos ritos teístas, mas sua interpretação é baseada nos próprios conceitos deístas e racionais. Embora dita evolutiva, a Maçonaria, em seus princípios, apregoa a evolução através do aprimoramento espiritual e cultural, lutando contra as paixões, sendo que através de alguns ritos, absorveu em suas diversas correntes, elementos ocultistas, esotéricos e simbólicos de culturas milenares. Mas o Rito Moderno, com sua origem em 1761, foi criado com o mesmo intuito da Maçonaria Francesa de se libertar do domínio da Maçonaria Inglesa, o que permite afirmar que o Rito Moderno é o que mais segue a Constituição de Anderson, original de 1.723, e o único a adotá-la. O artigo primeiro, referente a Deus e à Religião, foi modificado em 1.738, sendo restabelecido e reformado várias vezes pela Grande Loja da Inglaterra, originalmente, deista, o qual dizia: “Um maçom é obrigado pela sua dependência à Ordem, a obedecer a Lei Moral: e se bem entende a Arte, nunca será um Ateu estúpido, nem um irreligioso libertino. Porém embora nos tempos antigos os maçons fossem obrigados, em todos países, a seguir a religião daquele país ou daquela nação, qualquer que ela fosse, presentemente se julgou mais conveniente não obrigá-lo, sendo para com a religião na qual todos os homens estão de acordo, deixando a cada um as suas opiniões pessoais. Essa religião consiste em serem Homens bons e sinceros, homens honrados e probos, quaisquer que possam ser as denominações ou crenças que possam distingui-los: motivo pelo qual a Maçonaria há de tornar-se o Centro de União e o meio de conciliar, por uma amizade sincera, pessoas que estariam perpetuamente separadas”. Em 1.815, depois do Tratado de União entre os maçons antigos e os modernos, a Grande Loja Unida da Inglaterra alterou este artigo , com a seguinte redação teísta: “Um maçom é obrigado pela sua dependência, a obedecer a Lei Moral; e, se bem entende a Arte, nunca será um Ateu estúpido, nem um irreligioso libertino. De todos os homens, deve ele compreender melhor que Deus vê de maneira diferente do homem: pois o homem vê a aparência exterior, enquanto Deus vê coração.....Qualquer que seja a religião de um homem ou sua maneira de adorar, não será excluído da Ordem, contanto que creia no glorioso arquiteto do céu e da terra, e que pratique os deveres sagrados da moral”. Portanto, a diferença entre a Constituição de 1.723 e a de 1.815, é o teísmo introduzido no artigo primeiro referente a Deus e à Religião. O novo texto é, frontalmente, contrário à livre determinação, sendo contrário ao que a Maçonaria apregoa. A história da Maçonaria está relacionada, diretamente, com potências ocidentais dominantes na época da criação da Maçonaria Especulativa, deixando de lado a Operativa, cujo foco formativo, sempre, foi a religiosidade. A Inglaterra e a França foram palco, em épocas diferentes, de revoluções que mudaram a cultura vigente: a Inglaterra, em 1660, a França, em 1780, momentos em que personagens maçônicos tiveram grande participação, mas devemos levar em consideração que, o mundo mudou em função dos pensadores e não dos maçons. Quando nos referimos aos ritos, a influência da França foi marcante e profícua, sendo que dos seis ritos praticados hoje no Brasil, três possuem origem francesa (Perfeição/REAA, Moderno ). Algumas informações complementares: - Rito de Perfeição, criado em 1743, e em 1801 transformado no Rito Escocês. - Em 1747 foi criado o Rito do Capítulo Primórdio dos Rosa-Cruz, Jacobita de Arras. Alguns autores atribuem este rito ao pretendente do trono Inglês, Carlos Eduardo a Stuart, não existindo nenhum documento que comprove que Stuart ou alguém de sua família tenha estado por lá. - Alec Mellor afirma que Carlos Eduardo nunca foi Maçom, mas inimigo ferrenho da mesma, suspeitando que tenha sido um dos fomentadores da Encíclica IN EMINENTI, contra a Maçonaria. - Em 1761, o Rito Moderno foi criado com intuito dos franceses se libertarem do domínio da Maçonaria Inglesa. - Em 1781 foi criado o Rito Adonhiramita. Conclusão: Deista? Teista? Agnóstica? Discussão irrelevante, pois a Maçonaria se intitula, pela força constitucional de seus princípios, como uma Instituição Filosófica, Progressista e Evolucionista, que luta contra a ignorância, fanatismo, superstições, adotando a tolerância como bandeira, primando pela Liberdade (isso significa dizer que o homem é livre em pensar) e Igualdade (independente de sua opção religiosa) as quais determinam a Fraternidade. Assim, devemos considerar o fato de todos serem iguais, independentemente de suas posturas religiosas, podendo realizar e participar do tão apregoado exemplo maçônico. Destarte, podemos dizer que essa é a herança francesa - liberté, égalité, fraternité, ponto principal de apoio da Maçonaria moderna. ? b Denizart Silveira de Oliveira Filho – MI – 33º – ARLS Igualdade nº 93 – GLMERJ Oriente do Rio de Janeiro – Escritor e Acadêmico E inegável a influência inglesa na Maçonaria Universal, não só a Simbólica, como também, a dos Altos Graus dos Corpos Filosóficos, principalmente do Rito de York, mas também, do Rito Escocês Antigo e Aceito, embora de forma indireta. Essa influência inglesa encontra-se: 1º) na própria Origem, Institucionalização e Expansão da Maçonaria que, segundo a Escola do Pensamento Maçônico, chamada “Autêntica”, se deu na Inglaterra em duas fases: primeiramente na forma Operativa, formada pelas corporações, ou Guildas, de profissionais da arte de construção, depois, transformando-se na Maçonaria Especulativa, formada por Maçons Aceitos: filósofos, artistas, cientistas, livres-pensadores. Sua Institucionalização ocorreu, quando da formação da primeira Potência Maçônica do Mundo, a Grande Loja da Inglaterra, e dotada das Constituições de James Anderson e Jean Théophile Désaguliers. Sua expansão bem como do sistema “Grandes Lojas”, para o resto da Europa e do mundo, deu-se logo em seguida e muito rapidamente; 2º) No conjunto dos Princípios Fundamentais e Doutrinários da Ordem, hoje presentes na Maçonaria de todas as Potências e Ritos, em todo o mundo; 3º) Nos Sistemas filosóficos Teísta e Deísta de alguns Ritos. No Rito de York, praticado em muitos países. Na Origem, Institucionalização e Expansão da Maçonaria Charles Webster Leadbeater, em seu livro “Pequena História da Maçonaria”, nos informa que “existem quatro principais escolas ou tendências do pensamento maçônico”: A Escola Autêntica, pela qual a Maçonaria teve origem nas guildas operativas inglesas de construtores da Idade Média, sendo que os elementos especulativos foram enxertados no tronco operativo; A Escola Antropológica, pela qual a Maçonaria teve origem nos Antigos Mistérios Iniciáticos de muitos povos e nações primitivas do mundo; A Escola Mística, pela qual a Maçonaria, também, tem parentesco com os mistérios iniciáticos, menores e maiores, das antigas religiões e Escolas pré-cristãs, dos egípcios, persas, gregos, judeus, romanos, celtas eescandinavos; A Escola Oculta (ou Sacramental), pela qual a Maçonaria deriva dos antigos Mistérios egípcios. Nela se incluem a antiga Escola de Pitágoras, a Filosofia Secreta de Henrique Cornélio Agrippa, a Filosofia de Paracelso, a Ordem Rosa-Cruz de Christian Rosenkreutz e a Maçonaria Egípcia de Cagliostro. Entretanto, sem a pretensão de discordar do emérito Irmão Leadbeater, ousamos acrescentar três outras Escolas do Pensamento Maçônico, quanto às origens da Maçonaria, ainda que, em sua fase operativa: Escola ou Maçonaria Operativa Pompílica, pela qual Numa Pompilio, segundo rei de Roma, a teria fundado em 714 a.C., através de seus Colégios, chamados “Collegias fabrorum”, corporações operárias de ferreiros, carpinteiros, fabricantes de armas, pedreiros, flautistas e arquitetos; Escola ou Maçonaria Templária, pela qual a Ordem, teria sido criada pelos remanescentes dos Templários ou Cavaleiros da Ordem do Templo, na Abadia de Mont-Serrat, em Barcelona, Espanha, em 1514, certos 200 anos após a morte de seu último Grão-Mestre oficial, Jaques De Moley, assassinado pelo rei de França, Filipe, o Belo, em conluio com o Papa Clemente V; Escola ou Maçonaria Bíblica, pela qual, segundo alguns, a Maçonaria teria sido fundada por Hiram Abif, arquiteto do Templo de Salomão (Maçonaria Adoniramita), e segundo outros, pelo próprio Rei Salomão, durante a construção do Grande Templo de Jerusalém (Maçonaria Salomônica). Considerando a milenar origem da Maçonaria, deixaremos de lado, as sociedades secretas e místicas da antiguidade e nos fixaremos, somente, nos aspectos que podem ser, facilmente, comprovados, através dos mais antigos documentos, hoje, preservados. A Maçonaria Simbólica com seus Graus de Aprendiz e Companheiro, tem origem certa na Europa, nas antigas corporações de pedreiros, por ocasião do movimento das Cruzadas. No ano de 1095, 600.000 homens formaram as Cruzadas para a libertação do Túmulo de Jesus, em Jerusalém. Entre esses 600.000 homens havia milhares de artífices. O século XI, na Europa, foi marcado pelas construções, em estilo gótico, de grande número de Igrejas, Catedrais e Palácios, custeadas pelos Templários das Cruzadas, inspirados na religião. Em Jerusalém, os obreiros europeus adquiriram dos obreiros nômades do Oriente, conhecimentos de arquitetura que ignoravam, aperfeiçoando, assim, a arte de construir. Além disso, também, receberam instruções a respeito de novas formas de associações. Se remontarmos a época de Tiro, poderemos sentir que a organização que Hiram Abif imprimiu aos trabalhos da construção do Templo de Salomão, há de ter permanecido no Oriente, conservada, ciosamente, de pai para filho. De volta à Europa, ao final do século XI e começo do século XII, aqueles artífices trouxeram do Oriente novos métodos de construção, agrupando-se em associações, como garantia de preservar, exclusivamente, para si, os novos segredos. Na Inglaterra, as associações profissionais de construtores, surgiram no século III. Carausius, depois de se apoderar da Grã-Bretanha, no ano 290, fundou, em Verulam, hoje, Hertfordhire, uma importante sociedade de construtores romanos, baseada nos “Collegias Fabrorum” (Colégios de Construtores Romanos). A existência na Inglaterra dessa corporação romana, não deve causar espanto. Cada uma das Legiões Romanas trazia um “Colégio” ou “Corporação” de artífices, com a finalidade de implantar na terra conquistada o germe da civilização romana. Morto Carausius, em 293, seu sucessor Constance Chloro estabeleceu uma residência em Eboracum, hoje York, onde atraiu as mais importantes sociedades maçônicas de construtores. Na época, os Maçons operativos, à exemplo dos artífices dos “Collegias Fabrorum”, celebravam as festas pagãs dos Solstícios: a “Janua Inferni” e a “Janua Coeli”. No século VI, os monges Beneditinos converteram os anglo-saxões ao cristianismo; os maçons, também, abandonaram o paganismo. Até hoje, o ingresso na Maçonaria Inglesa é privilégio cristão. As assembleias maçônicas passaram a ser presididas por abades, que recebiam, por respeito, o título de “Veneráveis Mestres”, título conservado até nossos dias nas Lojas Maçônicas. A corporação tomou o título de Confraternidade de São João; suas assembleias, receberam o nome de Lojas de São João”; festejavam os Solstícios pelo São João de Verão e São João de Inverno. Em 926, o Príncipe Edwin, irmão do Rei de Inglaterra e Grão-Mestre da Corporação, convocou todas as Lojas para uma “Assembleia Geral”, na cidade de York e as submeteu a aprovação de uma Constituição; a “Carta de York”, base posterior a todas as “Associações Maçônicas”. No século VIII, pelo ano de 700, a Confraternidade passou à Escócia, através de Maçons de York, que para lá se transportaram, com o intuito de estudar os modelos de arquitetura Escocesa, então, muito florescente. Eles se localizaram em dois castelos, onde os Mestres passaram a realizar as suas assembleias, sendo denominados de Mestres do Vale ou Mestres Escoceses. No ano de 1140 construíram a abadia de Kilwinning. Em 1150, construíram na abadia a Loja-mãe de Kilwinning, ainda, em atividade até hoje. Porém, nos séculos XVI e XVII, essa Maçonaria incipiente da Europa, constituída das Corporações Profissionais, perdeu força porque o estilo gótico foi substituído pelo estilo Renascentista, além do que passou a sofrer duras perseguições políticas e religiosas por parte da Igreja Romana. Na Inglaterra, a Maçonaria Operativa, prevendo sucumbir-se pelos mesmos motivos, passou a admitir em seu seio homens proeminentes, filósofos, livres pensadores, cientistas, misantropos, intelectuais, que transformaram a Corporação em um todo simbólico, ou seja, a Maçonaria Operativa transformou-se em Maçonaria Simbólica, adaptando seus métodos de trabalho e as suas Constituições. Daquela data em diante, a Maçonaria Simbólica ligou-se a interesses políticos, criou o Terceiro Grau (o de Mestre-Maçom) e prosperou, espalhando-se por toda a Europa. Foi em Londres, em 24 de junho de 1717 que se formou a primeira Grande Loja Maçônica do mundo. E data de 1813 a criação da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI). Exatamente, na Inglaterra, berço do Protestantismo, onde o rei Henrique VIII erguera-se contra o Vaticano, fundando a Igreja Anglicana. Por esse motivo, grande parte dos Maçons Aceitos era protestante, e, no ano de 1723, quando é promulgada a 1a Constituição Maçônica (elaborada pelo reverendo anglicano James Anderson, juntamente, com o Físico e, também, pastor Jean Théophile Désaguliers), a Maçonaria concede a seus integrantes liberdade de culto, exigindo, apenas, a crença em um Deus Único: “O Grande Arquiteto do Universo”. Eis a origem da Maçonaria Simbólica, que tomou os ritos misteriosos das lendas da época da construção do Grande Templo de Jerusalém, espiritualizando-se. Na Maçonaria Inglesa não há eleição em Loja. Existe a carreira e o Grão-Mestre é cargo vitalício, sempre, ocupado por um nobre, sendo o atual o Duque de Kent. Quem dirige a Grande Loja de fato é o “Pró Grão Mestre”. O sistema de admissão de novos membros é feito da seguinte forma: o apoiador apresenta a intenção de convidar um determinado amigo em reunião administrativa, sendo a proposição aprovada ele em seguida faz o convite, caso contrário o candidato não saberá jamais. O Fundo de Beneficência (Karitas) da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI) é muito forte, com atuação marcante, tanto no mundo profano quanto para os Maçons. Princípios Fundamentais e Doutrinários da Maçonaria Universal Percebe-se, facilmente, a influência, agora da Maçonaria Inglesa, na Maçonaria Universal, nos Princípios Fundamentais e Doutrinários da Ordem, uma vez que estes estão, diretamente, baseados nas Constituições dos pastores James Anderson e Désaguliers. São eles: (1) A Maçonaria