SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 FILOSOFIA E CIÊNCIA

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GABARITO
Caderno do Aluno
Filosofia – 3a série – Volume 3
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
FILOSOFIA E CIÊNCIA
Páginas 3 - 4
1. No texto filosófico, as informações se apresentam como relato histórico, como
narrativa. No relatório científico, elas são reveladas por meio de estatísticas e dados
quantitativos.
2. Uma grande diferença está na forma como são relatadas as informações e na
construção do argumento. No texto filosófico, o autor mescla informação histórica
com sua reflexão sobre a morte. No texto científico, o autor ou os autores descrevem
dados estatísticos.
Páginas 5 - 7
1. A Filosofia utiliza diversos gêneros textuais para expressar suas ideias: cartas,
poemas, diálogos, ensaios. A Ciência não faz uso de tão variado universo de gêneros
textuais e o seu modo de expressão é basicamente o relatório de pesquisa; e o artigo
científico. A Filosofia questiona métodos e finalidades da Ciência. A Ciência utiliza
instrumentos para construir dados (telescópios, microscópios entre outros) e a
Filosofia não está associada ao uso de instrumentos.
2. Os procedimentos de pesquisa para elaboração de cada tipo de texto podem ser os
mesmos e podem ser diferentes. A reflexão em um texto filosófico pode basear-se
em dados qualitativos ou quantitativos e a análise em um texto científico também
pode tomar como ponto de partida a leitura de dados qualitativos ou quantitativos.
No caso dos textos analisados para este exercício, temos que a reflexão filosófica não
se apoia em dados estatísticos, ao passo que o relatório científico sim.
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GABARITO
Caderno do Aluno
Filosofia – 3a série – Volume 3
Página 7
As perguntas orientam a entrevista que o aluno deve realizar com os professores da
área de Ciências da Natureza. É importante que os alunos leiam as respostas dos
professores e debatam, destacando críticas às situações nas quais a Ciência é utilizada
para humilhar pessoas. Um exemplo desse tipo de humilhação pode ser observado
quando alguns médicos apresentam diagnósticos de doenças aos seus pacientes em uma
linguagem médica, sem o esforço de traduzir para o senso comum e facilitar o
entendimento do assunto pelos pacientes.
Página 8
1. Resposta aberta, a depender da elaboração dos alunos. Solicite aos alunos a
recuperação das respostas anteriores que apontam diferenças quanto ao tipo de
informação que cada um dos textos contém e quanto ao tipo de pesquisa para sua
realização.
Mas sobretudo alerte que a reflexão deve abarcar a ideia de que no texto filosófico a
morte é tratada como processo a ser enfrentado com naturalidade e como
aprendizado para superação do medo da morte, enquanto no texto científico a morte
é tratada apenas como tema estatístico. Ela ocorre, mas pode ser evitada ou adiada, a
depender de quando melhorarem as condições de vida.
2. A Filosofia consiste em um discurso que pode apoiar-se em argumentos que
questionam posturas do senso comum (como nossa relação com a morte, por
exemplo), sem necessariamente se utilizar de referência a dados estatísticos sobre o
que acontece a contingentes expressivos de pessoas em determinado lugar e sem
recorrer a análises qualitativas, próprias das ciências humanas. A experiência
humana é pensada tomando-se por base a vivência do próprio filósofo e a leitura de
outros filósofos e literatos.
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GABARITO
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Filosofia – 3a série – Volume 3
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
O LIBERTARISMO
Páginas 8 - 9
1. Resposta aberta, a depender dos alunos. Eles podem redigir uma definição baseandose na própria experiência ou em leituras que porventura tenham como referência.
2. Resposta aberta, mas os alunos devem assumir uma posição diante da pergunta e
apresentar uma justificativa.
3. Resposta aberta. Oriente os alunos para que reflitam sobre a própria necessidade de
ser livre: o que motiva essa necessidade? Quais os entraves à sua liberdade?
Páginas 9 - 10
• Resposta aberta, a depender do comentário do aluno, no entanto é preciso que seus
argumentos dialoguem de fato com o texto analisado, ao discordar ou não e justificar
seus posicionamentos. O texto problematiza o tema liberdade, por isto, é importante
que o comentário registre esta problematização.
Página 11
• Resposta aberta, a depender do posicionamento do aluno diante das questões
apresentadas pelo filme. O objetivo é motivar a reflexão sobre uma situação concreta
que envolve o direito à liberdade e a luta contra o preconceito. Há muitos outros
exemplos, de filmes ou de outras atividades, que podem ser usados em substituição a
este proposto, se o professor assim julgar conveniente.
