EXPEDIENTE Diretoria Presidente: Efraim Kapulski Vice-presidente: José Afonso Braga Diretor de Agências: Luiz Buono; Diretora de Call Center/ Telemarketing: Ana Dávalos; Diretor Financeiro: Eduardo Ramalho; Diretor de Internet: Antonio Rosa; Diretor de Logística: Fernando Mutarelli; Diretor de Regionais: Jeffrey Costa; Diretor de Tecnologia: Clovis Castanho Comitês Presidente: Efraim Kapulski Coordenadores: CRM / Database: Eduardo Ramalho; E-mail Marketing: Antonio Rosa; Prêmio ABEMD: Eduardo Souza Aranha; Recenseamento de Listas: Vicente Argentino; Serviços de Suspensão Temporária e Inclusão: Paulo Vasconcelos Conselho de Administração Presidente: Fernando Costa Vice-presidente: Paulo F. Vasconcelos Alexandra Periscinoto, Alexandre Jau, Andréa Laurito Russo, Antonio Rosa Neto, Eduardo Bicudo, Eduardo Souza Aranha, Eduardo Wilson R. Ramalho, Fábio Cecotto Vargas, Fernando Luiz Gomes Guimarães, Fernando Mutarelli, Gil Giardelli, Gunther Klaus Alves Reis, Gustavo Bach, Jeffrey Hanson Costa, José Afonso Braga, José Soler, Marcio Luiz Valente, Márcio Ribeiro, Maria Luiza Vasques Piccioli, Nelson Reis, Odair Cerdeira Gutirres, Otavio Dias, Patrícia Hespanha Madeira, Paulo Geraldo F. Cavalcanti, Pedro Renato Eckersdorff, Pedro Sergio Venturini Martinez, Pio Borges, Ricardo Musumeci, Roberto Miranda, Roberto Saddy Chade, Sergio Augusto R. Alves Jr., Silvio Lefèvre, Vicente Argentino e Waldomiro R. Silva Jr. Conselho Fiscal Alexandre Souza Martins Case, Ivana Colombo e Osvaldo Alvarenga. Associação Brasileira de Marketing Direto Avenida São Luís, 50 – 13º andar cj. 132 B – Edifício Itália CEP 01046-926 – São Paulo/SP – Brasil Tel: (11) 3129-3001 – www.abemd.org.br Comercial: Claudio Toledo Eventos: Salete Guimarães Administração e Finanças: Valmir Neme Revista Marketing Direto é uma publicação da Associação Brasileira de Marketing Direto (ABEMD) Editor: Roberto Perrone Supervisora Editorial: Natasha Kapulski Arte e editoração eletrônica: Adriana Cassiano Diagramação: Fabiana Sant´Ana Pré-impressão, impressão e acabamento: RR Donnelley Moore CARTA AO LEITOR Como um negócio que tem vários intermediários com poder de decisão e interesses por públicos distintos pode fazer uso do Marketing Direto? Por muito tempo, e de forma até certo ponto distorcida, os shoppings acreditaram que a propaganda seria sua melhor e única forma de comunicação com os clientes. Afinal, precisavam atrair o maior número de consumidores para satisfazer cada um dos lojistas. Sem dúvida, pode ser uma estratégia muito boa para o lançamento de um empreendimento desse tipo. Agora, eles já descobriram todos os benefícios dos programas de relacionamento. Os problemas com a legislação impedem atualmente os shoppings de empreenderem promoções por sorteio, que até bem pouco tempo era um tipo de ação muito utilizada no setor, principalmente porque alavancava vendas, sobretudo nas datas comemorativas, como Natal, Dia das Mães, entre outros. Mas, olhando mais a fundo, qual a consistência dessas ações? Qual o residual, já que no frigir dos ovos é ele que interessa realmente? O que vale mais, atrair o cliente em momentos específicos ou fazer com que ele seja constante? Claro que todas as disciplinas de comunicação têm seu valor, porém, o cliente fiel vale muito e só o Marketing Direto, com todo seu arsenal, consegue a tão sonhada fidelidade. Sem contar que com a ferramenta também é possível potencializar as chamadas datas sazonais, fazendo ações pontuais, mas que estão dentro de um contexto maior nos programas de relacionamento. Pois é isso que mostra nossa matéria de capa, que os shoppings já pegaram gosto pelo Marketing Direto. Nesta edição também abordamos as vendas diretas por catálogos impressos, uma operação que nunca decolou realmente no Brasil, mas que ainda guarda boas perspectivas. Além disso, reproduzimos na íntegra mesa redonda do ciclo de debates promovido pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), do qual participaram importantes profissionais do setor. E não é só: tem artigos de Gil Giardelli, Otavio Dias, seção Mercado, cases, causos... O Editor Escreva para a revista Marketing Direto. Mande seus comentários e sugestões para o e-mail: [email protected] Marketing Direto 3 FRASES ÍNDICE ESPECIAL: Marketing de Relacionamento em debate na ABA.............................. ARTIGO: Gil Giardelli escreve sobre Mobile Marketing...... 6 18 CAPA: Shoppings descobrem os benefícios do Marketing Direto ....... 20 O Marketing Direto nos Shopping Centers, por Otavio Dias.................. CATÁLOGOS: Uma questão cultural ..................... 28 30 Mercado......................................... 34 Dicas de Leitura............................... 40 Novos associados da ABEMD .......... 41 Agenda de eventos ......................... 41 Causos do Marketing Direto ........... 42 “O Marketing Direto tem um conjunto de ferramentas e disciplinas que combinadas fazem dele o mais eficaz instrumento de marketing e comunicação existente. É o elo de ouro do ecossistema da comunicação e do marketing.” Efraim Kapulski, presidente da ABEMD, em seu discurso de abertura do RoadShow do Marketing Direto em Campinas, evento desenvolvido pela ABEMD com o objetivo de difundir os conceitos de Marketing Direto. “Estamos conseguindo mais valor a partir de cada clique dos usuários... Se você expõe anúncios melhores – coisa que, às vezes, significa apresentar menos anúncios -, o movimento aumenta. Aprendemos isso neste último ano.” Eric Schmidt , executivo-chefe do Google, na Folha de S.Paulo de 10 de agosto de 2005. “Para se conhecer a verdade verdadeira da trajetória de uma empresa não é suficiente perguntar para os clientes. É indispensável colocar-se em seu lugar, na sua pele, passando por todas as facilidades ou dificuldades e constrangimentos que ele pode passar.” Francisco Madia de Souza, diretor-presidente da Madiamundomarketing, em artigo na Gazeta Mercantil de 16 de agosto. “No painel de encerramento do encontro do ano passado, que teve como tema ‘Customização, Relacionamento e Fidelização de Clientes’, ficou evidente a necessidade de conhecer melhor o assinante, suas preferências, elogios e queixas.” Neusa Risette, diretora-executiva da Associação Neo TV, na Gazeta Mercantil de 22 de agosto de 2005. “Em muito pouco tempo teremos comunicação mundial gratuita. Estamos no meio de uma mudança muito grande de mídia de massas para mídia pessoal: o usuário, se quiser, pode responder e criar, ele próprio.” Paul Saffo, diretor do Instituto do Futuro, na Folha de S.Paulo de 10 de agosto de 2005. “... os consumidores já podem comprar refrigerantes nas máquinas C Mode e pagar por meio do celular. Essa tecnologia é uma via de duas mãos. Enquanto o consumidor paga pela mercadoria, pode receber cupons e mensagens no telefone.” Renato de Paula, VP da OgilvyOne para a América Latina e diretor geral da agência no Brasil, em artigo na sessão Mídia e Marketing da Gazeta Mercantil em julho. 4 Marketing Direto Para atrair o consumidor certo, reter os melhores clientes, aumentar a freqüência de visitas e o ticket de compra e mensurar os resultados de suas ações, invista no marketing direto. Se você ainda não é associado, faça parte do grupo de empresas que constroem marcas com resultados. Acesse www.abemd.org.br ou ligue (11) 3129-3001. Apoio: Consultorias, Agências de Marketing Direto, Agências de Internet, Empresas de CRM/Database Marketing, Empresas de Telemarketing/Contact Centers, Indústria Gráfica, Empresas de Personalização, Venda Direta, Fulfillment, Logística e Distribuição, Empresas de Comercialização de Listas: tudo isso é marketing direto. ESPECIAL MARKETING DE RELACIONAMENTO EM DEBATE O marketing de relacionamento foi um dos temas de discussão dentro do ciclo de debates promovido pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). O encontro, coordenado pela editora da Revista do Anunciante, Tânia Trajano, e pela diretora de comitês técnicos da ABA, Sandra Zanetti, entre outras constatações, conclui que é preciso suprir os anseios do cliente todo-poderoso e, mais do que isso, encantá-lo. O debate contou com a participação renomados profissionais do mercado como Alain Levi (presidente da Motivare), Alexandre Case (gerente do escritório de consultoria e negócios em Marketing Direto dos Correios), Anna Zappa (diretora de marketing da Plusoft), Cláudio Vilela (diretor da Credicard), Efraim Kapulski (presidente da ABEMD), Flávio Salles (presidente da Sun MRM), José Roberto Lino Filho (diretor de operações de atendimento do Fleury), Luiz Buono (vice-presidente e diretor de atendimento da Fábrica) e Marcia Manfredini de Abreu (gerente de gestão de relacionamento da Nestlé). A publicação original desta síntese do debate foi feita pela Revista do Anunciante. O texto editado pela jornalista Tânia Trajano é veiculado na íntegra a seguir. 6 Marketing Direto Marcia Manfredini de Abreu – A área de relacionamento da Nestlé hoje integra todos os pontos de contato do consumidor. Desde o último ano passamos a gerenciar essa área, incluindo até os contatos feitos via atividades no ponto-de-venda. O grande desafio que temos enfrentado é a integração das informações. A vantagem é que atualmente todas as ações são gerenciadas pela mesma área. Procuramos este ano aliar os esforços de todas as atividades que manejamos com as das áreas parceiras, num modelo de comunicação total. O mais importante é que temos visto na empresa uma percepção mais positiva dos gerentes de produtos e de negócios na utilização desses modelos. O bom da história é que tivemos no último ano evolução em investimentos e nos resultados. Mas a idéia é buscar cada vez mais essa integração. Ismar Almeida Revista do Anunciante – Vamos começar com uma análise do comportamento do mercado. Como o marketing de relacionamento vem sendo tratado em suas empresas? Alexandre Case – Hoje nos Correios sou responsável pelo escritório de consultoria e Marketing Direto da empresa e devo dizer que o mercado anda movimentado. Estamos na área há três anos e notamos uma evolução grande nesse período. Nosso objetivo é auxiliar as empresas em suas ações de comunicação dirigida, a partir de diversos tipos de soluções, num trabalho basicamente de consultoria. Fazemos toda a parte de apoio e outra área cuida da parte comercial, do fechamento do negócio propriamente dito. Nos últimos tempos, temos notado um movimento importante, principalmente por parte das pequenas empresas, no sentido de saber o que é Marketing Direto e como se faz. Temos um 0800 e recebemos ligações do Brasil inteiro. Enfim, as atividades têm crescido a cada ano, tanto em faturamento como em volume de postagem. Somos bastante flexíveis. Lançamos os produtos, mas não temos problemas em adequá-los às características do mercado. Revista do Anunciante – Hoje a verba para as ações de relacionamento saem do budget de marketing? Marcia Manfredini de Abreu – Sim. Mas temos independência para trabalhar corporativamente a marca Nestlé. Revista do Anunciante – Como funciona no caso da Credicard? Claudio Junqueira Vilela – Sou responsável pelo Marketing Direto da Credicard, que, na área de vendas, compreende mala direta e Internet ativa, dirigidas à venda. Esse setor atua paralelamente à área de telemarketing. Um aspecto importante de ser comentado é que a Credicard tem retomado as ações com mala direta. No passado este foi o canal mais importante de vendas da empresa, mas com o boom do telemarketing, tinha ficado em segundo plano. Porém em 2004 retomamos as atividades. Em termos de investimentos, praticamente dobramos as verbas, e não devemos diminuir nada nos próximos anos. Como todos sabem, a Credicard está passando por um processo de cisão, mas essa linha deve ser seguida. A tendência é até aumentar, porque o telemarketing já chegou onde podia em termos de aquisição de novos clientes. “Antigamente fazíamos eventos, promoções, campanhas de incentivo, de Marketing Direto, etc, mas hoje praticamos marketing, e a fidelização é um dos focos de preocupação.” Alain Levi Motivare Marketing Direto 7 ESPECIAL Revista do Anunciante – Quando você fala em mala direta, está se referindo às tradicionais ou também às ações via e-mail marketing? Claudio Junqueira Vilela –Temos uma série de iniciativas, inclusive envolvendo e-mail marketing. Pessoalmente, acho estranho falar em “mala direta tradicional”, porque no Brasil ainda falta muito para essa ferramenta ser considerada “tradicional”, bem resolvida, etc. Carecemos de profissionalismo na cadeia produtiva da mala direta e, ao mesmo tempo, temos que conviver com essa experiência completamente nova apresentada pela Internet. Hoje, nessa área, temos trabalhado na qualificação dos mailings utilizados, usando o email marketing para fazer a análise prévia das propostas. Mas há um caminho enorme a ser trilhado com e-mail marketing e campanhas online. “Nos últimos tempos, temos notado um movimento importante, principalmente por parte das pequenas empresas, no sentido de saber o que é Marketing Direto e como se faz.” Ismar Almeida Alexandre Case Correios 8 Marketing Direto Sandra Zanetti – Quais as vantagens que você vê no caso do e-mail marketing? Claudio Junqueira Vilela – Primeiramente, o e-mail marketing dá uma resposta mais rápida. O ciclo de resposta de uma mala direta pode chegar até a oitenta dias, enquanto com o e-mail marketing é de sete dias. Um segundo aspecto significativo é que se consegue determinar padrões de comportamento mais rapidamente. É possível aplicar uma modelagem de forma mais ágil na Internet porque os bancos de dados são melhores que os do universo off-line. A médio e longo prazo este será um meio muito mais poderoso do que são hoje as malas diretas. mento vem sendo tratado no Fleury? José Roberto Lino Filho – Vendemos basicamente confiança e credibilidade. É muito difícil fazer qualquer tipo de trabalho de comunicação com o cliente na área médica. É sutil a comunicação e o tipo de relacionamento que se possa ter. O Fleury neste momento está experimentando um novo modelo de comunicação, que é ir para a mídia eletrônica e impressa, falar um pouco dos serviços. Envolve um cuidado muito grande, pois o que deve ser destacado é a imagem da empresa, de forma a tornar o laboratório cada vez mais presente na vida das pessoas. É uma ação importante, por causa do movimento dos convênios, que estão reajustando seus processos. Temos percebido que esse esforço de comunicação com o cliente final é necessário. Na parte de Marketing Direto já existe o oferecimento, de forma bem sutil, dos serviços do Fleury. Mas obviamente não fazemos nada para ampliar a demanda. Uma experiência interessante tem sido realizada no sentido de avisar os clientes quando deixamos de atender determinado convênio ou quando passamos a atuar em novas regiões. Conseguimos com esse trabalho resgatar aquele cliente que deixou de vir ao Fleury por alguma razão, como esquecimento. É um processo reativo em virtude de uma situação enfrentada, mas não existe uma ação ativa de captura de novos clientes. O modelo de captura ou recuperação de clientes está mais baseado nas ações nas mídias eletrônica e impressa, as quais estamos trabalhando neste momento. Revista do Anunciante – A situação do Fleury é bem diferente na hora de se relacionar com o seu público. Como o marketing de relaciona- Revista do Anunciante – No caso das agências de Marketing Direto, como vocês têm sentido o mercado? mento. Estão conquistando importância, e isso é essencial, já que hoje desenvolvemos projetos. Efraim Kapulski – Uma boa prova do excelente momento que atravessamos é que este é o primeiro ano que vamos ter um debate sem aquela tradicional pergunta: “O Marketing Direto agora vai?”