proclama, como sempre proclamou desde a sua origem, a existência de um Princípio Criador, sob a denominação de G∴A∴D∴U∴. (2) A Maçonaria não impõe nenhum limite à livre investigação da Verdade e é para garantir a todos essa liberdade que exige, de todos, a maior tolerância. (3) A Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes sociais e de todas as crenças religiosas e preferências políticas, exceção àqueles que privem o homem da liberdade de consciência, restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana. (4) A Maçonaria tem por fim combater a ignorância; é uma escola que impõe: obedecer às leis do país, amar o próximo, trabalhar pela felicidade do gênero humano. (5) Reconhece a prevalência do Espírito sobre a Matéria, e afirma o princípio cardeal da tolerância mútua, para que sejam respeitadas as convicções, a dignidade e a autonomia do indivíduo como personalidade humana. (6) Aceita a existência da Alma, e, subsidiariamente a esta crença, a da vida futura. (7) A Bíblia, denominada Livro da Lei ou Livro Sagrado, deve estar, obrigatoriamente, presente na Loja, sobre o Altar, durante os trabalhos, posto ser a principal peça litúrgica da Loja Maçônica. A par destes Princípios Normativos, ou Declaração de Princípios, a Maçonaria proclama, também, as seguintes doutrinas, sobre as quais se apoia: “Para elevar o homem aos próprios olhos e torná-lo digno de sua missão sobre a Terra a Maçonaria erige em dogma que o G∴A∴D∴U∴ deu ao mesmo, como o mais precioso dos bens, a liberdade, patrimônio da Humanidade inteira, cintilação celeste que nenhum poder tem direito de obscurecer ou de apagar, pois é a fonte de todos os sentimentos de honra e de dignidade”. “Desde o primeiro grau até a obtenção do mais elevado grau da Maçonaria, a condição primordial, sem a qual nada se concede ao aspirante, é a reputação de honra ilibada e de probidade inconteste”. “Aquele para quem a religião é o supremo consolo, a Maçonaria diz: cultiva sem cessar, tua religião, segue as aspirações de tua consciência; a Maçonaria não é uma religião, não tem um culto, quer a instrução leiga; sua doutrina condensa-se toda nesta máxima: Ama Teu Próximo”. O Teísmo e o Deísmo nos Ritos Maçônicos Teísmo é a crença absoluta na existência de um Deus infinitamente perfeito, bom e misericordioso, que nos oferece muito mais que a nossa simples existência temporal. No Teísmo: (1) Deus transcende ao universo, pois teria sido seu criador, o autor do mundo; (2) o G∴A∴D∴U∴ é uma “pessoa” que governa o mundo e uma entidade revelada aos homens na história. O Teísta: não aceita o testemunho da razão lógica de Deus, mas uma revelação dogmática e única, ou seja, um Deus vivo, semelhante à própria imagem do homem, opondo-se, ao Ateísmo e ao Deísmo; é, essencialmente, espiritualista, na medida em que ajusta o Criador à criatura, de maneira absoluta e irracional, pois a verdade não pode ser racional. Na Maçonaria, o Teísmo é tão antigo que já está completamente arraigado à instituição. Os Ritos Teístas consideram a maçonaria um culto, destinado a preservar e a propagar a crença na existência de Deus e, também, a auxiliar o Maçom a ordenar e pautar sua a vida de acordo com sua crença religiosa, que deve ser monoteísta, destacando-se o caráter transcendental da Divindade. Deísmo é a crença em Deus e na Religião Natural, por exigência da razão, mas com rejeição de toda a ideia de revelação Divina através da história. No Teísmo: (1) Deus é o princípio criador ou causa primária do mundo, identificado com a natureza; (2) o G∴A∴D∴U∴ é destituído de atributos morais e intelectuais, aspectos essencialmente humanos. O Teísta: aceita os dogmas da religião natural, porém, revelados pela razão, como uma lei, e não pela história religiosa; não aceita a doutrina cristã da igreja; não aceita as figuras do pecado, do mal, da redenção, por se tratarem de aspectos fora da razão. Considerando-se os diversos aspectos filosóficos do Teísmo e do Deísmo, os Ritos mais praticados no mundo, foram classificados, inicialmente, como: Deístas: Adoniramita (criado pelo Barão de Tschoudy, na França), Escocês Antigo e Aceito (de origem inglesa e francesa); Teístas: York (criado na Escócia e desenvolvido na Inglaterra), Schröeder (Criado na Alemanha), Brasileiro; Racional (ou Agnóstico) Moderno ou Francês. No REAA, entretanto, com o correr do tempo, o caráter deísta misturou-se ao teísmo, sendo que este acabou por ser dominante, dando ao mesmo, nos dias de hoje, o mesmo forte caráter teísta do rito de York. O Rito de York Este Rito possui três nomes: York, Real Arco e Inglês. É de origem escocesa, surgido em 1717, e foram os jesuítas que o introduziram em Londres, denominando-o “Rito dos Antigos Maçons”. Na Inglaterra, o Rito desenvolveu-se. O Rito compõe-se de quatro graus: Past Máster, Mark Máster, Super Excellent Mason e Santo do Real Arco. Nos EUA foi ampliado para nove graus. É muito disseminado, a partir da Inglaterra, tendo absorvido os três graus simbólicos. É o Rito mais praticado nos países de língua inglesa. ? b Derly Halfeld Alves – MI – 33º – ARLS Fraternidade “Brazileira” de Estudos e Pesquisas – GOB - MG Oriente de Juiz de Fora – MG - Mestre Real da Marca - Escritor e Acadêmico “Não sabes qual de teu próximo influi mais em ti, mas, seguramente, não é aquele que tens mais perto, vês e ouves amiúde”. (Unamuno-Ensaios: “Solidão”). Q ue nossas primeiras palavras sejam para cumprimentar a equipe organizadora deste Encontro Maçônico, principalmente, no que se refere aos temas escolhidos, a considerar que o Simbolismo Maçônico, na sua totalidade, derivam das mais variadas origens e procedências, resultando a Ordem Maçônica Ecumênica. Fomos “escalados voluntariamente” para conversarmos, nesta oportunidade, sobre o tema “A influência greco-romana na Maçonaria”, ou seja, o que pertence aos gregos pelo espírito e aos romanos pela data, ou, simultaneamente, à Grécia e a Roma, ou, ainda, comum aos gregos e aos romanos. Não vamos comentar aqui a história-fábula do famoso “calcanhar de Aquiles”, a guerra do Peloponeso, ou sobre a origem dos deuses, e sim, sobre a cultura grega, sua filosofia e, principalmente, sobre suas artes. Este simplório trabalho que irei apresentar, nessa oportunidade, afasta-se, totalmente, da história propriamente dita, tanto da Grécia como, nesse caso, da Itália, mais particularmente de Roma. Apenas, justificar o termo “greco-romano”, a considerar que, no século II a.C., a Grécia tornou-se um território do Império Romano, e, a partir daí, foi incorporada a outros tantos Impérios, só conseguindo sua independência a partir de 1821. A história, assim afirma o historiador, refere-se a toda produção humana, por isso ela começa com o aparecimento do homem sobre a terra. Tal concepção tem um sentido amplo, dividindo em duas grandes épocas – a Pré-história e História. A primeira, corresponde ao período que só pode ser reconstruído através de documentos não-escritos, por exemplo: instrumentos, armas, desenhos, pinturas, fósseis, etc.; a História é reconstituída a partir de documentos escritos, que começam a aparecer por volta do ano 4000 a.C., e, também, a partir de documentos não-escritos (cf.História Antiga e Medieval). A história e a arte grega, propriamente ditas, só tiveram início no fim do século VIII a. C., pois, até então, predominava na Grécia a arte micênica - oriental em grande parte - e, foi nessa época que se constituíram as três ordens arquitetônicas: Jônica, Dórica e Coríntia, que se aplicaram, principalmente, na construção de famosos templos, túmulos, teatros, ginásios, pórticos monumentais , etc. Nossa análise se voltará com relação aos símbolos e alegorias tradicionais que foram herdados da cultura e das artes da raça helênica, época em que a arquitetura triunfava na beleza apurada, onde surgem o “Parthenon” e o “Templo de Olympia” com a elegância das suas estatuárias, a grandeza do “Santuário de Apolo”, culminando com o mais belo monumento construído pelos gregos, a “Acrópole de Atenas”. Assim, herdou a Maçonaria, por influência, mais grega do que romana, os denominados Pilares Alegóricos, ou Colunas Alegóricas: Jônica, Dórica e Coríntia, pertencentes às Ordens de Arquitetura Grega. Representam as três grandes luzes de uma Loja Maçônica, ou seja, o Venerável, como Mestre da Loja, o Primeiro e o Segundo Vigilantes, respectivamente, os imediatos substitutos do primeiro mandatário. Sobre o Altar do Venerável Mestre loca-se, em miniatura, a coluneta Jônica representando Minerva ou Pallas, filha de Júpiter, deusa da Sabedoria e das artes, e que presidia a todos os trabalhos de costura e bordados. Arachne ousou desafiá-la na sua arte e a deusa irritada a metamorfaseou em aranha, nos conta a lenda. Sobre o altar do 1º Vigilante a coluneta Dórica, representando Hércules, tido como o mais célebre dos heróis da mitologia grega, também, filho de Júpiter. Juno, a deusa do casamento, que, também, era esposa de Júpiter, irritada contra o menino, mandou duas serpentes para o devorarem no berço; a criança que já era robusta, esmagou-as em seus braços. Quando crescido, Hércules ficou conhecido pela sua extraordinária Força. Finalmente, sobre o Altar do 2º Vigilante a coluneta Coríntia, representada por Vênus, a deusa da formosura, da graça e da beleza, nascida da espuma do mar. Em Maçonaria podemos, ainda, conceituar as três colunas como Sapientia, Salus, Stabilitas, isto é, Sabedoria atribuída ao Mestre da Loja, a Saúde (Força), ao 1º Vigilante, responsável que é pelo bom andamento dos trabalhos em Loja, e Estabilidade moral, a firmeza de caráter, que se transforma em alegria e vitória, atribuída ao 2º Vigilante, responsável que é pela satisfação alegre dos irmãos presentes. Esses são os pilares ou colunas alegóricas, de origem grega, entretanto, podemos, ainda, descrever sobre as Colunas pertencentes à Ordem de Arquitetura Romana, que modifica um pouco as ordens gregas, utilizando as colunas Toscana e a Compósita, mais carregadas e menos elegantes. Julgamos que, parte da influência greco-romana na ordem maçônica foram as três colunas Dórica, Jônica e Coríntia, entretanto, as colunas romanas, Toscana e Compósita têm valor inestimável na composição simbólica do Templo Maçônico, por se tratar, segundo nossa interpretação, das Colunas "B∴" e "J∴". Essas seriam as Colunas referidas nas Sagradas Escrituras, mais precisamente em 1 Reis 7.15 (As colunas de bronze), erguidas diante do pórtico do santuário, colunas que, na maioria dos templos maçônicos, são colocadas internamente, interpretadas, por vezes, erroneamente, como sendo colunas do norte e do sul, quando na realidade, no meu entendimento, deveriam ser fixadas no pórtico, ou seja, na entrada do templo. Partindo das ideias desenvolvidas por Sócrates, Platão e Aristóteles, os quais sistematizaram os princípios da Lógica, da Retórica e de outras ciências especiais, a ordem maçônica adotou dentro das suas filosofias, as sete ciências que formavam a sabedoria dos antigos, a que, também, denominamos de Sete Artes Liberais ou Sete Ciências, cujas representações indicam a imagem da ordem do saber no limiar da época moderna e são ricas de simbolismos, assim distribuídas: a gramática, a retórica, a lógica (dialética) formam o, assim chamado, trivium (tríplice divisão do currículo inferior dos estudos da Idade Média); a aritmética, a geometria, a música e a astronomia, o, assim chamado, quatrivium, os quatro últimos caminhos do estudo que, juntamente com o trívio, constituíam as sete ciências já mencionadas, ciências que podemos considerálas grandiosas para toda a sociedade. Permitam os irmãos descrevê-las, ainda que sinteticamente: Gramática: arte que nos ensina a escrever e a falar corretamente; Retórica: arte do bem falar, de expor e discorrer sobre quaisquer objetos; Lógica: ciência das leis, do raciocínio, segundo a qual investigamos com justeza e descobrimos a verdade; Aritmética: ciência dos números, a arte de calcular e efetuar as operações e as propriedades dos números; Geometria: ciência que tem por objetivo a medida das linhas, das superfícies e dos volumes; Astronomia: ciência que trata dos astros; que ensina a determinar a posição relativa dos astros, a sua configuração e a verificar as leis dos seus movimentos; Música: propositalmente, deixamos como a sétima arte a ser definida. A arte de combinar os sons de maneira agradável ao ouvido. Segundo a mitologia grega “Amphion, poeta e músico que edificou os muros de Thebas, ao som harmonioso da sua Lyra, as pedras, impressionadas por essa harmonia, acorriam e, por si próprias, ajustavam-se umas em cima das outras. Os animais ferozes corriam para ouvir os sons da lira do divino Orpheu; as árvores baloiçava, cadenciosamente, a sua ramaria”. Essas Sete Ciências ou Artes Liberais, na mitologia grega, eram presididas pelas Nove Irmãs–Musas, cujo objetivo era “fazer cessar a angústia e esquecer o mal e mostrar que as artes têm, entre si, relações estreitas. Clio – musa da história - era a inspiração do ouvido, representada sentada ou em pé, com um rolo de papel na mão; Calíope – musa da epopéia - era a inspiração da voz excelente. Musa da poesia heróica e da eloqüência. É representada tendo nas mãos uma tabuinha e estilo (punção de metal, com que os antigos escreviam em tabuinhas enceradas); Érato – musa da poesia ligeira - era a inspiração do amor representada com uma lira em uma das mãos; Euterpe – musa da música - era a inspiração da arte encantadora. É representada com uma flauta na mão; Melpômene – musa da tragédia - era a inspiração trágica; tendo em uma das mãos uma cabeça decepada; Polémnia – musa da eloqüência e da poesia lírica - era a inspiração religiosa. Aparece em atitude de meditação; Tália – musa da comédia - era a inspiração jovial. Representada por uma máscara e uma grinalda de hera; Terpsicore – musa da dança - era a inspiração animadora. Também, representada com uma lira na mão; Urânia – musa da astronomia era a inspiração celeste e divina. É representada com um compasso e um globo na mão. É interessante, ainda, citar a jóia dos ex-Veneráveis ou Past-Master: esquadro normal, no qual é pendurado, entre os dois braços, a demonstração do Teorema de Pitágoras, o matemático e filósofo grego, simbolizando, nitidamente, a ciência maçônica que aquele que a usa deve possuir, porque o papel do Venerável é criar Maçons perfeitos , razão pela qual ela usa o Esquadro, sinal de retidão e instrumento indispensável para transformar a Pedra bruta em hexaedro perfeito (Pedra cúbica). Aprendemos nos bancos escolares que o Teorema de Pitágoras consiste em demonstrar que o quadrado da hipotenusa de um triângulo retângulo é igual à soma dos quadrados dos catetos. Até então, na exposição feita, podemos conceituar a parte