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GABARITO
Filosofia – 3a série – Volume 3
Caderno do Aluno
Páginas 11 - 12
1. Espera-se que o aluno responda negativamente, demonstrando perceber a contradição
existente entre medidas totalitárias, como o golpe de Estado de 1964, do qual
resultou a decretação do AI-5, e princípios como liberdade e democracia. Esta pode
ser uma boa ocasião para trazer à baila uma breve discussão sobre esse período da
história brasileira, talvez até com a proposição de um trabalho interdisciplinar.
Páginas 12 - 15
1. Ação voluntária: aquela em que o sujeito que age é a única causa da ação
(autodeterminação), isto é, o princípio que move a ação reside no próprio agente.
Ação involuntária: é quando ocorre o contrário, ou seja, o princípio que move a ação
é exterior ao sujeito que age (ignorância ou força).
Ação voluntária
Ação involuntária
Alguém decide por si mesmo fazer ou não
Alguém ser levado à força ou necessidade
alguma coisa, como ingerir bebidas, fumar,
para algum lugar ou a praticar alguma ação.
praticar o bem ou o mal etc.
2. Ação voluntária e involuntária: aquela que se dá por escolha do agente, o qual, no
entanto, age por força das circunstâncias. Ex.: Os tripulantes de um navio que
decidem livrar-se da carga para evitar o naufrágio.
Desafio!
Páginas 15 - 16
• Resposta aberta. No entanto, o aluno deve perceber que a leitura do texto fornece
subsídios para que ele responda negativamente, ao perceber que a atitude do senhor
Francisco é determinada, em grande parte, pelas circunstâncias em que vive.
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Caderno do Aluno
Filosofia – 3a série – Volume 3
Páginas 16 - 17
1. Resposta aberta. Porém, os alunos devem compreender que as personagens eram
movidas, principalmente, pelas circunstâncias em que viviam (de extrema pobreza).
2. Resposta também aberta, mas deve haver o questionamento sobre as consequências
de responderem por estes atos e sobre as causas que as suas atitudes provocavam. É
preciso mostrar a importância da reflexão sobre a necessidade de termos sempre que
responder por nossos atos.
3. Resposta aberta. O argumento apresentado no filme é o de que a personagem do
cangaceiro não tivera escolha, dadas as circunstâncias em que vivera desde a
infância. Daí ele não poder ser responsabilizado pelos seus crimes, sendo, portanto,
absolvido.
Página 16
• Para o caso dos alunos que não puderam assistir ao filme e desenvolveram reflexão
sobre o artigo 5º da Constituição, tal reflexão deve contemplar problematização sobre
viabilidade prática dos direitos previstos em lei: quais os entraves que impedem essa
viabilidade? Um entrave que pode ser apontado como exemplo é o da má
distribuição de renda e o impedimento do acesso de grande parte da população aos
benefícios previstos legalmente e aos recursos materiais.
Página 17
Resposta aberta, mas o importante é orientar os alunos para que, ao argumentar e
justificar sua posição, eles dialoguem com o texto. É a possibilidade de decidir em
função da própria vontade, sem causa determinante alheia a essa vontade.
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Páginas 18 - 20
1. Segundo o texto e referência citada, livre-arbítrio é a possibilidade de decidir em
função da própria vontade, sem causa determinante alheia a essa vontade.
2. Porque do fato de Deus conhecer a ordem das causas que dão origem a todas as
coisas não se pode concluir que não há nada que dependa da vontade humana. Nossa
vontade também faz parte da ordem das causas conhecidas por Deus.
3. Porque, mesmo com a ajuda da graça divina, o homem é livre para escolher se vai
praticar o Bem ou o Mal. E isso vale também para os que estão predestinados à
salvação. Ou seja, para o homem se salvar não basta estar predestinado a isso. É
preciso, ainda, que ele escolha fazer o Bem. A predestinação, portanto, não é uma
necessidade. Ela depende também da vontade humana. Não fosse assim, não se
poderia responsabilizar o homem pelo erro ou pelo pecado.
4. Porque, se não há liberdade de escolha, a ação não pode ser julgada nem boa nem
má, e, portanto, não cabe punição nem recompensa.
Página 20
1. Resposta aberta, que exige do aluno reflexão e posicionamento, com explicitação de
argumentos em sua defesa. Mais ainda, o aluno precisa informar-se sobre a referida
lei que proíbe o fumo em ambientes fechados de uso coletivo.