. (Risos) É sério. Como é bom pensar que isso ninguém discute mais. Prova cabal desse processo é que se o Festival de Cannes não tivesse embutido a área de Direct, certamente estaria dissociado da realidade. Outra coisa que percebi este ano é que outras duas categorias estão muito vinculadas ao Marketing Direto: a Titanium e a Cyber. Fica fácil se pensarmos que Marketing Direto é toda ação de comunicação que possa ter o seu resultado mensurado, controlado e que gere, antes ou depois, um banco de dados. Costumo dizer que a Internet resgatou conceitos clássicos de Marketing Direto: recência, freqüência e valor. Se conceitualmente estamos bem, o que tem sido feito na parte prática? A ABEMD tem procurado proteger e defender seus associados, além de formálos, informá-los e promover a atividade. No ano passado fizemos 74 seminários, palestras, eventos. A parte de informação tem sido assegurada pelos nossos veículos de comunicação (revista, anuário, site e boletim eletrônico), e a da promoção, pelas campanhas realizadas. E sabemos que precisamos promover muito mais, uma vez que ainda é impressionante a quantidade de empresas e executivos de primeiro escalão que desconhecem o que vem a ser o Marketing Direto em toda sua amplitude. Não é fácil entender, porque o Marketing Direto é um conjunto de ações. Para se ter uma Ismar Almeida Luiz Buono – Temos sentido, de maneira consistente nos últimos anos, que o mercado de Marketing Direto tem evoluído, a demanda tem crescido. Percebemos, conversando com os clientes, que hoje chega a “pegar mal” para o executivo não pensar em fazer alguma ação dirigida, que significa rentabilizar investimento nos canais mais apropriados e buscar respostas mais adequadas. Outro ponto que vem crescendo muito e favorece a atividade é a questão da mensurabilidade. As empresas estão extremamente preocupadas em ver cada real benefício, qual a possibilidade de retorno, etc. Também existe um forte questionamento dos clientes no sentido de que está muito difícil conseguir os resultados que se obtinha no passado, tanto com as ferramentas dirigidas quanto com as tradicionais. Hoje todos precisam focar o aspecto da inovação, a forma de implantação da estratégia, de modo que ela provoque a interação com o público. As pessoas estão saturadas de tanta mensagem e comunicação, e precisamos encontrar abordagens diferenciadas. Talvez por isso temos assistido a um avanço muito grande em canais como Internet, que é área da agência que mais cresce. Agora também está começando a aparecer com mais força a questão do celular. A convergência é muito importante, e o celular ganha espaço, na medida em que permite mandar mensagens na hora certa, em momentos predeterminados, obviamente respeitando a questão da privacidade. Empresas sérias e que querem trabalhar a longo prazo precisam saber lidar com a permissão. No dia-a-dia das agências, um outro aspecto que considero fundamental é a mudança que está havendo no papel do atendimento e do planeja- “Nunca se ouviu tanto o cliente dentro da empresa. Cada vez mais os gerentes de produtos estão sendo substituídos por gerentes de clientes. Isto não quer dizer que o produto não é importante, mas o foco precisa estar no consumidor.” Anna Zappa Plusoft Marketing Direto 9 Ismar Almeida ESPECIAL “O ciclo de resposta de uma mala direta pode chegar até a oitenta dias, enquanto com o e-mail marketing é de sete dias. Um segundo aspecto significativo é que os bancos de dados são melhores que os do universo off-line.” Claudio Junqueira Vilela Credicard 10 Marketing Direto idéia, na ABEMD atuamos hoje com oito segmentos que se interligam, mas são áreas distintas: agências de Marketing Direto, consultorias, fornecedores de CRM /database, telemarketing/call center/contact center, logística, Internet, listas e gráfica. Na parte gráfica é inacreditável o que está acontecendo na questão de dados variáveis e de impressão digital, de personalização. No caso das listas, existe um volume de dinheiro importante nesse setor, mas há muito o que se fazer. Como se pode ver, as agências de Marketing Direto e as empresas da área de telemarketing são a ponta do iceberg, porém existe toda uma estrutura por trás. Não é à toa que o Prêmio ABEMD possui três pilares: estratégia, criação e resultado. Sempre discutimos isso no prêmio: o resultado tem peso dois, porque o objetivo final é esse, no entanto é preciso avaliar as outras esferas. De um jeito poético, podemos dizer que o Marketing Direto é o elo de ouro no ecossistema da comunicação e do marketing. Flávio Salles – Concordo com o Efraim. Há um grande gap cultural no Brasil em relação ao Marketing Direto. O que realmente funciona nessa área são os projetos com visão de longo prazo. Mas as pessoas, além de não ter histórico com o uso da ferramenta, estão preocupadas com a sua empregabilidade, muito baseadas em resultados imediatos. Projetos de relacionamento mais estruturados e, portanto, mais eficazes, demandam um pouco mais de tempo para ser implantados, por isso há alguma resistência. É algo muito ruim e que impede o crescimento e o desenvolvimento das nossas atividades no país. Ao mesmo tempo, percebemos que cada vez mais organizações estão preocupadas em conhecer e usar a ferramenta, seja por questões de se buscar mensurabilidade ou pela necessidade de focar grupos de clientes de maior valor da empresa. Enfim, o horizonte mostra-se cada vez mais promissor, porém ainda se enfrenta esse problema cultural dos resultados de curtíssimo prazo. Tanto é verdade que são poucas as empresas nas quais o call center está subordinado à área de marketing. Marcia Manfredini de Abreu – Na Nestlé a verba de call center sai da verba de marketing, pois é visto como relacionamento, uma ferramenta de informação estratégica para o próprio negócio. Flávio Salles – Mas a Nestlé é uma exceção, porque a maior parte das empresas vê o call center como algo que precisa existir, até por questão legal, mas não o integra com a área de marketing. O call center é um radar do mercado gratuito... Os clientes acessam espontaneamente para dar opinião, perguntar, questionar; enfim, é uma oportunidade de relacionamento. Essas pessoas necessitam ser trabalhadas. As empresas precisam acordar para a força desse boca-a-boca. A melhor mídia é o cliente satisfeito. Esta é uma questão que me preocupa, porque quando a empresa vê o call center dissociado do marketing, há algo de errado na cabeça das pessoas que estão à frente do negócio. Marcia Manfredini de Abreu – Quando as informações estão integradas, podemos ter uma ação muito mais efetiva. Temos trabalhado muito nesses modelos mais complexos, procurando unir todas as pontas. Essa proximidade é o que falta nas empresas. Na Nestlé, temos procurado atuar de forma muito próxima de cada unidade de negócios, no sentido de personalizar os serviços. Para o Leite Moça, por exemplo, desenvolvemos o canal “Fale com a Moça”, que oferece assistência culinária. No caso de Maggi, temos contado com um programete na TV, o “Momentos Maggi”, veiculado no programa da Ana Maria Braga, e mantemos um serviço de atendimento que repete a receita que foi dada no programa. Estamos buscando, junto com o marketing, unir e costurar essas soluções, ou seja, procurando “cercar” o consumidor com ações integradas. Efraim Kapulski – Para dar certo, o call center não pode estar ligado à área industrial ou ao RH. Marcia Manfredini de Abreu – No nosso caso, respondemos à unidade de serviços de marketing, o que nos dá independência das unidades de negócios. Mas o principal é termos conseguido a integração das informações, dos vários pontos de contato do consumidor com a marca. Luiz Buono – Todo esse esforço de integração está ocorrendo por causa do fenômeno do consumidor, que ascendeu à posição de “cliente todo-poderoso” e hoje tem como fazer um blog falando mal da empresa, por exemplo. Marcia Manfredini de Abreu – Atualmente as críticas não se referem mais apenas ao produto da empresa, mas à comunicação, sua postura, responsabilidade social, etc. Então, o consumidor também ampliou a visão. Claudio Junqueira Vilela – Esta é uma questão teórica, porque, na prática, o atendimento ao cliente ainda é bastante deficiente em várias áreas, por causa até da baixa qualificação dos atendentes. Marcia Manfredini de Abreu – Depende da condição da empresa. José Roberto Lino Filho – Na média, a situação ainda é crítica. Muitas vezes a empresa faz uma série de investimentos, mas na hora do atendimento a experiência é frustrante. Efraim Kapulski – Mas cada vez mais as empresas estão atentas a esse tipo de questão. E nem pode ser diferente. No Festival de Cannes vimos vários exemplos do movimento chamado selfexpression. Hoje, com a Internet, a população tem como criar seus próprios canais. É algo tão sério que tem um jornal coreano no qual apenas 10% das matérias são feitas por jornalistas contratados. As demais são elaboradas por repórteres-cidadãos, que recebem vinte dólares por matéria. Luiz Buono – Transporto essa questão da agilidade para o marketing. Pode ser que enquanto o consumidor vê a mensagem estanque num anúncio, o concorrente já conversou com o cliente, mandou um beijinho, recebeu um retorno, etc. Esse poder do consumidor tem exigido uma nova postura por parte das empresas. Revista do Anunciante – Sob a perspectiva de uma empresa de incentivo, como esta questão é vista? Alain Levi – Posiciono a Motivare como uma agên- cia de comunicações. Acredito muito na comunicação integrada como um todo. Tenho tido na minha área novas oportunidades de negócios em promoções e eventos, muitas vezes focadas nessa necessidade do relacionamento com o cliente. Então, no fundo, pode ser que eu esteja fazendo Marketing Direto. Um exemplo recente foi a promoção que fizemos para Omo, com o Ronaldinho. Um dos objetivos iniciais da Unilever era justamente montar um banco de dados porque a empresa está preocupada em estabelecer novos tipos de contato com seu público. É uma experiência fantástica, por se tratar de um produto de massa. Um outro caso que posso citar é o da Toyota, para a qual desenvolvemos uma espécie de rally. No fundo, não era um evento o que estávamos fazendo, mas um programa de relacionamento. Costumo dizer que antigamente fazíamos eventos, promoções, campanhas de incentivo, de Marketing Direto, etc, mas que hoje praticamos marketing, e a fidelização é um dos focos de preocupação. Revista do Anunciante – Esta mudança de percepção também já é notada na área de telemarketing? Anna Zappa – A Plusoft trabalha desde 1997 com aplicativos para relacionamento com consumidor, call center, telemarketing, etc. Mais do que nunca, não dá para negar que hoje o cliente faz a diferença dentro da empresa. Quem acredita que seus produtos e marcas são o foco está sofrendo o ônus no dia-a-dia, na perda de market share. Temos exemplos de empresas que infelizmente acharam que sua marca era suficiente para sustentar o negócio e que vêm enfrentando dificuldades. Por Marketing Direto 11 Ismar Almeida ESPECIAL “Marketing Direto é toda ação de comunicação que possa ter o seu resultado mensurado, controlado e que gere, antes ou depois, um banco de dados. Costumo dizer que a Internet resgatou conceitos clássicos de Marketing Direto: recência, freqüência e valor.” Efraim Kapulski ABEMD outro lado, felizmente, temos operações como a Nestlé ou o Fleury, que sempre buscaram se diferenciar não só pela qualidade dos seus produtos, mas pelos valores que podem agregar a partir de um bom relacionamento com seu público. A Nestlé, por exemplo, já mudou uma série de produtos por recomendação do consumidor. Quem está há mais tempo nesse negócio sabe que já foi tratada como piada a iniciativa de investir em ferramentas de atendimento ao cliente. Não havia budget para isso, e pouquíssimas empresas podiam adquirir um software de captura de informações do cliente. A primeira coisa que ouvíamos era: “Quanto isso custa?”. O departamento de marketing preferia mil vezes pagar um caminhão de dinheiro para uma pesquisa do que um saquinho de dinheiro para melhorar um aplicativo da central de atendimento. Hoje acontece o oposto. Nunca se ouviu tanto o cliente dentro da empresa. Cada vez mais os gerentes de produtos estão sendo substituídos por gerentes de clientes. Isto quer dizer que o produto não é importante? Claro que não. Ele é extremamente importante, mas o foco precisa estar no consumidor. Luiz Buono – Hoje o foco deve ser no encantamento do consumidor. Tanto é que em mercados mais sofisticados que o nosso temos visto diversas ações de comunicação cujo objetivo é se aproximar do cliente, sem vender nada. Essa estratégia está embasada na idéia de que a partir do momento em que a marca conseguir encantar o consumidor, será “abraçada” por ele. Anna Zappa – Este é o tipo de abordagem que é feita, por exemplo, pelos hospitais. Obviamente 12 Marketing Direto não se pode falar o “volte sempre”, mas pode-se reforçar a idéia de que a experiência pode ser mais agradável. Os hospitais estão contratando profissionais de hotelaria para ajudar o ambiente a ficar mais humano. Isso também é fazer CRM. Enfim, as empresas estão se mexendo mais para conseguir atingir esse tal encantamento. Luiz Buono – No Festival de Cannes deste ano teve um trabalho fantástico nessa linha, desenvolvido para a Volvo, cujo foco era justamente a aproximação com as pessoas de maneira envolvente, leve. Fizeram vídeos dos consumidores utilizando o carro em seu dia-a-dia, sem preocupações com o automóvel. É aquela velha história, como foi dito por um dos palestrantes, “alguém compra sapato para proteger o pé?”