alegórica e simbólica dos três primeiros graus, vejamos: nos graus tidos como superiores ou altos graus, o que encontramos para cumprimento do título a que nos propusemos? São passagens ou símbolos, originários da cultura greco-romana que observamos nos rituais, a partir do quarto, até o trigésimo terceiro, como diria o saudoso irmão Tabajara, “en passant”, considerando que, a sua grande maioria de Rituais estão voltados para a vertente hebraica: Grau A – seu colar ou fita tem na frente, bordados a ouro, as letras gregas ALFA e ÔMEGA, fazendo alusão ao Apocalipse: “Eu sou o Alpha e Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro”; Grau B – Na formação do Conselho, esse se denomina Areópago, antigo tribunal ateniense. Encontramos, também, a denominação de Senado, nome dado a diversas assembleias, que formavam importantes órgãos de governo em Esparta, em Atenas, como, também, em Roma; Grau C – Na decoração do templo é colocada uma coluneta branca sustentando o Tetraedro (Tetraklys de Pitágoras), com dez estrelas distribuídas de baixo para cima; Grau D - Tal qual acima, consta, também, na decoração o mesmo Tetraedro de Pitágoras, dessa vez, com trinta e seis estrelas, com o vértice para baixo. Ainda, nesse mesmo grau, há uma decoração, denominada Cripta dos Grandes Filósofos ou das Grandes Luzes, entre os quais, consta a foto de Platão, com a seguinte descrição: “Eu sou Platão, discípulo de a Sócrates. Ensinei aos homens a se conhecerem a si próprios. Desvendei-lhes o mundo das ideias puras e das realidades eternas. Nossos sentidos, somente, percebem as sombras da realidade, isso é, dos fenômenos e das leis; estas, porém, nos revelam, tanto no domínio do físico como no do espírito, tendência, sempre, crescente para o Verdadeiro, para o Belo, para o Bem, tríplice realização do Divino. No extremo dos limites do inteligível, está a ideia do Bem. Não se deve dizer que a Justiça consiste em fazer o bem a seu amigos e o mal a seus inimigos. O justo é aquele que vive em perfeita harmonia consigo mesmo, com os seus semelhantes e com a ordem do Universo”. Esperamos, prezados irmãos presentes nesse magnânimo Encontro da Cultura Maçônica, haver, na sua totalidade, ou, pelo menos em parte cumprido com o que me foi solicitado: falar sobre a Influência Greco-Romana da Ordem Maçônica. Sou muito Grato. ? b Francisco Feitosa da Fonseca – MI – 33º – ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG – Oriente de São Lourenço-MG Grande Inspetor Litúrgico da 14ª MG – Escritor e Acadêmico - Editor da Revista Arte Real R osa-Cruz é como se denomina a sociedade ou fraternidade filosófico-religiosa secreta que, segundo a Tradição, foi fundada por um Ser que adotou um nome místico – pois que seu verdadeiro Nome era bem outro – qual usavam os instrutores medievais, Christian Rosenkreutz, embora que outros significados mais secretos estejam ocultos por baixo do mesmo Nome, a começar pelo de “uma fé cristã” ou do Christus Universal, o Cristo transcendente dos gnósticos, ou mesmo o 7º Princípio das Escolas mais elevadas ou da sã Teosofia. A bem dizer, ele foi, apenas, um renovador, pois a sociedade remonta ao antigo Egito, quando Amenophis IV (Akhenaton) teria fundado a Ordem Secreta Rosa Cruz dos Andróginos (1374 a.C.). Akhenaton não só construiu seu Templo em forma de cruz, mas introduziu a cruz e a rosa como símbolos e, além disso, a Cruz Ansata, uma das formas primitivas da cruz, que consiste de uma curva oval aplicada ao topo de uma cruz em tau, ou letra “T”. Dessa forma, o Lírio Antigo, símbolo do poder terrestre, foi substituído pela Rosa Mística de cinco pétalas, símbolo da pureza e humanização do espírito. A cruz e a rosa expressam o equilíbrio perfeito, a ação do divino na superfície da Terra. Após a morte de Akhenaton, a Ordem foi tolerada, mas, gradativamente, manifestou-se um sentimento contra o seu “poder secreto”, de modo que se tornou necessário reduzir, cada vez mais, a extensão de sua atividade. Apesar disso, os ensinamentos da Ordem foram se expandindo por várias regiões. Nessa fase de expansão da era Cristã, os ideais rosacruzes, também, se expandiram, rapidamente, por toda Europa. Os Rosacruzes da Alemanha medieval formavam um grupo de filósofos místicos, que, secretamente, se reuniam, estudavam e ensinavam doutrinas esotéricas sobre religião, filosofia e ciência oculta, que seu “fundador”, Christian Rosenkreutz, havia aprendido dos sábios árabes, herdeiros, por sua vez, da cultura de Alexandria. Tornaram-se mais conhecidos no século XVII, inicialmente na Alemanha, com o teólogo Johannes Valentin Andreae, que nascera em Wüttenberg, na Alemanha, em 1586. De berço protestante, através de seu pai, tomou conhecimento do simbolismo alquímico, matéria de enorme interesse para o meio erudito da época. Nessa época, transição do século XVI para o XVII, na Europa, agitada pelas consequências das reformas luteranas, surgiram vários grupos independentes, que acalentavam sonhos reformistas, à procura da sociedade ideal. Andreae participou de um desses grupos, conhecido como Círculo de Tübigen, tendo grande importância em sua formação. Foi creditado a esse movimento o alicerce dos ideais apresentados nos três manifestos publicados nos anos de 1614, 1615 e 1616. Esses três manifestos, publicados anonimamente, desencadearam o Movimento Rosacruciano. São eles: Fama Fraternitatis (Ecos da Fraternidade ou Confraria); Confessio Fraternitatis (Confissão da Fraternidade; Die Chysmische Hochzeit Rosenkreutz (Núpcias Químicas de Christian Rosenkreutz no ano de 1459). Propunham a renovação da Igreja, do estado e da sociedade, e um convite para que as pessoas iluminadas entrassem para a Fraternidade com o ideal de salvar a Europa do atraso em que estava mergulhada, desde a Idade Média. Eles tiveram um sucesso considerável, deram origem a inúmeras controvérsias e inspiraram, também, muitas obras rosacrucianas. O “Fama Fraternitates”, editado em 1614, foi a primeira menção histórica da Sociedade Rosa-Cruz. Narra as viagens do cavaleiro alemão Christian Rosenkreutz, através da Arábia (Damasco e Damcar), do Egito e de Marrocos (Fez), nas quais adquiriu sua sabedoria secreta, revelada, apenas, aos iniciados na Sociedade. Logo depois de fundada na Alemanha, os primeiros membros da Ordem concordaram em manter uma postura de absoluto segredo durante os cem primeiros anos de sua existência. A sociedade rosacruciana é uma síntese do ocultismo vigente na Idade Média: hermetismo egípcio, gnosticismo cristão, cabalismo judaico, alquimia medieval. A antiguidade histórica da afinidade entre a Rosa-Cruz e a Maçonaria inglesa, é tal, que ultrapassa a existência institucionalizada de ambas as Ordens. Por exemplo: o poema “A Trinódia das Musas”, do poeta escocês e historiador William Henry Adamson, da cidade de Perth, publicado em Edimburgo, em 1638, contém a passagem “For we are the brethren of the Roise Cross. We have the mason word and second sight”, ou seja, para que os irmãos da Rosa-Cruz pudessem possuir a “Palavra Maçônica” seria necessário que, já naquela época, houvesse um intercâmbio entre as duas correntes de pensamento. Talvez, por isso, a fraternidade Rosa-Cruz foi confundida muitas vezes com a Maçonaria e, de certo modo, a Maçonaria Moderna assimilou muitos princípios esotéricos do grande Movimento, conforme atesta Rizzardo da Camino, autor de “O Príncipe Rosa-Cruz e Seus Mistérios”. Em Orthodoxie Maçonique, o escritor maçom francês José Maria Ragon alega que Elias Ashmole e os demais Irmãos da Rosa-Cruz se reuniram em 1646, na sala de sessões dos Franco-Maçons, em Londres, onde, livremente, “decidiram substituir as tradições orais adotadas nas recepções de adeptos nas Lojas por um processo escrito de Iniciação”. Após a aprovação do grau de Aprendiz pelos membros da Loja, o Grau de Companheiro foi redigido, em 1648, e o de Mestre, pouco tempo depois, embora, devemos ressaltar que, o escritor e historiador maçônico José Castellani afirma que o Grau de Mestre Maçom, foi criado pela primeira Grande Loja inglesa, em 1723, e sua implantação só se deu em 1738. Existe uma tradição muito sólida que diz que, foi por intermédio de Elias Ashmole, que a corrente rosacruciana se introduziu na Maçonaria, o que justificaria a transmissão regular e, por isso mesmo, o valor iniciático do 18º Grau da Franco-Maçonaria atual. Outro elemento que constitui uma relação de intimidade entre as duas correntes deu-se no decorrer do século XVIII. Sabe-se que os “Símbolos Secretos dos RosaCruzes dos séculos XVI e XVII” são oriundos de uma coletânea de pranchas emitidas do círculo maçônico Goldund Rosenkreuzer (Rosa+Cruz de Ouro), em duas partes. A primeira, em 1785, e a segunda, em 1788. As origens da RosaCruz de Ouro maçônica são obscuras, mas um dos nomes ligados à sua formação é o de Hermann Fictuld. Fictuld fala de uma “Sociedade de Rosa-Cruzes de Ouro”, herdeiros do Tosão de Ouro. Ele operou significativas reformas na Goldund Rosenkreuzer, em 1777. Essa Ordem desenvolveu-se dentro das regras da Maçonaria. A vertente russa da Rosa-Cruz de Ouro, instalada em Moscou, teve dois principais vultos: Nicolas Novikov (Maçom, membro da Rosa-Cruz de Ouro e Martinista) e o conde I. V. Lopokhin. Segundo Robert Ambelain, Novikov foi um dos introdutores da Franco-Maçonaria na Rússia e um dos principais divulgadores do Martinismo e das doutrinas do Rito “Filósofo Desconhecido”, na Rússia. Apontamos como um momento preponderante na alteração estrutural da Maçonaria, a decadência das Corporações de Ofício, no século XVI, quando essas sofreram perseguições acirradas do clero, motivando o rei da França, Francisco I, a revogar os privilégios dos Franco-Maçons, e, com isso, abolindo-se as Guildas, Cantarias e demais fraternidades. Em 1558, na Inglaterra, a rainha Isabel, ao assumir o trono, renovava uma ordenação de 1425, que proibia qualquer assembleia ilegal, sob pena de ser considerada uma rebelião. Os FrancoMaçons vinham perdendo seu objetivo inicial e transformando-se em associação de auxílio mútuo, resolveram, então, permitir a entrada de homens não ligados à arte da construção, que ficaram conhecidos por “Maçons Aceitos”. O Grande Incêndio em Londres, ocorrido em 02 de setembro de 1666, que destruiu cerca de quarenta mil casas e oitenta e seis igrejas, mudaria, um pouco, esse quadro. Diante do cenário catastrófico, não houve alternativa ao rei, a não ser se render aos construtores Franco-Maçons, que, sob a direção do arquiteto Cristopher Wren, reconstruiu a cidade, sendo sua obra principal a Igreja de São Paulo, em cujo adro se desenvolveria e se estabeleceria, em 1691, uma Loja de fundamental importância para história da Maçonaria moderna, a Loja de São Paulo (em alusão à igreja), ou a Loja da Taberna “O Ganso e a Grelha”. Tal Loja foi formada pelos Maçons de Ofício, que participaram da reconstrução de Londres, mas com a admissão, cada vez maior, de homens de todas as classes, nas demais Lojas londrinas, resolveram, em 1703, permitir à “recepção” de “Maçons Aceitos”. Na verdade, o início da transformação da Maçonaria de Ofício para Especulativa se deu em 1600, com a recepção, como Maçom Aceito, de John Boswell, Lorde de Aushunleck, na Loja “Saint-Mary’s Chapell”, de Edimburgo, processo que veio a se acentuar durante todo o século XVII, na Escócia. O aumento do interesse pelos estudos teóricos, fortemente, influenciado pela “recepção” dos Maçons Aceitos, em detrimento das práticas da construção, levou ao nascimento da Maçonaria Moderna, em 1717, quando quatro Lojas londrinas se reuniram para a formação da Grande Loja de Londres. É sobre esta que recai a crítica do Daily Journal, em 5 de setembro de 1730: “tem-se de reconhecer que há uma associação estrangeira, da qual os maçons ingleses, envergonhados de sua verdadeira origem, copiaram certas cerimônias, tendo bastante dificuldade de persuadir a todos que deles são descendentes, embora só tenham uns poucos sinais de iniciação. Os membros dessa sociedade levavam o nome de Rosa-Cruzes e seus dirigentes chamados de Grandes Mestres, Vigilantes, etc., seguravam, durante suas cerimônias, uma cruz vermelha como sinal de reconhecimento”. É interessante citar que, o primeiro Templo maçônico – “Freemason’s Hall” - foi construído na Inglaterra, em 30 de maio de 1776. Até então, as reuniões eram realizadas nas tavernas, cervejarias e estalagens. Sua arquitetura foi baseada no parlamento inglês, portanto, sem nenhum culto religioso ou lugar sagrado, no sentido místico ou espiritual. Era, apenas, uma casa especial, onde se reúnem, até hoje, os Maçons. A partir de 1783, começa a crescer, acentuadamente, o misticismo na Maçonaria com a participação das correntes místicas que pululavam a Europa. Sem sombra de dúvidas, foi a partir do século XVIII que se observou uma forte presença do rosacrucionismo no seio da Maçonaria, sendo responsável pelas alterações introduzidas no ritual, e que, aos poucos, transformaram o processo de admissão à Ordem, da simples “recepção” para a Cerimônia Ritualística de “Iniciação”. Todavia, ao mesmo tempo em que organizavam a Iniciação simbólica, envolvendo-a em um sistema de moralidade, inicialmente, baseado no simbolismo das ferramentas dos talhadores de pedra, figuras geométricas e arquitetônicas, ampliavam o alcance com elementos religiosos tirados da Bíblia e, posteriormente, da Cabala, da Alquimia, do Hermetismo, etc., com os quais já estavam familiarizados. Esses novos elementos a enriqueceu e a espiritualizou. A propósito, nessa época, no seio da Maçonaria "dos Antigos", tida como mais esotérica, em relação à Maçonaria “dos Modernos”, com raízes no hermetismo e no rasacrucionismo, observamos o aparecimento dos Ritos e Rituais herméticos e alquímicos, considerados, por alguns autores, como para-maçônicos: Ritual do Barão de Tschoudy (1724-1769); o ritual da Maçonaria Egípcia; o Rito da Estrela Flamejante (1766); a Ordem dos Arquitetos Africanos (1767); a Ordem dos Filósofos Desconhecidos; Os Iluminados de Avignon; a Ordem do Crata Repoa. Foram responsáveis, em boa parte, pela influência de ensinamentos provenientes de correntes esotéricas como a Cabala, a Teurgia, a Alquimia, hermetismo, magia, etc. A Bíblia e a Cabala forneceram os mais poderosos contingentes para o enriquecimento do Simbolismo Maçônico, e o Ocultismo, abrangendo o conjunto de sistema filosófico e das artes misteriosas, derivadas dos conhecimentos antigos, também, contribuiu abundantemente. As Ciências Ocultas fizeram furor durante todo o século XVIII, e os maçons, delas, se mostraram apaixonados apreciadores. Assim, a magia, a alquimia, a astrologia, o magnetismo animal e outros, que se tinham expandido durante a Idade Média, em que pese às perseguições que lhes moveram a Igreja, foram