Páginas 20 - 21
1.
a) Oriente os alunos a fazer uma consulta aos dicionários lá indicados por você.
Libertarismo é um termo circunstanciado no campo político e filosófico. Pode ser
entendido como autodeterminação e autocausalidade.
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Filosofia – 3a série – Volume 3
b) Para orientar esta resposta, é preciso retomar as análises presentes no Caderno
do Professor, uma vez que os textos em destaque dos filósofos selecionados e os
textos dos autores do caderno possibilitam a construção desta resposta.
Do fato de Deus conhecer a ordem das causas que dão origem a todas as coisas não
se pode concluir que não há nada que dependa da vontade humana. Nossa vontade
também faz parte da ordem das causas conhecidas por Deus.
Mesmo com a ajuda da graça divina o homem é livre para escolher praticar o Bem ou
o Mal. E isso vale também para os que estão predestinados à salvação. Ou seja, para
o homem se salvar não basta estar predestinado a isso. É preciso, ainda, que ele
escolha fazer o Bem. A predestinação, portanto, não é uma necessidade. Ela depende
também da vontade humana. Não fosse assim, não se poderia responsabilizar o
homem pelo erro ou pelo pecado.
2. Para escolher uma das teses sugeridas, o aluno deve antes retomar as análises e os
textos estudados durante a Situação de Aprendizagem para, assim, construir seus
argumentos. Espera-se que ele revele autonomia ao optar por uma das teses. Não há
uma resposta correta, apenas a exigência de que argumente com base nas leituras.
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
O DETERMINISMO
Páginas 21 - 22
1. Resposta aberta. O objetivo, ao introduzir o estudo sobre o determinismo, é orientar
os alunos para que, ao responder, levem em consideração as suas próprias
experiências de vida, o que resultará numa melhor compreensão.
2. Resposta aberta, mas a intenção é provocar nos alunos o questionamento sobre como
elaboram os critérios com base nos quais eles fazem suas escolhas.
Desafio!
Páginas 22 - 23
Nesta resposta, espera-se ao menos um exemplo no qual alguém não se apresente
unicamente como vítima de determinada situação e também não se apresente com
liberdade absoluta para fazer o que quiser. Este exercício deve revelar o esforço da
busca de uma solução que demonstre que se deve evitar tanto a radicalidade da visão
determinista e quanto a radicalidade da visão de que o homem é livre para fazer tudo o
que deseja ou imagina.
Página 24
As informações sobre a Tragédia Grega podem ser encontradas com bastante
facilidade, mas o fundamental para esta pesquisa são alguns dados sobre a Antiguidade
Grega, sobretudo as informações do século V, a.C. A Tragédia apresentava os conflitos
sociais próprios da época, quer seja em termos das relações familiares, quer seja do
âmbito de poder mais amplo, da pólis. Por meio da Tragédia, os gregos falavam,
reconheciam e refletiam sobre seus conflitos.
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GABARITO
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Desafio!
Página 24
1. O homem. Esta foi a resposta dada por Édipo à Esfinge.
2. Resposta aberta, porém o objetivo aqui é levar os alunos a um entendimento sobre as
questões próprias do tema “determinismo”, que será abordado nesta aula.
Página 25
1. Resposta aberta, mas o aluno deve visar a associação da questão do determinismo
com situações do cotidiano.
2. Peça aos alunos para tentar recuperar na memória esse tipo de situação e as
descrever, apresentando um posicionamento e a sua justificativa, que é sempre
interessante para o exercício da argumentação.
Páginas 26 - 28
1. A mensagem é a de que existe um destino previamente traçado, que não pode ser
evitado. Édipo, ao tentar escapar do seu destino, acaba indo diretamente ao encontro
dele.
2. Neste exercício, o objetivo é levar os alunos a se lembrar de situações do cotidiano
relacionadas a este tema, pois isso os ajudará na motivação para o estudo em questão.
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GABARITO
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Filosofia – 3a série – Volume 3
Páginas 29 - 31
1. Consiste em considerar Deus como o criador da ordem do mundo e o responsável
pela condução dos acontecimentos. Em outras palavras, o mundo possui uma ordem
racional que vem de Deus e que compreende tanto os acontecimentos quanto as
ações dos homens. De um modo geral, portanto, a doutrina da providência implica
negar a possibilidade da liberdade humana, pois ao homem cabe apenas adequar-se
aos desígnios divinos.
