CORREIO DO POVO DOMINGO, 26 de julho de 2009 | 3 Arte&Agenda De Pelotas para o mundo ■ MARCOS SANTUARIO [email protected] D epois de um tempo importante sem gravar inéditas, os irmãos-pelotenses-globalizados mais famosos estão de volta. Kleiton e Kledir formam a dupla da família Ramil que, desde seu trabalho com o Almôndegas nos anos 70, vem povoando o imaginário musical do Sul do país. Agora, com a parceria artística do inglês Paul Ralphes, se revelam musical e filosoficamente no CD e DVD “Autorretrato”, em 13 faixas escolhidas entre 70. “Somos compositores compulsivos”, brinca Kleiton, em entrevista concedida pela dupla por telefone de suas casas, no Rio de Janeiro, cidade que “dividem”, e na qual foi gestado o projeto. Com direção do talentoso Edson Erdmann e assistência do também genial Wagner da Rosa, o DVD supera, e muito, o anterior gravado no Salão de Atos da PUCRS, em 2005, em qualidade técnica e criatividade sonora. “Depois de tanto tempo conseguimos uma estética que buscamos a vida inteira”, resume Kleiton, confessan- do que a demora pelo trabalho de inéditas não dependeu exclusivamente da dupla. “Passamos 10 anos separados e voltamos a estar juntos em 1997”, resume, relacionando problemas mercadológicos e imposições de gravadoras como alguns dos empecilhos no processo criativo e de produção. O atual trabalho é licenciado pela gravadora Som Livre por dois anos e teve parte dos custos pagos pelo Zaffari e pelo Canal Brasil. O processo de produção artística demorou um ano e meio e, depois, seis meses de pré-seleção para chegar às LOURENÇO MONTE- MÓR / DIVULGAÇAO / CP 13 músicas. E valeu a pena. “O mais importante, além do repertório do Feira de música trabalho é que chegamos a uma estética contemporânea e não é pretensamente jovenzinha, moderna e atende aos requisitos de uma dupla que trabalha a trinta anos com vontade de fazer o novo sem destruir o que há no tempo”, conclui Kleiton. Para Kledir, o resultado do novo CD/DVD vem também do tempo da separação dos dois. “Tem todo reencontro cada um consigo mesmo”, resume. Isto culmina com o disco, que tem tem atitude, afirmação e mostra Kledir, em seus 56 anos e Kleiton, aos 57. Tem até música-homenagem-agradecimento à Pelotas. Os detalhes estão em http://kleitonekledir.uol.com.br que mostra como os “guris da Maria Fumaça” entraram de vez na era tecnológica e estão hiperconectados. No Te Va Gustar Show de pianistas O carioca Francis Hime e o gaúcho Geraldo Flach, ambos pianistas, dividem o palco em espetáculo, na terça, dia 28, às 21h, no Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/nO), dentro do 4O Festival de Inverno. O show terá momentos solos e em conjunto, no qual não faltarão clássicos como “Meu Caro Amigo”, “Pivete”, “Trocando em Miúdos”, “Passaredo”, “Atrás da Porta”, de autoria do maestro Hime e seus parceiros, além de novas músicas dos dois compositores. O percussionista Fernando do Ó é convidado para participação especial. O público terá oportunidade de assistir a uma combinação sublinhada pela cumplicidade e alegria de fazer música. Show com 1 hora de duração. Os ingressos estão à venda no local com valores de R$ 20,00. Homenagem a Bedeu Os dez anos da morte do músico porto-alegrense Bedeu (Jorge Moacir da Silva: 1946-1999) – considerado o precursor do suingue e samba-rock no Sul – serão lembrados no show gratuito “Na Poesia e na Canção, Elas Cantam Delma & Bedeu”, na próxima quarta, dia 29, às 14h, no Teatro Glênio Peres da Câmara Municipal de Porto Alegre (avenida Loureiro da Silva, 255). Participarão cantoras como Andréa Cavalheiro, Célia Sorriso, Denise Soares, Nancy Araújo, Helô Romero, Joice Mara, Mariza Marrom, entre