. Claro que não! Os produtos devem seguir essa tendência. Marcia Manfredini de Abreu – E hoje temos inúmeras formas de capturar a informação sobre o consumidor e de ajudá-lo a usar melhor os produtos. Um bom site pode disponibilizar uma informação para o consumidor sem que ele precise mandar mensagem ou ligar. O mesmo pode ser feito num call center ou no ponto-de-venda, numa ação de degustação. Luiz Buono – É muito interessante o que você está dizendo, porque mostra que hoje a integração dos canais vai além de adaptar um conceito. A escolha do meio agora passa pela percepção do que será efetivamente melhor para o projeto. Efraim Kapulski – Na minha opinião, o profissi- Anna Zappa – Eu diria que qualquer bom profissional do nosso tempo tem que ter essa capacidade. Hoje a questão da fidelização exige uma forçatarefa. Não se pode mais falar que tal área cuida de Marketing Direto e outra de marketing de massa, porque o mais importante é o foco no cliente. Não dá para cada um puxar para um lado. Efraim Kapulski – O que estou defendendo é que atualmente não é possível atingir os objetivos propostos se não se empregar ferramentas que envolvem mensuração de resultados, planejamento e conexão entre as mídias. Luiz Buono – Da mesma maneira que os produtos não podem mais viver de vender promessa básica de diferencial, as empresas não vão conseguir sobreviver só mensurando resultados. É algo básico que todos terão que fazer, e quem não fizer está fora do negócio. Acredito que estamos num momento de inovação de idéias. E não sei se o Marketing Direto está forte nessa parte. Citando um outro exemplo do Festival de Cannes, a campanha do Burger King, que rendeu excelentes resultados, não foi feita por uma agência de Marketing Direto, mas pela Crispin Porter + Bogusky, de Miami. O que importa, então, é chegar num projeto vibrante, diferente, que consiga efetivamente sensibilizar o consumidor. Efraim Kapulski – Mas sem esquecer que não existe criação pela criação. É preciso dominar as ferramentas. Ismar Almeida onal de Marketing Direto é o que está mais bem preparado para orquestrar as ações, porque está habituado a planejar, pensar em resultados, “linkar” as diversas atividades. Luiz Buono – Este ano no Festival de Cannes não vi agências de Marketing Direto falando em medir resultados. Todas trouxeram insight de consumidores, idéias de quem é o novo homem, a nova mulher... Efraim Kapulski – Mas todas as campanhas tiveram seus resultados mensurados. Luiz Buono – Com certeza. Porém isso hoje é commodity, não é mais um diferencial. Efraim Kapulski – Concordo. No entanto, se não tiver resultado, nada do que foi feito importa. Luiz Buono – A questão é que hoje nem a agência de propaganda pode trabalhar sem resultados. Estamos entrando numa era em que o domínio caberá a quem tiver a capacidade de desenvolver um projeto que encante o consumidor. Pode ser agência de marketing, de incentivo ou de propaganda. Temos o exemplo daquela campanha da Fiat, a “Tanto Faz”, que deu um resultado maravilhoso. Partiu da AgênciaClick e a Leo Burnett seguiu. Há casos inversos. Então, quem liderou o projeto? Com certeza foi a idéia. Marcia Manfredini de Abreu – Cada vez mais será importante, então, a visão do cliente. É ele quem pode determinar o caminho que será seguido. Se ele não acreditar na idéia, o projeto não será levado adiante. “Há um grande gap cultural no Brasil em relação ao Marketing Direto. O que realmente funciona nessa área são os projetos com visão de longo prazo. Mas as pessoas, além de não ter histórico com o uso da ferramenta, estão muito baseadas em resultados imediatos.” Flávio Salles Sun MRM Marketing Direto 13 Ismar Almeida ESPECIAL Anna Zappa – Quando se fala em estratégia de relacionamento com o cliente, não devemos esquecer que, além da comunicação, é necessário também mudar os processos dentro das empresas, envolvendo do marketing à área financeira. Pode parecer absurdo, mas é verdade. O que adianta gastar milhares de dólares tentando dizer que o seu cliente é importante se o financeiro irá mandar aquela mesma carta malcriada para todo mundo quando detectar um problema de atraso no pagamento? Mas para que isso não ocorra é preciso mudar os processos. Marcia Manfredini de Abreu – O principal é ter o compromisso do board da empresa. Claro que nem sempre vai se entrar nos detalhes da operação, mas tem que estar no DNA da companhia. Na Nestlé hoje temos diretores de outras áreas extremamente interessados na informação captada no SAC. “A saída é ouvir o que os clientes estão dizendo e atender a suas necessidades. As idéias estão aí e são relativamente baratas de ser implementadas. O que falta muitas vezes é envolvimento da alta direção.” José Roberto Lino Filho Fleury Revista do Anunciante – No dia-a-dia, vocês têm sentido esse maior envolvimento da alta direção das empresas usuárias com o marketing de relacionamento? Flavio Salles – No caso das empresas de Marketing Direto, não tenho percebido este envolvimento. O máximo que consegui chegar até agora foi no diretor de marketing, o que já é uma vitória, pois isso não acontecia no passado. Mas a alta direção, a “velha guarda”, ainda está muito distante. Pensam que o problema está resolvido por causa do investimento num call center lá na área de logística. Anna Zappa – A minha experiência tem sido diferente. Dificilmente implementamos uma estratégia de CRM sem fazer uma apresentação prévia ao 14 Marketing Direto presidente. Não estou falando de pequenas empresas, mas de grandes operações. Eles querem saber o que estão comprando, o que vai ser entregue, quem está cuidando do projeto, quando o investimento vai retornar, etc. Revista do Anunciante – O assunto já foi abordado por cima, mas gostaríamos que vocês analisassem de forma mais pontual a participação das empresas brasileiras de Marketing Direto no Festival de Cannes deste ano. Não trouxemos nenhum Direct Lion ou Titanium, apesar de termos dito que a atividade vem se desenvolvendo no Brasil. O jurado brasileiro, o Sidney, disse em entrevistas que o Marketing Direto vive um momento de ruptura, em função da importância da convergência das mídias, o que ainda não aconteceu no Brasil. Como vocês analisam o assunto? Luiz Buono – O primeiro ponto a ser destacado é que foi uma vitória para o Marketing Direto brasileiro o fato de termos colocado sete trabalhos entre os finalistas. Concorremos com mais de 2 mil cases. O que percebi pelo material apresentado e pelas conversas com o Sidney é que lá fora o Marketing Direto não é visto mais em peças isoladas, e sim em estratégias integradas. Revista do Anunciante – Quer dizer que o debate no Brasil sobre o tema ainda é muito básico? Luiz Buono – Com certeza. Em mercados mais desenvolvidos, como Inglaterra, Dinamarca e Alemanha, chega-se a ponto de fazer peças nas quais o produto não aparece. Um aspecto que chamou muito a minha atenção foi a necessidade de Efraim Kapulski – Realmente havia grandes projetos em Cannes, mas temos que tomar cuidado, pois isso não significa que agora todos os projetos tenham que seguir a linha dos trabalhos premiados. Concordo que tivemos um bom desempenho. Primeiro, porque nunca tivemos tantas campanhas no short list. Segundo, nunca tivemos tantos concorrentes nessa área, o que gerou um acúmulo de trabalho para os jurados. Por causa do Prêmio ABEMD sabemos como é difícil julgar estratégia, criação e resultado. Não é igual analisar um comercial. Para mim a lição mais importante é perceber que a Sawa teve que se render à realidade, já que hoje a comunicação é multimídia. No próximo ano vão incluir design e promoção. No Brasil temos todos os instrumentos necessários, mas o problema é que nem todos estão plenamente desenvolvidos. Porém nossas capacitações e expertises são muito boas. Revista do Anunciante – Em quais instrumentos ainda temos que evoluir? Efraim Kapulski – Estamos defasados nas questões tecnológicas. É o caso de Internet banda larga, por exemplo. O canal permite uma série de ações, mas o seu emprego no país ainda não é universal. “A convergência é muito importante, e o celular ganha espaço, na medida em que permite mandar mensagens na hora certa, em momentos predeterminados, obviamente respeitando a Luiz Buono – Um outro complicador é a questão cultural. O mercado de comunicação no Brasil se formou em volta das agências de publicidade, que adotam um modelo de comissionamento. A dinâmica do Marketing Direto é outra, nem sempre privilegiada. Temos editoras fortíssimas e uma rede de televisão com mais de 50% de audiência, que domina a massa. Fica difícil nesse ambiente valorizar as ferramentas mais interativas e segmentadas. Além de ser novidade, nem sempre conseguimos chegar no diretor de marketing, porque há uma cultura estabelecida em prol da propaganda. Em outros países já está havendo uma inversão. Na Inglaterra e na Alemanha não existe mais tanta atenção para o mercado de massa. questão da privacidade.” Luiz Buono Fábrica Ismar Almeida integração, não no modelo antigo, no qual o mesmo conceito se espalhava para todas as mídias, porém no sentido de gerar um processo multi-step, levando o consumidor a contatar a empresa a partir de vários canais. Se a Internet é boa para explicar o produto, é lá que isso será feito. Se a TV é o meio para despertar emoção, é isso que será feito. Nessa perspectiva, o que se vê é a procura da interatividade o tempo todo. Busca-se ao máximo a participação da pessoa, deixando de lado a comunicação unilateral. O consumidor quer interagir, trocar, ouvir... Um case muito interessante é o da Zara espanhola, que criou um modelo para conversar com o consumidor e, assim, mudar suas coleções a cada quinze ou vinte dias. A informação captada é repassada para trezentos estilistas em La Coruña, os quais produzem os modelos de acordo com as solicitações. O interessante é que tudo é feito em pequena quantidade, porque assim o consumidor sabe que tem que fazer a compra rapidamente. É de novo a história do self-expression. Revista do Anunciante – Refletindo um pouco sobre os cenários futuros, o que se espera para o mercado brasileiro nos próximos cinco anos? Alain Levi – Focando mais a área de promoção, que ainda é marginal como a de Marketing Direto, Marketing Direto 15 ESPECIAL devo dizer que, salvo raríssimas exceções, somos vistos muito pelo lado operacional. Quando se pensa em quem vai orquestrar uma idéia em várias ferramentas, a oportunidade recai sobre as agências de propaganda. E estamos falando, provavelmente, do elo da cadeia menos preparado para exercer essa função, por causa do modelo adotado. O discurso hoje é muito correto, mas na prática não temos tido grandes resultados, principalmente no que diz respeito à integração. As verbas destinadas ao marketing de relacionamento não são ainda compatíveis com as necessidades. Por isso acho que nos próximos anos temos muito o que fazer. Alexandre Case – Pensando no futuro, devo confessar que estou otimista. Acredito que a tendência é termos um aumento no volume de ações de Marketing Direto. Confio também nas mudanças que temos feito nos Correios. O mercado sempre reclamou porque éramos muito inflexíveis. Hoje contamos com áreas específicas, em todas as diretorias regionais, para nos assessorar no desenvolvimento de produtos e serviços. Captam informações que vão dar suporte às decisões. Efraim Kapulski – Posso dar meu testemunho de que tem havido mais pró-atividade por parte dos Correios. Há muito o que ser feito, mas este ano, pela primeira vez, a ABEMD conseguiu promover um debate com os Correios sobre os produtos e, o que é melhor, a respeito de aspectos mais sérios, como o não-reajuste de tarifas de uma hora para outra. Negociamos um prazo de trinta dias. Foi uma luta de trinta anos, mas deu certo. 16 Marketing Direto Alexandre Case – Esse encontro realmente foi histórico. Alguns processos são mais difíceis de ser mudados, porque dependem de determinações governamentais, mas temos conseguido avançar em pontos importantes. Sandra Zanetti – Em agosto teremos aqui na ABA uma pessoa dos Correios para conversar com os integrantes do Comitê de Serviços de Atendimento ao Consumidor. Estamos procurando estreitar os vínculos. Revista do Anunciante – No caso da Nestlé, como você imagina os próximos passos? Marcia Manfredini de Abreu – Hoje nosso maior desafio é trabalhar melhor a informação que vem do ponto-de-venda, da Internet, das ações promocionais, etc. Estamos cada vez mais parceiros das unidades de negócios para formatarmos serviços mais especializados. Por outro lado, temos que fazer um esforço adicional para conseguir que as agências de comunicação nos ajudem a trabalhar com esses outros serviços. Temos buscado muito isso dentro da empresa: alinhar a agência de comunicação com as de promoção, relacionamento, atividade de TV, etc. É um trabalho árduo, que não se faz da noite para o dia, mas cabe ao cliente exigir essa nova postura dos prestadores de serviços. Anna Zappa – Para atuarmos nessa linha precisamos de profissionais mais generalistas, que consigam ampliar seus horizontes. É o financeiro se envolvendo mais com o marketing, o marketing mais preocupado com a logística, e a logística, com a produção. Vejo um horizonte muito positivo para os próximos cinco anos, independente das mudanças políticas e sociais que possam ocorrer, pois o relacionamento com o cliente é uma tendência irreversível. O consumidor já sentiu o gosto de poder influenciar nas decisões das empresas. Hoje, o que é mais importante para quem compra um televisor? É o aparelho ter 29 polegadas, som estéreo e controle remoto ou cinco anos de garantia e assistência técnica perto de casa? Sem dúvida, é a garantia e a assistência, serviços que muitas vezes estão fora do controle da empresa. O cliente não vai aceitar retrocessos nesse campo. Pelo contrário, cobrará cada vez mais das empresas o tratamento que recebe das grandes marcas. Costumo dizer que se até o Poupatempo, um serviço do governo, nos atende bem, como a iniciativa privada pode agir diferente? Ninguém vai aceitar isso. O Jack Welsh tem uma frase que considero genial. Ele diz que as empresas só têm duas vantagens competitivas: aprender mais sobre seus clientes e fazer isso antes do concorrente. Isto resume bem o teor deste debate. Quem conhece mais seus clientes, se relaciona melhor, interage, enfim, tem a oportunidade de sair na frente da concorrência. A partir daí consegue encantar sem fazer grandes esforços. Nos próximos cinco anos veremos muitas empresas quebrando porque não acordaram para essa realidade. Por outro lado, teremos muitas organizações despontando porque nasceu com uma cultura voltada para o cliente. José Roberto Lino Filho – Também acredito que a saída é ouvir o que os clientes estão dizendo e atender a suas necessidades. Ou seja, as idéias estão aí e são relativamente baratas de ser Luiz Buono – Concordo com as análises feitas, mas gostaria de reforçar que vejo um futuro totalmente voltado para a prestação de serviços. Os produtos estarão por trás de serviços que precisarão ser completamente customizados e personalizados. Na comunicação, passou a era da abundância. Temos que entregar conteúdo trabalhado para o cliente degustar. O compromisso em disponibilizar o creme de la creme é reflexo desse poder do consumidor. Mas para que isso funcione a empresa tem que ter a cultura do atendimento enraizada. Além disso, é preciso muito foco com a rede de parceiros, que deve ser forte. Diz-me com quem andas que te direi quem és. Até isso vai influir na imagem das empresas. E tem mais um detalhe: a “verdade” vai ser uma tônica. A empresa deve fazer tudo isso de verdade, com atitude, cultura, ou estará fora do jogo. Efraim Kapulski – Empregamos aqui uma série de terminologias, de palavras que perderam força e que agora estão voltando. A tendência para os próximos cinco anos é dos clientes perceberem que atender bem custa mais barato e é mais rentável. As empresas vão descobrir isso. Até porque, vale