2. O homem é livre para fazer o que tem vontade, mas não é livre para escolher a
vontade, o desejo e a inclinação que tem. A vontade, o desejo e a inclinação do
homem derivam de outras causas, alheias a ele. Mais precisamente, derivam de uma
cadeia de causas, cuja origem está em Deus, que é a causa primeira de tudo. Assim,
as ações praticadas pelos homens derivam em parte de sua vontade (liberdade) e em
parte da providência divina (necessidade). Liberdade e necessidade, portanto, não
são, para ele, incompatíveis.
Páginas 31 - 32
1. Resposta aberta. O objetivo desta questão é levar os alunos a compreender, por meio
da linguagem da poesia, elementos do cotidiano relacionados ao tema da providência
para auxiliá-los na discussão. O verso Diz que Deus dará é exemplar para pensar o
que o senso comum tem de conhecimento sobre o tema estudado.
2. Outra resposta aberta, em que o objetivo é levar os alunos a questionar (“e se Deus
não dá”) a tese da providência, que atribui a Deus a causa de certas situações, mas
estas decorrem, na verdade, da forma como a sociedade se organiza (“Na barriga da
miséria”; “pobre coisica”; “cara fraco, desdentado e feio”; “Pele e osso
simplesmente, quase sem recheio”; “fugir da polícia”).
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GABARITO
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Filosofia – 3a série – Volume 3
Página 32
1. Neste exercício, oriente os alunos para que façam uma retomada dos textos
analisados nesta Situação de Aprendizagem e pesquisem na internet e nos dicionários
disponíveis em sua escola. Determinismo pode ser entendido como a teoria segundo
a qual todos e cada um dos acontecimentos do universo estão submetidos a um
sistema de causas e efeitos necessários - mesmo aqueles fatos que parecem, de algum
modo ilusório, ser resultado da liberdade e da vontade.
2. É importante lembrar que, segundo Hobbes, as ações praticadas pelos homens
derivam em parte de sua vontade (liberdade) e em parte da providência divina
(necessidade). Liberdade e necessidade, portanto, não são, para ele, incompatíveis.
3. A redação em resposta a este exercício deve registrar o esforço do aluno ao reler os
autores estudados e ao analisar, por meio da comparação, os conceitos-chave, como
libertarismo e determinismo. Mostre a importância da referência aos autores para a
superação do senso comum e para auxiliar na argumentação elaborada no processo
de comparação.
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
A CONCEPÇÃO DIALÉTICA DA LIBERDADE
Páginas 34 - 37
1. O objetivo dessa questão é introduzir as discussões desta Situação de Aprendizagem
4 baseando-se num elemento do cotidiano dos alunos (a música). O importante,
então, é a construção de imagens que aproximem o aluno do tema dialética. A
relação entre este tema e a música está na ideia de que tudo flui, tudo muda, tudo é
movimento (o devir).
2. Num sentido mais geral, a palavra está associada à ideia de um todo formado por
partes que se opõem, em constante conflito, e que por meio da contradição vai
provocar uma transformação nestas partes e dar origem a um novo todo. Assim, uma
aula expositiva com base nos textos do Caderno do Professor pode ajudar os alunos a
apropriar-se desse conceito de forma rigorosa, tendo em vista a contribuição dos
autores destacados.
3. Para Heráclito, nada é imóvel, imutável, permanente; ao contrário, tudo está em
movimento, tudo muda, tudo flui, tudo se transforma, tudo é devir. Por isso: “Não se
pode entrar duas vezes no mesmo rio”, porque tanto as águas quanto a pessoa que
nelas entra novamente já não são as mesmas. Peça aos alunos que se manifestem e
deem seus posicionamentos a respeito da visão do filósofo.
4. Em linhas gerais, para Sócrates e Platão, a palavra “dialética” designava certo modo
de discutir ou dialogar, cujo objetivo era explicitar as contradições presentes no
raciocínio dos interlocutores, com a finalidade de superar as divergências das
opiniões de cada um e atingir um conhecimento comum verdadeiro.
5. A dialética de Hegel é identificada pela palavra “idealista”, ou “idealismo”. Segundo
esse ponto de vista, a trajetória humana e sua transformação têm como desígnio o
aperfeiçoamento do espírito. A palavra “dialética”, na obra de Marx e Engels, é
associada à palavra “materialista”, ou materialismo, por entender que a trajetória
humana e sua transformação resultam no aperfeiçoamento das relações humanas na
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existência material, na transformação da natureza e da sociedade para construção de
igualdade.