objetos dos mais acurados estudos por parte dos maçons, e deixaram traços muito profundos no simbolismo e no esoterismo maçônicos, que os impregnaram totalmente. Escritores e ritualistas foram buscar na antiguidade práticas e doutrinas iniciáticas já utilizadas no Egito, na Grécia, na Índia e em outras nações ou associações. A iniciação maçônica, em muitos pontos, resultou do sincretismo dos vários mistérios e da “recepção” dos operativos, tendo sido objeto das mais diversas interpretações. Muitos a examinaram à luz das ciências ocultas, outros, mais tarde, a analisaram por meio das doutrinas da teosofia hinduísta, até da yoga, etc. E, paradoxalmente, escritores racionalistas tentaram interpretá-la através de suas concepções filosóficas. Por essas razões, não é de se estranhar que os símbolos encontrados dentro de um Templo Maçônico sejam oriundos das mais diversas procedências. Assim, as colunas arquitetônicas, as figuras geométricas, as ferramentas profissionais, etc., revelam sua origem operativa ou profissional. O Pavimento Mosaico, as Velas, o Incenso, as Espadas e outros elementos, são de origem mágica; a Câm∴ das RRef∴, os Quatros Elementos, os Três Princípios, procedem do Hermetismo. A Numerologia Pitagórica forneceu o esoterismo dos números; da Cabala temos o Delta Sagrado, o Tetragramaton, o Selo de Salomão, além de todas as PP∴SS∴, PP∴ de P∴ e outras. A Astrologia está presente na Abóboda Celeste, nas Doze Colunas Zodiacais, etc. Os Sinais de O∴, e as posturas em Loja, podemos encontrar significativa semelhança, em seus propósitos, nas Asanas e Mudras praticadas nas Danças Sagradas hindu. O acrônimo V∴I∴T∴R∴I∴O∴L∴ - VISITA INTERIORA TERRAE RACTIFICANDO INVENIES OMNIA LAPIDEM – servia como uma senha, adotada pelos antigos Rosa-Cruzes. Como podemos ver, a Maçonaria é baseada em um conjunto de ciências que lhe emprestam um aspecto singular e único, sendo notória a influência Rosa-Cruz. O processo alquímico, que outrora servia para a transmutação dos metais, hoje, maçonicamente, é utilizado, pelos verdadeiros Iniciados, que se pese, uma minoria, lamentavelmente, para a “Transmutação dos Mentais”, onde o verdadeiro trabalho é o despertar do Mental Abstrato, da Quinta Essência, hoje, tão malcompreendida pela maioria de seus membros, embora, de enorme importância, por ser o principal objetivo das verdadeiras Escolas de Iniciação da atualidade. Na Loja dos “Antigos”, ou seja, na Grande Loja fundada por irlandeses, em 1725, em oposição a primeira Grande Loja, criada em Londres, em 1717, pejorativamente, chamada “dos Modernos”, o Grau Rosa-Cruz (Rosy Crucian), também, conhecido como “Ne Plus Ultra”, significando “não há nenhum mais alto”, era o Grau 28º. Com o tempo, esse lema perdeu a razão de ser com a criação de Graus acima deste, além do descaso das autoridades maçônicas com os Graus Superiores ter permitido que fosse gerada uma mistura enorme dos Graus do Rito de York, o que veio, mais tarde, a suprimir o Grau Rosa-Cruz. O Grau 12º do Rito Adonhiramita foi chamado de Rosa Cruz, e, até certa época, era, também, seu Grau máximo. Posteriormente foi criado o 13º Grau, o Noaquita ou Cavaleiro Prussiano. Desde 1973, o Rito passou a ter 33 Graus. No Rito Escocês Antigo e Aceito, surgido na França, em 1754, oriundo do Rito de Perfeição, que a partir de 1751 começou a sofrer uma grande reestruturação, passando de 14 para 25 Graus, surgindo, então, o Grau 18º, que recebeu o título de Soberano Príncipe da Rosa-Cruz de Heredom, ou, simplesmente, Cavalheiro Rosa-Cruz. Segundo Leadbeater, nesse Grau revelam-se profundos mistérios, sendo um deles, o nome do G∴A∴D∴U∴, com relação ao acrônimo I∴N∴R∴I∴. Sobre isso, o autor maçom informa que, em Sua encarnação, como Christian Rosenkreutz, Este traduzira a “Palavra” para o latim, conservando, muitíssimo engenhosamente, seu notável caráter mnemônico, todas as suas complicadas acepções e, ainda, uma íntima aproximação com seu som original. A Palavra Perdida hebraica I∴H∴V∴H∴ dando lugar a Palavra Reencontrada latina I∴N∴R∴I∴. Portanto, como se pode notar, a influência do rosacrucionismo na Arte Real é uma realidade inconteste, assim como todo progresso cultural e evolucional. Graças à Ordem Rosa-Cruz deu-se início ao processo de Iniciação maçônico que conhecemos hoje, e, com ele o despertar e a expansão do estado de consciência de seus membros. Vale ressaltar que, diversos ensinamentos e símbolos utilizados pelos a rosacruzes antecedem, em muito, sua própria história. Afinal, os excelsos ensinamentos da Tradição Oculta, da Sabedoria Iniciática das Idades, chegam ao mundo através das verdadeiras Ordens de Iniciação, não pertencendo a nenhuma delas, pois que são, apenas, sustentáculos físicos da Grande Fraternidade Branca. A Ordem Rosa-Cruz tendo como fundador e mentor Espiritual o enigmático Christian Rosenkreutz e a Maçonaria, como um de seus mentores espirituais, o Conde de Saint Germain, já, por si só, têm motivos de sobra para tamanha interseção, pois ambos, Mestres de Sabedoria, manifestaram-se na face da Terra, utilizandose da mesma Essência Espiritual. Citaremos outro excelso ser não menos enigmático, criador do Rito Egípcio, que, inspirado pelo rigor da Lei divina, teve a árdua e oculta Missão de promover a derrocada do poder feudal, através da Queda da Bastilha. Mas essa é outra longa e profunda história! Fiquemos por aqui! ? b João Geraldo de Freitas Camanho – MI – 33º – ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG Oriente de São Lourenço-MG – Palestrante e Acadêmico “A Sabedoria Iniciática das Idades (Doutrina esotérica) precisa, em momentos de grandes transformações cósmicas e sociais, ocultar-se para não morrer. Graças a essa providência, tal Ciência Oculta pode ser transmitida aos homens à medida que se façam dignos.” Professor Henrique José de Souza F undada em 1119 por Hugues de Payns na Terra Santa, com o nome de Pobres Cavaleiros de Cristo. Em companhia do fundador estavam oito cavaleiros franceses, entre eles, Godofredo Bouillon e Godofredo de Saint-Omer. O Rei Balduíno II de Jerusalém instalou-os num velho palácio junto às ruínas do Templo de Salomão. Daí, a designação de Ordem dos Cavaleiros Templários ou, simplesmente, Ordem do Templo. Em 1128, Hugues de Payns, seu primeiro GrãoMestre, viu confirmada, oficialmente, a Ordem no Concílio de Troyes. Nascia A Nova Ordem, ao mesmo tempo religiosa e militar, à qual é concedido o uso do manto branco (sinal da pureza), com a cruz vermelha sobre ele (testemunho do martírio). Sob a orientação de Bernard de Clairvaux, homem santo e erudito, fundador da Ordem de Cister e patrono dos Templários, de 1119 a 1128, nove anos, portanto, os mais avançados espiritualmente formaram, no seio da Ordem, um Colégio de homens puros e precederam a sérias pesquisas e escavações nos subterrâneos do Templo, encontrando conhecimentos científicos em grandiosa biblioteca e profundos mistérios de milênios, adormecidos na mudez estática daqueles símbolos, reminiscências arquetípicas da Doutrina Oculta da Lemúria e da Atlântida, fonte comum de todas as Ordens Iniciáticas da Índia, do Egito, da China, da Pérsia, do Oriente-Médio (árabes e hebreus), da Mesopotâmia (assírios e babilônios), da Grécia e de Roma. Detentora de tesouros científicos e espirituais, como ficou delineado acima, a Ordem impulsionou as Guildas Medievais (futura Corporação Maçônica Operativa), que já tinham tomado formas regulares durante os reinados de Alfredo, o Grande, de Eduardo, o Antigo, e de Athelstan, de 800 até 900, na Inglaterra. Em 925, o Príncipe Edwin, filho de Eduardo, foi eleito GrãoMestre de uma dessas Corporações; é, presumivelmente, do século XII, o mais antigo documento da história primitiva da Maçonaria inglesa: o Manuscrito de Halliwell, base das Leis Maçônicas e história primitiva da Maçonaria na Inglaterra, encontrado em 1839. Com a transferência a tais Corporações da tecnologia de ponta e do simbolismo, o que ultrapassou os conhecimentos do homem medieval, floresceu a Arquitetura Gótica, cujo apogeu aconteceu nos séculos XII e XIII, legando à posteridade a suntuosidade das Catedrais. No século XIV, após sérias maquinações de Filipe, o Belo, rei da França, e Clemente V, o Papa, a Ordem do Templo foi suprimida, os Cavaleiros presos e Jacques de Molay, o Grão-Mestre, com mais 36 Templários, sofreu o martírio da fogueira inquisitorial, sob a alegação de heresia. Missão Oculta dos Templários Os fugitivos de Paris e de outras regiões da França encontraram abrigo entre seus pares, espalhados pelos vários reinos europeus, onde se ocultaram. A Inglaterra e, especialmente, a Escócia se tornaram porto seguros para tais foragidos. Os Templários passaram as Ordens de Maris, de Avis, de Cristo e de Sagres (em Portugal), à Ordem da Estrita Observância (na Alemanha), à Ordem da Estrela Flamejante (na Boêmia) e à Ordem de Calatrava (na Espanha). Na verdade, ajudaram a fundá-las, tronando-se os mesmos disfarces da antiga Ordem dos Templários, para iludir a Igreja e a diplomacia européia. Todas essas Ordens Iniciáticas mencionadas foram orientadas pela Ordem de Melk-Tsedek, o Rei do Mundo, conhecida no Ocidente como a Grande Fraternidade Branca, braços do GOM (Governo Oculto do Mundo). Por isso mesmo, enfatizaram, acima de todos os credos, o contato direto com a Centelha Divina no interior do homem, através da Iniciação, o que, evidentemente, tornou supérfluos os sacerdotes e todo o aparato de suas igrejas, cujos ensinamentos dogmáticos e exotéricos visaram, sempre, a manipulação das massas profanas e a obtenção do poder temporal. Compreende-se, então, o ocultamento nas referidas Ordens e nas Guildas Medievais, para escapar da perseguição da Igreja e dar continuidade a transmissão da Sabedoria Esotérica milenar para a Europa e, posteriormente, para o Novo Mundo, mormente, para o Brasil, lutando heroicamente para fundação de Portugal e ajudando a criar a Escola de Sagres (verdadeiramente, a Ordem de Sagres, cujo Grão-Mestre era D. Henrique, o Navegador, filho do rei D. João I, o Mestre da Ordem de Avis), para realização das Grandes Navegações Lusitanas. Precursores da Maçonaria Embora certos autores afirmem que a Maçonaria se originou nos construtores do Templo de Salomão ou nas guildas medievais de pedreiros na Grã-Bretanha, junto a outras afirmações muito mais fantasiosas, nenhum início, além dos Cavaleiros do Templo, permite explicações tão pertinentes no tocante a transformação das corporações de construtores na Maçonaria Operativa, que, por sua vez, passou a Especulativa. Aliás, o historiador Paul Naudon dizia de forma clara: “A Franco-Maçonaria apresenta-se como a continuação e a transformação da organização dos ofícios da Idade Média e do Renascimento, na qual o elemento Especulativo tomou o lugar do Operativo”. Tal declaração reforça a ideia de que, no passado, pode ser detectada uma ligação entre a Maçonaria e os Templários. Reforçando mais as evidências, apontamos a descoberta dos significados perdidos em francês medieval, dando apoio fundamental à hipótese da nascimento da Maçonaria nos Templários francófonos e indicando um contexto temporal adequado. Parece-nos que tal descoberta suprime qualquer dúvida de que a Maçonaria se originara na má situação e na fuga dos Cavaleiros do Templo, uma organização equipada de forma única, para constituir uma Sociedade Secreta de proteção mútua, lutando pela preservação da vida de cada irmão, obviamente, funcionando por meio de códigos, palavras de passe, símbolos e seu próprio sistema de espionagem. Essa rica tradição de operações secretas dos Templários, absorvida pela Maçonaria em seus primórdios (a maioria mantida nos dias de hoje), permite-nos uma conclusão: as antigas guildas, certamente, não precisariam desse aparato de proteção, já que eram militantemente religiosas e ligadas à Igreja Católica Romana estabelecida. Quanto aos termos maçônicos em francês medieval, sabe-se que, em 1362, as cortes inglesas, oficialmente, mudaram a linguagem usada em seus procedimentos (jurídicos, principalmente) do francês para o inglês, de forma que as raízes francesas de todos os misteriosos termos da Maçonaria confirmam a presença e a contribuição dos Cavaleiros do Templo francófonos (fato apontado anteriormente) no século XIV, época da supressão da Ordem. Vamos citar, segundo o livro “Nascidos do Sangue – Os segredos Perdidos da Maçonaria”, algumas palavras e termos maçônicos, cujos significados foram perdidos ao longo dos séculos: TYLER (Guarda do Templo): uma aproximação fonética, uma vez que o som [ty] em francês se escreve tai, remete-nos à palavra francesa “tailleur” (aquele que corta); a raiz da palavra é encontrada na palavra inglesa medieval “taille” (corte); de “tailleur de vetement” (aquele que corta a roupa), veio a palavra inglesa “tailor” (alfaiate); diante dessas variações, podemos aceitar que “tailleur” se poderia ter desenvolvido em “Tyler” (cortador), designação aceitável para alguém que ficava do lado de fora da porta da Templo com uma espada afiada na mão; HIRAM ABIFF: a palavra Abiff, supostamente o sobrenome do Mestre assassinado, não vem do hebreu, do inglês ou do francês; documentos maçônicos usam as iniciais HA (Hiram Abiff), mas escritos maçônicos mais antigos se referiam a Ele como HAB (poderia isso significar que, em algum ponto, seu nome fora Hiram A. Biff?); novamente, ns dicionários franceses, encontra-se a resposta no verbo “biffer” (derrubar, eliminar); o termo maçônico não era o nome, mas uma designação: “Hiram à Biffe” (Hiram, que foi eliminado); JUWES: a busca em francês antigo aponta a palavra “jubé” [jubê] (em ordens religiosas, como as dos Templários, eram no “Jubé” que se efetuavam as punições ou penitências físicas dos pecadores); tal significado permanece hoje na expressão “venir à jubé” (vir ao local da punição); a palavra “jubé” vive no ritual maçônico com esse sentido de punição; para lembrar os destinos dos três assassinos de Hiram Abiff, que foram punidos por Salomão, os originadores da alegoria podiam tê-los chamados Jube Um, Dois e Três, mas resolveram diferenciá-los, usando os sufixos (masculino, feminino e neutro do latim): Jubelo, Jubela e Jubejum; o termo coletivo “juwes” (sem dúvida, começou como “jubes”, sem equivalente em inglês, designando os nomes dos que foram punidos, aponta diretamente para Ordem Templária francófona e para um contexto medieval. Poderíamos citar outras origens dessas palavras francesas perdidas da Maçonaria. Contudo, vamos aternos a certos símbolos da Maçonaria secreta antiga, cujas conexões templárias se tornam, ainda, mas evidentes; O CÍRCULO E A PERAMBULAÇÃO: as cerimônias de iniciação dos Templários ocorriam em suas próprias igrejas, que eram circulares, principalmente, as