lembrar, quando alguém tem uma experiência ruim com uma marca, não basta a troca; a pessoa fala muito mal dela. Ismar Almeida implementadas. Hoje não temos problemas na área de atendimento com relação ao ferramental disponível... O que falta muitas vezes é envolvimento da alta direção. Se olharmos para trás, veremos que o mercado evoluiu muito nos últimos cinco anos. Este processo não vai parar. O segredo é aprender com o mercado e estar atento às mudanças para ter agilidade na hora de atender às novas demandas. Anna Zappa – E hoje tem meios mais eficazes de propagar suas idéias, como a Internet e as colunas nos jornais. Isso que você disse me fez lembrar aquela história da padaria de “servir bem para servir sempre”. É isso o que estamos defendendo aqui. Efraim Kapulski – A diferença é que estamos falando, também, de rentabilidade. É melhor para o negócio investir o que for preciso no relacionamento para não ter que gastar mais na recuperação do cliente. Outro aspecto que deve mudar é a lógica na distribuição das verbas. Hoje não existe mais below the line e nem above the line. Estamos na fase do no line. Flavio Salles – O consumidor não faz esse tipo de distinção. A responsabilidade é da empresa que contrata o serviço. É ela quem paga a conta, portanto, precisa estar mais preparada, ser generalista. Tem a missão de definir e integrar as diferentes agências da melhor forma possível. Efraim Kapulski – O problema é a falta de tempo! Fico me perguntando onde estão aqueles gurus que disseram que na virada do século teríamos mais horas de lazer e qualidade de vida. (Risos) Além dos prazos, os recursos também são cada dia mais escassos. Algo precisa acontecer para reverter essa situação. Mas isso é mais uma reza do que uma visão de futuro! “A área de relacionamento da Nestlé hoje integra todos os pontos de contato do consumidor. Desde o último ano passamos a gerenciar todo esse processo, incluindo os contatos feitos via atividades no ponto-de-venda. O grande desafio que temos enfrentado é a integração das informações.” Marcia Manfredini de Abreu Nestlé Marketing Direto 17 ARTIGO ONDE TERMINA A PAISAGEM, EU COMEÇO? POR GIL GIARDELLI* 18 Marketing Direto O carro determinou a face do século passado. Em torno dele surgiram à poluição, as estradas, as longas viagens e as megalópoles. No início desse novo século é o celular o inventor de novos paradigmas, de um novo estilo de vida. Minúsculo, é bem verdade, mas você pode levá-lo para qualquer lugar. Não tem fronteira. As informações chegam a qualquer momento, de repente. Não existem motivos para distância, ficou tudo perto e fácil. Você fica sem saber o que fazer, sente-se perdido ou sente-se despido, quando esquece o telefone celular? O celular é seu objeto mais pessoal, que não desgruda de você 24 horas por dia? Os futurólogos e “doutores pardais” de plantão apostaram na última década que a convergência tecnológica seria entre a TV e o PC. Eles erraram feio, o celular é a convergência. É o celular, e não o computador, que promete levar o mundo digital às massas. O celular já supera em importância e escala o fenômeno da Internet. É o produto mais importante do século 21. Até o fim da década, metade dos habitantes do planeta terá uma maquininha na palma de sua mão. Pesquisas apontam que é o aparelho mais cobiçado do planeta. Um novo estilo de vida surgiu, centenas de milhares de negócios estão sendo criados em todos os cantos do mundo, outros desaparecendo, muitos se transformando radicalmente. Engarrafado no trânsito, na fila do aeroporto ou à espera de sua namorada na hora do almoço, não hesite em sacar o celular e assistir a um filme. É o que propõe a produtora Zoie Films (www.zoiefilms.com) com seu Cellular Cinema Festival, o primeiro festival de vídeo para mobiTV. Entediado no táxi ou na viagem de trem, ligue o celular e assista ao vivo aos programas da CNBC, CNN e ABC News, um serviço de mobiTV a US$ 9,99 por mês, lançado no início do ano pela Cingular Wireless, a maior companhia de telefonia móvel dos Estados Unidos. A utopia de se manter conectado 24 horas por dia atingiu um patamar raras vezes alcançado. O Marketing Direto não precisa mais se contentar com territórios pré-determinados como a televisão, o rádio ou a revista para abastecer a sociedade de consumo. Hoje, a comunicação pode se exprimir através de uma tela de seis centímetros de um celular de última geração. Levando filmes, palestras, comercias ou desenhos. Você sente o vento uivando, balançando a folhagem? Estou falando de mobile marketing, um movimento, a desmaterialização, captando o transespacial, e a eternidade no instante com sonoridades e multisensorialidade. A mais nova ferramenta do Marketing Direto. O mobile marketing amplia as fronteiras da comunicação, destruindo convenções, é a precedência do fantástico sobre o prosaico, um ordenador do trânsito entre o homem e o mundo. É o invisível sobre o visível, o imaterial sobre o material. Transforma o olhar do consumidor sobre a comunicação, transforma o passivo e contemplativo, em interativo. No mobile marketing a presença vigora, é uma orquídea rara na paisagem. Você está preparado para o mobile marketing? No início, era apenas uma ferramenta de alerta, brevemente será a maior ferramenta de interação para alcançar o consumidor, fornece meios de entretenimento, construção de diálogos, através de técnicas de Marketing Direto, mobigames, mobiTv e moblogging, sendo tudo instantâneo e imediato. Não podemos esquecer que o mobile marketing se tornou a ferramenta mais direta e eficaz de Marketing Direto das últimas décadas. Podemos nos expressar e nos informar em questões de segundos. É a maneira mais fácil e prática de avisar alguém sobre qualquer coisa, utilizando apenas uma frase do tipo “envie um torpedo agora” ou utilizando um vídeo digital. Não tem que olhar nenhum papel, não tem que ligar o computador, não tem que folhear uma revista. Temos só que olhar na tela do celular para ser avisado. Em menos de um minuto conversamos com o Brasil inteiro. No front corporativo, são os anunciantes - e não as agências - que avançam na tecnologia, as equipes de marketing das grandes companhias estão tentando se pôr à frente das inovações de comunicação que estão mudando a forma como os consumidores enxergam suas mensagens - e estão pressionando suas agências a se adaptarem. Antes eram as agências que incitavam os clientes, hoje, os clientes incitam as agências. Essas atitudes viraram o mundo da publicidade de cabeça para baixo. Você duvida? Um belo dia na sede da BBDO Worldwide, de Nova York, após a agência oferecer à GE mais uma coletânea de idéias de marketing tradicionais, baseada no comercial padrão de televisão, de 30 segundos. Judy Hu, gerente geral de publicidade e de marcas globais da GE, exigiu algo audacioso, alegou que a gigante da publicidade não estava entendendo a mensagem do novo consumidor. Ela desejava ações de relacionamento de Marketing Direto. As grandes agências também enfrentam um grande número de novos rivais mais afinados com as novas tendências, que agarraram a oportunidade e estão na expectativa de roubar seus clientes. Um grande número agências de Marketing Direto que começaram a capitalizar em cima do desejo entre os especialistas em marketing de fazer coisas de formas diferentes - e em cima da incapacidade de muitas das grandes agências de publicidade de dar uma resposta a isso. Essas “rivais” usam nomes de vanguardas, como FabricaD, Le Pera, GreyZest Direct, RMG, Popcom, TV1 e Ouvi, como bandeiras para indicar que não estão dispostas a trabalhar do jeito de sempre. Fabiana Sabatini, diretora de marketing da Ouvi (www.ouvi.com.br), acredita em um tipo de publicidade além daquela produzida para TVs, rádios e jornais. “Em um mundo conectado, onde iPods, celulares cheios de recursos e Internet fazem parte do dia-a-dia das pessoas, é preciso usar a criatividade para alcançar esse novo público”, contou. A publicidade está passando por uma revolução, uma grande oportunidade para os profissionais de Marketing Direto, reafirmarem sua posição de vanguarda e tendência. Claro, que como toda inovação tem seu lado negativo. O celular é o ícone da sociedade imediatista e da cultura consumista, o celular nos traz excesso de informações e serviço. O celular, se utilizado como ferramenta de spammers e sem critérios de privacidade, tornará nossa vida infernal. Então, lembre-se que para se construir um bom relacionamento digital, envie mensagens apenas quando possuir a permissão do cliente. Além disso, devemos refletir se a quantidade de informação que recebemos nos deixará impotentes diante de nosso poder de síntese. Será difícil escolher entre os novos chocolates-integrais-com-frutas-da-Amazônia-semcasca-com-vitaminas-e-fibras. A sociedade imediatista e o aparelhinho celular derrubaram fronteiras e nos deram mais liberdade. Mas estamos saudosos quando antes só havia três marcas de carro (Ford, Chevrolet e Volkswagen) dois canais de televisão (Globo e Tupi) e uma só religião (Católica Apostólica Romana). É o lusco-fusco da sociedade digital. Enxergando esse cenário, lembro-me dá célebre frase de Picasso ao ver pela primeira vez as esculturas negras dos antigos artistas da África: “Não sei de onde vêm, não sei para que servem, mas compreendo muito bem o que o artista quis fazer”. Até a próxima meu amigo móvel! Mande e-mails, SMS ou MMS. * Diretor geral da Permission (e-mail: [email protected]) Marketing Direto 19 CAPA SHOPPINGS DESCOBREM OS BENEFÍCIOS DO MARKETING DIRETO Programas de fidelidade se mostram eficazes e ajudam a garantir o fluxo de clientes nas lojas dos empreendimentos A descoberta do Marketing Direto pelos shopping centers brasileiros é relativamente recente. Os empreendimentos mais antigos começaram a fazer uso da ferramenta há quatro ou cinco anos e os mais novos praticamente acabam de estruturar suas operações. O fato é que a idéia de que esse tipo de negócio tem que fazer apenas propaganda e deixar o relacionamento com os consumidores para os lojistas caiu definitivamente por terra. Os benefícios que os programas de relacionamento oferecem são evidentes. Tanto é que se destinam cada vez mais recursos para mantê-los e sofisticá-los. Não resta dúvida também qual é o principal objetivo dessas ações: fidelização. 20 Marketing Direto “O Marketing Direto permite ao shopping center conhecer com profundidade seu cliente” João Alberto Bazzon Shopping Iguatemi Como a estratégia do Special Member Iguatemi, que, segundo o gerente geral do shopping mais antigo do Brasil, João Alberto Bazzon, “reconhece e mima os clientes mais valiosos”. Ele faz isso através de privilégios e benefícios exclusivos. Para uma base de aproximadamente 2.500 clientes, o Iguatemi convida esse público para eventos específicos como avant premierè de Natal, evento Floral e “coquetéis exclusivos de lojistas”. O Shopping Center Iguatemi São Paulo foi inaugurado em 1966 em uma região nobre da capital paulista e atrai 1,4 milhão de pessoas por mês, que visitam suas 300 lojas. “A mecânica do Special Member é simples: a cada um real em compras, o cliente troca por pontos. A partir de 3.500 pontos ele passa a ganhar horas gratuitas de estacionamento”. Atualmente, 60% dos participantes são mulheres acima de 18 anos. Quando o relacionamento está estabelecido, as respostas às ações tendem a ser cada vez melhores. Conforme Bazzon, “o Marketing Direto permite ao shopping conhecer com profundidade seu cliente: perfil, comportamento de compra, ticket médio, entre outros. Assim, identifica os clientes mais valiosos e desenvolve comunicações pertinentes e segmentadas para fidelizá-lo”. No Iguatemi, algumas ações chegaram a ser surpreendentes, como em junho passado, quando incentivou os Special Members a comparecerem ao shopping no Dia dos Namorados para ganhar uma caixa de língua de gato da Kopenhagen. “Disparamos 1.807 e-mails e obtivemos retorno de 822 associados. Um retorno de 46%”, observa Bazzon. O programa de relacionamento Cartão Inteligente do gaúcho Moinhos Shopping tem mecâ- “Com o Marketing Direto podemos estreitar o relacionamento com o cliente reduzindo os custos e obtendo um maior resultado nas ações” Gisele Peruffo Moinhos Shopping Cartão Inteligente Moinhos utilizado como estratégia de fidelização pelo Moinhos Shopping Marketing Direto 21 CAPA nica similar. Na verdade, essa operação começou em 2000, quando desenvolveu o Moinhos Club, um típico cartão de shopping center que recom- pensava os clientes com horas de estacionamento. “A partir de dezembro de 2003 demos um salto de qualidade nesse relacionamento”, conta a gerente de marketing do Moinhos, Gisele Peruffo. “Com o Marketing Direto podemos estreitar o relacionamento com o cliente reduzindo os custos e obtendo um maior resultado nas ações”, conta Gisele. Para tanto, lançou o Cartão Inteligente, um amplo programa de recompensa à fidelidade. Foi assim que desenvolveram uma sofisticada ferramenta de cadastramento para abastecer um “poderoso” banco de dados a fim de ampliar o potencial das ações. Terminais inteligentes “O Marketing Direto é essencial. É a melhor ferramenta de fidelização” Liliane Dutra BH Shopping O Moinhos Shopping também estruturou um plano de comunicação com newsletters, website e promoções específicas e um plano paralelo de estímulo por resultados mensais, tanto para lojistas quanto para equipes de vendas. “O cadastramento é feito na Internet ou no quiosque. A maior facilidade que o cliente tem, no entanto, é que, para acumular pontos, basta apresentar o cartão em qualquer loja que faça a compra, pois elas estão equipadas com terminais inteligentes”, conta Gisele. “O programa permite que o shopping e os lojistas identifiquem em profundidade quem são seus clientes”. Atualmente, 26% da verba de marketing são destinados ao programa e 50% das vendas realizadas no Moinhos transitam pelo cartão que tem uma base ativa de 11 mil clientes. Outro shopping que há seis anos empreendeu esforços no relacionamento com os clientes através de programa de fidelização e início de formação de banco de dados foi o BH Shopping. Inaugurado em 1979, tem atualmente 300 lojas e registra vendas de R$ 730 milhões. “O Marketing Direto é essencial. É a melhor ferramenta de fidelização”, atesta a gerente geral Liliane Dutra. Para tanto, utiliza CRM, website, revista dirigida e telemarketing ativo. “O site é uma ótima ferramenta de captação e cadastramento de clientes”, diz ela. Mas além das ações pontuais atreladas a premiações, o shopping mantém a revista bimestral BHS, que chega às casas de 30 mil clientes selecionados. “Na seqüência, fazemos telemarketing ativo para checar a entrega e atualizar os dados”, conta. Uma ferramenta que aparece com força no relacionamento entre shopping centers e seus clientes é o e-mail marketing. Encravado na Rodovia Regis “Entender nosso consumidor é fundamental para tornar nosso shopping atraente” Revista BHS distribuída para os consumidores cadastrados no banco de dados do BH Shopping 22 Marketing Direto Neliana Pucci Shopping Taboão Bittencourt, o Shopping Taboão é um centro de compras que