6. A frase denota a concepção materialista e dialética dos autores, para os quais as
transformações na sociedade humana, verificadas ao longo da história, ocorrem por
força das contradições a ela inerentes, como, por exemplo, a contradição entre as
classes sociais. Dessa forma, as duas classes sociais fundamentais do capitalismo, a
burguesia e os trabalhadores, estão sempre em contradição, em luta.
Páginas 37 - 39
1. Significa que, na concepção do materialismo histórico dialético, o homem não pode
ser concebido como um ser abstrato, isolado, destacado do mundo concreto em que
vive (como faz, por exemplo, o libertarismo), visto que ele é, em grande parte,
determinado pelas circunstâncias em que vive (mas não de modo absoluto, como
quer o determinismo).
2. Ao se afirmar que o homem tem um papel ativo na determinação das circunstâncias
em que vive (liberdade), ainda que ele seja determinado, em grande medida, por
estas circunstâncias. Não se trata, porém, de uma determinação absoluta
(determinismo), assim como a sua liberdade para interferir nas circunstâncias
também não é absoluta.
Páginas 39 - 40
Para esta discussão, peça aos alunos que retomem as reflexões sobre liberdade e
destaquem em cada poesia as palavras, frases que sugerem a concepção de liberdade,
justificando sua escolha. Este é um exercício bastante proveitoso, pois exige a
transferência de conceitos do discurso filosófico para o discurso poético, permitindo ao
aluno que revele seu entendimento sobre o tema.
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GABARITO
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Página 40
1. É importante apresentar o conceito de ação recíproca para os alunos. Este conceito
questiona o determinismo, pois leva em conta que as partes de um todo se relacionam
reciprocamente, em determinação mútua, sem que nenhuma delas responda
isoladamente pelas características deste todo. O conceito de ação recíproca, em
termos da natureza, sugere que todos os seres estão inter-relacionados,
determinando-se mutuamente e, em termos da sociedade humana, todos os homens
são responsáveis pelas construções humanas.
2. Oriente os alunos para que, depois de retomar os textos em detalhes dos autores
estudados, destaquem uma ideia central que caracterize a concepção de dialética em
cada um deles. Para Heráclito (séculos VI e V a.C.), filósofo grego, nada é imóvel,
imutável, isto é, nada permanece aquilo que é; ao contrário, tudo está em movimento,
tudo muda, tudo flui, tudo se transforma, tudo é devir. O motor dessa transformação
é a contradição que está contida em todas as coisas. Isso quer dizer que no interior de
cada coisa há forças opostas em luta entre si e que fazem com que ela deixe de ser o
que é e se torne outra coisa. No tempo de Sócrates e Platão, a palavra “dialética”
designava um certo modo de discutir ou dialogar que tinha por objetivo explicitar as
contradições presentes no raciocínio dos interlocutores, a fim de superar as
divergências das opiniões particulares e atingir o conhecimento verdadeiro. Este
sentido é mais próximo do etimológico, pois dialética vem do termo grego dialektkê
que significa “arte de discutir e usar argumentos lógicos” (dicionário HOUAISS). Ao
longo da história da Filosofia, inúmeros filósofos fizeram uso do conceito de
dialética, atribuindo a ele diferentes conotações, mas sempre enfatizando o aspecto
da contradição. Esta, portanto, constitui um elemento fundamental na perspectiva
dialética. Mas quem de fato sistematizou a dialética como método de interpretação da
realidade foi um filósofo alemão idealista dos séculos XVIII e XIX chamado Georg
Wilhelm Friedrich Hegel. Hegel concebe a história como um processo que resulta
das contradições presentes no pensamento. Marx absorve o núcleo dialético do
pensamento hegeliano, mas confere a ele um caráter materialista. Para ele, a
realidade, o mundo, a sociedade também estão permeados por contradições, mas
estas não derivam do pensamento, e sim do modo como os homens produzem a sua
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Filosofia – 3a série – Volume 3
existência material e do tipo de relações sociais que estabelecem entre si nesse
processo produtivo.
Assim, para Marx e Engels não é o pensamento que,
organizando-se de forma contraditória (tese, antítese e síntese), produz a realidade
material, mas sim a realidade que, por força das contradições nela inerentes (como a
luta de classes, por exemplo) gera as diferentes formas de pensamento.
3. Mais uma oportunidade para a releitura dos textos e as reflexões propostas neste
Volume, porém voltadas para a visão dialética de liberdade. O aluno deve retomar a
concepção sobre o libertarismo e o determinismo e apresentar as possibilidades de
superação, esta, no entanto, analisada à luz dos textos sobre dialética e liberdade.
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