da GrãBretanha (quando os Cavaleiros percorriam essas igrejas circulares, apenas, um modo de fazê-lo: em círculos – representação do universo sem limites); O PAVIMENTO MOSAICO: a base templária para esse simbolismo é simples e direta, contida na Bandeira de batalha da Ordem, com um desenho vertical, consistindo de um bloco preto em cima e um bloco branco abaixo (o preto significava o mundo negro do pecado, deixado para trás pelo Templário: o branco, a vida pura, adotado pelo soldado de Cristo); tal Bandeira, repetida muitas vezes, forma um mosaico preto e branco, na verdade, a eterna manifestação da polaridade; O AVENTAL: podemos ver uma ligação muito direta com os Templários, se nos lembramos de que sua Ordem proibia qualquer decoração pessoal, exceto a pelo de cordeiro, exigindo que os Cavaleiros usassem, em torno da cintura, o tempo todo, um cordão de pele de cordeiro, como lembrete de seu voto de castidade (alguns escritores maçônicos, teimosamente, declararam que essa pele de cordeiro é um emblema da inocência e da pureza, derivada dos aventais de trabalho, usados pelos membros de associações de pedreiros da Idade Média; além do fato de que é difícil ver pureza e inocência como qualificações vitais para um pedreiro medieval, não parece haver nenhum indício de que esses artesões tenham, em algum momento, vestido aventais de pele de cordeiro, atestam-no desenhos e pinturas da época, retratando esses homens em atividade na construção de castelos e catedrais). Os que estudam a história maçônica sabem que houve frequentes alegações, depois que a Maçonaria veio a público, em 1717, dessa conexão templária com a mesma, que – insistimos – para sobreviver naquele contexto medieval de intolerância e perseguição da Igreja, tronou-se uma Ordem secreta. Uma dessas alegações, um indício inquestionável, afirma que, no diário do Barão Von Hund, fundador da Ordem da Estrita Observância, na Alemanha, consta uma reunião em Paris, em 1743, em uma Ordem Maçônica Templária, onde nobres presentes (Lordes Kilmarnock e Clifford, Maçons Templários), entre outros contaram-lhe que, na época da supressão dos Tem´plários, um grupo de Cavaleiros fugira para Escócia e, ao unir-se a uma guilda de pedreiros, transformando-a na Loja Maçônica Heredom, de Kilwinning, mantiveram viva a Ordem do Templo. Tal fato demonstra que, antes de 1717, a Ordem Maçônica era uma verdadeira sociedade secreta com muitas Lojas, como as chamavam, por toda a Inglaterra, Irlanda, Gália e Escócia. Por isso mesmo, a onda de pretextos contra a formação da Grande Loja de Londres, que, além de violar os segredos da Ordem, assumiu uma postura de importância e antiguidade, quando, na verdade, tal prerrogativa deveria ser atribuída à Escócia, o que ficou demonstrado acima. Mais de seiscentos anos se passaram desde a supressão dos Cavaleiros do Templo, mas sua herança vive na maior organização fraternal que já se conheceu. Momentos houve em que nossa Ordem fraquejou. No início do Século XVIII, afastando-se da Sabedoria a Iniciática das Idades, introduzida pelos Templários, entrou em tal decadência, que o moralista, Irmão Willliam Hogarth, em sua pintura intitulada “A Noite”, retratou um Mestre Maçom embriagado sendo levado pelo Guarda da Loja, ambas com as insígnias maçônicas. Fosse com vistas a perpetuar os Mistérios Maçônicos na ocasião próxima de se perderem, ou, talvez, por inspiração da LEI, a Loja da Cervejaria do Ganso e da Grelha, mais tarde, chamada Loja da antiguidade, tomou, em 1703, por seu Venerável Mestre, o Irmão Preston, a sábia decisão de aceitar homens de todas as profissões e credos e renunciar a objetivo material da antiga Confraria: a Construção. Esse passo gigantesco deu uma nova tônica à Maçonaria britânica e, mais tarde, tirou-a das tavernas e a colocou em Templos, dando-lhe uma postura formal: assim, o jantar, o vinho e o fumo foram substituídos por hinos, incenso, música clássica, palestras e concentração no Ritual. Tal direcionamento, em boa hora, recolocou a Maçonaria nos trilhos do Simbolismo, do qual não poderia abrir mão, transformando-a em Especulativa. Sentindo, então, que o mais importante não era a construção de monumentos de pedra, a Maçonaria Especulativa vem empenhando-se na reconstrução do homem, dando-lhe as ferramentas simbólicas para sua edificação moral e espiritual. ? b José Aírton de Carvalho – MI – 33º – ARLS Inconfidência nº 47 – GLMMG Oriente de Belo Horizonte-MG – Acadêmico e Editorialista do Jornal Maçônico Fiat Lux O objetivo deste trabalho é despertar nos Irmãos o interesse pelo estudo, particularmente, ao que se relaciona à nossa Excelsa Ordem. Para tanto, viajamos nas páginas de algumas obras de renomados autores, buscando as evidências da influência judaica na história da Maçonaria. Na verdade, trata-se de uma sinopse, pois, seria impossível em tão curto espaço, tratar, com profundidade, de um assunto tão vasto, objeto de uma monografia. O Povo Judeu - A história judaica, segundo alguns estudiosos, tem trazido alguns conflitos quanto à questão de determinar, precisamente, quando se inicia a história do povo judeu: se como grupo étnico, religioso ou cultural, e, ainda, as fontes que determinam essa história. Geralmente, os documentos extrabíblicos relacionados ao período mais antigo da história judaica são escassos e objeto de discussão. A Bíblia é a referência da história desse povo. De acordo com as Escrituras Sagradas, “por volta de 1800 a.C., Abraão recebe um sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaac, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta, num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem às doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 a.C., o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 a.C.. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as Tábuas dos Dez Mandamentos no Monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a Terra Prometida, Canaã”. Governados por patriarcas, os hebreus viveram na Palestina durante três séculos. Os principais patriarcas hebreus foram Abraão (o primeiro), Isaac, Jacó (também, chamado de Israel, daí o nome israelita), Moisés e Josué. A princípio, os hebreus eram pastores nômades (não tinham habitação fixa), que se dedicavam à criação de ovelhas e cabras. Os bens pertenciam a todos do clã. A Palestina era uma pequena faixa de terra, que se estendia pelo vale do rio Jordão. Os doze filhos de Jacó originaram as Doze Tribos de Israel, constituindo assim, o povo hebreu. Os hebreus eram um povo de origem semita (os semitas compreendem dois importantes povos: os hebreus e os árabes), que se distinguiram de outros povos da antigüidade por sua crença religiosa. Os hebreus eram inicialmente, um pequeno grupo de pastores nômades, organizados em clãs ou tribos, chefiadas por um patriarca. Liderados então, pelo patriarca Moisés, os hebreus abandonaram o Egito em 1250 a.C., retornando à Palestina. No período de lutas pela conquista da Palestina, que durou quase dois séculos, os hebreus foram governados pelos Juízes, que eram chefes políticos, militares e religiosos. Embora comandassem os hebreus de forma enérgica, não tinham uma estrutura administrativa permanente. A sequência de lutas e problemas sociais criou a necessidade de um comando militar único. Os hebreus adotaram então, a monarquia. O primeiro rei dos hebreus foi Saul (1010 a.C.). Depois, veio o rei Davi (1006-966 a.C.). O sucessor de Davi foi seu filho Salomão, que construiu palácios, fortificações e o Templo de Jerusalém. Após a morte de Salomão, as Doze Tribos de Israel dividiram-se em dois reinos: o Reino de Israel, ao Norte, com capital em Samaria, formado por dez tribos sob a égide de Jeroboão; o Reino de Judá, ao Sul, com capital em Jerusalém, formado pelas outras duas tribos, aos cuidados de Roboão, filho de Salomão. O Reino de Israel foi conquistado por Sargão II, do Império Assírio, em 722 a.C.. As tribos israelitas desapareceram e seus integrantes foram mortos ou deportados pelos invasores e espalhada pelo Império Assírio Na Judéia, em um tempo de dominação síria, no período helenístico, um rebelde toma a liderança nas revoltas e vence seguidas batalhas pela libertação da Judéia. Filho mais velho do sacerdote Matatias, Judas, o Macabeu, deu início a dinastia Hasmoneana. Dinastia que reinou sobre a Judéia por mais de um século. E em 39 a.C., o Senado Romano nomeou Herodes para ser rei da Judéia, acabando com o domínio macabeu. No ano 70 de nossa era, o Imperador romano Tito, sufocou uma rebelião hebraica e destruiu o segundo Templo de Jerusalém. Os hebreus, então, dispersaram-se por várias regiões do mundo. Esse episódio ficou conhecido como Diáspora (Dispersão). No ano de 136, sofreram a Segunda Diáspora, no reinado de Adriano (Imperador romano), os judeus foram, definitivamente, expulsos da Palestina. A história do Povo Judeu é marcada por perseguições desde a sua formação, passando pela Idade Média e pelo holocausto da 2ª Grande Guerra Mundial, imposto pelo nazismo. Somente em 1948, os judeus puderam se reunir em um Estado independente, com a determinação da ONU (Organização das Nações Unidas), que criou o Estado de Israel. Nesta síntese, sobre o Povo Judeu, ressaltamos que a religião é uma das principais bases da cultura hebraica e representa a mais notável contribuição cultural dos hebreus ao mundo ocidental; que a palavra "judeu", originalmente, era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente, foi designado aos nascidos na Judéia; a tradição judaica defende que a origem deles dá-se com a libertação dos filhos de Israel da terra do Egito pelas mãos de Moisés. Maçonaria - Muito se questiona, discute e escreve a respeito do início da Maçonaria. A Maçonaria notabilizase por ser a fiel guardiã das tradições das culturas, filosofias, sociedades e correntes de pensamento, compiladas de várias civilizações. É definida como uma Instituição iniciática, simbólica e filosófica que, através dos símbolos da construção, transmite aos seus adeptos uma filosofia progressista, cujo escopo é a construção de um Templo perfeito (o Templo Interior), e para tanto, recorre às ferramentas dos pedreiros, para o desbaste das asperezas da Pedra Bruta, que deve ser utilizada na edificação desse Templo. Nos Estatutos e Regulamentos Gerais do Grande Oriente da França, publicado em 1839, encontramos uma das melhores definições sobre Maçonaria: “A Ordem Maçônica tem por objeto o exercício da solidariedade, o estudo da moral universal, das ciências, das artes, e a prática de todas as virtudes”. A Maçonaria ensina ao homem a ser livre, de bons costumes, leal, praticante da verdade e da justiça, desprezando os preconceitos, trabalhando o seu próprio Ser no combate aos vícios morais, para que se torne uma referência, por seus exemplos, àqueles com quem convive. Na sua ritualística, a Maçonaria exalta a grandiosidade da Natureza e seus elementos, fazendo com que o Obreiro se torne consciente desses princípios, a fim de trabalhar em harmonia com a Natureza Universal e alcançar com Sabedoria, Força e Beleza, a sua natureza interior. Dessa forma, a Maçonaria associa-se à tradição da Sagrada Arte da Construção, e a tradição hebraica aliada à Lenda do construtor, na figura de Hiram Abiff. O Maçom especulativo, iluminado pelas leis judaicas expressas no Livro da Lei, deve, sob o modelo da alegoria do Construtor Sagrado e auxiliado pelos conhecimentos da Antiguidade, erguer o Templo Interno de sua personalidade, a fim de abrigar a Individualidade Superior para a Glória do Grande Arquiteto do Universo. A Maçonaria, ao contrário do que se pensa, estando sempre à frente de nosso tempo, oferece respostas que bem interpretadas mostram-nos um direcionamento retilíneo onde o homem sábio e virtuoso encontrará na paz e no equilíbrio interior o sentido e a verdade que procura. A verdade que procuramos não é aquela imposta e absoluta, mas aquela construída na prática da solidariedade, no respeito aos princípios que, favorecendo a transformação, elevem o espírito promovendo a paz interior e o equilíbrio emocional. Através da linguagem simbólica reúne, reconhece e se faz reconhecida, transmitindo em um processo contínuo e permanente, princípios, sentimentos e calor fraternal, gratificando seus Obreiros, aproximando-os, fortalecendo-os, promovendo pela harmonia o equilíbrio interior, fazendo-os sentir as luzes da chama divina. “Só a perfeita compreensão destas verdades favorecerá um caminhar unidirecional de nossas Lojas conduzindo seus Obreiros aos verdadeiros objetivos da Sublime Ordem: o Homem” Influência Judaica na Maçonaria - Há certa dificuldade, quando tentamos tratar da influência da tradição judaica na Maçonaria. As informações são escassas e o assunto não é tratado com conhecimento e profundidade, por parte de alguns escritores maçônicos, levando-nos, por vezes, à erronia. Ao mencionar a influência judaica na Maçonaria devemos nos deter a alguns traços da cultura judaica. Os Templos Maçônicos têm a sua origem no Tabernáculo hebreu; os ritos praticados em Loja, as palavras dos diversos graus, as lendas e nomes têm uma estreita ligação com a tradição divulgada na Bíblia Sagrada, especificamente, nas tradições e práticas dos judeus do Velho Testamento. A Maçonaria fundamentou sua doutrina, através da alegoria da construção do Templo de Jerusalém, idealizado por David e executado por seu filho Salomão, com a cooperação dos fenícios, Hiram, Rei de Tiro, e do arquiteto Hiram Abiff. Todos esses elementos vieram a ser agrupados na Maçonaria Especulativa, para simbolizar o trabalho que o Maçom deve realizar como construtor de si mesmo. As Colunas do Templo de Jerusalém estão em nossos Templos, nas colunas “J”, “B” e representam os pontos solsticiais. “Por entre elas passam todos aqueles que, ansiosos pela Luz ou conhecimento solar, procuram, identificar-se com os mais altos princípios do Universo”. A Escada de Jacob, que a Maçonaria adotou como ligação do plano material com o plano superior, também, está ligada às tradições judaico-cristãs. Os ritos e símbolos maçônicos nos recordam, constantemente, a Cabala e o Judaísmo. Na construção do Templo de Jerusalém, na Estrela de David, no Selo de Salomão, nos nomes dos diferentes Graus, nas Palavras usuais, na Numerologia e a própria da Cabala, testemunham a influência cabalística na Maçonaria. A Cabala é a tradição esotérica e o conjunto das doutrinas secretas do judaísmo. É um sistema filosóficoreligioso judaico de origem medieval (século XII-XIII), mas que integra elementos que remontam ao início da era Cristã. Compreende preceitos práticos, especulações de natureza mística, esotérica e taumatúrgica; afirma que o universo é a uma emanação divina, tendo grande importância a interpretação