atende vários municípios como Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, São Lourenço, Juquitiba, Cotia, entre outros, e usa o email marketing para divulgação de campanhas e promoções, datas de aniversário e, semanalmente, envia a nova programação de suas cinco salas de cinema. “Os shoppings estão cada vez mais parecidos e o que os diferencia é justamente a forma como se relacionam com seus clientes. Nesse sentido, o Marketing Direto é extremamente importante”, afirma a gerente de marketing do Taboão, “Ampliaremos de 20% para 30% a verba destinada às ações de Marketing Direto para o ano que vem” Cássia Spinosa Shopping Piracicaba Neliana Pucci. “Entender nosso consumidor é fundamental para tornar nosso shopping atraente”. Primeira mão Com pouco mais de dois anos de implantação, o Programa de Fidelidade Clubshopping do Shopping Piracicaba é um sucesso, segundo atesta a gerente de marketing, Cássia Spinosa. Inaugurado há 18 anos, o Piracicaba recebe 600 mil clientes por mês e está situado em uma área de influência de mais de 1,5 milhão de habitantes. “Atualmente, temos exatamente 31.536 clientes associados”. Uma das ações foi, além da campanha de propaganda, o envio de um catálogo de moda do lançamento da Coleção Primavera Verão 2004, para os associados do Clubshopping, a fim de que conhecessem em primeira mão a coleção das lojas. “Essa ação nos permitiu ter retorno enorme das pessoas, com depoimentos no balcão, via e-mail e telemarketing por terem sido prestigiados com o catálogo”, explica Cássia, que vai ampliar de 20% para 30% a verba destinada às ações de Marketing Direto para o ano que vem. Com números de fazer inveja a qualquer empreendimento, o Shopping ABC, inaugurado em 1996 recebe atualmente uma média de um milhão de consumidores em suas dependências e, a exemplo dos demais, também faz uso do mix de ferramentas de Marketing Direto composto por mala direta, e-mail marketing, CRM e telemarketing, desde 2001. As peças são usadas com focos bem objetivos, pois a mala direta é empregada quando ocorrem eventos e campanhas diferenciadas e o e-mail marketing tem periodicidade mensal, sen- “Com o Marketing de relacionamento o cliente se sente muito mais valorizado” Adriana Martuchi Shopping ABC do que o telemarketing é usado para atualização de dados e para colher opinião de consumidores selecionados. “Usamos o Marketing Direto para informar, em primeira mão, nossos melhores clientes sobre campanhas e eventos”, diz Adriana Martuchi, coordenadora de marketing do ABC. No Natal do ano passado, o Shopping ABC ofereceu presentes diversos (celulares, vales-compra) aos clientes preferenciais, considerando seu grau de relacionamento, além de um concurso cultural diferenciado no qual o consumidor concorria a dois automóveis. “O resultado foi bastante superior ao ano anterior. A compra média foi 54% maior e o ticket médio cresceu 11%. Além disso, o volume de registros de notas fiscais Marketing Direto 23 CAPA “O Marketing Direto é uma ferramenta eficaz tanto na captação de clientes, quanto no relacionamento e para vendas” Silvia Sandoval Maxi Shopping Jundiaí foi 39% maior”, acentua Adriana. “Não resta dúvida, com o marketing de relacionamento o cliente se sente muito mais valorizado”. Mais que propaganda A possibilidade de medir os resultados de uma ação é um dos fatores que mais agrada aos usuários do Marketing Direto. No caso do Maxi Shopping Jundiaí, empreendimento que já tem 16 anos de vida, a ação de relacionamento acabou sendo mais efetiva até mesmo que a propaganda na TV Globo local. Praticamente um quarto 24 Marketing Direto (24%) dos clientes entrevistados ficou sabendo da campanha de liquidação através de mala direta convite enviada aos associados do Programa de Fidelidade, enquanto apenas 17% através da TV Globo local. ”O Marketing Direto é uma ferramenta eficaz tanto na captação de clientes, quanto no relacionamento e para vendas, basta priorizar o objetivo e trabalhar bem cada uma dessas fases”, afirma a gerente de marketing do Maxi Shopping, Silvia Sandoval. O detalhe é que o programa de fidelidade só foi implantado em agosto de 2004, quando as campanhas promocionais de sorteio foram inviabilizadas para os shopping centers. Como diz o ditado: há males que vêm para bem, porque desta forma, os shoppings perceberam a importância de premiar os clientes de forma personalizada, sem a intromissão do expediente do sorteio. “O cliente registra constantemente suas compras e os presentes do programa são distribuídos não por sorteio, mas de acordo com o grau de relacionamento com o shopping, considerando freqüência, valor, perfil, etc”, explica Silvia, que envia 500 exemplares da revista do Maxi Shopping aos melhores clientes do programa. Além disso, faz mala direta por exemplo para avisar esses clientes da abertura mais cedo do shopping e das lojas e email marketing para comunicar campanhas, eventos, promoções. E o retorno da ferramenta não deixa dúvidas, tanto é que o Maxi já investe 35% da verba de comunicação nas ações de Marketing Direto. “Com perspectiva de crescimento em função do bom resultado”, diz Silvia. O crescimento da concorrência e o aumento do nível de exigência do consumidor são fatores que levam as empresas cada vez mais a apostar nos programas de fidelidade. “Os clientes querem se sentir importantes e não apenas mais um entre um ‘bolo’ de consumidores”, atesta a consultora e assessora de marketing do Mauá Plaza Shopping, Lívia Oliveira, ao falar da importância do Marketing Direto nas estratégias de comunicação dos shoppings. Inaugurado em 2002, o Mauá utiliza catálogos, Internet, mala direta e revista para falar com seus 20 mil clientes. “Consigo falar com centenas ou milhares de pessoas ao mesmo tempo, mas personalizando a mensagem e valorizando o cliente”. “Os clientes querem se sentir importantes e não apenas mais um entre um ‘bolo’ de consumidores” Lívia Oliveira Mauá Plaza Shopping CLIENTES FREQÜENTES “A conta de resultados no Marketing Direto não fecha se não houver seletividade” Eduardo Souza Aranha Souza Aranha administração não tem relação direta com os clientes e sim os lojistas”. Para Sallum, é complicado usar a mídia de massa porque ela tem dispersão muito grande devido ao caráter regional dos shoppings. Desta forma, a importância do Marketing Direto cresce. Outro desafio, esse diretamente ligado aos consultores e agências, está no fato de o shopping ser um cliente que tem vários decisores (lojistas e administradora), portanto o relacionamento deve ser equacionado da IMPRESSÎODIGITALCOMQUALIDADEMÉXIMA melhor maneira possíIMPRESSOSULTRAPERSONALIZADOSCOMDADOSVARIÉVEIS vel. “Cada loja tem um ACABAMENTOSSUPERESPECIAIS perfil de cliente e todas ATENDIMENTOEXPERTCOMPROMETIDOEATENCIOSO querem que seu consuSEMPRETRAZENDOINOVA¥ÜESTECNOLØGICAS midor seja privilegiado”, TUDOFÉCILERÉPIDOSEMSERMAISCARO explica o diretor de atendimento da We’5 Comunicação Direta, Paulo Denoni. A agência tem implementado programas de fidelidade em cinco shopping centers em São Paulo e atende 1UEMÏ outros quatro em campanhas sazonais. Eb_m Todo segmento econômico tem o seu segredo. Não é diferente com os shopping centers, ainda mais quando se trata da aplicação de uma disciplina tão completa quanto o Marketing Direto. A sofisticação das ferramentas é grande, mas ainda existem desafios para empregá-las com perfeição nesse tipo de empreendimento. Um deles, e talvez o principal, diz respeito à criação da base de clientes mais freqüentes. “O sucesso para os programas de Marketing Direto está na capacidade de identificar os clientes deste segmento e com eles estabelecer um relacionamento eficaz para os três lados do triângulo: clientes, lojistas e administrador do shopping”, explica o presidente da agência Souza Aranha, Eduardo Souza Aranha. Está em jogo então a seletividade do público-alvo, que deve estar contida de forma nítida na visão estratégica de com quem o shopping deseja se relacionar. Diferente das ações promocionais que têm como objetivo atingir todos os clientes que freqüentam o shopping, o marketing de relacionamento visa um público específico. “E a conta de resultados no Marketing Direto não fecha se não houver seletividade”, alerta Souza Aranha. O diretor da Saphyr, Cláudio Sallum, atesta que as ferramentas mais eficazes de Marketing Direto para o negócio shopping center sem dúvida são os programas de relacionamento, mas lembra que “tudo começa com o relacionamento com os lojistas”. A Saphyr é uma empresa especializada no desenvolvimento de administração e consultoria na área de shopping centers. “Cadastrar clientes é um grande desafio, porque a INOVADOR INOVACOMA0APER%XPRESS TEL WWWPAPEREXPRESSCOMBR CAPA “Tudo começa com o relacionamento com os lojistas” Cláudio Sallum Saphyr Premissas erradas Estas barreiras se somam ao fato de ainda existirem, entre os clientes de agências e consultores, algumas premissas erradas fruto de experiências passadas, como terem feito uma mala direta que não deu certo, ou de argumentarem que o “Se os lojistas não se convencerem de que investir em relacionamento vale a pena para eles também, obriga a agência a criar um programa paralelo entre shopping e o lojista” Veronique Forat Bottom Line 26 Marketing Direto público é muito grande para ações personalizadas. “Por isso, se os lojistas não se convencerem de que investir em relacionamento vale a pena para eles também, obriga a agência a criar um programa paralelo entre shopping e o lojista”, afirma Veronique Forat, sócia diretora da Bottom Line. Os programas de fidelidade pela sua própria essência fazem com que os clientes concentrem suas compras em um único shopping, o que naturalmente beneficia os lojistas de uma forma geral. “Estratégias vencedoras são aquelas que promovem as lojas e as ofertas”, explica Souza Aranha, acrescentando que as ações devem transmitir os benefícios de conveniência, segurança e lazer. A experiência da agência com o Iguatemi nos últimos quatro anos, demonstra que o shopping passou a ter conhecimento substancial de seus melhores clientes, seus hábitos de compra, categoria de produtos adquiridos e mix de lojas em que compra. “Pode reconhecer e recompensar os clientes mais valiosos, inclusive através de parceria com os lojistas”, conta Souza Aranha. Quanto mais cresceu a concorrência entre os shoppings principalmente nas grandes cidades, mais preocupados e atentos ficaram em tornar fiéis os clientes. “E o Marketing Direto é fundamental nesse processo de cativar o cliente”, diz Sallum, destacando que uma das dificuldades é medir freqüência e recência desse público. “Premiar clientes mais freqüentes com estacionamento grátis, através do registro de notas fiscais tem sido uma forma bastante usual de fazer essa medição”. Além disso, é inevitável atrelar ações ao calendário promocional, que inclui datas como Natal, Dia das Mães, dos Pais, dos Namorados e das Crianças, entre outras. “E embora alguns shoppings tenham uma linha de comunica- ção definida, que pode ser mais sóbria, ou arrojada, mais de varejo, há condições de variar essa linguagem para um mesmo cliente em momentos diferentes”, acentua o diretor da We’5. Mas além de conhecer melhor os clientes, saber o que eles querem e realizar a melhor oferta, consolidando assim o processo de relacionamento, as ações de Marketing Direto também podem servir à captação, ainda mais quando se sabe que grande parte do público potencial tende a ser morador da região. “Isso normalmente em um raio de 5 a 7 quilômetros do shopping”, assegura Denoni. “Embora alguns shoppings tenham uma linha de comunicação definida, há condições de variar essa linguagem para um mesmo cliente em momentos diferentes” Paulo Denoni We´5 Às vezes, o cliente da sua empresa é outra empresa. E quando a conversa é business-to-business, o marketing direto é um excelente intermediário. Se você ainda não é associado, faça parte do grupo de empresas que constroem marcas com resultados. Acesse www.abemd.org.br ou ligue (11) 3129-3001. Apoio: Consultorias, Agências de Marketing Direto, Agências de Internet, Empresas de CRM/Database Marketing, Empresas de Telemarketing/Contact Centers, Indústria Gráfica, Empresas de Personalização, Venda Direta, Fulfillment, Logística e Distribuição, Empresas de Comercialização de Listas: tudo isso é marketing direto. CAPA Implementar um programa de marketing de relacionamento em shoppings é um grande desafio. Mesmo nos Estados Unidos, onde essa disciplina no varejo é mais do que veterana e extremamente consolidada nas grandes lojas de departamento, como Saks, Sears e Bloomingdale’s, é ainda uma polêmica falar de sua aplicação aos shoppings. Os cases nacionais e internacionais dessa categoria trazem alguns aprendizados muito importantes. Cadastramento e identificação dos melhores clientes do shopping O MARKETING DIRETO NOS SHOPPING CENTERS POR OTAVIO DIAS* 28 Marketing Direto Um shopping não possui acesso sistemático aos dados cadastrais e transacionais de seus consumidores, pois esses dados estão armazenados em cada loja. A experiência demonstra que buscar esses dados diretamente junto ao lojista é quase impossível, uma vez que todo lojista possui outros concorrentes dentro do próprio shopping e se ressente em compartilhar suas informações. Assim, o shopping necessariamente deve desenvolver a sua própria estratégia de captação de dados, o que acontece normalmente através do preenchimento de fichas cadastrais e da medição de consumo nos períodos das tradicionais promoções sazonais (Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Páscoa e Natal), que na sua grande maioria são baseadas em troca de notas fiscais para fins de sorteio ou recebimento de pequenas indulgências (junte R$ em notas e ganhe ou junte R$ em notas mais R$ em dinheiro e ganhe). Além do aproveitamento destes momentos promocionais, é fundamental investir-se na capacitação de todos os pontos de contato com consumidores – call center, balcão de informações, serviço como uso de carrinho de bebê e site – aproveitando cada um deles para captação e atualização de dados dos clientes. A dificuldade de obtenção dos dados de consumo (valor, artigo e loja), normalmente limitada aos momentos promocionais, pode ser parcialmente suprida pela criação de uma ficha cadastral realmente completa e “inteligente”, que consiga, por si só, trazer informações demográficas, psicográficas e, preferencialmente, atitudinais sobre os clientes, contribuindo para o direcionamento e segmentação adequada do banco de dados, tanto para fins de filtro de participação no programa, como também para viabilizar a personalização de cada ação de relacionamento. Envolvimento do lojista O lojista normalmente tem resistência a abrir para o shopping os dados de faturamento, e, por esse motivo, as mecânicas de relacionamento com apresentação de notas fiscais normalmente acabam tendo grande resistência. É muito importante, em paralelo à estratégia de relacionamento com clientes, implementar-se uma estratégia complementar de envolvimento e engajamento do lojista junto ao programa, fazendo-o enxergar as vantagens que este tipo de