outras, além de sua parceira musical e amiga Delma Gonçalves. Kleiton & Kledir lançam o CD e DVD ‘Autorretrato’ depois de um longo tempo sem gravar No Te Va Gustar, revelação do pop rock sul-americano, participa do 4O Festival de Inverno, com show no próximo dia 29 de julho, às 21h, no Bar Opinião (José do Patrocínio, 834). O convidado da noite será o uruguaio Socio. A banda é conhecida por suas letras sensíveis, rebuscadas e inteligentes, e possuidores de uma musicalidade que os liberta de qualquer etiqueta ou categoria, construíram uma sonoridade que viaja entre o nativo e o cosmopolita. Eles já exibem quatro discos de estúdio e dois DVDs. O primeiro disco deles lançado no Brasil é uma compilação dos álbuns “Sólo de Noche” (1999) e “Este Fuerte Viento que Sopla” (2002). Ingressos na bilheteria do Opinião. Informações do festival estão disponíveis no site www.portoalegre.rs.gov.br. São Paulo será palco da principal de feira de música da América Latina, a Expomusic, com realização de 23 a 27 de setembro. O público terá acesso aos principais lançamentos de instrumentos musicais, som profissional, iluminação, partituras e acessórios nacionais e importados. Serão mais de 200 expositores que ocuparão uma grade de produtos, workshops, tardes de autógrafos, entre outros destaques. Num único espaço, marcas nacionais se misturam às internacionais, mostrando o que há no cenário da indústria musical. Informações no site www.expomusic.com.br. Um Limp Bizkit ainda ‘explosivo’ O selo Coqueiro Verde Records está lançando uma série de DVDs, principalmente com registros ao vivo, de grandes nomes da música internacional. Um deles é “Limp Bizkit: Rock in Park”. O DVD traz uma das performances mais explosivas da banda, realizada no Rock in The Park Festival, em Nuremberg, na Alemanha, em junho de 2001. No palco, no auge da popularidade do grupo liderado pelo polêmico Fred Durst, estão petardos como “Take a Look Around” (que foi música-tema do filme “Missão Impossível 2”), “Rollin”, “Break Stuff”, “My Way”, “The One” e “Nookie”, além de “Master of Puppets”, cover do Metallica. O festival é um dos mais importantes do gênero na Europa e, naquela edição, ainda contou com as presenças de Radiohead e Alanis Morrissete. Expoente do que se convencionou chamar de “nu metal”, misturando elementos do metal e do hip hop, ao lado de Korn e Linkin Park, o Limp Bizkit está de volta aos palcos, após um hiato de seis anos. A banda marcou seu retorno com um recente show na Lituânia, país de origem de DJ Lethal, que comanda as picapes da banda, abrindo a turnê Unicorns and Rainbows”. O show, para muitos críticos, foi considerado “morno”, com o vocalista Fred Durst chegando a utilizar um teleprompter para acompanhar as letras das músicas. No início de junho a banda voltou a se apresentar no Rock in Park, ao lado de Marilyn Manson e Prodigy. Formada em 1994, na cidade de Jacksonville, na Flórida, a banda já vendeu mais de 60 milhões de álbuns pelo mundo de seus oito registros em disco. Na atual formação, além de Durst nos vocais, traz Sam Rivers (baixo), John Otto (bateria), DJ Lethal (picapes) e Wes Borland (guitarra). CDs O grego Yanni, Zé Ramalho e seus duetos mais famosos, o novo CD de Rodrigo Santos e um “Jeito Novo” trabalho mais recente do gaúcho Paullo Costa, estão entre os vários lançamentos no mercado nacional: ■ VOZES QUE CANTAM — Considerado como um dos músicos mais famosos do mundo, o grego Yanni é um tecladista de mão cheia e dono de um raro talento. Ele se estabeleceu como um conceituado músico de estúdio, compositor de jingles e produtor musical. Nos EUA, suas composições ficaram famosas após terem sido usadas