e deciframento dos textos bíblicos do Antigo Testamento. A chave de seu ocultismo repousa como a do Talmude, sobre o valor dos números, a combinação das 22 letras do alfabeto hebraico e a força oculta do Tetragrama (IHVH), que se encontra no centro do triângulo flamejante da Maçonaria. “Apesar de tudo, de toda influência hebraica, é bom que fique bem claro que a Maçonaria não é judaica”. “A glória do mundo é transitória, e não é ela que nos dá a dimensão de nossa vida - mas a escolha que fazemos, de seguir nossa lenda pessoal, acreditar em nossas utopias, e lutar por nossos sonhos. Somos todos protagonistas de nossas vidas, e, muitas vezes, são os heróis anônimos que deixam as marcas mais duradouras”. ? b Vagner Roberto Alves de Souza – MI – ARLSGB Carlos Gomes nº 1598- GOB-SP Oriente de São Paulo-SP – Teólogo – Mestre em Filosofia M eus nobres Irmãos a Maçonaria é uma Ordem Universal formada de homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais, e reunidos com a finalidade de construírem uma sociedade humana, fundada com bases no Amor Fraternal; na Esperança, com amor a Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo; na Tolerância, Virtude e Sabedoria; na constante investigação da Verdade e sob a tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça. Diferente do que muitos Irmãos pensam, a Maçonaria não é uma sociedade secreta, no sentido como tal termo é, geralmente, empregado. Uma sociedade secreta é aquela que tem objetivos secretos, e oculta sua existência, assim como, as datas e locais de suas sessões. O objetivo e o propósito da Maçonaria, suas leis, história e filosofia têm sido divulgados em livros, que estão à venda em qualquer livraria e na internet. Os únicos segredos que a Maçonaria conserva são as cerimônias empregadas na admissão de seus membros, os meios usados pelos Maçons para se reconhecerem ou em nossas sessões, que julgo ser o mais precioso e lindo, que nenhum autor, até hoje, conseguiu descrever. A Maçonaria não é contra qualquer religião, ao contrário, ela recebeu muitas influências delas, em destaque, da Igreja Protestante e Católica Romana. Ela ensina e pratica a tolerância, defendendo o direito do homem praticar a religião de seu agrado e conforme a sua opção. A Maçonaria não dogmatiza as particularidades do credo e da religião de nenhum de seus membros. Ela reconhece os benefícios e a bondade de todas as religiões. Nossa Ordem não é ateísta nem agnóstica. O ateu é aquele que diz não acreditar em Deus, enquanto o agnóstico é aquele que não pode afirmar, conscientemente, se Deus existe ou não. Para ser aceito e ingressar na Maçonaria, o candidato deve afirmar a crença em Deus e não nos importa se O chama de Javé, Aláh, Adonai, etc. A Ordem conta com cerca de seis milhões de membros, atualmente, e tem uma longa história entrelaçada com o protestantismo, especialmente na GrãBretanha, na Europa, nos Estados Unidos (com cerca de 4 milhões de membros) e no Brasil. Ao mesmo tempo, a fraternidade orgulha-se de contar com membros das elites do mundo, seja no passado ou no presente: Voltaire, Mozart, Garibaldi e Goethe, até vários nobres da Europa, incluindo o rei da Suécia e a Rainha Elizabete II (Grande Patronesa da Loja Britânica), além de catorze presidentes dos Estados Unidos (Johnson, Ford, Reagan, etc.). George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos, foi Grão-Mestre, sendo considerado um dos adeptos mais fiéis de todas as treze colônias de sua época. Não é por acaso que a cédula do dólar americano, que tem o retrato de Washington, traz a pirâmide, o esquadro, a águia e outros símbolos maçônicos. Portanto, podemos definir claramente que a Maçonaria como sendo uma organização mundial de homens livres e de bons costumes, que, utilizando-se de formas simbólicas dos antigos construtores de templos, voluntariamente, uniram-se para o propósito comum de se aperfeiçoarem na sociedade. Admitindo em seu seio, homens de caráter, independente de sua raça, cor ou credo, a Maçonaria se esforça para constituir uma liga internacional de homens dedicados a viverem em paz, harmonia e afeição fraternal. Primeiro Estatuto da Organização que indica a influência Protestante - Em 1723 foi publicado o primeiro estatuto da novel organização, A Grande Loja de Londres, conhecido, mundialmente, como "Constituições de Anderson", por ter sido compilada e redigida pelo Reverendo Presbiteriano James Anderson (1630-1739). Outros dizem ser as "Constituições" obra de seu prefaceador, o Reverendo Anglicano João Teófilo Desaguliers (1683-1744), de família francesa, que emigrou para a Inglaterra após a revogação do Edito de Nantes, mas conforme nossa corrente dominante aqui no Brasil, podemos ficar com o Reverendo Anderson. No Brasil, a estrutura maçônica ficou bem definida com a fundação do Grande Oriente do Brasil, em 1822, sendo o Imperador Dom Pedro I o Grão-Mestre da Maçonaria Brasileira. A Influência Protestante na Maçonaria - É inegável que a Maçonaria Moderna foi organizada sob a influência protestante. Os redatores do primeiro Estatuto (Anderson e Desaguliers), por suas crenças, não poderiam deixar de introduzir princípios evangélicos na nova organização, principalmente, devido ao fim a que ela se destinava. Provavelmente, devido a tais princípios, a Maçonaria se desenvolveu muito nos países onde predominava a influência protestante (Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos), propagando-se, depois, para o resto do mundo. A Maçonaria e os Batistas no Mundo e no Brasil - A maior igreja evangélica dos Estados Unidos da América, a Convenção Batista do Sul, responsável, através da Junta de Richimond, pela implantação do trabalho batista no Brasil, possui um grande número de membros maçons. Os emigrados dos EUA que se estabeleceram em Santa Bárbara, em São Paulo, fundaram, em 10 de setembro de 1871, a Igreja Batista, em Santa Bárbara, a primeira Igreja Batista estabelecida em solo brasileiro (Pr. Richard Ratcliff). Fundaram, também, em 1874, a Loja Maçônica "George Washington", onde se encontravam cerca de oito batistas, sendo que, pelo menos, cinco deles foram, também, fundadores da Primeira Igreja, entre eles estava o Pr. Robert Porter Thomas . O Pr. Thomas foi interino por diversas oportunidades, tanto na Primeira Igreja quanto na Igreja da Estação (segunda), fundada em 02 de novembro de 1879 (Pr. Elias Hoton Quillin). O pastorado interino do Pr. Thomas nas duas Igrejas somou cerca de 25 anos de profícuo trabalho, sendo ele o que mais tempo pastoreou tais Igrejas. Em 12 de julho de 1880, a pedido da Igreja da Estação, foi formado um Concílio reunindo as duas Igrejas, para Recepção e Consagração ao Ministério do Irmão Antônio Teixeira de Albuquerque, tendo sido batizado pelo Pr. Thomas. Foi moderador do Concílio que se realizou no salão da Loja Maçônica, o Pr. Quillin, conforme se descreve na carta subscrita pelo moderador e pelo secretário do Concílio ao Foreign Mission Board of fhe Soufhern Baptist Convention (Richmond, VA., U. S.A. ). Interessante observarmos que o primeiro Pastor batista brasileiro, além de ter sido batizado por um Pastor, que era Maçom, foi, ainda, consagrado ao Ministério da Palavra no salão de uma Loja Maçônica. É importante recordar que a Igreja em Santa Bárbara era uma igreja missionária. Foi ela que insistiu e conseguiu, que a "Junta de Richmond" nomeasse missionários para o Brasil, estabelecendo-se, então, em Sta. Bárbara a "Missão Batista no Brasil". O primeiro missionário foi o Pr. Quillin (1878), com sustento próprio. Seguiram-se, sustentados pela "Junta": Bagby (1880), Taylor; (1882), Soper; (1885), Putheff; (1885) e outros, sendo que Bagby, Soper e Putheff foram pastores da Igreja em Sta. Bárbara, que tinha, entre seus membros, um expressivo grupo de maçons. Missionário Salomão Ginsburg - Em 1921, Salomão Luiz Ginsburg, Missionário da Junta de Missões Estrangeiras de Richmond, publicou o livro "Um Judeu Errante no Brasil", sua autobiografia. Encontra-se em algumas partes de seu relato a descrição de sua condição de Maçom. Nas páginas de número 81 a 83, o missionário Salomão Ginsburg narra um contratempo que passou na cidade de Queimadas, interior da Bahia, e diz ele: "... Coloquei o meu harmônio no lugar mais central da feira e comecei a tocar alguns hinos... Pondo-me de pé sobre um tamborete comecei a explicar-lhes a minha missão e objetivo, (...) anunciar-lhes o grande dom de Deus: um Salvador, cujas dádivas eram de graça e cujas bênçãos concedidas a quem lhas pedisse... o colportor chamou-me a atenção para um movimento... parentes do padre do lugar estavam concitando os fanáticos contra mim, dizendo-lhes que eu era o anticristo, há muito esperado... Diversas pessoas tiraram os seus punhais e os afiavam nas palmas das mãos, e os apontavam para mim, como se disessem: 'isto fará ao senhor muito bem!' Oh! como orei, pedindo ao Senhor que me mostrasse a escapatória, não tanto por minha causa, mas por causa do homem que, tão bondosamente, deixara sua esposa e filhos e viera comigo ajudar-me no trabalho... Ele me olhou várias vezes com os olhos rasos de lágrimas, como se dissesse: 'Estamos perdidos!' Como um raio de luz, veio-me o pensamento de fazer o sinal de perigo da Maçonaria. Seria possível que naquele lugar houvesse um irmão maçom? Tentei o sinal, e pareceu-me como se alguém estivesse esperando por isso, pois, em menos de cinco minutos, cerca de meia dúzia de homens se aproximou de mim e me rodeou e me disse que me veio buscar para a sua casa. Logo, fiquei livre e, seguramente, instalado em uma das melhores residências da cidade, protegido por soldados, com suas carabinas de prontidão. Agradeci ao meu Pai Celeste pelo livramento que me deu, tão maravilhosamente, daquela multidão enfurecida." Foi Ginsburg o editor do Cantor Cristão, hinário das Igrejas Batistas do Brasil, inicialmente, com 16 hinos, em 1891, e na edição atual do referido Cantor ele aparece como autor ou tradutor de 102 hinos. O Pr. Ebenezer Soares Ferreira (veja O Jornal Batista nº 30 de 24/07/94), destaca que Ginsburg foi o fundador, na cidade de São Fidélis, no Estado do Rio de Janeiro, da Loja Maçônica Auxílio à Virtude (02/07/1894) e da "Egreja De Christo, chamada Batista" (27/07/1894), que foi a primeira Igreja Batista em São Fidélis. Segundo o mesmo autor (9, pg. 64), o primeiro Templo batista construído no Brasil, foi o da Primeira Igreja Batista de Campos, edificado sob o pastorado de Salomão Ginsburg e com a colaboração financeira dos Maçons. Ginsburg fundou, em 1902, o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, e foi um porta-voz da necessidade dos batistas brasileiros organizarem-se em uma Convenção Nacional, o que aconteceu em 1907 com a criação da centenária Convenção Batista Brasileira. O Missionário Salomão Luiz Ginsburg foi membro de diversas Lojas maçônicas as quais destacamos: "Duke de Clarence Lodge", na cidade de Salvador, BA; Restauração Pernambucana, em Recife, PE; Progresso, em Campos, RJ; Auxilio à Virtude, em São Fidélis, RJ ; na jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo é o patrono da Loja "Salomão Ginsburg n° 3". José de Souza Marques - O Pastor José de Souza Marques, que foi Presidente da Convenção Batista Carioca e da Convenção Batista Brasileira, tendo em 1940, na Convenção da Bahia, organizado a Aliança dos Pastores Batistas Brasileiros, que mais tarde tomou o nome de Ordem dos Ministros Batistas do Brasil, permanecendo em sua presidência até 1962, cujo fruto todos conhecem, exerceu cargos importantes na administração maçônica, tendo sido, inclusive, presidente, por muito tempo, do Supremo Tribunal de Justiça Maçônica. Ainda hoje, a única foto existente no Salão do Conselho do Palácio Maçônico do Lavradio, no RJ, é a do Pr. Souza Marques. No mesmo Palácio, a sala de Tribunal de Justiça tem o nome de José de Souza Marques. Foi, também, Membro Efetivo do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito, encontrando-se em sua sede, em exposição, um retrato pintado a óleo do Pastor Souza Marques. Inúmeros outros homens de fé, verdadeiros cristãos, inclusive batistas de relevância na denominação, têm sido maçons sem encontrar incompatibilidades entre a Fé Cristã e a prática maçônica. Os adversários da Maçonaria Existem pessoas que têm razões para se oporem à Maçonaria. Todos os que defendem princípios contrários aos princípios maçônicos são adversários da Maçonaria. Entre tais, destacamos: os Papas da Igreja Romana; os sectários contrários ao livre arbítrio; os totalitários (nazistas, comunistas, membros da TFP e outros); os fanáticos e muitos outros. A perseguição aos Maçons, devido aos princípios que defendem, é antiga. O primeiro documento encontrado combatendo a Maçonaria é uma Capitular de Carlos Magno do ano de 779, proibindo a reunião das Guildas. As autoridades laicas alegavam que os associados se reuniam em banquetes periódicos, a fim de se entregarem ao vício da embriaguez, e as autoridades eclesiásticas afirmavam que a perseguição, que moviam contra as Guildas, era por a causa do juramento. Diziam-se preocupadas pela salvação da alma do jurador no caso dele perjurar-se. Na realidade, tentavam com semelhantes pretextos especiosos, impedir o funcionamento das Gui1das temidas politicamente (8, pg. 46). Análise do resultado da influência Católica na Maçonaria - A perseguição dos Papas da Igreja Romana contra a Maçonaria começou pela edição da Bula "II Eminenti" (6, pg. 379), em 28 de abril de 1738, por Clemente XII e, até 1907, seguiram-se mais 25 documentos entre "Bulas", "Encíclicas" e outros, de ataque à Maçonaria. Em 18 de maio de 1751, o papa Bento XIV publicou a Bula "Providas" (6, pg. 381), onde, referindo-se à "II Eminenti", declarou: "Finalmente, entre as causas mais graves das supraditas proibições e ordenações enunciadas na constituição acima inserida a primeira é: que nas sociedades e assembleias secretas, estão filiados, indistintamente, homens de todos os credos; daí, ser evidente a resultante de um grande perigo para a pureza da religião Católica." Seguem-se mais cinco causas, proclamando-se contra a obrigação do segredo, a forma de compromisso, a liberdade de reunião e outras. Conclama os Bispos, Superiores, Prelados e Ordinários, a não deixarem de solicitar o poder secular, para a execução das referidas regras. Foi assim decretada a "Inquisição" contra os Maçons, pela oposição papal à Instituição, com as consequências que a história, amplamente, registra. ? b Renato Gabriel – MI – 33º – MRM - ARLSGB Fidelidade Mineira – GOB – MG Oriente de Juiz de Fora – MG Presidente AMLetras de Juiz de Fora–MG – Presidente (p/ MG) da AM Internacional de Letras A Maçonaria Norte Americana é a maior do mundo, já tendo, num passado