trabalho traz para shopping e também para a sua loja. Segmentação da base Um programa de relacionamento, em sua essência, deve prestigiar os melhores clientes ou os segmentos de clientes que mais interessam ao shopping. O volume de pessoas que compram e circulam num shopping é muito grande, e dificilmente um budget de relacionamento viabilizaria um programa muito amplo. Assim, é importante que o shopping defina com clareza o perfil dos clientes que participarão do programa: clientes de alto valor (VIPs), clientes influenciadores (formadores de opinião), clientes residentes em determinada região geográfica, clientes de uma determinada faixa etária ou clientes de determinado perfil atitudinal. É também importante que seja estabelecido um volume máximo (teto) de participantes no programa, com regras de entrada, permanência e saída, para que o programa não se transforme, em longo prazo, numa bola de neve. Formatos do programa Um programa para shoppings pode ou não estar baseado em pontuação e premiações, ou seja, no conceito de recompensa. A maioria dos programas dos shoppings brasileiros está atualmente direcionada aos clientes VIPs, oferecendo privilégios proporcionais aos gastos do cliente no shopping. Exemplo: se um cliente gasta acima de um determinado patamar, passa a ter direito a estacionamento com manobrista. Esse formato é muito interessante, pois facilita o filtro de quem participa e a medição do resultado que o programa traz (gasto, mesmo que parcial, do cliente no shopping), mas pode correr o risco de excluir clientes altamente importantes, que eventualmente não se dispõem a apresentar notas ou não se interessam pelo benefício oferecido. Por isso, um outro caminho a ser adotado é o conceito de reconhecimento, que estabelece o perfil de participantes no programa com base na ficha cadastral (dados demográficos, psicográficos e atitudinais) e em geoprocessamento (que define a região de influência do shopping), estabelecendo um calendário de ações de relacionamento, independentemente da apresentação de notas fiscais pelo cliente. Tipos de comunicação Muitos programas de relacionamento em shoppings são essencialmente baseados em comunicação, que podem ser dirigidas a cada cliente (visão individual) ou ao seu domicílio (visão familiar). Algumas práticas comuns nesta categoria são: revista ou newsletter do shopping, avisos de promoções em datas de varejo, cartão de aniversário, inaugurações de lojas, eventos do shopping, entre tantas outras oportunidades. Mesclar o universo online e offline e contemplar comunicações informativas, promocionais e de encantamento é o caminho ideal para equilibrar o foco comercial com o foco institucional de um programa como este, que deve ser encarado tanto como um instrumento de ampliação de resultados para o shopping (vendas), quanto como um instrumento de valorização da marca e seu posicionamento (branding). O retorno sobre o investimento A avaliação de resultados deve contemplar nível de satisfação, aumento de tráfego no shopping, aumento de compra per capita e por domicílio (household), aumento de participação em promoções e eventos do shopping e aumento da força da marca. Para auditar esses índices, é fundamental ter um grupo de controle (participantes versus não-participantes) e mesclar técnicas de pesquisa com estudos analíticos de banco de dados. Conclusão final Muitos programas de relacionamento de shoppings no Brasil nasceram e morreram em poucos anos. Portanto, considere os aprendizados aqui relatados em seu futuro projeto, mas, acima de tudo, invista fortemente numa fase de pesquisa e planejamento, quebre paradigmas e lembre que não existe receita de sucesso: o melhor formato dependerá do posicionamento e objetivos estratégicos de cada negócio. * Sócio e presidente da GreyZest Direct (e-mail: [email protected]) Marketing Direto 29 CATÁLOGOS UMA QUESTÃO CULTURAL No Brasil, a venda direta através desse canal nunca deslanchou efetivamente, mas aliada a outros meios eletrônicos pode ser potencializada. A venda de produtos através de catálogos impressos nunca “pegou” no Brasil. Embora sejam poucas, existam empresas que utilizam esse formato de venda direta e apostam que o negócio ainda carrega boas perspectivas com a estabilidade da economia. Até porque estas operações colocam na rua atualmente mais de 20 milhões de catálogos por ano, um número nada desprezível. O principal obstáculo apontado por profissionais que comandam estas operações passa sobretudo pela questão da falta de cultura do consumidor brasileiro. Mas por que efetivamente não se criou essa cultura aqui? O fato é que vivemos durante anos sob regime hiper-inflacionário o que inviabilizava a manutenção de preços. Até o catálogo chegar às mãos do cliente, o preço do produto era em muitos casos mais que o dobro, o que inibiu a criação de hábito de compra à distância. Mas não é só isso, o consumidor brasileiro sempre foi desconfiado, com receio de não receber a mercadoria que comprou. Atualmente, o próprio comércio eletrônico ainda padece um pouco desse mal. 30 Marketing Direto Para o diretor de marketing da Hermes, Gustavo Bach, um dos entraves é convencer o cliente de que ele pode confiar na empresa da qual está comprando a distância. “Em alguns casos, outro complicador é o fato de o consumidor não poder experimentar o produto que deseja adquirir. E também é preciso considerar que a pessoa fica com receio de o processo ser complicado e pouco confiável caso queira realizar uma troca”. A Hermes foi fundada por imigrantes alemães em 1942 e atualmente possui quatro canais de vendas: por Marketing Direto, que se divide em dois, sendo um para classes mais baixas e outro para aquelas de maior poder aquisitivo; venda porta-a-porta, na qual possui 350 mil revendedoras em todo o Brasil; e cinco lojas de departamento no Estado do Rio de Janeiro, focadas nas classes C e D. Diferente dos países latinos, o sucesso da venda por catálogo é grande no Primeiro Mundo, sobretudo nos Estados Unidos. “O brasileiro, e por que não dizer, o latino de uma forma geral, gosta de negociar descontos, o que nesse tipo de operação não é possível”, explica o diretor geral da “Os campeões de venda ultimamente são DVDs e câmeras digitais. Isso porque são sonhos de consumo e atualmente estão com preços mais acessíveis, além da possibilidade de parcelamento” Gustavo Bach da Hermes Margens A pressão pela obtenção de break even devido aos altos custos de produção e postagem faz com que as empresas tenham que buscar o equilíbrio entre o volume de produtos de margem baixa (como eletrônicos e informática), com itens diferenciados e exclusivos, de margem significativamente mais alta. “Como as linhas de cama, mesa e banho e de utilidades domésticas”, conta o diretor de marketing do Shoptime, Marcelo Lobianco. “Além disso, com a chegada da Internet, muito mais dinâmica e que permite oferecer um leque muito maior de opções, as táticas devem ser reavaliadas constantemente”. O Shoptime nasceu em 1995 como modelo de TV Home Shopping e um ano depois implantou sua operação por catálogo. “São quase 3 milhões de catálogos distribuídos anualmente para clientes Shoptime, dentro do critério de recência, freqüência e valor”, explica Lobianco. A empresa mantém dois centros de captação responsáveis pelas vendas da TV, catálogo e 15% da internet, com 70 posições de atendimento, trabalhando 24 horas ininterruptamente. Mas se para ter sucesso é preciso avaliar em minúcias o mix de produtos e da mesma forma os custos da operação, também se deve ter um sistema de estocagem e distribuição de produtos eficaz. Segundo conta o diretor da Somlivre.com, que distribui no mercado 160 mil exemplares de seus catálogos a cada dois meses, a empresa possui serviço de fulfillment terceirizado e um depósito de 2.200 metros quadrados, com aproximadamente 60 funcionários – “número que pode crescer dependendo da demanda para picking e estocagem de produtos”. Já a Hermes, segundo Bach, tem um centro de distribuição com capacidade para expedir 35 mil itens por dia. O Shoptime também tem um centro de distribuição em São Paulo. “Fazemos como o varejo tradicional: compramos, estocamos e entregamos em qualquer lugar do Brasil”, diz o Lobianco. O diretor da Datalink lembra que muito importante é determinar para quem e em que tempo é enviado o catálogo. “Assim, pode-se atender aos pedidos num prazo que seja bom tanto para o consumidor quanto o fornecedor”. Nesse sentido, tudo pode ser vendido por catálogo. Desde os artigos mais tradicionais, como CDs, DVDs, livros, até eletrodomésticos e eletrônicos. Vai depender do mercado em que se opera e os tipos de clientes que se está abordando. “Trabalhamos com 300 itens em nosso catálogo, em grande parte diferenciados e exclusivos, como nossa linha de cama, mesa e banho”, reforça o diretor do Shoptime. Preço Diferente deste, a Somlivre.com, que no passado fez algumas ações com venda de eletrônicos, informática e até brinquedos, teve mais dificuldades justamente com a comercialização de roupas. “Ainda assim, entendo que estas barreiras estão cada vez mais fáceis de serem derrubadas, já que há maior facilidade em descrever os produtos e as imagens são mais detalhadas o que potencializa o processo de convencimento na venda a distância”. Mas também há Beto Roma consultoria Datalink, Márcio Ribeiro. Nesse sentido, a venda direta por catálogos pode ser considerada de risco, porque além da questão cultural, envolve uma série de fatores e custos operacionais, como produção, postagem, atendimento por telemarketing, que se contrapõem às baixas margens de contribuição obtidas com a maioria dos produtos que são de baixo ticket médio, como CDs, DVDs, livros. “É por isso que a expansão de uma operação via novos assinantes deve ser muito bem avaliada”, avisa o diretor comercial e de marketing da Somlivre.com, Fábio Cecotto Vargas, que disponibiliza em seus catálogos algo em torno de 100 mil produtos entre CDs, DVDs e livros e conta ainda com catálogo de produtos exclusivos. “São coletâneas cuja venda é feita somente na Somlivre.com”. A empresa tem operação multicanal e faz atendimento 24 horas, entregando em todo o Brasil e mais 240 países, o que lhe proporcionou faturamento de R$ 70 milhões em 2004. “São quase 3 milhões de catálogos distribuídos anualmente para clientes Shoptime, dentro do critério de recência, freqüência e valor” Marcelo Lobianco do Shoptime Marketing Direto 31 CATÁLOGOS trechos das músicas antes da decisão de compra de um determinado CD e até mesmo saber mais detalhes de um artista ou diretor de um DVD”. Internet e telemarketing “As barreiras estão cada vez mais fáceis de serem derrubadas, já que há maior facilidade em descrever os produtos e as imagens são mais detalhadas” Fábio Cecotto Vargas da Somlivre.com fatores mais diretos que determinam a maior ou menor facilidade da venda, como o preço. “Os campeões de venda ultimamente são DVDs e câmeras digitais. Isso porque são sonhos de consumo e atualmente estão com preços mais acessíveis, além da possibilidade de parcelamento”, confirma Bach. Lobianco explica que no segmento de utilidades domésticas, os campeões de vendas são grill aroma, yogurteira e máquina de pão. “São acessórios indispensáveis para uma cozinha prática e rápida nos dias de hoje”. Além de poder descrever em detalhes seus produtos em material impresso, a Somlivre.com tem um suporte para demonstração. “Por telemarketing o consumidor pode ouvir os 32 Marketing Direto Os catálogos impressos, como não poderia ser diferente, têm sua sobrevivência colocada em cheque com o avanço da Internet. Mas a visão dos profissionais que controlam essas operações é totalmente diferente. Até porque há empresas que começaram a operação na Internet e passaram a editar catálogos impressos como ferramenta de apoio a vendas, como é o caso do Submarino e até mesmo do Shoptime que começou com TV. “O perfil de leitura do catálogo é diferente da navegação em frente ao monitor. E isto se reflete na cesta de compras”, diz o diretor do Shoptime. Ele se refere ao fato de as compras pelo meio eletrônico terem caráter mais individualista e no catálogo impresso serem mais “família”, com mix diferenciado de produtos. Embora a Internet venha aumentando sua penetração, dos 27 milhões de internautas, apenas 4 milhões são e-consumidores. “Sem dúvida, haverá uma parcela de consumidores off-line que migrarão para o meio eletrônico, mas ainda há um enorme universo de compradores do varejo tradicional que estarão primeiro experimentando a compra pelo catálogo e telefone”, avalia Cecotto. Um exemplo claro vem da própria Somlivre.com que estimula o consumidor a acessar a Internet através do catálogo, DRTV e folhetos para realizar a compra. “Ainda assim, e principalmente no catálogo, 97% do retorno é via telemarketing”. O perfil do postado deve ser cada vez mais seletivo, na visão de Lobianco. “Além disso, é importante registrar que o cliente multicanal tem uma recência maior, entregando tickets de margens melhores, sendo mais fiel à marca”. Para o diretor de marketing da Hermes, na venda por catálogo, qualquer pessoa em qualquer localidade do território nacional pode efetuar uma compra por telefone ou ficha de pedidos. “Vai demora ainda para a Internet se tornar realidade em muitos lugares no Brasil”, finaliza. “É muito importante determinar para quem vai se enviar o catálogo e em que tempo é enviado. Assim, pode-se atender aos pedidos num prazo que seja bom tanto para o consumidor quanto o fornecedor” Márcio Ribeiro da Datalink Veja na próxima edição da revista Marketing Direto matéria sobre catálogos via operação eletrônica. QUANDO TUDO COMEÇOU POR PIO BORGES* A primeira coisa a ser dita sobre o catálogo da Sears e o Marketing Direto é que foi o catálogo que inventou o Marketing Direto e não o Marketing Direto que inventou o catálogo. E isto, embora possa parecer um jogo de palavras é muito importante. Já foi importante em 1876 quando saíram os primeiros catálogos (Montgomerry Ward e Sears) e é importante hoje quando globalmente todas as empresas visam resultados. O catálogo da Sears nasceu como uma resposta inteligente de homens de negócio que entenderam as novas possibilidades oferecidas no mercado e através do catálogo foram capazes de explorar estas possibilidades ao máximo. Os ingredientes no fim do século 19 nos Estados Unidos, resumidamente eram: - Correio funcionando com diligências e trens cobrindo o país inteiro; - Guerra Civil terminada e inúmeras propriedades necessitando reconstrução e aprimoramentos; - Fabricantes e inventores trazendo novidades para facilitar a vida das pessoas, desde carros a gasolina, bicicletas, a máquinas de fazer sorvete; - Máquinas gráficas capazes de imprimir e encadernar publicações com grandes tiragens; - E por fim, mas não menos importante, uma corrente migratória de europeus menos privilegiados – quase pobres – se instalando no novo país que os havia escolhido para dar uma vida melhor a seus filhos. Chicago era um grande centro comercial para onde convergiam estradas de ferro, navios, diligências. Era a porta do grande país