em programas de TV ou na abertura dos Jogos Olímpicos. Yanni é adepto do New Age, estilo musical que retrata uma conexão do ser humano com a alma, através da música mas chega com seu novo CD pela Som Livre, “Yanni – Voices”, com uma novidade. Pela primeira vez em sua carreira, ele adicionou às suas músicas instrumentais vozes de um grupo selecionado criteriosamente. Artistas como Leslie Mills, Chloe, Nathan Pacheco e Ender Thomas se revezam no microfone cantando em inglês, espanhol e italiano, transformando o CD numa atração especial. Entre as músicas confira “Omaggio”, “The Keeper”, “Our Days”, “Never Leave the Sun”, “Ritual de Amor” e “Mi Todo Eres Tu”. ■ DIÁRIO DO INVISÍVEL — Rodrigo Santos toca, compõe e canta. Ao longo de 25 anos dedicados à música, ele já tocou com os melhores artistas nacionais e cultivou importantes amizades. Rodrigo é o atual baixista do grupo Barão Vermelho, que também está lançando um álbum solo, “O Diário do Homem Invisível!” (Som Livre), num intervalo da carreira do Barão. As participações do CD dizem tudo a respeito da importância de Rodrigo no meio musical. Participam do álbum, o Autoramas (“O Diário do Ho- mem Invisível”), Cidade Negra (“Não Vá”), Ney Matogrosso (“Se Você Não Entende o que é o Amor”), Hélio Flanders (“O Homem da Máscara de Ferro”), Marília Bessy (“Vamos Dormir em Paz”), Filhos da Judith (“Longe Perto de Você”), Coral das Princesas de Petrópolis (”A Última Vez”) e Canastra e João Penca e seus Miquinhos Amestrados (com a música “Bom-Dia, Boa-Tarde”). ■ TOCANDO A VIDA — ”Vento Negro”, o clássico gaudério composto por José Fogaça, é uma das 13 músicas selecionadas para o novo álbum do cantor Paullo Costa, um lançamento da gravadora Fonomídia. “Um Jeito Novo”, título do CD, traz canções como “Amigo é pra Sempre”, “Canoas”, “Fogão e Lenha”, “Saudade é Igual Espinho”, “Convite ao Sul”, “Na Venda da Dona Lídia”, “Tocando a Vida”, e “Ana Paula”, além da música que dá título ao álbum. Participam do CD músicos como Jair Medeiros, Nelcy Vargas, Analise Severo, Rafael Bisogno, Paulo Bratt, Hermes Bromdam e Adriano Mello. ■ FAZENDO UMA LIMONADA — A banda Cueio Limão, formada há sete anos no Mato Grosso do Sul, da cidade de Dourados (mais perto do Paraguai do que da capital do estado) batizou seu novo álbum pela Stereo, “Pa- raguayo” (assim como “y”, mesmo) em homenagem ao país vizinho e segundo eles, traz o mais puro ”hardcore do mato”, gênero muito pessoal de um grupo que lançou o estilo “forró core” e gravou seu primeiro CD em 2004, intitulado “Quem Matou o Bozo”. O humor é a tônica do álbum, em faixas como “Take me Back to Piauí” e “Se no Céu Não Tem Cerveja”. A faixa mais divertida e ritmada é “Garota Suvaqueira”, música assinada por Pêu Barbosa. ■ DUETOS DA CAVERNA — A voz tradicionalmente cavernosa de Zé Ramalho e sua tradicional mistura musical a partir de elementos da cultura nordestina, são temperadas com as de vários colegas no CD “Duetos – Zé Ramalho” (Som Livre). O álbum começa com um dueto em família, com Zé dividindo “Chão de Giz” com Elba Ramalho. Os dois aparecem juntos novamente nas faixas “A Terceira Lâmina” e “Banquete de Signos”, esta junto com Geraldo Azevedo. Em “Sinônimos”, Zé canta com a dupla Chitãozinho e Xororó e “Garoto de Aluguel” (“Taxi Boy”) traz a parceria com Belchior. As faixas “Golpe Razante” e “O Amanhã é Distante” foram divididas com Geraldo Vandré. As demais parcerias são: “Porto de Luz” (com Zélia Duncan), “Ficava Mal com Deus” (com Luiz Gonzaga), “Pedras que Cantam” (com Paulinho Moska), “A Estrela” (com Daniela Mercury), “Coração Bobo” (com Alceu Valença), “A Nave Interior” (com Pitty) e “Bienal” (com Zeca Baleiro).