recente, cerca de 4,1 milhões de maçons (1960), e, hoje, tem cerca de 1,5 milhões de maçons (2007), correspondendo, aproximadamente, a 60% da Maçonaria mundial. Apenas para comparação, temos, hoje, no Brasil cerca de 120 mil maçons, correspondendo, aproximadamente, a 2,5% da Maçonaria mundial e somos a terceira do mundo. Ritualisticamente falando, praticamente, não houve influência americana nos rituais dos graus simbólicos, em termos de Maçonaria mundial ou brasileira, sendo que eles influenciaram, apenas, os seus próprios rituais. Cerca de 51 Grandes Lojas Americanas (praticamente, uma por estado) praticam, basicamente, o mesmo ritual simbólico, porém, com trabalhos levemente diferentes de uma para outra Grande Loja, sendo que existe duas correntes equilibradas, em números, de Grandes Lojas: uma corrente recebido em seu início a influência da “Grande Loja da Inglaterra (modernos)” e outra da chamada “Grande Loja dos Antigos”. A influência aconteceu, de fato, por sua pujança econômica e influência política na história do próprio Estados Unidos, tendo tido, também, influência política nos movimentos libertários das Américas. Influenciou, também, os Altos Graus do R∴E∴A∴A∴ e o Rito de York. Breve história da Maçonaria Americana Chegada à América com os primeiros colonizadores, acredita-se que o primeiro Maçom a pisar em solo americano tenha sido John Skene, membro da Loja Aberdeen, da Escócia. Skene foi residir em Burlington, New Jersey, no ano de 1682. Indiscutivelmente, o avanço que seguiu a Maçonaria nos Estados Unidos, não somente no número de Oficinas e de seus Obreiros, mas, e principalmente, pela atmosfera de paz e de ordem reinantes entre os diferentes corpos - quer simbólicos, quer filosóficos fazem aquela Fraternidade digna dos maiores elogios de todo o mundo maçônico. Os documentos maçônicos mais antigos do período colonial são os registros da Loja que se reunia na “Tun Tavern”, na Filadélfia. Os primeiros registros dessa Loja estão datados de 24 de junho de 1738. Ela foi chamada de "Loja Direitos Imemoriais (Immemorial Rights), o que significa não estar jurisdicionada a qualquer Grande Loja. Entretanto, a primeira autorização oficial para que fosse implantada a Maçonaria na América foi expedida, em 1730, pelo Grão-Mestre inglês Thomas Howard, VIII Duque de Norfolk, ao Maçom Daniel Cox, na qualidade de Grão-Mestre Provincial de New Jersey. Não consta que ele tenha fundado qualquer Oficina. Em 30 de abril de 1733, o Visconde Montague, Grão-Mestre da Grande Loja da Inglaterra, nomeou Henry Price, membro da Loja no 75, de Londres, como GrãoMestre Provincial da Nova Inglaterra e lhe outorgou a faculdade de poder nomear os outros oficiais necessários à formação de uma Grande Loja. No dia 30 de julho de 1733, na Taverna dos Cachos de Uva, em Boston, Price fundou a "Grande Loja Provincial de São João" e, imediatamente, foi criada uma Loja, que recebeu o nº 126, nos registros da Grande Loja da Inglaterra e que, ainda, está em pleno funcionamento. No ano seguinte a mesma Grande Loja fundou uma Loja em Filadélfia, tendo sido o seu primeiro Venerável Mestre Benjamim FrankIin. No ano de 1752, ingressou na Maçonaria, na Loja Frederiesbourg, na Virgínia, o grande Maçom George Washington. Em Boston, no ano de 1752, alguns Maçons passaram a reunir-se, intitulando-se de "Antigos Maçons", da mesma maneira que outros faziam na Inglaterra, transpondo, assim, para a América as divisões lá existentes. Esses Irmãos, ainda, naquele ano criaram a "Loja de Santo André no 82". Os "Antigos Maçons", de Boston, com autorização da Grande Loja da Escócia, através de seu Grão-Mestre, Conde Dalhousie, no dia de São João Evangelista, do ano de 1769, reuniram-se em Assembleia e criaram a Grande Loja de Massachusetts, que veio a ter os seus poderes renovados em 1773, estendendo o seu poder para toda a América. Seu primeiro Grão-Mestre foi Pierre Warren, que veio a falecer na batalha de Bunkershill. Não somente devido a morte de Warren, mas, principalmente, pelos efeitos da Guerra de Secessão, a Maçonaria sofreu uma dispersão, o que lhe causou bastante prejuízos. A luta armada foi penosa para a Instituição, pois havia Maçons nos dois lados em combate. No decorrer da campanha formaram-se Lojas Militares, para acompanharem as tropas em seus deslocamentos, tendo, dentre elas, se celebrizado a "American Union Lodge". Em 8 de março de 1777, os "Antigos" reuniram-se em Assembleia e elegeram, em substituição ao falecido Warren, para Grão-Mestre Johan Webb que, ao assumir o posto e com aprovação dos presentes, declarou a sua Grande Loja autônoma e independente da Escócia. A "Grande Loja de São João", em Boston, reativou os seus trabalhos após o término da guerra e, em 1783, também, declarou-se autônoma e independente da Grande Loja da Inglaterra. Desde antes da guerra, a Maçonaria havia estabelecido uma sólida estabilidade na América e espalhara-se pelas 13 colônias. À medida em que o tempo transcorria, foi-se tornando evidente, para os Irmãos das duas Grandes Lojas existentes em Boston, os inconvenientes da coexistência de duas Potências, vizinhas e com igual jurisdição. Resolveram, então, fundirem-se, num belo exemplo para a humanidade, restabelecendo a harmonia, a confiança e a fraternidade entre os Maçons. Assim, a partir de 1794, passaram a se organizar Grandes Lojas em cada uma das treze colônias e mais tarde em cada Estado americano. A primeira Grande Loja Americana, fundada nos Estados Unidos, foi a Grande Loja da Virginia, AF. & AM. (Ancient Free & Accepted Masons - Maçons Antigos Livres e Aceitos), organizada em 13 de outubro de 1775. Existem, hoje, nos Estados Unidos, cinquenta e uma Grandes Lojas, sendo que a metade delas se denominam AF. & AM. (Ancient Free & Accepted MasonsMaçons Antigos Livres e Aceitos) e as demais F. & AM. (Free & Accepted Masons - Maçons Livres e Aceitos). A diferença existente entre as duas classificações originou-se do fato de haverem, as Grandes Lojas, quando de sua criação, recebido suas Cartas Constitutivas da Grande Loja da Inglaterra (dos Modernos) ou da Grande Loja dos Antigos, inicialmente, filiada à Grande Loja da Escócia. Parece um paradoxo, mas todos os problemas enfrentados pela Ordem nos Estados Unidos fizeram dela a mais tranquila Fraternidade do mundo, estendendo-se por todas as cidades e vilas do país. E mais, cada Grande Loja mantém fraternal correspondência com todas as outras. Para a solução de problemas que, porventura, venham ocorrer, foi criado um "System of Commettee", que abrange os Altos Corpos dos quatro Ritos (Real Arco, o Conselho Cripto, a Cavalaria Templária e o Rito Escocês). Foram maçons os seguintes presidentes americanos: George Washington, James Monroe, Andrew Jackson, James K. Polk, James Buchanan, Andrew Johnson, James A. Garfield, William McKinley, Theodore Roosevelt, William Howard Taft, Warren G. Harding, Franklin D. Roosevelt, Harry S. Truman, Gerald Ford R.. Algumas autoridades, também, incluem Thomas Jefferson e James Madison, mas não existem evidências documentais. Lyndon B. Johnson recebeu o Grau de Aprendiz, mas não avançou para outros graus (16 em 44 presidentes). Outros famosos americanos, durante a Revolução, foram maçons, como Benjamin Franklin, John Hancock, Paul Revere, John Marshall, Joseph Warren e John Paul Jones e outros. Em 18 setembro de 1793, o Irmão George Washington, George Washington, em uma cerimônia maçônica, assentou a pedra fundamental do Capitólio. Depois que tomou posse George Washington prestou juramento sobre a bíblia que pertencia à “John's Lodge No. 1” de Nova York, dizendo ao final , proferiu as seguintes palavras: "que assim Deus me ajude", e beijou a Bíblia. Com isso, foi criado uma tradição que se repete a cada posse de presidente, sendo que, essa Bíblia se encontra na Grande Loja de Nova York e é, exclusivamente, emprestada para essas ocasiões. Influência Americana na Maçonaria Mundial Conforme já dissemos, tal influência aconteceu, de fato, por sua pujança econômica e influência política na história do próprio EUA, que acabou influenciando todo o mundo e contribuindo, em muito, para a fama de “poder” da Maçonaria. A Maçonaria americana teve, também, influência política nos movimentos libertários das Américas e nos Altos Graus. Influência Americana no R∴E∴A∴A∴ - A maioria dos autores considera que o R∴E∴A∴A∴ foi criado em 1758, por Pirlet, em Paris, com a fundação do Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, pois, nesse Conselho, no mesmo ano, foi criado um sistema de 25 Graus, que só foi inscrito, oficialmente, no Conselho, em 1762, e era chamado de “Rito de Perfeição ou de Heredom” Em 1761, Etienne Morin (que alguns afirmam se chamar Stephen e não Etienne) recebeu a Carta-Patente do Conselho, que o autorizava a fundar Lojas dos Altos Graus no novo mundo. Chegando, Morin, em São Domingos, iniciou a disseminação do rito e nomeou muitos Inspetores, tanto para as Índias Ocidentais como para os Estados Unidos. Assim, foi na América do Norte que se operou a transformação do Rito de Perfeição com 25º Graus para o Rito Escocês Antigo e Aceito composto de 33º, em 1783, por Isaac da Costa. Deve ser observado que, para dar maior credibilidade ao rito, foi nesse período inventada a “Lenda de Frederico II, na criação do Rito Escocês de 33º”, hoje, totalmente, esclarecida e desmistificada. Em Charleston, foi criado, em 1801, o primeiro Supremo Conselho do Grau 33º, conhecido como Supremo Conselho "Mãe" do mundo (Mother Supreme Council), com jurisdição sobre todos os Estados a Oeste do Mississipi e ao Sul do Ohio, conhecido como jurisdição meridional, com sede hoje em Washington, sendo que, para os Estados a Leste do Mississipi e ao Norte de Ohio, com sede em Boston, conhecido como jurisdição setentrional, foi organizado, em 1813, outro Supremo Conselho. É preciso destacar que, ambos não se arrogam o direito de intromissão nos assuntos das Lojas do Simbolismo, que são organizações, absolutamente, separadas e independentes. Em 1802, foi outorgada uma patente a De Grasse-Tilly pelo novo Supremo Conselho 33º, de Charleston. Certifica essa patente que ele foi aprovado em todos os Graus do Rito e o autoriza a erguer Lojas, Capítulos, Conselhos e Consistórios em ambos os hemisférios, nomeando-o Soberano Grande Comendador perpétuo de um Supremo Conselho para as Antilhas. O Conde De Grasse-Tilly introduziu o rito na França, em 1804. Dali passou para a Itália, em 1805, na Espanha, em 1811 e, na Bélgica, em 1817. Em 1824, criou-se o Supremo Conselho para a Irlanda. O Supremo Conselho da Inglaterra e Gales foi criado em 1845, e o da Escócia, um ano mais tarde. O Rito de York Americano - O Rito de York Americano tem a seguinte estrutura: Maçonaria Simbólica a – 1ª Entidade (Grandes Lojas); Supremo Grande Capítulo do Real Arco – 2ª Entidade (4 Graus); Supremo Grande Conselho da Maçonaria Cripta - 3ª Entidade (3 Graus); Ordens de Cavalaria: Ordem da Cruz Vermelha - 4ª Entidade Ordem de Malta - 5ª Entidade Ordem dos Cavaleiros Templários - 6ª Entidade. Em Minas Gerais, Brasil, temos 2 Capítulos do Real Arco, sendo que, o primeiro, é o Capítulo Fraternidade nº 17, de Juiz de Fora, e o segundo, o Capítulo Belo Horizonte nº 34, fundado em 13 de dezembro de 2009, pelo Capítulo de Juiz de Fora, com o apoio do “Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil”. Maçonaria Americana Contemporânea - A Maçonaria Americana está constituída pelas 51 Grandes Lojas estaduais, de origem Inglesas ou Escocesas (Grande Loja dos Antigos – inglesa), um certo número de Grandes Lojas hispânicas, que não consegui quantificar, formadas, principalmente, por descendentes de origem hispânica, e um certo número de Grandes Lojas da chamada “Prince Hall Freemasonry”, que, também, não consegui quantificar, formadas, exclusivamente, por negros. Atualmente, apenas, em alguns estados existe um relacionamento de reconhecimento entre elas, apesar de todos apelos pelos “Direitos Humanos” e a igualdade entre todos seres humanos. ? b Sérgio Quirino Guimarães – MI – 33º – Venerável Mestre da ARLS Presidente Roosevelt – GLMMG Oriente de Belo Horizonte-MG – MMM – Editor do PROMAÇOM - Acadêmico T enho o imenso prazer em abrir o Segundo Encontro Maçônico Sul-Mineiro: “Influências na Maçonaria”, porém gostaria, antes, de trazer aos Irmãos o fruto de minha pesquisa sobre a Influência Persa e Egípcia na Maçonaria, gerar inquietudes sobre a possibilidade de todos e tudo que compõem a criação do Grande Arquiteto do Universo de se transformarem e promoverem transformações. A vida é a grande ligação entre o Ser e o ambiente, o Ser influencia o ambiente, assim como, o ambiente influencia o Ser. Ao usar a palavra ambiente, quero expressar não só a estrutura material que cerca o indivíduo, como, também, suas relações pessoais para com a sociedade que está inserido. Da transformação da Pedra Bruta para a Pedra Cúbica os instrumentos usados poderão, até, serem os mesmos, em diferentes latitudes e longitudes, porém a técnica do lavrar está, diretamente, relacionada com a dinâmica histórica sociocultural da “Pedra”. Nós, ocidentais, estamos baseados nos valores judaico-cristãos e por que não acreditar no simbolismo do pequeno pastor Davi que derrotou o gigante guerreiro Golias com, apenas, uma funda e pedras? Mas como passar essa mensagem ao povo Inuit (Esquimós), se eles desconhecem a guerra, todos são de baixa estatura e pedra só de gelo? Se me permitem uma comparação, eu diria que nossa Sublime Ordem é um “Ser Vivo” e, como tal, é regido por Leis Universais e uma delas é a Evolução. Peço aos Irmãos que compreendam que me guiarei por uma linha de raciocínio bem ilustrativa, que poderá não ser operacional (Operativa), mas, com certeza, será quimérica (Especulativa). Em 1809, o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck publicou o livro Filosofia Zoológica (Teoria de Lamarck), segundo o mesmo, o princípio evolutivo estaria baseado em, apenas, duas Leis: 1ª ) Lei do Uso ou Desuso (O uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem); 2ª) Lei da Transmissão dos Caracteres Adquiridos (Alterações provocadas em determinadas características do organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos descendentes.). Deixando a Biologia de lado, em Maçonaria, podemos dizer que a Teoria de Lamarck é a justificativa de várias atividades em Lojas, devido aos famosos “Usos e Costumes” locais. Os cientistas atuais rejeitam a Teoria de Lamarck por causa de um simples detalhe: “Características adquiridas não são hereditárias” e o mesmo acontece em nosso labor. Algumas Lojas fazem belíssimas aberturas dos trabalhos, com acendimento das velas, leitura de “Minutos de Sabedoria”, até “Amém” já ouvi, mas nada disso faz parte do DNA da