aberto para o Oeste e onde as pessoas iam comprar produtos para a sua nova vida. Se fosse possível evitar as viagens para compras e as compras pudessem ser feitas à distância, seria possível vender muito mais. O catálogo foi esta resposta. É interessante que a capa do exemplar que ilustra esta matéria contém uma frase muito inspiradora: Consumer Guide. O catálogo da Sears além de vender foi o primeiro guia do consumidor, confiável e por isto merecedor da fama como o mais famoso de todos os catálogos por quase 100 anos. Hoje, no Brasil, tal como nos Estados Unidos do final do século 19, há uma lista de “condições propiciatórias” tão encorajadoras quanto as que listei acima. Um desafio que faço aos leitores da revista Marketing Direto é o de me enviarem a lista das dez condições que consideram mais empolgantes para um novo salto do Marketing Direto. Acredito, que seu maior prêmio será a própria chance de pensar como explorar melhor as oportunidades do Marketing Direto no século 21. * Presidente da PB Comunicação Dirigida (e-mail: [email protected]) Catálogo da Sears, um dos primeiros do Marketing Direto, lançado no século 19 Marketing Direto 33 MERCADO BRASIL TEM CASES FINALISTAS NO ECHO AWARDS 2005 As agências de Marketing Direto E|Ou, Fábrica, OgilvyOne, Salem, Sun MRM e Sunset receberão troféus no DMA International ECHO Awards 2005, que avalia estratégia, criação e resultados. Organizado pela DMA – Direct Marketing Association, é um dos prêmios mais importantes e tradicionais do Marketing Direto do mundo. O anúncio de quem levará ouro, prata ou bronze acontecerá na cerimônia do prêmio, dia 18 de outubro em Atlanta, nos Estados Unidos, durante a 88ª DMA Conference & Exhibition. A E|Ou marketing de relacionamento é finalista com o case de lançamento da TV Rá Tim Bum, canal infantil por assinatura da TV Cultura. A Fábrica Comunicação Dirigida concorre com “Desafio Paulo x Bia”, campanha que integrou diversas ferramentas como TV, revista, rádio, mala direta e web para despertar o interesse pela assinatura do jornal O Estado de S.Paulo. A OgilvyOne têm dois cases finalistas, “Enxugue seus Custos” e “Outsourcing Estratégico IBM - Terceirize para semear novos negócios” ambos desenvolvidos para a IBM. TORPEDOS SMS DA VOLA AJUDAM A REDUZIR A INADIMPLÊNCIA 34 Marketing Direto A Salem concorre a um ouro, prata ou bronze com o case “Filósofos”, criado para o ABN Banco Real, que visava uma aproximação com o dia-a-dia de importantes clientes. Já Sun MRM receberá uma estatueta com o case “Parceria Sony Universidades”, que usa a qualidade dos equipamentos profissionais da Sony como isca para atrair mais alunos para as faculdades de comunicação. Também com dois cases finalistas, a Sunset compete com os trabalhos “Gota D’Água”, criado para a ABFL, e “Receitas de Sucesso”, para a Revista Exame. Para as duas ações foram desenvolvidas estratégias de marketing integrado, mesclando várias disciplinas da comunicação, como Marketing Direto, incentivo, web e advertising, buscando sempre uma abordagem diferenciada, tanto na forma, quanto na linguagem das peças criadas. A ABEMD está organizando o Grupo ABEMD/Brasil para a Conferência da DMA que acontece entre os dias 15 e 19 de outubro. Mais informações podem ser obtidas enviando um e-mail para [email protected]. A Randon Consórcios, representante da área de serviços das empresas Randon, atualmente reconhecida como uma das maiores e mais confiáveis administradoras de consórcios do Brasil, é a primeira empresa no país no seu segmento de atuação a adotar o envio de mensagens de texto no celular (torpedos SMS) como ferramenta de comunicação com os seus consorciados. A empresa escolheu a solução VolaSMS da Vola Brasil para integrar em seu sistema de CRM. Aproveitando a versatilidade deste meio de comunicação, a empresa implementou a solução VolaSMS em diversas ações, entre elas o alerta aos consorciados sobre o vencimento de parcelas. Este serviço ajuda a reduzir a inadimplência e o atraso no pagamento de uma maneira econômica. KSR Distribuidora lança programa de relacionamento A KSR Distribuidora, unidade de negócios da Votorantim Celulose e Papel para distribuição de papéis e produtos gráficos, lança o Programa Leal, que visa fortalecer o relacionamento da distribuidora com seus clientes a médio e longo prazos. As empresas são premiadas de acordo com critérios que incluem cadastramento ao programa e volume de compras, além de atitudes positivas como a pontualidade nos pagamentos e freqüência de compras. A expectativa é que participem cerca de 11.500 empresas dos setores gráfico, editorial, jornalístico, de embalagens e, ainda, papelarias e copiadoras. O programa levará dez clientes da KSR para assistir a Copa do Mundo 2006 na Alemanha, além de distribuir prêmios como computadores, motos, laptops, impressoras, celulares, entre outros. “Com o Programa Leal pretendemos estreitar ainda mais o vínculo com os pequenos e médios clientes no Brasil”, destaca João Lalli Neto, diretor geral da KSR Distribuidora. Além da pontuação por compras e atitudes positivas, a KSR vai trabalhar com um sistema baseado em metas, denominadas dobradinhas. O cliente inscrito no programa receberá bimestralmente, uma quantidade de dobradinhas, em leais, que é a “moeda” do programa. Cumprindo as dobradinhas, ele acumula leais em dobro, que podem ser convertidos em prêmios. “Desta forma o cliente conquista a quantidade de leais para trocar por prêmios”, garante Lalli. Um dos grandes diferenciais do programa é que os pontos adquiridos são transformados em leal (L$). “Criamos o leal porque essa palavra diz tudo sobre a atitude de fidelização que buscamos despertar”, destaca Eliana Lobão, gerente de marketing da KSR. O Programa Leal cria um forte diferencial competitivo para a KSR, permitindo mapear o mercado comprador, atualizar e quantificar a base de clientes, identificar novas oportunidades de negócios e criar um meio diferenciado de comunicação com as empresas clientes. Marketing Direto 35 MERCADO NEOGROUP LANÇA AGÊNCIA EPIC COM NOVA PROPOSTA DE MERCADO A holding de comunicação NeoGroup lança a Epic, sua nova agência criada com o objetivo de atuar em nichos de mercado e com a proposta de atender a clientes com necessidades distintas e com grande perfil de segmentação. Não se trata de produtos ou serviços mais caros ou raros, mas sim com características mercadológicas que exigem um trabalho focado e específico. “Nosso foco são as empresas de middle market, que não têm todas as suas necessidades atendidas por pequenas agências e que também não têm poder de fogo para contratar grandes agências. A Epic surge justamente com a proposta de atender a esse perfil de cliente, com preços competitivos”, explica Alexandre Chumer, CEO da NeoGroup. O executivo enfatiza que o diferencial da Epic está no fato de que a agência enxerga o cliente em todas as suas necessidades de comunicação. “Nossa experiência profissional permite que visualizemos o cliente sob um ângulo de 360º. Isso é um grande diferencial, que exige um know how grande em comunicação. Ao mesmo tempo em que temos uma visão focada do core business do cliente, o vemos de forma completa, no que diz respeito às possibilidades de comunicação, de forma única e integrada”, diz. A agência é resultado da união de Alexandre Chumer, criador da NeoGroup, e Fernando Fiasco e Matheus Marangoni, ambos publicitários e professores da ESPM. A criação da agência surge da decisão de reposicionamento do grupo e do foco voltado totalmente à propaganda de nichos. “A segmentação é uma tendência muito forte do mercado publicitário mundial há algum tempo e agora também no mercado brasileiro. Para isso, optamos por uma formatação de agência focada no atendimento dirigido, de acordo com a realidade de cada cliente”, completa Chumer. A Epic conta também com uma estrutura nos Estados Unidos. A Zest Marketing é o braço da Epic em território americano há mais de um ano. Por meio da Zest, hoje com 13 profissionais, o grupo atende clientes como Piola, Confiança Moving e Globo SuperStation. No Brasil, a Epic já tem como clientes CPV Vestibulares, Door to Door Logística e Distribuição, SAS Business Intelligence e Wendler Blindagens Automotivas. 36 Marketing Direto Grube Editorial lança serviço de download de informações estratégicas O portal de relacionamento www.callcenter.inf.br, da Grube Editorial, lançou o serviço de download de informações estratégicas do Ranking Call Center.Inf.Br. Os usuários podem baixar os cadernos especiais com informações institucionais e comerciais das empresas de call center, obtendo assim dados completos a respeito de serviços, produtos e clientes. A novidade é gratuita para as empresas e usuários, e já conta com as apresentações das empresas Sercom e Voxline. Para baixar os arquivos, os usuários, que hoje ultrapassam a média de 130 mil visitas por mês, precisam apenas preencher um cadastro e, a partir disso, têm acesso liberado às áreas semi-restritas do portal. O acesso ao conteúdo total é uma exclusividade dos assinantes da revista Cliente SA. Embrace completa cinco anos A Embrace – Marketing de Relacionamento completou em agosto cinco anos de atividades no território gaúcho. Idealizada por Claudio Nudelman Goldsztein após um longo período de estudos e pesquisas, a empresa oferece soluções integradas de todos os serviços de Marketing Direto, estratégias de retenção de clientes e programas de fidelidade, permitindo que a agência seja responsável pelo planejamento, criação, consultoria e operação de projetos com foco no marketing de relacionamento. Goldsztein conta que também que entre os mais recentes clientes, encontram-se Medex e Lojas Levi’s, especialmente as duas lojas franqueadas da marca, localizadas em Porto Alegre. “Também estamos preparando outras novidades”, adianta o diretor de planejamento. Ele divide a sociedade da Embrace com Rogério Voges Pinheiro desde 2002, que atua como diretor de Informações. A Embrace está fora do eixo Rio-São Paulo mas atua em todo o Brasil. Hoje, são mais de 30 clientes atendidos. A agência já desenvolveu ações para empresas como: GNC Cinemas, Nacional Supermercados, Goldsztein S.A., Grupo OESP, Unisinos, Drogaria Catarinense, Tintas Renner, Lojas Paquetá e Gaston, entre outras. Gafisa inicia relacionamento com corretores de imóveis por SMS A m-Direct, em parceria com a agência de propaganda Laxmi, realizou para a Gafisa, incorporadora imobiliária, uma ação de relacionamento por SMS com cerca de mil corretores de diversas imobiliárias que comercializam seus imóveis no Rio de Janeiro. A ação começou com um convite para apresentação da campanha “A Hora é Essa!” em evento no Claro Hall. Mensagens de incentivo, premiações e informações sobre o atingimento de metas de vendas chegaram nos celulares dos corretores durante o mês de julho. A ação culminou com um convite para o grande sorteio de uma Pajero entre os corretores que participaram da campanha. Para a Gafisa o grande valor percebido foi poder enviar mensagens de incentivo e relacionar-se diretamente com corretores de diversas imobiliárias parceiras a qualquer hora e onde quer que eles estivessem, aumentando assim a presença de sua marca junto à força de vendas. Para os corretores, além da relevância das informações contidas nos SMS recebidos, a mDirect e a Laxmi se preocuparam em dosar muito bem a freqüência dos envios dos SMSs de forma a manter alta a percepção de valor das mensagens enviadas aos corretores. e|ou cria ação de Marketing Direto Peugeot Buzz desenvolve ações de Marketing Direto para a Blockbuster A Blockbuster, rede mundial de locação de vídeos, apostou nas férias escolares para atrair seus clientes inativos de todo o Brasil, através de mala direta elaborada pela Buzz, agência de comunicação dirigida. A parceria da empresa com a agência teve o objetivo de comunicar seu novo diferencial: a devolução prolongada que dá ao cliente a opção de ficar três noites com o filme alugado e, assim, curtir ainda mais as férias, além de um ticket alugue 3 filmes, pague 2, e de uma promoção de Haagen Dazs leve 3 pague 2. Os novos clientes também receberam um welcome de bolso desenvolvido pela Buzz, que possibilita guardar a carteirinha Blockbuster e consultar de forma fácil e divertida todos os benefícios da rede. A e|ou criou a mala direta para o lançamento do Peugeot 407 e 407SW. A peça segue o mesmo conceito da campanha, “Perto dele, os outros parecem brincadeira”, destacando os principais atributos do carro e convidando para um coquetel de lançamento a ser realizado nas concessionárias de todo o país. A mala foi distribuída para 5 mil nomes do mailing VIP das concessionárias. “Foi muito interessante para a e|ou participar do lançamento deste modelo tão importante para a Peugeot”, diz Fábio Souza, diretor de atendimento. Marketing Direto 37 MERCADO Capacitação profissional e primeiro emprego no “Projeto Escola-Empresa” Parceria entre a TMKT e a Escola Estadual Godofredo Furtado qualifica 44 estudantes para a função de operador de telemarketing. Desse total, 21 integrantes da turma foram absorvidos pela empresa. O Projeto Escola-Empresa encerrou o primeiro semestre de 2005 com ótimos resultados. A turma de 44 alunos, composta por estudantes do terceiro ano do ensino médio e do supletivo, tem em mãos, agora, um importante certificado de capacitação profissional que habilita a exercer a função de operador de telemarketing. Esse desempenho representa a continuidade da parceria entre a TMKT e a Escola Estadual Godofredo Furtado, localizada no bairro de Pinheiros, zona Oeste de São Paulo. A proposta dessa iniciativa social reúne, além da formação para o mercado de trabalho, a oportunidade do primeiro emprego. Prova disso, é a absorção imediata, pela própria TMKT, de 21 estudantes que concluíram o curso. “Sabemos que muitos jovens terminam seus estudos e não conseguem uma colocação profissional. Assim, oferecemos, conjuntamente, qualificação para um setor que necessita de um volume elevado de mão-deobra e a chance de vivenciar uma profissão com forte potencial de crescimen- to no futuro”, destaca João Alves, diretor de recursos humanos da TMKT. Para o segundo semestre, estão programadas duas novas turmas com 25 alunos cada, divididas nos períodos da manhã e noite. As aulas, ministradas no laboratório de informática da Escola totalmente reformado pela empresa parceira, terão início em agosto e serão dadas por instrutores especializados. O conteúdo curricular será aplicado em uma carga horária de 64 horas e engloba Informática, panorama sobre o mercado de trabalho, aulas de telemarketing e língua portuguesa, fundamental para a correta utilização do idioma no ambiente profissional, seja de maneira falada ou escrita. “É gratificante identificar nos alunos que, além do auxílio profissional, o Projeto é capaz de potencializar aspectos pessoais, como a comunicação e a descoberta de habilidades”, conclui Alves. Desde seu início, em 2004, o Projeto Escola-Empresa já capacitou 90 alunos. NOVAS CONTAS A A+FCVA Propaganda e Marketing Direto conquista a conta da Telefônica. A agência fará o “Oportunidades”, informativo mensal para pequenas e médias empresas. A ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil firma uma parceria com o Grupo CMA, multinacional brasileira, e passará a utilizar o sistema CMA Mail para realização de ações de promoção comercial, comunicação e relacionamento com associados e parceiros. O serviço, que pode estar integrado ao banco de dados da empresa, é um eficaz instrumento para prospecções de mercado e fechamento de vendas, permitindo análises das ações em tempo real. 38 Marketing Direto Depois de disputada concorrência entre três grandes agências interativas do mercado, as cervejarias Kaiser comunicam a entrega da conta digital da marca Kaiser para a Euro RSCG 4D. A escolha de uma nova agência faz parte do reposicionamento da marca, coordenado pelo diretor de marketing Marcelo Toledo, que vêm implantando mudanças significativas em toda a comunicação. A Euro RSCG 4D também comunica a chegada da ONG Doutores da Alegria como o mais novo cliente da casa. A agência passa a cuidar da comunicação dos “Doutores”, usando os seus 4 “Ds”: digital, data, drive e direct. Além de produzir, voluntariamente, campanhas e ações de Marketing Direto, a fim de aumentar a receita de doações para a ONG, a Euro RSCG 4D também vai criar o site do longa-metragem de Mara Mourão, que tem como tema o trabalho dos Doutores da Alegria. A Tugarê foi a agência contratada pela Schering do Brasil para desenvolver várias campanhas para o segundo semestre e o próximo ano. Os trabalhos de planejamento e criação contemplam ações de relacionamento com a classe médica, e campanhas em pontos-de-venda, distribuidores e consumidor final. Para Débora Ochoa, diretora de atendimento, trabalhar com a Schering do Brasil é um desafio mais do que interessante. “Temos que desenvolver estratégias nacionais para divulgar produtos mundiais. As ações têm que ser tropicalizadas sem perder a força das idéias originadas aqui”, avalia. MERCADO DE TRABALHO A A+FCVA reforçou o time de profissionais. Para cuidar da redação publicitária e de projetos especiais, trouxe a jornalista Elizabete Morais Delfino, ex- Estúdio Elifas Andreato e ex-Editora Globo. Marina Tiemi Kageyama, ex-J3P Propaganda, faz atendimento para a nova conta da Telefônica. A Copyright Comunicação contratou dois novos profissionais que passam a integrar as áreas de atendimento e planejamento. A equipe, dirigida por Renato Mesquita, agora conta com o apoio de Thiago C. Nori, ex-Loducca22, que assume a gerência de contas de Unibanco e Unicard, e de Andrezza Cadete, ex-Datasearch, que passa a atuar como gerente de contas da Fundação Getulio Vargas e ADL Partner. A Datamidia,FCBi contratou 15 profissionais para criação, web, planejamento, atendimento, tecnologia e digital. As contratações se devem à conquista dos seguintes clientes: Motorola, Supermercados Pão de Açúcar e Visa Vale. A chegada dos profissionais à Datamidia,FCBi também antecipa demandas futuras, com o fechamento de outros contratos em andamento. André Ximenez, Leticia Figueiredo Thenard, Letícia Mello, Luciano de Oliveira e Nataly Gomes Santos estão na equipe de planejamento. Para criação os novos profissionais são Lúcia Alves e Daniela Ressia. A área de web conta agora com Igor Pires de Almeida. Tecnologia com Ricardo Gomes e Sônia Ike de Oliveira. Administração com Alessandra Di Vietro, Marcia Alves de Oli- veira e Valéria Braga. Alessandro Guidini e Pedro Reiss fazem parte da área digital como supervisor de criação digital e gerente de planejamento digital, respectivamente. Jone Valeri passará a ser o responsável pela área de Mídia Digital se reportando diretamente para o presidente da agência, Aurélio Lopes. A e|ou marketing de relacionamento contratou a executiva de contas Juliana Nagy, ex- Lowe Ltda, W/Brasil Publicidade e Young & Rubicam, e a redatora Thaís Braga Fabris, ex-Young & Rubicam, DirecTV e Fracta. O executivo Max Basile assume a vice-presidência de marketing e produtos da Equifax. Com a proposta de posicionar a Equifax Brasil em linha com sua liderança global, o executivo tem com metas ampliar a oferta de produtos com foco na gestão inteligente de informações para decisões de negócios, alavancar e fortalecer o relacionamento da empresa com os diversos mercados em que atua. Max Basile acumula experiência de 15 anos no mercado nacional e internacional. Durante quatro anos atuou na divisão produtos ao consumidor no escritório da Visa Internacional para as regiões América Latina e Caribe, em Miami. Em 2003 regressou ao Brasil, assumindo a diretoria de desenvolvimento de negócios da Visa no Brasil. Sua experiência anterior inclui também a gerência geral de cartões do Banco Safra e a gerência de produtos de cartões de BankBoston. A Latina Comunicações, dando prosseguimento ao seu processo de expansão, contratou a executiva de contas Rose Leme, ex- Tribo e ex-RA3N, para reforçar seu atendimento. Rose vai cuidar das contas da Agfa-Gevaert, Orbys e HG2. Com a conquista de oito contas em quatro meses (AGF Seguros, Abigraf, Colombo, Anhembi Morumbi, FMC Química, Jones Lang LaSalle, Delphi e Duke Energy), a Le Pera anuncia treze reforços para o time. Jane de Freitas, ex-Lowe e Publicis, é a nova diretora de atendimento. Roberto Bastianetto, ex-ZB Estratégia e Comunicação, será o gerente de grupo de contas. Bia Magalhães, ex-Agnelo Pacheco, e Paula Cravo, ex-Design com Z, são as novas executivas de contas. David Levy, ex-G’ Staff, e Fernando Freitas, ex-Grey, entram para o time de redatores da agência. Ainda na criação, Alexandre Vale, ex-Tienpo BBDO - Barcelona, e Luiz Ernani (Tim), ex-JWT, ampliam a direção de arte da Le Pera. Cao Oliveira, ex-Taterka, entra para a finalização da agência e Marina Spirandelli, ex-Invision, é a nova revisora. Raphael Correa, ex-Agência Clímax, entra para o departamento de arte online e Marcelo Monteiro, exPublique, reforça o departamento de mídia. E, para completar os reforços, Maira Bello, ex-Madia & Associados, será assistente de novos negócios. Para o presidente da Le Pera, Marcos Le Pera, a agência está crescendo em ritmo acelerado. A Le Pera cresceu 105% nos últimos quatro meses, após a implementação do novo posicionamento estratégico. “Nossa meta é crescer mais 100% até dezembro”, conclui Marcos. Marketing Direto 39 LEITURA CÂMARA-E.NET LANÇA TERCEIRO LIVRO DA SÉRIE E-DICAS: O DIREITO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO “O Direito na Sociedade da Informação”, que discute os principais temas jurídicos relativos à economia digital, é a terceira coletânea da série E-Dicas, produzida pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net). Esta edição, organizada por Regina Ribeiro do Valle, com o apoio cultural de Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados, reúne 22 artigos de importantes pensadores e formadores de opinião do universo jurídico do Brasil. São abordadas questões sobre o direito na sociedade da informação e na economia digital, a partir dos novos cenários jurídicos criados pelo desenvolvimento das tecnologias da informação na vida das pessoas, das empresas e dos profissionais do direito. Para Regina Ribeiro do Valle, o livro não tem a pretensão de chegar a conclusões sobre os temas abordados, mas enriquecer as discussões sobre o tema. PLANO DE MARKETING É TEMA DE LIVRO LANÇADO EM AGOSTO Fazer com que o leitor se familiarize com as etapas necessárias à elaboração de um plano de marketing e suas implicações para o mercado, para a empresa e principalmente para o consumidor. Esse é o objetivo do livro “Plano de Marketing”, editado pela Thomson Learning e de autoria do professor de pós-graduação da Universidade Metodista de São Paulo, Eder Polizei. O livro auxilia o empreendedor a destacar melhor os pontos cruciais que lhe permitem diminuir o risco de fracasso em um novo negócio e também organizá-los melhor para maximizar o retorno sobre o investimento do planejador, pois além de experiência e intuição, o plano necessita de planificação, estrutura, análise e, finalmente, de mensuração dos dados levantados. O livro visa ser um manual prático, objetivo e sem complicações, recheado de exemplos e aplicações. 40 Marketing Direto NOVOS ASSOCIADOS DA ABEMD EMPRESAS Contractors Peopleware & Technology Atividades: Conceito multicanal de atendimento ao cliente; help desk; televendas; monitoria e auditoria; telemarketing ativo e receptivo; pesquisa de mercado; Internet Call Voz Ip; retenção e fidelização; serviços de telecobrança e teleagendamento; cadastramento e atualização de dados; customer care; geomarketing, database e datamining; e tráfego. Histórico: A Contractors é uma empresa brasileira especializada em implantar soluções de relacionamento com o cliente através contact center. Aliando tradição e inovação, possui avançadas tecnologias para atender seus clientes e oferece a gestão das operações 100% em tempo real, através da web. Localidades em que atua: Brasil. Nome do representante: Valdik Guerra. Site da empresa: www.contractors.com.br Voicecom Atividades: Especialista em utilização do telefone como mídia ou cross-midia. Desenvolve sistemas com tecnologia de URA para receber ou disparar ligações múltiplas simultaneamente, com transmissão seletiva de mensagens pré-gravadas e interatividade inteligente. Histórico: Com o objetivo específico de oferecer so- luções e projetos de telefonia automatizada para as áreas comerciais, de marketing e promoções de vendas, a Voicecom foi formada há 3 anos atrás como resultado de uma sociedade entre os seus diretores, a Midiavox e a Avaya. Localidades em que atua: Escritório em São Paulo, opera também em Recife e tem atuação em nível nacional ou internacional. Nome do representante: Clive Leonard Cannel Ashby. Site da empresa: www.voicecom.com.br PESSOAS FÍSICAS Alexandre Igor Moreira Fernandes, Dimitri Alexander Caldeira Caetano, Marcelo Musa Morais e Priscila Leopoldo e Silva. AGENDA CURSOS, EVENTOS, SEMINÁRIOS E PALESTRAS 20 de Setembro Segmentação e Relacionamento na Indústria Financeira Palestrante: Christiano Ranoya Horário: Das 9h às 12h Local: Auditório ABEMD - Edifício Itália São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 300,00 Desconto para associado ABEMD: 50% Organização: ABEMD Informações e inscrições: (31)3129-3001 / [email protected] 27 a 29 de Setembro Lions Direct Cannes - ABEMD 2005 Palestrante: Sidney Ribeiro, Marco Antonio de Almeida, Patricia Marinho, Alice Leite, Eduardo Souza Aranha, Marcio Salem e Antonio Rosa Neto Horário: Das 9h às 13h Local: Auditório da ABEMD – Edifício Itália – São Paulo - SP Valor da inscrição: R$ 900,00 Desconto para associado ABEMD: 50% Organização: ABEMD Informações e inscrições: (11) 3129-3001 / [email protected] 6 de Outubro Logística para Operações em Marketing Direto Café da manhã com Palestra Palestrante: Fernando Mutarelli Horário: Das 8h às 11h Local: Senac - Belo Horizonte/MG Valor da inscrição: R$ 30,00 Organização: ABEMD-Minas Informações e inscrições: (31) 3297-1233 Observação: As datas e horários dos eventos estão sujeitos a alteração. Marketing Marketing Direto Direto 4 41 1 Causos do Marketing Direto A BANCA DO DAVID POR ANA MARIA MOREIRA MONTEIRO ([email protected]) Presidente da Am3 Call Center Services “Eu tenho uma database com o nome e o telefone das pessoas que compram na minha banca. No dia do aniversário delas, podem passar lá na banca para pegar uma caixa de bombom. Pelos meus cálculos, cada pessoa cadastrada gasta uns 2.500 reais por ano na minha banca. E quanto custa a caixa de bombom que eu dou no aniversário? Seis reais? Pelas minhas contas, é um ótimo negócio.” Essa frase é de um camelô do centro do Rio de Janeiro, o qual venho estudando nos últimos anos. Essa história começou quando eu participei de uma conferência sobre call center na América Latina que aconteceu em Buenos Aires. Quando eu voltava da Argentina, li uma matéria na revista Negócios que me chamou a atenção. O tema era “Executivo da Calçada”, que contava a história de David de Mendonça Portes, um camelô que tinha uma barraca de doces e que ganhava R$ 37 mil por mês. Uma placa com a inscrição “Call Center” com dois números de celular anunciava os telefones para contato. E isso me chamou muita atenção. Quando cheguei no Brasil, liguei e ele me atendeu muito bem. Me contou que dava palestras para empresas por R$ 1.500,00 e tinha como cliente a Embratel. Ele começou a ficar em evidência na mídia e isso facilitou ainda mais minhas análises. David é um homem que não terminou a sétima série, porém dotado de uma enorme criatividade. Morava na Rocinha e trabalhava na gravadora Polygram como motorista, mas foi demitido. Sua esposa estava grávida e ele não tinha como sustentá-la. Foi então que conseguiu emprestado R$ 12,00 para comprar um remédio para sua esposa. Mas ao invés disso, comprou alguns doces e dobrou o dinheiro, pagando a dívida e começando o seu negócio. David faz, por exemplo, parcerias estratégicas com diversas empresas, a exemplo dos consultórios odontológicos. Criou uma cartela para cada cliente com 32 dentes. A cada compra marcava um dente. No final, depois do cliente voltar 32 vezes na barraca, este ganhava uma aplicação de flúor. Com a Embratel ele inventou o “Plano 21”, onde a cada 21 compras o cliente ganhava um cartão telefônico. Olhem o que é fidelização! E ele não gastava nada com isso. Além de tudo, trabalhava com 42 Marketing Direto promoções nas quais dava cestas básicas, etc. Ou seja, de quebra promovia a cidadania também. Atualmente, ele atende 5 mil clientes por dia. Como uma pessoa pode mobilizar tanta gente conquistando parcerias e clientes? O filho que ele esperava há 18 anos cresceu e fez o site www.bancadodavid.com, onde ele vende espaço para anúncios, tem cadastro para franquias e serviço de delivery. Ele tem um banco de dados que é um verdadeiro CRM e faz telemarketing ativo quando chegam os produtos que os clientes gostam. Avaliando David, cheguei a algumas conclusões unindo a palavra camelô ao perfil dele: C – Call center; A – Atenção aos clientes; M – Marketing; E – E-commerce; L – Loja na Internet; O – Ouvir reclamações. Segundo David, a coisa que ele mais presta atenção é quando o cliente reclama ou diz o que gosta. Tracei seu perfil e quase todas as suas características têm a ver com atitude pessoal positiva. São elas: criatividade, visão estratégica de negócios, inspiração, emoção, otimismo, auto-estima, garra, determinação, amor pelo que faz, sensibilidade, entusiasmo, proatividade, humildade, inteligência, bom humor, disponibilidade. Além disso David conhece o cliente e tem produtos de qualidade. Hoje em dia, a hora de palestra dele custa R$ 8 mil. E essa é a história de David, que faz Marketing Direto sem nem saber. Um homem simples que hoje é considerado um dos melhores palestrantes e consultores de marketing e vendas do Brasil. Simplesmente um sucesso! Você também é convidado para ser colaborador da revista Marketing Direto. Compartilhe seus “Causos” com os leitores da revista e ajude a resgatar esse lado folclórico do Marketing Direto brasileiro. Escreva para: [email protected]