Maçonaria, são características da Loja ou de uma Potência, quando muito de um Rito. Insisto: são características e não fundamentos. Voltando às especulações baseadas nas Ciências Biológicas, em 1859, Charles Darwin (naturalista britânico) lançou a Teoria da Evolução das Espécies e é a que podemos comparar com a Realidade da Evolução da Maçonaria. O Primeiro Postulado de Darwin dizia “que o mundo não é estático, mas evolui. As espécies estão mudando continuamente, algumas se originando e outras se extinguindo”. Os Irmãos concordam que a Maçonaria não é estática, mas evolui? Os Obreiros e Ritos estão mudando continuamente, alguns se originando e outros se extinguindo! O Segundo Postulado diz que o processo de evolução é gradual e contínuo. Assim, também, cresce a Sublime Ordem. O Terceiro Postulado ensina que uma comunidade descende de organismos semelhantes e que, ao final, teríamos, sempre, um ancestral comum. Será que eu poderia dizer que essa relação com um ancestral comum, é para os Maçons Atuais a Lenda dos Três Graus? O Quarto Postulado é conhecido como Seleção Natural - “O ambiente viabiliza a manutenção ou supressão das espécies, conservando, maximizando ou minimizando a frequência de um gene, a ponto de suprimi-la.” Reflitam bem quanto à Seleção Natural da Maçonaria, quantas décadas se passaram, quantos fatos históricos ocorreram, quantas mudanças políticas, quantas pressões religiosas, mas, principalmente, quanto o homem amadureceu e expandiu sua sensibilidade e intelecto? Os símbolos serão sempre os mesmos, o que mudará constantemente é a interpretação humana deles. Tenham certeza que as palestras que se seguirão irão mostrar essa realidade e a nós, Livres Pensadores, cabe seguir os passos de nossos antecessores: captar as boas influências da Sociedade e influenciá-la com nossos valores. Feito este longo “intróito biológico” esboçarei uma aula de Geografia. Antes mesmo de saber quais são as Influências Persa na Maçonaria, precisamos localizar onde fica a Pérsia, ou melhor, onde ficava o Império Persa. Seu território inicial ocupava as terras entre o Mar Cáspio e o que, hoje, chamamos de Golfo Pérsico; é um grande planalto chamado de Planalto Iraniano, onde morava um povo forte e dividido em duas grandes tribos (Medos e Persas). Os Medos tinham como líder o Rei Ciaxares e que durante anos subjulgou os Persas. Após a morte desse mandatário, os Persas tendo à frente Ciro tomaram o poder, em 559 a.C., e assim, propriamente dito, começou o Império Persa. O então, Rei Ciro armou-se de um poderoso exército e conquistou muitos territórios, chegando a Babilônia, em 539 a.C., onde os judeus eram escravos e no ano seguinte, historicamente, comprovado Ciro libertou os judeus do cativeiro babilônico, permitindo que eles voltassem a Jerusalém, inclusive, ajudando-os na reconstrução do Templo de Salomão. Após a morte de Ciro, seu filho Cambises continuou a expansão territorial, mas quem, realmente, soube organizar o Império foi Dario, que substitui Cambises. Dario dividiu o Império em territórios chamados de Satrapias. Em 490 a.C., Dario tentou invadir a Grécia, mas foi derrotado. Quando Dario morreu e o poder passou às mãos de seu filho Xerxes, ele continuou a luta contra a Grécia, mas, também, foi derrotado e, a cada nova derrota, perdia territórios. Um dos últimos reis persa foi Dario III, que foi assassinado, e Alexandre Magno ,por fim, dominou toda a Pérsia, que foi incorporada ao Império Grego-Macedônico. Quem teve a oportunidade de fazer os Graus Superiores deve ter compreendido o porquê dessa minha narrativa histórico-geográfica, por motivos óbvios não poderei me aprofundar, mas esclareço a todos que esses personagens são protagonistas das instruções de vários Graus Posteriores aos Simbólicos e não só no Rito Escocês Antigo e Aceito, que fique bem claro: o que estudamos não é uma lenda é uma realidade histórica. Aos Irmãos que trabalham, somente, nas Lojas Simbólicas, eu gostaria de apresentar um personagem persa: o Grande Zaratustra, mais conhecido por nós como Zoroastro. Nos primórdios os persas adoravam o Sol, a Lua e a Terra, e, em seus Templos, essas figuras eram constantes e a religião era politeísta, muito simples e superficial. Zoroastro a reformulou dando uma complexidade mais profunda, mística e voltada para o enlevo espiritual, moral e ético da população, um dos ensinamentos desse profeta diz: “A sociedade é para ser organizada nos princípios da livre escolha, da boa mente e da busca do bem de todos os seres. Os líderes têm que ser escolhidos por serem justos e equilibrados.” A doutrina Zaratustriana é baseada na dualidade do Bem-Mal, o espírito do Bem é Ormuz, personificação de todas as virtudes e o espírito do Mal é Arimã, que influencia para a prática todos os vícios. Conta a tradição oral que ele reunia seus discípulos em um horário muito interessante: do meio dia a meia noite! Da Pérsia do Século VI a.C. recuaremos ao Antigo Egito, aproximadamente, 2.500 a.C., durante a V Dinastia Egípcia. O legado místico lendário do Egito chegou ao ocidente através de traduções possíveis, afinal, para os ocidentais antigos, os hieróglifos tinham mais um sentido intuitivo do que, propriamente, explícito, ou seja, os ícones contavam histórias, mas que necessitavam de uma interpretação contextual. Na transcrição das lendas para as línguas atuais houve algumas adaptações para facilitar o entendimento da população local, por exemplo: no Egito havia os chacais, que não existiam nos países europeus, sendo assim, alguns autores transcreviam os chacais como “cachorros bravos”. Estou explicando isso porque quero contar a Lenda de Osíris e de Ísis e, com certeza, os que a conhecem, poderão encontrar alguma nuance diferente. As principais influências egípcias na Maçonaria estão nessa lenda, portanto, com um pouco de atenção, os Irmãos irão compreender que já vivenciaram essa influência positiva. Vamos, então, a um pouco de história: há muitos e muitos anos, Deuses e humanos conviviam na Terra; Osíris ocupava o Trono dos Deuses e reinava sobre o mundo, e sua Rainha e Irmã era Ísis, a justiça e a paz reinava entre os cidadãos. Mas como a Terra não é o paraíso, havia também a inveja, o orgulho e a cobiça, personificados no Deus Seth, que era irmão de Osíris, deseja ocupar o Trono e tornar Ísis sua mulher. Para conseguir seu intento Seth fabricou uma caixa com as dimensões exatas do seu irmão. Era de uma madeira escura, de fibras que não desprendem do cerne e de difícil putrefação. Durante um banquete Seth apresentou a caixa, finamente, trabalhada aos convidados, dizendo que quem coubesse perfeitamente dentro dela a receberia de presente. Entre os convidados havia 72 comparsas de Seth, que tentaram em vão ganhar a caixa, Osíris não desconfiando de nada resolveu experimentar se suas medidas dariam dentro da caixa, e, ao deitar, os inimigos a fecharam, rapidamente, e com encantos mágicos Osíris ficou preso e morreu. Esse primeiro ataúde da história do homem foi jogado nas águas do Nilo. a Com o Trono vago, Seth intitulou-se o novo Soberano do povo e com seu gênio maligno governou, então, guerras, fome e a injustiça reinavam sobre todo o Egito. Ísis inconsolada procurou pelo corpo de seu amado, vindo a encontrá-lo longe do Egito. Resgatou o corpo e o trouxe de volta. Temendo a ira de Seth, ela escondeu o corpo no campo, porém durante uma caçada Seth encontrou o cadáver de seu irmão e irado esquartejou o mesmo em 14 pedaços e mandou que seus lacaios espalhassem as partes por toda a terra. Ao saber dessa desgraça, Ísis não desanimou, e com a ajuda de sua irmã, Néftis, procurou e resgatou 13 partes; a parte não encontrada fora jogada no Nilo e devorada por peixes (segundo a lenda a parte que faltou foi justamente o pênis). Ísis pediu a Anúbis que reconstruísse o corpo de Osíris e, assim, tivemos a primeira múmia da história. O pênis foi substituído por uma falo de ouro e, nesta condição, Ísis que era viúva, copulou com Osíris e dessa relação nasceu Hórus. Osíris desceu para Duat e tornou-se o Senhor dos mortos, julgando suas almas; Ísis ficou na Terra e, escondido, criou Hórus, que quando adulto desafiou o tio Seth para uma luta pelo Trono. Durante dias eles lutaram e em determinado momento, Seth arrancou o olho esquerdo de Hórus, mesmo assim Hórus venceu a luta e foi conduzido ao Trono da Luz e Seth enviado para as trevas. Quando juntos, Ísis e Osíris outorgaram à humanidade as artes. Ísis é considerada a Deusa da beleza, não da beleza física, mas dos aspectos belos da vida: música, dança e pintura. Por sua vez, Osíris é considerado o Deus da Arquitetura Monumental, da Escrita, da Astronomia e da Ritualística. Há um estudo muito interessante sobre os “Olhos de Hórus”: o olho direito representa a informação concreta e real. Ele lida com as palavras e os números, aborda o universo de um modo masculino. Já o olho esquerdo representa a informação estética abstrata, lida com pensamentos e sentimentos e é responsável pela intuição. Segundo uma lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava o Céu e o direito o Inferno. Estudemos mais o simbolismo das lendas universais e devemos cultuar o sincero sentimento que sobre nós haverá sempre um “Olho que tudo vê!” Que a cada passo em direção ao horizonte, seja um passo de conhecimento e que possamos compartilhar com os Irmãos toda nossa vivência. Ficarei muito satisfeito quando o Irmão ao ler o artigo acima, me enviar sua visão do tema, afinal estou em constante aprendizado e disponibilizo meu endereço eletrônico ([email protected]) para esse intercâmbio. ? b Fuad Haddad – MI – 33º – ARLS Alfenas Livre nº 798 – GOB-MG - Oriente de Alfenas-MG Deputado Estadual da AEL-GOB – Ex-Grande Secretário de Ritualística Adjunto do GOB Evolução Histórica – Cronologia - 1796 - Fundação do “Areópago de Itambé” – PE; - 1797 - Fundação da Loja “Cavaleiros da Luz” – BA; - 1801 - Fundação da Loja "Reunião" – RJ - (documental); - 1815 - Fundação da Loja "Comércio e Artes" – RJ; - 1817 - Revolução Pernambucana - (1818, 30 Março Expedição do Alvará); - 1821 - Reinstalação da Loja "Comércio e Artes na Idade d'Ouro" ( 24/06 )- RJ (GO de Portugal ); - 1822 - Fundação das Lojas: "União e Tranquilidade" e "Esperança de Nictheroy"; - 1822- Fundação do GO Brasílico ou Brasiliano (17/06) / Encerra as Atividades (25/10); - 1822- O Supremo Conselho da França autoriza, através da Carta-Patente (29/08) O Irmão João Paulo dos Santos Barreto instalar, provisoriamente, Lojas, Capítulos, Areópagos e Consistórios no Brasil, sob a jurisdição GO da França; - 1829 - Instalação da Loja "Educação e Moral” (30/03)- RJ pelo Irmão João Paulo dos Santos Barreto; - 1829 - Introdução do REAA no Brasil -1ª Loja a adotar, oficialmente - Bol. GOB nº 3/52 - p.216 – 1927; – 1829 - Francisco Gê de Acayaba de Montezuma (12/03) recebe, em Bruxelas, a Carta- Patente do Supremo Conselho da Bélgica para instalar o Supremo Conselho do REAA, no Brasil; N a - 1830 - Fundação do Grande Oriente Nacional Brasileiro (instalado em 1831) GO da Rua Stº Antônio e GO da Rua do Passeio; - 1830 - O Irmão João Paulo dos Santos Barreto funda a Loja Reunião Brasileira, REAA, filiada ao GO Nacional Brasileiro, única Obediência, na época existente no Brasil em atividade; - 1831- Reinstalação do Grande Oriente Brasil – GOB (23/11); - 1832- O Irmão Santos Barreto funda um Capítulo RosaCruz e um Conselho de Cavaleiros Kadosch, que ficaram sob a direção do Irmão Gonçalves Ledo, Venerável Mestre da Loja Educação e Moral; - 1832 - Fundação do Supremo Conselho do REAA (12/11) pelo Irmão Francisco Gê de Acayaba de Montezuma, Visconde de Jequitinhonha, utilizando a Carta-Patente expedida pelo Supremo Conselho da Bélgica; - 1833 - Reinstalação da Loja "Comércio e Artes" (07/04), que volta a funcionar regularmente, trabalhando no REAA, tendo como Venerável Mestre o Irmão Januário da Cunha Barbosa; - 1833- Editado o Livro "Instruções Maçônicas” (Catecismo e Regulamento Geral); - 1834- Impresso (não oficial) o primeiro ritual do REAA Guia dos Maçons Escossezes ou Regulador dos Três Graus Symbólicos do Rito Antigo e Aceyto, na Tipografia SeignotPlancher & Cia – Rua do Ouvidor, 95 – RJ. ? b ós da Revista Arte Real sentimo-nos muitíssimo honrados em poder participar, como órgão de divulgação, do 2º Encontro Maçônico SulMineiro, realizado nos dia 29 e 30 de maio de 2010, no Oriente de Alfenas, MG. Esse evento, embora, ainda, em sua segunda edição, já nasceu grandioso em vários aspectos. Não bastasse seu altruístico objetivo de reunir a Família Maçônica, com especial atenção para as Ordens DeMolay, Filhas de Jó, além de programação específica para as nossas Cunhadas, nessa edição, premiou a todos com a sábia escolha do tema: Influências na Maçonaria, painéis defendidos por renomados Irmãos escritores, palestrantes, acadêmicos e autoridades maçônicas dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, ícones da cultura maçônica. Parabéns aos abnegados Irmãos organizadores e a todos que puderam participar desse magnífico evento. Aos nossos 15.097 leitores de todo Brasil e exterior, recebam, carinhosamente, essa Edição Especial com o breve resumo das palestras proferidas. Boa leitura. Temos um 3º Encontro marcado, em 2011, no Sul de Minas! Agradecimento especial a UNIFENAS (Alfenas-MG) por, generosamente, ceder suas instalações e toda infra-estrutura para realização desse evento! Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca. Autores das palestras publicadas: Benedito Canturelli – Denizart Silveira – Derly Halfeld – Francisco Feitosa – Fuad Haddad – João Camanho – José Airton – Renato Gabriel – Sérgio Quirino – Vagner de Souza. Empresas dos Irmãos Patrocinadores: 10ª Inspetoria Litúrgica – São pulo Supermercados – autoescola Silvana – Adega de Minas – Café Brasil – Clínica Neuro-Psiquiátrica de Alfenas – Construcar – Ekicar Som & Acessórios – Lagos Embalagens Doces e Festas – Flor da Primavera Floricultura – Gráfica Solução – JS Palace Hotel – Laboratório Alfenas – Lander Equipamentos – Localiza Aluguel de Carros – Madeireira Modelo – Produtos Majestic – Moto Pista Silvana – Comercial Stussi Müller – Paiol Buteco – HidroPoços – Sul Minas Pneus – Unifenas – Clínica de Vacinas – Vetmaxi – Viça Café – Clube de Vôo Livre – Zildus Mclaska - Adalberto Domingues Advocacia - Arte Real Software – Bisotto Imóveis - CFC Objetiva Auto Escola – CONCIV – Corrêa de Souza Advocacia - Decisão Gestão Empresarial - Gerson Muneron Advocacia - Gráfica Everesty – Honorato (livro) - López y López Advogados – Olheiros.com – Perícias & Avaliações - Pousada Mantega Qualizan – Reinaldo Carbonieri Eventos – Reinaldo Pinto (livro) - Saneartec - Santana Pneus – Studio Allegro. 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